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Cefaleia

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INTRODUÇÃO 
Trata-se do processo doloroso referido no segmento 
cefálico, que pode ser originado em qualquer 
estrutura facial ou craniana e pode ser dividida em 
primária e secundária. 
► Primária: Caracteriza-se por transtorno de 
neurotransmissores, portanto, não há alteração 
estrutural nem sinal neurológico focal. É a causa mais 
comum de cefaleia. Neste caso, a cefaleia é a própria 
doença, como a Enxaqueca. 
 Episódios recorrentes, não muda o padrão, 
etc. 
 Critérios clínicos; 
 Migrânea, tensional e outras. 
► Secundária: Caracteriza-se por lesões patológicas 
estruturais (lesões vasculares, tumores, alterações do 
fluxo liquórico, etc). É mais raro. Neste caso, trata-se 
do sintoma de uma doença de base, como o tumor 
cerebral. 
 Sinais de alarme! 
 Doença estrutural; 
 Tumor, sangramento e outros. 
Cefaleias primárias são de exclusão, portanto, sempre 
excluir cefaleias secundárias. 
Sinais de Alerta 
 Nova ou diferente (ou mudança de padrão); 
 Súbita ou pior da vida – HSA; 
 Sinal neurológico focal; 
 Alteração do nível de consciência; 
 Febre/sinais de meningismo; 
 Edema de papila – hipertensão intracraniana; 
 Imunossupressão; 
 Anticoagulante; 
Se sinal de alerta presente, considerar cefaleia 
secundária e realizar exames complementares com 
base na suspeita: TC, RMN, AngioTC/RNM, Líquor, 
VHS, etc. 
Se não tem sinal de alerta, considerar cefaleia 
primária e realizar diagnóstico clínico: Tensional, 
Migrânea e outras. 
ENXAQUECA/MIGRÂNEA 
O mecanismo de desenvolvimento da enxaqueca 
envolve ativação hipotalâmica, trigeminal, mediação 
por neurotransmissores como glutamato, além de ter 
componente genético. 
É composta de várias manifestações clínicas. Pode ser 
precedida por sintomas neurológicos diversos 
conhecidos como aura, de instalação insidiosa em 
poucos minutos e podendo durar até 1 hora. 
Fatores desencadeadores: Stress, alimentos, 
medicamentos, substâncias inaladas, estímulos 
luminosos, problemas do sono, fadiga, jejum, etc. 
Aura: Sinal neurológico focal (visual/sensitivo), 
geralmente precedendo a cefaleia, desenvolvimento 
gradual e até 1 hora (reversibilidade). Se > 1 hora, é 
atípica, deve-se investigar e evitar triptanos. 
Clínica: Pulsátil ou latejante, unilateral (pode ser 
bilateral), moderada a intensa, náusea e vômito, 
fotofobia e fonofobia. 
Diagnóstico Clínico: Cefaleia de duração de 4 a 72 
horas, 5 ataques + unilateral, pulsátil, moderada, 
atividade (2 fatores presentes) + náusea ou vômito e 
foto e fonofobia (1 fator presente). 
*Status migranoso: São casos que atingem > 72 horas, 
complicados. 
Analgesia no PS: 
 Leve: Via oral. Analgésicos (dipirona, 
paracetamol), anti-inflamatórios (naproxeno) 
e anti-migranosos (triptanos). 
cefaleia 
 Intensa: Via EV. Analgésicos (dipirona), anti-
inflamatórios (cetoprofeno), anti-migranosos 
(triptanos), antieméticos (metoclopramida – 
plasil) e corticoide (dexametasona). 
 Opioides: Não devem ser usados de rotina. 
Tem baixa efetividade. Há potencial tolerância 
e dependência (risco de cronificação). É 
exceção: último recurso (pacientes altamente 
refratários). 
Tratamento/Profilaxia: 
 Prevenção medicamentosa: Iniciar se > 3 
episódios/mês, duração > 12 meses e causa 
incapacitante. 
 Anti-hipertensivos: Propranolol e Verapamil. 
 Anticonvulsivantes: Topiramato e Valproato. 
 Antidepressivos: Amitriptilina e Venlafaxina. 
 Evitar o abuso de analgésicos e realizar 
medidas comportamentais! 
CEFALEIA TENSIONAL 
É o tipo mais frequente de cefaleia e pode ocorrer por 
alimentação inadequada, dormir pouco ou estresse 
intenso. 
Diagnóstico clínico: Dura entre 30 minutos a 7 dias, 
dor tipicamente bilateral, em aperto, leve a 
moderada, atividade física não piora. Não apresenta, 
geralmente, náusea ou vômito, nem foto ou 
fonofobia. 
Tratamento: 
 AINEs – ibuprofeno, naproxeno, cetoprofeno 
e cetorolaco. 
 Analgésicos simples – dipirona e paracetamol. 
Profilaxia: 
 Antidepressivos tricíclicos: Amitriptilina e 
nortriptilina. 
 Exercícios de relaxamento, terapia, 
massoterapia, atividade física, etc. 
CEFALEIA TRIGÊMINO-
AUTONÔMICAS 
São relativamente raras. Apresenta dor unilateral 
(periorbitária), muito intensas, sinais autonômicos 
(olho vermelho, lacrimejamento, rinorreia, síndrome 
de Horner) ou intensa inquietação. O tempo é 
variável. Trata-se de uma cefaleia muito intensa e 
recorrente. Sempre questionar sintomas trigêmino-
autonômicos. 
 Salva: Mais frequente em homens, de 15 
minutos a 3 horas. Analgesia: Oxigênio e 
sumatriptano, na fase aguda. Profilaxia: 
Verapamil. 
 Hemicraniana Paroxística: Mais frequente em 
mulheres, de 2 a 30 minutos. Analgesia: 
Indometacina. 
NEURALGIA DO TRIGÊMEO 
Trata-se de uma dor neuropática, acometendo a 
divisão do nervo trigêmeo. É muito intensa, 
caracterizada em choque elétrico, respeita a linha 
média, tem gatilhos cutâneos (o paciente não sorri 
pela dor), dura menos de 2 minutos. 
HEMORRAGIA SUBARACNÓIDE 
Causa secundária. 
Cefaleia súbita, em 
trovoada e “pior da 
vida”. Pode ter alteração 
do nível de consciência e 
crise convulsiva 
associada. Sangramento 
em raias na TC. O 
diagnóstico é feito 
através da TC, líquor e 
estudo de vasos. 
 
TROMBOSE VENOSA CEREBRAL 
Cefaleia é o sintoma 
mais comum, nova ou 
muda o padrão. 
Solicitar AngioTC fase 
venosa e arterial. O 
uso de 
anticoncepcional pode 
estar associado em 
mulheres. Podem 
estar presentes: papiledema, sinal focal, confusão 
mental e crise convulsiva. O diagnóstico é feito por 
AngioTC e AngioRNM. 
 
 
TUMOR CEREBRAL 
Raramente causa cefaleia 
isolada, mas geralmente 
é crônica e noturna, ou 
seja, acorda o paciente 
durante a noite. 
Apresenta sinais focais, 
crise convulsiva e 
papiledema. Diagnóstico 
por TC, RMN e biópsia 
cerebral. 
HIPOTENSÃO LIQUÓRICA 
Apresenta cefaleia postural 
(ao levantar e ao sentar). 
Pode estar associado à pós-
punção, náuseas, visual, 
zumbido, etc. O diagnóstico 
é clínico, mas pode ser feito 
RMN e não precisa colher o 
LCR. 
 
MENINGOENCEFALITES 
É caracterizada por uma cefaleia nova, aguda, com 
alteração de consciência, febre, sinais meníngeos e 
crise convulsiva. O diagnóstico é feito através do LCR. 
ARTERITE TEMPORAL 
Idoso, com cefaleia temporal nova ou que mudou o 
padrão, crônica. O paciente pode ficar cego. Pode 
estar associada a mialgia, claudicação, febre baixa, 
perda de apetite, complicações visuais, etc. Realizar 
VHS e biópsia. 
DISSECÇÃO ARTERIAL 
Cefaleia aguda, nova, 
associada a dor cervical 
unilateral. Pode estar 
associada a Horner, HSA, AVCi 
e NNCC. Deve ser realizado 
AngioTC (venosa e arterial), 
AngioRM a arteriografia. 
 
 
PSEUDOTUMOR CEREBRAL 
Ou hipertensão intracraniana 
idiopática benigna. É uma 
condição peculiar, 
caracterizada pelo aumento 
da pressão liquórica sem 
haver com a lesão com efeito 
de massa expansiva no 
crânio. Trata-se de uma 
cefaleia crônica, que não 
melhora, que acomete 
mulheres jovens, na 
menacme, com sobrepeso. Pode apresentar 
papiledema e paresia de VI nervo (estrabismo). O 
diagnóstico é clínico, pode-se realizar RM e líquor.

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