Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Brennda Eduarda – P6 B HPV e Colo de útero Epidemiologia É o terceiro tumor mais frequente na população feminina Quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil Atualmente 44% dos casos são de lesão in situ, que é o resultado do diagnóstico precoce. São 16.370 novos casos (2018 – INCA) Número de mortes: 5.430 (2013 – SIM) Colo uterino Ele é composto por dois epitélios: o escamoso (reveste externamente o colo e as paredes vaginais), e o colunar ou glandular (reveste o orifício cervical). Quanto mais o epitélio glandular que fica dentro do orifício cervical se exterioriza vai ter a ectopia, quanto mais ele fica exteriorizado mais consegue perceber a linha da junção escamocolunar (JEC). Epitélio metaplásico: o Epitélio colunar cervical se exteriorizando e o escamoso tentando cobrir. HPV e câncer de colo Infecção persistente por tipos oncogênicos do Papiloma vírus Humano (HPV). HPV de alto risco: 16, 18 HPV de baixo risco (leva a verrugas e condilomas): 6, 11 Vai ocorrer a replicação desordenada do epitélio de revestimento, comprometendo o estroma É um vírus de DNA e tem trofismo por pele e mucosa A transmissão é sexual e por contato direto 80% das infecções são subclínicas (não tem manifestações clínicas, só vai saber se fazer o rastreio anual), são autolimitadas e de resolução espontânea (a imunidade tem que está forte para dá conta da infecção) Ciclo de reprodução com ou sem integração com genoma do hospedeiro HPV 16 é o responsável por 53% dos casos de câncer cervical Brennda Eduarda – P6 B Fatores de risco: Baixo nível-socioeconômico Múltiplos parceiros sexuais Multiparidade Imunossupressão Uso prolongado de ACO (pela alteração de estrogênio na mucosa sensibilizando mais, e pacientes que usam ACO tem predisposição para ectopia, elas se sentem protegidas e não usam camisinha) HPV Início da atividade sexual precoce História natural da doença Tudo começa com o epitélio cervical normal, o papiloma vírus entra no epitélio por uma microlesão, com o tempo as células vão se multiplicando (podem levar até 2 anos para fazer essa multiplicação). Uma das denominações da biopsia é o (NIC), o NIC 1 é apenas infecção de 1/3 de profundidade do epitélio, NIC 2 2/3, e NIC 3 (alto grau) toda extensão afetada. Leva em média mais de 10 anos para formar um carcinoma. Prevenções Prevenção primária: Uso de preservativo Vacinação O objetivo é diminuir risco de contágio com HPV Quadrivalente: HPV 6, 11, 16, 18 (3 doses 0, 60, 180 dias) Bivalente: HPV 16, 18 (3 doses 0, 30, 180 dias) A vacinação pode reduzir em até 70% câncer de colo de útero Quando a paciente tem lesão, o médico pode fazer um pedido e fazer a vacinação. Prevenção secundária: Detecção precoce: pode prevenir a maioria dos canceres do colo do útero. Método de rastreamento: exame citopatológico. Idade de rastreamento: faixa etária de 25 a 64 anos e que já tiveram atividade sexual. Brennda Eduarda – P6 B Intervalo: os dois primeiros exames devem ser realizados com intervalo anual e, se ambos forem negativos, realizar de 3 em 3 anos. HIV +: realizar em intervalos semestrais durante o 1º ano, e se normais, manter seguimento anual. Citopatologia oncótica Instrumentos usados: Interpretação do exame: É normal encontrar: negativo para malignidade Pode encontrar outras lesões mas que são benignas: (não precisam ser tratadas) Inflamação Reparação Metaplasia escamosa imatura Atrofia com inflamação Radiação Lesões que requerem cuidados a mais Lesão intraepitelial de baixo grau (LIE-BG) < 25 anos: repetir em 3 anos > 25 anos: repetir em 6 meses Células escamosas atípicas de significado indeterminado < 25 anos: repetir em 3 anos 26 – 29 anos: repetir em 1 ano > 29 anos: repetir em 6 meses Células escamosas atícicas de significado indeterminado, não pode-se excluir lesão intraepitelial de alto grau: colposcopia. Células glandulares atípicas de significado indeterminado, possivelmente não neoplásica ou sem excluir lesão de alto grau: Colposcopia + avaliar canal cervical Se > 35 anos, avaliar endométrio Brennda Eduarda – P6 B Lesão intraepitelial de alto grau: colposcopia Colposcopia Usam o colposcópio que é um aparelho óptico com aumento de 6 a 40x Traz uma visualização direta e pode fazer biópsia. Faz duas reações durante a colposcopia: 1. Ácido acético (2 a 5%), ele coagula as proteínas citoplasmáticas. Quanto mais proteínas tiver, mais branca é a lesão e mais rápido cora. 2. Faz solução com LUGOL (Teste de Schiller), ele cora o epitélio identificado as áreas desprovidas de glicogênio. Schiller + quer dizer que o iodo não corou. Biópsia Indicada nos casos de achados colposcópicos alterados Estudos histopatológicos é o padrão ouro Métodos: Biópsia incisional dirigida Biópsia em cone Curetagem endocervical Biópsia excisional através de CAF Diagnóstico Subtipos histopatológicos Não alteram o estadiamento, mas alteram o prognóstico e podem alterar o tratamento: Escamosos (é o mais frequente 80%) Adenocarcinomas (15%) Adenoescamosos (3 a 5%) Raros: células transicionais, neuroendócrino, pequenas células, adenoide cístico, mesonédrico, adenoma maligno, linfoma, sarcoma. Estadiamento Fazer o exame ginecológico (especular, toque vaginal e em pacientes com CA cervical deve fazer o toque retal, para ver acometimento de paramétrios) Colposcopia Exame histopatológico Métodos de imagem (Rx de tórax, USG, TC e RM) Cistocopia Retossigmoidoscopia Citologia alterada Histologia Colposcopia com achados CA de colo uterino Brennda Eduarda – P6 B Estadio O É um carcinoma in situ tá localizado no colo O tratamento vai ser o cone cirúrgico (diagnóstico e terapêutico) Estádio 1 Confinado ao colo do útero 1A. carcinoma invasivo diagnosticado por biópsia. A invasão do estroma é limitada a profundidade de 5mm e extensão de 7mm. A1 invasão até 3mm em profundidade e extensão até 7mm A2 Invasão entre 3-5 mm de profundidade e extensão até 7mm IB. Lesão visível confinada ao colo do útero IB1 lesões de até 4cm IB2 lesões maiores que 4cm Tratamento IA1 Se a invasão for < ou = 3 mm em profundidade (micro invasor) Histerectomia total; se desejar gestar: cone IA2 Invasão 3 a 5 mm. Disseminação horizontal <7mm (microinvasor) histerectomia total tipo 2 + linfadenectomia pélvica e aórtica lateral (se desejar gestar: traquelectomia) IB1 Lesão 5 mm a 4 cm: histerectomia de Wertheim-Meigs IB2 Lesão > 4cm Histerectomia de Wertheim-Meigs ou QT primária Brennda Eduarda – P6 B Procedimentos: Wertheim-Meigs: é a histerectomia com remoção de todo paramétrio acompanhada da dissecção dos linfonodos pélvicos juntamente com a retirada da maior parte dos ligamentos uterossacros e cardinais e do terço superior da vagina. Traquelectomia: remoção do colo uterino e paramétrios e parte superior da vagina, combinada com linfadenectomia pélvica. Histerectomia tipo II: colpectomia (Excisão ou obliteração cirúrgica da vagina) do terço superior da vagina, ressecção da metade dos ligamentos útero-sacros e paramétrios. Estádio II Carcinoma que vai além do colo, mas não há extensão para a parede. IIA – Invasão da vagina, sem atingir seu terço inferior, e ausência de comprometimento parametrial IIA1 envolvimento vaginal < 4 cm IIA2 envolvimento vaginal > 4 cm IIB – Acometimento visível do paramétrio, sem atingir a parede pélvica. Tratamento IIA Faz histerectomia de Wertheim-Meigsou quimioterapia primária 2/3 superiores da vagina IIB Quimioterapia primária Invade paramétrio Estádio III Se estende até a parede pélvica Ao exame retal, não há espaço livre de CA entre o tumor e a parede pélvica. O tumor acomete o terço inferior da vagina. Todos os casos de hidronefrose ou rim não funcionante devem ser incluídos, desde que excluídos outras causas. IIIA – Extensão ao terço inferior da vagina, mas não à parede pélvica, se houver comprometimento parametrial. III – Extensão à parede pélvica ou hidronefrose ou rim não funcionante. Tratamento IIIA Brennda Eduarda – P6 B Faz primeiro quimioterapia primária 1/3 inferior da vagina IIIB Primeiro faz quimioterapia e depois o tratamento cirúrgico Invade paramétrio até parede óssea / hidronefrose Estádio IV O carcinoma se estendeu além da pelve verdadeira ou já acometimento visível da mucosa da bexiga ou do reto. IVA – Disseminação do tumor para órgãos adjacentes (bexiga e reto). IVB – Disseminação para órgãos distantes. Tratamento IVA Faz primeiro a quimioterapia Invade bexiga e reto IVB Faz primeiro quimioterapia + RXT adjuvante Dá metástase a distância Prognóstico Recorrência ocorre em 2 anos As diretrizes da National Comprehensive Câncer Network recomendam: Observação da recorrência local com revisão clínica a cada 3 a 6 meses. Exame físico e citologia cervical/vaginal nos primeiros 2 anos e, depois, a cada 6 a 12 meses por 3 a 5 anos. Sobrevida de 5 anos depende do estádio do tumor: Estádio IA1: 100% Estádio IB2-IIB: 50 a 70% Estádio III: 30 a 50% Estádio IV: 5 a 15% Câncer de Vulva 5 a 8% das neoplasias malignas da genitália Incidência vem aumentando 2,4% ao ano em decorrência do aumento da expectativa de vida feminina e da prevalência da infecção pelo HPV. Maior parte origina do epitélio escamoso que reveste a mucosa Queixa mais frequente PRURIDO VULVAR Outros sinais e sintomas: Lesão nodular (em placa ou verrucosa) Dor Sangramento Ulceração Brennda Eduarda – P6 B Disúria Corrimento genital Locais de acometimento: Cerca de 70% dos casos acometem os grandes lábios 15 a 20% clitóris e região perineal Em suspeita no exame físico deve-se biopsiar no centro da lesão Tipos histológicos 87% carcinoma de células escamosas (CCE) Associados a infecção pelo HPV Associados a liquen escleroso/hiperplasia de células escamosas 5% melanoma Adenocarcinoma da glândula de Bartholin, sarcoma, carcinoma de células basais e doença de Paget invasiva. Fatores prognósticos Tamanho do tumor Profundidade de invasão Status linfonodal Metástase a distância Brennda Eduarda – P6 B Estadiamento TNM Tratamento É cirúrgico Conservador e individualizado Ia: ressecção da lesão 1 cm de margem IB e II: vulvectomia radical com linfadenectomia inguinofemoral bilateral III e IV: poucos são curados apenas com cirurgias, recentes esforços têm sido feitos para o tto combinado com radioterapia e quimioterapia Câncer de vagina Tá ocorrendo a diminuição da incidência por detecção precoce; Pico 50 e 70 anos (média de 60 a 65 anos) Fatores de risco: Baixo nível socioeconômico, história de verrugas genitais, corrimento ou irritação vaginal, citologia oncótica anormal previamente, histerectomia anterior (tinha tumor mas a paciente não sabe o histopatológico da lesão. Quadro clínico Sangramento vaginal anormal: disfuncional ou pós coito Disúria Dor pélvica Brennda Eduarda – P6 B Tipos histológicos Carcinoma de células escamosas – 85% Adenocarcinoma – 6% Melanoma – 3% Sarcoma – 3% Misto – 3% Tratamento Radioterapia na maioria do casos de câncer de vagina Procedimentos cirúrgicos para: - Casos quando já falha da radioterapia - Tumores não epiteliais - Adenocarcinomas de células claras
Compartilhar