Romantismo (1820-1850) - O romantismo francês Géricault e Delacroix

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Romantismo 
(1820-1850) 
O romantismo francês: Géricault 
e Delacroix 
Géricault Delacroix 
• A base do romantismo francês foi a crítica 
aberta e declarada ao classicismo conservador 
de Ingres. 
• Como escreve Beckett: 
“Ingres preocupava-se principalmente com o 
domínio formal e a perfeição exterior como 
metáfora do valore interior. Os românticos 
estavam muito mais interessados em expressar 
emoção – mediante cores dramáticas, liberdade 
gestual e temas exóticos e emotivos.” (p.259) 
Ingres - Venus Anadyomene (1848) Delacroix – Andromeda (1852) 
• A jangada da Medusa (1819), de Géricault, foi tido 
como o marco inicial do romantismo. 
 
• De proporções gigantescas (491x717cm), o 
tema do trabalho se opunha aos usados 
tradicionalmente e apresentava, num tema 
contemporâneo, a tragédia social a partir do 
descaso com a vida humana, que foi um dos 
temas da arte romântica: 
 
“Géricault nos obriga, quase fisicamente, a 
reconhecermos a realidade do sofrimento e da 
morte humana. Trata-se da morte nas 
condições mais terríveis, aflitiva, torturante, 
demorada....”(p.260). 
 
 
 
 
• A dor e a morte se apresentam nas características 
formais do trabalho. 
• Como diz Beckett, “o drama está todo nos detalhes 
físicos.” (p.260). 
• Podemos apontar as seguintes características na obra: 
 
 
 
- utiliza-se de uma paleta baixa de cores, pois 
para ele a morte não poderia ser expressa a 
partir de cores quentes. 
Estudo para Jangada da Medusa 
 
 
 
- o mar e o céu são tensos, turbulentos e escuros, 
apresentando na natureza todo o desespero interno 
dos personagens. 
 
 
 
 
 
- utiliza-se de técnicas barrocas, principalmente de 
Caravaggio, no que diz respeito ao realismo dos 
corpos, o sentimento, eixo dinâmico e a composição 
unitária ( os corpos e a jangada formam um conjunto 
inseparáveis). 
 
 
 
 
 
 
- a luz é mais baixa, como a cor, mas não chega 
ao claro-escuro barroco. 
 
 
• O tema de Géricault foi a realidade, entendida às 
vezes nos seus aspectos mais obscuros e cruéis, como 
podemos observar nos seus retratos de loucos ou nos 
corpos mutilados. 
 
• Os cavalos foram outro grande tema de Géricault, 
como o foi também para Delacroix, pois os 
românticos viam no cavalo um símbolo da força e da 
impetuosidade da natureza animal: o selvagem 
Géricault - Retrato de um homem barbado ( S. Gerônimo) 
Géricault – Nu masculino 
Géricault - Estudo de membros destroncados (1818) 
Géricault – Várias cabeças 
Géricault – cabeça de homem morto (1819 
Géricault – Três crânios 
Géricault – mulher como mania de jogo (1822) 
Géricault – Mulher sofrendo de surtos obscessivos (1822) 
Géricault – Estudo para Oficial (1814) 
 
• Eugene Delacroix está para Géricault como Rubens 
está para Caravaggio. 
• Se Géricault se interessou pela morte e morbidez, 
Delacroix buscou a expressão do impulso vital: do 
movimento e da vibração dos corpos e da atmosfera. 
• Ambos foram alunos do artista clássico Pierre-
Narcise Guérin, mas seguiram caminhos diferentes. 
Delacroix desenvolveu, segundo a autora, “um estilo 
singularmente animado e expressivo, sofrendo 
influência de Rubens e empregando uma paleta 
tipicamente vivida.” (p.260-1). 
 
 
• O que marca a pintura de Delacroix é o vigor da 
pincelada, herdando a energia de Rubens seja no 
movimento contínuo quanto na gestualidade forte que 
se fixa na superfície. 
Delacroix – Cristo no mar da Galiléia (1841) 
Delacroix – Pietá (1852) 
Delacroix – Juno e Aeolus 
 
• Podemos ver este dinamismo em A morte de 
Sardanapalo (1827), em que utiliza seu gosto pelo 
movimento e cor para retratar uma cena sórdida, em 
que um tirano é rodeado por um movimento contínuo 
de violência nas torções dos corpos, nas cores 
vibrantes e na atmosfera turva. 
 
 
 
 
Outros trabalhos 
 
Delacroix – A barca de Dante (1822) 
Delacroix – Aspasia (1824) 
 
Delacroix – Odalisca reclinando no divã (1827) 
Delacroix – A liberdade guia o povo (1830) 
Delacroix – Tasso no hospício(1839) 
 
Delacroix – O rapto de Rebeca (1846) 
Delacroix – Marroquino e seu cavalo 
Delacroix - Mle Rose 
Delacroix – O mar do alto do pier (1852)