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1 5º SEMESTRE 2021.2 – UNIFTC HEMATOLOGIA JULIANA OLIVEIRA ANEMIA FERROPRIVA E MEGALOBLÁSTICA ANEMIA FERROPRIVA Como é o estoque de ferro do nosso organismo? O mecanismo de absorção e eliminação de ferro é tão controlada que praticamente a perda diária é correspondente ao que é absorvido pelo intestino, normalmente há uma perda de 1 a 2mg por descamação do intestino e há uma absorção pelo duodeno da mesma quantidade. Tem-se cerca de 20 a 25mg/dL desse ferro participando da medula óssea, constituindo as células vermelhas e do sistema reticuloendotelial, há uma parte de ferro que fica estocado no fígado, visto que esse faz parte do sistema reticuloendotelial. Além disso, tem-se enzimas nas quais esse ferro também participa. O estoque total de ferro de um organismo de uma pessoa adulta fica em torno de 3-4mg de ferro, sendo 1g no homem e 0,5g na mulher o estoque basal. O uso do ferro como parte constitucional são os citocromos, as mioglobinas e outras enzimas. Como ocorre a absorção de ferro? O ferro é absorvido na forma de íon ferroso para passar na vilosidade do intestino, no entanto, para passar do enterócito para a corrente sanguínea ele se transforma de ferroso → férrico. Tem-se diversos receptores como o dimetiltransferase que fazem a entrada desse ferro para o ambiente do citoplasma celular e isso ocorre quando o ferro é inorgânico, ou seja, não ligado a produtos heme, toda vez que o ferro está na via de produtos heme, ou seja, adquirido de origem animal, tem-se um receptor próprio que facilita a entrada de ferro na célula. Logo, o ferro inorgânico é menos absorvido do que o ferro na forma heme. Além do dimetiltransferase tem se a ferritina, que é uma molécula importantíssima para estocar o ferro dentro da célula, a ferroportina que é necessária para que o ferro saia do enterócito e vá para a corrente sanguínea e a transferrina que é a molécula que transporta o ferro na corrente sanguínea. Logo, ao solicitar a ferro cinética, pede-se a concentração desses receptores p.ex. ferritina, concentração de transferrina, etc. Atenção! 90% do ferro da nossa dieta está em sua forma inorgânica e 10% na forma heme. No entanto, a forma heme é muito mais absorvível que a forma inorgânica. Quando se tem uma anemia ferropriva o nosso organismo começa a transcrever e fabricar mais receptores, visto que quanto maior a necessidade do organismo, mais receptores deve-se ter para absorver mais, logo, há um aumento de DMT1 (dimetiltransferase) e ferroportina. Quando se tem anemia ferropriva não tem porquê aumentar a transcrição de ferritina, visto que essa só se eleva quando há uma maior disponibilidade de ferro e nesse caso há uma deficiência. Importante lembrar: A ferritina é marcador de fase aguda de inflamação. Atenção! A descoberta da hepcidina mudou completamente o entendimento acerca da cinética de ferro. Já se sabe que o ferro é absorvido no intestino, passa pelas vilosidades hepáticas, é transportado através da transferrina e ferroportina e é estocado no fígado na forma de ferritina, no entanto, a grande questão é que sempre que há um estado inflamatório no organismo o fígado produz a hepcidina e quanto maior a quantidade de hepcidina, maior a produção de ferritina, consequentemente, maior será o estoque de ferro dentro da célula. Logo, a ferritina pode estar aumentada por uma questão inflamatória e não por que o organismo tem mais ferro. Essa descoberta permitiu o entendimento acerca de pacientes que têm doenças inflamatórias crônicas e mesmo assim possuem um bom estoque de ferro, mas mantêm o padrão de anemia por deficiência de ferro e a razão disso é a ferritina, em consequência da produção de hepcidina, visto que é produzida em estados inflamatórios e prende o ferro na célula. 2 5º SEMESTRE 2021.2 – UNIFTC HEMATOLOGIA JULIANA OLIVEIRA Qual o padrão de anemia nos estados inflamatórios? Ferritina normal ou aumentada, no entanto, a saturação de ferro é baixa visto que ele está todo preso na célula. Características: A anemia ferropriva é a causa mais comum de anemia no mundo e é marcada por: ▪ Ser uma anemia microcítica ▪ Reticulocitopenia → anemia hipoproliferativa. ▪ Reticulócitos < 2,5% → os reticulócitos baixos indicam que a medula está ocupada por alguma doença ou há falta de minerais. Absorção intestinal de ferro: A quantidade que eu absorvo de ferro da minha dieta depende da necessidade do meu organismo. Se o organismo estiver repleto de ferro, haverá absorção de somente: ▪ 10% de ferro inorgânico. ▪ 30% heme. O ferro depende muito da sua biodisponibilidade presente nos alimentos. É um engano achar que aumentar a ingesta de feijão supre essa deficiência de ferro, visto que apesar de o feijão ter ferro em sua composição há também altas quantidades de fitato, o que prejudica essa biodisponibilidade. Temos na alimentação outras substâncias que junto à dieta podem melhorar a absorção de ferro inorgânico ou piorar. O ferro heme tem um receptor próprio dele e não precisa de outras substâncias para ajudar o ferro a entrar na célula. ➔ Aumenta a absorção: O que de fato aumenta a absorção é vitamina C, ferro ligado ao heme (carne, derivados de produtos animais) e legumes (sem fitatos). Normalmente a refeição mais rica em ferro é o almoço e o que ajudaria muito a aumentar essa absorção é após o almoço ingerir um suco de alguma fruta que contenha vitamina C e que tenha sido feito na hora. ➔ Inibir a absorção: O que pode inibir essa absorção é após uma alimentação rica em ferro fazer a ingesta de alimentos ricos em cálcio, ingesta de café, chá preto ou fitatos. Causas de deficiência de ferro: É importante saber que se tem causas de deficiência de ferro que variam de acordo com a faixa etária. A doença celíaca pode estar presente em cerca de 5% de anemia por deficiência de ferro, sendo essa uma das causas mais comuns nos quadros iniciais da doença celíaca. Assim, pacientes refratários à reposição com ferro devem-se investigar a doença celíaca. Diferentes etiologias que variam com a faixa etária: ➔ Crianças e lactentes: Tem como causa mais comum uma dieta pobre em ferro, consumo excessivo de leite de vaca e perda por enteropatia associada ao leite ou parasitas. Logo, está altamente relacionado com a alimentação, ➔ Mulher em idade adulta: A principal causa tende a ser perda menstrual, consumo insuficiente ou gravidez/lactação visto que há um gasto de ferro muito maior, sendo comum desenvolver anemia ferropriva nessa fase. ➔ Homem jovem ou idosos: Se dá em razão de uma deficiência de absorção como a doença celíaca ou está perdendo sangue por lesões presentes no TGI. Logo, a depender da faixa etária, é feito o direcionamento para as causas mais comuns. 3 5º SEMESTRE 2021.2 – UNIFTC HEMATOLOGIA JULIANA OLIVEIRA Estágios da anemia: Analisa-se como está o estoque de ferro e como funciona a cinética do ferro quando diante de um quadro de anemia. Quando o estoque de ferro começa a cair o valor da hemoglobina ainda se sustenta, no entanto, quando esse estoque está zerado, ou seja, ferritina < 30, tem-se hemoglobina baixa. Logo, para desenvolver anemia, o estoque de ferro precisa estar consumido. O VCM é normal e começa a ficar microcítico quando o estoque se esvair. A ferritina sérica vai estar baixa desde o começo, logo,é um excelente marcador para mostrar a anemia ferropriva no início. Nesse sentido, não se deve esperar que um paciente com deficiência de ferro manifeste inicialmente uma anemia, pois, primeiro a ferritina vai cair para só depois haver manifestação através da queda de hemoglobina e VCM, caracterizando o quadro de anemia. O TIBIC é a capacidade total de ligação de ferro e mede a quantidade de molécula de transferrina que está livre. Quanto maior a escassez de ferro no organismo, menor a saturação da transferrina, mais moléculas de transferrina livre e maior a capacidade total de ligação de ferro, por isso que na anemia ferropriva o TIBIC está aumentado, diferente da anemia das doenças crônicas, visto que apesar de ter ferro suficiente ele está retido nas células. A saturação de transferrina vai cair, mas em uma fase mais avançada da perda de ferro. Quadro clínico: Pode variar desde pacientes assintomáticos até pacientes aqueles que desenvolvem a síndrome de pica que é a pagofagia, a qual consiste no hábito que o paciente tem de consumir coisas que não são alimentos, como gelo, telha, terra, etc, sendo uma perversão do apetite, de modo que apesar do pouco ferro disponível, há um excesso de receptores, assim, qualquer quantidade ingerida chegará até as minhas células. No exame físico o paciente pode apresentar: ▪ Coiloníquia ou unha em formato de colher. ▪ Estomatite. ▪ Glossite ou língua lisa. ▪ Palidez muco cutânea. É importante questionar acerca da síndrome anêmica, a qual consiste no desenvolvimento de sintomas em razão da não sustentação daquele nível de anemia, passando a apresentar dispneia a esforços, intolerância à exercícios, taquicardia, palpitação, descompensação de suficiência cardíaca. Como investigar esse paciente? Deve-se solicitar inicialmente hemograma e reticulócitos. Além do hemograma e dos reticulócitos, é importante avaliar a cinética do ferro, solicitando ferro sérico, ferritina, saturação de transferrina e transferrina/TBIC. Nesse sentido, quando esse paciente apresentar anemia ferropriva, haverá um padrão, sendo ele: ▪ VCM e CHCM baixos: Hipocrômica e microcítica ▪ RDW elevado: Apresenta uma grande variação. ▪ Plaquetas elevadas: Tem como principal causa trombocitemia essencial e inflamação. ▪ Ferro sérico, ferritina e saturação de transferrina (baixos). ▪ Transferrina/TIBIC (altos). É importante se atentar as limitações dos exames ao solicitar a cinética do ferro p.ex: ➔ Ferritina: aumenta em inflamação. Sem inflamação: <30. Com inflamação: Ferropenia se <100 e saturação <20. Pcte em diálise: <200 ➔ Ferro sérico e TIBIC: Oscilam muito com a dieta e ritmo circadiano. ➔ Transferrina: É um marcador de estado nutricional, logo, pacientes desnutridos podem ter transferrina baixa, mas não necessariamente o ferro estará baixo. Atenção! ▪ Nunca esquecer de solicitar EDA e colonoscopia em homens e pacientes idosos que se apresentam com anemia ferropriva → CA gastrointestinal? ▪ Atenção a sangramento não detectado. ▪ Se indefinido deve-se realizar o teste terapêutico, oferecendo o sulfato ferroso, se a dosagem de ferro subir de fato há uma deficiência de ferro e é necessário investigar. Casos refratários à terapia: Inicialmente é extremamente necessário descartar sangramento oculto e posterior a isso investigar doença celíaca e gastrite atrófica. 4 5º SEMESTRE 2021.2 – UNIFTC HEMATOLOGIA JULIANA OLIVEIRA ▪ Marcadores de doença celíaca: Anti transflutaminase IgA, anti-endomísio IgA → O diagnóstico da doença celíaca se dá principalmente por biópsia do intestino, mas os marcadores auxiliam. ▪ Marcadores de gastrite atrófica: Gastrina sérica, anti-célula parietal, anti-fator intrínseco → Os marcadores permitem fechar o diagnóstico. Quando a situação é refratária à reposição de ferro deve-se pensar em duas coisas: 1. Ou o paciente não fez o tratamento de forma adequada. 2. Ou ele tem algo que impede a absorção como um CA com úlcera sangrando, doença celíaca, gastrite atrófica, multinfecção por h. pylori. Como tratar? ➔ Deve-se estimar o déficit de ferro se IV: [Peso do paciente x (hb ideal – hb atual) x 2,4] + 500. ➔ No dia a dia: ▪ Repor 100 a 200 mg de ferro elementar por dia → analise a quantidade de ferro elementar presente nos cps. ▪ 3 a 6 mg/kg em crianças. ▪ Quantidade de ferro dividido em 3 tomadas: 30 min antes do café da manhã, almoço e jantar, visto que o ácido estimula a absorção. ▪ Quanto menor a quantidade, melhor a absorção → 65mg de ferro elementar. ▪ É importante orientar o paciente sobre os possíveis efeitos adversos e orientar para que ele utilize o medicamento de forma intercalada (dia sim dia não), a fim de reduzir os efeitos adversos e aumentar a absorção. ▪ Se possível deve-se associar a ingesta de ferro associado a sucos cítricos, visto que a vitamina C auxilia no processo de vitamina C. Deve-se manter a suplementação por 3 meses no mínimo. A ferritina deve estar > 30 e a saturação > 20. ANEMIA MEGALOBLÁSTICA Consiste em tudo o que impede o ciclo da metionina, logo, ao dizer “anemia megaloblástica” deve-se especificar a causa: vitamina B12, ácido fólico ou por medicação. VITAMINA B12 A vitamina B12 é muito bem absorvida, assim, na deficiência de vitamina B12 e ácido fólico deve-se pensar em problemas de absorção diretamente. A vitamina B12 faz parte do ciclo da metionina, ou seja, os ácidos nucleicos para serem sintetizados precisam tanto do ácido fólico quanto da vitamina B12. Logo, essa deficiência é muito mais grave. Qual o perfil dessa anemia? ▪ Tem-se macrocitose. ▪ Reticulocitopenia → hipoproliferativa. ▪ Neutrófilos hipersegmentados (6 lóbulos ou mais) e pancitopenia. Processo de absorção: A absorção da vitamina B12 ocorre no íleo terminal, assim, sempre que há deficiência de B12 deve-se pensar principalmente em um mecanismo de absorção prejudicado, visto que raramente ocorre a deficiência desse. Para que se desenvolva anemia megaloblástica por deficiência de B12, são necessários pelo menos 4 a 5 anos depois do possível prejuízo na absorção, visto que a B12 é estocada em grandes quantidades, durando anos. É muito comum que os paciente que realizam cirurgia bariátrica tenham seu íleo retirado e não fazem a reposição de B12. Causas: Pensar em B12 em um paciente que não foi submetido à cirurgia bariátrica, é indicativo de anemia perniciosa, na qual, o paciente desenvolve auto anticorpos contra o fator intrínseco, se liga a vitamina B12 no estômago e leva a B12 diretamente para ser absorvida no íleo e contra as células parietais, assim, sem fator intrínseco não tem como absorver B12. Se o paciente já foi submetido à cirurgia bariátrica há chance de anemia megaloblástica em decorrência da remoção do íleo. Além dessas causas já mencionadas pode-se ter a idade como fator de risco, tênias presentes no sushi e dietas. 5 5º SEMESTRE 2021.2 – UNIFTC HEMATOLOGIA JULIANA OLIVEIRA Como se manifesta? A anemia megaloblástica por deficiência de B12 é uma anemia macrocítica, no entanto, nem sempre a anemia estará presente. O quadro pode ser aberto com questões neurológicas, que vão desde alterações neuropsiquiátricas até alterações de condução nervosa nos cornos posterior e lateral da medula, podendo ocasionar parestesia, instabilidade na marcha, fraqueza muscular, anorexia e diarreia. Logo, as queixas neurológicas podem preceder a anemia, sendo muito importante estar atento para isso esolicitar a dosagem de B12. As manifestações neurológicas podem ser centrais e periféricas. Se não houver reposição da vitamina B12 e as manifestações neurológicas ocorrerem recorrentemente, elas podem se tornar permanentes. ➔ Achados laboratoriais: ▪ Anemia macrocítica VCM > 120 ▪ A deficiência de B12 leva a uma deficiência na produção de ácidos nucléicos, assim, as minhas células são destruídas na própria medula, sendo chamada de hematopoiese ineficaz. → Células destruídas na medula elevam LDH e bilirrubina indireta. ▪ Reticulocitopenia → exclui diagnóstico de AH, exceto por uma anemia hemolítica associada a alguma deficiência. ▪ Pancitopenia. Atenção! Na anemia hemolítica também temos uma elevação de LDH e bilirrubina indireta, no entanto, uma forma de diferenciar a anemia hemolítica da anemia megaloblástica é através dos reticulócitos, visto que na AH os reticulócitos estão altos, portanto, devemos sempre solicitá-los nesse processo de diferenciação. Diagnóstico: É muito importante interpretar o laboratório quando solicitado a dosagem de vitamina B12, visto que existem valores de referência que colocam como limite B12 de 180 a 200, no entanto, na hematologia considera-se o valor ideal de vitamina B12 > 300, se for abaixo disso deve-se repor e observar se o paciente melhora. Se o valor de B12 for < 200, é muito provável que se tenha uma deficiência de B12. Contudo, é importante estar ciente que é possível ter deficiência de B12 com valores altos. Pacientes com anemia perniciosa pode-se ter níveis tão elevados de anticorpos que ele acaba reagindo de forma cruzada com a B12 e ao pedir a dosagem está alta em razão de um erro laboratorial, de forma que os anticorpos também foram contados. Não há padrão ouro, assim, em caso de dúvida deve-se realizar o teste terapêutico. Se houver melhora, o diagnóstico é considerado. Há alguns testes que são mais sensíveis para a deficiência de B12, visto que são os intermediários da mesma, sendo eles o ácido metilmalônico e homocisteína. Além de mais sensíveis se elevam antes da B12 atingir o limite inferior, mas são extremamente caros. Tratamento: Existem diversos mecanismos e terapias. Quando iniciada a reposição de B12, dá-se preferência sempre a via parenteral, visto que a maioria das causas de deficiência de B12 é um problema de absorção, é importante lançar essa vitamina na corrente sanguínea. Assim, deficiência de B12 normalmente pede que se faça reposição parenteral. Como fazer? ▪ 1000 ug/dia ou 01 ampola por 1 semana. ▪ 1x/semana por 4 semanas. ▪ 1x ao mês ou menos frequente, começando a espaçar para ver se o paciente tolera. O excesso dessa vitamina é liberado na urina, logo, não há tanto risco. Quando a reposição de qualquer vitamina é iniciada tem-se um pico de reticulócitos em cerca de 1 semana, o hemograma e VCM normalizam em cerca de 2 a 3 meses e as queixas neurológicas podem demorar cerca de 3 a 12 meses para regularizar e, a depender do tempo sem repor, podem nem melhorar. ÁCIDO FÓLICO Deficiência de ácido folato: É mais rara, pois, o ácido fólico é absorvido bem e p.ex. uma folha de alface fornece uma boa quantidade de ácido fólico. Assim, é mais comum ver deficiência de folato em pacientes que tem inibição da absorção através de doenças do intestino como doença de chron ou doença celíaca. Caso não haja causas intestinais, deve-se pensar em uma dieta BEM pobre em vegetais e frutas ou alcoolismo. Ao contrário da B12 que leva anos para se manifestar após a deficiência, o folato é bem mais rápido, podendo se desenvolver em meses. A dose fica em torno de 400 ug/dia e sua absorção ocorre no jejuno. Diagnóstico: A quantidade de folato precisa ser < 2 ng/mL. 6 5º SEMESTRE 2021.2 – UNIFTC HEMATOLOGIA JULIANA OLIVEIRA Promove o aumento de homocisteína, mas não de ácido metilmalônico. Atenção! Na deficiência de B12 há o aumento de homocisteína e ácido metilmalônico, no entanto, na deficiência de ácido fólico há aumento apenas da homocisteína, ajuda no diagnóstico. Tratamento: Consiste na oferta de um comprimido por dia (1 a 5 mg/dia) por cerca de 4 meses. ANEMIA MICROCÍTICA (importante) Deve-se pensar se esse paciente tem talassemia, deficiência de ferro, anemia sideroblástica ou anemia de doença crônica para fazer o diagnóstico diferencial. Atenção! ▪ Anemia microcítica com TIBIC elevado → Anemia ferropriva. ▪ Anemia microcítica com TIBIC baixo e ferritina alta (ferro retido na célula) → Anemia de doença crônica. ANEMIA MACROCÍTICA (importante) Deve-se pensar: ▪ VCM alto: Deficiência de B12 ▪ VCM baixo: Deficiência de B12, deficiência de ácido fólico, medicações como quimioterápicas ou síndrome mielodisplásica, hipotireoidismo, doença hepática ou alcoolismo. As megaloblásticas são macrocíticas.
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