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Filosofia_VOLUME1

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Prévia do material em texto

Caro aluno 
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em pe-
ríodo integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos 
de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto 
contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de 
material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A 
seguir, apresentamos cada seção:
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidadosa 
seleção de conteúdos multimídia para complementar o repertório 
do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreensão, com 
indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc. Tudo isso é en-
contrado em subcategorias que facilitam o aprofundamento nos 
temas estudados – há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até 
sugestões de aplicativos que facilitam os estudos, com conteúdos 
essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica, 
em uma seleção realizada com finos critérios para apurar ainda mais 
o conhecimento do nosso aluno.
multimídia
Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu 
distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreensão 
de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos temas 
para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. Para 
evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida 
a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma 
preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações entre 
aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato em 
seu dia a dia.
vivenciando
Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao 
fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o 
aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas 
na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm, 
a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de 
Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são 
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva 
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia. 
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a 
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resolvê-
-las com tranquilidade.
áreas de conhecimento do Enem
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, cria-
mos para os nossos alunos o máximo de recursos para orientá-los 
em suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de Ideias”, para aque-
les que aprendem visualmente os conteúdos e processos por meio 
de esquemas cognitivos, mapas mentais e fluxogramas.
Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo 
da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos 
principais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a organiza-
ção dos estudos e até a resolução dos exercícios.
diagrama de ideias
Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é ela-
borada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que trata 
de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares atuais não 
exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos 
conteúdos de cada área, de cada disciplina.
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abrangem 
conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como Bio-
logia e Química, História e Geografia, Biologia e Matemática, entre 
outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato com essa realidade 
por meio de explicações que relacionam a aula do dia com aulas 
de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizan-
do temas da atualidade. Assim, o aluno consegue entender que 
cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz parte de uma 
grande engrenagem no mundo em que ele vive.
conexão entre disciplinas
Herlan Fellini
De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol-
vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos 
principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo 
o território nacional.
incidência do tema nas principais provas
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção 
tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques-
tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com-
pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas 
que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua-
dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados 
e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno 
que vai se dedicar à rotina intensa de estudos.
teoria
Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem 
parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compilados, 
deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e comenta-
dos, fazendo com que aquilo que pareça abstrato e de difícil com-
preensão torne-se mais acessível e de bom entendimento aos olhos 
do aluno. Por meio dessas resoluções, é possível rever, a qualquer 
momento, as explicações dadas em sala de aula.
aplicação do conteúdo
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2020
Todos os direitos reservados.
Autor
Márcio Cavalcanti de Andrade
Diretor-geral
Herlan Fellini
Diretor editorial
Pedro Tadeu Vader Batista 
Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta
Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica 
Hexag Sistema de Ensino
Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva
Projeto gráfico e capa
Raphael Campos Silva
Imagens
Freepik (https://www.freepik.com)
Shutterstock (https://www.shutterstock.com)
ISBN: 978-65-88825-05-1
Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo 
o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à dis-
posição para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos 
direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não repre-
sentando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.
2020
Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino.
Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP
CEP: 04043-300
Telefone: (11) 3259-5005
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SUMÁRIO
ENTRE PENSAMENTOS: FILOSOFIA
Aula 1: Introdução à Filosofia grega 6
Aula 2: Filosofia de Atenas 13
Aula 3: Mito da caverna 18
Aula 4: Aristóteles 24
Aula 5: Filosofia medieval 30
Aula 6: Filosofia política 37
Aula 7: Filosofia moderna 44
Aula 8: Racionalistas 51
Aula 9: Empirismo 57
Aula 10: Iluminismo francês 65
Aula 11: Rousseau 72
Aula 12: Iluminismo alemão 79
Aula 13: O dever kantiano 86
Aula 14: Tempestade e ímpeto 92
Aula 15: Hegel 98
Aula 16: Utilitaristas 104
Aula 17: Materialismo filosófico 112
Aula 18: Schopenhauer 118
Aula 19: Nietzsche 124
Aula 20: Filosofia da Ciência 130
Aula 21: Fenomenologia do Conhecimento 135
Aula 22: Existencialismo 142
Aula 23: Escola de Frankfurt 149
Aula 24: Habermas 156
Aula 25: Hannah Arendt 162
Aula 26: A filosofia e o poder 167
Competência 1 – Compreender os elementos culturais que constituem as identidades.
H1 Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura.
H2 Analisar a produção da memória pelas sociedades humanas.
H3 Associar as manifestações culturais do presente aos seus processos históricos
H4 Compararpontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspecto da cultura.
H5 Identificar as manifestações ou representações da diversidade do patrimônio cultural e artístico em diferentes sociedades.
Competência 2 – Compreender as transformações dos espaços geográficos como produto das relações socioeconômicas e culturais de 
poder.
H6 Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.
H7 Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder entre as nações.
H8 Analisar a ação dos estados nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos populacionais e no enfrentamento de problemas de ordem econômico-social.
H9 Comparar o significado histórico-geográfico das organizações políticas e socioeconômicas em escala local, regional ou mundial
H10
Reconhecer a dinâmica da organização dos movimentos sociais e a importância da participação da coletividade na transformação da realidade 
histórico-geográfica.
Competência 3 – Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes 
grupos, conflitos e movimentos sociais.
H11 Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço.
H12 Analisar o papel da justiça como instituição na organização das sociedades.
H13 Analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para mudanças ou rupturas em processos de disputa pelo poder.
H14
Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos analíticos e interpretativos, sobre situação ou fatos de natureza histórico-geográfica acerca 
das instituições sociais, políticas e econômicas.
H15 Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais ao longo da história.
Competência 4 – Entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos processos de produção, no desenvolvimento do 
conhecimento e na vida social.
H16 Identificar registros sobre o papel das técnicas e tecnologias na organização do trabalho e/ou da vida social.
H17 Analisar fatores que explicam o impacto das novas tecnologias no processo de territorialização da produção.
H18 Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações sócio-espaciais.
H19 Reconhecer as transformações técnicas e tecnológicas que determinam as várias formas de uso e apropriação dos espaços rural e urbano.
H20 Selecionar argumentos favoráveis ou contrários às modificações impostas pelas novas tecnologias à vida social e ao mundo do trabalho.
Competência 5 – Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da democracia, fa-
vorecendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade.
H21 Identificar o papel dos meios de comunicação na construção da vida social.
H22 Analisar as lutas sociais e conquistas obtidas no que se refere às mudanças nas legislações ou nas políticas públicas.
H23 Analisar a importância dos valores éticos na estruturação política das sociedades. 
H24 Relacionar cidadania e democracia na organização das sociedades.
H25 Identificar estratégias que promovam formas de inclusão social.
Competência 6 – Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas interações no espaço em diferentes contextos históricos e 
geográficos.
H26 Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana com a paisagem.
H27 Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando em consideração aspectos históricos e (ou) geográficos.
H28 Relacionar o uso das tecnologias com os impactos sócio-ambientais em diferentes contextos histórico-geográficos.
H29 Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico, relacionando-os com as mudanças provocadas pelas ações humanas.
H30 Avaliar as relações entre preservação e degradação da vida no planeta nas diferentes escalas.
 FILOSOFIA: Incidência do tema nas principais provas
UFMG
A prova trata a Filosofia com um olhar 
independente, não relacionando com História. 
O seu enfoque é relacionar teorias e correntes 
filosóficas associadas ou contrárias.
 
A prova possui uma abordagem filosófica 
direcionada para os temas da redação, de 
modo que os pensadores podem auxiliar no 
processo de desenvolvimento dos argumen-
tos dos candidatos.
A prova apresenta uma relação da Filosofia 
com a História. Diante disso, o candidato 
precisa relacionar as transformações histó-
ricas em conjunto com as teorias 
filosóficas.
A prova cobra a disciplina de Filosofia de 
forma indireta nas temáticas de redação.
A prova é direcionada para a prática da Medi-
cina. Assim, a Filosofia é cobrada de maneira 
indireta, como a ética no campo médico, prin-
cipalmente nos temas de redação, que podem 
auxiliar os candidatos a elaborarem melhor os 
seus argumentos nas redações.
A prova cobra a disciplina de Filosofia de 
forma indireta nas temáticas de redação.
A prova direciona diretamente para Filosofia, 
com conceitos da história da Filosofia, e 
é abordada de forma direta na prova de 
conhecimentos específicos conceitos 
filosóficos.
A prova contém interdisciplinaridade nas 
Ciências Humanas, com poucas questões 
diretas na área da Filosofia, tendo preferência 
por questões temáticas.
A abordagem do vestibular da USP é inter-
disciplinar, de forma que a Filosofia é tratada 
mais como um alicerce para a compreensão 
da realidade.
A prova não direciona diretamente para a 
Filosofia.
A prova não aborda a Filosofia. A prova não aborda a Filosofia.
A prova cobra a disciplina de Filosofia de 
forma indireta nas temáticas de redação.
A prova é apresentada conforme seu edital 
específico, na qual são relacionados alguns 
livros ou trechos de obras de filósofos.
A prova trata a Filosofia com um olhar espe-
cífico, possuindo um edital diferenciado com 
autores específicos.
6
O mundo helenístico se beneficiou do momento histórico, 
quando as cidades-Estados na Grécia antiga eram prós-
peros centros comerciais e culturais. Desse modo, favore-
ceu-se o desenvolvimento do pensamento humano, isto 
é, ocorreu a supremacia do logos, que significa “palavra”, 
“discurso”, “razão”.
Mapa do Mundo helenístico
Vista do partenon, teMplo dedicado à deusa atena, 
construído no século V a.c., na acrópole de atenas
1. Período Pré-socrático 
ou cosmológico
Sendo uma explicação racional e sistemática diante da ori-
gem e da transformação da Natureza, a cosmologia nega 
que as coisas tenham surgido do nada, pois a própria 
Natureza está em transformação. Os pensadores desse 
período tiveram a preocupação de compreender a physis, 
ou seja, os aspectos da Natureza ou da nossa realidade, 
que se encontra em movimento. Assim, o termo filósofo 
significa “investigador da Natureza”.
1.1. Tales de Mileto (624-546 a.C.)
Tales é um famoso matemático, mas pouco se conhece 
sobre seus escritos, pois muitos se perderam ao longo do 
tempo. Ele foi o primeiro a afirmar que a água era a origem 
de todas as coisas, sendo a fonte originária de explicação 
da physis. Infelizmente, só temos interpretação de outros 
filósofos perante o seu pensamento.
Tales, o fundador de tal filosofia, diz ser água [o princípio] 
(é por este motivo também que ele declarou que a terra 
está sobre água), levado sem dúvida a esta concepção por 
ver que o alimento de todas as coisas é úmido, e que o 
próprio quente dele procede e dele vive (ora, aquilo de que 
Os pré-socráticos
Uma breve explicação dos primeiros pensa-
dores da Grécia antiga
Fonte: Youtube
multimídia: vídeo
 Introdução à FIlosoFIa grega
CompetênCias: 1, 2, 3, 4 e 5 Habilidades:
1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 
10, 11, 12, 13, 15, 16, 
20, 22, 23, 24 e 25
AULA
1
7
De sua vida pouco se sabe. Foi-lhe atribuída a confecção de 
um mapa do mundo habitado. Anaximandro foi o primeiro 
a formular o conceito de uma lei universal presidindo o pro-
cesso cósmico total, numa clara ampliação da visão de Tales.
1.3. Heráclito de Éfeso (540-470 a.C.)Heráclito preocupou-se com a questão da transformação, 
ou seja, da physis, e por sua forma tão concisa de escrita, 
ganhou o cognome de “o Obscuro”. A base de seu pensa-
as coisas vêm é, para todos, o seu princípio). Por tal ob-
servar adotou esta concepção, e pelo fato de as sementes 
de todas as coisas terem a natureza úmida; e a água é o 
princípio da natureza para as coisas úmidas.
aristóteles 
MetaFísica, 1, 3. 983b (dK 11 a 12)
1.2. Anaximandro (610-547 a.C.)
Introdução à história da Filosofia
CHAUÍ, Marilena. São Paulo: Companhia das 
Letras, 2002.
No primeiro volume desenvolvido pela filóso-
fa brasileira Marilena Chauí, é apresentada, 
de forma didática, a filosofia dos primeiros 
pensadores na Grécia antiga.
Fonte: Youtube
multimídia: livro
mento consiste no caráter transitório e mutável das coisas 
– para explicar esse pensamento, emerge a metáfora que 
“não podemos nos banhar no mesmo rio duas vezes”.
Nos mesmos rios entramos e não entramos. Somos e 
não somos.
herÁclito
Tudo muda
Guilherme Souza. Creio em ti (2016).
Fonte: Youtube
multimídia: música
A sabedoria grega (III): Heráclito
Giorgio Colli. São Paulo: Paulus, 2013.
Nessa obra bilíngue, idealizada pelo professor 
Giorgio Colli, são apresentados todos os frag-
mentos associados ao filósofo Heráclito, para 
compreendermos na sua plenitude a filosofia 
do pensador de Éfeso.
multimídia: livro
8
1.4. Parmênides de Eleia (530-460 a.C.)
O filósofo Parmênides concentrou seu pensamento no imo-
bilismo universal, indo contra o mobilismo de Heráclito. Seu 
único trabalho conhecido foi um poema intitulado “Sobre a 
Natureza”, que sobreviveu apenas na forma de fragmentos.
Segundo Parmênides, o ser era uno, indivisível, pleno e 
eterno, de modo que não há espaço para o não ser. Visto 
que, para o pensador, as coisas não surgiram do nada, isto 
é, tudo que existe sempre existiu.
Parmênides parece, neste ponto, raciocinar com mais penetração. 
Julgando que fora do ser o não ser nada é, forçosamente admite 
que só uma coisa é, a saber, o ser, e nenhuma outra.
aristóteles
MetaFísica, 1, 5. 986b 18 (dK 28 a 24)
1.5. Empédocles (490-430 a.C.)
Empédocles foi um filósofo da cidade de Agrigento, na Si-
cília, e seu pensamento consistia em que as coisas eram 
constituídas por quatro elementos: fogo, terra, água e ar.
Ele observa que o amor e o ódio aproximam e afastam 
os indivíduos, caracterizando-os como forças antagônicas 
cósmicas. Isso quer dizer que o semelhante atrai o seme-
lhante e o dessemelhante repulsa o dessemelhante, num 
movimento eterno – assim, ao se ter harmonia, o amor 
prevalece e, caso tenha desequilíbrio, o ódio está atuando. 
Diante disso, o filósofo inaugura o pluralismo, que orienta 
e ordena a Natureza; não mais um único elemento, como 
pensavam os outros filósofos.
Este (Empédocles) estabelece quatro elementos corporais, 
fogo, ar, água e terra, que são eternos e que mudam au-
mentando e diminuindo mediante mistura e separação; mas 
os princípios propriamente ditos, pelos quais aqueles são 
movidos, são o Amor e o Ódio. Pois é preciso que os elemen-
tos permaneçam alternadamente em movimento, sendo ora 
misturados pelo Amor, ora separados pelo Ódio.
aristóteles
MetaFísica, 1, 3. 984a 8 (dK 31 a 28)
1.6. Demócrito (460-370 a.C.)
Filósofo nascido na cidade de Mileto ou Abdera, Demócrito 
foi o maior expoente do atomismo. Segundo seu pensa-
mento, tudo o que existe na physis, ou seja, na Natureza, 
é composto por átomos, que eram partículas indivisíveis e 
eternas. Seu método foi a observação.
Demócrito é o primeiro que excluiu rigorosamente todo ele-
mento mítico. E o primeiro racionalista.
nietZsche
o nasciMento da FilosoFia na época da tragédia grega. Vol. XiX.
Os pré-socráticos
Coleção “Os pensadores”. São Paulo: Abril, 
1999.
Nessa compilação de textos dos primeiros fi-
lósofos da Grécia antiga, temos uma percep-
ção das teorias desses pensadores.
multimídia: livro
9
DIAGRAMA DE IDEIAS
TALES
TUDO É ÁGUA
HERÁCLITO
TUDO FLUI
PARMÊNIDES
O SER É OU
O SER NÃO É
OS PRIMEIROS 
PENSADORES NA 
GRÉCIA ANTIGA
SÃO 
INVESTIGADORES DA 
NATUREZA (PHYSIS)
BUSCAM EXPLICAR 
OS FENÔMENOS DA 
NATUREZA COM 
UMA ÚNICA 
DEFINIÇÃO
DE UMA FORMA 
ONTOLÓGICA E 
COSMOLÓGICA
EMPÉDOCLES
A MISTURA DOS 
ELEMENTOS 
FORMAM A 
PHYSIS
DEMÓCRITO
TUDO É 
COMPOSTO 
POR ÁTOMOS
FILOSOFIA
PRÉ-SOCRÁTICA
10
Aplicando para 
Aprender (A.P.A.)
1. (Unifesp) “Vamos, vou dizer-te – eu tu escuta e fixa o 
relato que ouviste quais os únicos caminhos de investi-
gação que há para pensar: um que é, que não é para não 
ser. é caminho de confiança (pois acompanha a realida-
de); o outro que não, que tem de não ser, esse te indico 
ser caminho em tudo ignoto, pois não poderá conhecer 
o não ser, não é possível, nem indicá-lo [...]”
parMÊnides. da natureZa. são paulo: loYola, 2002.
Com base no fragmento, o autor:
a) faz um contraponto em relação aos pensamentos de 
Heráclito, no qual contradiz a teoria de que tudo está em 
uma constância perpétua de movimento e mudanças.
b) faz um contraponto em relação aos pensamentos 
do não ser, pois ser pode não ser, possibilitando o 
conhecimento do não se conhecer.
c) defende a teoria de que tudo está em uma cons-
tância perpétua de movimento e mudanças.
d) fundamenta que o ser, somente pode ser o que é, entre-
tanto, pode possibilitar o conhecimento da realidade através 
do que não se sabe, fomentando o conhecimento do não ser.
e) faz um contraponto a não identidade, pois o ser é 
impossível de saber ou compreender o que o constitui.
2. (Enem) Na antiga Grécia, o teatro tratou de questões 
como destino, castigo e justiça. Muitos gregos sabiam 
de cor inúmeros versos das peças dos seus grandes au-
tores. Na Inglaterra dos séculos XVI e XVII, Shakespeare 
produziu peças nas quais temas como o amor, o poder, 
o bem e o mal foram tratados.
Nessas peças, os grandes personagens falavam em ver-
so e os demais em prosa. No Brasil colonial, os índios 
aprenderam com os jesuítas a representar peças de 
caráter religioso. Esses fatos são exemplos de que, em 
diferentes tempos e situações, o teatro é uma forma de
a) manipulação do povo pelo poder.
b) diversão e de expressão dos valores e problemas da 
sociedade.
c) entretenimento popular.
d) manipulação do povo pelos intelectuais que com-
põem as peças.
e) entretenimento, que foi superada e hoje é substitu-
ída pela televisão.
3. Em relação ao fenômeno religioso e à história do de-
senvolvimento do homem, é correto afirmar que:
a) a manifestação do sagrado envolve os aspectos 
religiosos, que precedem a razão.
b) a razão possibilitou o desenvolvimento da religião.
c) o sagrado é invenção para apenas conduzir as massas.
d) o discurso racional criou a religião.
e) a moral é inata ao âmago do homem e precede ao fenô-
meno do sagrado, que está coligado à estrutura religiosa.
4. (UEL) Há, porém, algo de fundamentalmente novo 
na maneira como os gregos puseram a serviço do seu 
problema último – da origem e essência das coisas – 
as observações empíricas que receberam do Oriente 
e enriqueceram com as suas próprias, bem como no 
modo de submeter ao pensamento teórico e casual 
o reino dos mitos, fundado na observação das reali-
dades aparentes do mundo sensível: os mitos sobre o 
nascimento do mundo.
Jaeger, W. paideia. 3. ed. são paulo: Martins Fontes, 1995, p. 197.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a relação 
entre mito e filosofia na Grécia, é correto afirmar:
a) Filosofia e mito sempre mantiveram uma relação de 
interdependência, uma vez que o pensamento filosófico 
necessita do mito para se expressar.
b) Apesar de ser pensamento racional, a filosofia se desvin-
cula dos mitos, de forma gradual.
c) A filosofia representa uma ruptura radical em relação aos 
mitos, representando uma nova forma de pensamento ple-
namente racional, desde as suas origens.
d) Em que pese ser considerada como criação dos gregos, 
a filosofia se origina no Oriente sob o influxo da religião e 
apenas posteriormente chega à Grécia.
e) O mitojá era filosofia, uma vez que buscava respostas para 
problemas que até hoje são objetos da pesquisa filosófica.
5. (UEL) De onde vem o mundo? De onde vem o univer-
so? Tudo o que existe tem que ter um começo. Portanto, 
em algum momento, o universo também tinha de ter 
surgido a partir de uma outra coisa. Mas, se o universo 
de repente tivesse surgido de alguma outra coisa, en-
tão essa outra coisa também devia ter surgido de algu-
ma outra coisa algum dia.
Sofia entendeu que só tinha transferido o problema de 
lugar. Afinal de contas, algum dia, alguma coisa tinha de 
ter surgido do nada. Existe uma substância básica a partir 
da qual tudo é feito? A grande questão para os primeiros 
filósofos não era saber como tudo surgiu do nada. O que 
os instigava era saber como a água podia se transformar 
em peixes vivos, ou como a terra sem vida podia se trans-
formar em árvores frondosas ou flores multicoloridas.
gaarder, J. o Mundo de soFia. são paulo: coMpanhia 
das letras, 1995. p. 43-44 (adaptado).
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o surgi-
mento da Filosofia, assinale a alternativa correta.
a) Os pensadores pré-socráticos explicavam os fenômenos 
e as transformações da natureza e porque a vida é como 
é, tendo como limitador e princípio de verdade irrefutável 
as histórias contadas acerca do mundo dos deuses.
b) Os primeiros filósofos da natureza tinham a con-
vicção de que havia alguma substância básica, uma 
causa oculta que estava por trás de todas as transfor-
mações na natureza e, a partir da observação, busca-
vam descobrir leis naturais que fossem eternas.
c) Os teóricos da natureza, que desenvolveram seus siste-
mas de pensamento por volta do século VI a.C., partiram 
da ideia unânime de que a água era o princípio original 
do mundo por sua enorme capacidade de transformação.
11
d) A filosofia da natureza nascente adotou a imagem 
homérica do mundo e reforçou o antropomorfismo do 
mundo dos deuses em detrimento de uma explicação 
natural e regular acerca dos primeiros princípios que ori-
ginam todas as coisas.
e) Para os pensadores jônicos da natureza – Tales, 
Anaxímenes e Heráclito –, há um princípio originário 
único denominado “o ilimitado”, que é a reprodução 
da aparência sensível que os olhos humanos podem 
observar no nascimento e na degeneração das coisas.
6. (UEAP) (...) que é e que não é possível que não seja,/ é 
a vereda da Persuasão (porque acompanha a Verdade); 
o outro diz que não é e que é preciso que não seja,/ eu 
te digo que esta é uma vereda em que nada se pode 
aprender. De fato, não poderias conhecer o que não é, 
porque tal não é fatível./ nem poderia expressá-lo.
nicola, ubaldo. antologia ilustrada de 
FilosoFia. são paulo: globo, 2005.
O texto anterior expressa o pensamento de qual filósofo?
a) Aristóteles, que estabelecia a distinção entre o 
mundo sensível e o inteligível.
b) Heráclito de Éfeso, que afirmava a unidade entre 
pensamento e realidade.
c) Tales de Mileto, que afirmava ser a água o princípio 
de todas as coisas.
d) Parmênides de Eleia, que afirmava a imutabilidade 
de todas as coisas e a unidade entre ser e pensar, ser 
e conhecimento.
e) Protágoras, que afirmava que o homem é a medida 
de todas as coisas, que o ser é e o não ser não é.
7. (Unicentro) Leia o fragmento de um texto pré-socrático.
“Ainda outra coisa te direi. Não há nascimento para ne-
nhuma das coisas mortais, como não há fim na morte 
funesta, mas somente composição e dissociação dos ele-
mentos compostos: nascimento não é mais do que um 
nome usado pelos homens.”
eMpédocles. apud aranha; Martins. FilosoFando: 
introdução à FilosoFia. 3. ed. são paulo: Moderna, 2006, p. 86.
A respeito da relação entre mythos e logos (razão) no 
início da filosofia grega, analise as assertivas e assinale 
a alternativa que aponta as corretas.
I. O fragmento acima denota a “luta de forças” opostas 
na massa dos membros humanos, que ora unem-se pelo 
amor – no início todos os membros que atingiram a corpo-
reidade da vida florescente –, ora
divididos pela força da discórdia, erram separados nas li-
nhas da vida. Assim ocorre também com todos os outros 
seres na natureza.
II. A verdade filosófica apresenta-se no pensamento 
de Empédocles através de uma estrutura lógica muito 
distante da “verdade” expressa nos relatos míticos dos 
gregos arcaicos.
III. Nascimento e morte, no texto de Empédocles, são apre-
sentados por meio de representações míticas que o filóso-
fo retira de uma tradição religiosa presente ainda em seu 
tempo. Essas imagens, consequentemente, se transpõem, 
sem deixarem de ser místicas, em uma filosofia que quer 
captar a verdadeira essência da realidade física.
IV. O fragmento denota continuidade do pensamento mí-
tico no início da filosofia, pois estão presentes ainda o uso 
de certas estruturas comuns de explicação.
a) Apenas II, III e IV estão corretas.
b) Apenas I, III e IV estão corretas.
c) Apenas I e II estão corretas.
d) Apenas I e IV estão corretas.
e) Apenas I, II e IV estão corretas.
8. A filosofia ocidental teve início com os pensadores an-
teriores a Sócrates, por isso chamados de pré-socráticos, 
dos quais a maioria viveu em colônias gregas distantes 
de Atenas. Sobre esses pensadores, pode-se dizer:
a) Com os pré-socráticos, a filosofia se constitui numa ci-
ência particular, e não mais no estudo da realidade total.
b) A mitologia tradicional grega fazia parte das suas 
doutrinas.
c) Pitágoras e os seus discípulos dedicaram-se ao es-
tudo da política e recusaram a interferência da mate-
mática no estudo da cosmologia.
d) Heráclito defendeu a ideia de permanência subs-
tancial e constante do ser, contra a noção de devir.
e) Os naturalistas, ou fisiólogos da Jônia, dedicavam-se, 
sobretudo, ao estudo do cosmo, e muitos deles busca-
vam o princípio constitutivo do mundo em algum de 
seus elementos: ar, água, terra, ou fogo.
9. (UFU) Heráclito de Éfeso viveu entre os séculos VI e 
V a.C. e sua doutrina, apesar de criticada pela filosofia 
clássica, foi resgatada por Hegel, que recuperou sua im-
portante contribuição para a dialética. Os dois fragmen-
tos a seguir nos apresentam este pensamento.
“Este mundo, igual para todos, nenhum dos deuses e nenhum 
dos homens o fez; sempre foi, é e será um fogo eternamente 
vivo, acendendo-se e apagando-se conforme a medida.”
“Para as almas, morrer é transformar-se em água; para a 
água, morrer é transformar-se em terra. Da terra, contudo, 
forma-se a água, e da água a alma.”
De acordo com o pensamento de Heráclito, marque a 
alternativa incorreta.
a) As doutrinas de Heráclito e de Parmênides estão 
em perfeito acordo sobre a imutabilidade do ser.
b) Para Heráclito, a ideia de que “tudo flui” significa 
que nada permanece fixo e imóvel.
c) Heráclito desenvolve a ideia da harmonia dos con-
trários, isto é, a permanente conciliação dos opostos.
d) A expressão “devir” é adequada para compreen-
dermos a doutrina de Heráclito.
10. (UFU) O fragmento seguinte é atribuído a Heráclito 
de Éfeso.
12
“O mesmo é em (nós?) vivo e morto, desperto e dormindo, 
novo e velho; pois estes, tombados além, são aqueles e 
aqueles de novo, tombados além, são estes”.
os pré-socrÁticos. 1. ed. são paulo: abril cultural. 1973, p. 93.
A partir do fragmento citado, escolha a alternativa que 
melhor representa o pensamento de Heráclito.
a) Não existe a noção de “oposto” no pensamento de 
Heráclito, pois todas as coisas constituem um único 
processo de mudança que expressa a concórdia e a 
harmonia do “fluxo” contínuo da natureza.
b) A equivalência de estados contrários com “o 
mesmo” exprime a alternância harmônica de polos 
opostos, pela qual um estado é transposto no outro, 
numa sucessão mútua, como o dia e a noite. Todas as 
Coisas são “Um”, toda a multiplicidade dos opostos 
constitui uma unidade, e todos os seres estão num 
fluxo eterno de sucessão de opostos em guerra.
c) Se o morto é vivo, o velho é novo e o dormente 
é desperto, então não existe o múltiplo, mas apenas 
o como verdade profunda do mundo. A unidadepri-
mordial é a própria realidade da physis e a multiplici-
dade, apenas aparência.
d) A alternância entre polos opostos constitui um fluxo 
eterno, regido pela “guerra” e pela “discórdia”, que 
ocorre sem qualquer medida e proporção. A guerra entre 
contrários evidencia que a physis é caótica e denota o 
fato de que o pensamento de Heráclito é irracionalista.
11. Os fragmentos abaixo representam três temas 
fundamentais que configuram o pensamento de 
Heráclito de Éfeso.
“O deus é dia noite, inverno verão, guerra paz, saciedade 
fome; mas se alterna como fogo, quando se mistura a in-
censos, e se denomina segundo o gosto de cada.”
“Por fogo se trocam todas (as coisas) e fogo por todas, tal 
como por ouro mercadorias e por mercadorias ouro.”
os pré-socrÁticos. são paulo: abril cultural, 1973, 
p. 85 e 87. coleção “os pensadores”.
A partir das citações acima:
a) explicite quais são esses temas; e
b) comente cada um deles, de modo a caracterizar a 
filosofia de Heráclito.
gabarito
1-A; 2-B; 3-A; 4-B; 5-B; 6-D; 7-A; 8-E; 9-A; 10-B
11.a) O eterno devir (fluxo); a luta dos contrários (opostos); 
o fogo (símbolo da filosofia heraclitiana e do logos).
b) De acordo com Heráclito, tudo está em eterno devir, 
toda a realidade é um processo constante de mudanças, 
em que nada, a não ser a própria mudança, permanece. 
A luta entre os contrários é o que mantém o eterno fluxo 
de todas as coisas, fazendo, através da luta dos opostos, 
com que nada seja igual ao que foi antes. No entanto, a 
mudança não é caótica, pois há uma lei que rege o fluxo 
eterno de todas as coisas, esta lei é o logos, que, segundo 
Heráclito, percebe como unidade aquilo que se apresenta 
como multiplicidade. A unidade dada e percebida pelo 
logos é uma unidade de tensões opostas que provoca 
a harmonia. Finalmente, Heráclito afirma que o fogo é o 
símbolo de sua filosofia, pois representa como o funda-
mento e princípio (arché) de todas as coisas.
13
A cidade-Estado de Atenas tornou-se um centro cultural, 
feito este ocorrido no século de Péricles, época de maior 
florescimento da democracia ateniense. Com o controle de 
quaisquer ataques de outras cidades, Atenas se favoreceu 
econômica e culturalmente, desenvolvendo a Filosofia.
1. sofismo
Com o crescimento da polis grega, surgiu uma prática 
educacional, em que os seus integrantes eram chamados 
de sofistas, sábios que vendiam o conhecimento, mas di-
recionavam esse conhecimento conforme as suas próprias 
convicções. Os principais sofistas foram Protágoras de Ab-
dera (490-421 a.C.), Górgias de Leontinos (487-380 a.C.), 
Pródico de Creos (465-395 a.C.), dentre outros. Apresenta-
vam-se como mestres da oratória, de modo que, para eles, 
era possível ensinar as técnicas de oratórias e da persuasão 
para qualquer cidadão. Devido a isso, muitos jovens procu-
ravam os sofistas para alcançarem status na cidade, onde 
o logos era elemento fundamental. Afinal, numa cidade 
democrática, o cidadão precisava saber falar e ser capaz de 
persuadir os outros com o auxílio das palavras.
parthenon
1.1. Sócrates (469-399 a.C.)
O filósofo ateniense foi um dos maiores críticos à prática 
do sofismo, pelo direcionamento da verdade pelo sofista, 
além de discordar que eram filósofos, visto que não investi-
gavam nada, só reproduziam fatos. Sócrates foi um marco 
na história da Filosofia, por modificar a investigação do 
pensamento, pretendendo direcionar para uma análise do 
indivíduo, e não mais para a compreensão da physis.
1.2. Dialética socrática
O método de investigação desenvolvido por Sócrates, co-
nhecido como dialética, consistia em alcançar a verdade 
por meio do diálogo. O objetivo dessa dialética era desmas-
carar a falsa sabedoria, chegando a um conhecimento da 
natureza do homem.
Dessa maneira, Sócrates dialogava com o intuito de justi-
ficar os conhecimentos, as virtudes ou as habilidades que 
lhe eram atribuídos. Com os seus diálogos, ele acabava 
fazendo com que o interlocutor expressasse suas opini-
ões, utilizando-se de questionamentos. O resultado dessas 
conversas era apresentar a fragilidade das opiniões alheias. 
Apesar de sua postura questionadora, Sócrates propagava 
que era o cidadão mais ignorante da Grécia e, mediante 
isso, era necessário aprender com os outros, de forma que 
lhe foi atribuído a frase “só sei que nada sei”. Por conta de 
suas conversas, realizadas nas praças públicas de Atenas, 
junto ao seu modo de investigação, Sócrates questionava 
os vícios e a corrupção na cidade grega.
4 Lições de Platão / Filosofia #1
Esse vídeo questiona: quem foi o filósofo gre-
go Platão; quais são as lições platônicas mais 
importantes e qual a sua relevância na atua-
lidade; o que é eudaimonia; e como vencer a 
mediocridade e ser feliz.
Fonte: Youtube
multimídia: vídeo
 FIlosoFIa de atenas
CompetênCias: 1, 2, 3, 4 e 5 Habilidades:
1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 
10, 11, 12, 13, 15, 16, 
20, 22, 23, 24 e 25
AULA
2
14
Acabou sendo preso, com o pretexto de ofender os deu-
ses da cidade e corromper a juventude – esse momento é 
contado na obra Apologia de Sócrates, do filósofo Platão. 
Foi condenado à morte tomando um cálice de cicuta, um 
veneno extraído da planta conium maculatum.
“La mort de Socrate”
Pintura de Jacques-Louis David (1787)
A figura de Sócrates é bem mítica, pois nada escreveu em 
vida. Tudo o que sabemos dele é derivado dos relatos de 
seu discípulo mais famoso, o filósofo Platão, e de Aristófa-
nes, um dramaturgo grego que ridicularizava a figura de 
Sócrates contra os sofistas.
1.3. Das aparências ao mundo das ideias
Com o pensador ateniense Platão (428-354 a.C.), a Filo-
sofia ganhou uma característica epistemológica. Após a 
morte de seu mestre, Platão fundou a Academia, um re-
cinto onde se discutiam diversos temas, da Matemática, 
passando pela Astronomia e até a Música. Na Academia, 
o conhecimento deveria ser baseado numa episteme, ou 
seja, numa ciência, com o intuito de ultrapassar o plano 
instável da opinião. Logo na entrada desse recinto, existia 
um escrito:
“Que aqui não entre quem não souber geometria.”
Esta frase tinha uma definida intenção de valorização da 
ciência, que se iniciava na Grécia, mas também, uma forma 
de afastar os críticos que poderiam ter alguma intenção 
negativa aos seus métodos filosóficos.
1.4. Reminiscência
Segundo o filósofo grego, o ato de conhecer as coisas signifi-
ca, necessariamente, o ato de lembrar, sustentando a hipóte-
se da reminiscência, contida no diálogo Ménon. Nesse diálo-
go, Sócrates demonstra que, através de um escravo, o homem 
só precisa recordar as coisas que sua alma um dia aprendeu. 
Sócrates: o homem que perguntava (parte 1)
Sócrates nasceu em Atenas, provavelmente 
no ano de 470 a.C., e tornou-se um dos prin-
cipais pensadores da Grécia antiga. Podemos 
afirmar que Sócrates fundou o que conhece-
mos hoje por Filosofia ocidental.
Fonte: Youtube
multimídia: vídeo
Consciência de Sócrates - José Ribeiro
Fonte: Youtube
multimídia: música
Sócrates (1971)
Com direção do italiano Roberto Rossellini, 
esta produção europeia é a cinebiografia do 
filósofo Sócrates, em especial seu julgamento 
e sua condenação à morte.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
15
Nesse momento, Platão salienta que a alma é eterna.
Para o filósofo Platão, a concepção de mimesis significa “imi-
tação”. Nesse momento, o pensador faz uma separação do 
conhecimento e da arte, pautando a filosofia como o conhe-
cimento baseado na verdade, enquanto a arte se postula na 
reprodução, na imitação, de modo a construir uma posição 
de superioridade e inferioridade entre esses elementos.
Sócrates: (...) ora, diz-me: aprender não é tornar-se mais 
sábio acerca daquilo que se aprende?
Teeteto: Como não?
Sócrates: E é pela sabedoria, eu penso, que os sábios são sábios.
Teeteto: Sim.
Sócrates: E isto difere em algo do conhecimento?
Teeteto: Isto o quê?
Sócrates: A sabedoria. Ou será que os que conhecem tais 
coisas não são sábios?
Teeteto: Como não?
Sócrates: Então são o mesmo, o conhecimento e a sabedoria?Teeteto: Sim.
platão
DIAGRAMA DE IDEIAS
UM MODO DE
INVESTIGAÇÃO
MAIÊUTICA
QUESTIONA 
OS VÍCIOS E A 
CORRUPÇÃO
É PRECISO 
COMPREENDER 
O INDIVÍDUO
É CONDENADO
À MORTE
SÓCRATES
CRÍTICO AOS
SOFISTAS
O CONHECIMENTO
É EPISTEME
PLATÃO
FUNDA A 
ACADEMIA
TUDO SABEMOS,
SÓ PRECISAMOS
RELEMBRAR
ATO DA
REMINISCÊNCIA
A FILOSOFIA 
DE ATENAS
16
teeteto. 1903. [145d-e]
aplicando para 
Aprender (A.P.A.)
1. O surgimento da Filosofia entre os gregos está asso-
ciado à passagem do pensamento mítico ao pensamen-
to racional. A grande preocupação nesse momento era 
com questões:
a) à história.
b) à tristeza humana.
c) ao cosmo.
d) à religião.
e) à política.
2. Sócrates inaugurou o período clássico da filosofia gre-
ga, também chamado de período antropológico. O pro-
blema do conhecimento passou a ser uma problemática 
central na filosofia socrática, pois “a briga” de Sócrates 
com os sofistas tinha por objetivo resgatar o amor pela 
sabedoria e a valorização pela busca da verdade. Nesse 
contexto, Sócrates inaugurou seu método que se funda-
mentava em dois princípios básicos, que são:
a) a indução e a dedução das verdades lógicas.
b) a doxa e o logos convergindo para o conceito racional.
c) a ironia e a maiêutica enquanto caminhos para 
conhecer a verdade através do autoconhecimento 
(conhecer-te a ti mesmo).
d) o diálogo e a dúvida dialética.
e) a amizade e a justiça social.
3. (UFU) A relação entre mito e filosofia é objeto de po-
lêmica entre muitos estudiosos ainda hoje. Para alguns, 
a filosofia nasceu da ruptura com o pensamento mítico 
(teoria do “milagre grego”); para outros, houve uma 
continuidade entre mito e filosofia, ou seja, de alguma 
forma os mitos continuaram presentes – seja como for-
ma, seja como conteúdo – no pensamento filosófico.
A partir destas informações, assinale a alternativa que 
não contenha um exemplo de pensamento mítico no 
pensamento filosófico.
a) Parmênides afirma: “Em primeiro lugar, criou (a di-
vindade do nascimento ou do amor) entre todos os 
deuses, a Eros (...)”.
b) Platão propõe algumas teses, como a teoria da re-
miniscência e a transmigração das almas.
c) Heráclito afirma: “As almas aspiram o aroma do Hades”.
d) Aristóteles divide a ciência em três ramos: o teoré-
tico, o prático e o poético.
4. (PUC) Leia os enunciados abaixo a respeito do pensa-
mento filosófico de Sócrates.
I. O texto “Apologia de Sócrates”, cujo autor é Platão, 
apresenta a defesa de Sócrates diante das acusações 
dos atenienses, especialmente os sofistas, entre os 
quais está Meleto.
II. Sócrates dispensa a ironia como método para re-
futar as acusações e calúnias sofridas no processo de 
seu julgamento.
III. Entre as acusações que Sócrates recebe, está a de “cor-
romper a juventude”.
IV. Sócrates é acusado de ensinar as coisas celestes e ter-
renas, a não acreditar nos deuses e a tornar mais forte a 
razão mais débil.
V. Sócrates nega que seus acusadores são ambiciosos e 
resolutos e, em grande número, falam de forma persuasiva 
e persistente contra ele.
Assinale a alternativa que apresenta apenas as afirmativas 
corretas.
a) II, IV e V.
b) I, III e IV.
c) I, III e V.
d) II, III e V.
e) I, II e III.
5. (Unicamp) Apenas a procriação de filhos legítimos, 
embora essencial, não justifica a escolha da esposa. As 
ambições políticas e as necessidades econômicas que 
as subentendem exercem um papel igualmente podero-
so. Como demonstraram inúmeros estudos, os dirigen-
tes atenienses casam-se entre si, e geralmente com o 
parente mais próximo possível, isto é, primos coirmãos. 
É sintomático que os autores antigos que nos informam 
sobre o casamento de homens políticos atenienses omi-
tam os nomes das mulheres desposadas, mas nunca o 
nome do seu pai ou do seu marido precedente.
corbin, alain; et al. história da Virilidade. 
Vol. 1. petrópolis: VoZes, 2014, p. 62.
Considerando o texto e a situação da mulher na Atenas 
clássica, podemos afirmar que se trata de uma sociedade:
a) na qual o casamento também tem implicações po-
líticas e sociais.
b) que, por ser democrática, dá uma atenção especial 
aos direitos da mulher.
c) em que o amor é o critério principal para a forma-
ção de casais da elite.
d) em que o direito da mulher se sobrepõe ao interes-
se político e social.
6. (UEA) “O sofista” é um diálogo de Platão do qual par-
ticipam Sócrates, um estrangeiro e outros personagens. 
Logo no início do diálogo, Sócrates pergunta ao estran-
geiro a que método ele gostaria de recorrer para definir 
o que é um sofista.
Sócrates: Mas dize-nos [se] preferes desenvolver toda a 
tese que queres demonstrar, numa longa exposição ou em-
pregar o método interrogativo?
Estrangeiro: Com um parceiro assim agradável e dócil, 
Sócrates, o método mais fácil é esse mesmo; com um in-
terlocutor. Do contrário, valeria mais a pena argumentar 
apenas para si mesmo.
platão. “o soFista”. 1970 (adaptado).
17
É correto afirmar que o interlocutor de Sócrates escolheu, 
do ponto de vista metodológico, adotar:
a) a maiêutica, que pressupõe a contraposição dos 
argumentos.
b) a dialética, que une numa síntese final as teses dos 
contendores.
c) o empirismo, que acredita ser possível chegar ao 
saber por meio dos sentidos.
d) o apriorismo, que funda a eficácia da razão huma-
na na prova de existência de Deus.
e) o dualismo, que resulta no ceticismo sobre a possi-
bilidade do saber humano.
7. (UFU) O diálogo socrático de Platão é obra baseada 
em um sucesso histórico: no fato de Sócrates ministrar 
os seus ensinamentos sob a forma de perguntas e res-
postas. Sócrates considerava o diálogo como a forma 
por excelência do exercício filosófico e o único caminho 
para chegarmos a alguma verdade legítima.
De acordo com a doutrina socrática:
a) a busca pela essência do bem está vinculada a uma 
visão antropocêntrica da filosofia.
b) é a natureza, o cosmos, a base firme da especulação 
filosófica.
c) o exame antropológico deriva da impossibilidade do 
autoconhecimento e é, portanto, de natureza sofística.
d) a impossibilidade de responder (aporia) aos dilemas hu-
manos é sanada pelo homem, medida de todas as coisas.
8. (Unicamp) A sabedoria de Sócrates, filósofo ateniense 
que viveu no século V a.C., encontra o seu ponto de par-
tida na afirmação “sei que nada sei”, registrada na obra 
Apologia de Sócrates. A frase foi uma resposta aos que 
afirmavam que ele era o mais sábio dos homens. Após 
interrogar artesãos, políticos e poetas, Sócrates chegou 
à conclusão de que ele se diferenciava dos demais por 
reconhecer a sua própria ignorância. O “sei que nada sei” 
é um ponto de partida para a Filosofia, pois:
a) aquele que se reconhece como ignorante torna-se 
mais sábio por querer adquirir conhecimentos.
b) é um exercício de humildade diante da cultura dos 
sábios do passado, uma vez que a função da Filosofia 
era reproduzir os ensinamentos dos filósofos gregos.
c) a dúvida é uma condição para o aprendizado e a Fi-
losofia é o saber que estabelece verdades dogmáticas 
a partir de métodos rigorosos.
d) é uma forma de declarar ignorância e permanecer 
distante dos problemas concretos, preocupando-se 
apenas com causas abstratas.
9. (UEL) Para esclarecer o que seja a imitação, na re-
lação entre poesia e o Ser, no Livro X de A República, 
Platão parte da hipótese das ideias, as quais designam 
a unidade na pluralidade, operada pelo pensamento. 
Ele toma como exemplo o carpinteiro que, por sua arte, 
cria uma mesa, tendo presente a ideia de mesa, como 
modelo. Entretanto, o que ele produz é a mesa e não a 
sua ideia. O poeta pertence à mesma categoria: cria um 
mundo de mera aparência.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria das 
ideias de Platão, é correto afirmar:
a) Deus é o criador último da ideia, e o artífice, en-
quanto coparticipante da criação divina, alcança a 
verdadeira causa das coisas, a partir do reflexo da 
ideia ou do simulacro que produz.
b) A participação das coisas às ideias permite admi-
tir as realidades sensíveis como as causas verdadeiras 
acessíveis à razão.
c)Os poetas são imitadores de simulacros e, por in-
termédio da imitação, não alcançam o conhecimento 
das ideias como verdadeiras causas de todas as coisas.
d) As coisas belas se explicam por seus elementos fí-
sicos, como a cor e a figura, e na materialidade deles 
encontram sua verdade: a beleza em si e por si.
e) A alma humana possui a mesma natureza das coi-
sas sensíveis, razão pela qual se torna capaz de co-
nhecê-las como tais na percepção de sua aparência.
10. (FCC) Sócrates é um dos personagens mais conheci-
dos e influentes do pensamento ocidental. Embora não 
tenha deixado nada escrito, suas ideias foram redigidas 
por um de seus discípulos, Platão, que lhe atribui a se-
guinte máxima: “a única coisa que sei é que nada sei”. 
Com essa máxima, Sócrates expressa que o caminho do 
conhecimento
a) é impossível e todo o saber possível é uma ilusão.
b) depende da experiência e não de proposições teóricas.
c) desconsidera a opinião sobre assunto que se ignora.
d) pressupõe dar opinião sobre assunto que se ignora.
e) é limitado porque a razão humana não pode saber 
tudo.
gabarito
1-C; 2-C; 3-D; 4-B; 5-A; 6-A; 7-A; 8-A; 9-C; 10-E
18
1. o mundo das ideias
Platão apresenta que o conhecimento é elaborado quando 
o indivíduo alcança a ideia, rompendo com as aparências, 
enquanto que a opinião nasce da percepção da aparência. 
Nesse instante, o filósofo compreende uma separação en-
tre dois mundos: o mundo inteligível e o mundo sensível.
 § Mundo inteligível: o filósofo encontra os elementos 
com o olhar da ciência.
 § Mundo sensível: o homem vê as coisas não muito 
claramente.
Diante disso, existe um mundo conceitual, onde existem 
as ideias dos elementos que constituem o mundo o qual 
conhecemos. Como exemplo, podemos imaginar um carro 
branco estacionado na esquina; cada indivíduo vai acabar 
elaborando uma ideia fixa desse tal carro branco, algo 
semelhante a uma ideia primária. Desse modo, o mundo 
inteligível (conceitual) existe de uma forma anterior e mais 
efetiva do que no mundo sensível.
Com essa concepção, Platão questiona a realidade do 
mundo sensível, pois esse universo está em constante 
transformação, o que nos leva ao mundo das incertezas.
2. alegoria da caverna
Segundo Platão, o filósofo é o sujeito que consegue enxer-
gar as coisas mais claramente do que as outras pessoas. 
Para ilustrar essa ideia, surge a alegoria da caverna, conti-
do no Livro VII de A República:
Um grupo de pessoas acorrentado numa caverna só vê 
sombras e julga que elas são a realidade.
Um homem consegue escapar das correntes e sai da ca-
verna. Lá fora, ele vê um mundo bem diferente, o mundo 
 MIto da caverna
CompetênCias: 1, 2, 3, 4 e 5 Habilidades:
1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 
10, 11, 12, 13, 15, 16, 
20, 22, 23, 24 e 25
AULA 
3
Matrix (1999)
O filme trata de descrever um futuro distópi-
co na realidade, sendo uma realidade simula-
da, chamada de matrix, que é um sistema de 
computador que manipula a mente das pes-
soas. Na área filosófica, o filme apresenta um 
eixo central baseado na alegoria da caverna.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
19
real. Ele volta à caverna para contar a novidade ao resto 
das pessoas, porém, ofuscado pela luz (da verdade), parece 
abobado. Com isso, os outros prisioneiros não acreditam 
na sua versão maluca e acabam matando o pobre infeliz.
2.1. A felicidade, segundo Platão
Para o filósofo grego Platão, o conceito de felicidade con-
sistia no resultado final de uma vida dedicada a um conhe-
cimento progressivo. Numa valorização pelo conhecimen-
to, Platão vai interligar a felicidade com a ciência.
Dessa maneira, o homem só atingirá a felicidade quando 
abandonar o mundo sensível em direção ao mundo inteli-
gível. Isso ocorre, pois no mundo inteligível estão as ideias 
perfeitas, como a beleza, a coragem, a justiça e a felicidade.
O mito da caverna: Platão
multimídia: vídeo
2.2. Política
Para o filósofo, todos os tipos de governo existentes no 
mundo são degenerados por natureza, pois a sua forma 
original tende a ter uma versão degenerada, como pode-
mos observar abaixo.
Forma original Forma degenerada 
Aristocracia Oligarquia
Monarquia Tirania
Democracia Anarquia
Diante disso, Platão defende que o melhor sistema de gover-
no deveria ser a monarquia, associada com o saber filosófico, 
visto que somente indivíduos que detêm o conhecimento po-
dem efetuar com melhor desempenho para o coletivo, sem 
sofrerem as interferências do pensar e agir particular. Sendo 
assim, os melhores governantes seriam os reis-filósofos.
Platão. Coleção “Os Pensadores”. São Paulo: 
Abril Cultural, 1999. 
Nessa obra, o filósofo ateniense trata de 
diversos temas filosóficos, sociais e políti-
cos, que se demonstram entrelaçados.
multimídia: livro
Sombras da caverna
Dead Fish. Ponto Cego. Desk, 2019
Fonte: Youtube
multimídia: música
Merlí
(Espanha, 2015, Netflix) – temporada 1, episódio 2
O novo professor de Filosofia do Ensino Mé-
dio, Merlí, utiliza de alguns métodos diferen-
tes de ensino, conseguindo abrir a mente de 
seus alunos e trabalhar os preconceitos inter-
nos de cada um.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
20
Sócrates: Vejamos agora o que aconteceria, se se livrassem 
a um tempo das cadeias e do erro em que laboravam. Imag-
inemos um destes cativos desatado, obrigado a levantar-se de 
repente, a volver a cabeça, a andar, a olhar firmemente para a 
luz. Não poderia fazer tudo isso sem grande pena; a luz, sobre 
ser-lhe dolorosa, o deslumbraria, impedindo-lhe de discernir os 
objetos cuja sombra antes via. Que te parece agora que ele 
responderia a quem lhe dissesse que até então só havia visto 
fantasmas, porém que agora, mais perto da realidade e voltado 
para objetos mais reais, via com mais perfeição? Supõe agora 
que, apontando-lhe alguém as figuras que lhe desfilavam ante 
os olhos, o obrigasse a dizer o que eram. Não te parece que, 
na sua grande confusão, se persuadiria de que o que antes via 
era mais real e verdadeiro que os objetos ora contemplados?
Glauco: Sem dúvida nenhuma.
Sócrates: Obrigado a fitar o fogo, não desviaria os olhos do-
loridos para as sombras que poderia ver sem dor? Não as con-
sideraria realmente mais visíveis que os objetos ora mostrados?
Glauco: Certamente.
Sócrates: Se o tirassem depois dali, fazendo-o subir pelo 
caminho áspero e escarpado, para só o liberar quando es-
tivesse lá fora, à plena luz do sol, não é de crer que daria 
gritos lamentosos e brados de cólera? Chegando à luz do 
dia, olhos deslumbrados pelo esplendor ambiente, ser-lhe ia 
possível discernir os objetos que o comum dos homens tem 
por serem reais?
Glauco: A princípio nada veria.
Sócrates: Precisaria de algum tempo para se afazer à clari-
dade da região superior. Primeiramente, só discerniria bem 
as sombras, depois, as imagens dos homens e outros seres 
refletidos nas águas; finalmente erguendo os olhos para a lua 
e as estrelas, contemplaria mais facilmente os astros da noite 
que o pleno resplendor do dia.
platão
a república
DIAGRAMA DE IDEIAS
MITO DA CAVERNA
ALEGORIA 
PARA ILUSTRAR 
QUE POUCOS 
ALCANÇAM O 
MUNDO INTELIGÍVEL
MUNDO DAS IDEIAS
MUNDO INTELIGÍVEL
RAZÃO
MUNDO SENSÍVEL
SOMBRAS
POLÍTICA
TODOS OS TIPOS 
DE GOVERNOS SÃO 
DEGENERADOS 
POR NATUREZA
FORMA
ORIGINAL
FORMA 
DEGENERADA
ARISTOCRACIA OLIGARQUIA
MONARQUIA TIRANIA
DEMOCRACIA ANARQUIA
PLATÃO
21
aplicando para 
Aprender (A.P.A.)
1. (Uncisal) No contexto da Filosofia clássica, Platão e 
Aristóteles possuem lugar de destaque. Suas concep-
ções, que se opõem, mas não se excluem, são ampla-
mente estudadas e debatidas devido à influência que 
exerceram, e ainda exercem, sobre o pensamento oci-
dental. Todavia, é necessário salientar que o produto 
dos seus pensamentos se insere em uma longa tradição 
filosófica que remonta a Parmênides e Heráclito e que 
influenciou, direta ou indiretamente, entre outros, os 
racionalistas, empiristas, Kant e Hegel.
Observando o cerne da filosofia de Platão, assinale nas 
opções abaixo aquela que se identifica corretamente 
comsuas concepções.
a) A dicotomia aristotélica (mundo sensível vs. mundo 
inteligível) se opõe radicalmente às concepções de 
caráter empírico defendidas por Platão.
b) A filosofia platônica é marcada pelo materialismo 
e pragmatismo, afastando-se do misticismo e de con-
ceitos transcendentais.
c) Segundo Platão, a verdade é obtida a partir da 
observação das coisas, por meio da valorização do 
conhecimento sensível.
d) Para Platão, a realidade material e o conhecimento 
sensível são ilusórios.
e) As concepções platônicas negam veementemente 
a validade do inatismo.
2. (Unisc) Nos Livros II e III, Platão, através de Sócrates, 
discute sobre as artes no contexto da educação dos guar-
diães. Já no Livro X, ele trata de vários tipos de práticas 
artísticas, que devem ser consideradas na cidade como um 
todo, não somente nas instituições pedagógicas. Nesse úl-
timo livro, Sócrates é duro ao afirmar que a poesia (imi-
tativa) deve ser inteiramente excluída da cidade (595a).
Em que obra essa recusa de Sócrates está registrada?
a) No diálogo “Banquete”, de Platão, em que Sócra-
tes trata dos diversos tipos de arte.
b) No diálogo “Teeteto”, de Platão, em que Sócra-
tes e esse personagem discutem sobre a natureza da 
arte, especialmente da poesia.
c) No diálogo “Timeu”, de Platão, em que Sócrates 
discorre sobre o tema da arte, reportando-se à natu-
reza da pintura e da poesia.
d) No diálogo “Político”, de Platão, em que Sócrates 
apresenta a arte da política aos cidadãos atenienses.
e) No diálogo “República”, de Platão, no qual Sócrates afir-
ma que a poesia pode levar à corrupção do caráter humano.
3. (Uenp) Platão foi um dos filósofos que mais influen-
ciaram a cultura ocidental. Para ele, a filosofia tem um 
fim prático e é capaz de resolver os grandes problemas 
da vida. Considera a alma humana prisioneira do corpo, 
vivendo como se fosse um peregrino em busca do cami-
nho de casa. Para tanto, deveria transpor os limites do 
corpo e contemplar o inteligível.
Assinale a alternativa correta.
a) A teoria das ideias não pode ser considerada uma 
chave de leitura aplicável a todo pensamento platônico.
b) Como Sócrates, Platão desenvolveu uma ética racio-
nalista que desconsiderava a vontade como elemento 
fundamental entre os motivadores da ação. Ele acredi-
tava que o conhecimento do bem era suficiente para 
motivar a conduta de acordo com essa ideia (agir bem).
c) Platão propõe um modelo de organização política da 
sociedade que pode ser considerado estamental e anti-
democrático. Para ele, o governo não deveria se pautar 
pelo princípio da maioria. As almas têm natureza diver-
sa, de acordo com sua composição, isso faz com que 
os homens devam ser distribuídos de acordo com essa 
natureza, divididos em grupos encarregados do governo, 
do controle e do abastecimento da polis.
d) Platão chamava o conhecimento da verdade de 
doxa e o contrapõe a outra forma de conhecimento 
(inferior) denominada episteme.
e) Para Platão, a essência das coisas é dada a partir 
da análise de suas causas material e final.
4.(UEL) Platão, em A República, tem como objetivo 
principal investigar a natureza da justiça, inerente 
à alma, que, por sua vez, manifesta-se como pro-
tótipo do Estado ideal. Os fundamentos do pensa-
mento ético-político de Platão decorrem de uma 
correlação estrutural com constituição tripartite 
da alma humana. Assim, concebe uma organização 
social ideal que permite assegurar a justiça. Com 
base neste contexto, o foco da crítica às narrativas 
poéticas, nos Livros II e III, recai sobre a cidade e 
o tema fundamental da educação dos governantes. 
No Livro X, na perspectiva da defesa de seu projeto 
ético-político para a cidade fundamentada em um 
logos crítico e reflexivo que redimensiona o papel 
da poesia, o foco desta crítica se desloca para o in-
divíduo ressaltando a relação com a alma, compre-
endida em três partes separadas, segundo Platão: a 
racional, a apetitiva e a irascível.
Com base no texto e na crítica de Platão ao caráter 
mimético das narrativas poéticas e sua relação com a 
alma humana, é correto afirmar:
a) A parte racional da alma humana, considerada superior 
e responsável pela capacidade de pensar, é elevada pela 
natureza mimética da poesia à contemplação do Bem.
b) O uso da mímesis nas narrativas poéticas para controlar 
e dominar a parte irascível da alma é considerado exce-
lente prática propedêutica na formação ética do cidadão.
c) A poesia imitativa, reconhecida como fonte de 
racionalidade e sabedoria, deve ser incorporada ao 
Estado ideal que se pretende fundar.
d) O elemento mimético cultivado pela poesia é jus-
tamente aquele que estimula, na alma humana, os 
elementos irracionais: os instintos e as paixões.
e) A reflexividade crítica presente nos elementos mi-
méticos das narrativas poéticas permite ao indivíduo 
alcançar a visão das coisas como realmente são.
22
5. (Unesp) O que é terrível na escrita é sua semelhança 
com a pintura. As produções da pintura apresentam-
-se como seres vivos, mas se lhes perguntarmos algo, 
mantêm o mais solene silêncio. O mesmo ocorre com os 
escritos: poderíamos imaginar que falam como se pen-
sassem, mas se os interrogarmos sobre o que dizem (...) 
dão a entender somente uma coisa, sempre a mesma 
(...). E quando são maltratados e insultados, injustamen-
te, têm sempre a necessidade do auxílio de seu autor 
porque são incapazes de se defenderem, de assistirem 
a si mesmos.
platão. Fedro ou da beleZa.
Nesse fragmento, Platão compara o texto escrito com 
a pintura, contrapondo-os à sua concepção de filoso-
fia. Assinale a alternativa que permite concluir, com 
apoio do fragmento apresentado, uma das principais 
características do platonismo.
a) Platão constrói o conhecimento filosófico por meio de 
pequenas sentenças com sentido completo, as quais, no 
seu entender, esgotam o conhecimento acerca do mundo.
b) A forma de exposição da filosofia platônica é o 
diálogo, e o conhecimento funda-se no rigor interno 
das argumentações, produzido e comprovado pela 
confrontação dos discursos.
c) O platonismo se vale da oratória política, sem com-
promisso filosófico com a busca da verdade, mas diri-
gida ao convencimento dos governantes das Cidades.
d) A poesia rimada é o veículo de difusão das ideias 
platônicas, sendo a filosofia uma sabedoria alcança-
da na velhice e ensinada pelos mestres aos discípulos.
e) O discurso platônico tem a mesma natureza do dis-
curso religioso, pois o conhecimento filosófico modifi-
ca-se segundo as habilidades e a argúcia dos filósofos.
6. (UFPI) A respeito da cultura grega, leia as sínteses 
filosóficas abaixo.
I. A ciência, a moral e os credos religiosos eram criações 
humanas válidas para determinados grupos sociais em um 
determinado período.
II. Sua principal contribuição filosófica foi a Teoria das 
Ideias, segundo a qual as ideias são a essência dos con-
ceitos e das coisas e, portanto, transcendentes ao homem, 
que delas tem apenas um pálido reflexo.
III. Defendia a existência de um conhecimento estável e 
válido para todos. Sua grande preocupação era o auto-
conhecimento que poderia ser obtido através da ironia 
e da maiêutica.
As sínteses que você acabou de ler podem ser associa-
das, respectivamente, a:
a) Platão, Aristóteles e Sócrates.
b) Platão, sofistas e Aristóteles.
c) Sócrates, sofistas e Platão.
d) sofistas, Platão e Sócrates.
e) Platão, sofistas e Sócrates.
7. (IFSP) – Mas escuta, a ver se eu digo bem. O princípio 
que de entrada estabelecemos que devia observar-se 
em todas as circunstâncias, quando fundamos a cidade, 
esse princípio é, segundo me parece, ou ele ou uma das 
suas formas, a justiça. Ora nós estabelecemos, segundo 
suponho, e repetimo-lo muitas vezes, se bem te lem-
bras, que cada um deve ocupar-se de uma função na ci-
dade, aquela para qual a sua natureza é mais adequada.
platão. a república. 7. ed. lisboa: calouste-gulbenKian, 2001, p. 185.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a con-
cepção platônica de justiça na cidade ideal, assinale a 
alternativacorreta.
a) Para Platão, a cidade ideal é a cidade justa, ou 
seja, a que respeita o princípio de igualdade natural 
entre todos os seres humanos, concedendo a todos os 
indivíduos os mesmos direitos perante a lei.
b) Platão defende que a democracia é fundamento 
essencial para a justiça, uma vez que permite a todos 
os cidadãos o exercício direto do poder.
c) Na cidade ideal platônica, a justiça é o resultado 
natural das ações de cada indivíduo na perseguição 
de seus interesses pessoais, desde que esses interes-
ses também contribuam para o bem comum.
d) Para Platão, a formação de uma cidade justa só é 
possível se cada cidadão executar, da melhor maneira 
possível, a sua função própria, ou seja, se cada um fizer 
bem aquilo que lhe compete, segundo suas aptidões.
e) Platão acredita que a cidade só é justa se cada 
membro do organismo social tiver condições de per-
seguir seus ideais, exercendo funções que promovam 
sua ascensão econômica e social.
8. (UEL) Leia os textos a seguir.
“A arte de imitar está bem longe da verdade, e se executa 
tudo, ao que parece, é pelo fato de atingir apenas uma peque-
na porção de cada coisa, que não passa de uma aparição.”
platão. a república. 7.ed. lisboa: calouste-
gulbenKian, 1993. p. 457 (adaptado).
“O imitar é congênito no homem e os homens se compra-
zem no imitado.”
aristóteles. poética. 4. ed. são paulo: noVa cultural, 
1991. p. 203. coleção “os pensadores” (adaptado).
Com base nos textos, nos conhecimentos sobre estética 
e a questão da mimesis em Platão e Aristóteles, assinale 
a alternativa correta.
a) Para Platão, a obra do artista é cópia de coisas fenomê-
nicas, um exemplo particular e, por isso, algo inadequa-
do e inferior, tanto em relação aos objetos representados 
quanto às ideias universais que os pressupõem.
b) Para Platão, as obras produzidas pelos poetas, 
pintores e escultores representam perfeitamente a 
verdade e a essência do plano inteligível, sendo a ati-
vidade do artista um fazer nobre, imprescindível para 
o engrandecimento da pólis e da filosofia.
c) Na compreensão de Aristóteles, a arte se restrin-
ge à reprodução de objetos existentes, o que veda o 
23
poder do artista de invenção do real e impossibilita 
a função caricatural que a arte poderia assumir ao 
apresentar os modelos de maneira distorcida.
d) Aristóteles concebe a mimesis artística como uma 
atividade que reproduz passivamente a aparência das 
coisas, o que impede ao artista a possibilidade de re-
criação das coisas segundo uma nova dimensão.
e) Aristóteles se opõe à concepção de que a arte é imitação 
e entende que a música, o teatro e a poesia são incapazes 
de provocar um efeito benéfico e purificador no espectador.
9. (Enem)
No centro da imagem, o filósofo Platão é retratado 
apontando para o alto. Esse gesto significa que o co-
nhecimento se encontra em uma instância na qual o 
homem descobre a:
a) suspensão do juízo como reveladora da verdade.
b) realidade inteligível por meio do método dialético.
c) salvação da condição mortal pelo poder de Deus.
d) essência das coisas sensíveis no intelecto divino.
e) ordem intrínseca ao mundo por meio da sensibilidade.
10. (Enem) Trasímaco estava impaciente porque Sócra-
tes e os seus amigos presumiam que a justiça era algo 
real e importante. Trasímaco negava isso. Em seu enten-
der, as pessoas acreditavam no certo e no errado ape-
nas por terem sido ensinadas a obedecer às regras da 
sua sociedade. No entanto, essas regras não passavam 
de invenções humanas.
rachels, J. probleMas da FilosoFia. lisboa: gradiVa, 2009.
O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no diálo-
go A República, de Platão, sustentava que a correlação 
entre justiça e ética é resultado de
a) determinações biológicas impregnadas na natureza 
humana.
b) verdades objetivas com fundamento anterior aos in-
teresses sociais.
c) mandamentos divinos inquestionáveis legados das 
tradições antigas.
d) convenções sociais resultantes de interesses humanos 
contingentes.
e) sentimentos experimentados diante de determinadas 
atitudes humanas.
11. (UFU) Leia o trecho abaixo extraído do diálogo pla-
tônico O banquete.
Eis, com efeito, em que consiste o proceder corretamente 
nos caminhos do amor, ou por outro se deixar conduzir: 
em começar do que aqui é belo e, em vista daquele belo, 
subir sempre, como que servindo-se de degraus, de um só 
para dois e de dois para todos os belos corpos, e dos belos 
corpos para os belos ofícios, e dos ofícios para as belas 
ciências até que das ciências acabe naquela ciência, que de 
nada mais é senão daquele próprio belo, e conheça enfim 
o que em si é belo.
platão. o banquete. são paulo: editora 34, p. 147.
Em conformidade com a teoria platônica das ideias, responda:
a) As afirmações “do que é belo aqui” e “em vista 
daquele belo” designam o quê, respectivamente?
b) Que ciência é esta que se encarrega “daquele pró-
prio belo” e conhece “enfim o que é em si belo”?
gabarito
1-D; 2-E; 3-C; 4-D; 5-B; 6-D; 7-D; 8-A; 9-B; 10-D
11. a) A afirmação “do que é belo aqui” designa o mundo 
sensível ou dos sentidos, aquele caracterizado pela doxa (opi-
nião) e que possui caráter transitório, imperfeito e perecível, 
sendo uma cópia do mundo inteligível ou das ideias. Já a 
afirmação “em vista daquele belo” refere-se ao mundo das 
ideias ou formas, o inteligível, das essências eternas, imutá-
veis e perfeitas.
b) Esta ciência é a dialética. Nesse caso, a dialética significa 
o processo de busca e aquisição do conhecimento verda-
deiro ou o percurso da alma que vai das aparências ou 
“sombras” do mundo sensível até as essências ou formas 
puras do mundo inteligível, culminando na ideia do Bem, a 
mais perfeita e causa de todas as outras.
24
1. aristóteles (384-323 a.c.)
Aristóteles foi o último e mais influente dos grandes filóso-
fos gregos. Nascido em Estagira, atual Grécia, foi mandado 
por seu pai à Academia de Platão, onde permaneceu por 
cerca de 20 anos. Depois, viajou muito e começou a desen-
volver e a sistematizar as suas próprias ideias. Tornou-se o 
crítico mais feroz do pensamento platônico.
Em 343 a.C., Filipe da Macedônia chamou Aristóteles à 
corte e confiou-lhe importante missão: a de educar seu fi-
lho, Alexandre. Durante sete anos, o filósofo encarregou-se 
dessa missão, até a subida do jovem Alexandre ao poder.
O jovem imperador da Macedônia, já ganhando as titula-
ções de senhor do mundo conhecido, mencionou que “Se 
a meu pai devo a minha existência, a meu preceptor devo à 
arte de me saber conduzir. Se governo com alguma glória, 
a ele sou devedor”.
aleXandre, o grande, Foi educado por aristóteles.
Grandes Pensadores: Aristóteles
Aristóteles é considerado o primeiro cientista da História.
Fonte: Youtube
multimídia: vídeo
Com a subida de Alexandre ao poder, Aristóteles retornou 
a Atenas e, em 335 a.C., fundou sua própria escola, o Li-
ceu, que foi muito superior à Academia. Aristóteles ensi-
nava caminhando e, por causa desse hábito, os alunos do 
Liceu ficaram conhecidos como peripatéticos, que significa 
“os que passeiam”.
O filósofo deixou muitos escritos, sendo a maioria tratados 
bem fundamentados. Foi o primeiro a dividir e subdividir áre-
as de investigação, sendo o primeiro a fazer uma classifica-
ção do conhecimento, de modo que versou perante diferen-
tes áreas, como biologia, retórica, lógica, ética, dentre outras.
representação de platão (à esquerda, apontando para 
ciMa) e de aristóteles (que aponta para baiXo)
Ação e Razão – Aristóteles
Marco Zingano, professor da Faculdade de 
Filosofia da USP, trata das origens do concei-
to de razão na filosofia clássica ateniense.
Fonte: Youtube
multimídia: vídeo
 arIstótelesAULA
4
CompetênCias: 1, 2, 3, 4 e 5 Habilidades:
1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 
10, 11, 12, 13, 15, 16, 
20, 22, 23, 24 e 25
25
A crítica para Platão consiste em analisar corretamente os 
fenômenos da natureza, indo além da superficialidade in-
teligível, construindo uma nova concepção de conhecimen-
to. Entre seus textos temos:
 § A Física: a relaçãodos quatro elementos (terra, água, 
ar e fogo) com o planeta Terra. Seus princípios não são 
corretos, de modo que não descrevem nada com exati-
dão. Porém, essas estruturas auxiliaram outros experi-
mentos e tecnologias, com o método científico.
 § A Metafísica: textos compilados que foram batizados 
após a morte do filósofo por seu discípulo, Andrônico 
de Rodes. Aristóteles trata da ciência das causas pri-
meiras do ser enquanto ser geral. O filósofo define qua-
tro causas das coisas:
1. causa formal (a forma da coisa);
2. causa material (matéria de que uma coisa é feita);
3. causa eficiente (a origem da coisa); e
4. causa final (a finalidade do objeto).
Podemos utilizar como exemplo a obra O pensador, do es-
cultor francês Auguste Rodin.
A causa formal é o formato dessa obra, de um homem 
sentado; a causa material é o bronze; a causa eficiente é 
o escultor Rodin; e a causa final é a significação da obra.
 § Ética a Nicômaco: neste texto direcionado ao seu fi-
lho, Nicômaco, Aristóteles apresenta que a ética é algo 
palpável, não sendo um elemento abstrato. Seguindo a 
teoria da justa-medida, ou seja, do equilíbrio, o filósofo 
apresenta que, ao seguirmos esse equilíbrio em nossos 
atos particulares, conseguimos atingir a felicidade, sen-
do que existe uma inclinação para essa finalidade últi-
ma do ser humano. Entretanto, o conceito de felicidade 
varia de indivíduo para indivíduo e de como é sua vida. 
Para o filósofo, existem três tipos de vida:
1. vida dos prazeres: onde o ser se torna refém daquilo 
que deseja;
2. vida política: onde o ser busca a honra pelo conven-
cimento; e
3. vida contemplativa: onde o ser busca os elementos 
dentro de si, o prazer intelectual – essa vida contém a 
essência da felicidade.
 § A Lógica: a lógica não é uma ciência, mas um instrumen-
to para o correto pensar. Aristóteles disse que o bloco de 
construção básico de qualquer argumento era o silogismo; 
constituído por premissas e uma conclusão, desenvolven-
do um primeiro estudo da linguagem de argumentação 
baseada na coerência lógica. Logo, a lógica assim se torna 
uma ferramenta na busca do conhecimento.
Todos os homens são mortais. • premissa 1
Sócrates é mortal. • premissa 2
Logo, Sócrates é mortal. • conclusão
 § Arte Poética: o filósofo, na Poética, examina as formas 
de poesia – epopeia, comédia e tragédia –, que tentam imi-
tar a realidade, porém, de modos diferentes. A poesia é o 
gênero literário que mais se aproxima da filosofia, pois tende 
para o conhecimento do universal, que é o objetivo máximo 
da filosofia.
 § Arte Política: o homem é um animal político – politi-
kón zoón – que vive naturalmente em sociedade. Ao tratar 
do tema em Política, Aristóteles, ao contrário de Platão, não 
se interessa por idealizar uma cidade justa. Ele classifica as 
formas de governo em três: o governo de um só indivíduo 
(monarquia), de alguns (aristocracia) e de todos (democracia). 
Cada um desses regimes políticos apresenta vantagens e des-
vantagens, formas boas e corrompidas. Diante desse estudo, 
Aristóteles não questionou a escravidão e achava as mulheres 
despreparadas para a liberdade e para os direitos políticos.
 § A Arte: o filósofo entende que o Belo é o resultado da jus-
ta-medida, da simetria. Assim, o Belo faz parte do ser humano, 
podendo imitar a natureza, mas também abordar o impossível 
e o inverossímil, podendo completar o que falta na natureza.
Ética a Nicômaco
Aristóteles. São Paulo: Martin Claret, 2008.
Fonte: Youtube
multimídia: vídeo
26
Happiness
Needtobreathe. Hard Love. Atlantic, 2016
A canção questiona as nossas escolhas na busca 
da felicidade.
Fonte: Youtube
multimídia: vídeo
Essas considerações tornam evidente que a cidade é uma 
realidade natural e que o homem é, por natureza, um ani-
mal político (politikón zoón). E aquele que, por natureza 
e não por mero acidente, não faz parte de uma cidade é 
ou um ser degradado ou um ser superior ao homem; ele 
é como aquele a quem Homero censura por ser sem clã, 
sem lei e sem lar; um tal homem é, por natureza, ávido de 
combates, e é como uma peça isolada no jogo de damas. 
É evidente, assim, a razão pela qual o homem é um animal 
político em grau maior que as abelhas ou todos os outros 
animais que vivem reunidos. Dizemos, de fato, que a natu-
reza nada faz em vão, e o homem é o único entre todos os 
animais a possuir o dom da fala. (...) só ele sabe discernir 
o bem e o mal, o justo e o injusto, e os outros sentimentos 
da mesma ordem; ora, é precisamente a posse comum 
desses sentimentos que engendra a família e a cidade.
(...) o homem que é incapaz de viver em comunidade, ou 
que disso não tem necessidade porque basta-se a si pró-
prio, não faz parte de uma cidade e deve ser, portanto, 
um bruto ou um deus.
aristóteles
arte política. liVro i
DIAGRAMA DE IDEIAS
ARISTÓTELES
NOVA CONCEPÇÃO 
DO CONHECIMENTO
• RETÓRICA
• FÍSICA
• METAFÍSICA
• LÓGICA
• POÉTICA
NA BUSCA DO BEM
O SER HUMANO 
PRECISA BUSCAR 
A JUSTA MEDIDA
O EQUILÍBRIO EM 
TODOS OS CAMPOS
27
aplicando para 
Aprender (A.P.A.)
1. (Enem) A felicidade é, portanto, a melhor, a mais no-
bre e a mais aprazível coisa do mundo, e esses atributos 
não devem estar separados como na inscrição existen-
te em Delfos “das coisas, a mais nobre é a mais justa, 
e a melhor é a saúde; porém a mais doce é ter o que 
amamos”. Todos estes atributos estão presentes nas 
mais excelentes atividades, e entre essas a melhor, nós 
a identificamos como felicidade.
aristóteles. a política. são paulo: cia. das letras, 2010.
Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais exce-
lentes atributos, Aristóteles a identifica como
a) a busca por bens materiais e títulos de nobreza.
b) a plenitude espiritual e ascese pessoal.
c) a finalidade das ações e condutas humanas.
d) o conhecimento de verdades imutáveis e perfeitas.
e) a expressão do sucesso individual e reconheci-
mento público.
2. (Enem) Segundo Aristóteles, “na cidade com o me-
lhor conjunto de normas e naquela dotada de homens 
absolutamente justos, os cidadãos não devem viver 
uma vida de trabalho trivial ou de negócios – esses 
tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com as 
qualidades morais –, tampouco devem ser agricultores 
os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável 
ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática 
das atividades políticas”.
Van acKer, t. grécia: a Vida cotidiana na cidade-
estado. são paulo: atual. 1994.
O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, per-
mite compreender que a cidadania
a) possui uma dimensão histórica que deve ser criti-
cada, pois é condenável que os políticos de qualquer 
época fiquem entregues à ociosidade, enquanto o 
resto dos cidadãos tem de trabalhar.
b) era entendida como uma dignidade própria dos 
grupos sociais superiores, fruto de uma concepção 
política profundamente hierarquizada da sociedade.
c) estava vinculada, na Grécia antiga, a uma percep-
ção política democrática, que levava todos os habi-
tantes da polis a participarem da vida cívica.
d) tinha profundas conexões com a justiça, razão pela 
qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado 
às atividades vinculadas aos tribunais.
e) vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles 
que se dedicavam à política e que tinham tempo para 
resolver os problemas da cidade.
3. (Enem) Se, pois, para as coisas que fazemos existe 
um fim que desejamos por ele mesmo e tudo o mais 
é desejado no interesse desse fim; evidentemente tal 
fim será o bem, ou antes, o sumo bem. Mas não terá 
o conhecimento, porventura, grande influência sobre 
essa vida? Se assim é, esforcemo-nos por determinar, 
ainda que em linhas gerais apenas, o que seja ele e 
de qual das ciências ou faculdades constitui o objeto. 
Ninguém duvidará de que o seu estudo pertença à 
arte mais prestigiosa e que mais verdadeiramente se 
pode chamar a arte mestra. Ora, a política mostra 
ser dessa natureza, pois é ela que determina quais as 
ciências que devem ser estudadas num Estado, quais 
são as que cada

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