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CONTROLE DA VOLEMIA E OSMOLARIDADE CONTROLE DA VOLEMIA Define-se volemia como a quantidade de sangue total de um indivíduo. Volemia globular é a quantidade das células sanguíneas, enquanto a volemia plasmática representa o volume de plasma na circulação. O valor da volemia globular para homens é de 30,5 ml/kg e para mulheres é de 23,5 ml/kg. O valor para a volemia plasmática é de 43,5 ml/kg para ambos os sexos e a volemia total tem um valor de 74 ml/kg para homens e 67 ml/kg para mulheres. A manutenção da volemia plasmática, ou apenas volemia, é de fundamental importância. O ganho de água e outros líquidos advém do mecanismo da sede, da água contida nos alimentos e do metabolismo (menor parcela). Ademais, a perda de água se faz pela urina (maior valor), pelas fezes, suor e respiração. O organismo só consegue controlar com eficiência a ingesta oral e a perda renal, assim, os mecanismos renais no controle da volemia se fazem pela excreção de um volume elevado ou diminuído de urina, com uma urina diluída ou concentrada, respectivamente. SECREÇÃO DE ADH PELA NEUROHIPÓFISE A secreção de ADH pela neurohipófise deve-se a: 1) Variações do volume plasmático; 2) Variações da osmolaridade plasmática (principal); 3) Variações da pressão arterial. Outros fatores podem promover estímulos para a sua secreção (náusea, angiotensina II e nicotina) ou inibição (ANP, álcool e bradicinina). Vale ressaltar que, a variação da osmolaridade plasmática menor que 1% já é suficiente para alterar a secreção de ADH, visto que, os osmoceptores hipotalâmicos são altamente sensíveis. Receptores localizados no átrio e em grandes vasos pulmonares são os responsáveis por gerar informações que vão até o hipotálamo das variações de “baixa” pressão e os baroceptores do seio aórtico e carotídeo são responsáveis pelas variações de “alta” pressão, ambos fazendo uma sinapse no tronco cerebral antes de chegar no hipotálamo. MECANISMOS DE CONTROLE DA VOLEMIA O controle da volemia se faz por: 1) Os osmoceptores hipotalâmico controlam a secreção do ADH; 2) O ADH secretado pela neurohipófise age nos TCD e TC renais; 3) O ADH promove a formação dos canais de água (aquaporinas) e permite o fluxo de água dos túbulos renais (TC, principalmente) para o interstício medular renal; 4) O ADH permite a secreção de ureia do TC para o interstício (difusão facilitada) que auxilia na manutenção da osmolaridade medular; 5) A água reabsorvida no TCD e TC segue para a parte ascendente da vasa reta e retorna à circulação. MODO DE AÇÃO DO ADH O ADH liga-se no receptor basolateral da célula do TC denominado de V2 (de vasopressina), ativa a proteína G, que por sua vez, ativa a Adenil ciclase e promove a formação do AMPc, este que ativa a fosfodiesterase, levando a formação da proteína cinase A (PKA) que resulta na inserção de vesículas de canais de água denominadas de aquaporina 2 (AQP2) na membrana apical e, também, no núcleo leva a formação de novas AQP2. As AQP 3 e 4 estão na membrana basal. Beatriz Loureiro O ADH também aumenta a permeabilidade do TC a ureia por meio do sistema AMPc/PKA e está associado à fosforilação dos receptores UT-A1 e UT-A3 (transportadores de ureia), e permite a difusão facilitada da ureia do TC para o interstício. Esta ureia é responsável (40%) para a manutenção do gradiente hiperosmótico da medula renal. Quando a osmolaridade plasmática estiver aumentada, o volume plasmático ou a pressão sanguínea estivem reduzidos, é induzido o mecanismo da sede para repor o volume de água no organismo; a sensação da sede é satisfeita já pelo ato de beber água (ação neural), mesmo antes da água ser absorvida pelo TGI. CONTROLE DA OSMOLARIDADE Define-se osmolaridade plasmática como o número de partículas osmoticamente ativas de um soluto presente em um litro do plasma (solvente). A osmolaridade plasmática é dada pelos íons catiônicos (expressos em mosm/l), sendo estes: • Na+ = 142; • K+ = 4,2; • Ca++ = 1,3; • Mg+ = 0,8. Pelos íons aniônicos: • Cl- = 106; • HCO3- = 24; • H2PO4- = 2. Substâncias osmoticamente ativas não iônicas: • Glicose = 5,6; • Ureia = 4,0; • Proteínas = 1,2; • Outras = 4,6 mosm/l. Cerca de 80% da osmolaridade plasmática é devido ao cloreto de sódio. O valor da osmolaridade do plasma é de 300 mosm/l e a pressão osmótica é de 5,44 mmHg. A osmolaridade e o volume plasmático guardam estreita relação entre si. Se um indivíduo aumentar a ingesta de sal, há aumento da osmolaridade e expansão volêmica (sede). Apesar desta relação, o controle renal do conteúdo de água e sal são distintos e, em partes, independentes. Enquanto o controle do volume de água é regulado pelos níveis circulantes de ADH, o controle da osmolaridade (NaCl) é realizado pelos níveis circulantes aldosterona e do peptídeo natriurético atrial (ANP). ALDOSTERONA É um hormônio esteroide derivado do colesterol, da classe dos mineralocorticoides, produzidos pelas células da zona glomerulosa do córtex da glândula adrenal (ou supra- renal). A sua concentração plasmática é de 5 a 8 ng%, e é transportada nas formas livres no plasma e ligada a proteínas. Efeitos fisiológicos Os efeitos fisiológicos principais da aldosterona são o aumento da reabsorção tubular renal de sódio (o cloreto segue o sódio) e água (por osmose) e secreção de potássio e o íon hidrogênio. A aldosterona é um hormônio que controla a natremia (concentração de sódio no plasma) e a calemia (concentração de potássio no plasma). A potência dos efeitos fisiológicos dos mineralocorticoides são: 1) Aldosterona: 90% dos efeitos (principal); 2) Desoxicorticosterona: 3% dos efeitos; 3) Corticosterona: 7% dos efeitos. Principais estímulos Os principais estímulos para a secreção da aldosterona são os níveis elevados de angiotensina II (e a III discretamente) e de potássio (hipercalemia). A angiotensina II advém do Sistema Renina-Angiotensina- Aldosterona (SRAA) e a elevação de apenas 3 mEq/l na concentração de potássio plasmático aumenta os níveis de aldosterona em cerca de 8 a 10 vezes. A aldosterona é degradada no fígado e excretada parte pela bile e parte pelos rins. A perda total de aldosterona (adrenalectomia) leva a severa depleção de sódio (hiponatremia) e aumento da concentração de potássio (hipercalemia) as quais levam ao óbito entre 3 a 15 dias. Modo de ação da aldosterona Ela apresenta um efeito via núcleo da célula tubular renal, formando as proteínas indutoras (ação genômica) e uma ação mais rápida (ação não genômica), aumentando a permeabilidade ao íon potássio para a sua secreção. A aldosterona, por ser lipossolúvel, vai até o núcleo da célula tubular (via receptores específicos) e induz a formação de proteínas indutoras que irão formar os canais para a reabsorção do sódio. Beatriz Loureiro As proteínas indutoras migram até a membrana apical e cria os canais de sódio que difundem passivamente para a célula tubular e dela para os espaços intercelulares por meio de transporte ativo pela bomba de sódio-potássio ATPase. O K+ é secretado ativamente para o lúmen. O Aparelho Justaglomerular é composto pelas células da mácula densa (no início do TCD, ao lado das arteríolas) e das células justaglomerulares. Variações no fluxo de sódio na mácula densa informa (de forma desconhecida) as células justaglomerulares a produzirem a enzima renina, estocadas em grânulos de secreção e são lançadas na circulação renal. Secreção de renina A secreção de renina deve-se a 3 fatores, sendo estes: 1) Pressão de Perfusão: quando está reduzida é detectada pela arteríola aferente (barorreceptores de alta pressão) e induz a secreção de renina; 2) Ativação dos Nervos Simpáticos: o aumento do tônus do SNS na arteríola aferente e aumenta a secreção de renina; 3) Ação da Mácula Densa: quando a liberação de NaCl pela mácula densa é reduzida, a secreção de renina é aumentada.A renina cliva a molécula de angiotensiogênio (14 aa), formando a angiotensina I, uma molécula com 10 aa, sem efeitos fisiológicos. No entanto, a ação da Enzima Conversora da Angiotensina, a ECA, produzida nos pulmões e um pouco nos rins, tem a capacidade de formar a angiotensina II (8 aa), com muitos efeitos fisiológicos. A angiotensina III (7 aa) aumenta discretamente a secreção de aldosterona. Os efeitos fisiológicos da angiotensina II (muito potentes) são: 1) Estimulação de secreção de aldosterona das supra- renais (principal efeito de ação renal); 2) Vasoconstrição arteriolar acentuada, aumentando a PA; 3) Estimulação da secreção do hormônio antidiurético (ADH); 4) Indução do mecanismo central da sede; 5) Aumento da reabsorção tubular renal de cloreto de sódio. A aldosterona age basicamente no TC pela translocação dos canais de sódio na membrana apical, promovendo a reabsorção do sódio. Como co-transporte, o íon cloreto é reabsorvido passivamente com o sódio, devido ao potencial elétrico. A água segue, por osmose, a reabsorção do cloreto de sódio. Tem-se, então, reabsorção de NaCl sem alteração da osmolaridade plasmática. PEPTÍDEO NATRIURÉTICO ATRIAL (ANP) É um hormônio produzido pelas células atriais do coração, é formado por um anel peptídeo de 17 aa e duas hastes com 11 aa, totalizando 28 aa e apresenta uma meia vida de 2 a 4 minutos. O ANP, também chamado de cardionatrina (antigamente como ANF) determinou a conexão hormonal entre o coração e rim, podendo, assim, o coração ser considerado um órgão endócrino. O estímulo para a secreção de ANP é uma expansão volêmica ou aumento da pressão sanguínea. Os barorreceptores de baixa pressão estão localizados nos átrios e no ventrículo direito e respondem ao estiramento (pelo enchimento cardíaco aumentado). Os peptídeos natriuréticos atuam na regulação da volemia, da osmolaridade e da pressão arterial, promovendo basicamente a natriurese (perda renal de sódio) e, como consequência, do cloreto (e assim do NaCl) e da água, sem variações grandes da osmolaridade. Vale ressaltar que, existe outra molécula semelhante, também produzida no ventrículo direito, chamada de BNP (peptídeo natriurético cerebral), com vida média de 20 minutos. O efeito fisiológico do ANP e do BNP são os mesmos, mas o ANP é mais potente, apesar de menor Beatriz Loureiro concentração plasmática (40 pg/ml) em relação ao BNP (80 pg/ml). Efeitos renais do ANP Os efeitos renais do ANP são: 1) Natriurese (excreção de sódio) e diurese (excreção de água), reduzindo no TC a reabsorção ativa de NaCl e água; 2) Vasodilatação da arteríola aferente e constrição da eferente, com elevação da TGF e da carga filtrada de sódio; 3) Inibição parcial da secreção de renina pelas células do aparelho justaglomerular; 4) Inibição parcial da secreção de angiotensina II (pela redução dos níveis de renina); 5) Inibição parcial da secreção de aldosterona pela supra-renal; 6) Inibição parcial da secreção de ADH pela neurohipófise; 7) Provável secreção de uma molécula pelos rins com efeitos semelhantes ao ANP chamada de urodilatina. As ações renais do ANP se fazem por meio do mensageiro GMPc que inibe os canais ativos de cátions na membrana apical da célula tubular por redução da atividade da bomba de sódio-potássio ATPase, diminuindo a reabsorção ativa de sódio e aumentando, assim, a sua excreção. Efeitos circulatórios Os efeitos circulatórios do ANP são: 1) Vasodilatação venosa e arterial; 2) Inibição dos efeitos constritores da angiotensina II, catecolaminas e endotelina. Efeitos sobre o SNC do ANP Os efeitos sobre o SNC do ANP são: 1) Redução do tônus simpático periférico; 2) Redução do reflexo da sede no hipotálamo; 3) Redução da secreção de ADH pela neurohipófise. Aldosterona: promove a reabsorção renal de sódio (retendo sódio no organismo) ANP (Peptídeo Natriurético Atrial): promove a secreção renal de sódio (eliminando sódio do organismo). Ações renais frente a alterações da volemia e osmolaridade plasmática Resumo MECANISMO DA SEDE Sede é a sensação consciente do indivíduo para buscar a reposição de líquidos no organismo. Este mecanismo ocorre quando há elevação da osmolaridade plasmática (principal), redução volêmica ou pressórica (exemplos: hemorragia ou transpiração excessiva), aspectos sociais e culturais (exemplo: beber numa festa), ou por alguma doença que afete a função renal (exemplo: diabetes insipido). Uma elevação da osmolaridade plasmática de apenas 2 a 3% desencadeia forte sensação de sede, porém, para a mesma intensidade da sensação de sede, a volemia ou pressão arterial pode reduzir de 10 a 15%. O limiar da sede inicia-se em torno de 294 mosm/l e torna-se intenso ao redor de 310 mosm/l. Em um mecanismo de sede normal e livre acesso a água, a osmolaridade é mantida constante apesar de poder existir grandes variações nos mecanismos de formação da urina concentrada. No diabético insipido (incapacidade de secretar o ADH), a ingesta e a excreção de água pode ser até superior a 10 litros/dia, sem alterar a osmolaridade plasmática (o volume de água que “sai” é o mesmo que “entra”). Beatriz Loureiro Os osmoceptores estão localizados no órgão vascular da lâmina terminal (OVLT) e no órgão subfornical (OSF) localizados no hipotálamo. Eles recebem influencias dos receptores de alta e baixa pressão (volemia), dos receptores da orofaringe e do TGI (umidificação das mucosas), níveis de angiotensina II (importante) e ADH, influências do hipotálamo (térmicas e límbicas) e do córtex cerebral (conscientes ou não). Os osmoceptores localizados no órgão vascular da lâmina terminal (OVLT) detectam variação da concentração de sódio, pois a infusão de uma solução hipertônica de cloreto de sódio em animais gera antidiurese, mas a infusão de solução hipertônica de sacarose (ou ureia) suprime esta resposta. A desidratação destes receptores gera potenciais de ação que atingem os núcleos supra- óptico e paraventricular (muito próximos) e estes desencadeiam potenciais de ação para a secreção de ADH da neurohipófise e a sede. O ato de beber água gera impulsos nervosos aferentes de origem na orofaringe que suprime temporariamente a sensação da sede, mesmo antes da absorção do TGI e das correções da osmolaridade e volemia plasmáticas. A ingestão de água também é influenciada por fatores sociais e culturais. DOENÇAS NEFRÓTICAS GLOMERULONEFRITE É uma inflamação e um dano nos capilares glomerulares. A glomerulonefrite começa com acúmulo de complexos antígeno-anticorpos das células glomerulares, com formação lenta de processo inflamatório, espessamento da membrana capilar, invasão de tecido fibroso, com redução acentuada da filtração glomerular (redução do kf) que evolui para a incapacidade de haver a filtração glomerular, apresenta proteinúria, hematúria e edema de extremidades. As causas principais são infecções, doenças vasculares e autoimunes. O tratamento depende da causa primária e inclui correção da hipertensão, administração de antibióticos, corticosteroides e imunossupressores. PIELONEFRITE É uma inflamação do rim, em geral, causada por bactérias. Os sintomas são febre, náuseas, ardor ao urinar, podendo evoluir para insuficiência renal e sepse. Os principais fatores de risco são as infecções recorrentes do trato urinário, relações sexuais de risco e obstrução do ureter; acomete mais mulheres que homens. O tratamento envolve a administração de antibióticos, a ciprofloxacina e, se associado a cálculos renais, uma intervenção cirúrgica pode ser necessária. SÍNDROME NEFRÓTICA Também chamada de nefrose, é uma patologia renal que caracteriza-se por elevação acentuada da permeabilidade capilar glomerular que implica em perda significante de proteínas (proteinúria) que desencadeia hipoproteinemia, edemas, ascite, urina turva e sensação de cansaço. As principaiscausas podem ser a glomeruloesclerose, nefropatia membranosa, lúpus, presença de lesão do glomérulo renal, hepatite B, drogas e câncer. O tratamento foca a origem da doença, como a hipertensão, diabetes ou acidentes tromboembólicos e não há medicação específica. DIABETES INSIPIDO Também grafado como insipitus, é uma doença caracterizada pela redução acentuada na secreção de ADH pela neurohipófise ou resistência dos receptores do ADH nos TCD e TC renais. A Diabetes Insipido (DI) pode ser classificada em 4 tipos, sendo: 1) DI central: dano no hipotálamo (ato cirúrgico, infecções, AVC ou tumor central) que reduz ou anula a secreção de ADH. É o tipo mais frequente; 2) DI nefrogênico: quando há lesão grave renal (nos néfrons); é rara; 3) DI por polidipsia: causada por defeito no mecanismo da sede; 4) DI gestacional: ocorre somente durante a gestação. Seu diagnóstico é feito em função dos níveis circulantes de ADH com restrição da ingesta de água, do volume e osmolaridade plasmática (diurese), ao volume de água ingerido (dispepsia) e a urina não apresentar moléculas de glicose (sem glicosúria). O tratamento se faz com a Beatriz Loureiro administração de doses de desmopressina (um análogo sintético do ADH). INSUFICIÊNCIA RENAL Pode ser classificada em aguda (IRA) ou crônica (IRC), quando os rins deixam de funcionar ou reduzem sua eficiência, apresentando redução da TFG e acúmulo de metabólitos no sangue. As causas mais comuns da IRA são a redução da pressão arterial, bloqueio do trato urinário e síndrome hemolítica-urêmica. As causas da IRC são a hipertensão arterial, nefropatia diabética, síndrome nefrótica e doença renal policística. Os sintomas são a diurese acentuada, edema, náuseas e vômitos, fadiga e uremia. O tratamento, na fase aguda, inclui hemodiálise ou diálise peritoneal e até transplante renal; na fase crônica inclui diuréticos, antibióticos (para prevenir infecções), restrição alimentar (sódio e potássio) e de líquidos. DOENÇA RENAL POLICÍSTICA Também denominada de síndrome renal policística, é uma doença genética que afeta os rins, é hereditária (mutações nos genes PKD1) que leva a formação de vários cistos (tumor benigno com crescimento lento e indolor). Manifesta-se com alterações da função renal, é uma doença sistêmica que pode acometer outros órgãos (fígado e pâncreas). Está relacionado à imunidade do paciente e os leucócitos contribuem para a lesão tecidual, devido à produção de mediadores inflamatórios e relacionam-se com os genes dos receptores de citocinas. Os sintomas são a hipertensão arterial, cansaço, dor lombar, hematúria e infecções do trato urinário. O diagnóstico é feito por ultrassom e não há tratamento específico para a doença, só a redução dos sintomas. NEFRITE INTERSTICIAL É caracterizada por uma inflamação renal com lesão nos túbulos renais e no tecido intersticial. Seu aparecimento deve-se a uma reação imunológica a um fármaco, neoplasia, doença autoimune ou alteração metabólica. As principais causas são por quimioterápicos, infecções renais, nefropatia idiopática e, principalmente, reação imunológica a certos fármacos. Os sintomas incluem proteinúria, leucocitúria, hematúria, febre, dor lombar e nas articulações e micção frequente. O tratamento deve ter correções da dieta, descontinuar o fármaco que levou à reação imunológica e o uso de antibióticos (outras infecções) e anti-inflamatórios não esteroides. SÍNDROME DE LIDDLE É um distúrbio hereditário raro, com mutações nos genes SCNNIB e SCNNIG, nos quais os túbulos renais (TC) excretam muito potássio, mas reabsorve muito sódio e água, de forma semelhante ao hiperaldosteronismo. Está aumentada a atividade dos canais de sódio, levando a um quadro hipertensivo. Os sintomas incluem hipertensão, retenção de líquidos, alcalose do tipo metabólica e hipopotassemia. O tratamento se faz com a utilização de diuréticos poupadores de potássio, como a amilorida. CONCLUSÃO A regulação da volemia e da osmolaridade plasmática são importantes para a manutenção das condições ideais de funcionamento celular e biológico. Beatriz Loureiro
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