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Drogas de abuso Profa Nancy dos Santos Barbi (nancybarbi@yahoo.com.br) Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas/ Faculdade de Farmácia - UFRJ TOXICOLOGIA SOCIAL Estuda os efeitos nocivos de drogas consumidas pelo homem em sua vida de sociedade, seja sob o aspecto individual, social (de relação) ou legal, com propósitos psicológicos ou outros efeitos que causem dependência e toxidez. Droga – “substâncias de origem mineral, vegetal ou animal que, ao serem retiradas da natureza e submetidas a um processo de conservação, são capazes de afetar as funções fisiológicas”. Ex.: folhas de coca Fármaco - substância de estrutura química definida que, quando em contato ou introduzida em um sistema biológico, modifica uma ou mais de suas funções. Ex.: diazepam Drogas de abuso – “qualquer substância (tomada através de qualquer via de administração) que altera o humor, o nível de percepção ou o funcionamento do SNC (desde medicamento até álcool e solventes)”. - DEFINIÇÕES: Substâncias psicoativas ou psicotrópicos – substâncias que agem no SNC. Psicodélico: caracterizado por gerar alucinações, distorções da percepção Entactógeno: derivado do grego "en" (grego: dentro), "tactus" (latim: toque) and "gen" (grego: produzir) Dependência – síndrome comportamental, caracterizada pela perda de controle (compulsão) sobre o consumo do fármaco/droga, mesmo com intensos prejuízos individuais e sociais. Dependência Psicológica - Se manifesta quando uma pessoa experimenta a necessidade da droga para produzir satisfação, prazer e bem-estar . http://www.explore-anthropology.com/anthropology/G/Greek.html http://www.explore-language.com/languages/L/Latin.html Dependência Física - é uma adaptação ou tolerância do organismo a uma determinada droga: quando ocorre a suspensão, provoca transtorno físico e mal-estar. Tolerância - ocorre quando um organismo se adapta a uma determinada quantidade (dose) da droga resultando em uma resposta menor. A pessoa necessita de doses maiores da droga com a finalidade de obter o mesmo efeito inicial. Tolerância farmacodinâmica – necessidade de doses maiores de fármacos/drogas no sítio de ação para alcançar efeitos de mesma intensidade e duração que os obtidos originalmente, devido às alterações adaptativas dos sistemas afetados por esses agentes. Tolerância farmacodinâmica aguda ou taquifilaxia – se desenvolve rapidamente com doses repetidas em uma única ocasião (período curto de tempo). Tolerância farmacocinética – alterações nas propriedades farmacocinéticas do agente, no organismo, após administração repetida, de forma que apenas conc. reduzidas estão presentes no sangue e, consequentemente, nos sítios de ação. Ex.: indução das enzimas CYP-450 Tolerância cruzada – um indivíduo tolerante a um determinado fármaco ou droga, exibe tolerância a outro. Ex.: morfina e heroína. Síndrome de abstinência - conjunto de sinais e sintomas produzidos como conseqüência da redução ou interrupção da administração da droga, depois de um tempo de uso prolongado. MORFINA suprime motilidade gástrica S.A. hipermotilidade intestinal, diarréia, midríase ANFETAMINA hiperatividade, euforia S.A. fadiga, depressão TOLERÂNCIA FARMACODINÂMICA De acordo com portaria do MS: “Droga lícita” “Droga ilícita” CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS “Status legal” • Morfina? • Álcool e nicotina? • Maconha? • Solventes? Lícitas ou ilícitas ?! Classificação das drogas de acordo com seus efeitos: Drogas estimulantes – são aquelas que estimulam o SNC, fazendo com o estado de vigília fique aumentado (diminui o sono). São chamadas drogas psicoanalépticas. Ex.: cocaína e seus derivados (crack, merla ...) Drogas depressoras – diminuem a atividade do SNC (sonolência). São chamadas de drogas psicolépticas. Ex.: benzodiazepínicos, álcool Drogas perturbadoras – provocam mudança qualitativa no funcionamento do SNC (alucinações, delírios...). São chamadas psicodislépticas ou psicomiméticas (mimetizam psicoses). Ex,: LSD, mescalina Drogas Estimulantes - psicoanalépticos Cocaína Cafeína Meta-anfetamina Nicotina http://kidslink.bo.cnr.it/besta/fumo/uso-nicotina.gif Drogas Depressoras - psicolépticos BZD Inalantes Álcool Opiáceos Alucinógenas (psicodélicas) - psicodislépticos Cogumelo (Pscilocibe) LSD Ayahuasca Canabis Classificação das drogas de acordo com seus efeitos: “Droga pesada” – dependência física – tolerância, síndrome de abstinência – exemplo: heroína “Droga leve” – dependência psicológica – exemplo: maconha CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS “Peso” - Adicção ou Drogadicção: comportamento de dependência é mantido pela atividade central de reforço (recompensa) da droga, superando conseqüências sociais, psicológicas e físicas negativas. - Potencial de reforço ou potencial de induzir farmacodependência: capacidade de um fármaco gerar a auto- administração repetida sem a necessidade de outros mecanismos externos de indução (pressão dos companheiros de grupo ...). zonas de recompensa • CÉREBRO zonas aversivas (punição) SISTEMA DE RECOMPENSA Cocaína Heroína Nicotina Álcool Heroína Sede Fome Sexo Ativação do sistema de recompensa pelas drogas de abuso núcleo accumbens - importante papel na regulação da emoção, motivação e cognição. (área tegumentar ventral) Estruturas cerebrais envolvidas na dependência INTENSIDADE DE REFORÇO • macaco Rhesus: dose única de cocaína • morfina • heroína • benzodiazepínicos • barbitúricos • alucinógenos (LSD, mescalina) • neurolépticos (haloperidol) + _ RATO NA CAIXA DE SKINNER. Típico cenário de laboratório onde se processa a auto estimulação, através da qual o animal obtém a sensação de recompensa. Alguns ratos chegavam a acionar a alavanca 4 a 5 mil vezes em uma hora. Uso varia com: características individuais; droga utilizada; tempo, freqüência e quantidade de uso; circunstâncias do uso; sociedade. Síndrome de dependência Presença de três ou mais requisitos abaixo durante o ano anterior: A - Forte desejo ou compulsão para consumir a substância; B - Dificuldade de controlar o consumo no início, término ou quantidades consumidas; C - Sintomas da abstinência, quando o consumo é reduzido ou interrompido; D - Aumento progressivo da tolerância, requerendo doses cada vez maiores da droga para alcançar seus efeitos originais; E - Abandono progressivo dos interesses e atividades de lazer, aumentando a quantidade de tempo necessário para obter, tomar e/ou recuperar-se dos efeitos da droga; F - Persistência no uso da substância, apesar das evidências nocivas. DIRETRIZES DIAGNÓSTICAS - CID10 Motivos para experimentar Fugir de problemas com a família/ com os pais Querer ser aceito num grupo de amigos Experimentar sensações novas e gostosas Se sentir mais solto, menos tímido, iniciar paquera… Ir contra as regras da sociedade Escapar de pensamentos e sentimentos ruins Ficar mais à vontade em festas e programas Estudar e aprender com mais facilidade Fazer alguma coisa no tempo livre Aumentar a criatividade, Se conhecer melhor… Motivos para experimentar ACOMPANHAR OS AMIGOS!!! CURIOSIDADE!!!! LEGISLAÇÃO BRASILEIRA DE PREVENÇÃO E REPRESSÃO AO TRÁFICO: Lei n. 6.368 (21-10-1976) - Revogada Lei n. 10.409 (11-01-2002) - Revogada Lei n. 11.343 (23-08-2006) - Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas RDC 39 de 9 de julho de 2012 - substâncias e vegetais de uso controlado, restrito e proibido Lei n. 11.343 (23-08-2006) Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogassem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. § 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica. § 2o Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente. Lei n. 11.343 (23-08-2006) § 3o As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses. § 4o Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses. § 5 A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas. § 6o Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a: I - admoestação verbal; II - multa. § 7o O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado. Lei n. 11.343 (23-08-2006) Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. § 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa. § 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28. IDENTIFICAÇÃO DE DROGAS: LEGISLAÇÃO Lei n. 6.368, de 21/10/76; • Portaria 344, de 12/05/1998 . • Atualizações da Port. 344/ 98 (última atualização no primeiro semestre de 2009) Portaria 344/98 - Substâncias/ Drogas de Interesse: Lista B1 (Psicotrópicos) - barbitúricos, diazepínicos, cloreto de etila. Lista D1 ( Precursoras de Psicotrópicos e/ ou Entorpecentes) - safrol, ergotamina. Lista D2 (Insumos Químicos) - Acetona, cloreto de etila, clorofórmio. Lista E (Plantas) - Cannabis sativa, Claviceps paspali, Datura suaveolens, Erythroxylum coca, Papaver somniferum, Lophophora williamsii, Prestonia amazonica. Lista F (Subst. Proscritas) - F1 (Entorpecentes) cocaína, ecgonina, heroína. Lista F2 (Psicotrópicas) - LSD, anfetaminas (DMA, MDMA- ecstasy), dimetiltriptamina, mescalina, psilocibina, psilocina, THC. Lista F4 (Outras Substâncias) - estricnina, terfenadina. MACONHA: Porta de entrada ?! Festas x drogas (raves, baladas,”club drugs”) Álcool; MDMA (ecstasy); LSD; GHB & GBL; 2CB & 2-CT-7; 4MTA; PMA & PMMA; Quetamina (Special K); Nitratos (poppers); Fentanil; Rohypnol®; Anfetaminas & Meta-anfetaminas MACONHA (Cannabis sativa) HISTÓRICO: -2723 a.C-registros na Farmacopéia chinesa. -1753 - Linné classificou a planta como Cannabis sativa. -Difundiu-se gradualmente para a Índia e Oriente Médio, chegando à Europa somente nos fins do séc. XVIII, passando pelo norte da África e atingindo as Américas. -Brasil: a maconha introduzida na época das capitanias (final do séc XVIII para a produção de fibras (Cânhamo). MACONHA (Cannabis sativa) Cannabis sativa (maconha) identificados mais de 480 compostos naturais de Cannabis sativa, sendo que 70 são fitocanabinóides THC – principal componente psicoativo canabinol canabidiol Canabinoides – “todos os ligantes dos receptores canabinoides e compostos relacionados, incluindo ligantes endógenos e grande número de análogos canabinoides sintéticos”. PRODUTOS DA CANNABIS Óleo de haxixe- 15-60%THC. Maconha - 1- 3%THC ‘Marijuana’ Skunk – até 30 % Ganja/ Sinsemilla- 5-14%THC. Haxixe- 20-20%THC. HAXIXE APREENDIDO EM SP ∆9THC – presente em várias partes da planta, principalmente nas inflorescências e folhas, e em pequenas quantidades nos demais órgãos. Outros canabinóides psicoativos encontrados em menor concentração - ∆8THC, ∆9THCV (∆9 tetraidrocanabivarin), canabidiol e outros. Vias de introdução de THC: -via pulmonar: fumo de cigarros ou pequenos cachimbos -via oral: através da ingestão de alimentos preparados à base de C. sativa (bolos, doces, bebidas, biscoitos usando a semente ou óleo da planta) Absorção: -via oral: lenta e irregular; baixa biodisponibilidade: 4 a 12% -via pulmonar: absorção rápida com a máxima concentração plasmática ocorrendo em poucos minutos após o uso (3 a 10 min.) Distribuição: - cerca de 97 a 99% do ∆9THCse liga às ptn. Plasmáticas (principalmente às lipoproteínas) - distribuído para tecidos altamente vascularizados: cérebro, fígado, coração, rins e pulmões. -redistribuição: acúmulo intenso em tecidos menos vascularizados e tec. adiposo. Biotransformação e excreção: - CYP-450 -principais metabólitos: 11-hidroxi-∆9THC (atividade similar ao ∆9THC) e 8-hidroxi-∆9THC (ativo, porém menos potente) Tempo de detecção na urina - fumantes eventuais: 2 a 4 dias Fumantes freqüentes: 1 a 3 meses -11-nor-9carboxi-∆9THC (THC-COOH) – principal produto de biotransformação: - biomarcador de exposição. -Metabólito encontrado em maior conc. na urina – cerca de 27% (sob a forma de éster de ácido glucurônico) - Mecanismo de ação: - receptores específicos canabinoides: CB1 e CB2. -os receptores canabinoides estão acoplados à ptn. G e são ativados quando interagem com os fitocanabinoides, canabinoides endógenos ou sintéticos. Receptores CB1: Localizados no cérebro: abundantes em partes do cérebro que regulam os movimentos do corpo (gânglios basais), controle motor (cerebelo), aprendizado e memória (hipocampo e córtex), prazer (núcleo accumbens), circuitos de dor no cérebro e medula espinal (explica as propriedades analgésicas da maconha) . Os canabinoides atuam sobre os canais de cálcio, levando a uma diminuição na liberação de neurotransmissores (acetilcolina, noradrenalina, dopamina, serotonina, GABA...) e na abertura dos canais de potássio, diminuindo a transmissão de sinais. Receptores CB2: Modulação do sistema imune. Efeitos da maconha : Curto prazo Período inicial de euforia – sensação de bem-estar e felicidade Perda de discriminação de tempo e espaço Coordenação motora diminuída Prejuízo da memória recente Falha nas funções intelectuais Diminuição da capacidade sensorial Taquicardia Hiperemia das conjuntivas (olhos vermelhos) Secura na boca e garganta Altas doses – alucinações e paranóias Longo prazo Rinite, faringite, bronquite, aumento no ritmo cardíaco na demanda de oxigênio pelo miocárdio, dependência psicológica ... Farmacodependência: Leve a moderada Tolerância: apresenta (devido alterações farmacodinâmicas) Síndromede abstinência: (dependente da dose, freqüência e tempo de uso): irritabilidade, inquietação, insônia, sudorese, náuseas, e tremores que desaparecem no terceiro dia. Identificação: aspectos químicos e botânicos Análise toxicológica (química): Período de detecção na urina: uso eventual cerca de 7 dias uso freqüente cerca de 25 dias Acúmulo em tecidos adiposos Degradação dos canabinóides em meio ácido (pH < 4) Conservação: congelamento (urina) a -200C . Refrigeração por 30 dias provoca redução de 50% de THC-COOH maconha Teses de triagem 1 - Cannabis sativa L. (maconha) Identificação: Reagente Duquenois-Levine (acetaldeído com vanilina) Adição do reagente ao extrato seco da planta + ácido clorídrico + clorofórmio = desenvolvimento de cor violeta testes colorimétricos: - Reação com Fast Blue Salt (coloração avermelhada) Cannabis sativa L. (maconha) Identificação: (Reagente Duquenois-Levine) Adição do Reagente ao extrato seco Adição de ácido clorídrico Adição de clorofórmio (extrato em éter de petróleo) Identificação botânica É a presença de tricomas glandulares contendo óleo de cannabis alaranjado que distingue o material como sendo derivado de Cannabis sativa. CANABINÓIDES SINTÉTICOS (SPICE) JWH-018 CP-47,497 THC HU-210 - São substâncias sintéticas que mimetizam os efeitos do Δ9Tetraidrocanabinol, o principal ativo da maconha (Cannabis sativa). CANABINÓIDES SINTÉTICOS (SPICE) SEELY et al., 2012. Figura 2 : Embalagens e conteúdo de misturas contendo canabinoides sintéticos a) spice, b) K2 e c) spice rotulando ausência das moléculas proibidas (ANVISA, 2012) - Na lista F2, de substâncias psicotrópicas de uso proscrito no Brasil, da RDC 39 de 09 de julho de 2012, pode ser encontrado o JWH-018 e outros seis canabinoides sintéticos. Canabinoides sintéticos ●7,8,9,10-tetraidro-6,6,9-trimetil-3-pentil-6H-dibenzo[b,d]pirano-1-ol ● (9R,10aR)-8,9,10,10a-tetraidro-6,6,9-trimetil-3-pentil-6H-dibenzo[b,d]pirano-1-ol ●(6aR,9R,10aR)-6a,9,10,10a-tetraidro-6,6,9-trimetil-3-pentil-6H-dibenzo[b,d]pirano-1-ol ●(6aR,10aR)-6a,7,10,10a-tetraidro-6,6,9-trimetil-3-pentil-6H-dibenzo[b,d]pirano-1-ol ●6a,7,8,9-tetraidro-6,6,9-trimetil-3-pentil-6H-dibenzo[b,d]pirano-1-ol ●(6aR,10aR)-6a,7,8,9,10,10a-hexaidro-6,6-dimetil-9-metileno-3-pentil-6H-dibenzo[b,d]pirano-1-ol Quadro 3: Comparação entre maconha convencional e canabinoides sintéticos. LINDSAY & WHITE, 2012. Canabinoides sintéticos Maconha Sintomas Imprevisíveis Bem estudados Dependência Muito relatada Baixo índice Começo 5-10 min Imediato Alucinações Presentes, até graves Raras Paranóia Intensa Baixa Humor induzido Ansiedade Relaxamento Tamanho da pupila Sem alterações Dilatadas Tônus muscular Rígido Sem alterações Nistagmo * Possível Não ocorre Reação à luz Normal Normal Ritmo cardíaco Elevado Elevado Pressão sanguínea Elevada Elevada Olhos vermelhos Presente Presente Canabinoides sintéticos *Oscilações involuntárias dos olhos. Efeitos clínicos: - Psiquiátricos: ansiedade, paranoia, desvio de contato visual, agitação, delírios e psicose - Pacientes que apresentam quadros de psicose apresentam agravamento de seu estado patológico - Físicos: taquicardia, xerostomia e sudorese . (JERRY et al., 2012; ROSENBAUM et al., 2012). Canabinoides sintéticos Análise química: Imunoensaios não são aplicados para análise de canabinoides sintéticos. Cromatografia com fase gasosa acoplada a espectrometria de massas; Cromatografia com fase líquida acoplada a espectrometria de massas; Cromatografia líquida de ultra eficiência acoplada a espectrometria de massas; Cromatografia líquida de ultra eficiência com detector de arranjos de diodos. (DUNHAM et al., 2012; ROSENBAUM et al., 2012). Canabinoides sintéticos Tratamento: (ROSENBAUM et al., 2012). -Não há antidoto específico, mas deve ser dado tratamento de suporte como o uso de benzodiazepínicos para a agitação. Canabinoides sintéticos COCAÍNA E CRACK Cocaína cocaína - alcalóide da planta Erythoxylon coca. Isolada por Nieman (1860) e introduzida no uso clínico em 1884 por Koller. folhas de coca- efeitos psicoativos - E. coca contêm cerca de 0,2 a 0,8 % de alcalóides, sendo 90 % cocaína. IV e aspiração nasal – cloridrato de cocaína (pó branco, cristalino) inalação ( fumo) – base livre (“crack”) COCAÍNA maior lipossolubilidade Antigamente... 1) Cultivo de coca (região dos Andes) 2) Plantas de coca podem demorar dois anos para ‘maturar’ 3) Folhas expostas ao sol (secagem) 4) Maceração das folhas 5) Adição de água e bicarbonato 6) água acidificada (cocaína na forma ionizada) 7) pasta da coca: adição base para precipitar alcalóides mais básicos.Precipitado é seco resultando na pasta de coca ou merla 8) Cloridrato de cocaína 9) Crack Fonte: DEA CULTIVO E “PRODUÇÃO” DE COCAÍNA E DERIVADOS Preparo do Crack: DROGAS DE ABUSO: Cocaína na forma de sal Adição de NaHCO3 Adição de CaCO3 Resfriamento Filtragem Crack Formas de apresentação: pó branco (sal) – cloridrato de cocaína (aspiração, injeção) pasta cor parda ou amarelada (base) – sulfato de cocaína (adicionada a cigarros) pedras (crack) – cocaína base livre (fumo) Adulterantes: açúcares, talco, sais de baixo custo, anestésicos locais (xilocaína) características oxi é feito com pasta-base de coca misturada a cal virgem e a gasolina ou a querosene. Absorção:Dependente da via de administração: Velocidade de absorção, pico de conc. plasmática e intensidade de efeitos - forma de base livre (crack, oxi, pasta de coca, freebase) fumada, comparável à VE. Fumada – absorção pelos alvéolos pulmonares A biodisponibilidade da forma fumada da cocaína ou “crack” é de aproximadamente 70% Toxicocinética Vias de introdução: NS, OR,IV,PU Nasal (10 a 30 mg)– efeito vasoconstrictor, necrose do septo nasal início dos efeitos: 3-5 min. pico máximo: 20-40 min. Oral – início dos efeitos: 30 min. Pico máximo: 45-90 min. ionização em meio ácido (estômago) Injetável ou pulmonar – início dos efeitos: 1-3 min (10 seg.) Tempo ½ vida: vias respiratórias e IV – 40 min. via intranasal – 50-75 min. Distribuição: atravessa a barreira hematencefálica e é rapidamente distribuída para o Sistema Nervoso Central (SNC). Período de detecção na urina: Cocaína Uso eventual ± 3 dias Uso freqüente ± 7 dias VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Cone, EJ. J Anal Toxicol., 19 (6):p.459-78, 1995. “laboratório” de refino de cocaína Tráfico – “Mulas” Risco de overdose “Mula” preparando-se para ingerir cápsulas de cocaína. Na Mídia.... TRÁFICO DE COCAÍNA USO DE FORMAS FUMADAS DA COCAÍNA Toxicodinâmica A cocaína bloqueia o transporte de dopamina, que se acumula na região mesolímbica cerebral Ação da Dopamina A dopamina (vermelho), é armazenada dentro de vesículas sinápticas (em verde). Impulso elétrico no terminal nervoso - as vesículas se direcionam para a membrana do neurônio - liberam a dopamina na fenda sináptica – ligação aos receptores específicos na membrana do próximo neurônio (neurônio pós- sináptico) - : alguns íons entram e saem do neurônio e algumas enzinas são liberadas ou inibidas. dopamina é recaptada novamente por sítios transportadores de dopamina localizadas no primeiro neurônio (neurônio pré-sináptico). Ação da Cocaína cocaína - bloqueia os sítios transportadores de dopamina que têm a função de levar de volta a dopamina que estava agindo na sinapse - a dopamina não é recaptada, ficando portanto, "solta" no cérebro até que a cocaína saia - novo impulso nervoso chega - mais dopamina é liberadana sinapse - acúmulo no cérebro - efeitos de prazer. Tomografia PET (Positron Emission Tomography), comparando um paciente não-adito com um adito à cocaína. Em vermelho, sítios transportadores de dopamina. O PET só mostra os sítios não ocupados pelas drogas. http://www.epub.org.br/cm/n01/pet/pet_port.htm -Efeitos: Baixas doses (25 a 100mg)- hiperatividade motora, taquicardia, vasoconstrição, hipertensão, broncodilatação, aumento da temperatura corporal e midríase. No início o crack provoca sensações de extremo prazer (euforia intensa, ilusão de onipotência e autoconfiança) – rush ou flash Toxicidade Aguda: Arritmias cardíacas: complicação possivelmente fatal – parada cardíaca Trombose coronária com infarto do miocárdio Outras hemorragias cerebrais devidas à vasocontrição simpática. Hipertermia com coagulação disseminada potencialmente fatal Uso crônico: adaptação do cérebro - diminui os níveis de dopamina no neurônio (redução de NE e DA no cérebro e diminuição na biossíntese de serotonina). Dopamina: sensação de euforia, redução da fadiga, agudeza mental, anorexia, estímulo sexual Noradrenalina: aumenta energia e capacidade de trabalho, vasoconstricção, taquicardia, aumento da pressão arterial, sudorese, tremor Serotonina: sono, potencializa a ação da dopamina Interrupção do uso da cocaína - não existe dopamina suficiente nas sinapses e então ele experimenta o oposto do prazer - fadiga, depressão e humor alterado. Os Efeitos da Cocaína no Cérebro Corte cerebral pós-mortem de um adito em cocaína. A lesão mostrada refere-se a uma hemorragia cerebral massiva e está associada ao uso da cocaína. Transtornos associados à cocaína Cardiovasculares: arritmias, hipertensão, infarto do miocárdio, cardiopatias, isquemia renal ... SNC: hemorragia intracraniana, edema cerebral, isquemia cerebral, convulsões.... Respiratórios: edema pulmonar, dispnéia, bronquite ... Psiquiátricos: ansiedade, depressão, paranóia, psicose, delírio .... Produz tolerância: diminuição dos efeitos eufóricos e fisiológicos Dependência: poderosa capacidade de produzir reforço positivo (depleção da dopamina) Síndrome de abstinência: depressão, fadiga, irritabilidade, impotência, tremores, dores musculares, Tolerância : tolerância modesta em usuários crônicos, altas doses, consiste na diminuição dos efeitos eufóricos e fisiológicos Dependência: poderosa capacidade de produzir reforço positivo (depleção da dopamina) Dependência física (neuroadaptação) – controvérsias Depressão, fadiga, irritabilidade, perda do desejo sexual ou impotência, tremores, dores musculares, distúrbios de fome, mudanças no EEG. Síndrome de abstinência: depressão, fadiga, irritabilidade, impotência, tremores, dores musculares. Uso do crack: o término do rush é caracterizado por disforia, compulsão e fissura para a nova administração da droga (craving). Pode se tornar agressivo, roubar, de forma a conseguir recursos para conseguir a droga. Binge – ciclos intermitentes de consumo repetido da droga. – cocaína Identificação: Reação com Tiocianato de cobalto (reagente de Scott, cor azul). Reagente para revelação em CCD: para identificação de alcalóides (Meyer, Draggendorff). testes colorimétricos: reagente de Scott Procedimentos analíticos Tiocianato de cobalto reagente de Scott Identificação Definitiva: CCD, CG/EM, CLAE Anfetaminas • Sintetizada em 1887- Lazar Edeleanu • 1927 – conhecimentos dos efeitos farmacológicos (psicoestimulante) • tratamento de obesidade, hipotensão, síndrome de hiperatividade em crianças (ritalina), descongestionante nasal (Benzedrine®) • Segunda Guerra Mundial – usada para combater a fadiga e melhorar o estado de alerta das tropas. • 1937 – primeira ref. à comercialização controlada da anfetamina • “Doping” no esporte • Caminhoneiros – “rebites” (Femproporex) CH2 CH CH3 N H H Anfetaminas e seus derivados (anfetamínicos) Utilizados como anorexígenos – comercialização sob exigências RDC Nº 40 DE 15 DE JULHO DE 2009. LISTA - B2 - LISTA DAS SUBSTÂNCIAS PSICOTRÓPICAS ANOREXÍGENAS anfetamínicos Segundo dados da Anvisa, no Brasil são consumidos anualmente 58 toneladas de produtos a base de anfetamina e outras 24 toneladas de sibutramina. Anvisa (2011) proibi a venda de medicamentos inibidores de apetite que contenham sibutramina ou derivados de anfetaminas, como femproporex, mazindol e anfepramona. Dispõe sobre a atualização do Anexo I, Listas de Substâncias Entorpecentes, Psicotrópicas, Precursoras e Outras sob Controle Especial, da Portaria SVS/MS nº. 344, de 12 de maio de 1998. 21/03/2014 - 18h08 Proibição pela Anvisa de inibidores de apetite gera polêmica entre a classe médica Na Câmara, projetos revertem a decisão autorizando a venda desses medicamentos. Audiência pública na Câmara sobre a proibição de medicamentos inibidores de apetite. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu em 2011 a produção e a comercialização de remédios inibidores de apetite. A Resolução 52/11 proíbe a venda dos inibidores de apetite anfepramona, femproporex e mazindol e cria restrições severas à sibutramina. O presidente da Agência, Dirceu Barbano, afirmou que não foram apresentados estudos clínicos que comprovassem sua eficácia. Ao contrário, pareceres analisados pelos técnicos da Anvisa indicam a perda de peso era de curto prazo e não se mantinha. "A questão que está colocada aqui é que nos níveis prescritos, nos níveis registrados e as posologias indicadas em bulas para esses produtos, eles causam mais riscos do que benefícios para a saúde dessas pessoas." Já está em discussão na Câmara projeto que veda a proibição (PL 2431/11). A proposta já passou por todas as comissões temáticas, mas deve ser analisada pelo Plenário. O texto libera a produção e a venda dos inibidores de apetite, desde que com prescrição médica. O projeto está no Senado e ainda não foi aprovado. http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias METANFETAMINA CH2 CH CH3 N CH3 H Conhecida popularmente como “speed”, “cristal”, “ice” e “meth” - Formas de apresentação: pó branco (cristalino, com gosto amargo e é facilmente solúvel em água ou álcool), cápsulas de gelatina ou comprimidos -Formas de uso: podem ser aspiradas (cheiradas), inaladas, ingeridas ou injetadas. -No Brasil são mais comumente aspiradas ou ingeridas a solução saturada e alcalinizada de cloridrato de metanfetamina, após aquecida e resfriada, forma cristais denominados “ice drops”, que são fumados. METANFETAMINA Ecstasy (MDMA) • O ecstasy (3,4 metilenodióxi-N- metanfetamina) - é a substância que mais se associa às “club drugs’ (festas ‘rave’). • sintetizada e patenteada em 1912 (Laboratórios Merck) • O ecstasy é uma droga sintética derivada da anfetamina, com propriedades estimulantes e alucinógenas - denominada de "anfetamina psicodélica“ ou anfetaminas entactógenas (capacidade de expressar o seu inconsciente – facilita o processo de psicoterapia) • ecstasy - capaz de causar bem-estar, conforto, empatia e conecção com outros. Sintetizada em laboratórios clandestinos. Também conhecida como “XTC”, “E”, Adam, MDM ou “droga do amor”. Formas de apresentação: cápsulas gelatinosas e comprimidos de ECSTASY. Cada comprimido possui um nome. Na primeira linha, o terceiro da esquerda para a direita é o Lips (Lábio). Na segunda linha, estão o Blue Star (Estrela Azul) e o Sunshine (Raio de Sol) ECSTASY ECSTASY Substâncias análogas ao MDMA(3,4metilenodioximetaanfetamina): MDA (3,4metilenodioxianfetamina) – “pílula do amor” MDEA (3,4-metilenodioxietilanfetamina – “Eve” Safrol, isosafrol e óleo de sassafrás - Lista de substâncias precursoras de entorpecentese/ou psicotrópicos (LISTA - D1) Síntese do MDMA (3,4-metilenodioximetan- fetamina) Ecstasy ANFETAMÍNICOS. Vias de introdução: Anfetaminas: em geral via oral, na forma de comprimidos ou cápsulas. Metanfetamina: “speed” –injetada, aspirada ou ingerida MDMA: via oral, comprimidos coloridos e cápsulas gelatinosas contendo entre 50-150mg de MDMA. Absorção e distribuição: -rapidamente absorvidos por via oral Anfetamina – pico plasmático: 1-2 horas absorção completa: 4 – 6 horas anfetamínicos são amplamente distribuídos atravessam rapidamente as membranas biológicas Altas concentrações cerebrais – alta lipossolubilidade Metanfetamina atravessa a barreira hematoencefáfica mais rapidamente devido a maior lipossolubilidade. ANFETAMÍNICOS. ANFETAMÍNICOS. Biotransformação Principalmente no fígado Principais vias: hidroxilação aromática, beta-hidroxilação na cadeia lateral, desaminação oxidativa,N-desalquilaçao, N- oxidação Durante a biotransformação podem ser gerados metabólitos ativos, como por exemplo, anfetamina e/ou metanfetamina. Exemplo: femproporex, pode ser encontrado a metanfetamina e a anfetamina, que podem ser detectados por mais de 58 horas. ANFETAMÍNICOS. Biotransformação do MDMA MDMA como a MDA são O-desalquiladas a n-metil-α- metildopamina (N-Me-αMeDA) e α-metildopamina (αMeDA) Eliminação: A excreção através da urina é dependente do pH 30% das anfetaminas são excretadas na forma inalterada pH ácido (5,5 – 6,0) – 60 % da anfetamina são excretados inalterados em 48 horas pH básico (7,5 – 8,0) – apenas 7% são eliminados inalterados no mesmo período. Para cada aumento de unidade de pH há um aumento, em média, de 7 horas na meia-vida plasmática. Reabsorção renal As amostras (urina) podem ser guardadas a temperatura ambiente durante 8 horas, a 2-8°C até 3 días e a -20°C por períodos maiores Efeito: estimula a liberação e inibe a recaptação de neurotransmissores, especialmente noradrenalina e dopamina. Estas aminas são responsáveis pela modulação do desejo, excitação, ereção e orgasmo. . • Inibição competitiva do transporte de noradrenalina e dopamina e em altas doses inibe também a recaptação de serotonina. • Inibe competitivamente a enzima MAO. Mecanismo de ação O caminho do ecstasy Absorção – estômago e intestino 15 min. para chegar ao cérebro (estômago vazio) Ecstasy e os transportadores de serotonina Acúmulo de serotonina no espaço sináptico – aumento de receptores ativados (efeito a curto-prazo) Inibição também do transporte de dopamina – efeito semelhante Efeitos adversos do ecstasy Efeitos adversos do ecstasy complicações como a hipertermia, desidratação, arritmias e exaustão (tendo alguns casos evoluído para a morte) propriedades neurotóxicas – o sistema serotonérgico, parece ser o mais atingido e lesionado pelo consumo repetido da substância. O ecstasy é capaz de causar dependência. Possível envolvimento de radicais livres Efeitos: -Doses tóxicas difíceis de determinar – tolerância -Neurotóxica: causa lesões irreversíveis no cérebro. propriedades neurotóxicas – o sistema serotoninérgico, parece ser o mais atingido e lesionado pelo consumo repetido da substância. -Complicações cardiovasculares: hipertensão, arritmia, colapso cardiovascular e morte súbita. -Potente estimulante: aumenta o estado de alerta, a auto-confiança e a sensação de força física e mental. Quando terminam os efeitos estimulantes, observa-se aumento de fadiga e depressão. O ecstasy apresenta efeitos alucinogênicos relacionados pela sua grande afinidade pelo receptor 5-HT2A •O “ecstasy” produz efeitos característicos dos estimulantes do SNC: taquicardia, aumento da pressão arterial, midríase e arritmias cardíacas. Mortes devido ao uso de “ecstasy” são atribuídas a distúrbios cardiorrespiratórios, hipertermia e susceptibilidade individual. • O MDMA aumenta a liberação de hormônio anti-diurético (ADH): retenção de água. A ingestão excessiva de água pode gerar edema cerebral EFEITOS DA METANFETAMINA GHB (gama-hidroxibutirato) • utilizado como: anestésico nos anos 60 suplemento alimentar entre fisiculturistas nos anos oitenta e como club drug desde os anos noventa. • GHB - sedativo do sistema nervoso central. Sua apresentação mais comum é na forma de sal (NaGHB ou KGHB). • precursor bioquímico - GLB (gama-butirolactona), também consumido com os mesmos propósitos. • utilizado normalmente diluído em água • Líquido transparente, pó branco, comprimido ou cápsulas Biotransformação: gama-butirolactona (GBL) e 1,4 butanodiol (1,4 BD) Metabólitos ativos: depressão SNC • efeitos são semelhantes aos do álcool e começam cerca de 20 minutos após a ingestão oral • Doses elevadas causam tonturas, incoordenação motora, náuseas e vômitos e perda de consciência. • mesmo em pequenas dosagens pode causar intoxicações intensas, comatosas (aumento da sensibilidade ao tato, desinibição, tonteiras, euforia e distúrbios visuais). • Dosagens mais elevadas podem ser fatais. • GHB com álcool - pode levar ao coma com • mais facilidade. • síndrome de abstinência severa, com • duração de vários dias. • Pode aumentar os níveis de acetilcolina e serotonina; • Pode reduzir a atividade dopaminérgica, principalmente nos gânglios basais; • É convertido em GABA no SNC. Mecanismo de ação Quetamina (ketamina) • Derivado do cloridrato de fenciclidina (PCP) - Produzida em 1965 pelos laboratórios norte-americanos Parke & Davis • - Utilizada como anestésico para uso humano (cirurgias) e, principalmente, veterinário (Ketalar e Ketaset) • - “anestésico dissociativo” - perda sensorial marcante, analgesia e paralisia do movimento, amnésia, sem perda real da consciência em baixas doses, há dissociação: alucinações, ilusões, perda de noção da realidade e de si mesmo, desaceleração do tempo, estado de sonho e percepções extracorporais. Em doses maiores: causa vômitos, distúrbios da fala, amnésia, batimentos cardíacos acelerados, hipertensão, dilatação das pupilas, agitação, temperatura corporal baixa, delírios, intensa dissociação (K-hole, K-Land) e experiências “quase-morte". pó branco, geralmente comercializado em solução (frascos); FORMAS DE USO - Inalatória (+ comum) Líquida - - Pó (dissolvido em bebidas) Comprimido - - Injetada, deglutida Fumada com maconha/tabaco - - Consumida com GHB, MDMA, LSD, anfetaminas, cocaína, viagra ou heroína - - Droga usada em estupro “date rape”= “Estupro facilitado por drogas” (também para Rohypnol, GHB, flunitrazepam – “Boa noite Cinderela”. - - O evento ocorre devido o início rápido de ação da quetamina e suas propriedades alucinógenas dissociativas dificultarem a resistência da vítima. A vítima apresenta: confusão, perda da memória, tontura, sonolência, habilidades motoras diminuídas, julgamento prejudicado, fala arrastada. FARMACOCINÉTICA Início do efeito: 15 a 20 min Duração: 20 a 45 min (curta, o que leva a prática do uso seqüencial) Distribuição: tecidos altamente perfundidos coração, pulmão, cérebro, tecidos periféricos e gordura biotransformação: fígado T ½ de eliminação: 2 horas Dose anestésica: 2 a 10mg/kg Uso recreacional: 50 a 100 mg MECANISMO DE AÇÃO • QUETAMINA: - Atua no mesmo sítio receptor de ligação do PCP (bloqueando canais de Ca++) . Os “receptores de PCP” estão intimamente ligados aos receptores glutamato • **A diminuição da neurotransmissão do glutamato mediada pelos receptores NMDA está associadada com a alteração na percepção, memória e cognição. • - inibe a recaptação de 5-HT, dopamina (DA)e noradrenalina (produzindo efeitos simpaticomiméticos) • - Inibe a dor aguda e inibe a dor crônica neuropática e periférica • TOLERÂNCIA E DEPENDÊNCIA - Tolerância: se instala rapidamente, podendo ser muito alta. - Pode causar dependência psicológica (craving) - Poucos relatos de síndrome de abstinência com evidências fisiológicas • TRATAMENTO - Não há antídoto para overdose - Medidas de suporte - Benzodiazepínicos nos casos de agitação ou ansiedade - Cuidados para hipertermia, convulsão EFEITOS AGUDOS • Efeitos semelhantes a PCP, com menor duração, menos euforia e distorção sensorial - Melhora no humor; - Prejuízo no contato com a realidade; - Despersonalização; - Alucinações visuais; - Leveza, sonhos; - Prejuízo na habilidade de aprendizado; - Prejuízo na atenção/memória. - Doses mais elevadas - Redução da função motora; - Taquicardia ou bradicardia; - Hipotensão/náusea; - Depressão respiratória; - Amnésia; - Sensação de saída do próprio corpo ou proximidade à morte; - Flashbacks; - Convulsões e mal-estar intenso. EFEITOS A LONGO PRAZO Dificuldades cognitivas: atenção, aprendizado e memória Efeitos tóxicos -Taquicardia/hipertensão -Dificuldades cognitivas e psicomotoras -Depressão respiratória/náusea -Ansiedade/depressão -Dissociação -Flashbacks (dias/semanas) -Delirium; sintomas de esquizofrenia; psicose paranóide -Hiperexcitabilidade; agitação severa
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