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Cálculo D Lista 1 - Questões 1 e 2 Discente: Annie Gabrielle de Oliveira Silva Docente: Vilton Pinheiro 17 de outubro de 2021 Seja ψ : R→ R dada por ψ(x) = { 1 se x ∈ Q −1 se x /∈ Q Exercício 1. Seja γ : (−1, 1)→ R2 a curva γ(t) = (t, tψ(t)). A curva γ é continua em algum t ∈ (−1, 1) ? Justifique. Primeiramente devemos fazer o estudo da função, verificando sua continuidade. Ao analisarmos a função vemos que os pontos de γ(t) serão divididos nos casos:{ γ(t) = (t, t) se t ∈ Q γ(t) = (t,−t) se t /∈ Q Figura 1: Fonte: Criado pela autora. Dado que sabemos que no ponto (0,0), a curva γ(t) será contínua, podemos formalizar o estudo da função usando epsilons e deltas. Dado � > 0, temos: 1 |γ(t)− γ(0)| = |(t, tψ(t)− (0, 0))| = |t · (1, 1ψ(t))| = |t|(1, 1ψ(t))| = |t| √ 12 + (ψ(t)2) Visto que ψ(t) é bem definida, sabemos que ψ(t)2 = 1, fazemos: |t| √ 12 + (ψ(t)2) = |t| √ 2 Portanto, |t| √ 2 se |t| = 0→ t = 0 |γ(t)− γ(0)| = 0⇐⇒ lim t→0 γ(t) = γ(0) Portanto, a função é contínua apenas no ponto (0,0). Podemos provar formalmente que, para valores de t 6= 0, a função não é contínua. Usaremos a formulação: lim n→∞ an = lim n→∞ bn Como estamos lidando com funções descontínuas, utilizamos sequências e não fazemos os limites laterais como em cálculo A e sim o limite desses conjuntos(racionais, irracionais, reais, inteiros, etc.) que limitam a função. Seja an = t0 + 1 n ∈ Q, e seja bn = t0 + √ 2 n /∈ Q Para o primeiro caso, encontrando o limite de an. lim n→∞ (t, tψ(t)) lim n→∞ ( t0 + 1 n , ( t0 + 1 n ) · ψ ( t0 + 1 n )) Como t0 + 1 n = racional, temos que ψ ( t0 + 1 n ) = 1. Fazemos: lim n→∞ ( t0 + 1 n , t0 + 1 n ) = (t0, t0) 2 Agora para o segundo caso, encontrando o limite de bn. lim n→∞ (t, tψ(t)) lim n→∞ ( t0 + √ 2 n , ( t0 + √ 2 n ) · ψ ( t0 + √ 2 n )) Como t0 + √ 2 n = irracional, temos que ψ ( t0 + 1 n ) = −1. Fazemos: lim n→∞ ( t0 + √ 2 n ,−t0 − √ 2 n ) = (t0,−t0) Portanto, a função é descontínua para t 6= 0. 3 Seja ψ : R→ R dada por ψ(x) = { 1 se x ∈ Q −1 se x /∈ Q Exercício 2. Seja γ : (−1, 1)→ R2a curva γ(t) = (tψ(t), t2). (1) A curva γ é continua em algum t ∈ (−1, 1) ? Justifique. (2) A curva γ é derivável em algum t ∈ (−1, 1) ? Justifique. Ao fazer o estudo da função, ela ficará dividida nos casos: { γ(t) = (t, t2) se t ∈ Q γ(t) = (−t, t2) se t /∈ Q Dado o gráfico das curvas para (t, t2) e (−t, t2), respectivamente γ e φ, vemos que ela é contínua para todos os pontos de R no entanto, quando utilizamos a restrição de t ∈ Q e t /∈ Q a função torna-se altamente descontínua, onde todos os pontos irracionais(representados pelos triângulos pretos) entre os racionais adquirem uma abscissa negativa. Figura 2: Fonte: Criado pela autora. 4 Dado que sabemos que no ponto (0,0), a curva γ(t) será contínua, podemos formalizar o estudo da função usando epsilons e deltas. Dado � > 0, temos: |γ(t)− γ(0)| = |((tψ(t), t2)− (0, 0))| = |t · (ψ(t), t2)| = |t||(ψ(t), t)| = |t| √ (ψ(t))2 + t2 Visto que ψ(t) é bem definida, sabemos que ψ(t)2 = 1, fazemos: |t| √ 1 + t2 Portanto, |t| √ t2 + 1 se |t| = 0→ t = 0 |γ(t)− γ(0)| = 0⇐⇒ lim t→0 γ(t) = γ(0) Portanto, a função é contínua apenas no ponto (0,0). Podemos provar formalmente que, para valores de t 6= 0, a função não é contínua. Usaremos a formulação: lim n→∞ an = lim n→∞ bn Como estamos lidando com funções descontínuas, utilizamos sequências e não fazemos os limites laterais como em cálculo A e sim o limite desses conjuntos(racionais, irracionais, reais, inteiros, etc.) que limitam a função. Seja an = t0 + 1 n ∈ Q, e seja bn = t0 + √ 2 n /∈ Q Para o primeiro caso, encontrando o limite de an. 5 lim n→∞ (tψ(t), t2) lim n→∞ (( t0 + 1 n ) · ψ ( t0 + 1 n ) , ( t0 + 1 n )2) Como t0 + 1 n = racional, temos que ψ ( t0 + 1 n ) = 1. Fazemos: lim n→∞ ( t0 + 1 n , ( t0 + 1 n )2) lim n→∞ ( t0 + 1 n , t20 + 2t0 n + 1 n2 ) = (t0, t 2 0) Agora para o segundo caso, encontrando o limite de bn. lim n→∞ (tψ(t), t2) lim n→∞ (t0 + √2 n ) · ψ ( t0 + √ 2 n ) , ( t0 + √ 2 n )2 Como t0 + √ 2 n = irracional, temos que ψ ( t0 + 1 n ) = −1. Fazemos: lim n→∞ −t0 − √2 n , ( t0 + √ 2 n )2 lim n→∞ ( −t0 − √ 2 n , t20 + 2t0 √ 2 n + 2 n2 ) = (−t0, t20) Portanto, a função é descontínua para t 6= 0. A função seria diferenciável caso existisse uma derivada para cada ponto do seu domínio da função, logo a função é descontínua e não derivável. 6