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NEUROCIÊNCIA E EDUCAÇÃO INCLUSIVA - A BUSCA POR UM ENSINO QUALIDADE - Documentos Google

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UNIÃO BRASILEIRA DE FACULDADES – UNIBF 
 NEUROPSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO ESPECIAL E 
 INCLUSIVA 
 LUZILETH PEREIRA DE JESUS FREITAS 
 NEUROCIÊNCIA E EDUCAÇÃO INCLUSIVA - A BUSCA POR UM ENSINO 
 QUALIDADE. 
 ATIBAIA, SETEMBRO DE 2021 
 LUZILETH PEREIRA DE JESUS FREITAS 
 NEUROCIÊNCIA E EDUCAÇÃO INCLUSIVA - A BUSCA POR UM ENSINO 
 QUALIDADE. 
 Trabalho de Conclusão do Curso, apresentado 
 para obtenção de certificado no Curso de 
 Especialização – Latu Sensu em 
 NEUROPSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE 
 EM EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA da 
 União Brasileira de Faculdades, UNIBF. 
 ATIBAIA, SETEMBRO DE 2021 
 RESUMO 
 No Brasil, a Educação Especial e Inclusiva sempre se mostrou desafiadora, 
 apesar dos avanços e direitos adquiridos ao decorrer da história. Em muitos casos, 
 temos a inserção da criança com deficiência no ambiente educacional, entretanto sem 
 a preocupação com o ensino-aprendizagem. O estudo da relação entre o sistema 
 nervoso e a aprendizagem humana permitiu a vinculação entre Educação e 
 Neurociência. Isso porque a Neurociência explica a organização e o funcionamento 
 do sistema nervoso, enquanto a educação cria condições que promovem o 
 desenvolvimento de competências. Os professores, por sua vez, operam como 
 intermediários nas mudanças cerebrais que levam à aprendizagem. As estratégias de 
 ensino utilizadas pelos professores no processo de ensino estimula a reorganização 
 do sistema nervoso em desenvolvimento, levando a mudanças comportamentais. 
 Palavras-chave: Educação; Neurociência; Inclusão; Ensino-Aprendizagem; 
 Qualidade. 
 INTRODUÇÃO 
 Sabendo dos desafios que envolvem a educação especial e inclusiva e das 
 contribuição da Neurociência para a Educação, a presente monografia traz um estudo 
 da relação entre o sistema nervoso e a aprendizagem humana, mostrando as 
 contribuições da Neurociência no processo de ensino-aprendizagem. Isso porque a 
 Neurociência explica a organização e o funcionamento do sistema nervoso, enquanto 
 a educação cria condições que promovem o desenvolvimento de competências. Os 
 professores, por sua vez, operam como intermediários nas mudanças cerebrais que 
 levam à aprendizagem. As estratégias de ensino utilizadas pelos professores no 
 processo de ensino estimula a reorganização do sistema nervoso em 
 desenvolvimento, levando a mudanças comportamentais. 
 Para mostrar a necessidade da introdução das neurociências no processo 
 educacional, juntamente com sua contribuição em questões mais desafiadoras, o 
 estudo traz também a história da Educação Inclusiva, mostrando seus avanços, 
 direitos adquiridos e principais desafios enfrentados por esse público-alvo. A ideia é 
 provar que a Neurociência pode contribuir significativamente para o processo de 
 ensino-aprendizagem, principalmente quando falamos em Educação Especial e 
 Inclusiva, haja vista a relação entre o sistema nervoso e a aprendizagem humana. 
 1. EDUCÃO INCLUSIVA 
 Neste capitulo, serão apresentados alguns conceitos básicos a respeito da 
 Educação Inclusiva, sendo eles: a origem da Educação Inclusiva, sua definição e as 
 principais teorias sobre o assunto. Por existirem várias vertentes, a definição 
 abrangerá algumas teorias que serão objeto de estudo nesta presente monografia. 
 1.1 Origem da Educação Inclusiva 
 Ainda de forma modesta, a educação inclusiva, no Brasil, tem início na 
 década de 70 quando algumas instituições de ensino passam a aceitar alunos 
 portadores de necessidades especiais, porém, diferente do que acontece nos dias 
 atuais, não era a instituição que se adaptava ao aluno e sim ao contrário. 
 Para o MEC, a educação inclusiva começa com a criação de duas 
 instituições, ainda na época do império, o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 
 1854, atual Instituto Benjamin Constant – IBC, e o Instituto dos Surdos Mudos, em 
 1857, hoje denominado Instituto Nacional da Educação dos Surdos – INES, ambos 
 no Rio de Janeiro. Posteriormente, no início do século XX, os olhares começam a se 
 voltar para a educação inclusiva com a fundação do Instituto Pestalozzi (1926), 
 instituição voltada aos deficientes mentais. Em 1954, surge a APAE (Associação de 
 Pais e Amigos dos Excepcionais) e, em 1945, Helena Antipoff cria o primeiro 
 atendimento educacional especializado às pessoas com superdotação, na Sociedade 
 Pestalozzi. 
 Em 1961, os alunos portadores de necessidades especiais passam a ser 
 amparados, mesmo que precariamente, pela LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da 
 Educação Nacional), a qual define os alunos especiais como “Excepcionais”.“[...] A 
 Educação de excepcionais, deve, no que for possível, enquadrar-se no sistema geral 
 de Educação, a fim de integrá-los na comunidade [...]”. (LDBEN, 1961 – Lei Nº 
 4.024). 
 Em 1971 esse texto é substituído e diferente do que está na atual LDBEN, 
 ele diz que os alunos com deficiências física ou mental e também os superdotados 
 deveriam receber tratamento especial, no caso dos deficientes físicos e mentais isso 
 só aconteceria se houvesse um atraso considerável quanto à idade regular de 
 matrícula. 
 Com a constituição federal de 1988, algumas garantias e direitos voltados 
 ao público da educação especial começam a aparecer e em seu texto ela garante 
 Educação Básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos e ainda afirma que é dever 
 do Estado garantir “atendimento educacional especializado aos portadores de 
 deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”. Ainda com o intuito de 
 garantir os direitos dos portadores de necessidades especiais, nos artigos 205 e 206 
 ela acrescenta: 
 A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será 
 promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao 
 pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da 
 cidadania e sua qualificação para o trabalho [...]; O ensino será ministrado 
 com base nos seguintes princípios: igualdade de condições para o acesso e 
 permanência na escola [...]. (TODOS PELA EDUCAÇÃO, 2018?) 
 Os anos posteriores foram marcados pelos avanços da educação inclusiva 
 começando com a criação da Lei n o 7.853, a qual dispunha sobre o apoio às pessoas 
 portadoras de deficiência e sua integração social. Nela, passa a ser obrigatório que 
 escolas especiais, públicas e privadas, sejam inseridas no sistema educacional. Nos 
 estabelecimentos públicos, a oferta da Educação Especial passa a ser obrigatória e 
 gratuita. Mais um “grande passo é dado”, em 1990, com a criação do Estatuto da 
 Criança e do Adolescente. 
 Mais conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente, a Lei Nº 
 8.069 garante, entre outras coisas, o atendimento educacional 
 especializado às crianças com deficiência preferencialmente na rede 
 regular de ensino; trabalho protegido ao adolescente com deficiência e 
 prioridade de atendimento nas ações e políticas públicas de prevenção e 
 proteção para famílias com crianças e adolescentes nessa condição 
 (TODOS PELA EDUCAÇÃO, 2018?). 
 Considerado um atraso, quando se trata de inclusão, em 1994 foi criada a 
 Política Nacional de Educação Especial. Nessedocumento o texto faz algumas 
 restrições à inclusão de pessoas com deficiências às classes regulares de ensino. 
 Segundo a nova política, só poderiam participar do ensino regular os alunos com 
 deficiência que conseguissem acompanhar o ritmo dos alunos considerados 
 “normais”, os demais passariam a frequentar as escolas especiais, o que pode ser 
 considerado exclusão e não, inclusão. 
 Em 1996 a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) traz um capítulo 
 voltado para a Educação Especial, nele, os alunos portadores de necessidades 
 especiais ganham o direito aos serviços de apoio especializado, quando necessário. 
 Além disso, aqueles que, por algum motivo ou condição específica, não pudessem 
 ingressar no ensino regular seria encaminhado às classes, escolas ou serviços 
 especializados. 
 Com o intuito de garantir a integração plena da pessoa com deficiência no 
 “contexto socioeconômico e cultural” do país, em 1999 um decreto regulamenta a 
 Lei nº 7.853/89, a qual coloca a Educação Especial como um complemento do ensino 
 regular e a determina como uma modalidade transversal em todos os níveis de 
 ensino. Em 2001, o PNE (Plano Nacional de Educação), mesmo defendendo a 
 Educação Especial como modalidade de educação escolar, sofreu duras críticas, 
 devido ao fato de ser muito longo. O documento que continha 32 metas visava “a 
 garantia de vagas no ensino regular para os diversos graus e tipos de deficiência”. No 
 mesmo ano o CNE (Conselho Nacional de Educação) define as Diretrizes Nacionais 
 para a Educação Especial na Educação Básica. No documento em questão, torna-se 
 obrigatória a matrícula de todos os alunos e passa a ser função da escola oferecer 
 condições para uma educação de qualidade no que se refere à Educação Especial. 
 Em 2002 a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é reconhecida como um 
 meio legal de comunicação e expressão e em 2005 essa mesma Lei é regulamentada. 
 Em 2006, o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos coloca em suas 
 metas a inserção, no currículo, de assuntos relacionados a pessoas portadoras de 
 necessidades especiais. Em 2007 foi criado o Plano de Desenvolvimento da 
 Educação (PDE), o qual abordava a acessibilidade das edificações escolares para o 
 atendimento aos portadores de deficiência. Ainda em 2007, por meio do decreto 
 Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação do MEC, reforça-se a 
 necessidade da inclusão dos portadores de necessidades especiais no ensino regular 
 público. 
 Visando uma educação de qualidade, em 2008 foi criado a Política Nacional 
 de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva e neste mesmo ano, 
 através de um decreto que dispõe sobre o Atendimento Educacional Especializado 
 (AEE), a UNIÃO é obrigada a oferecer apoio técnico às escolas públicas que 
 oferecem esta modalidade. O mesmo documento ainda reforça que o AEE deve estar 
 integrado no Projeto Pedagógico da Escola. 
 Em 2009, a Resolução Nº 4 CNE/CEB vem com a finalidade de orientar a 
 incorporação do atendimento educacional especializado na Educação Básica. 
 Ainda sob os cuidados da Secretaria de Educação Especial (SEESP), em 2011, a 
 Educação Inclusiva toma novos rumos e com isso passa a ser vinculada a Secadi 
 (Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão). No 
 mesmo ano, o decreto de 2008 é revogado e novas diretrizes são estabelecidas no que 
 diz respeito ao dever do estado para com a educação especial. O documento em 
 questão determina, entre outras coisas, que o sistema educacional seja inclusivo em 
 todos os níveis e que a oferta de educação especial ocorra preferencialmente na rede 
 regular de ensino. 
 Em 2012 chega a vez dos autistas e a Lei nº 12.764 define a Política 
 Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. 
 Em 2014, com a assinatura da presidenta Dilma Russef, o Plano Nacional da 
 Educação traz como meta na sua redação: 
 “ Universalizar, para a população de 4 a 17 anos com deficiência, 
 transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou 
 superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional 
 especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia 
 de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, 
 classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados”. O 
 entrave para a inclusão é a palavra “preferencialmente”, que, segundo 
 especialistas, abre espaço para que as crianças com deficiência 
 permaneçam matriculadas apenas em escolas especiais (TODOS PELA 
 EDUCAÇÃO, 2018?). 
 Por fim, em 2015, foi instituída a Lei Brasileira de Inclusão, a qual também 
 é conhecida com Estatuto da Pessoa com Deficiência. A lei em questão abrange 
 vários aspectos referentes à inclusão das pessoas com deficiência. 
 Art. 1o É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com 
 Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e 
 a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das 
 liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua 
 inclusão social e cidadania. 
 Com isso, a educação inclusiva sofre um grande avanço e direitos passam a 
 ser assegurados. A discussão sobre a educação inclusiva tem sido bastante intensa 
 nos últimos anos e mesmo com tantos direitos adquiridos, na prática, nem sempre 
 eles são assegurados. 
 1.2 Definição 
 De acordo com Pacheco (2007), não há uma unanimidade quando se trata 
 da definição do termo educação inclusiva, pois existe uma variedade considerável 
 com relação a definição do fenômeno estudado. Ainda segundo ele, a inclusão só 
 realmente acontece quando o sistema educacional se baseia em algumas ou todas as 
 crenças e princípios mencionados abaixo: 
 Todas as crianças conseguem aprender; todas as crianças frequentam 
 classes regulares adequadas à sua idade em suas escolas locais, [...] 
 recebem programas educativos adequados, [...] recebem um currículo 
 relevante as suas necessidades, [...] participam de atividades 
 co-curriculares e extracurriculares, [e] beneficiam-se da cooperação e da 
 colaboração entre seus lares, sua escola e sua comunidade. 
 (BRUNSWICK,1994, apud PACHECO, 2007, p.14) 
 Para que essas crenças e princípios sejam executadas com louvor, José 
 acredita que o ambiente deve ser o melhor possível para que os alunos se sintam 
 seguros e acolhidos e que o planejamento para atende-los seja feito em conjunto com 
 todos os envolvidos no processo. 
 O princípio fundamental da Educação Inclusiva consiste em que todas as 
 crianças devem aprender juntas, onde quer que isso seja possível, não importando 
 quais dificuldades ou diferenças elas possam ter (COSTA, 2012, p.09). Segundo ela, 
 a inclusão é baseada na ideia de que todos os problemas vêm da sociedade e suas 
 instituições. Por isso cabe a elas realizarem as mudanças capazes de diminuir ou até 
 mesmo acabar com a exclusão. 
 2. 0 NEUROCIÊNCIA 
 Neste capítulo, serão apresentados alguns conceitos básicos a respeitoda 
 Neurociência e sua contribuição para a educação. 
 2.1 A contribuição da Neurociência para a educação 
 A Neurociência começa no século XIX com dois grandes cientistas: Hitzig 
 & Fritsch. Através de estímulos cerebrais eles conheceram e perceberam que todo 
 cérebro responde a mudanças efetivamente. Outro cientista que contribuiu 
 diretamente com a Neurociência foi Ramón y Cajal, que através dos seus 
 ensinamentos mostrou que os estímulos são travados através de sinapses neurais. 
 Eric Kandel, o pai da Neurociência, diz que somos produtos das nossas sinapses e 
 que somos quem somos por causa daquilo que aprendemos e do que lembramos. Ele 
 relaciona a psiquiatria com a biologia cerebral e a terapêutica 
 “[....]As funções intelectuais como a memória, linguagem, atenção, emoções, 
 assim como ensinar e aprender, são produzidas pela atividade dos neurônios no nosso 
 encéfalo (Kolb e Whishaw, 2002). O cérebro é o órgão da aprendizagem que consiste 
 em cerca de 86 Bilhões de neurônios, células nervosas, que interagem entre si e com 
 outras células criando assim a Rede neural para que possamos entender o que é 
 significativo e relevante para a vida. Os neurônios, por sua vez, são células 
 altamente excitáveis que se comunicam umas com as outras ou com outras células 
 por meio de um Linguagem eletroquímica. Assim, o comportamento humano está 
 diretamente ligado ao número de neurônios envolvidos nesta rede de comunicação 
 neural e seus neurotransmissores, os quais nada mais são do que produtos químicos 
 que regulam a atividade celular, ou seja, aumentam ou diminuem a comunicação 
 entre os neurônios. Grande parte dos neurônios têm três áreas responsáveis por 
 funções específicas: corpos celulares, dendritos e Axônio. 
 À medida em que vão ocorrendo as interações com o meio ambiente interno 
 e externo, as conexões entre as células nervosas que formam as variadas redes 
 neurais vão se tornando mais bem estabelecidas e mais complexas. Assim, as 
 crianças que são pouco estimuladas durante a infância tendem a apresentar 
 dificuldades de aprendizagem. Pode-se dizer ainda que não foi dada ao encéfalo a 
 oportunidade do completo desenvolvimento e que essas crianças precisarão de 
 estratégias direcionadas e alternativas para que assim possam atingir habilidades 
 ainda não contempladas. 
 Mas afinal, como as Neurociências contribuem no processo de ensino 
 aprendizagem e como o conhecimento acerca do funcionamento do encéfalo pode 
 agregar na busca por um ensino de qualidade? O fato é que as Neurociências explica 
 a organização e o funcionamento do sistema nervoso, enquanto a educação cria 
 condições que promovem o desenvolvimento de competências. Os professores, por 
 sua vez, operam como intermediários nas mudanças cerebrais que levam à 
 aprendizagem. As estratégias de ensino utilizadas pelos professores no processo de 
 ensino estimula a reorganização do sistema nervoso em desenvolvimento, levando a 
 mudanças comportamentais. 
 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 Não há como negar que as Neurociências trazem grandes benefícios à 
 educação, pois trata-se do ensino e da aprendizagem pautados sobre o funcionamento 
 cerebral. Assim, sabendo que a Neuropsicopedagogia é uma ciência interdisciplinar e 
 partindo do princípio que a mudança e as constantes atualizações acontecem 
 frequentemente tanto no mundo científico quanto na pedagogia e na psicologia, 
 fez-se extremamente necessário o surgimento desse campo educacional que estuda a 
 relação entre o sistema nervoso e a aprendizagem humana. A neurociência é uma 
 ciência nova que estuda o sistema nervoso central, bem como sua complexidade 
 através de bases científicas, assim, ela contribui na pedagogia para que professores e 
 educadores, dentro da sala de aula, possam entender que existe um biológica 
 cerebral, uma anatomia e uma fisiologia em um cérebro que aprende. A Neurociência 
 dialoga com a pedagogia porque bases científicas são necessárias para que se possa 
 compreender melhor o aluno. A Neurociência pode contribuir no entendimento 
 estrutural, funcional e patológico do comportamento humano, no que tange a 
 memória, o humor, a atenção, o sono e o comportamento em geral. O fato é que 
 conhecer a biologia cerebral nas dimensões cognitivas, afetivas, emocionais e 
 motoras é extremamente importante no processo de construção da educação. Além 
 disso, trata-se de uma grande aliada oriunda da Neuroaprendizagem. 
 Ao pensarmos a conexão possível entre neurologia e desenvolvimento, mais 
 especificamente desenvolvimento cognitivo, devemos pensar que o próprio 
 desenvolvimento neurológico só é possível por meio da conexão do sistema neural 
 com o ambiente. A essa conexão damos o nome de aprendizagem. (ROTTA, 2016, 
 p.19) 
 Sua contribuição advém da relação estabelecida entre o cérebro e a 
 aprendizagem, apresentando diferentes caminhos no processo cognitivo. A 
 Neuropsicopedagogia não deve ser vista como uma nova tendência que tenta 
 explicar os fracassos escolares, pelo contrário, seus estudos abrangem o 
 funcionamento das conexões neurais no processo de aprendizado, assim como as 
 bases neurológicas da aprendizagem e do comportamento humano. Além 
 disso, busca o entendimento do processo cognitivo na aprendizagem do indivíduo 
 desde os primeiros anos de vida, suas dificuldades e consequências na 
 aprendizagem humana. 
 A pesquisa das neurociências faz se extremamente necessária, haja vista a 
 frequência do surgimento dos “alunos problemas” que são tratados como incapazes, 
 fracassados e inseridos em grupos com estereótipos pré-determinados. Segundo 
 Kandel, nem tudo se explica por conflitos psíquicos nem por neurotransmissores 
 alterados, ou seja, o cérebro tem a capacidade de mudar através de novas 
 aprendizagens e novas conexões. Desta forma, percebe-se que a plasticidade cerebral 
 é uma aliada na educação, porque o cérebro continua a desenvolver-se, a aprender, a 
 mudar e adaptar-se até a vida adulta. Com isso, torna-se possível alterar a visão do 
 aprendizado na educação, pois a Neurociência mostra que os atrasados e os limitados 
 não existem, haja vista as várias possibilidades de aprendizagem para o ser humano e 
 consequentemente as várias formas de ensinar. 
 O cérebro é único, entretanto sofre alteração à medida que os processos de 
 aprendizagem vão acontecendo. Desta forma, o cérebro torna-se um ator principal e 
 muito importante na estimulação da aprendizagem. Por isso, faz-se necessário 
 entender as dimensões desse sujeito cerebral pensante e reflexivo, reconhecendo as 
 suas dimensões nas suas necessidades e expectativas de vidas, nas suas capacidades, 
 em suas limitações, nos seus afetos e emoções, assim como em todas as suas 
 particularidades. Compreender esse sujeito cerebral é entendê-lo em suas dimensões, 
 dentro de suas expectativas e necessidades, capacidades, limitações, emoções, todos 
 particulares. O fato é que “quanto melhor entendermos o cérebro, melhor poderemos 
 educar”. 
 Com base nas informações apresentadas,percebe-se que a Neuropsicopedagogia 
 faz uso de conhecimentos da pedagogia, da psicologia e das neurociências de forma 
 a entender e auxiliar no processo de ensino aprendizagem. O neuropsicopedagogo, 
 por sua vez, tem como função estudar a relação entre o sistema nervoso e a 
 aprendizagem humana. Percebemos também que o educando deve ser tratado como 
 sujeito único, na sua singularidade, dentro da pluralidade da sala de aula e do 
 coletivo e jamais como um “aluno problema”, o qual geralmente é rotulado como 
 incapaz e fracassado. 
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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 REIS. A.L et al A Neurociência e a Educação: Como nosso cérebro aprende?. 
 In:III CURSO DE ATUALIZAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO 
 INFANTIL, ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO, 2016, Ouro Preto-MG. 
 
 ROTTA, Newra; BRIDI FILHO, César; BRIDI, Fabiane (Org.). Neurologia e 
 aprendizagem: Abordagem multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2016. 
 ROTTA, Newra; OHLWEILER, Lygia; RIESGO, Rudimar (Org.). Transtornos da 
 Aprendizagem: Abordagem neurobiológica e multidisciplinar. Porto Alegre: 
 Artmed, 2016. 
 Rua: Minerva 
 Número:132 
 Bairro: Jardim Imperial 
 Cidade: Atibaia 
 Estado: São Paulo 
 Cep:12950-280

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