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Avaliacao II – Estudos Disciplinares III (2 semestre 2019) Pergunta 1 1 em 1 pontos Leia com atenção o texto: “[Em Portugal], você poderá ter alguns probleminhas se entrar numa loja de roupas desconhecendo certas sutilezas da língua. Por exemplo, não adianta pedir para ver os ternos — peça para ver os fatos. Paletó é casaco. Meias são peúgas. Suéter é camisola — mas não se assuste, porque calcinhas femininas são cuecas. (Não é uma delícia?)” Ruy Castro. Viaje Bem. Ano VIII, n. 3, 78. O texto destaca a diferença entre o português do Brasil e o de Portugal quanto: Resposta Selecionada: a. Ao vocabulário. Pergunta 2 1 em 1 pontos Science Fiction O marciano encontrou-me na rua e teve medo de minha impossibilidade humana. Como pode existir, pensou consigo, um ser que no existir põe tamanha anulação de existência? Afastou-se o marciano, e persegui-o. Precisava dele como de um testemunho. Mas, recusando o colóquio, desintegrou-se no ar constelado de problemas. E fiquei só em mim, de mim ausente. Carlos Drummond de Andrade. Nova reunião. São Paulo: José Olympio, 1983. É possível observar a ocorrência de um recurso discursivo indicado pelos vocábulos “me” e “consigo”. Esse recurso pode ser definido como: Resposta Selecionada: b. Presença de mais de um enunciador. Pergunta 3 1 em 1 pontos “Claro, ao abrirmos a possibilidade de que vida extraterrestre inteligente exista...” No fragmento acima, o vocábulo claro projeta uma opinião do autor do texto. Outro exemplo em que a palavra ou expressão cumpre função semelhante é: Resposta Selecionada: c. Infelizmente, até agora nada foi encontrado fora da Terra. Pergunta 4 1 em 1 pontos Leia o texto e as afirmativas a seguir. Considerações sobre justiça e equidade “Hoje, floresce cada vez mais, no mundo jurídico e acadêmico nacional, a ideia de que o julgador, ao apreciar os caos concretos que são apresentados perante os tribunais, deve nortear o seu proceder mais por critérios de justiça e equidade e menos por razões de estrita legalidade, no intuito de alcançar, sempre, o escopo da real pacificação dos conflitos submetidos à sua apreciação. Semelhante entendimento tem sido sistematicamente reiterado, na atualidade, ao ponto de inúmeros magistrados simplesmente desprezarem ou desconsiderarem determinados preceitos de lei, fulminando ditos dilemas legais sob a pecha de injustiça ou inadequação à realidade nacional. Abstraída qualquer pretensão de crítica ou censura pessoal aos insignes juízes que se filiam a esta corrente, alguns dos quais reconhecidos como dos mais brilhantes do país, não nos furtamos, todavia, de tecer breves considerações sobre os perigos da generalização desse entendimento. Primeiro, porque o mesmo, além de violar os preceitos dos arts. 126 e 127 do CPC, atenta de forma direta e frontal contra os princípios da legalidade e da separação de poderes, esteio no qual se assenta toda e qualquer ideia de democracia ou limitação de atribuições dos órgãos do Estado. Isso é o que salientou, e com a costumeira maestria, o insuperável José Alberto dos Reis, o maior processualista português, ao afirmar que: ‘O magistrado não pode sobrepor os seus próprios juízos de valor aos que estão encarnados na lei. Não o pode fazer quando o caso se acha previsto legalmente, não o pode fazer mesmo quando o caso é omisso’. Aceitar tal aberração seria o mesmo que ferir de morte qualquer espécie de legalidade ou garantia de soberania popular proveniente dos parlamentos, até porque, na lúcida visão desse mesmo processualista, o juiz estaria, nessa situação, se arvorando, de forma absolutamente espúria, na condição de legislador. A esta altura, adotando tal entendimento, estaria institucionalizada a insegurança social, sendo que não haveria mais qualquer garantia, na medida em que tudo estaria ao sabor dos humores e amores do juiz de plantão. De nada adiantariam as eleições, eis que os representantes indicados pelo povo não poderiam se valer de sua maior atribuição, ou seja, a prerrogativa de editar as leis. Desapareceriam também os juízes de conveniência e oportunidade política típicos dessas casas legislativas, na medida em que sempre poderiam ser afastados por uma esfera revisora excepcional. [...] Já o Poder Judiciário, a quem legitimamente compete fiscalizar a constitucionalidade e legalidade dos atos dos demais poderes do Estado, praticamente aniquilaria as atribuições destes, ditando a eles, a todo momento, como proceder. [...] Entretanto, a defesa desse entendimento demonstra, sem sombra de dúvidas, o desconhecimento do próprio conceito de justiça, incorrendo inclusive numa contradictio in adjecto. Isto porque, e como magistralmente o salientou o insuperável Calamandrei, ‘a justiça que o juiz administra é, no sistema da legalidade, a justiça em sentido jurídico, isto é, no sentido mais apertado, mas menos incerto, da conformidade com o direito constituído, independentemente da correspondente com a justiça social’. Para encerrar, basta salientar que a eleição dos meios concretos de efetivação da Justiça social compete, fundamentalmente, ao Legislativo e ao Executivo, eis que seus membros são indicados diretamente pelo povo. Ao Judiciário cabe administrar a justiça da legalidade, adequando o proceder daqueles aos ditames da Constituição e da Legislação. ”Luís Alberto Thompson Flores Lenz I - O texto “Considerações sobre justiça e equidade” é argumentativo porque faz uso da persuasão, uma vez que seu objetivo é convencer, induzir, aconselhar e modificar um determinado comportamento. II - O texto “Considerações sobre justiça e equidade” é argumentativo porque apresenta uma defesa de uma tese, a tentativa de validar a ideia defendida e refutar posicionamentos contrários. III - O texto “Considerações sobre justiça e equidade” é argumentativo porque expõe de forma isenta um determinado tema ou assunto, não havendo a intenção de modificar um dado ponto de vista. Está correto o que se afirma em: Resposta Selecionada: a. I e II. Pergunta 5 1 em 1 pontos Lembrando que a subjetividade é inerente à linguagem, indique a afirmativa falsa. Resposta Selecionada: a. A linguagem e os sujeitos que a utilizam (dentro de um grupo social) constroem o universo referencial, criando “modelos de realidade”, com relação aos quais se torna impossível determinar o valor de verdade/falsidade do que se enuncia. Pergunta 6 1 em 1 pontos Leia as afirmativas: I - A modalização deôntica se aplica a uma proposição relacionada à necessidade ou à possibilidade de atos realizados por agentes moralmente responsáveis, porém o que essa proposição descreve não é um ato propriamente dito, mas o estado-de-coisas que será obtido se o ato em questão for cumprido. A necessidade deôntica (a obrigação) é sempre derivada de alguma fonte ou causa (uma pessoa, uma instituição, um conjunto de princípios morais ou legais, ou até mesmo alguma compulsão interna). PORQUE II - A modalização deôntica, relacionada aos valores de permissão, obrigação e proibição, refere-se ao eixo da conduta; portanto está "condicionada por traços lexicais específicos ao enunciador (controle) e, de outro lado, implica que o enunciatário aceite o valor de verdade do enunciado, para executá-lo. Resposta Selecionada: c. As afirmativas I e II são verdadeiras, e a II é justificativa da I. Pergunta 7 1 em 1 pontos Na escola Novos Horizontes desejava-se implantar um currículo que partisse da concepção de conhecimentos em rede e que se aproximasse da vida cotidiana. Em uma reunião com o corpo docente, o diretor trouxe, para reflexão, os argumentos abaixo. I - O conhecimento é, na dimensão das redes, uma propriedade ou uma característica do indivíduo. II - Aprendemos que relevante no nosso fazer é “o quê”, possívelde ser medido, quantificado, regulamentado e controlado. III - Todas as atividades que desempenhamos em nossas vidas são aprendidas, mesmo que, em alguns casos, instintiva ou mecanicamente. IV - Os currículos que criamos misturam elementos das propostas formais e organizadas com as possibilidades que temos de implantá-las. Para a implantação pretendida, os argumentos coerentes são: Resposta Selecionada: e. III e IV. Pergunta 8 0 em 1 pontos Observe o quadro e depois indique a alternativa correta: Resposta Selecionada: a. (Está errada) Verifica-se apenas uma variação histórica da palavra “você”. Pergunta 9 1 em 1 pontos Ser professor significa desenvolver atividades pedagógicas e Projetos Político- Pedagógicos (PPP), questionar a própria prática e refletir sobre o fazer profissional. Na proposta de formação do professor-pesquisador, entende-se que o docente deve: Resposta Selecionada: c. Organizar a sua ação a partir da articulação prática- teoria-prática. Pergunta 10 1 em 1 pontos Leia o texto: Casa de muito menino é sempre uma bagunça (afr.), principalmente quando os guris (ind.) estão todos juntos e querem decidir o que comer para o lanche da tarde. Alguns guris (ind.) preferiam farofa (afr.) de ovo. O caçula (afr.) preferia comer pipoca (ind.) e o moleque (afr.) insistia nessa ideia. Outros queriam beiju (ind.), quentinho com manteiga. Era preciso encontrar uma comida que agradasse a todos. O cuscuz (afr.) de coco foi a saída. Todos aprovaram. O problema era ter de sair para comprar o fubá (afr.). Tudo resolvido. Comida pronta. Barriga cheia. Um bom samba (afr.) pra descontrair a garotada. E viva o lanche em família! Notação: (afr. = termo africano); (ind. = termo indígena) O texto permite afirmar que: I - O Brasil é considerado um país pluriétnico, o que se reflete nas construções linguísticas, conforme exemplificado nesse texto. II - A constituição histórica da língua portuguesa falada no Brasil aponta para o fato de que esse idioma entrou em contato com mais de 200 línguas africanas e mais de 1000 línguas indígenas, uma parte dessa contribuição pode ser identificada nesse texto. III - Apesar do contato linguístico entre diferentes povos na formação do português brasileiro, há um silêncio em relação à participação linguística de outros povos frente ao enaltecimento do português, o que se confirma no fato de, no Brasil, se falar a língua portuguesa. É correto o que se afirma em: Resposta Selecionada: a. I, II e III.
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