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RESUMO PSI 4º SEMESTRE 2021

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RESUMO PSICOLOGIA SÓCIO-INTERACIONISTA 
4º SEMESTRE 2021/ Prof. PATRICIA SALLES
LEV SEMENOVICH VYGOTSKY: BREVE VIDA E OBRA
Nasceu em 17 de novembro de 1896 em Orsha, Bielorrússia. Família muito culta, de origem judia. Seu pai era um homem de negócios e sua mãe, linguista. Era o segundo filho de um grupo de oito irmãos. Sua família era muito importante na cidade e Vygotsky teve acesso a todo o conhecimento ao qual se dedicou por toda a vida. Até os 15 anos, teve professores privados e, depois, ingressou em uma escola formal, concluindo-a em 1913, aos 17 anos. Iniciou Medicina na Universidade de Moscou, depois transferiu-se para o curso de Direito e, em paralelo, estudou História, Literatura e Psicologia. Conclui os estudos em 1917. De 1917 a 1923 viveu em Gomel, na Bielorrússia, exatamente no auge da Revolução Russa, onde ensinou Psicologia e Literatura. Em 1924, após sua participação no II Congresso de Psiconeurologia, em Leningrado, foi convidado para trabalhar no Instituto de Psicologia de Moscou. Nessa época, conheceu Aleksander Luria e Alexei Leontiev, de quem se tornou muito amigo. Em 1925 iniciou os estudos sobre Defectologia, cujas contribuições são absolutamente relevantes para os estudos sobre Inclusão Social até os dias de hoje. Vygotsky morreu de tuberculose, aos 37 anos, em 11 de junho de 1934.
PENSAMENTO
Construção de uma “nova” psicologia que consiste na síntese entre duas fortes tendências presentes na psicologia do início do século XX: 
· psicologia como ciência natural – estudo dos processos elementares, sensoriais e reflexos (psicologia experimental); 
· psicologia como ciência mental – estudo dos processos psicológicos superiores, mente-consciência-espírito (psicologia mentalista).
A abordagem que buscou essa síntese para a Psicologia integra, numa mesma perspectiva, o homem enquanto corpo e mente, ser biológico e ser social, enquanto membro da espécie humana, participante de um processo histórico.
As funções psicológicas têm um suporte biológico, pois são produtos da atividade cerebral; o funcionamento psicológico fundamenta-se nas relações sociais entre o indivíduo e o mundo exterior, as quais desenvolvem-se num processo histórico; a relação homem/mundo é mediada por sistemas simbólicos.
Mediação simbólica: é o processo de intervenção provocado por um elemento intermediário entre outros dois. Do ponto de vista das relações de ensino e aprendizagem, concebe-se que entre o sujeito que aprende e os objetos a serem aprendidos, há outro sujeito ou instrumento mediador. Esse fenômeno pode ser representado pela seguinte fórmula: S R X mediador
Instrumentos: objeto social, mediador entre o homem e o mundo, carrega consigo a função para a qual foi criado e o modo de utilização desenvolvido durante a história do trabalho coletivo. Exemplos: pente, cadeira...
Signos: também chamados de “instrumentos psicológicos”, são orientados para o próprio sujeito, para dentro do sujeito. Dirigem-se ao controle de ações psicológicas, seja do próprio indivíduo, seja de outras pessoas. São ferramentas que auxiliam nos processos psicológicos, e não nas ações concretas, como os instrumentos. Exemplos: lista de compras, mapa, nó em lenço etc.
PENSAMENTO E LINGUAGEM
· Fase pré-linguística do pensamento: utilização de instrumentos, inteligência prática. 
· Fase pré-intelectual da linguagem: alívio emocional, comunicação simples. 
· Aos 2 anos, o pensamento se torna verbal e a linguagem, racional. 
Funções da linguagem: intercâmbio social comunicação. pensamento generalizante agrupamento em classes.
PROCESSO DE INTERNALIZAÇÃO DA LINGUAGEM
Discurso socializado. Fala egocêntrica. Discurso interior.
DESENVOLVIMENTO E APRENDIZADO
· Nível de desenvolvimento potencial: realizar a tarefa com a ajuda de companheiros mais capazes. 
· Zona de desenvolvimento proximal: mediadores. 
· Nível de desenvolvimento real: realizar a tarefa de maneira independente.
ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL
Zona de desenvolvimento proximal é a distância entre dois níveis de desenvolvimento – real, solução independente de problemas; e potencial, solução de problemas sob orientação de adultos mais capazes. Zona de desenvolvimento proximal é onde atuam os mediadores para o processo de internalização do conhecimento. Quando se é capaz de perceber o que uma criança consegue fazer sozinha (real) e o que só consegue fazer com ajuda (potencial), podem-se conceber percursos de aprendizagem mais funcionais para a criança. Escolher os mediadores que possam atuar na ZDP do aluno é possibilitar a internalização do conhecimento.
O BRINCAR
A atividade de brincar é outro importante elemento no curso do desenvolvimento humano. A brincadeira é uma maneira de resolver problemas e satisfazer desejos que são impossíveis ou que não são permitidos à criança, como cozinhar, dirigir, costurar, cuidar de um bebê. Assim, quando brinca com panelinhas, de dirigir com a tampa de uma panela ou com uma boneca, a criança pode vivenciar e assumir os papéis sociais dos adultos que a cercam.
FAZ DE CONTA 
Essa é a brincadeira mais importante para o desenvolvimento psicológico na infância. O jogo simbólico ou exercício de faz de conta é fundamental para a constituição da imaginação, enquanto uma função psicológica superior. A brincadeira de faz de conta atua na ZDP como mediadora ao desenvolvimento psicológico.
Vygotsky também critica a transmissão mecânica e repetitiva dos conteúdos pela escola. A aprendizagem de conceitos requer reflexão e elaboração pessoal. É por isso que as práticas educativas precisam ser necessariamente desafiadoras. opõem-se à metodologia da escola tradicional, que preconiza a transmissão do conhecimento, a memorização e a repetição de conteúdo. Esse tipo de ação pedagógica não favorece o desenvolvimento das funções psicológicas superiores
HENRI WALLON: BREVE VIDA E OBRA
Henri Wallon nasceu em Paris, França, em 1879. Em sua formação, recebeu forte influência de sua família, de tradição universitária, republicana e de forte atmosfera humanista. Sua maior referência foi seu avô, a quem admirava profundamente. Foi um grande historiador, discípulo de Michelet, político de oposição ao Império, autor da “emenda Wallon”, que introduziu a palavra “república” na Constituição de 1875. O fato de ter sido criado em um ambiente repleto de discussões sobre política e sobre a construção de uma sociedade justa e igualitária, contribuiu para sua inclinação e preocupação sobre as causas sociais traduzida numa trajetória de compromisso ético e engajamento político. 1902 – formou-se na Escola Normal Superior e iniciou como professor de Filosofia. 1903 e 1908 – estudou Medicina em Paris e, ao final do curso, defendeu sua primeira tese, sobre delírio de perseguição. Ao longo de sua formação e atuação profissional, suas áreas de interesse foram Filosofia, Medicina, Psiquiatria e Psicologia. Como professor, discordava dos autoritários métodos empregados para controle disciplinar, assim como do patrulhamento clerical exercido sobre o ensino, o qual levava, segundo suas palavras, ao obscurantismo e à desconfiança. 1914 – realizou pesquisas sobre psicopatologia, observou crianças de 2 a 15 anos internadas com profundas perturbações de comportamento (instabilidade, delinquência, perversidade) e estes estudos foram a base para posteriores investigações sobre o funcionamento psicológico humano. 1914-1918 – participou como soldado na I Guerra Mundial, como médico do exército francês, prestou atendimento médico aos soldados feridos e teve a oportunidade de cuidar de pessoas com distúrbios psiquiátricos ao lidar constantemente com ex-combatentes portadores de lesões cerebrais. 1925 – fundou o Laboratório de Psicobiologia da Criança, destinado à pesquisa e ao atendimento clínico a crianças deficientes. Este laboratório ficava localizado perto de uma escola na periferia de Paris, o que o permitia ter acesso ao contexto social da criança. Publica sua tese de doutorado: “A criança turbulenta”. A partir desses estudos, elaborou uma teoria sobre a psicogênese da pessoa completa. 1929– realizou conferências sobre a psicologia da criança como professor na Universidade de Sorbonne e em outras instituições de Ensino Superior. Atuou como médico em instituições psiquiátricas e, nesse período, consolida-se seu interesse pela psicologia da criança. 1931 – viajou a Moscou e foi convidado para integrar o Círculo da Rússia Nova, grupo formado por intelectuais que se reuniam com o objetivo de aprofundar o estudo sobre o materialismo dialético e examinar as possibilidades oferecidas por este referencial aos vários campos da ciência. Neste grupo, o marxismo que se discutia não era o sistema de governo, mas a corrente filosófica. 1939 a 1945 – período marcado pela II Guerra Mundial, a França foi ocupada pelos alemães e Wallon participou do movimento de Resistência Francesa contra os invasores, foi perseguido pela Gestapo (polícia nazista), viveu clandestinamente e teve de interromper suas atividades acadêmicas, mas não as atividades científicas 1948 – cria e lança a revista Enfance, periódico que ainda hoje é utilizado como fonte de pesquisa por estudiosos na área da psicologia do desenvolvimento. 1937 e 1962 – lecionou psicologia e educação no Colégio de França (berço da psicologia francesa) e integrou a Sociedade Francesa de Pedagogia. 1944 a 1946 – participou em Paris da Comissão do Ministério da Educação Nacional, para reformulação do sistema de ensino francês. 1946 a 1962 – tornou-se vice-presidente do Grupo Francês da Educação Nova, instituição que ajudou a revolucionar o sistema de ensino daquele país e da qual foi presidente de 1946 até sua morte. Elaborou um projeto de reforma do sistema do ensino francês, o Projeto Langevin-Wallon. Wallon se dedicou a conhecer a infância e o funcionamento psicológico da criança para, com isso, entender os distúrbios do desenvolvimento. De acordo com seus pressupostos, o meio exerce influência fundamental sobre o desenvolvimento da pessoa humana, considerado o alimento cultural. Morreu em Paris, França, em 1962, aos 83 anos.
MATERIALISMO HISTORICO E DIALETICO
O que é materialismo histórico e dialético? Existem os aspectos biologicamente determinantes, que são de natureza orgânica, genética, que herdamos no nascimento; e, por outro lado, existem os fatores do meio, do contexto social e histórico em que vivemos, que nos impõem uma série de desafios e nos obrigam ao desenvolvimento necessário a uma adaptação.
Psicogênese da pessoa completa: A teoria de Wallon é chamada de psicogênese da pessoa completa. Compreende o desenvolvimento do homem como geneticamente social, um processo individual em relação direta com as relações com o meio. Propõe o estudo integrado do desenvolvimento a partir dos vários campos funcionais nos quais ocorre a atividade infantil, que sejam: afetividade, inteligência e motricidade.
Estágios do desenvolvimento segundo Wallon: Impulsivo-emocional (0 a 1 ano). Sensório-motor e projetivo (1 a 3 anos). Personalismo (3 a 6 anos). Categorial (6 a 11 anos). Puberdade e adolescência (11 anos em diante). Os fatores orgânicos (biológicos) determinam a sequência fixa dos estágios do desenvolvimento, que se tornam flexíveis pela influência dos fatores sociais.
A constituição psíquica do sujeito ocorrerá a partir das atividades concomitantes da dimensão emocional (afetividade), dimensão cognitiva (inteligência) e dimensão motora (movimento), determinados também pelos fatores orgânicos e sociais.
Conflitos que podem ser de natureza endógena / interna (maturação nervosa) e de natureza exógena / externa (cultural). Afetiva / endógena: impulsivo emocional; personalismo; puberdade e adolescência. Cognitiva / exógena: sensório-motor e projetivo; categorial.
Impulsivo-emocional (0 a 1 ano) Predominância funcional: afetiva. Fatores dinamogênicos: endógenos (centrípeta). Período de indiferenciação eu-outro (simbiose). A criança está voltada para construção do eu corporal e do eu psíquico. Esse estágio está dividido em dois momentos: 
· Impulsivo (0 a 3 meses): é um organismo puro, sua atividade se manifesta apenas por reflexos e movimentos impulsivos – exploração do corpo, movimentos bruscos, desordenados; existe uma simbiose fisiológica. 
· Emocional (3 a 12 meses): construção de padrões emocionais de medo, alegria, raiva, que são formas de comunicação corporal; existe uma simbiose afetiva que caracteriza o início do psiquismo ou vida psíquica; ocorre também a atividade circular nessa fase (6 meses).
Sensorio-motor e projetivo (1 a 3 anos) Predominância funcional: cognitiva. Fatores dinamogênicos: exógenos (centrífuga). Esse estágio está dividido em dois momentos: sensório-motor – andar / marcha; projetivo – linguagem (uso da 3ª pessoa), imitação, simulacro, animismo corporal. Diferenciação do corpo físico (eu corporal). Exemplo: reflexo no espelho aos 2 anos.
Personalismo (3 a 6 anos) Predominância funcional: afetiva. Fatores dinamogênicos: endógenos (centrípeta). Período de construção da personalidade – período de crises e conflitos. Processo de diferenciação do eu psíquico. Processo de diferenciação eu-outro. Processo de diferenciação – características: uso da 1ª pessoa – eu, meu; oposição – não; expulsão do outro; sedução – idade da graça; imitação – incorporação do outro; ciúme – sentimento de posse, competição, disputa de brinquedos e pessoas.
Categorial (6 a 11 anos) Predominância funcional: cognitiva. Fatores dinamogênicos: exógenos (centrífuga). Período de razoável estabilidade se comparado com a fase do personalismo e com a fase posterior. Período da “idade escolar” – autodisciplina mental ou atenção. Pré-categorial (6 a 9 anos): sincretismo; tautologia – repetição de um termo na frase; elisão – fala confusa, faltando pedaços; fabulação – inventa uma história; pensamento por par – dinâmica binária que compõe em pares os objetos mentais. Categorial (9 a 11/12 anos): pensamento por categorias (identificar, analisar, definir); operações mentais e formação de categorias intelectuais que auxiliam a representação das coisas e explicação do real.
Puberdade e adolescência (11 a 15 anos) Predominância funcional: afetiva. Fatores dinamogênicos: endógenos (centrípeta). Passagem da infância a vida adulta. Período de ambivalências de atitudes e sentimentos. Por quê? Período de mudanças: hormonais, fisiológicas, corporais, psicológicas, sociais; signo do espelho – óculos, aparelho dentário etc.; crise em relação ao adulto – não exatamente ao adulto, mas ao que este representa (valores e costumes); ambivalências – vaidade, timidez, vergonha, oposição, conformismo, posse, sacrifício, renúncia, aventura; formação de grupos de iguais – ponte para a vida adulta.

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