Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Coríndon Aluno: Jennifer Miguel Pacifico Rubi e safira são as gemas coradas mais importantes e movimentam juntas 50% do comércio mundial de das variedades coradas. A avaliação das gemas mais finas é feita com base nos tradicionais 4C ́s, mas considera também a origem geográfica. Com a proliferação de fontes em todo o mundo nas últimas décadas, a determinação da origem do coríndon tornou-se um serviço cada vez mais importante e desafiador aos gemólogos. A demanda por este serviço aumentou substancialmente e continua a crescer. Sobre este tema pergunta-se ● Como o ambiente geológico de formação influencia as propriedades e características diagnósticas do coríndon? O coríndon é um mineral, que dependendo da sua gênese pode alcançar valores extremamente altos. É um óxido de Al, e suas variedades são o rubi (vermelho) e safira, os elementos cromóforos responsáveis por suas cores é Cr, Fe, Ti, Mg e raramente V e Mn, sendo que o Cr é o gerador da cor vermelha e o Ti e Fe da cor azul da safira e as demais cores são geradas a partir da sobreposição e/ou combinação desses elementos cromóforos. É produzido em uma zona de convergência de placas tectônicas, com intenso metamorfismo e formação de extensas cadeias montanhosas. Dividido em dois grupos, os corindons apresentam depósitos primários e secundários que formam diferentes características para as gemas produzidas nos mesmos (Giulliani, 2014). Os depósitos primários são desenvolvidos em dois tipos distintos de ambientes, ígneo e metamórfico, quanto ao ambiente ígneo por ser deficiente em Cr, o coríndon encontrado neste ambiente são as safiras, é cristalizada a partir do magma que é formado quando uma placa tectônica mergulha por baixo de uma outra placa, com seu resfriamento vai perdendo sílica e ficando enriquecido em Al, se tornando um magma propício para gerar safiras e outros minerais. O ambiente metamórfico se subdivide através de dois sistemas fechados e abertos (Simonet et al, 2008). O Stricto Sensu se encaixa no sistema fechado e ocorre associado a metacalcário e granulitos máficos e é o primeiro tipo de ambiente metamórfico a formar corindons em depósitos primários, por se tratar de um sistema fechado os elementos necessários para cristalização dos minerais já se encontram inseridos no meio, deste modo basta a mudança de pressão e temperatura, e no sistema os fluidos encontrados facilitam somente nas ligações químicas, não farão a tarefa de remobilização dos elementos químicos como ocorre na formação da esmeralda e do topázio. O granulitos máficos do Stricto Sensu são rochas encontradas no limite de rochas ígneas, mas quando ocorre o aumento de temperatura a rocha é fundida e se transforma em magma (geralmente ocorre, pois esse ambiente apresenta níveis altos de pressão e temperaturas) gerando um metamorfismo nas rochas que se transformam em anfibolitos ricos em Cr, Fe Al e principalmente é pobre em sílica, isso porque a sílica é utilizado em outros minerais e o Al sobra o que possibilita a precipitação do coríndon e a variedade mais comum que se precipita é o rubi. O segundo sistema mencionado acima o aberto tem como principal ambiente formador o metassomático, onde os elementos são retirados das rochas e com as mudanças de pressão e temperatura, os fluidos hidrotermais do sistema, fluem e remobilizam os elementos químicos até um ponto que a precipitação dos minerais se torna possível. As rochas associadas a este ambiente são os plumasitos e os escarnitos, e para especificar como ocorre a passagem dos fluidos no sistema,essas rochas são atravessadas por um veio pegmatítico, os plumasitos são rochas ultramáficas significando que é ela quem fornecerá o Cr e outros elementos importantes a formação dos minerais e os escarnitos-dolomita (carbonato de cálcio) Ti e outros e o pegmatito fornecerá o Al, desta forma sistema está formado e as rochas que o integram, interagem da seguinte maneira o veio pegmatito ns dois tipo penetra no meio dessas rochas e com a convergência das placa os fluidos são gerados e começa a circular dentro do pegmatito destruindo quimicamente os minerais e retirando a sílica que de fácil mobilização ao contrário alumínio que apresenta mais dificuldade, assim a sílica é levada através dos fluidos para fora do veio e cristaliza outros minerais, enquanto que o Al acaba ficando em grandes quantidades dentro pegmatito e a precipitação do coríndon é concretizada (Simonet et al, 2008). Os depósitos secundários Stricto Sensu ocorrem associados a rochas sedimentares através de alúvio que é quando a rocha se altera mas não sofre nenhum intemperismo significativo que a retire do seu local de origem, colúvio quando as rochas alterada com a ação das chuvas ocorre um deslizamento de terra que carrega os minerais e os pedaços das rochas para a base da montanha ou estradas e o alúvio é quando novamente as chuvas movem os sedimentos e minerais para dentro dos rios (Sutherland et al, 2009). Os corindons encontrados nestes depósitos apresentam melhor qualidade gemológica pois após passar por esses processos mostram formas arredondadas e polidas, poucas inclusões e tamanhos melhores do que os retirados dos depósitos primários (Simonet et al, 2004, 2008). Encontram-se também corindons em depósitos secundários associados a basaltos e lamproítos, em um ambiente vulcânico e são considerados xenocristal, levando a entender que foram transportados à superfície através do magma e não cristalizados através dele e sim gerado com o metamorfismo nas bordas da câmara magmática ( Giulliani & Groat, 2019) ● Como é possível distinguir a origem geográfica do coríndon de diversas partes do mundo? Exemplifique a sua resposta com o rubi de Mianmar (Mogok ou Mong Hsu) ou a safira da Caxemira (Sumjam). Uma boa maneira de distinguir a origem do coríndon seria com uma análise detalhada das inclusões, se estiver bruto pode-se analisar a aparência física, como textura, tonalidade. O método de excluir o máximo de origens possíveis, também pode-se utilizar, depois de analisar o tipo de safira que se tem em mãos, já que existem dois tipos, as que são encontradas como xenocristais trazidas à superfície através do magma e as metamórficas, produzidas a partir da movimentação das placas tectônicas e metamorfismo de alto grau. Como exemplo podemos usar a safira da Caxemira, as safiras oriundas desta região são do tipo metamórficas e costumam apresentar menor teor de Fe e Gado que as associadas a basalto (não garante que a amostra seja da Caxemira), podem ser encontradas inclusões de cristais de turmalina nestas safiras, mas estas inclusões são raras, portanto devem ser utilizadas como apoio na classificação da origem. Em suma, a distinção de origem geográfica de coríndon apresenta-se de forma difícil de se determinar e é necessário uma série de testes e bastante cuidado na hora de analisar e estabelecer as conclusões (Palke, Aaron C et al, 20019). ● Quais os procedimentos e análises requeridas para a determinação da origem geográfica do coríndon em laboratório? Espectroscopia Raman, análise de inclusões fluidas e sólidas e analisando a paragênese mineral, Espectroscopia violeta/visível/infravermelho próximo (UV-Vis-Nir). ( Palke,Aaron C et al, 20019) Referências: GIULIANI, Gaston; GROAT, Lee A. Geology of corundum and emerald gem deposits: a review. Gems & Gemology, v. 55, n. 4, p. 464–489, 2019. PALKE, Aaron C. et al. Geographic origin determination of sapphire. Gems & Gemology, v. 55, n. 4, p. 536–579, 2019. GIULIANI, Gaston. Isotopic signatures and fluid inclusions in emerald and corundum regarding their geological origin. University of Geneva, Gemology Workshop, 2014. SIMONET, Cédric; FRITSCH, Emmanuel; LASNIER, Bernard. A classification of gem corundum deposits aimed towards gem exploration. Ore Geology Reviews, v. 34, n. 1-2, p. 127-133, 2008.
Compartilhar