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Jennifer Miguel Pacifico - Topázio imperial

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Topázio imperial
 
Aluno:Jennifer Miguel Pacífico
 O topázio é um mineral classificado como silicato de alumínio, e possui em sua composição o flúor e a hidroxilas, pode ser encontrado nas cores amarela, laranja, vermelho róseo, incolor e azul. Os elementos cromóforos deste mineral são Cr, V, Fe, Cs e seus elementos traços Ag, As, Be, Cr, Fe, Mn, Na. Suas ligações químicas são caracterizadas por um tetraedro de sílica ligado a um octaedro de alumínio e completando as ligações octaedros ligadas ao F ou OH ou a ambos. O topázio tem ocorrência em diversos países do globo, mas a sua variedade denominada topázio imperial só foi encontrada, até então, no Brasil e no Paquistão. No território brasieliro ele é encontrado na cidade de Ouro Preto no estado de Minas Gerais, associado a rochas altamente intemperizadas e em veios que possuem caulim, quartzo, dolomita rutilo e florecita, no mesmo ambiente é possível encontrar restos de minério de ferro e minerais ricos em Fe. E no estado de Rondônia associados a greisens e aluviões (Mendes, 2001)
Em um ambiente em que as rochas são ricas em Ca, o topázio tem uma certa dificuldade para se cristalizar, pois um dos seus principais componentes o flúor é fortemente atraído pelo cálcio, quando ocorre a situação das rochas serem ricas em Ca o flúor é totalmente consumido e o mineral a se cristalizar é a fluorita, inibindo assim formação de topázio neste ambiente (Gandini, 2020). No entanto em Ouro Preto encontra-se topázio em meio a rochas riquíssimas em Ca, porém não é encontrado fluorita associada ao topázio ( Morteani et al, 2002). Nota-se então uma contradição neste ambiente, o que possibilita a formação do topázio neste ambiente com pouco flúor e alto teor de cálcio, é a baixa temperatura (fluidos hidrotermais) que enriquecidos de Al e Co², consegue a absorção do cálcio pelo Co² e a absorção do flúor pelo Al, liberando o flúor para que o topázio seja precipitado ( Morteani & Voropaev, 2007).
A região onde o topázio brasileiro é encontrado no Brasil, na cidade de Ouro Preto, é conhecida geologicamente como Quadrilátero Ferrífero e é formado pelo empilhamento de rochas que iniciaram sua formação de 3,2 bilhões de anos até 1.7 bilhão de anos atrás. Essas rochas são ricas em ferro, quartzo e carbonatos, e entre elas em uma formação mais recente encontra-se uma intrusão de rochas ígneas que trespassa todas essas rochas, e são associadas a separação do Brasil e da África na separação do supercontinente Gondwana. 
O Quadrilátero Ferrífero é constituído a partir de três eventos geológicos que incluem a união e separação dos continentes, que apresentam um papel importante nesta formação. As rochas bases (as primeiras que constituem o Quadrilátero Ferrífero), são rochas vulcânicas e sedimentares que foram expostas a um forte metamorfismo, logo após o metamorfismos destas rochas é formada uma grande bacia sedimentar que é preenchida com sedimentos e nutrientes do seu entorno, com a bacia já formada com o movimento das placas tectônicas os sedimentos depositados dentro da bacia sofrem um novo metamorfismo, o metamorfismo é gerado quando o Brasil e a África se unem para formar o supercontinente Gondwana a 500 M.a, que comprime as rochas e mobiliza os elementos químicos que foram depositados a bilhões de anos atrás na bacia sedimentar e permite a geração do topázio imperial na região ( Almeida, 2004)
Explicando de uma maneira mais detalhada a formação da bacia sedimentar, criada a partir de uma abertura causada pelo afastamento das placas tectônicas a 2.580 M.a atrás, é uma bacia do tipo rifte. Sendo preenchida por camadas de sedimentos que foram depositados um em cima do outro, e que apresentam diferentes composições. A primeira camada é de sedimentos clásticos que são trazidos pelos rios como conglomerados basais, com pirita detrítica, ouro e minerais de urânio e é denominada de Formação Moeda, juntamente com o depósito dos sedimentos as placas continuam se afastando até que se partem dando início a erupções vulcânicas que criam fumarolas que lançam uma grande quantidade de ferro que captura o oxigenio que as algas liberam no sistema através da fotossintese e se precipita no fundo do aceano, o que se assemelha a um limite divergente de placas, a segunda camada a ser formada é composta por sedimentos marinhos finos com filitos grafitosos (folhelho negro), mármores dolomíticos,formações ferríferos bandadas (camadas de sílica interpondo-se com minerais ricos em ferro) e metacherts denominados de Formação Batatal, dando continuidade as camadas temos a Foemação Caue que também é composta por sedimemtos marinhos, mármores e formações ferriferas bandadas, a seguir temos a Formação Gandarela composta por dolomitos e calcários portadores de estrituras biogenicas dentre elas estromatólitos e oncólitos, mármore e um tapete de algas, a próxima camada carateriza-se por sedimentos cascolhosos, arenosos e lamosos chamados de Formação Cercadinho seguido pela Formação Fecha do Funil que são sedimentos em um ambiente marinho raso com a deposição de rampas carboníticas e os últimos sedimentos que formam a bacia é a Formação Tabões composta por sedimentos de deposição de pelitos e a Formação Barreiro que é formada por sedimentos de folhelhos negros em um ambiente marinho profundo e finalizam o Supergrupo de Minas (Alkmim, 2020) e (Zaparoli et al, 2020), . Essa bacia com essa diversidade de formações rochosas forneceram diversos elementos químicos, mas para que haja a precipitação de minerais é necessário que esses elementos sejam unidos, isso ocorre quando o sistema se inverte e as começam a convergir, gerando uma grande pressão sob as rochas,e causa o metamorfismo das rochas, produzindo o dobramento da crosta porque as placas empurram separam e depois voltam a empurrar (chamado de evento tectono termal), até que as rochas não suportam e se partem, criando uma zona de fraqueza onde os fluidos hidrotermais sob o efeito de forte pressão e temperatura percola por entre essas falhas levando os elementos químicos, retirados das rochas encaixantes, consigo a um ponto em que a precipitação se torna possível formando desta maneira o topázio imperial e outros minerais. No caso do topázio imperial o seu elemento cromóforo é o Cr, porém ele não possui uma grande mobilidade, mas como possui flúor que é capaz de facilitar a mobilização do Cr, facilitando as ligações necessárias à cristalização do topázio imperial.
REFERÊNCIAS 
GANDINI, Antonio Luciano. Uma pequena revisão dos estudos do topázio imperial da região de Ouro Preto, MG. In: CASTRO et al. (org). Quadrilátero Ferrífero: avanços do conhecimento nos últimos 50 anos. Belo Horizonte: 3i
Editora, 2020. p. 360-379.
ALMEIDA, A.C.S ... Estudos químico-mineralógicos e micro termométricos do topázio imperial das minas do Vermelhão e JJC. Ouro Preto: Universidade Federal de Ouro Preto. Departamento de Geologia. Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. 117p. (Dissertação de Mestrado). 2004.
ALKMIM, Fernando Flecha. Histórico das investigações estratigráficas, estruturais e geotectônicas do Quadrilátero Ferrífero. In: Castro et al. (org). Quadrilátero Ferrífero: avanços do conhecimento nos últimos 50 anos. Belo
Horizonte: 3i Editora, 2020. p. 18-69.
CÉSAR-MENDES, Júlio et al. Topázio. In: CASTAÑEDA et al. (org). Gemas de Minas Gerais. Belo Horizonte: SBG/MG, p. 180-195. 2001.
MORTEANI, G. et al. P, T, X conditions of crystallization of Imperial Topaz from Ouro Preto (Minas Gerais,Brazil) : fluid inclusions, oxygen isotope thermometry, and phase relations. Schweizerische Mineralogische und Petrographische Mitteilungen, v. 82, n. 3, p. 455-466, 2002.
ZAPPAROLI, Adriana de Cássia, et al. Minério de Ferro. In: CASTRO et al. (org). Quadrilátero Ferrífero: avanços do conhecimento nos últimos 50 anos. Belo Horizonte: 3i Editora, 2020. p. 288-317.