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1 REPRODUÇÃO 1 PROVA 1 PRÁTICA FISIOLOGIA REPRODUTIVA DO MACHO Na reprodução enxergamos o macho como reprodutor. Se quer um macho como reprodutor queremos que seja capaz de copular com fêmea e gere uma gestação, gere resultados é a eficiência reprodutiva. Eficiência reprodutiva é ser capaz de reproduzir com sua maior potencialidade possível. Um dos lados da eficiência reprodutiva é a fêmea e do outro lado o macho e o ambiente também influencia (por ex. época de falta de alimentos, nutrição deficiente afeta a eficiência). Na reprodução buscamos sempre a eficiência reprodutiva. Para que o macho seja um reprodutor pleno, ele precisa: interesse sexual (libido), maturidade sexual (maduro sexualmente, mas não senil), normalidade morfológica. Para ele copular ele precisa ter libido e ela é promovida pela testosterona produzida no testículo. Por via endócrina no sistema límbico estimula ter interesse por fêmeas, pode ter interesse por fêmeas mesmo sem produzir SPTZ, produzir SPTZ depende dos túbulos seminíferos, ter libido depende do SN. Mas para ser bom reprodutor precisa de interesse, SPTZ no sêmen, conseguir coloca SPTZ dentro da fêmea. A produção de SPTZ começa nos túbulos seminíferos do testículo, para isso precisam de temperatura mais baixa que a corporal, para isso existe o escroto. Recobrindo internamente o túbulo seminífero (circulado em preto) tem o epitélio seminífero (produz o SPTZ) seta laranja. É necessário para produção de SPTZ o estímulo da FHS (indiretamente) e o LH. Os dois tem que atuar, são produzidos pela adenohipófise a partir do estímulo do GnRH. 2 REPRODUÇÃO 1 Nos testículos tem o espaço intersticial (entre túbulos seminíferos) seta verde, tem as células de Leydig, vasos sanguíneos (para nutrição do testículo). As células de Leydig produzem testosterona que atua no SNC, fazendo ter o comportamento sexual. A testosterona chega lá pelos vasos sanguíneos e vai ao SNC por via endócrina, fazendo ter libido. A testosterona é fundamental para a produção de SPTZ no epitélio seminífero, ela chega por difusão. O LH estimula as células de Leydig a produzir testosterona. O FSH atua nas células de Sertoli, que está dentro do epitélio seminífero, produzindo ABP (proteína carreadora de andrógeno) que pega a testosterona e leva para dentro do epitélio seminífero para estimular a formação de SPTZ. O hipotálamo controla os eventos reprodutivos através da hipófise e assim controla a reprodução. O STPZ é resultado de uma meiose, vem de uma célula diploide 2n que é submetida a meiose até formar os SPTZ que são haploides. Cada espermatogonia 2n, dá origem a cerca de 100 SPTZ. As espermatogonias estão dentro do epitélio seminífero e ao iniciar a meiose, dão origem a centenas de 3 REPRODUÇÃO 1 SPTZ haploides. O sistema imunológico do macho não reage as espermatogonias por serem 2n, as n sim. Para o sistema imune não destruir os SPTZ que ele mesmo produz, as células de Sertoli estão ligadas em si, por um complexo juncional muito eficiente, formando uma barreira que impede que o sistema imune tenha contato com os SPTZ, é a barreira hematotesticular. Essa barreira separa o epitélio seminífero em dois, dentro e fora da barreira. A orquite, trauma podem permitir o contato, tendo orquite autoimune. A barreira é formada pelas células de Sertoli, quando as células se tornam n vão para cima da barreira hematotesticular para fugir do sistema imune. Precisamos de duas coisas para ter SPTZ: testosterona produzida pelas células de Leydig e ela tem que entrar no epitélio seminífero e precisamos evitar o contato deles com sistema imune. Nos mamíferos ainda precisa de temperatura adequada que é sempre abaixo da corporal, por isso temos o escroto. Resumindo... O GnRH é produzido pelo hipotálamo estimula atraves do LH da hipófise a produção de testosterona pelas células de Leydig, ao mesmo tempo o GnRH do hipotálamo estimula a liberação de FSH pela hipófise que atua nas células de Sertoli produzindo a ABP que se junta com a testosterona, entra no epitélio seminífero e vai estimular a produção de SPTZ pelo epitélio semínifero. TEÓRICA FERTILIZAÇÃO Como ocorre até a formação do zigoto. A ejaculação ocorre em ruminantes, no homem, no cão, a ejaculação ocorre no fundo da vagina. Em algumas espécies é dentro da cérvix, a ponta do pênis abre a cervix e entra na cervix, como em suínos. No equino, a ejaculação é intrauterina, o pênis não vai até lá, mas quando acoplado na vagina, a glande do cavalo expande, cresce muito quando dentro da vagina. A glande no cavalo enxapela, isso dentro da vagina. Quando a glande expande, abre a cérvix e o jato de sêmen durante a ejaculação, é jogado no corpo do útero. 4 REPRODUÇÃO 1 Se a ejaculação do touro acontece no fundo da vagina, os espermatozoides precisam entrar dentro do útero, no cavalo já facilita. A primeira parte do útero é a cervix, a segunda parte o corpo uterino que se divide em dois cornos uterinos. Depois tem a tuba. A tuba tem três regiões (istmo, ampola, infundíbulo). Nos ovários ocorre o desenvolvimento folicular e quando há folículos grandes, a fêmea está no cio. A liberação do ovócito ocorre durante o cio, que é uma fase do ciclo estral caracterizada por alta concentração de estrógeno. Ele é produzido pelos próprios folículos ovarianos. Essa ovulação, acontece no momento do cio, quando a fêmea tem muito estrógeno circulante. Os SPTZ ejaculado no fundo da vagina tem um caminho muito longo a percorrer, mesmo o ejaculado na cervix e corpo do útero, até chegar no ovócito na ampola para fertilizar. O ovócito tem caminho curto. Quando é liberado é captado pelo infundíbulo até a ampola. Ele não tem movimento ativo como o SPTZ. O SPTZ precisa nadar, ele tem cauda. O ovócito é uma célula sérica, ele se desloca pelos cílios presentes na tuba. Vão ocorrer dificuldades no caminho para ele vencer, tem barreiras. No ejaculado tem SPTZ normais, funcionais e aqueles afuncionais que não tem chance de chegar ao ovócito e fertiliza-lo. A quantidade colocada durante a ejaculação tem caminho grande e nem todos conseguem chegar, por isso a quantidade presente no ejaculado é muito grande. O touro ejaculada 10^9 bilhões. A vaca ovula um só, a cadela a porca, parem ninhadas. Cada filhote é um ovócito que foi fertilizado. Só um SPTZ fertiliza o ovócito, a diferença é o número de ovócitos. De bilhões do touro, só chegam milhares, a perda é muito grande, por isso o macho deve produzir mais espermatozoides do que a fêmea produzir ovócitos. Para muitas espécies, tem o número de SPTZ necessários para fertilizar o ovócito, na égua 250 x 10^6 (milhões). Mas não usamos o mínimo, usamos m bilhão para fertilizar. Mas fisiologicamente o macho ejacula muito mais. Muitos deles nem chegam a entrar no útero. Eles utilizam o fluido vaginal (muco presente na vagina, o que sai na vulva durante o cio) para entrar na cérvix que está aberta. Na cadela a secreção é vermelha pois tem hemácias e na vaca é transparente, o normal, com infecções sai esbranquiçada. Essa secreção está na vagina mas é produzida no útero e como a cérvix está aberta, chega na vagina e escorre até sair na vulva. Através dessa secreção, os espermatozoides nadam até chegar na luz do corpo do útero. Aqueles que tem defeito não conseguem nadar. Ainda tem uma contra correnteza, quem não é funcional, nem entra no corpo do útero. O endométrio com suas glândulas, produzem a secreção uterina/endometrial, presente na luz do útero e escorre para a vagina. 5 REPRODUÇÃO 1 Na ejaculação intrauterina, tem menos barreiras. Ao entrar na cérvix e chegar no corpo uterino ainda tem um longo caminho. Os SPTZ percorrem dependendo de dois fatores, 1: a secreção na luz no útero, os SPTZ estão mergulhados, por ela nadam para extremidade do corno. 2: Contração do miométrio, acontece de forma semelhante no intestino, por movimentos organizados,vão para um sentido, vão sendo levados passivamente para extremidade do corno uterino. Eles são levados, é passivo. Se houver apenas contração do miométrio sem movimento dos SPTZ não dá certo, o contrário também não. Em fêmeas velhas (em éguas mais comum), tem falha da contratilidade do miométrio, essa flacidez é decorrente do envelhecimento, isso reduz a fertilidade de éguas mais velhas, pois os SPTZ não são adequadamente levados ao corno uterino. O estrógeno atuando no miométrio junto com a atuação da ocitocina (na hora do parto a contração atua de forma contrária), liberada na neurohipófise, produzida no hipotálamo. Por via endócrina, chega no útero e junto com o estrógeno causa contração do miométrio. Quando ocorre o cio, ocorre a contração de forma sincronizada para os espermatozoides serem levados passivamente a extremidade do corno e muitos ficam para trás durante o caminho. A fêmea ao ver, sentir o odor e ter estímulo tátil, promove o estímulo na produção de ocitocina e liberação durante a cópula. Nesse momento, quando a fêmea está em contato com o macho libera ocitocina e quando o macho penetra libera muito ocitocina pela hipófise causando a progressão de SPTZ pelo útero. Em caprinos, bovinos e suínos, o estímulo sexual é usado no manejo reprodutivo para melhorar a eficiência reprodutiva. Éguas, não faz diferença, na hora da inseminação a manipulação da genitália já libera ocitocina para o movimento do útero. Vacas, cadelas também, massagear o clitóris já estimula. Na vaca que ovula um ovócito por ciclo, os SPTZ que foram para o lado errado se perdem, mas fêmeas de ovulação de ambos os lados, isso é necessário. A cadela ovula de ambos os ovários, tem que acontecer. Mas na vaca e égua os SPTZ que vão a outro corno se perderam. Isso reduz a quantidade de SPTZ que chegam no corno certo. A maioria vai para o lado certo, pois a contração do lado certo é mais eficiente do que do outro lado. Eles precisam nadar também, por causa das células do sistema imune, os neutrófilos na luz uterina precisam combater a infecção uterina que acontece na fêmea no momento da cópula. O estrógeno alto no cio provoca o relaxamento da cérvix. Enquanto fechada o útero é livre de contaminação, quando se 6 REPRODUÇÃO 1 abre, junto com o sêmen e os SPTZ entra contaminação. Ela precisa ser combatida. Os neutrófilos reagem contra a infecção, mas os SPTZ são corpos estranhos e são fagocitados, menos os que se movimentam, pois os neutrófilos não conseguem fagocitar. Quem chegar na extremidade do corno tem que entrar na tuba para ir em direção ao ovócito. ... A partir da ejaculação no fundo da vagina como touro, os SPTZ ejaculados, a primeira dificuldade é passar na cérvix para chegar ao corpo uterino, eles entram nadando no fluido que corre produzido pelo endométrio, passa pela cervix e chega na vagina. Na copula a cervix está relaxada pela quantidade de estrógeno no cio produzindo pelos folículos. Tem vários efeitos e um deles é relaxar a cervix o outro é estimular a secreção das glândulas endometriais. Os SZPT nadam por essa secreção e chegam no corpo do útero, mas nem todos chegam lá, os com defeitos não conseguem nadar. No corpo do útero, vão chegar até a extremidade dos cornos, são dois, uma parte vai para o lado certo e outra parte para o lado errado, considerando fêmeas que ovulam um folículo, mas fêmeas que ovulam vários folículos tem que ir SPTZ para os dois lados. O caminho do corpo pelo corno, eles são passivamente levados pela contração miometrial, faz com que os SPTZ no fluido endometrial se movimentam sejam levados passivamente por contração do miometro que leva o fluido com os SPTZ nele. Ela é fundamental para o transporte espermático dentro do útero da fêmea, sem a contração o transporte é inadequado e pode comprometer a fertilidade da fêmea. O sistema imune da fêmea identifica os SPTZ como corpos estranhos, assim como contaminantes que entraram no útero junto com os SPTZ. Esse combate a infecção promovido por neutrófilos é responsável por fagocita bactérias, contaminantes e SPTZ. Então eles precisam se movimentar no fluido endometrial para fugir dos neutrófilos, aqueles que não conseguem são fagocitados. Ao chegar na extremidade do corno uterino só tem milhares de bilhões que foram ejaculados. A partir da extremidade do corpo, inicia-se a tuba uterina que tem na sua primeira parte, o istmo. O istmo da tuba uterina tem uma mucosa revestindo a luz, a muscular, miométrio no útero, a miosalpinge (camada muscular por fora) e serosa (por fora). A passagem do corno para o istmo é uma passagem muito fechada, válvula muito fechada, é a junção útero-tubárica, isso para impedir que a inflamação não chegue na tuba, pois a inflamação será tóxica ao embrião. Para o embrião se instalar na luz do útero leva 5-6 dias em equinos, na vaca 4 dias e na cadela 10-11 dias. A fêmea depois que formou o embrião (porque já ouve fecundação). Quando a 7 REPRODUÇÃO 1 ovulação ocorre o cio termina. O cio era o momento em que a cérvix está aberta, assim que ocorre a ovulação, acaba o cio, o estrógeno baixa e o componente estrogênico que fazia a cérvix relaxar não existirá, então a cérvix fecha novamente. A partir do momento que a cérvix fecha, para de entrar contaminação no útero. Então ao mesmo tempo que ela fecha, tem um embrião na tuba uterina esperando a contaminação, a endometrite durante o cio, acabar, para que ele entre no útero. O tempo que o embrião fica esperando na tuba, é o tempo necessário para que o útero não tenha mias endometrite, acabe a inflamação, pois acabou a entrada de nova contaminação pela cervix. A partir do momento que a ovulação ocorreu, tem ovócito para ser fertilizado, os SPTZ vão fertilizar, formam o embrião e a partir daí o embrião formado espera um tempo dentro da tuba uterina, 4-5,6 dias, é o tempo para que o útero inflamado resolva a inflamação para receber o embrião. A tuba não pode passar pelo mesmo processo de contaminação, e por isso fica isolada pela junção útero-tubárica. Algumas éguas não conseguem eliminar a inflamação a tempo de receber o embrião, essa endometrite ao invés de ser transitória como ocorre em todas as fêmeas normais, ela terá endometrite persistente, mesmo fechada a cerviz, continua contaminada por um período maior. Ocorre em outras fêmeas também. Nessas éguas, é comum ter muita morte embrionária, então fazemos tratamento. Entra com sonda na cérvix, injeta soro fisiológico aquecido a 37º, enche o útero e depois puxa, é a lavagem uterina, ajuda a resolver a endometrite a tempo. Os SPTZ que entram na luz do istmo, aderem a sua cabeça na mucosa tubárica, ficam grudados formando o reservatório espermático. É a reserva de SPTZ para a fertilização. Muitas cópulas ocorrem antes da ovulação ocorrer. A égua que tem média de 6 dias de cio, a ovulação acontece 1 dia antes do cio acabar. Tem SPTZ ejaculados antes da ovulação, quando eles já estão lá, o ovócito ainda não chegou. Se eles forem direto para ampola, perdem. Esses SPTZ serão liberados aos poucos para ir em direção ao ovócito. O reservatório é estratégico, ficam muito tempo viáveis. Em equinos até 7 dias pode ter SPTZ disponíveis para fertilizar. Mas no manejo reprodutivo consideramos 48 horas por segurança, por isso faz cobrições em éguas de 48-48 horas. Nesse reservatório ocorre um processo fundamental para que os SPTZ consigam fertilizar o ovócito, é a capacitação espermática, induzido pelo organismo materno. Se ele não passar pelo reservatório, não consegue fertilizar. Em outras espécies o reservatório pode ser em outros locais que não o istmo. Um dos processos que ocorre na capacitação é a hipermotilidade (aumenta a força de batimento) soltam da mucosa do istmo e vão nadando em direção da ampola, começam a nadar em busca do ovócito e eles sabem que tem que ir em direção a ampola pelo processo de quimiotaxia. Quando eles são capacitados,tem tempo de viabilidade curta. Se todo munda capacitar junto correm o risco de morrer juntos, mas se o ovócito estiver lá, alguém fertiliza, mas se não, perdeu-se o trabalho. O segundo processo é a reação acrossomal. 8 REPRODUÇÃO 1 Outro problema se chegarem vários SPTZ para entrar no ovócito... No ovócito tem o cúmulos ooforos, depois zona pelúcida e membrana plasmática. Quando o SPTZ encosta a cabeça na zona pelúcida, libera enzimas acrossomais e essas enzimas vão amolecer a zona pelúcida e o SPTZ vai entrar dentro do espaço entre a zona pelúcida e a membrana pelúcida. Quando encostam na zona pelúcida ocorre a reação acrossomal e só os capacitados conseguem ter a reação. Se todos saírem capacitados ao mesmo tempo em direção ao ovócito é chegar lá e não ter ovócito, como resultado todos morrem. Se o ovócito estiver lá, tem centenas tentando entrar ao mesmo tempo, quando o primeiro SPTZ entrar na zona pelúcida, ele vai ser endocitado, engolido pelo ovócito e vai ocorrer a fertilização. Quando ele entra, nenhum outro consegue, pois o ovócito libera enzimas através da membrana plasmática que fazem com que a zona pelúcida não entre mais ninguém. É a reação cortical, a zona pelúcida se torna impenetrável. Se entrar mais de um tem a polispermia e causa poliploidia, se isso ocorrer vai ter individuo poliploide. É bom ter capacitação paulatina, com isso garante maior tempo com SPTZ para fertilizar os ovócitos, por isso os 7 dias disponíveis. A outra vantagem é que quando o ovócito estiver lá, chegam poucos SPTZ para fertilizar, cerca de 10 tentando entrar ao mesmo tempo. Isso evita a poliploidia. PRÁTICA A reprodução é um meio no sistema de produção, assim como nutrição, MGA. Então os SPTZ produzidos vão para a rede testicular. E são direcionados ao epidídimo. A meiose a partir de uma célula primordial é a espermatogênese. As células da linhagem espermatogenica são essas células que ficam entre a espermatogonia e o próprio SPTZ. As células de sertoli cuidam dessas células da linhagem, elas controlam tudo que entra e esse controle é feito pela barreira hematotesticular que divide o epitélio seminífero em duas regiões separadas. Uma abaixo da barreira, compartimento basal e a acima da barreira, compartimento adluminal e nesse compartimento tem as células n. Quando se tornam haploides, são transportadas pelas células de sertoli para cima da barreira, pois são reconhecidas como células estranhas. Com isso é possível produzir SPTZ sem que o sistema imune do macho reaja contra eles. 9 REPRODUÇÃO 1 A espermatogênese é um processo em que temos a produção de SPTZ a partir da célula primordial, espermatogonia A1, que se origina que se origina na A0. A A0 se multiplica no epitélio seminífero ao longo da vida do indivíduo até chegar a puberdade. O macho ao nascer, nasce com testículo pronto, mas não maduro, precisam crescer, desenvolver, tem ainda a multiplicação de espermatogonias A0, que multiplica na base do epitélio seminífero. A parte laranja da tabela é a barreira hematotesticular, as espermatogonias A0 se multiplicam-na base do epitélio seminífero até o macho chegar na puberdade. Na puberdade há alteração da voz. O sistema hipotalâmico hipofisário gonadal começa a funcionar, na infância o hipotálamo ainda não tem capacidade de produzir GnRH de forma suficiente para desencadear a ativação da hipófise, as gônadas tem apenas crescimento somático, para produzir testosterona precisa da hipófise que precisa do hipotálamo. Tudo está imaturo ainda. A puberdade é onde o sistema começa funcionar, intensifica a produção de testosterona que muda a voz, crescimento faz também iniciar a espermatogênese, as espermatogonias que se formavam antes da testosterona, milhões de A0 no epitélio seminífero que se multiplicavam apenas antes da puberdade. Quando a puberdade chega, as espermatogonias começam a produzir SPTZ pela presença da testosterona, porque tem LH, porque tem GnRH porque o hipotálamo está apto agora. Quando chega a puberdade, começa a meiose das espermatogonias A0, é a gametogênese, gera SPTZ, é chamada no macho de espermatogênese. Os SPTZ iniciais são poucos e defeituosos, mas isso evolui. A espermatogenese só para quando chega na senilidade, se ele não morrer antes, só para quando estiver senil, quando o epitélio seminífero parar, mas geralmente morre antes de parar. Quando começa a produção de SPTZ, ela não para mais. A espermatogênese após iniciar na puberdade, ele não para mais, ocorre diariamente, até a senilidade. Algumas espécies selvagens ocorrem pausas, alguns morcegos param de produzir SPTZ no inverno. Equinos reduzem a produção no outono e inverno, bovinos não param nunca. 10 REPRODUÇÃO 1 A quantidade de SPTZ produzida ao longo da vida é muito grande. Um garanhão leva 58-59 dias para iniciar a produção de SPTZ e eles ficarem prontos. O tempo para espermatogênese, de A0 passar pelas intermediárias até virar SPTZ, leva 61 dias no cão, 58 no bovino, 49 no porco. A duração da espermatogênese por cada espécie é definida geneticamente, nada muda isso. Essa duração é genética. A duração fica entre 50-60 dias. O tempo é fixo. Se por alguma patologia, algum problema, um garanhão que teve comprometida sua produção por febre por ex. e comprometeu sua produção de SPTZ, a espermatogênese será prejudicada. Após tratar e voltar as condições normais no cavalo, a espermatogênese foi comprometida, vai ter queda na qualidade do sêmen. Quanto tempo após resolvido o problema, será necessário para o sêmen voltar ao normal? O tempo necessário para começar nova espermatogênese até ter SPTZ. Vai ser o tempo específico dele. Os SPTZ que estão armazenados no epidídimo são afetados, vai gastar rapidamente eles e com poucas semanas o sêmen já sofre as consequências do efeito negativo. Todos serão afetados, até aqueles que estiverem no fim do seu desenvolvimento. A produção de SPTZ então é constante e produz muito. O que define a quantidade de SPTZ produzidos é a quantidade de túbulos seminíferos. Na biometria mede a circunferência escrotal, é uma forma de medir a quantidade de testículo que ele tem. Quando maior o testículo, maior a circunferência escrotal. O testículo grande tem mais túbulos seminíferos então produz mais SPTZ. Pensando em reprodutores, um dos itens de escolha é o tamanho de testículo. Cada uma espermatogonia A0, 100 SPTZ no fim. Na espermatogênese, temos transformação de 2n em células n, haploides. Temos uma redução nuclear, diminui para metade a quantidade de cromossomos desse indivíduo. Temos redução nuclear e multiplicação. Essas espermatogonias duram muito tempo, toda vez que uma A0 começa a dividir, divide em duas uma A1 e outra A0 idêntica e assim repete, elas nunca acabam (só no fim na vida). Quando tem patologias que afetam a produção de SPTZ, o prognostico de retorno a melhoria do sêmen é ligado ao tempo que levaria para ele voltar a ser um reprodutor normal. A partir do momento que a produção terminou os SPTZ serão encaminhados para o epidídimo. Primeiro são lançados na rede testicular que encaminha até o epidídimo. O papel do epidídimo, é lançar através do ducto deferente para uretra. Os SPTZ na cauda do epidídimo são diferentes dos da cabeça. Os da cabeça passam pela cabeça, corpo e chegam na cauda diferentes. A longo da passagem passam por maturação espermática/maturação epididimária. Durante a maturação adquirem modificações que os tornarão maduros na cauda do epidídimo, isso fornece aos SPTZ, condição na ejaculação de se movimentar. A principal mudança é adquirir capacidade de movimento da cauda. Vão 11 REPRODUÇÃO 1 ficar armazenados posteriormente na cauda. Cabeça e corpo do epidídimo promovem maturação e na cauda apenas armazena. A produção de SPTZ é constante, mas a liberação não, são liberados apenas na ejaculação. Quando for cruzar os animais, é necessário conter a fêmea, mesmoque esteja receptiva. Pois a fêmea pode dar um coice e esse trauma mecânico pode lesionar o tecido testicular e fazer com que o sistema imune tenha contato com o SPTZ, a partir desse momento o cavalo pode produzir Ac contra os próprios SPTZ e isso pode terminar a vida reprodutiva daquele macho. Ainda é importante levar a fêmea onde o macho está para demonstrar que ele é o dominante, se fizer o contrário, ela fica mostrando dominância. O sêmen é a mistura dos SPTZ vindos da cauda do epidídimo maturados, e armazenados é o que é liberado na ponta do pênis, é uma mistura de SPTZ com secreção de glândulas anexas (próstata, vesícula seminal, bulbo uretral) na uretra. Os SPTZ da cauda do epidídimo são aqueles que nadam e tem condições de chegar ao ovócito, mas os do sêmen não são capazes de fertilizar, eles são maduros. O SPTZ que passou pela cauda do epidídimo batem a cauda lateralmente, é um movimento de hélice da cauda, aprendem isso na cauda. Na fêmea acontece a hipermotilidade e reação acrossomal, é a capacitação espermática. TEÓRICA FISIOLOGIA DO CICLO DA FÊMEA O ciclo estral é um ciclo reprodutivo das fêmeas de mamíferos que se caracteriza pelo fato de haver período, o estro/cio. Por isso ciclo estral, pois a ocorrência do estro é cíclica. Uma diferença do ciclo estral do ciclo menstrual é porque no menstrual a fêmea não tem cio, o cio é das fêmeas do ciclo estral, onde as fêmeas estão receptivas e atrativas para o macho. Outra diferença é que no ciclo menstrual tem menstruação, ocorre quando não tem embrião, não houve fertilização e toda a preparação do endométrio é jogada fora, a superfície do endométrio sofre descamação naturalmente com hemorragia e a mistura de endométrio e tecido endometrial é a menstruação. Em animais de ciclo estralo endométrio se prepara e caso não haja fertilização o endométrio involui, não tem perda da superfície. O resto do ciclo é a mesma coisa com relação aos hormônios, também difere no tempo. Ciclo estral tem duas fases: • Fase folicular, tem folículos em desenvolvimento próximo da ovulação que geralmente ocorre no fim dessa fase de um ou mais folículos, depende da espécie (égua, vaca liberam um e cadela libera vários). Esses folículos em desenvolvimento produzem grande quantidade de estrógeno, por isso podemos chamar também de fase estrogênica (E2). É o momento do cio. Após a ovulação temos a fase: 12 REPRODUÇÃO 1 • Fase progesterônica/luteal, há predomínio não de estrógeno e sim de progesterona (P4). Nessa fase temos muita progesterona pela presença de corpos lúteos. Ao fim dessa fase, caso a fêmea não tenha ficado gestante vai reiniciar a fase folicular para tentar novamente. O ciclo estral é para tentar a gestação. Quando ela ocorre, o ciclo interrompe, a fase progesteronica vai se prolongar na gestação e a fêmea para de ciclar. A maioria das fêmeas, como por ex. porca, vaca, égua vai ter ciclo de uma ovulação até a outra de 21 dias aproximadamente. A cadela não é assim. Essa fase estrogênica é dividida em duas fases: 1. PROESTRO, 2. ESTRO, A progesterona também é dividida em duas: 1. METAESTRO, 2. DIESTRO, Depois do diestro reinicia. Isso é o ciclo de base do ciclo estral. A maioria dos animais domésticos tem essa estrutura com algumas variações. Espécies diferentes tem formas diferentes de executar o ciclo estral. Vamos falar no ciclo da vaca: ela tem fase estrogênica, depois fase progesteronica e se não emprenhar começa novamente. Tem um ciclo atrás do outro até ficar gestante. A vaca tem ciclos estrais um atrás do outro sem parar! A não ser que fique gestante ou tenha alguma patogenia que a faça parar. Também é o que acontece com a porca, são fêmeas poliestrais não estacional. Tem vário estros. A égua tem a fase folicular, progesteronica, se não emprenhar continua o ciclo, porém na égua não acontece indefinidamente, em determinado momento se não emprenhou ela para de ciclar, ela entra em anestro. Ela tenta várias vezes até que chega um momento que para e fica no anestro por um período e lá na frente começa novamente. Depois começa tentar. Ovelhas tem esse tipo de ciclo também. São poliestrais estacionais (pois só fazem isso em determinadas épocas do ano) e depois ela para de ciclar. Esse anestro é dependente da luz. Estar mais perto ou longe do Equador é importante pela quantidade da luz. Éguas no Nordeste ciclam o tempo todo, mas as vezes param de ciclar na seca por falta de alimento. Éguas ciclam na primavera e verão e param no outono e inverno aqui n centro-oeste e ovelhas não ciclam nesse período. Outro tipo de ciclo comum na espécie canina, tem fase estrogênica, progesteronica, se ela não fica gestante entra em anestro para depois de 6 meses começar novamente. É uma fêmea monoestral não estacional, tem um ciclo, se não emprenhou entra anestro e somente após 6 meses dá o cio. Dá cio de 6 em 6 meses, independentemente de ter luz ou da estação reprodutiva. 13 REPRODUÇÃO 1 Nos selvagens, a ursa tem ciclo monoestral estacional. Gatas são poliestrais estacionais, ela segue o ciclo de luz, primavera-verão, é mais intenso quanto mais longe do Equador e tem raças que são mais estacionais. Gatas tem particularidade, tem sua fase folicular e a ovulação no fim da folicular, só acontece se houver cópula. A coelha também é assim, é a ovulação induzida. Se teve cópula, ovula e entra em fase progesteronica. Sem ovulação não tem corpo lúteo. A gata que não foi copulada, não entra na fase progesteronica, entra em outra fase a de interestro, vai direto para outra fase estrogênica, sem passar pela progesteronica. Acontece em gatas não foram copuladas. Ocorre até emprenhar ou enquanto estiver na fase de primavera e verão. Ainda existem variações nesses ciclos, mas esses são os mais frequentes. FISIOLOGIA DAS FASES Vamos usar a vaca como modelo. O hipotálamo controla toda a atividade reprodutiva dos animais, de todas as espécies em machos e fêmeas. Quando o macho entra na puberdade, o hipotálamo, a hipófise e as gônadas, esse eixo hipotalâmico-hipofisario-gonadal está ativo, amadurecido. Quando esse eixo trabalha de forma organizada, o indivíduo está na puberdade, no caso do macho ele produz SPTZ e copula. Quando a fêmea está em puberdade esse eixo está ativo, a fêmea está em condição de ter atividade reprodutiva, tem condição de gestar, mas ela ainda amadurece, os primeiros ciclos são irregulares e depois isso estabiliza, a medida que a mulher evolui ela vai estabilizando até atingir um padrão. Nos animais os primeiros ciclos também são irregulares, isso significa que o hipotálamo esta maduro e consegue perceber por informações que recebe internas e externas que a fêmea tem condições de reproduzir. Chegam várias informações visuais, táteis, ambientais externas e internas (nutrição, estresse...) sobre a condição da fêmea e se ela está em condição de reproduzir ou não. Tem informações anti reprodutivas, ex. na égua, tem pouca luz, é anti reprodutiva, luz presente é pró-reprodutiva. Ovelhas luz é anti reprodutiva e pouca luz pró-reprodutiva. O período de gestação da égua é de 11 meses aproximadamente. A gestação da ovelha é de 6 meses. A égua que cicla quando tem luz, cicla na primavera e verão e por ter quase 1 ano de gestação, pare na primavera e verão. Já a ovelha pare em época desencontrada do momento que iniciou gestação, parem em primavera e verão por ficarem gestantes em outono e inverno. A ovelha se adaptou ao longo da evolução para parir na primavera e verão onde tem maior disponibilidade de forragem na dieta. Por isso a ovelha usa a luz de forma diferente da égua. Por isso que luz para certas fêmeas é pro ou anti reprodutiva. 14 REPRODUÇÃO 1 Outras condições, BEM é anti reprodutiva para qualquer fêmea. Quando o hipotálamo recebe informações bioquímicas de que a fêmea está em BEN ela não entra em reproduções. Então existem inúmeras condições. Algumasespécies ter o macho por perto estimula a ovulação, ocorre na porca e ovelha. Outras espécies, a presença da cria ao pé e amamentar é anti reprodutiva, la não cicla enquanto não desmamar, caso da vaca de corte, os zebuínos, Bos taurus tauros não tem isso. Estresse é fator anti reprodutivo. Essas informações que chegam no hipotálamo levam a ter ou não reprodução. Algumas informações são mais pesadas que outras, como a luz na égua, pode até ter várias pró, mas sem a luz não tem reprodução. O hipotálamo vai liberar o não a partir dessas informações o GnRH. Quando tem condições de reproduzir produz o GnRH que vai estimular a hipófise a liberar as gonadotrofinas (hormônios que estimulam as gônadas), e são elas o LH e FSH. Elas atuam nos ovários estimulando crescimento folicular, cio e gestação. Na córtex ovariana tem folículos em fases diferentes de desenvolvimento. Em folículos terciários, que tem desenvolvimento grande que permitem a atuação do FHS e LH. Pode ter vários folículos terciários. Quando tem FHS e LH para atuar sobre eles, eles continuam crescendo para fechar na ovulação. Sem os hormônios os terciários não passam por atresia. São os folículos terciários que produzem estrógeno, e quando o FHS e LH atuam sobre eles, ai que a fêmea entra no cio e entra na fase estrogênica. O ciclo vai começar a fase estrogênica, que termina em ovulação, quando tem FSH e LH atuando nos folículos e isso quando tem GnRH produzido pelo hipotálamo quando tem condição. No fim ocorre ovulação na tentativa de gestação. Na égua, enquanto falta luz, não tem fase estrogênica, pois não tem GnRH. Os folículos terciários vão existir em qualquer época do ano, porém eles só continuarão desenvolvendo e ovular se houver GnRH, se não tem GnRH a fêmea não cicla. Então é o hipotálamo que decide se ela reproduz. 15 REPRODUÇÃO 1 O FSH e o LH trabalham juntos sobre os folículos. Os folículos terciários tem por fora a teca externa, por dentro dela temos outra camada da parede, teca interna. Por dentro da teca interna, recobrindo a cavidade do folículo o antro onde tem o liquido folicular. Tem as células da granulosa que ficam em volta também do ovócito. As gonadotrofinas trabalham juntas sinergicamente. Elas fazem o folículo crescer em tamanho, multiplica as células e produzir estrógeno. O LH atua na teca interna, fazendo ela produzir o hormônio andrógeno, semelhante a testosterona, a androsterediona, andrógeno que o FHS vai estimular as células da granulosa a pegar e transformar em estrógeno. Esses folículos a partir do LH e FSH crescem e começam a produzir estrógeno, ocorre em vários folículos. Assim com estrógeno a fêmea entra no cio, na fase estrogênica. Essa produção de estrógeno além de promover o cio, tem outro efeito importante. Ele vai chegar no hipotálamo e funciona no hipotálamo como fator pró produtivo estimulando a liberação de GnRH, isso é um feedback positivo. Vai ter mais LH e FSH e mais estrógeno e assim por diante, vai ter cada vez mais aumento de estrógeno. Quanto mais estrógeno, mais GnRH, mais FSH e LH mais crescimento folicular e mais estrógeno. A consequência: estrógeno sobe muito, teremos a fêmea no cio. O GnRH é liberado na eminencia media da hipófise por impulsos de liberação espaçados, é a liberação tônica de GnRH. Quando não tem estrógeno. Está pedindo para hipófise para liberar FSH e LH. Quando o estrógeno estimula o hipotálamo, a forma de liberação muda, passa a ser liberado em maior frequência, e a quantidade também, é a forma cíclica. Agora a hipófise libera muito LH, com isso, a quantidade de LH circulante aumenta muito, FSH permanece como antes. O aumento do LH é o pico/onda de LH, precede a ovulação. 16 REPRODUÇÃO 1 Esse aumento de LH em decorrência do aumento de estrógeno promove a dominância folicular. Como tem nos ovários vários folículos terciários crescendo ao mesmo tempo, sofrendo efeito das gonadotrofinas, mas não são todos que vão ovular, no caso da vaca, só um vai continuar o crescimento e os outros vão regredir. Esse único que vai ovular é o dominante, e o que vai ovular. A partir do LH que sobe muito, ocorre a dominância. ... RELEMBRANDO O controle dos ciclos estrais vem do hipotálamo que recebe as informações ambientais (presença ou não do macho, informações internas e externas) que dizem que ela pode ou não reproduzir, essas informações pró e anti-reprodutivas, ele pega as informações e “tira” suas conclusões. Se as informações anti são maiores, ela não cicla, se as pró forem maior ela cicla. O hipotálamo concentra essas informações e vai decidir. Quando ele decide que sim, a fêmea começa a ciclar. Para ciclar ele libera o GnRH que estimula a hipófise que produz o FSH e LH. O FSH e o LH sendo liberados, vão atuar nos ovários estimulando o crescimento folicular até a ovulação. No ovário temos vários tipos de folículos. O primordial é aquele nas fases iniciais do desenvolvimento. Esses primordiais ao iniciarem seu desenvolvimento, chamado de recrutamento, eles passam de fases, do primordial->primário->secundário->terciário. Os terciários (antrais, bem adiantados no desenvolvimento) são sensíveis ao FSH e LH. Não é só um folículo, são vários ao mesmo tempo. O FSH e o LH juntos estimulam a produção de estrógeno pelas células da granulosa e teca interna estimulando juntos a produção de estrógeno pelos folículos terciário. Esses folículos sob efeito do FFSH e LH produzem estrógeno e é produzido cada vez mais. Eles vão crescendo de tamanho e vâo sendo produzidos cada vez mais dando o cio da fêmea ele que promove a fase estrogênica ou folicular da fêmea. Ela entra no cio por efeito do estrógeno, fica receptiva. Esse estrógeno muito alto vai no hipotálamo e no hipotálamo estimula para aumentar a quantidade de GnRH que ele produz, então o hipotálamo que liberava na forma tônica, em pulsos, essa forma estimula a hipófise a liberar FSH e LH em quantidades basais. Quando o estrógeno vai, intensifica a produção de GnRH sendo liberado com maior frequência e maior quantidade, é a liberação cíclica, quando o hipotálamo está sob ação do estrógeno. Essa mudança de liberação do GnRH faz com que a hipófise aumente a produção de LH. .... Esse aumento de LH é a onda pré-ovulatória/pico de LH. Ao mesmo tempo que temos grande quantidade de LH circulando, vamos ter esses folículos produzindo outro hormônio, começam a produzir a inibina, também produzida nos folículos grandes. A inibina sobe e atua na hipófise e inibe a 17 REPRODUÇÃO 1 liberação de FSH. O LH sobe e o FSH desce no mesmo momento. Nesse momento com folículos bem desenvolvidos, temos diferença na quantidade de FSH e LH, tem muito LH e pouco FSH. Isso promove a dominância (daquele grupo de folículos que estavam crescendo no ovário e produzindo estrógeno e inibina, desse grupo de folículos diversos, um deles apenas vai conseguir continuar crescendo e se tornar um folículo grande o suficiente até chegar na ovulação). O folículo dominante é o que consegue continuar crescendo no ambiente de muito LH e pouco FSH. Só um faz isso por duas razões: O folículo dominante começa a desenvolver nas suas células receptores para LH, essa grande quantidade de LH tem mais efeito do que naqueles que não tem muitos receptores, com isso ele é mais sensível com atuação do LH. Outra característica dele, todos os folículos tem ao redor da teca externa e interna, tem seu sistema vascular que os nutrem, o folículo dominante tem uma quantidade e tamanho de vasos maior do que os outros, por isso mesmo tendo um pouquinho de FSH na circulação (pela sua baixa), o FSH chega ao folículo maior e não chega nos outros com menos vascularização. Os outros viram corpo atrésico, uma cicatrização no ovário. O estrógeno estimula a formação dos receptores para LH, precisa ter elevação dele, e no protocolo faz isso, dá estrógeno artificialmente e um deles chega a dominância.Em algumas espécies que ocorre ovulação múltipla, vários folículos ovulam ao mesmo tempo, cada folículo fornece um ovócito para fertilização. Nesses animais temos codominância ao contrário da cadela e vaca, em cadelas e gatas temos codominância. Esse folículo é o dominante, e esse aumento de LH e queda de FSH fez ele ser dominante. O pico de LH faz com que termine o crescimento folicular, ele vai se tornar folículo pré-ovulatório. O dominante tem muito receptor pra LH e na circulação tem muito LH, isso resulta em crescimento final do folículo, ovulação final dele e depois da ovulação, luteinização dos folículos. Ele rompe e libera o ovócito dentro dele. Os folículos depois disso, que tinha células da teca e do antro, forma o corpo lúteo, pelo aumento do LH. No momento da ovulação rompe a parede do folículo em um determinado ponto. Essa ruptura faz com que saia o ovócito e o líquido folicular que preenchia a cavidade do folículo. O momento da ovulação, a ruptura da parede do folículo faz com que saia. Nesse momento da ovulação vai haver ruptura e hemorragia dos vasos da parede. Esse sangue vai ocupar o antro, a cavidade folicular. Esse sangue coagula e forma o corpo hemorrágico. O LH estimula a luteinização, a transformação das células da teca interna e granulosa (que juntas produziam estrógeno), param de produzir estrógeno e começam a produzir progesterona. Elas começam a luteinizar, produzir gradativamente progesterona, vão multiplicando e invadindo o coágulo (como se fosse um suporte) e transforma em corpo lúteo. É o que demora uns dias pra acontecer após a ovulação. A formação do CL começa imediatamente após a ovulação que ocorre pelo LH e a luteinização também por LH que vai na teca e granulosa estimulando 18 REPRODUÇÃO 1 a parar com estrógeno e estimulando a progesterona. A progesterona vai aumentando gradativamente. O início da fase progesterônica, metaestro, é o tempo de transformação do corpo hemorrágico em corpo lúteo. O diestro é o CL funcionando produzindo progesterona. Agora temos não temos mais folículo, tem CL produzindo progesterona, estrógeno caiu, tanto que ela saiu do cio. A partir da ovulação tem início da progesteronica, essa progesterona circulante é importante se a fêmea iniciou a gestação, para ela se desenvolver, mas se a fêmea não ficou gestante, enquanto tem progesterona não tem cio, pois a progesterona inibe a liberação de GnRH pelo hipotálamo. Nessa fêmea que não ficou gestante... antes da ovulação tinha estrógeno alto que mudou padrão do GnRH para cíclico, terminando crescimento folicular e ovulação ocorrendo. O estrógeno agora acabou, o padrão intenso do GnRH volta ao padrão baixo. Sem estrógeno, o padrão volta a ser tônico. Agora o LH volta ao normal, pois o padrão cíclico que fazia, ele também fazia subir inibina e diminuía FSH. Quando a fêmea está nessa fase cíclica, estrogênica, GnRH na forma tônica, volta a ter os padrões anteriores de FSH e LH. É a fase progesterônica. Essa fêmea começa a ter crescimento folicular novamente, apesar do corpo lúteo inicia outra onda de crescimento folicular. O primeiro mostra recrutamento de folículos que iniciaram crescimento, começaram a produção de estrógeno e a fêmea inicia a seleção (na fase estrogênica) de quem é o dominante. Essa fase inicial depende de FSH e LH em níveis basais, a seleção e a dominância também depende do FSH e LH que podem estar em níveis basais, mas o LH subindo. Se isso acontece em fêmea que não tem progesterona, ela vai terminar o crescimento e vai ovular. Ela pra ovular precisa da liberação cíclica de GnRH para que todo processo ocorra e ocorra ovulação, pois só quando tem liberação cíclica de GnRH, vai ter aumento do LH e redução do FSH. 19 REPRODUÇÃO 1 Se a fêmea não tem corpo lúteo produzindo progesterona, vai haver dominância e ovulação. No entanto se tiver progesterona, esse folículo não ovula, entra em atrésia, pois não vai ter aumento de LH para ele ovular, ele regride como os outros. No segundo, a fêmea veio de ciclo anterior onde teve ovulação, e a ovulação não gerou gestação, mas existe CL. Essa fêmea mesmo na fase progesteronica, tem crescimento folicular, pois ela vai ter LH e FSH suficientes para acontecer crescimento folicular e início da formação do dominante. Como a progesterona está alta, não tem pico de LH pra ovulação ocorrer. Quando a progesterona está alta, ele regride, atresia ao invés de ovular. Enquanto tem progesterona não ovula. Começa a crescer outro grupo novamente, esse grupo pegou o final do diestro quando o CL foi destruído, baixa progesterona e chegou no final da ovulação, por isso entre uma ovulação e outra o ciclo estral dura mais ou menos 20 dias. Na fase do diestro, tem CL, progesterônica, mesmo com progesterona alta, o FSH e o LH inicia novo crescimento folicular que chega até o ponto onde precisava aumenta LH e baixar FSH pra ter dominância, mas isso não ocorre, pois a progesterona não deixa o GnRH passa do tônico pro cíclico, ela inibe. Enquanto a progesterona estiver alta, vai ter ondas de crescimento folicular mas elas não geram ovulação nem cio, só ovula quando a progesterona abaixar. O que vai ser necessário para a fêmea que ovulou e não ficou gestante? Precisa ciclar novamente, tenta novamente, se isso repete e ela não gesta, o que atrapalha nova fase folicular e entrar no ciclo, precisa abaixar a progesterona. Só vai ter cio quando ela abaixar e para isso tem que ocorrer a luteólise do CL. No útero tem o endométrio que produz secreção que mantem o embrião, também a secreção que os SPTZ nadam. Supondo que não houve formação do embrião, fêmea ovulou, saiu ovócito e não formou embrião. A fêmea precisa destruir o CL para progesterona abaixar e ter cio novamente. A fêmea faz a luteólise pela prostaglandina F2α. Promove luteolise, destrói CL para que ocorre novo crescimento folicular. De onde vem a prostaglandina? É produzida pelo endométrio, se ele percebe que não tem embrião, vai produzir prostaglandina. O embrião que impede a produção de prostaglandina, nos bovinos é pela produção de Interferon. Em cada espécie é de uma forma. Se ele não impedir isso, vai morrer. É o reconhecimento materno da gestação (RMG). Enquanto tiver progesterona a mãe vai ter crescimento folicular sem ovulação, para ovular tem que destruir o CL que acontece em vacas, éguas, e porcas 14-15 após a ovulação. Se o embrião estiver lá isso não ocorre. Assim fechamos o ciclo da fêmea que não estava gestante, vai ter luteolise e permite que tudo isso ocorra novamente. 20 REPRODUÇÃO 1 PRÁTICA EXAME ANDROLÓGICO Vamos trabalhar com a avaliação do macho como reprodutor, seu potencial, se tem alteração. É o exame andrológico é uma parte prática. Então exame andrológico é uma avaliação que faremos nos animais que tem algum interesse reprodutivo e animais que de alguma forma pode ter algum acometimento envolvendo seu órgão. Na relação de casal pet, quando vai procurar o problema de eles não conseguirem ter filhotes, no macho vai fazer a avaliação andrológica, procura alguma dificuldade. As vezes tem limitação financeira para fazer os procedimentos. Temos a relação do macho como reprodutor e integrante do sistema de produção, como no caso do boi, varrão, quando procura problemas, está preocupado com o valor financeiro e não sentimental como em pets. Quando não está produzindo vai descartar. Quando o touro não gera crias, vamos trabalhar com individuo que serve a rebanho e ele deve servir a esse rebanho. O cavalo vai servir a várias éguas para dar muitos filhotes e vender. O sistema de produção é diferente dos pets. A forma de executar o andrológico é praticamente a mesma para pets ou animais de produção, mas a diferença é o objetivo do exame, o que quero trazer de informações com ele. *Obs: estéril, nunca terá a capacidade de fertilizar, não produz SPTZ (castração). Infértil, tem capacidadede produção de SPTZ mas não consegue fertilizar (vasectomia, ejacula normalmente somente os líquidos das glândulas porém sem SPTZ, eles ficam no testículo). Subfértil, tem fertilidade mas é abaixo da normal. O que compõem o exame, as partes? Inicialmente é composto pela etapa de avaliação clínica geral (porque as vezes o que atrapalha o indivíduo de ser bom reprodutor é um problema clínico não ligado ao aparelho reprodutor, ex. cavalo com laminite, ele não consegue montar, não tem nada a ver com o sistema reprodutivo dele) para procurar eventuais problemas que afetem a reprodução e não são especificamente do aparelho reprodutor, avaliação comportamental, principalmente o comportamento reprodutivo, ele tem dois itens: libido (é o interesse sexual, cavalo tem muito, jumento tem pouco, varia entre espécies) e saber como copular (em filhotes e animais imaturos, machos pequenos aprendem vendo os adultos e uma parte é inata) o indivíduo precisa aprender, ver, tentar executar. O equino é a espécie que mais tem comportamento reprodutivo inadequado, as vezes quer bater na égua, fica nervoso..., avaliação clínica do aparelho genital, avalia escroto, testículo, 21 REPRODUÇÃO 1 epidídimo, glândulas anexas, prepúcio, pênis. Avaliação do sêmen, espermiograma/espermograma, avalia qualidade do sêmen. Tem que coletar o sêmen e tem várias formas de fazer isso (em suínos e cães por masturbação, em equinos e ruminantes por vagina artificial, tem a forma farmacológica, eletroejaculação- eletrodo no reto e dá pequenas descargas elétricas simulando o estímulo nervoso). Tem vários itens para se avaliar (espermiograma não é a mesma coisa que exame andrológico e as vezes as pessoas pedem o exame andrológico como se a única coisa que tivesse fosse o espermiograma, mas não): aspectos físicos (volume, cor, pH, densidade), concentração (quantidade de SPTZ no ejaculado, quantidade por mL), movimento dos SPTZ (motilidade quantos % dos SPTZ se movimenta, tem a motilidade total, independente do movimento, e a motilidade progressiva, dos que se movimentam para frente. Tem o vigor, a velocidade desse movimento, estima de 1-5, turbilhonamento/massa, o conjunto dos SPTZ em direção única), morfologia/patologia espermática. A anamnese entra tanto da clínica geral com na específica. O andrológico além de avaliar a normalidade dos órgãos genitais, e até dentro do normal podemos ter pior ou melhor. Pensando em dois touros de corte, A e B na mesma fazenda, o que se espera deles é eficiência reprodutiva. O touro A, na estação de monta controlada, dá conta de 20 vacas, fertiliza com eficiência em 2 meses, 20 vacas, é normal, sem alteração. O touro B é normal, mas dá conta de 40 vacas, ambos são normais. O B tem eficiência reprodutiva melhor que o touro A. Se for escolher entre os dois, será selecionado o touro B. Embora o A seja normal, não é economicamente viável. O A não emprenha 20 por ter algum problema, ele é normal e é assim. Para estimar o quanto o animal pode cobrir faz o exame andrológico, então ele não serve para procurar doenças nos machos, serve como subsídio para identificar entre os animais normais quem é o melhor e o pior. Tem papel fundamental no MGA para eficiência reprodutiva, avalia o animal antes de colocar nas vacas, não vai ter certeza que será um bom reprodutor, mas fornece um potencial reprodutivo e se tiver que escolher, a partir dele faz escolhas, ele dá informações que tem correlação com fertilidade. Uma parte do exame é o perímetro escrotal. Com essa medida (perímetro escrotal, pois é penduloso) em ruminantes, e largura testicular em cavalos e cachorros, pois no cavalo e cão os testículo está na posição horizontal. Essa medida é um modo de medir o volume testicular e mensurar indiretamente a quantidade de túbulos seminíferos, é uma correlação, quanto maior a circunferência/largura mais volume e maior quantidade de tecido testicular, mais túbulos seminíferos e mais epitélio seminífero e mais SPTZ’s produzidos. Quanto maior a biometria, que não patológica (orquite, neoplasia...) mais SPTZ. 22 REPRODUÇÃO 1 São formas de tentar a eficiência reprodutiva, fazendo o exame andrológico e uma parte do exame que está dentro da avaliação física dos órgãos genitais é a biometria testicular. No exame físico dos órgãos, parte é avaliar o escroto, os órgãos que ele contém, testículo, epidídimo (e suas partes), cordão espermático (é o pedículo do escroto), glândulas acessórias internas (próstata, bulbo uretral) por US ou palpação, pênis, prepúcio, além do exame físico faz a biometria testicular. No exame físico tem duas avaliações importantes, a palpação testicular para avaliar a consistência testicular. A consistência normal de testículo com algumas diferenças especificas, a normal é a tensa, parecido com um músculo contraído, varia entre espécies. Quando está flácido, macio é anormal, tem patologia associada (pode ser degeneração testicular entre outras), quando fica firme, duro, é fibrose testicular. Outra coisa é o tamanho do testículo, quando faz biometria testicular, uma parte é a circunferência escrotal em que mede o conjunto dos dois testículos, porém a circunferência mede os dois, não consegue saber se tem um maior que o outro, para saber isso, mede cada um isoladamente, isola o testículo, mede comprimento e largura e compara os dois, quando a diferença é maior que 10% caracteriza uma assimetria. Quando é pequeno e firme é hipotrofiado era normal e diminuiu (pode ser da senilidade, pela orquite...), quando pequeno e flácido é hipoplásico, nunca foi normal, é doença genética. No testículo então faz biometria e palpação. VIDEO 1 Sêmen humano, coloca a amostra no microscópio, olha no aumento menor para ter panorama amplo, depois mais perto. Tem SPTZ parados e movendo. Se fosse para animal estaria ruim. A maioria se movimenta para frente, motilidade progressiva. Para avaliar o movimento, tem que estar vivos. VIDEO 2 Tem SPTZ parados e outros mexendo. Tem um aparelho em locais especializados que mostra os parados em amarelo, os em verde que movimentam em círculo fechado em vermelho que andam mais. Vamos tentar estimar quantos % da lâmina se mechem é a motilidade total, e quantos movem para frente é a motilidade progressiva. VIDEO 3 Mostra motilidade total bem menor, tem mais parado do que se mexendo. Poucos se movimentam de forma linear, com movimento progressivo, a motilidade total é pior. 23 REPRODUÇÃO 1 VIDEO 4 Mostra o vigor, a velocidade. Mostra uma velocidade de rigor 2, para os animais é muito baixa. Tem SPTZ que entra na motilidade total mas não entra na progressiva, nem sai do lugar. VIDEO 5 Sêmen de suíno. Vigor 3. Tem alguns que nadam atrás do próprio rabo e não saem do lugar. Alguns nem tem cauda. A avaliação da morfologia será demonstrada depois. VIDEO 6 Tem mais SPTZ, mais a maioria está parada, motilidade menor que 50%, velocidade baixa, vigor 1, tem muito SPTZ sem cauda. VIDEO 7 Mostra turbilhonamento, movimento de massa. Vemos de longe, quando junta alta motilidade com bom vigor e tem muito SPTZ tem bom turbilhonamento. É medida que dá ideia de três caracteres juntas: concentração, motilidade e vigor. É sêmen de carneiro mostra uma gota de sêmen e parede um cardume, nesse caso está muito bom. Normalmente só analisa turbilhonamento em espécies onde o sêmen é concentrado, animal fisiologicamente tem grande quantidade de SPTZ no ejaculado. O cavalo por exemplo não é esperado ter como cão. Motilidade faz em todas as espécies. Vamos preparar a amostra, fazer na lâmina e avaliar se tem morfologia normal ou não, é a morfologia espermática ou patologia espermática. Vamos um por um ver se é normal ou tem defeito morfológico, vamos observar 200 SPTZ, vamos fazendo a contagem e descrevendo os defeitos. Temos vários defeitos já listados e no final, vamos ver no ejaculado a porcentagem de SPTZ normaise com cada defeito específico. Fazemos um quadro da morfologia espermática, é o último passo do espermiograma básico, a patologia espermática. Quando faz espermiograma dentro do exame andrológico para dar laudo, faz espermiograma completo além das outras informações. Isso é um espermiograma básica, existem outras informações complementares ao básico. 24 REPRODUÇÃO 1 MORFOLOGIA ESPERMÁTICA A primeira parte do SPTZ, é a cabeça. A cabeça do SPTZ é composta basicamente por duas estruturas: núcleo com DNA condensado (importante já que ele passa por várias dificuldades, assim é protegido contra alterações no caminho), acrossoma (estrutura que carrega as enzimas quando chegar no ovócito). A parte mais rostral da cabeça é a região acrossomal. Onde não tem acrossoma é a região pós acrossomal. Cobrindo tudo tem a membrana plasmática. O limite entre as duas regiões é a região equatorial. A fossa de implantação é onde implanta a cauda do SPTZ. Ele costuma ter forma ogival, mas parece mais com um grão de milho, é achatado, é o formato da maioria dos SPTZ dos animais domésticos. Só consegue examinar se estiver de frente, de lado não consegue examinar. A cauda é dividida em três grandes partes, a mais próxima da cabeça é a peça intermediária (PI). Peça principal a do meio. Peça terminal, só o finalzinho. A estrutura central da cauda com nove pares de microtúbulos, com um central, é o axonema. Ao redor do axonema tem mitocôndrias (que forma a bainha de mitocôndrias) na peça intermediária apenas! Toda a cauda é recoberta por membrana plasmática. A mitocôndria produz energia e na peça intermediária tem muita mitocôndria, pois ali que é gerado o movimento do SPTZ, vai ser produzida energia pelos nutrientes que vem de fora (SPTZ não tem nenhuma reserva de carboidrato e lipídio como fonte de energia, usa tudo de fora), elas produzem ATP. A peça principal não tem movimento próprio, ela depende da peça intermediária, o movimento da intermediária é ativo e da principal é passivo. Tudo é coberto pela membrana espermática. As lecitinas, proteínas protegem a membrana. Conhecendo a morfologia do SPTZ, vamos avaliar se os SPTZ do sêmen estão morfologicamente normais ou não. SPTZ morfologicamente defeituoso são aqueles que tem comprometimento da fertilidade, não vai ter a mesma capacidade de fecundar do que o normal. Se tiver muitos SPTZ com falta de acrossoma, o sêmen vai ter fertilidade pior do que se não tivesse tantos defeitos assim. Se a maioria está assim, a fertilidade do macho está comprometida. Conheço o normal vamos procurar nos SPTZ’s do exame, qual a porcentagem de normais e quantos tem defeitos. Se tiver defeito, documenta o defeito. 25 REPRODUÇÃO 1 Quando for fazer a lâmina, tem que produzir uma que tenha SPTZ espalhados para conseguir contar. Os SPTZ até a saída, ficam grudados nas células de Sertoli, quando eles vão ser liberados pode grudar um pouco do citoplasma, e acaba ficando com a gota citoplasmática. Todos saem com ela. Quando fazem os primeiros movimentos no epidídimo, essa gota de citoplasma se desloca, escorre pela peça intermediaria até o final dela. O SPTZ terminando de passar pelo epidídimo, ficam armazenados e ainda com a gota citoplasmática distal, quando entra no epidídimo está proximal, à medida que movimenta fica distal. Quando ejacula, no líquido seminal ele bate fortemente a cauda e a gota distal se solta. Se tiver gota, distal ou proximal, é um defeito, no ejaculado o normal é não ter gota. O defeito de cabeça é o contorno anormal da cabeça. Aplasia segmentar é quando falta um pedaço da peça intermediária. É normal ter SPTZ’s defeituosos no sêmen, não existe 100% de SPTZ’s normais, é normal ter até 20% com algum defeito. Temos diferentes tipos de defeitos, cabeça, peça intermediária, gota citoplasmática, cauda dobrada, implantação da cauda, vacúolos (defeito no DNA), cauda fraturada, cauda dobrada, peça intermediária dobrada, peça intermediária edemaciada (ficou muito citoplasma), cabeça piriforme. Vamos contar 200 SPTZ, faz um quadro da % de normais, % de defeituosos (com relação a localização do defeito: acrossoma, cabeça-núcleo, colo, peça intermediária, cauda). Interpretamos como: esse sêmem tem x% de defeito de acrossoma. O que isso atrapalha na fertilidade? Isso afeta a fertilidade pois não consegue chegar no ovócito. Se tem defeito de cauda tem baixa motilidade, pode ter baixo vigor. No defeito do acrossomo não consegue passar a barreira do ovócito. Quando identifica o defeito, sabemos o que está comprometendo a fertilidade do animal, isso ajuda a saber se emprenha ou não. As classificações mais importantes e práticas são quando os defeitos primários, secundários e terciários. Quando o defeito existe pois algo ocorreu errado no testículo na formação do SPTZ, de origem testicular, se o sêmen tiver muitos defeitos primários, o animal tem algum problema testicular. Defeitos secundários/pós-testiculares, ocorrem depois da formação, entre a formação do testículo e ejaculação, são defeitos durante a passagem no epidídimo, quando está armazenado na cauda do epidídimo ou quando misturam ao líquido seminal, são após a formação. Defeitos terciários ocorreram após a ejaculação, fora do animal, como choque térmico do sêmen, quando isso acontece, causa cauda dobrada no SPTZ. 26 REPRODUÇÃO 1 Quando examina o sêmen e encontra muito defeitos primários, é um grande indício de defeitos no testículo (defeitos de cabeça sempre são primários). Defeitos terciários, o problema da fertilidade não está no animal, é com quem trabalha com sêmen e processa. Defeitos de cauda pode ser em qualquer lugar. Classificar quanto a origem ajuda a saber qual problema o animal tem, ajuda no diagnóstico. Outra classificação muito útil e mais simples, sem interesse em identificar a razão da fertilidade. É o potencial de fertilidade. Ele quer saber se afeta muito ou pouco a fertilidade. Defeito menor afetam pouco a fertilidade e defeito maior afetam muito a fertilidade. Maior quantidade de defeitos maiores a fertilidade é muito comprometida, se são defeitos menores, não é tão comprometido assim. Quando tem muito defeito maior, tem que saber nos outros exames. Para saber o diagnóstico->primário, secundário... Quando quer saber sobre o comprometimento da fertilidade->defeito maior ou menor PROVA 2 ANATOMIA E FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO DE SUÍNOS K_rolleite@yahoo.com.br A anatomia e fisiologia são importantes, pois é a base para a realização do exame ginecológico e andrológico a campo e também para o entendimento dos processos fisiológicos reprodutivos, bem como nos contextos multidisciplinares (produção animal, clínica médica e pesquisa cientifica), como o desenvolvimento de protocolos hormonais (utilização de hormônios exógenos para controlar a atividade reprodutiva – ciclo estral - das fêmeas) e biotecnologias reprodutivas (por exemplo, a inseminação artificial e as técnicas de produção de embrião). mailto:K_rolleite@yahoo.com.br 27 REPRODUÇÃO 1 ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTIVO DA FÊMEA SUÍNA: Tem função de produzir os gametas, produção hormônios com características bioquímicas diversas (esteroides, proteicos, glicoproteicos, eicosanoides) que vão atuar tanto no trato reprodutivo quanto em outros órgãos para fazer a sinalização pro SNC do sistema reprodutivo para ter controle da reprodução; transporte dos gametas (masculino e feminino – No feminino age na captação do ovócito ovulado, quanto os espermatozoides em sentido oposto (caudo cranial), para ter o encontro na tuba uterina). Atua na fecundação, oferece um ambiente, uma condição característica, adequada para que haja fertilização. Permite o crescimento, nutrição, e expulsão do embrião e anexos extraembrionários ou placentários. É no trato reprodutivo que vai ocorrer à concepção, a fase inicial da geração que é a fecundação, a união dos gametas femininose masculinos, e o desenvolvimento desse concepto, desse indivíduo, desde as fases iniciais até o final do desenvolvimento que irá culminar com o parto e obtenção dessa prole jovem. Aparelho genital feminino: A genitália feminina vai ser constituída das gônadas que são os ovários que tem a função de produção do ovócito, que é o gameta feminino e a genitália tubular que atua na cópula, desenvolvimento dos conceptos, fertilização, além da condução dos gametas. As gônadas femininas são formadas na etapa gestacional, diferente dos machos, as fêmeas desenvolvem todos os gametas da vida dela formam na fase gestacional, no período pós-natal (depois do nascimento) não terá formação dos gametas femininos, só terá a continuidade da meiose para que ele seja apto a fecundar. A fêmea produz os gametas na fase gestacional, tendo um estoque cada vez menor de gametas com o passar dos anos. Já os machos tem produção de gametas até chegar à senilidade. Nas fêmeas esses gametas começam a se desenvolver depois que houve diferenciação total da gônada, se desenvolvendo até determinado estágio e vão ficar estacionados até que essa fêmea chegue à puberdade e tenha estimulo para que então um grupo de gametas seja estimulado a terminar a meiose. Então esses gametas serão formados na vida fetal a partir dos 35 dias de idade gestacional e após o período gestacional tem a divisão meiótica inibida e só vão retornar a divisão meiótica a partir da puberdade. A genitália tubular também vai se formar durante esse período gestacional após a diferenciação da gônada. A partir de 20 dias de gestação nós observamos a diferenciação da gônada, diferenciada em testículo no macho, logo após começa o processo da descida para a bolsa, em com 90 dias de gestação já tem o testículo dentro da bolsa escrotal. A gestação em suínos tem uma duração média de 114 dias, então o macho quando ele nasce normalmente já apresenta testículos na bolsa escrotal. Na fêmea, a diferenciação das gônadas também vai acontecer a partir de 20 dias de gestação e em seguida vai se iniciar o processo de produção do gameta feminino, a partir de 35 a 40 dias de gestação vai dar o inicio da meiose e formação inicialmente dos folículos primordiais depois que irá dividir-se em folículos primários e 28 REPRODUÇÃO 1 secundários. Então essas fêmeas vão nascer com estoque de folículos primordiais, primários e secundários que vão se desenvolver ao longo da sua vida. Em fêmeas a maturidade sexual é diferente do macho. A puberdade no macho é a primeira vez que ele é estimulado sexualmente, apresenta desejo e com isso ele ejacula pela primeira vez e nesse ejaculado possui espermatozoides. Esses espermatozoides apresentam baixa fertilidade, podem ter algumas patologias espermáticas, mas o evento é produzir espermatozoides no seu ejaculado. Normalmente ocorre em machos a partir de 125 dias de idade. A maturidade sexual é quando o macho tem produção regular de espermatozoides, então ele já atinge o volume de ejaculado característico para aquela espécie e nesse ejaculado já apresenta espermatozoide com grande capacidade fecundativa. Então a puberdade precede a maturidade sexual, geralmente a maturidade vem depois que ele produz alguns ejaculados, variando de acordo com a raça ou linhagem de suínos, mas em geral ocorre em 10 meses de idade. A puberdade na fêmea é quando a fêmea apresenta comportamento de receptividade sexual – cio, estro -, após esse comportamento, ela ovula e libera um gameta. Ou seja, primeira vez que ela manifesta estro e ovula. Após ela apresentar os dois ou três primeiros ciclos estrais ele fica regular, com mesma duração, com intervalo regular, é a maturidade sexual. O ciclo estral é sequencial, 21 dias se ela não for inseminada ou coberta é o período entre um cio e outro. As fêmeas suínas manifestam puberdade em média de 6 a 7 meses, mas há variação na idade em que ela manifesta cio pela primeira vez e ovula variando de 120 a 210 dias, influenciada por nutrição, ambiente social, raça, linhagem, peso corporal se há presença de macho, se já apresentou doenças, pois pode causar atraso na manifestação do cio, se elas são criadas em baias coletivas ou em grupos maiores, estação do ano, manejo. Suínos são sensíveis ao calor excessivo. Acompanhar esse sistema de fêmeas suínas é importante porque a taxa de reposição é muito elevada, sendo de 40 a 45% por ano. Cerca de aproximadamente de 20 a 25% do plantel é constituído de marrãs. Nas granjas essa taxa é bem elevada, implicando no fato que sempre vai ter de 20 a 25% do plantel de constituído fêmea jovem (leitoa ou marrãs), e elas devem ser bem preparadas para reprodução para que consiga bons índices produtivos e reprodutivos. Para seleção dessas fêmeas já inicia essa seleção no nascimento, aquelas que apresentarem peso ao nascimento menor que 1 kg não usamos para matrizes, serão descartadas como reprodutoras, mas podem ir para engorda e abate (rebanho comercial). Ao nascimento já descartamos de 10 a 15% das fêmeas. Avaliamos no desmame, por meio da pesagem acompanhamos o desenvolvimento corporal, aquelas com o peso menor que 4,5kg, descartando de 15 a 20% dos animais. Por volta de 120-140 a 150 dias selecionamos as matrizes, que vão para reprodução, essa seleção terá mais critérios, observando GPD de pelo menos seiscentos gramas, com peso corporal compatível com a precocidade e o desenvolvimento, com pelo menos 12 tetos funcionais com qualidade de aprumo. Descartamos ate o final do processo cerca de 60% a 80% das fêmeas e as que sobram são as multiplicadoras. Essa seleção é importante porque é nessa fase que o ovócito estará em desenvolvimento, logo, uma fêmea bem alimentada tem mais possibilidade de expressar o potencial genético do ovócito (fenótipo). Um dos fatores que mais influenciam a expressão genética é a alimentação. 29 REPRODUÇÃO 1 ANATOMIA DO SISTEMA GENITAL DAS FÊMEAS: O trato reprodutivo localiza na região da cavidade pélvico abdominal, ficando entre abaixo do reto e acima da bexiga. Tem aparência em Y (tem uma porção fundida e única e uma porção bifurcada que são os cornos uterinos). Normalmente o trato reprodutivo não está apoiado em nenhum constituinte ósseo, é suspenso pelo ligamento largo (que é uma dupla camada de peritônio), garantindo o posicionamento do trato reprodutivo na cavidade pélvico e abdominal. Ele sustenta e leva suprimento sanguíneo e vasos linfáticos. O trato reprodutivo é constituído de genitália externa (ovários, tubas uterinas, útero, cervix, vagina) e externa (vestíbulo e vulva). O ligamento largo é semelhante a uma asa de morcego, é uma estrutura ampla que vai envolver todo o trato reprodutivo. Apesar de não ter nenhuma divisão física, nós dividimos em três regiões de acordo com o órgão que ele está sustentando. Então a porção que sustenta o ovário é o mesovário, a porção que sustenta a tuba uterina é a mesosalpinge, a região que sustenta o útero é o mesométrio. E esse ligamento é totalmente permeado por vasos sanguíneos e vasos linfáticos, com isso terá a entrega de nutrientes para o trato reprodutivo e também recolhimento de excretas e distribuição de células imunológicas, bem como uma reabsorção de líquidos. Atrás do útero está posicionada a bexiga que em um determinado ponto tem a comunicação do trato urinário com o genital, na porção inferior, próximo à prega hímenal tem um orifício que é a abertura da uretra por onde ela será drenada, sendo drenada pela região da vulva e esse orifício faz a comunicação do trato urinário com o trato genital. Essa abertura da uretra vai ser importante também porque ela vai delimitar dois órgãos que não são divididos fisicamente, eles são delimitados porque são originados de folhetos embrionários diferentes e tem um revestimento epitelial diferente também. Da porção da abertura da uretra em direção à vulva temos o órgão chamado de vestíbulo, que é revestido por um epitélio queratinizado, do orifício da abertura da uretraem direção ao útero temos a vagina da porca, tendo até mudança de coloração sendo o do vestíbulo mais amarelado e da vagina mais arroseada, avermelhada. Comparando o trato reprodutivo de outras espécies domesticas, a vagina é menor, os cornos uterinos são bastante longos sendo até espiralado, a cerviz também é mais comprida, a porção fundida do útero (corpo) é reduzida em relação à égua. O útero é dividido em três partes, a região mais interna é o endométrio que é a região epitelial que comunica com a luz, depois tem a região muscular que é o miométrio, e depois tem a parte mais externa que é o perímetrio. O clitóris é constituído de tecido erétil e é semelhante à glande do pênis, e é onde a fêmea recebe o estimulo sexual quando for coberta pelo macho, que fica na região ventral da vagina. 30 REPRODUÇÃO 1 A cervix da porca além de ser longa, apresenta algumas digitações que são denominadas de pulvinos ou interdigitações cervicais, que tem função de fazer um bom fechamento da cerviz protegendo o ambiente uterino para entrada de sujidades e evitando as perdas das gestações. Na maior parte do ciclo estral ela estará fechada e no período de estro, ela dilatada e permite a entrada da glande do pênis para a passada dos espermatozoides. Ao contrário de outras espécies o macho suíno (cachaço), consegue introduzir o pênis dentro do útero da porca. O pênis do suíno tem a grande em formato de saca-rolha, então ele vai rotacionando o pênis e com isso ele consegue entrar na cérvix e fixar o pênis na porção médio caudal da cerviz. Isso vai ser importante porque vai evitar a perda de um grande volume de sêmen por refluxo, para a maior parte do sêmen chegar ao útero e depois a tuba uterina. Então a segunda função dessas digitações é acomodar o pênis. Na foto do ovário consegue ver o que é semelhante a um coágulo, que é de uma porca recém-ovulada. Nesse caso é o corpo hemorrágico, que dará origem ao corpo lúteo que é uma glândula transitória que produzira um hormônio muito importante para o controle do ciclo estral nas fêmeas domesticas. Esse corpo hemorrágico é uma coleção de sangue contendo células foliculares que irá se diferenciar sob ação hormonal. Após a formação do corpo hemorrágico vai haver diferenciação desse coágulo formando o corpo lúteo, que será essa glândula responsável por produzir a progesterona conhecida como hormônio da gestação, que atuará tanto no ciclo da porca gestante quanto da não gestante. A porca tem a característica de ovular vários folículos de uma vez, com isso ela formará vários corpos lúteos. O folículo terciário também é denominado de folículo antral, porque possui uma cavidade com liquido o que possibilita identificar a olho nu ou no exame ultrassonográfico. 31 REPRODUÇÃO 1 A tuba uterina é dividida em três porções, e não tem como dividir fisicamente, mas é porque cada parte tem uma função especializada. A fímbria é uma porção mais dilatada com formato de franja que tem a função de captar os ovócitos provenientes da ovulação. Ampola é a região onde ocorre a fecundação. Istmo é a região que faz a conexão com o corno uterino, e é também o local onde a capacitação espermática vai ocorrer. É a região da mesosalpinge. O istmo possui uma parede, a função muscular bem espessada e na palpação parece uma carga de caneta. Na ampola a parede geralmente fica colabada e é bem mais delgada, é mais flácido. A região onde o ístmo se comunica com o ápice do corno uterino é a região da junção útero-tubárica. CARACTERÍSTICAS E REGULAÇÃO DO CICLO ESTRAL DA FÊMEA SUÍNA: Nessa imagem mostra o padrão de ciclo estral de várias fêmeas domésticas. Durante um ano conseguimos perceber que a fêmea suína vai apresentar cio de uma forma regular, durante todo o ano se não submeter ela a cobertura ou IA. O padrão de ciclo estral é caracterizado como poliestrico não estacional porque independe da estação do ano, esse é um tipo padrão de ciclo estral que encontra na vaca. Em outros animais o padrão é diferente, a égua só apresenta cio durante um determinado período do ano que seria correspondente a dias longos, primavera/verão, nesse caso é poliestrica estacional, apresentando mais de um estro, mas somente em uma determinada época do ano. O mesmo acontece com as ovelhas e cabras, assim como as búfalas, entretanto é ao contrário, elas apresentam cio em dias curtos. Já a cadela vai manifestar um ou dois cios por ano, independentemente da época do ano, ou seja, monoestrais não estacionárias. CICLOS REPRODUTIVOS DA FÊMEA SUÍNA: 32 REPRODUÇÃO 1 A fêmea suína vai apresentar oogênese incompleta após o nascimento, então ela nasce com o estoque de gametas que vão se desenvolver ao longo da vida, porém esses gametas não estão no momento que eles podem ser fecundados, eles estão imaturos, eles pararam a meiose antecipadamente, então são folículos que estão em estágio primordial, primário, secundário. Apenas após a puberdade vai haver um estimulo de retomada da meiose e crescimento desses folículos para que ele s se tornem folículos terciários, que são folículos que crescem sob a ação de hormônios. Ela é poliestrica anual, então ao longo do ano ela apresenta vários cios, então vários comportamentos de estro, ela é não estacional, então ela manifesta estro durante todo o ano, mas tem uma observação, que apesar de ser capaz de se reproduzir, de manifestar cio durante o ano inteiro, a porca é extremamente sensível ao calor excessivo com isso se a granja não oferecer instalações com bom conforto térmico essa fêmea pode manifestar redução de fertilidade nos períodos mais quentes do ano, então apesar de ser não estacional, quando eu não consigo oferecer um bom conforto ambiental para o animal ele pode manifestar uma redução de fertilidade ou um bloqueio temporário da atividade reprodutiva. O ciclo estral na porca tem a duração de 21 dias, então a cada 21 dias ela vai manifestar comportamento de cio. A fêmea suína também possui outra particularidade que é politoca, tem a capacidade de ovular vários folículos por ciclo estral e também ela é capaz de produzir uma gestação múltipla. E em relação à gestação, é do tipo não dicotômica. A gestação dicotômica, quando vai fazer o diagnostico dá para saber se está prenha ou não. Gestação positiva ou negativa (DG-). Para a porca, não basta estar gestante, ela tem que ter um número mínimo de leitões presentes no útero para que a gestação ela continue e chegue a termo e esse mínimo é de quatro a cinco, para que haja sinalização para o ambiente materno para que a fêmea mantenha o corpo lúteo e não ocorra a luteólise. Menos de quatro embriões a concentração de substancia produzida não é suficiente para inibir a destruição do corpo lúteo, então terá uma reabsorção embrionária e essa fêmea vai retornar em cio. Menos que quatro a gestação não vai a termo. O CICLO ESTRAL EM SUÍNOS: Essa imagem caracteriza como que é o crescimento folicular, que na porca acontece em ondas, então falamos de ondas de crescimento folicular, em que um grupo de folículos é estimulado a crescer, esse inicio do crescimento de pequenos folículos é chamado de recrutamento. Esses folículos vão crescendo e os folículos de melhor potencial de crescimento vão crescendo e aqueles de pior qualidade vão sendo eliminados. Então o crescimento folicular possui as seguintes etapas: recrutamento, crescimento, seleção e dominância. No recrutamento da fêmea suína são estimulados a crescer cerca de 100 pequenos folículos, na fase de seleção esse número já vai ser reduzido, cerca de 30 a 40 folículos atingem a fase de seleção. Na dominância, os folículos que vão ovular serão cerca de 10 a 15 folículos em media na porca. Esse evento que irá acontecer durante o crescimento folicular à 33 REPRODUÇÃO 1 gente vai dividir eles em fases. O ciclo estral divide em proestro, estro, metaestro e diestro; cada uma dessas fases será caracterizada por um determinado evento, então
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