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Biotecnologia e reprodução animal

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Fisiologia reprodutiva
Os animais quanto ao desenvolvimento do ciclo estral são classificados em:
1. Poliéstricos estacionais – Éguas, cabras, ovelhas 
2. Poliéstricos não estacionais ou contínuas – Vacas, porcas
3. Monoéstricos - Cadelas
O ciclo estral da vaca e da búfala são muito parecidos, mudando o comportamento, mas a parte hormonal não muda.
Ciclo Estral da vaca
· Bovinos são poliéstricos anuais (entram em vários ciclos durante o ano e não há interferência da luminosidade);
· A duração do ciclo estral na vaca é de aproximadamente 21 dias e compreende ao período entre 2 estros (2 cios) conforme o esqueminha abaixo:
	
	OVULAÇÃO
	* período entre 2 cios *
	OVULAÇÃO
O ciclo estral é dividido em:
1. Fase Folicular (fase estrogênica): A principal estrutura é o folículo. Vai do recrutamento até a ovulação. Dura 20% do tempo do ciclo. 
A fase Folicular é dividida em: 
· Proestro: É a fase de preparação para o cio, quando ocorre a destruição do CL após o negativo para prenhez e começa novamente o aumento de estrógeno (tipo E2 – Estradiol, pois existem vários tipos de Estrógeno).
· Estro: Fase do cio. Há uma alta no Estrógeno.
2. Fase Luteal (fase progesterônica): A principal estrutura é o Corpo Lúteo (CL). É a fase mais longa do ciclo.
A fase Luteal é dividida em:
· Mataestro: Quando está ocorrendo a formação do CL. É uma fase muito curta.
· Diestro: Quando o CL está formado. É a fase mais longa do ciclo estral.
OBSERVAÇÕES
· A região Medular do ovário tem a função de suprimento sanguíneo, enquanto a região Cortical é onde ocorre o desenvolvimento dos folículos;
· O diagnóstico de gestação pode ser feito através de um tipo de Beta HCG, indicando as semanas de gestação medida pela quantidade de HCG produzida.
Em algumas espécies o oócito sai do ovário e vai para a tuba uterina (dividida em 3: infundíbulo, ampola e ístimo). Fímbrias vão fazer os movimentos circulares para capturar o oócito e fazer a ovulação.
No equino não acontece dessa forma, pois neles existem uma junção útero-tubarica (JUT), que age como uma portaria, sendo aberta somente se o embrião for viável. Se ele não for viável não descerá para o útero. Essa é uma forma de seleção embrionária que não existe nas outras espécies.
O embrião saudável libera PGE, que age como uma senha, por isso consegue entrar no útero do equino. O embrião não saudável não produz PGE, pois estão em processo de degeneração. A PGE relaxa a junção útero-tubárica, permitindo que o embrião saudável caia no útero. O embrião equino fica passeando então pelo útero, influenciado pela PGE.
 
Características de cada fase do ciclo estral
Proestro
· O Estrógeno aumenta;
· Dura de 3 a 5 dias;
· A vaca tenta montar nas outras, mas não deixa ser montada, pois quando tentam montar ela, ela se movimenta.
Estro
· Dura +/- 14h;
· O fazendeiro deve prestar muita atenção para identificar essa fase, pois ela é bem curta;
· Existe a presença do folículo pré-ovulatório e aumento do Estrógeno;
· A fêmea aceita o macho, ocorre a liberação do muco cervical, aumenta a locomoção e vocalização do animal (berros), diminui a ingestão de alimentos e ocorre as vezes um pouco de aumento na vulva e hiperemia;
· Existem odômetros que medem a locomoção das fêmeas, justamente para identificar essa parte do cio.
Mataestro (Transição da fase folicular para a fase Luteal)
· Dura 2 a 3 dias após o cio;
· A fêmea não aceita o macho;
· Ocorre a ovulação;
· Ocorre +/- 30h após o início do cio e +/- 24h após o pico de LH;
· Inicia a formação do Corpo Lúteo (CL)
Diestro
· Presença de CL ativo com produção alta de Progesterona (P4);
· Duração média de 12 dias (se a fêmea não gestar);
· Resposta a PGF2alfa (a partir do quinto dia após a ovulação).
Se houver a gestação, ocorre a interrupção da sequência de ciclos estrais. A vaca então apresentará as seguintes características:
· Vagina e vulva sem edema e com coloração rosa pálida;
· Cérvix fechado (P4 alta);
· Útero flácido;
· Presente de CL no ovário;
· A fêmea não aceita mais o macho.
Na vaca a implantação do embrião é ipsilateral ao lado que houve a ovulação. Depois do desenvolvimento da placenta, que vai tomar os 2 cornos, o embrião vai continuar no lado que houve a ovulação.
Justamente por isso nas vacas os fetos gemelares (gêmeos) podem abortar, uma vez que ocorre a disputa nutricional. Apesar disso, é comum continuar a gestação em vez de ocorrer o aborto.
Em éguas, no entanto, não é comum continuar a gestação gemelar.
Quando os gêmeos são de sexo diferente é muito difícil continuar a gestação, pois vai uma anastomose dos vasos sanguíneos placentários, que conduzem a circulação comum entre os embriões, causando uma troca hormonal. Por isso normalmente a fêmea vai se tornar estéril (freemartinismo) por conta da testosterona do feto macho.
Essa fêmea, além de estéril, vai apresentar comportamento de macho e hipertrofia do clitóris.
Foliculogênese e maturação ovocitária
· É o crescimento e maturação dos folículos. Ou seja, transformação da célula em folículos de fases posteriores que irão ocular ou degenerar.
· Todas as fêmeas já nascem com o número de folículos certos. Por isso, quanto mais velha, mais difícil engravidar.
· Cada folículo só tem um óvulo.
· A égua possui a fossa ovulatória e só consegue ovular nela.
Os folículos são divididos em: 
1. Primordiais (Esperam para serem selecionados para entrar na onda folicular)
2. Primários
3. Secundários
4. Terciários
5. Grafi ou Pré-ovulatórios
Com os níveis mais elevados de Ativina, ocorre um aumento na produção do FSH, fazendo com que os folículos cresçam e se desenvolvam, havendo uma modificação em sua camada. Quando o folículo chega na fase terciária, com 14mm de tamanho, estão em sua maturação final, ovulando, se reestruturando e formando um Corpo Lúteo que secreta Progesterona. Ocorre então um feedback negativo no hipotálamo, fazendo com que o GnRH seja produzido em gotas, estimulando quase nada a produção de LH e pouco de FSH.
Em casos de não gestação, o CL é lisado, formando um Corpo Albicans (cicatriz no ovário). Após esse processo já está sendo formada uma nova onda de recrutamento para que o ciclo volte a ocorrer.
O que faz com que um folículo chegue a dominância e não ovule.
Se chegar a dominância e não ocular quer dizer que a progesterona está alta, inibindo a produção de LH e impedindo o feedback negativo no Hipotálamo e consequentemente a ovulação.
· Para induzir a ovulação pode-se utilizar Estrógeno, GnRH ou LH (que entrará direto na gônoda).
· Existem diversos análogos de GnRH para ser usados nesses casos, como: Acetato de dislorelina, Estrelina, etc.
· O LH é o menos utilizado devido ao seu alto custo.
· Dando o LH o organismo vai pular todas as etapas do ciclo, ocorrendo logo a ovulação do folículo dominante.
Região Cortical do ovário
· Onde existem os folículos em desenvolvimento.
Região Medular do ovário
· Onde existem os vasos sanguíneos, linfáticos e nervos.
Dinâmica de crescimento folicular
1. Recrutamento/seleção
Seleção dos folículos primários.
2. Crescimento
Folículos secretam Ativina que aumenta a produção de FSH, desenvolvendo eles.
3. Divergência
Um folículo se destaca, crescendo mais do que os outros.
4. Dominância
O folículo que se destaca vai liberar Inibina para diminuir a produção de FSH e fazer com que os outros folículos parem de crescer e entrem em atergia. Só o folículo dominante continua crescendo.
A ovulação pode ser:
1. Espontânea (porca, vaca, o velha, égua e cobaia)
O Estro coincide com o início da ovulação
2. Induzida
É receptivo ao macho em qualquer momento e a ovulação ocorre a intervalos variáveis após o coito.
Descrição do ciclo
Folículos diversos começam a ser recrutados na fase de Recrutamento quando o Hipotálamo libera direto na Hipófise anterior (SEM passar pela corrente sanguínea) o GnRH, que vai estimular a produção de FSH e LH junto com a Ativina que é produzida pelos folículos.
A Ativina faz um feedback positivo no Hipotálamo, estimulando ainda mais a produção do FSH, provocando a fase de Crescimento dos folículos.Um dos folículos vai crescer mais, acontecendo a fase de Divergência. Esse folículo grande começará a produzir em seu interior um líquido composto por Estradiol (E2), que vai caracterizar o cio da fêmea. O Estradiol vai fazer outro feedback positivo no Hipotálamo, estimulando cada vez mais a liberação de LH para que, com a influência dele, consiga ovular.
Esse folículo maior começará a produzir a Inibina, provocando um feedback negativo no Hipotálamo ao diminuir a liberação do FSH pela Hipófise anterior, causando a atresia dos outros folículos menores e caracterizando a fase de Dominância, onde somente o folículo dominante continuará a crescer.
O folículo dominante vai acabar se rompendo pelo estímulo da luteinização promovida pelo LH, transformando-se Corpo Hemorrágico e depois em Corpo Lúteo (CL), liberando o ovócito secundário no interior da trompa uterina.
O corpo já tem um folículo ovulado, então agora precisa parar o processo de ovulação. Por isso, o CL começará a produzir Progesterona (P4), que fará um feedback negativo no Hipotálamo, diminuindo a liberação do GnRH e consequentemente do FSH e do LH, fazendo com que os outros folículos menores não continuem seu crescimento e outra ovulação.
O CL permanece ativo por mais ou menos duas semanas até ocorrer o reconhecimento materno da gestação (acontece de 12 a 15). Se a fêmea não estiver grávida, o útero vai produzir a Prostaglandina F2alfa (PGF2alfa), que realizará a luteólise do Corpo Lúteo através da vasoconstrição. 
Com o CL lisado, não haverá mais a produção de Progesterona, permitindo novamente o Hipotálamo liberar o GnRH na Hipófise para que a mesma volte a produzir FSH, provocando um feedback positivo, ao voltar a aumentar os níveis de Estrógeno para que ocorra um novo recrutamento dos folículos e iniciando um novo ciclo.
CURIOSIDADE
· Poliéstricas só param de ciclar ao emprenhar, por alguma patologia, por falta de bom manejo nutricional ou se a espécie for poliéstrica estacional, que cicla de acordo com a luminosidade;
· Quando a vaca está prenhe vai permanecer toda a sua gestação no Diestro, parando de ciclar;
· A vaca pode não apresentar cio por conta de nutrição deficiente e escore corporal baixo. Isso chama-se Anestro Nutricional;
· Pode ocorrer também Anestro Lactacional no pós-parto também por conta de nutrição deficiente.
Corpo lúteo (CL)	
· É possível sentir o corpo lúteo nas vacas através da palpação. Não é possível isso na égua, pois nessa espécie a região Cortical onde estão os folículos fica no lado de dentro, onde seria a região Medular;
· A placenta da fêmea também produz Progesterona;
· Em algumas espécies, a placenta produz a P4 sozinha.
Células luteais pequenas: Mais envolvidas na organização inicial do CL;
Células luteais grandes: Envolvida mais quando o CL já está estabelecido. Corre um aumento da produção.
Produção de Progesterona:	
No final da gestação ocorre uma queda da P4, mas a quantidade de P4 presente antes de ocorrer a queda é que diferencia entre as espécies.
· Suínos
O CL é o principal mantedor dos níveis de Progesterona.
· Ovelha
No início da gestação só o CL produz P4. Depois a placenta começa a produzir também a P4.
Na ovelha, quanto mais filhotes, mais Progesterona.
· Vaca
Se houver gestação, não haverá produção de PGF2alfa.
· Égua
Até 120 dias a P4 vem do CL. Após 120 dias a P4 vem da placenta somente.
Por isso, só é possível causar um aborto na égua aplicando de forma exógena a PGF2alfa se for antes dos 120 dias de gestação. Porque a PGF2alfa vai causar novamente a produção de FSH e luteólise do CL, fazendo com que não exista mais a produção da P4 para manter a gestação.
No entanto, após 120 dias já não é mais o CL que produz a P4, por isso não adiantará tentar lisa-lo, uma vez que quem mantem a gestação agora é a placenta.
· Porca
Se houver gestação, ocorrerá a produção de PGF2alfa, mas haverá uma mudança na sua absorção, então em vez de ser liberada nos vasos vai ser intraluminal (para dentro do útero), não tendo ação de causar luteólise.
Na porca a quantidade de filhotes não influencia na quantidade de P4 produzida.
	
Avaliação ginecológica e Inseminação Artificial
Avaliação
· Saúde geral do animal
Isso porque as vezes o problema primário não está no sistema reprodutor e sim em outro sistema, mas que influencia de alguma forma a parte reprodutiva do animal.
· Saúde do sistema reprodutor
Verificar a produção de oócito, a capacidade de gestar, se o macho tem capacidade de reproduzir seus espermatozoides, a capacidade de realizar a cópula (patologias em membros posteriores, como no casco, podem impedir a cópula, uma vez que a dor vai impedir o animal de montar ou ser montado, refletindo na baixa de produção no sistema reprodutor).
Fêmeas que não possuem a capacidade de gestar podem ser utilizadas de alguma forma.
Ex.: Se conseguir ovular, podemos recuperar o oócito ou óvulos e o embrião para torna-la fértil.
Ex.2: Se o embrião consegue chegar ao útero mas existem cistos uterinos pode-se coletar o embrião e fazer uma transferência do mesmo.
Quando realizamos o exame ginecológico
· Para criar prognóstico reprodutivo;
· Diagnosticar patologias (geralmente o fazendeiro pede o exame ginecológico já com uma queixa reprodutiva);
· Diagnosticar a gestação com ultrassonografia, dosa de hormônio (uma espécie de Beta HCG) ou:
Em grandes animais: palpação retal
Em pequenos animais: palpação abdominal
· Acompanhamento do ciclo estral;
· Biotecnologia da reprodução.
Passo a passo do exame ginecológico
· Identificação do animal e proprietário (raça, idade, região);
· Anamnese ou história clínica;
· Exame clínico geral (dar grande atenção ao sistema musculoesquelético, pois pode haver algum problema nele);
· Exame clínico específico do sistema reprodutor
É importante preencher a ficha do exame ginecológico ou ficha individual/coletiva de acompanhamento do ciclo estral.
Identificação do animal e proprietário
· Proprietário: Nome, endereço da propriedade, telefone, e-mail.
· Animal: Nome ou número do registro, tatuagem, brinco, mossa, marc a fogo, pelagem, resenha, idade, número de criar, último parto, último cio, intervalos entre partos)
Anamnese ou história clínica
· Importante ser conduzida de acordo com o motivo do exame;
· Verificar o número de crias, último parto, último cio, intervalo entre partos, abortos, retenção de placenta, distocias, corrimento vaginal (como é e em que período ocorre esse corrimento), sanidade do rebanho (fêmeas e machos), manejo e alimentação.
Avaliação clínico geral
· Defeitos hereditários
· Escore corporal
· Verificar sistema cardiovascular e respiratório, digestivo, nervoso e músculo esquelético.
 
Avaliação do sistema reprodutor externo
· Vulva
· Períneo
· Glândula mamária
 
Imagem 1: Em vacas de leite não interessante que possuam feridas nas mamas.
Imagem 2: Existem vários graus de prolapso vaginal. O prolapso inicial pode ser visto melhor quando o animal está deitado, por conta do aumento da pressão intra-abdominal. Em graus mais avançados já é possível ver o prolapso em posição quadrupedal.
O prolapso ocorre mais em vacas de leite por conta da quantidade de partos e afrouxamento dos ligamentos.
Imagem 3: Parto distócico (feto com posição incorreta). Dependendo da posição do potro é posição fazer alguma manobra obstétrica para reposicionar o filhote. Mas se não for possível, pode-se fazer uma fetotomia com a utilização de um fio serra.
Em pequenos animais é comum o filhote nascer com o posterior primeiro. Em grandes animais não é.
É necessário verificar a anatomia, funcionalidade e realizar a detecção de problemas nesse sistema.
Vulva
· É a terminal posterior do trato genital;
· Apresenta diferentes formas para diferentes espécies;
· Ocorre aumento do volume no cio ou no final da gestação (algumas espécies, como a égua não apresenta aumento da vulva no cio. A vaca pode apresentar um pouco de amento);
· É a primeira barreira física do sistema genital feminino;
· Os lábios vulvares devem ter simetria e coaptação (se está fechado direito ou se está entrandoar ou fezes que podem causar infecções).
Existem 3 barreiras no sistema genital: Primeira: Vulva, segunda: Vestíbulo de vagina (deve estar coaptada também) e terceira: cérvix.
· Pode haver conformidade ruim na vulva por má nutrição, idade, etc;
· A vulva deve estar na vertical. Se estiver na horizontal pode haver uma consequente infecção. Pode ocorrer Pneumovagina (acúmulo de ar na vagina).
A vagina é dividida em: vagina cranial e vagina caudal.
Entre essas duas partes tem a prega convexa. Se houver problema na prega, a urina vai se acumular em fundo de vagina. Uma cirurgia pode resolver esse problema.
 
Imagem 1: Vulva com boa conformação, bem coaptada e bem vertical.
Imagem 2: Vulva com uma leve abertura. Coaptação não está perfeita.
Imagem 3: Vulva com falta de coaptação.
 
· As 3 imagens mostram vulvas com conformação ruim. Existe uma profundidade no períneo da égua, deixando a vulva em posição diagonal ou horizontal, aumentando a chance de cair fezes dentro, principalmente em vulvas não coaptadas e durante períodos diarreicos.
· Muito comum encontrar nesses casos fezes em fundo de vagina.
· Investimento em nutrição também ajudam a preencher esse afundamento do períneo ao engordar um pouco mais o animal. Esse fator é comum em éguas magras e velhas.
Vagina
· Pode-se fazer uma inspeção indireta para uso de espéculo vaginal com um vaginoscópio ou espéculo vaginal.
Pode-se utilizar:
Rinoscópio KILLIAN: Mais utilizado em cães
PLANSKY: Mais utilizado em éguas
COLLIN: Mais utilizado em pequenos ruminantes
Tubo (este vem com uma luz na ponta. Os outros aparelhos precisam do auxílio de uma lanterna).
· Antes da vaginoscopia deve-se fazer uma higienização do períneo com água e sabão neutro (evitar álcool 70% por conta de ardência caso tenha alguma ferida no local).
· É interessante amarrar o rabo da égua ou vaca e se possível colocá-lo dentro de um saco.
 
Observar:
· Coloração e umidade da mucosa;
· Vestíbulo (tem que estar funcional, pois é a segunda barreira);
· Formato e abertura de cérvix (estará aberta dependendo da fase do ciclo estral);
· Ver se tem secreção (secreção muito transparente parecendo clara de ovo e em certo período do ciclo é normal).
Deve ser delicada ao fazer a inseminação, para não rasgar o hímen de forma brusca e causar uma hemorragia. A persistência dele vai variar conforme a égua.
 
Coloração e umidade da mucosa da vagina (dá para ver com endoscópio)
· Rósea e brilhosa – normal
· Avermelhada – cio/infecção (ver rubor, calor e edema para saber sobre infecção)
Se o vestíbulo estiver normal não haverá acúmulo de secreção na vagina, diminuindo a possibilidade de infecção. Se não estiver normal pode acumular no fundo de vagina pus, sangue, urina, fezes, ar, etc.
Forma da porção da vagina e cérvix
· Projeção vaginal contraída cônica (C): bem fechada (ocorre no diestro)
· Projeção vaginal relativamente frouxa em forma de roseta (R)
· Projeção vaginal frouxa e pendente: frouxa (F)
A cerviz também pode ser classificada pelo grau de abertura. Se ela estiver aberta, a vaca ainda não está prenhe.
Cérvix de éguas
Imagem 1: Fase luteínica (CL ativo)
Imagem 2: Estro (edema maior, mais aberta)
Imagem 3: Fase de transição
Imagem 4: Gestação (completamente fechada. Nada entra e nada sai)
A abertura da cérvix é uma forma de interromper a gestação.
Útero
Palpação
· Pode ser feita através de palpação transretal ou com auxílio da ultrassonografia;
· Avaliar: simetria, tônus uterino, simetria do útero.
· Classificar e anotar tudo
 
Classificação de simetria
Quando perceber um corno assimétrico, devemos classificar a gravidade do mesmo com um + no lado da assimetria.
Ex.: Se a assimetria for leve no corno esquerdo será +AS.
A AS fisiológica pode ocorrer na gestação, no pós-parto. A AS patológica pode ocorrer por diversos motivos.
Classificação do tônus uterino (contratilidade)
Existe uma diferença do útero da vaca para o da égua.
Vaca:
Quando está sob ação de muito estrógeno, estará firme. E quando está sob ação de progesterona.
Égua:
Sob ação de estrógeno o útero estará macio. Sob ação de progesterona (CL) estará bem firme (bastante tônus uterino)
Classificação da espessura do Corno
Forma de classificação um pouco subjetiva, pois a espessura do dedo das pessoas é diferente.
Espessura da parede e tamanho do útero em fêmeas bovinas
Ovários
Durante a palpação avalia-se o tamanho, a presença de folículos ou CL (na égua não é possível a palpação do CL, pois ela possui a fossa de ovulação. Dessa forma, o CL fica onde seria a parte medular).
Classificação do tamanho dos ovários
Classificação também subjetiva, uma vez que existem tamanhos de ossos diferentes.
Corpo lúteo
 
Os folículos podem ser classificados pela sua flutuação. Existem os flutuantes e não-flutuantes.
Ovário da égua
 
A terceira imagem representa um ovário com patologia, pois contém um folículo hemorrágico.
ATENÇÃO: Corpo hemorrágico é normal, Folículo hemorrágico NÃO É NORMAL e sim patológico.
	
Imagem 1: No ultrassom o que aparece bem preto no meio do útero é líquido. Pode haver patologia.
Imagem 2: Embrião de 11 dias.
· O equino pode ser feito o diagnóstico de gestão mais precoce das espécies.
· Em bovinos o diagnóstico é feito com em torno de 25 dias. Podendo avaliar também o coração.
Certificado de exame ginecológico
· É importante a emissão do certificado de exame ginecológico;
· Nele deve ter as anotações para o controle diário do ciclo estral e a conclusão (ato para reprodução, não apto, possui patologia, tratamento necessário, etc).
· Pode ser necessário outros exames complementares, como a citologia vaginal, suab uterino, biópsia uterina (exame histopatológico).
Pequenos animais: citologia vaginal para classificar fases do ciclo estral.
Grandes animais: citologia uterina para classificar grau de endometrite.
Citologia e biópsia de égua com endometrite (presença de neutrófilos)
Imagem 1: A presença de muito neutrófilos neste animal indica uma endometrite.
Em cadela e gata
· É feita a citologia vaginal, buscando informações sobre a fase do ciclo estral e patologias.
Coletaremos amostra do fundo de vagina.
A vagina caudal da cadela é horizontal, diferente da égua, por isso é necessário posicionar corretamente o suab.
Depois de coletar a amostra, passará na lamina e cora com o corante Panótico Rápido (10 mergulhos em cada uma das 3 cores do corante). Espera secar e lê a lâmina.
 
Citologia vaginal
Tipos de células encontradas:
· Células parabasais
· Células intermediárias pequenas
· Células intermediárias grandes
· Células superficiais (nucleadas, anocleada, núcleo picnótico – perdendo o núcleo)
· Quanto maior a quantidade de estrógeno, mais camadas o parênquima da vagina da cadela terá.
· A camada superficial é que será coletada na citologia.
· Quanto mais distante do centro, mais distante da circulação, fazendo com que as células comecem a morrer, perdendo seu núcleo e descamando.
· Com a baixa do estrógeno, neutrófilos estarão presentes para limpar o útero.
Inseminação artificial (IA) nas diferentes espécies domésticas
· Deposição mecânica do sêmen no útero das fêmeas, com o uso de equipamentos adequados, durante o período fértil
Nem todas espécies a deposição é diretamente no útero.
Éguas e vacas: Intrauterina
Pequenos ruminantes: Pode ser intrauterina ou em fundo de vagina
Cadelas: Intrauterina com auxílio de endoscópio ou anestesiando o animal.
· Primeiro relato de IA nos tempos Árabes com a utilização em equinos, mas o primeiro relato escrito foi por Lázaro Spalanzani (1780) com a obtenção de 3 filhotes de uma cadela inseminada com sêmen fresco;
· Inanov (1912): uso comercial em equinos;
· Polge (1949): descoberta do glicerol como crioprotetor;
· Década de 50: início da IA em bovinos no Brasil;
· Década de 70: aplicação comercial da IA em bovinos.
Características
· Manipulação artificial do sêmen (coleta e utilização do sêmen fresco, refrigerado ou congelado);
· A inseminação deve ser feita no momento adequado (nem muito antes,nem depois do oócito estar viável para conseguir êxito no procedimento);
Fatores que contribuem para o sucesso da IA
· Idade da fêmea;
· Condição corporal;
· Condição reprodutiva.
· Momento da inseminação;
· Habilidade do profissional;
· Qualidade do sêmen (motilidade, vigor, morfologia, funcionalidade).
Vantagens da IA
· Evita transmissão de doenças venéreas;
· Proporciona menos desgaste para o macho (com o sêmen coletado pode fertilizar diversas fêmeas);
· Diminuição de problemas na manutenção do macho na propriedade (com a utilização de sêmen congelado não será mais necessário ter um macho na propriedade);
· Permite a utilização do animal que está impossibilitado para a monta natural (Ex.: Fêmeas com problemas nos membros posteriores que não deixarão o macho montar por conta de dores);
· Melhor aproveitamento do ejaculado;
· Obtenção de produtos de reprodutores alojados em outros países ou até mesmo que já morreram (sêmen congelado);
· Acelera o melhoramento genético (se houve uma seleção anterior).
Limitações da IA
· Aumento do custo com mão de obra (custo com sincronização dos ciclos dos animais se for fazer uma IA a tempo fixo, inseminando todos de uma vez só);
· Obrigatoriedade de um médico veterinário responsável para conduzir os trabalhados e mão de obra especializada;
· Investimento em infraestrutura (tronco para o macho, local coberto para descongelar o sêmen);
· Dependência da detecção do cio quando não for realizar o protocolo de sincronização.
Principais objetivos da IA
· Biológico
Promover a fecundação (encontro do gameta masculino com o gameta feminino)
· Econômico
Melhoramento genético (obter produtos melhorados) – Pode também virar pioramento genético dependendo do macho utilizado.
IA EM EQUINOS
· Seu uso tem citações mais antigas
· Técnica não acompanhou a evolução científica na mesma intensidade quanto em outras espécies (bovinos e ovinos) – Sêmen do equino não suporte muito bem a criopreservação.
· Limitações de raças (PSI: não registra animais nascidos de IA)
Vantagens da IA em Equinos
· Índices de fertilidade da IA podem ser maiores aos índices obtidos por monta natural (MN).
Isso ocorre quando a técnica é usada em éguas suscetíveis a endometrites;
Efeito do diluidor beneficia esse tipo de égua.
É possível possuir uma produção melhor em animais com patologias, porque pode-se diluir o sêmen em diluentes que contém antibióticos e açúcares.
Em éguas que possuem endometrite persistente pós cobertura pode ser feito uma técnica para diminuir o volume de sêmen, diminuindo o corpo estranho que será identificado pelo organismo da égua, diminuindo a inflamação e aumentando a chance da gestação ocorrer.
Desvantagens da IA em Equinos
· O sêmen do garanhão pode apresentar intolerância à diferentes diluidores, refrigeração e congelação, variando entre indivíduos e raças (algumas raças são mais férteis e alguns indivíduos suportam melhor a congelação que outros);
· Cerca de 30% dos garanhões não apresentam sêmen capaz de suportar a congelação;
· É interessante testar o sêmen nos diluentes para saber qual é a composição melhor para congelar.
IA com sêmen fresco
· Aceita em praticamente todas as raças;
· Realizada em período menor que 12h após a colheita (fresco deve ser imediato. Se for demorar, refrigera a 15 graus C. Se for ficar acima de 12h congela);
· Sêmen mantido à temperatura ambiente (22 graus C);
· Quanto mais rápido ficar em temperatura ambiente, mais rápido ele se deteriorará);
· Uso de diluidores para proteção dos espermatozoides (SPTZ) contra fatores ambientais (temperatura, luz, traumas físicos, produtos químicos tóxicos).
IA com sêmen refrigerado
· Modalidade que mais tem crescido nos últimos anos;
· Requer equipamentos adequados;
· Resfriamento do sêmen
A curva de refrigeração deve descer 0,3 graus C/min (se esfriar muito rápido lesiona as células)
Mínimos efeitos estressantes e deletérios aos SPTZ (suporta melhor que a congelação)
Longevidade fora do trato genital feminino de até 72h (adequada capacidade fecundante. Quanto menor o tempo refrigerado, maior sua viabilidade)
Equipamentos utilizados para refrigerar
IA com sêmen congelado
· Biotecnologia ainda não muito empregada para a espécie (equino), por conta:
Índices de fertilidade muito inferiores do que na espécie bovina.
Razões: 
1. Alterações na estrutura das membranas dos SPTZ (situações estressantes que ocorrem na congelação, descongelação e inseminação)
2. Pesquisas limitadas para melhoria da técnica (imposições de raças)
Sucesso na IA com sêmen congelado
· Sêmen do garanhão (boa qualidade, suporte a congelação com mínimas alterações em sua membrana para que não perca a capacidade de fecundar e deve ser utilizado na fêmea o mais próximo possível da ovulação.
· A avaliação do folículo da fêmea deve ser avaliado de 6 em 6h no máximo, pois quando ele cair na tuba uterina terá uma viabilidade de 6h para ser fecundado.
Fatores que podem afetar a fertilidade na IA
· Garanhão: Qualidade do sêmen
· Égua: Idade (Índices menores de fertilidade em éguas velhas)
Descrição da técnica
· Égua deve estar devidamente contida (tronco de contenção);
· Cauda ligada e levantada;
· Vulva lavada com água e sabão neutro (não precisa ser clorexidina) e seca com papel toalha;
· Um médico veterinário apto usará luva estéril introduzirá a pipeta de inseminação, protegendo a ponta com os dedos para que não haja contaminação no meio do caminho até chegar ao útero. Quando chegar no fundo da vagina a pessoa palpará o cérvix, introduzindo a pipeta nela e apertando lentamente a bisnaga da pipeta para que seja introduzido o sêmen no útero (fazer o possível para não entrar ar).
· Pode ser utilizado o gel lubrificante não espermicida na luva para deslizar melhor;
· O sêmen ficará na bisnaga ou seringa (menos interessante, pois a parte de plástico da seringa é tóxica).
Quando inseminar
· Sem acompanhamento folicular:
Segundo, quarto e sexto dia do estro, ou:
Terceiro e quinto dia do estro.
· Com acompanhamento folicular
Palpação retal;
US (pode ser por palpação, mas tem que ter habilidade para isso);
Preferencialmente pode induzir a ovulação, pois dessa forma sabemos certo quando essa égua vai ovular.
· Depende do tipo de sêmen utilizado (sempre o mais próximo possível da ovulação)
1. Sêmen fresco
IA a partir da detecção de um folículo ovariano de 35 a 50mm
2. Sêmen refrigerado
IA 24h antes ou até 6h após a ovulação
3. Sêmen congelado
IA 12h antes ou até 6hrs após a ovulação
IA EM CÃES
Pode ser feito:
· IA intra-vaginal: Sêmen fresco ou refrigerado (boa qualidade).
· Intrauterina: Cirúrgica (laparoscopia ou laparotomia), não cirúrgica (endoscopia) e sêmen congelado.
Descrição técnica:
1. Intravaginal (IAV)
· Utilização de sonda rígida ou sonda Osíris;
· Deposição do sêmen ao longo da vagina (até o fundo de vagina);
· Via de escolha na maioria dos casos por conta da fácil execução e bons resultados;
· Dose inseminante: 200 x 106 SPTZ viáveis.
2. Intrauterina não cirúrgica (IAIU)
· Deposição do sêmen diretamente dentro do útero (ultrapassando o cérvix);
· Cateterismo transcervical (é interessante sedar o animal por conta da manipulação feita).
3. Endoscopia vaginal
· Sondagem do colo uterino;
· Visualização da abertura da cérvix, sem necessidade de sedação;
· Dose inseminante: 100 x 106 SPTZ viáveis.
4. Intrauterina via cirúrgica
· Laparotomia: Intervenção cirúrgica e seus riscos.
· Laparoscopia: Cateter pouco invasivo; Rápida execução; Sêmen fresco ou congelado (pode ocorrer a liberação de Prostaglandinas, impedindo a continuação da gestação).
Quando inseminar
· Iniciar IA com citologia de estro. Quando aparecer o tipo celular abaixo pode inseminar:
· IA a cada 2 dias até citologia de diestro. Quando aparecer o tipo celular abaixo PARA de inseminar, pois não haverá mais oócitos viáveis.
· Manifestação do cio + citologia vaginal (3 a 4 inseminações);
· Pode fazer a utilização de hormônios para auxiliar.
· Atentar-se ao comportamento de cio + citologia vaginal + dosagem de P4 sérica.
Sêmen fresco ou refrigerado
IA: Terceiro,quinto e sétimo dias pós pico de LH
IA: Quarto e sexto dias pós pico de LH
Sêmen congelado
IA cirúrgica: Quinto dia pós pico de LH
IA não cirúrgica: Quinto e sexto dias pós pico de LH
EMBRIOGÊNESE E PLACENTAÇÃO
Determinação do sexo
Temos dois tipos de embrião: XX ( fêmea) e XY (macho) nos mamíferos.
Quando há a fecundação o oócito (gameta feminino) será X e o espermatozoide (gameta masculino) pode ser X ou Y. 
Com o sêmen sexado é possível escolher o sexo do filhote. 
Ex.: Fazendas de leite que compram sêmen sexado de fêmea.
Em aves, alguns répteis, peixes e insetos não é X e Y e sim ZW (fêmea) e ZZ (macho).
A diferenciação sexual ocorre no período pré-natal (início da gestação).
· Desenvolvimento do sistema genital masculino
Expressão dos genes SRY e SOX-9, atuação de andrógenos (como a testosterona, que é responsável pelo desenvolvimento do sistema genital masculino) e atuação do hormônio anti mulleriano (HAM).
· Desenvolvimento do sistema genital feminino
Quando há a ausência do gene SRY e dos andrógenos, e menor atuação do hormônio anti mulleriano (HAM) atrelado a expressão dos genes DAX-1 e WNT-4 ocorre o desenvolvimento do sistema genital feminino.
Enquanto a fecundação está no estágio indiferenciado (ainda não ocorreu a expressão dos genes, andrógenos e hormônios para decidir o sexo do animal), tanto testículo quanto ovário estão se desenvolvendo do mesmo tecido.
É possível identificar o sexo do embrião a partir dos 60 dias com o auxílio da ultrassonografia.
	
O tubérculo identificará se é macho ou fêmea, pois ele que dará origem ao prepúcio do macho ou ao clitóris da fêmea. A partir da posição desse tubérculo genital é possível identificar o sexo.
Essa identificação genital é muito comum em bovinos, mas pode ser feita também em equinos.
Em pequenos animais a sexagem não é possível pela observação do tubérculo genital. Nesses animais ela é feita bem no final da gestação (em torno de 58 dias) pela identificação da gônoda ou da identificação do testículo do macho ou mama da fêmea.
Nos grandes animais o tubérculo genital do macho estará mais próximo do cordão umbilical. Na fêmea o tubérculo genital estará logo abaixo da cauda.
O tubérculo genital não pode ser visto antes dos 60 dias porque não houve a migração completa dele, então ele estará bem no meio, entre onde seria o macho e a fêmea. Em torno de 80 dias a ecogenicidade desse tubérculo começa a ficar mais discreta, por isso não será mais possível identificar o sexo facilmente como em 60 dias.
A partir dos 120 (120 a 150 dias mais ou menos) dias é possível fazer a sexagem do feto pela gônoda, mas esse procedimento é feito mais em equinos.
Gônoda
· Estrutura oval com 2 a 7cm de comprimento;
· Homogêneo com fina linha central ecogênita (mediastino);
· Área densa central, rodeada por um anel oval periférico menos ecogênico (medular x cortical).
Imagem 1: macho / Imagem 2: Fêmea
Falhas no desenvolvimento sexual do sistema genital
Algumas patologias relacionadas a essa diferenciação do sistema genital podem ocorrer.
Ex.: Casos de Freemartinismo (ocorre em casos de gestação gemelar em bovinos onde os fetos são de sexos diferentes. Essas vacas masculinizadas podem ser usadas como rufiões para identificar o cio de outras vacas).
ATENÇÃO!
A placenta pode ter vasos sanguíneos ligados (anastomose dos vasos) ou individuais. Se os gêmeos forem de sexo diferentes, mas os vasos sanguíneos forem individuais não ocorrerá o freemartinismo e a fêmea sairá normal.
Em pequenos ruminantes é bem difícil ocorrer o freemartinismo.
Animais hermafroditas
Existem animais hermafroditas verdadeiros e pseudo-hermafrodita masculino/feminino.
Hermafrodita verdadeiro – Possui os órgãos sexuais dos dois sexos;
Pseudo-hermafrodita – Terá o órgão interno de um, mas o externo dos dois (genital de fêmea + 2 testículos).
Para saber se é verdadeiro ou pseudo deve-se procurar se tem ovário através de exame de imagem.
 
Gametogênese feminina
Quando as fêmeas nascem já possuem uma quantidade exata de folículos e oócitos. Essa oogênese ocorre no período pré-natal.
Gametogênese masculina
 
O zigoto começa a se multiplicar dentro da zona pelúcida, transformando-se em mórula, depois em blastocisto inicial, depois em blastocisco expandido (quando começa a crescer a ponto de expandir e zona pelúcida) e depois vira o blastocisco eclodido (quando rompe a zona pelúcida e segue seu desenvolvimento fora dela.
· A eclosão é feita já no útero.
· O equino não eclode porque em volta existe uma cápsula.erm
A fecundação ocorre na tuba uterina.
Os embriões dos equinos só conseguem sair da tuba uterina para ir para o útero se produzirem PGE indicando que estão saudáveis.
Nas fêmeas não gestantes ao reconhecerem a não gestação, ocorrerá a liberação de oxitocinas que atuarão nas células do endométrio induzindo a produção da PGF2alfa, lizando o corpo lúteo.
Nas fêmeas gestantes o trofoblasto do embrião (camada mais externa do embrião) produzirá o interferon tau (IFNt) para sinalizar que ele está ali. Esse interferon atuará no endométrio proibindo a produção de PGF2alfa, mantendo o CL até o final da gestação.
No momento do parto voltará a ocorrer a PGF2alfa para baixar a progesterona, abrir o cérvix e permitir o nascimento do feto.
Isso ocorre em bovino, caprino e ovino (pequenos e grandes ruminantes).
Mecanismo na porca
Haverá uma produção de estrógeno, alterando a forma de secreção da PGF2alfa (para um lugar que não conseguirá ser aproveitada na gestação).
Nas fêmeas não gestantes, a PGF2alfa será secretada nos vasos que levarão ela ao CL para destruí-lo.
Nas fêmeas gestantes ocorre a produção de estrógeno pelo concepto, então a PGF2alfa será secretada no lúmen uterino, não possuindo nenhuma ação.
Mecanismo na égua
Mecanismo ainda inconclusivo, mas sabe-se que o embrião secreta uteroferrina que, junto com a migração do embrião pelo útero estão relacionadas a não produção de PGF2alfa para que não ocorra o aborto.
Existem medicações que interferem na migração do embrião.
O embrião vai migrar (andar) pelo útero até chegar ao ponto de não conseguir mais por conta do seu tamanho. Nessa fase ele se fixa entre os cornos uterinos.
A migração mais agitada vai ser por volta de 12 dias de gestação.
Mecanismo na cadela e em outros animais
Mecanismo da cadela ainda não foi elucidado, pois a cadela tanto prenhe quando não prenhe possui um diestro de aproximadamente 60 dias, uma vez que é monoéstrica.
Primatas
A manutenção do CL é devido a gonadotrofina coriônica.
FUNÇÕES DA PLACENTA
Depois que o embrião consegue “avisar” ao corpo que está ali e que não deve ser abortado, continuará se desenvolvendo até formar a placenta, que é um órgão transitório que protege, nutre, transporta imunoglobulinas, lubrifica o canal do parto e conecta mãe e feto.
Existem vários tipos de placenta, mas todas são responsáveis pelas mesmas coisas (respiração, nutrição, filtração d certos elementos, excreção, hormonal – progestágenos, estrógenos e gonadotrofinas, proteção – existem placentas com mais e menos camadas entre feto e mãe, imunoproteção – depende do tipo placentário, durante o parto – líquidos fetais).
“A bolsa rompeu” – Ocorre quando o líquido alantoideano se extravasa após ruptura do Córion Alantóide.
A troca de oxigênio, nutrientes, etc será feito pelo cordão umbilical através de contatos com os vasos que vão até a placenta.
Classificação das placentes (pela relação da placenta com o endométrio)
1. Invasivas
Há uma fagocitose do epitélio uterino pelo concepto. Essa placenta é Decídua e é comum de roedores, primatas, cães e gatos. No momento do parto a placenta vai junto com o feto.
2. Não invasivas
Há uma justaposição e adesão das células epiteliais uterinas com o trofoblasto. Essa placenta é Adecídua. É comum de todos os animais domésticos de produção. No momento do parto a placenta sairá após o feto.
A placenta deve ser expulsa até 6h na vaca e até 2h na égua. Além disso existe uma patologia, tratando então como retenção de placenta.
MEMBRANAS FETAIS
Córion – Camadamais externa, que liga o cordão umbilical do feto.
As placentas podem ser classificadas também de acordo com as vilosidades coriônicas (conexão do córion e do endométrio) e barreira materno-fetal (6 camadas).
1. Placenta tipo Difusa e epiteliocorial (égua e porca)
Possui várias conexões (esses pontos) e está disposta difusamente.
Quanto a barreira materno fetal é classificada como epitélio corial.
Imagem 1: É impermeável às imunoglobulinas.
Imagem 2: Adeciduada (não desce junto com o feto e sim após o nascimento do mesmo).
2. Placenta tipo Cotiledonária e Sinepiteliocorial (ruminantes)
De acordo com as vilosidades coriônicas podemos classificar a placenta dos ruminantes como Cotiledonária, pois teremos os cotilédones se juntando num esquema chave-fechadura com as carúnculas. Com essa junção formam-se os placentomas, que será a união da parte fetal com a materna, havendo nela toda a troca de substâncias e gases.
Em relação as vilosidades é classificada como cotiladonária e em relação a barreira materno fetal é classificada como cine epitélio corial.
Em relação a permeabilidade ela possui várias camadas, por isso moléculas grandes não podem ultrapassar.
São adecíduas (não descem junto com o feto).
Na anatomia existe uma diferença entre vacas e pequenos ruminantes. O formato das vacas será cônvaco e o dos pequenos ruminantes será convexo.
	
3. Placenta tipo Zonária e endoteliocorial (cadela e gata)
Tem esse nome porque só tem uma zona de conexão, diferente das outras espécies, onde há conexão por todo lugar. Nas cadelas haverá só uma zona (uma faixa central) onde haverá a conexão entre mãe e feto.
A barreira materno fetal é do tipo endotélio corial.
São classificadas como decíduas ou semi decíduas.
Contagem de fetos é interessante fazer por raio X. O ultrassom é bom para verificar a viabilidade da gestação.
4. Placenta tipo Discoidal e hemocorial (primatas e roedores)
 
Só há um disco de conexão. São deciduadas (a placenta desce junto com o feto).
A barreira materno fecal é do tipo hemocorial (o sangue da mãe está em contato com o círio do feto).
RESUMO
Influência do tipo placentário sobre as crias
Temos a placenta tipo epiteliocorial (égua e porca) e sinepteliocorial (ruminantes. Possui mais camadas e permite mais passagem de imunoglobulinas e moléculas grandes), endoteliocorial (cão e gato), hemocorial (roedores).
Qual o paralelo entre a espessura e permeabilidade da barreira e a saúde das crias.
As crias que tem placenta com muitas camadas, terão menor imunidade passada da mãe para o filho e assim o colostro é ainda mais importante nessas espécies.
MANEJO REPRODUTIVO E MÉTODOS DE SINCRONIZAÇÃO DO ESTRO
Conceito
· São conjuntos de biotécnicas reprodutivas que se utilizam dos conhecimentos da fisiologia do ciclo estral e ação dos hormônios com o objetivo de sincronizar o estro, a ovulação, o ciclo estral e a concepção.
· A função é auxiliar a inseminação artificial, a transferência de embriões e produção in vitro de embriões, e com isso permitir maximizar a utilização da fêmea e a concentração de partos em épocas desejáveis.
· Ainda podem ser utilizadas para evitar a gestação, principalmente em animais de companhia.
· É interessante também sincronizar esse estro para provocar a gestação na época mais desejada (época que tem comida)
Manipulação do ciclo estral
Só hormônios não são solução para manejo reprodutivo deficiente. Se existe um rebanho com manejo reprodutivo ruim, deve-se incluir bom manejo nutricional, sanidade dos animais machos e fêmeas, etc.
Para manipulação do ciclo estral precisamos de uma nutrição adequada, controle sanitário, manejo eficiente e qualificação de mão-de-obra.
	
A administração de forma exógena da PGF2 pode ser utilizada para diminuir o período Diestro (onde está ocorrendo a produção da P4), diminuindo também a quantidade de dias do ciclo.
A manipulação do ciclo foi utilizada inicialmente com o intuito que as fêmeas de um rebanho estivessem no estro no mesmo período de tempo, para facilitar as observações de cio e o manejo de inseminação ou de monta natural.
Hormônios utilizados para sincronizar o cio:
 
Uso de métodos e hormônios para manipulação do ciclo estral
· Efeito ambiente e efeito macho - Bastante usado em pequenos ruminantes. Tira-se o macho da propriedade, coloca em um pasto bem distante das fêmeas por 1 ou 2 meses e depois introduz novamente o macho, conseguindo sincronizar o estro das fêmeas).
· Sincronização do estro para inseminação artificial (IA) convencional e IA em tempo fixo (IATF) - Identifica a parte do ciclo e induz a ovulação.
· Sincronização do estro e ovulação para IATF, TE e PIV
· Superovulação para transferência de embriões e PIS
· Indução do início do ciclo estral
· Contracepção em cães e gatos - Esse método dá muito problema por conta das “injeções anti cio”, que são uma bomba de P4 que causam uma série de efeitos colaterais
· Interrupção eletiva da gestação em pequenos animais – Pequenos não se usa PGF2 alfa por conta dos efeitos colaterais, como sudorese a taquicardia. O fármaco seguro para interromper a gestação seria Aglepristone.
Inseminação artificial em tempo fixo (IATF)
A IATFA é aplicada no rebanho com o uso de fármacos capazes de controlar e sincronizar o ciclo estral e a ovulação das vacas, de modo que, se possa inseminar essas fêmeas em horários pré-determinados e com boas taxas de concepção. Sendo também capaz de trazer fêmeas pré-púberes e em anestro à ciclidade.
Porque manipular o ciclo para inseminar em tempo fixo
Pelo melhoramento genético do rebanho em menor tempo, reduz o intervalo entre partos, aumenta a concentração da parição, viabiliza a inseminação artificial e evita falhas na observação do estro.
Hormônios base dos protocolos de sincronização de cio em bovinos:
1. Prostaglandinas (PGF2alfa)
Induz a luteólise precoce do CL. Pode ser usada a Lutalyse – Dinoprost (natural) ou o Sincrocio – Cloprostenol (sintética).
Este hormônio só inicia sua ação se o CL já tiver 5 dias. Se for aplicado a prostaglandina antes de 5 dias não terá ação, pois o CL ainda nem se organizou.
2. Análogos do GnRH
Função de desenvolver os folículos (liberação de FSH e LH). Pode ser usada a Buserelina – Gonaxal, Sincroforte ou a Gonadorelina – GnRH sanfer.
Protocolos com uso apenas de PGF2alfa
Para utilizar apenas PGF2alfa para protocolar é necessário que as vacas estejam ciclando e observar o cio para poder inseminar.
Pode-se detectar o CL com a palpação transretal, com a utilização de ultrassonografia e então aplica a PGF. Se não tiver o CL no ovário, não acontecerá nada, pois a PGF fará a lise desse CL.
Protocolo com uso de PGF2alfa e análogos de GnRH (Ovsynch – 1995)
Utilização de hormônios para sincronização do ciclo estral
Com adição de outros hormônios, principalmente a progesterona, nos protocolos de sincronização, conseguimos induzir a ciclicidade em novilhas e em vacas em anestro pós-parto além de melhorar a sincronização do estro.
Utilização de hormônios para induzir a ciclicidade e sincronizar o cio
1. Progesterona (P4)
Função de “corpo lúteo” artificial. Pode ser utilizado de forma intravaginal o dispositivo de liberação lenta (monodose ou até 4 usos). Pode ser feito também implantes subcutâneo auricular (Crestar).
2. Estrógeno
Pode-se usar Benzoato de Estradiol (induz a liberação do GnRH e LH. Possui meia vida curta) ou Cipionato de Estradiol (induz a liberação de GnRH e LH e possui meia vida longa).
Podem ser utilizados no início do protocolo ou para induzir a ovulação antes da IA.
BE induz a atresia do folículo dominante na presença de P4.
3. Gonadotrofina Coriônica equina (eCG)
Possui função de LH e FSH (mais deste). Aumenta o diâmetro do folículo pré-ovulatório, melhorando as taxas de ovulações e também a concentração plasmática de progesterona após a ovulação.
Utilizado 48h antes da IA.
Se houver uma superovulação usará o FSH, mas no início, quando ainda tem os folículos pequenos apenas.
Controle de informações – Planilha
· Data dos manejos durante asincronização e atividades desenvolvidas;
· Identificação das fêmeas (número, categoria, escore corporal);
· Data da inseminação;
· Nome do touro/partida do sêmen;
· Diagnóstico da gestação.

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