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Por: Giulia Likoski Principais neoplasias cutâneas dos animais → Origem: Epiderme; Anexos cutâneos (folículos pilosos, glândulas anexas – sebáceas e sudoríparas); Melanócitos; Mesenquimais. Neoplasias da epiderme Papiloma*; Tumor de células basais; Carcinoma de células escamosas*; Carcinoma basoescamoso. Papiloma: Neoplasias benignas da epiderme, mais comuns em bovinos e equinos; Aspecto macroscópico de crescimento exofítico, semelhante à couve-flor; Frequentemente é causada por vírus (vários tipos de papilomavírus identificados com potencial para indução de papilomas) - lesões múltiplas (papilomatose); Papilomas podem se desenvolver espontaneamente na ausência de infecção viral; Geralmente ocorre regressão espontânea devido ao desenvolvimento de imunidade celular, no entanto transformação para carcinoma de células escamosas tem sido documentada em alguns casos em cães. Carcinoma de células escamosas: Sinonímia: carcinoma espinocelular ou carcinoma epidermoide (CEC). Tumor epidermal maligno com diferenciação escamosa; Muito comum em felinos, bovinos, equinos e cães, sendo menos frequente em pequenos ruminantes e suínos; O principal fator predisponente para esse tipo de neoplasia na pele é a exposição prolongada à luz solar, bem como áreas despigmentadas da pele ou com ausência ou escassez de pêlos; Carcinoma bowenoide multicêntrico de células escamosas em felinos – origem viral (papilomavírus); Ocorrem em qualquer parte do corpo, mais comumnete nas junções mucocutâneas; Nos gatos, desenvolve-se com maior frequência na pina, no plano nasal e nas pálpebras; Nos cães, ocorre em animais idosos, sendo mais comum na cabeça, no abdome, nos membros e no períneo. O CEC é a neoplasia digital mais comum no cão; O grau de diferenciação celular é extremamente variável entre diferentes tumores; Geralmente têm crescimento lento e tem maior potencial invasivo do que metastático; Nos casos em que ocorre metástase, o local mais comum são os linfonodos regionais; As lesões tipicamente evoluem de placas eritêmato-crostosas para lesões ulceradas e destrutivas. Neoplasias com origem nos folículos pilosos Acantoma infundibular queratinizante – benigno; Tricolemoma – benigno; Tricoblastoma – benigno; Pilomatricoma – raramente maligno (pilomatricoma maligno ou carcinoma matricial); Tricoepitelioma – geralmente é benigno, embora raramente seja invasivo ou metastático (tricoepitelioma maligno). Tumores com origem em glândulas anexas Adenoma, epitelioma e carcinoma sebáceos; Adenoma, epitelioma e carcinoma da glândula hepatoided (perianal); Adenoma e carcinoma apócrinos; Adenoma e carcinoma écrinos (coxins podais); Adenoma e carcinoma ceruminosos (conduto auditivo). Adenoma, epitelioma e carcinoma da glândula hepatoide A glândula hepatoide (glândula perianal), é uma glândula sebácea modificada presente na região perianal de cães. Também está presente na cauda e na região prepucial dos machos e região mamária das cadelas; Esses tumores são bem mais frequentes nos machos do que nas fêmeas; Todos os tipos histológicos dos tumores hepatoides expressam receptores andrógenos (benefícios, mesmo nos tumores malignos, de terapia endócriona ou da castração). Neoplasias melanocíticas Melanocitoma Neoplasia benigna originária de melanócitos da epiderme, da derme ou de anexos; Comum em cães e menos comuns nos cavalos e algumas raças de suínos (p. ex. Duroc), gatos e bovinos; raros em pequenos ruminantes; Nos cães, ocorrem em animais com média de idade de 9 anos; Geralmente, são lesões solitárias, papulo-nodulares e firmes; variam de 0,5 a 5 cm de diâmetro e são encontradas principalmente na cabeça (pálpebras e focinho), patas e tronco; Nos equinos, ocorrem frequentemente em animais jovens – sem predisposição recial e sexual aparente -, principalmente nos membros e tronco, com diâmetro de 1 a 6 cm; Aparência macroscópica variável, podendo ter aspecto de pequenas manchas até nódulos de 5 cm de diâmetro, geralmente pigmentados, de coloração preta ou amarronzada. Melanoma – neoplasia Melanoma Neoplasia melanocítica maligna; Melanomas sçao mais comuns na cavidade oral do cão e em junções mucocutâneas, em particular nos lábios, escroto e dígitos (subungueal); Aproximadamente 10% das neoplasias melanocíticas originárias da pele pilosa são malignas; Devido ao fato de as lesões se desenvolverem em regiões pilosas e muitas vezes protegidas, a indução neoplásica actínica não parece ser um fator desencadeantes para os melanomas animais; As lesões apresentam circunscrição, aspecto (placa, nódulo, tumor, verrucoso, hiperceratótico) e pigmentação (cinza, marrom, preto, eritematoso) variados; Relativamente comum nos equinos, principalmente nos cavalos tordilhos e idosos (região perianal e face ventral da base da cauda r, com menor frequência, nos lábios, base da orelha e região periorbital); O crescimento é rápido e podedm ocorrer metástases para os linfonodos regionais e os pulmões, além de eventuais metástases para outros órgãos. Neoplasias mesenquimais Fibroma e fibrossarcoma; Sarcoide equino; Sarcoma pós-vacinal; Histiocitoma fibroso maligno; Mixoma e mixossarcoma; Hemangiopericitoma; Shawanoma (tumor da bainha de nervo periférico) e neurofibroma; Lipoma e lipossarcoma; Hemangioma e hemangiossarcoma; Linfangioma e linfangiossarcoma; Dermatofibrose nodular. Fibroma e fibrossarcoma Derivadas de fibroblastos; O fibrossarcoma cutâneo é mais comum do que o fibroma; Os fibromas ocorrem em cães e gatos ocorrem em animais mais velhos, mais comuns nos membros, flanco e virilha; Os fibrossarcomas ocorrem em todas as espécies de animais domésticos, mais comuns nos gatos do que nos cães; A causa dos fibrossarcomas em animais idosos é desconhecida. Em gatos jovens, acredita-se que sejam induzidos pelo vírus do sarcoma felino (FeSV), um mutante do FelV; As lesões induzidas pelo FeSV são multicêntricas, enquanto a dos gatos idosos não induzidas por vírus são tipicamente solitárias; Devido a sua frequente característica invasiva e ao fato de acometer locais em que é difícil conseguir margens cirúrgicas livres, esses tumores têm alto potencial de recorrência pós-cirúrugica. Sarcoide equino Neoplasia que ocorre em equinos, devido à infecção com papilomavírus bovino; Mais frequente na cabeça, nos membros e nas porções ventrais do tórax e do abdome; Embora não ocorram metástases, recorrências pós-cirúrgicas são muito frequentes. Sarcoma pós-vacinal (de aplicação) Processo neoplásico mesenquimal maligno induzido por vacinação em gatos; A forma mais comum é o fibrossarcoma, embora outros sarcomas também possam ser induzidos, incluindo o fibro-histiocitoma maligno, osteossarcoma, condrossarcoma, lipossarcoma, mixossarcoma, sarcoma miofibroblástico e rabdomiossarcoma; Esse tipo de sarcoma tende a ser maior e mais invasivo que outros tipos de fibrossarcomas. Os locais mais acometidos são aqueles de aplicação: região interescapular, cervical dorsal, flanco e região femoral. As lesões são grandes, irregulares, multilobulares e firmes. São neoplasias invasivas, que alcançam o tecido subcutâneos, musculatura e processos espinhosos da coluna cervical, com rápida taxa de crescimento; Seu potencial mestastático, embora baixo, é aceito como maior do que os outros tipos de fibrossarcomas. No entanto, a recorrência pós-cirúrgica é muito frequente. Lipoma e lipossarcoma São neoplasias derivadas do tecido adiposo, que ocorrem em todas as espécies domésticas; Os lipomas são comuns nos cães e infrequentes nos gatos; Os lipomas ocorrem emcães idosos. Podem ser únicos ou múltiplos, com maior incidência no tórax, abdome e região proximal de membros. São sésseis ou pedunculados, bem circunscritos, macios, geralmente subcutâneos, e de tamanho bem variado (1 a 30 cm); Alguns lipomas podem ser infiltrativos; O lipossarcoma é bem mais raro. Em cães, ocorrem em uma média de idade de 10 anos, com localização anatômica semelhante ao lipoma; Recorrência pós-cirúrgica de lipossarcoma é comum, mas metástases são raras. Hemangioma e hemangiossarcoma São neoplasias do endotélio de vasos sanguíneos; O hemangioma cutâneo é comum nos cães e raro nas outras espécies de animais domésticos; Macroscopicamente, devido a sua forte pigmentação, podem ser confundidos com melanocitomas; Os hemangiomas e os hemangiossarcomas ocorrem com maior frequência no abdome ventral glabro dos cães de pele e pelagem claras – dano actínico (lesões múltiplas); Em gatos, não há evidência científica de que a exposição solar crônica seja um fator etiológico para os hemangiomas, mas sim para os hemangiossarcomas da pina em gatos brancos; Mais frequentes em animais idosos (10 anos ou mais); Embora os hemangiossarcomas cutâneos tenham potencial mestastático, são menos agressivos do que os viscerais; Os hemangiossarcomas superficiais actínicos podem se apresentar na dorma de placa ou nódulos, com variável circunscrição, geralmente com menos de 2 cm de diâmetro; Os hemangiossarcomas profundos, subcutâneos, geralmente induzidos pelo sol, são mal circunscritos, têm aspecto esponjoso e podem alcançar diâmetros maiores. Hemangioma induzido por radiação solar Hemangiossarcoma Neoplasias de células redondas Mastocitoma; Histiocitoma cutâneo canino; Plasmocitoma; Linfoma; Tumor venéreo transmissível. Mastocitoma Proliferação neoplásica de mastócitos que ocorre em todas as espécies de animais domésticos; Sua manifestação mais comum é a cutânea, embora ocorra envolvimento visceral em alguns casos; Em cães, espécie em que o mastocitoma é muito frequente, ocorre em média de idade de 8 anos; na raça Shar Pei, pode ocorrer precocemente; Macroscopicamente, o mastocitoma é conheciso por sua variação morfológica; As lesões podem ser macias a firmes, papulosas a nodulares, sésseis a pedunculosas, dérmicas ou subcutâneas, bem ou mal circunscritas, alopécicas ou não, uniformes ou difusas edematosas; A ulceração e necrose são achados frequentes; Em geral, são lesões solitárias, mas multicentricidade não é rara. Histiocitoma cutâneo canino Tumor que afeta de maneira exclusiva os cães, principalmente animais jovens, com menos de 4 anos de idade; O tumor se origina da proliferação de células de Langerhans epidérmicas; Apresenta-se como uma pequena massa elevada com alopecia, em forma de botão, podendo ocorrer ulceração; Geralmente, a lesão é única, sendo observada com frequência na cabeça, pina e membros. Quadros com múltiplas lesões podem ocasionalmente ocorrer e têm sido documentaods nos Shar Pei; Rápido (1 a 4 semanas), porém as lesões podem sofrer regressão espontânea (dúvidas sobre o caráter neoplásico). Linfoma cutâneo A MF ocorre em cães e gatos idosos (9 a 12 anos); Quadros maculares que evoluem para placas e lesões nódulos tumorais, ulceradas ou não, podem exibir também eritodermia esfoliativa com intenso prurido; lesões muco-cutâneas com despigmentação e ulceração; O linfoma cutâneo não epiteliotrópico caracteriza-se pelo desenvolvimento multifocal de nódulos dérmicos ou subcutâneos, alopécicos, eritêmato-purpúricos, que podem ulcerar. Placas confluentes de configuração anular e serpinginosas podem ocorrer ocasionalmente. Tumor venéreo transmissível Referências bibliográficas e imagéticas: FUNDAÇÃO DE ENSINO E PESQUISA EM MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA; ESCOLA DE VETERINÁRIA UFMG. Dermatologia em cães e gatos. Cadernos técnicos de Veterinária e Zootecnia, [s. l.], n. 71, 2013. Disponível em: https://vet.ufmg.br/ARQUIVOS/FCK/file/editora/caderno%20tecnico%2071%20dermatologia%20caes%20e %20gatos.pdf. Acesso em: 10 out. 2021. James F. Zachary. Pathologic Basis of Veterinary Disease. 6a ed., Elsevier, 2017.
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