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0 FACULDADE DE DESENVOLVIMENTO DO RIO GRANDE DO SUL - FADERGS DISCIPLINA DE GESTÃO DA LOGÍSTICA INTEGRADA FRANCISCO RÉGIS VARGAS MOREIRA ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA – APS CRITÉRIOS E CÁLCULOS PARA ESCOLHA DE LOCALIZAÇÃO DE UMA INSTALAÇÃO DE EMPRESA Prof. Jhony Moraes Porto Alegre/RS, 12 de Novembro de 2020. 4 RESUMO Temos como objetivo através deste estudo, demonstrar e verificar a melhor localização de um CD - Centro de Distribuição para montagem de uma unidade de fabricação de bebidas (refrigerantes e cervejas) situada no estado do Rio Grande do Sul. Avaliar a melhor condição com vistas na otimização do nível de serviço, levando em consideração os custos envolvidos e tempos de entrega. Utilizaremos as principais técnicas de localização e o método simulação estocástico, o qual consideramos o mais apropriado para realização desta análise com base nas informações disponíveis. Serão abordados alguns conceitos fundamentais para a compreensão de forma ampla da logística, localização de centros de distribuição, tributação e impostos. Será abordado um estudo de caso exemplificando todas as variáveis, com base em custos de frete, menor tempo de entregas e a verificação da possibilidade de enquadramento em programas fiscais que viabilize a implantação e justifique a escolha do local como o mais acertado. Palavras-Chaves: Centro de Distribuição, Logística. 7 LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS Figura 01: Representação da cadeia de suprimentos .......................................... 08 Gráfico 01: Compensação de custos logísticos ................................................... 10 Figura 02: Etapas do Método Proposto ................................................................ 18 LISTA DE QUADROS Quadro 01: Exemplos de decisões estratégica, tática e operacional ................... 09 9 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 05 1.1 Problemática ................................................................................................. 05 1.2 Objetivos ....................................................................................................... 06 1.2.1 Objetivo geral .............................................................................................. 06 1.2.2 Objetivos específicos .................................................................................. 06 2. REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................... 07 2.1 Logística e Cadeia de Suprimentos ............................................................ 07 2.2 Projetos de Localização .............................................................................. 11 2.2.1 Localização de instalação única .................................................................. 12 2.2.2 Localização de instalações múltiplas .......................................................... 12 2.2.2.1 Métodos exatos ........................................................................................ 13 2.2.2.2 Métodos de simulação.............................................................................. 13 2.2.2.3 Métodos Heurísticos ................................................................................. 13 2.2.3 Outras considerações sobre os modelos de localização ............................. 14 2.3 Impostos e Tributos ..................................................................................... 14 2.3.1 ICMS ........................................................................................................... 16 2.3.2 Benefícios fiscais ......................................................................................... 16 2.4 Rentabilidade ................................................................................................ 17 3 ETAPA DE DEFINIÇÃO ................................................................................... 18 3.1 Definição do público de maior relevância .................................................. 18 3.2 Modelos logísticos para definição de localização ..................................... 19 3.3 Análise dos modelos logísticos .................................................................. 19 3.4 Definição e aplicação do modelo logístico escolhido .............................. 19 4 CONCLUSÃO .................................................................................................... 20 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 21 5 1 INTRODUÇÃO Neste trabalho temos como objetivo apresentar o mote do estudo, analisado por diversos angulos, objetivando e justificando a escolha que aponta a resolução do problema e torna a elaboração relevante e acertiva. 1.1 Definição do Problema Tendo em vista a atual situação econômica do país e as mudanças de cultura do perfil consumidor entendemos que novas pontos devem ser observados de modo a atender as exigências destes na escolha de um produto sempre levando em consideração a combinação entre os principais fatores de custo e benefício. De modo a oferecer o melhor produto pelo menor valor as organizações montam verdadeiras estratégias de guerra a fim de aumentar a viabilidade do seu negócio, uma delas é buscar incessantemente a redução de custos de produção e distribuição para que o produto final chegue as prateleiras mais competitivo. Outras alternativas também acabam por impactar no valor final do produto, incentivos fiscais e posicionamento entre o parque fabril e as vias de escoamento de produção, por exemplo, também contribuem para definição de margem liquida. Desta forma a escolha mais apropriada pela localização do parque fabril visa atingir o equilíbrio entre produção e distribuição de modo a não afetar valor final e margens. Em se tratando de logística, a fora os custos de transporte o custo de armazenamento de produtos pode ser um vilão para redução de competitividade de preços de mercado, desta forma as organizações evitam manter estoques de produtos acabados em suas instalações, isto visa diminuir o valor do seu ativo mensal. O case escolhido se propõe a abordar o ramo dos fabricantes de bebidas, entendemos que este tipo de distribuição possui algumas peculiaridades que são fatores de dificuldade tais como a necessidade evidente de logística reversa, a validade de consumo do produto e por vezes embalagens frágeis para transportes mais truculentos. Então fica o questionamento e que através deste trabalho buscamos elucidar: Qual a melhor localização para a instalação de um Centro de Distribuição de bebidas, buscando maximizar os lucros sem afetar o nível de serviços? A resposta está na análise dos pontos influenciadores da escolha, nos procedimentos empresariais e na assertividade da empresa visando o mercado consumidor. 6 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo geral Formar embasamento apropriado para escolher dentre as alternativas qual será a melhor localização para a instalação de um CD - Centro de Distribuição, analisando e objetivando a maximização dos lucros, o melhor escoamento da produção e o consequentemente o alcance de uma maior excelência de serviço. 1.2.2 Objetivos específicos A seguir apresentamos os objetivos específicos que visam garantir o alcance do objetivo geral deste estudo: a) Relacionar e analisar os clientes com maior relevância, levando em consideração a rubrica de maior volume de fornecimento, logo após apurar suas respectivas localizações; b) Elencar as possibilidades de modais logísticos levando em consideração o escoamento de produção visando definir a melhor localização do CD - Centro de Distribuição; c) Escolher amelhor localização do CD - Centro de Distribuição, levando em consideração para a escolha aquele que der maior vantagem competitiva sem afetar o nível de serviço. 7 2. REVISÃO DA LITERATURA Nesta etapa do trabalho apresentaremos o referencial teórico da pesquisa, conceituando os temas já abordados pela literatura para uma maior compreensão. Desta forma temos como alcançar nosso objetivo de apresentar conceitos relativos à logística e cadeia de suprimentos, sinalizando os trade-offs. Demarcaremos os conceitos relacionados a localização e suas possibilidades de solução, bem como as questões fiscais e rentabilidade. 2.1 Logística e Cadeia de Suprimentos Dentre inúmeras definições para logística e cadeia de suprimentos constantes na literatura elencamos a definição de Ballou (2006) que aponta a logística de forma mais disseminada. Entende-se que logística é o estudo e os esforços realizados para que os clientes obtenham seus pedidos atendidos no tempo acordado, não afetando e quem sabe minimizando os custos de distribuição. Embora os princípios fundamentais da logística se observada como atividade econômica sejam utilizados há anos, recentemente existe a uma tendência maior do estudo da matéria, cujo os ganhos conseguidos com a melhoria da aplicação no processo produtivo têm tornado fundamental para as empresas reduzirem os custos e se tornarem mais competitivas. Se o foco está concentrado na distribuição física, o ponto mais favorável da cadeia de suprimentos deve ser conectar os produtores a seus clientes finais. E com essa visão, Bowersox e Closs (2001) nos descrevem os quatro participantes da cadeia: fabricantes, atacadistas, varejistas e consumidores e classifica a estrutura da distribuição física em direta ou indireta conforme sua presença no processo. Quando distribuição direta, a rede é estruturada de modo que as entregas do fabricante chegam diretamente ao cliente final, sem nenhum tipo de intermediário. Na distribuição indireta, o produto passa por intermediários, sejam atacadistas, distribuidores e/ou varejistas, até chegarem ao consumidor final. Shapiro (2001) afirma que a cadeia de suprimentos é constantemente representada por uma rede conforme demonstrado na Figura 01 (a seguir). Nestas redes todos os nós representam as instalações e os fluxos representam as conexões de transporte. A figura exemplifica os quatro níveis: fornecedores, fabricante, centros de distribuição (CDs) e mercados. 8 Conforme o autor o número de níveis normalmente se torna uma definição arbitrária e a movimentação dos produtos ocorre no sentido fornecedores para mercados, porém em alguns momentos pode haver o retorno de produtos intermediários ou reciclagem destes e este fator é denominado Logística Reversa. Uma definição de Logística Reversa pode ser explicada por Leite (2005) quando cita que: (...) entendemos a logística reversa como a área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuições reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros (LEITE, 2005, p.16-17). Então fica evidente que a realização de uma atividade de produção está ligada ao conceito de logística e estaria prejudicada caso não houvesse esse apoio. Figura 01: Representação da cadeia de suprimentos. Fonte: Shapiro (2001). O planejamento logístico conforme Ballou (2006) está identificado em três instâncias de decisões: • Planejamento estratégico: planejamentos de longo prazo, com horizonte temporal superior a um ano; • Planejamento tático: planejamentos de médio prazo, com horizonte temporal é inferior a um ano; • Planejamento operacional: decisões definidas a cada hora, curto prazo. 9 A seguir demonstramos o “Quadro 01”, que apresenta alguns exemplos de processos de decisão definidos pelo autor para os três níveis de planejamento. Quadro 01: Exemplos de decisões estratégica, tática e operacional ÁREA DE DECISÃO NÍVEL DA DECISÃO Estratégica Tática Operacional Localização das instalações Quantidade, área e localização de armazéns, plantas e terminais Transporte Seleção de modal Leasing de equipamento periódico Roteamento e despacho Serviço aos clientes Padrões de procedimentos Regras de priorização dos pedidos dos clientes Preparação das remessas Armazenagem Seleção do material de deslocamento, layout da instalação Escolha de espaços sazonais e utilização de espaços privados Separação de pedidos e reposição de estoques Fonte: Adaptado de Ballou (2006). De acordo com Fleury (2000, apud PANTALENA, 2004), o correto gerenciamento da cadeia de suprimentos se utiliza da visão sistêmica, a qual pode acarretar em inúmeros trade-offs. Os dilemas de decisão “trade-off´s” estão relacionado diretamente com os objetivos da logística. Para Ballou (2006), "trade-off ou compensação de custos é o reconhecimento de que os padrões de custos das várias atividades da empresa frequentemente revelam características que as colocam em conflito mútuo". Nas organizações, por vezes decisões de melhorias podem ser encaradas como custos por alguns gestores, ao mesmo tempo entende-se que não existirá lucro caso não haja investimento ou melhoria, desta forma essas decisões podem ter o enfoque de benefícios que vem para ajudar a empresa a perseguir o alcance da visão dentro do planejamento estratégico. Desta forma entendemos que a existência de trade-off irá necessariamente culminar em decisões que levarão a melhoria podendo trazer benefícios futuros. 10 Segundo Ballou (2006), o conceito de compensação de custos baseia-se nas diferentes tendências encontradas para os custos logísticos incorridos por uma empresa, como demonstrado no Gráfico 01, a seguir. Gráfico 01: Compensação de custos logísticos Fonte: Adaptado de Ballou (2006). Ballou (2006) cita que havendo um aumento do número de depósitos haverá a diminuição nas distâncias a serem percorridas e por consequência um aumento no número de carregamentos de transferências, os quais são caracterizados por maiores volumes e melhores negociações de frete, fazendo com que a curva de custos de transporte apresente um comportamento decrescente. Já quanto aos custos de estoque, nota-se que a curva apresenta um comportamento crescente, pois o aumento do número de centros de distribuição irá gerar um aumento na quantidade de produtos estocados, fazendo com que a disponibilidade se mantenha no mesmo nível. Em relação ao custo de processamento dos pedidos, este também apresentará uma curva crescente, visto que é resultante de os CDs também serem pontos de processamento de pedidos. Baseado nos comportamentos conflitantes das curvas, o conceito de custo total afirma que os custos mencionados devem ser considerados em conjunto para que, busque a otimização e a resolução do trade-off. Outro dilema diz respeito ao custo total e o nível de serviço que caracteriza como sendo a “qualidade com que o fluxo de bens e serviços é gerenciado”. 11 2.2 Projetos de Localização Para tomar as decisões quando da escolhida localização de instalações é saudável que se faça de maneira sensata, visto que estas sempre envolvem estudos detalhados de todas as alternativas. Entende-se que a situação de localização pode ser mutável, ou seja, ela nunca será definitiva, pois os fatores de crescimento podem arremeter a novas condições de localização. Várias possibilidades, a oferta de diversos locais, cada um com suas peculiaridades, potencialidades e fragilidades, que surgemcomo opção de localização podem tornar essa decisão um trade-off, fazendo com que a escolha correta torne-se aflitivas, amenizada apenas após uma cuidadosa comparação e ponderação de todos os prós e contras de cada localização (GAITHER e FRAZIER, 2006). Conforme Gaither e Frazier (2006), antes de tomar a decisão da localização, é necessário levantarmos alguns pontos, tais como: 1. Força direcionadora da decisão: definir qual o principal fator que irá direcionar a decisão. Podendo ser a quantidade de receita gerada na região, a facilidade de acesso, fatores econômicos ou incentivos fiscais. 2. Número de instalações: levando em consideração a necessidade da empresa, devemos analisar os custos para uma instalação única ou múltiplas instalações. Definir se armazém ou centros de distribuição, custos de transportes podem fatores decisivos. 3. Fatores qualitativos relacionados: Analisar mão-de-obra disponível nas proximidades, moradia para os funcionários, custo de vida, clima, disponibilidade de lazer, sistema de transporte local, atividades comunitárias e serviços de educação. A busca pelo ponto de equilíbrio entre fatores qualitativos e quantitativos, visando obter o máximo de vantagens competitivas, oferecendo uma boa opção de ocupação aos colaboradores. Segundo Ballou (2006), deve-se definir todos os elementos que constituem serviço e como conduzem o comportamento do comprador. O serviço está dividido em três elementos: elementos pré-transação, elementos de transação e elementos pós- transação. Os elementos pré-transação determinam que há um bom ambiente para prestação do serviço ao cliente, é dotado de elementos que constituem incentivos para manutenção de um bom relacionamento comprador-vendedor. 12 Os elementos de transação resultam diretamente na entrega do produto ao cliente. Para tanto é necessário estabelecer níveis de estoque e definir os métodos de processamento dos pedidos. Os elementos de pós-transação são os serviços necessários para dar suporte ao produto em campo, via de regra gerenciam reclamações que o cliente possa vir a ter. Segundo Ballou (2006), projetos de rede visam definir a estrutura da malha logística desde a origem até os centros de demanda. Estas decisões são classificadas por Chopra e Meindl (2004) em quatro principais grupos: • Definição do papel das instalações; • Definição da localização das instalações; • Alocação de capacidade a cada instalação; • Alocação de mercados e suprimentos. 2.2.1 Localização de instalação única Para definirmos a localização de uma instalação única, tomamos por base a principal decisão para a implantação de fábricas, centros de distribuição, terminais ou pontos de varejo. Conhecida sob várias denominações, tais como centro de gravidade exato, p- gravidade, método do mediano e método centroide, neste método a abordagem é simples, uma vez que a tarifa de transporte e o volume do ponto são os únicos fatores para a definição da localização mais adequada (BALLOU, 2006). Utilizamos a fórmula matemática para determinar da melhor localidade: Onde: TC = Custo total de transporte Vi = Volume no ponto i Ri = Taxa de transporte até o ponto i Di = Distância até o ponto i da instalação a ser localizada. 2.2.2 Localização de instalações múltiplas Em relação as instalações múltiplas, em sua definição aplicamos para tomada de decisão em organizações que já possuem outras instalações, para as quais existe uma limitação ou até como parte de uma decisão estratégica, visando diminuição de custos ou abertura de mercados. Mín TC= ∑ViRiDi (1) 13 2.2.2.1 Métodos exatos Este método apresenta uma diferencial que é a possibilidade de utilização de modelos matemáticos visando definir a resultante de um local exato ou próximo do aceitável, porém o ponto desfavorável desta utilização é que pode-se demandar muito tempo para encontrar a resolução, diferente dos exemplos dos métodos exatos. Um exemplo desta metodologia é a programação linear inteira combinada, que tem por vantagem lidar com os custos fixos de maneira favorável. Contudo existem muitas variáveis a levar em consideração o que traz muita demora para se chegar a solução caso não haja a utilização de um software específico. 2.2.2.2 Métodos de simulação Os métodos de simulação buscam encontrar uma solução mais aprimorada, pois avaliam o impacto de várias configurações. Segundo Ballou (2006), a simulação pode ser definida como uma “técnica de conduzir experimentos de amostragem no modelo do sistema”. O problema dos simuladores de localização é que o usuário pode não ter a ciência de quão perto das configurações escolhidas está o melhor ponto. Sempre que um número razoável de configurações escolhidas tiver sido avaliado, pode-se alcançar um alto grau de confiança de que uma solução satisfatória foi encontrada (BALLOU, 2006). O mesmo afirma que os modelos de simulação podem ser classificados em determinísticos ou estocásticos, sendo que os determinísticos se focam nas características espaciais e os estocásticos pontuam os aspectos temporais. 2.2.2.3 Métodos Heurísticos O método heurístico busca analisar por diversas variáveis usando regras básicas em um curto período de tempo porém não apresenta nenhuma garantia de que a melhor solução será encontrada. Como exemplo citamos a avaliação seletiva, onde se agregam os custos de estocagem e os fixos de instalações, somando-se aos custos de transporte, essa combinação dos dados vai gerar o número de instalações possíveis para que os custos sejam menores. Uma avaliação seletiva é considerada heurística quando acrescentemos os custos fixos e custos de estoque após determinar a localização, garantindo assim que o custo total será o menor. Entendemos como ideal a combinação desses custos no processo de decisão. 14 2.2.3 Outras considerações sobre os modelos de localização Entendemos que a compilação de determinados dados relativos a instalações, produtos, fornecedores e mercados faz parte da etapa inicial que possibilita a resolução de problemas de localização através dos modelos de otimização. As principais simplificações dos modelos de localização que, de acordo com Ávila (1996, apud SILVA, 2007), se efetuadas não comprometem a qualidade das decisões, são: • Considerar demanda concentrada no único ponto; • Considerar custos de fretes proporcionais às distâncias percorridas; • Agregar os produtos. Quase todos os métodos necessitam de softwares e acabam demandando demasiado tempo conforme a quantidade de variáveis e todos são baseados em modelos matemáticos, o que pode variar é o nível de assertividade. Devemos então optar pelo método que apresentar maiores vantagens econômicas ou estratégicas e que buscam reduzir os custos logísticos, importante também levar em consideração a tributação. 2.3 Impostos e Tributos Conforme Machado (2009), a definição de tributo é “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. De modo a entender o direito tributário, temos antes que nos familiarizarmos com a definição de outras expressões comumente utilizadas. De acordo com Machado (2009): • Fato gerador: é a situação prevista em lei, cuja ocorrência é necessária para que determinado tributo possa ser incidido. • Base de cálculo: é “a expressão econômica do fato gerador do tributo”. • Alíquota: é o percentual que se aplica à base de cálculo para, então, obter-se o valor do tributo. 15 No Brasil a tributação se dá em patamares federais, estaduais e municipais, conforme os princípios da lei, a seguir vemos alguns destes princípios: • Liberdade de tráfego: proíbe a instituição de tributos intermunicipaise/ou interestaduais que visem à limitação do tráfego de pessoas ou bens. • Anterioridade: toda lei que estabeleça ou aumente determinado tributo deve ser instituída no exercício anterior ao início da cobrança; • Irretroatividade das leis: só serão cobrados tributos baseados em fatos geradores posteriores à instituição do tributo. • Uniformidade geográfica tributária e vedação de isenções heterônomas: impede que diferentes Estados ou municípios recebam tratamento diferenciado ou favorecimentos de alguns em detrimento de outros. • Legalidade: somente através de lei pode-se aumentar ou instituir qualquer tributo; No sistema tributário do brasileiro encontramos três espécies de tributos: taxa, contribuição de melhoria e imposto. As taxas, têm como fato gerador a prestação ou disponibilidade de determinado serviço público ao contribuinte e é instituída como forma de contraprestação. Já às contribuições de melhorias estão relacionadas a valorizações do imóvel do contribuinte através de obras públicas e têm o objetivo de ressarcir de forma parcial ou total os gastos incorridos pelo Estado para execução das obras. Impostos têm fato gerador independente de atividades estatais relacionadas aos contribuintes. A cobrança de tributos é um instrumento para transferência de recursos do poder privado para o poder público, com o intuito de financiar as despesas estatais. No entanto apesar de ser o objetivo principal não é o único, pois o tributo também ser utilizado como forma de intervir na economia privada, estimulando ou desestimulando determinadas atividades, setores ou regiões. 16 2.3.1 ICMS O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS é caracterizado por: • Operações vinculadas à circulação de mercadorias; • Prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores; • Prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio. Relacionado à circulação de mercadorias esta tributação não infringe o princípio da liberdade de tráfego, de acordo com Machado (2009), o termo circulação se refere a circulação econômica geradora da alteração na propriedade da mercadoria, sendo sua principal operação a compra e venda. É importante destacar que transferências entre estabelecimentos de uma mesma empresa são considerados circulação de mercadorias quando há alteração do estoque em que estas estão alocadas. Apesar de ser um imposto de caráter fiscal, Machado (2009) aponta que é também utilizado para regulação de mercado, tendo em vista a aplicação de diferentes alíquotas de acordo com características do produto e do local de origem e destino e de benefícios fiscais. 2.3.2 Benefícios fiscais Os benefícios fiscais são prática usuais entre os Estados para atrair investimentos (NETTO, 2003). O autor cita que o artigo 151 da Constituição Federal admite a concessão de incentivos fiscais que auxiliem na promoção do equilíbrio socioeconômico. Os dois principais grupos de benefícios fiscais são crédito financeiro e crédito presumido, sendo que: o crédito financeiro trata do financiamento de parte ou da totalidade dos débitos de ICMS e o crédito presumido reduz o montante base para cálculo do imposto sem alteração na nota fiscal. O incentivo baseado em crédito presumido aparenta ser mais eficiente na busca de investimentos, visto que reduz os valores pagos pelos contribuintes, diferentemente do crédito financeiro. 17 2.4 Rentabilidade Um dos indicadores de desempenho mais importantes de um negócio é a rentabilidade, através desta é possível definir o grau de saúde do negócio. Entre outras serve também para medir o potencial do retorno de investimento. Efetuar um bom acompanhamento permitirá maior propriedade para tomada de decisões ou até uma busca maior do aumento nas vendas ou margens, corte de gastos, a abertura de mais unidades, etc (GALHARDO, 2016). Conforme a entidade IEF - Instituto de Estudos Financeiros, as organizações implantam programas de redução de custos de forma espontânea ou até compulsória. A forma espontânea é buscada no dia a dia, antes que hajam sinais de crise, de uma forma proativa, pois pode resultar em vantagens competitivas em relação a sua concorrência. A redução de custos compulsória se mostra de forma oposta à redução espontânea, visto que é implantada diante de crise financeira para sobrevivência da empresa e nem sempre chega ao resultado eficaz. Várias opções para a obtenção de competitividade baseada na redução de custos, são evidenciadas segundo Galhardo (2016), são elas: • Otimização da qualidade nos processos: A qualidade que visa atender às expectativas do cliente pelo valor justo e que o consumidor esteja disposto a pagar. • Atenção ao custo global: Montar estratégia baseada em redução de custos. Como exemplo quando uma empresa busca instalar um CD, então deve levar em consideração fatores qualitativos quanto custos tributários, custos logísticos, custos com mão de obra, dentre outros. • Compreensão da relação entre custo, preço e receita: O volume e o preço venda são afetados pelo custo, o que irá refletir diretamente na receita da empresa. Quando se diminui o custo a empresa pode diminuir o preço, alavancando vendas e aumentando receita. • Melhoria da qualidade de dados e informações de custo: Utilizar um sistema de classificação de custos atualizado. Analisar as informações dos custo de modo a não precificar erroneamente. • Análise de Valor: Vista como ótima opção para a redução de custos, esta analisa etapas de concepção, fabricação, venda, distribuição e serviços, sempre relacionando com seus devidos custos. 18 Entende-se que qualquer custo pode ser reduzido, para isso traçamos estratégias estabelecendo metas e responsabilidades visando aumentar a receita líquida. Dentre as estratégias mais comuns de redução de custos estão as de buscar sugestão dos empregados, renegociar contratos, realizar pagamentos à vista, reduzir despesas financeiras, efetuar compras baseadas em lotes econômicos, evitar desperdícios de materiais, utilizar materiais alternativos, entre outros. 3. ETAPAS DE DEFINIÇÃO As principais etapas para a definição do local, levando em consideração o público a ser atendido e os modelos logísticos mais apropriados. Figura 02: Etapas do Método Proposto Fonte: Elaborado pelo autor Após o final década etapa, perceberemos os resultados: 1 - Conhecimento aprofundado dos clientes e seus volumes de aquisição e periodicidade de compra; 2 - Identificação da localização geográfica destes. 3.1 Definição do público de maior relevância Definimos os clientes de maior relevância, aqueles que a empresa pretende fornecer o maior volume e de maior periodicidade. Esta etapa é importante, pois podemos observar a quantidade de entregas possibilitando a elaboração de roteiros inteligentes e priorizações necessárias. Oferecer menores tempos de entrega podem ser uma vantagem competitiva também usada como estratégia de venda. 19 3.2 Modelos logísticos para definição de localização Após os cumprimentos de todos os pontos estabelecidos na primeira fase serão estudados os modelos logísticos objetivando aumentar o nível de serviço oferecido pela empresa. Cabe destacar que podemos medir o nível de serviço por fatores como: tempo de resposta e entrega, frequência, credibilidade no atendimento, qualidade e flexibilidade, pontos que agregam valor ao produto e geram vantagens competitivas. Desta forma após a localização correta dos principais clientes passaremos ao estudo de localização das instalações múltiplas/dinâmicas ou únicas e após o final desta etapa busca-se obter os seguintes resultados: 1. Identificação do o nível de serviço desejado; 2. Classificação dos problemas de localização;3. Debate sobre os modelos logísticos a serem analisados; 4. Indicativos de modelos para análise. 3.3 Análise dos modelos logísticos Posterior a classificação dos problemas de localização, serão definidos a priorização dos modelos logísticos que serão analisados. Fatores tais como determinação da proporção das instalações, local e número de instalações a serem utilizadas, priorizando sempre o aumento do nível de serviço. Após criteriosa análise será escolhido e o modelo que apresentar mais vantagens e logo será aplicado para a empresa em questão. Finalizando esta etapa teremos o modelo logístico de localização mais adequado as necessidades da organização. 3.4 Definição e aplicação do modelo logístico escolhido Após decidido o modelo este será aplicado conforme as características da empresa, após será determinado a correta localização onde surgirá a instalação do CD, então teremos alcançado os resultados: 1. Análise das vantagens que a aplicação trará a empresa; 2. Definição do modelo mais adequado às necessidades; 3. Aplicação do modelo considerando às características da empresa; 4. Definição da melhor localização segundo o modelo definido. 20 4 CONCLUSÃO A definição de uma instalação envolve a análise de diversos fatores e por sua vez a resolução de vários trade-offs. Via de regra as indústrias buscam geralmente estarem localizadas mais próximas aos recursos de matéria-prima, água, energia e mão-de-obra; e prestadoras de serviços, sem deixar de observar foco principal que são os clientes. Reduzir tempo de entrega com a possibilidade minimizar custos tornam a empresa mais competitiva e por consequência longeva. A correta análise do posicionamento dos clientes mais relevantes tende a ser um ponto positivo, porém não deve passar despercebido a possibilidade de agregar entregas menores para clientes menos expressivos sem aumentar os custos de operação baseando-se na possibilidade compensação de custos logísticos. Observando a busca por melhores rentabilidades, observamos como um indicador fundamental para a manutenção do negócio, porém, deve-se obter todas as informações neste sentido para que seja possível uma análise mais assertiva da relação custo-benefício de localização escolhida para o Centro de Distribuição. Elucidados os modelos possíveis e analisados levando em consideração todos os fatores relacionadas a ICMS e a possibilidade de benefícios fiscais é determinado a melhor localização para o negócio, considerando a possibilidade de uma maior rentabilidade. 21 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos. 5 ed. Porto Alegre: Bookmann, 2006. BOWERSOX, D., CLOSS, D. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimentos. 1 ed. São Paulo: Atlas, 2001. GAITHER, N.; FRAZIER, G. Administração da produção e operações. 8.ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006. GALHARDO, Maurício. Como calcular a rentabilidade da sua empresa? Revista Exame.com. Disponível em: < http://exame.abril.com.br/pme/noticias/como-calcular- a-rentabilidade-da-sua-empresa>. Acesso em: 05. Junho 2016. LEITE, Paulo Roberto. Logística reversa: meio ambiente e competitividade. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. MACHADO, H. B. Curso de direito tributário. 30. ed. São Paulo: Malheiros, 2009. NETTO, J.S.M. Guerra fiscal entre os estados. Brasília: Consultoria Legislativa da câmara dos deputados de Brasília, 2003. PANTALENA, B. G. Otimização da malha logística de uma indústria química. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2004. SHAPIRO, J. F. Modeling the Supply Chain. Pacific Grove. Califórnia: ed. Duxbury, 2001. SILVA, M. B. Otimização de redes de distribuição física considerando incentivo fiscal baseado no crédito presumido de ICMS. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007. http://exame.abril.com.br/pme/noticias/como-calcular-
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