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Farmacodinâmica 1 Aula 1: Introdução a Farmacologia FARMACÊUTICA- BIOQUÍMICA ESPECIALISTA EM ATENÇÃO FARMACÊUTICA MESTRE EM BIOCIÊNCIAS E BIOTECNOLOGIA DOUTORA EM CIÊNCIAS PÓS-DOUTORA EM IMUNOLOGIA PROFA DRA HALYKA L. F. V. SERÓDIO Objetivos gerais • Estudar os medicamentos sob todos os aspectos, desde a fonte, a absorção, o destino no organismo, o mecanismo de ação até os seus efeitos farmacológicos além dos mecanismos de velocidade e excreção, de maneira a reunir conhecimentos básicos sobre as substâncias utilizadas para modificar ou explorar sistemas fisiológicos ou estados patológicos, bem como avaliar sua aplicação imediata e direta no tratamento de doenças. Objetivos específicos 1. Analisar os conceitos farmacológicos, termos mais utilizados, diferenças entre farmacocinética e farmacodinâmica; 2. Justificar a importância da absorção dos medicamentos, entender as características físico-químicas que o fármaco dever ter para chegar no sítio de ação; 3. Comparar as vias de administração e suas específicas utilidades; 4. Diferenciar os fatores que influenciam a chegada e saída dos fármacos nos tecidos e sua excreção; 5. Analisar como se desenvolvem os esquemas posológicos terapêuticos; 6. Identificar os tipos de receptores biológicos e os tipos de interação do fármaco com o receptor; 7. Analisar a importância da farmacologia do SNA para o tratamento de doenças. 8. Compreender a farmacoterapia da inflamação, alergias e doenças autoimunes. Conteúdo Unidade I - INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA 1.1 - Histórico: 1.2 - Conceitos 1.3 – Ação da Farmacologia 1.4 – Princípios para o desenvolvimentos de fármacos Conteúdo Unidade II - FARMACOCINÉTICA. 2.1 - Dinâmica da Absorção 2.2 – Vias de Administração 2.3 - Distribuição de Fármacos 2.4 – Metabolismos de fármacos 2.5 – Eliminação de fármacos 2.6 – Biodisponibilidade e Bioequivalência 2.7 – Farmacocinética Clínica 2.8 – Estudos dirigidos com discussão de casos clínicos Conteúdo Unidade III - FARMACODINÂMICA 3.1 – Alvos Bioquímicos dos fármacos 3.2 – Tipos de receptores 3.3 – Interações do fármaco com o receptor 3.4 – Aspectos quantitativos da dose- resposta 3.5 – Análises Gráficas 3.6 – Tipos de antagonistas Conteúdo Unidade IV – INTRODUÇÃO DA FARMACOLOGIA DO SNA E MOTOR SOMÁTICO 4.1 – Anatomo-fisiologia do SNA 4.2 – Neurotransmissão do SNA 4.3 – Receptores colinérgicos e adrenérgicos 4.4 – Efeitos fisiológicos Conteúdo Unidade V – FÁRMACOS DE AÇÃO COLINÉRGICA 5.1 – Colinomiméticos; 5.2 – Anticolinesterásicos; 5.3 – Antagonistas muscarínicos, bloqueadores neuromusculares e bloqueadores ganglionares 5.4 – Seminários com casos clínicos farmacológicos Conteúdo Unidade VI – FÁRMACOS DE AÇÃO SIMPÁTICA 6.1 – Simpáticomiméticos de ação direta e indireta; 6.2 – Simpaticolíticos; 6.3 – Seminários com casos clínicos farmacológicos Conteúdo Unidade VII – MEDICAMENTOS DE AÇÃO NO PROCESSO INFLAMATÓRIO 7.1 – AINES 7.2 – Glicocorticóides 7.3 – Histamina e anti-histamínicos 7.4 – Anestésicos Locais Conteúdo Unidade VIII – MEDICAMENTOS QUE ALTERAM A FUNÇÃO GASTROINTESTINAL 8.1 – Farmacologia do trato gastrointestinal – antiulcerosos, antieméticos, antidiarréicos e laxativos. Aulas/ Revisões/ Provas – 18/08 – 25/08 – 01/09 – 08/09 – 15/09 – 22/09 – 29/09 – 06/10: Prova AV1 – 13/10 – 20/10 – 27/10 – 03/11 – 10/11 – 17/11 – 24/11: Prova AV2 – 01/12 – 08/12: Prova AV3 – 15/12: Férias Bem vindos ao Mundo dos Fármacos! Farmacologia • Palavra de origem Grega. Phármakon (fármaco) + lógos (estudo) = Estudo dos Fármacos Farmacologia Estudo das substâncias que interagem com o sistema vivo através de processos químicos, resultando na ativação ou inibição dos processos corporais normais. Ciência das substâncias usadas para evitar, diagnosticar e tratar doenças. Objetivo • O objetivo da farmacologia é amplo e compreende o conhecimento: – Propriedades físicas e químicas; – Composição; – Ações fisiológicas; – Absorção; – Destino; – Excreção; – Usos terapêuticos. Um pouco da história... • Os primeiros registros foram feitos na China e Egito. Algumas substâncias são reconhecidas até hoje, mas a maioria é inútil ou prejudicial. • Dioscórides (séc I e II ac ) “Pai da Farmácia” escreveu obra descrevendo 600 plantas medicinais Um pouco da história... • Galeno (131 – 201) “Pai da Fisiologia Experimental” escreveu cerca de 400 tratados sobre Medicina, indicando o uso de extratos de plantas e outros produtos naturais. Um pouco da história... • Paracelsus– conhecia os ingredientes ativos nos remédios prescritos. “Toda droga é veneno, depende apenas da dose” Um pouco da história... • (1805) Sertüner – isolou a mofina a partir do ópio (1 – a. droga pura). • (1847) Buchheim– fundou 1o. Instituto de Farmacologia, tornando-a disciplina independente. Um pouco da história... • Séc XX – química sintética revolucionou a indústria farmacêutica e surgiram conceitos fundamentais em Farmacologia: • Relação estrutura-atividade → T. Fraser • Receptor de drogas → J. Langley • Toxicidade seletiva → P. Ehrlich • Lei da ação das massas (droga-receptor) → A.J. Clark • Ehrlich (1909) → desenvolveu a quimioterapia Um pouco da história... • Fleming (1928) → penicilina, testada em humanos em 1940. • Domagk (1935) → efeito antibacteriano do prontosil, um pró-fármaco de sulfonamida (1o. agente antimicrobiano seletivo). Um pouco da história... • Beyer (1950) → tiazidas (derivadas de sulfonamidas) e várias outras drogas. • Black (1960/70s) → propranolol e cimetidina. • Surgiram também os barbitúricos e anestésicos locais. Um pouco da história... • 50 anos atrás: maior expansão de conceitos e técnicas em todas as áreas da biologia, com isso, acumularam-se informações sobre a ação dos fármacos e seus receptores. • 30 anos atrás: mais informações, isolamento e caracterização dos receptores. • Séc XXI – DNA recombinante e Biofármacos (anticorpos, enzimas, proteínas reguladoras, hormônios e fatores de crescimento) Um pouco da história... • Hoje: estudo da farmacogenética, que estuda a relação da composição genética com sua resposta a fármacos específicos. Estudo das variações genéticas que causam diferença nas respostas ao fármaco entre indivíduos. Conceitos básicos o Lei 5.991 de 1973 que dispõe sobre o Controle Sanitário do Comércio de Drogas, Medicamentos, Insumos farmacêuticos e Correlatos: o Droga (holandês) = droog = seco, substância dessecada. Refere-se a qualquer substância química (que não atue como alimento) que possa agir sobre um organismo vivo, produzindo alterações (maléficas ou benéficas), altera a fisiologia de um organismo vivo. o Fármaco :Uma substância definida, com propriedades ativas, produzindo efeito terapêutico. Conceitos básicos o Lei 5.991 de 1973 que dispõe sobre o Controle Sanitário do Comércio de Drogas, Medicamentos, Insumos farmacêuticos e Correlatos: o Droga: Refere-se a qualquer substância química (que não atue como alimento) que possa agir sobre um organismo vivo, produzindo alterações (maléficas ou benéficas), altera a fisiologia de um organismo vivo. o Fármaco :Estrutura química conhecida. Propriedade de modificar uma função fisiológica já existente. Não cria função. Produz um efeito terapêutico. Conceitos básicos o Medicamento: Fármaco com propriedades benéficas, comprovadas cientificamente. São substâncias químicas destinadas a curar, diminuir prevenir e/ou diagnosticar as enfermidades. o Remédio: Substância animal, vegetal, mineral ou sintética; procedimento (ginástica, massagem, acupuntura, banhos); fé ou crença; influência: usados com intenção benéfica. Medicamento X Fármaco Fármaco • Tipos de fármacos: – Sintetizados dentro do corpo- ex: hormônios. – Xenobióticos (não sintetizados pelo corpo) – ex: ácido acetilsalicílico. Fármaco • Características: – Tamanho; – Carga elétrica; – Forma; – Composiçãoatômica; – Propriedades para serem transportados de seu local de administração até seu local de ação; – Deve ser inativado ou excretado pelo corpo a uma taxa razoável de forma que suas ações tenham duração apropriada. Fármacos • Natureza física:• Sólidos. Ex: ácido acetilsalicílico. • Líquido. Ex: etanol. • Gasoso. Ex: óxido nitroso. • Tamanho: • Geralmente o peso molecular varia entre 100 e 1000. Conceitos básicos o Placebo (placeo = agradar): tudo o que é feito com intenção benéfica para aliviar o sofrimento: fármaco/medicamento/droga/rem édio (em concentração pequena ou mesmo na sua ausência. o Nocebo: efeito placebo negativo. O "medicamento" piora a saúde. Termos Técnicos • Princípio Ativo: – É a substância química que possui efeito farmacológico, mas que ainda não possui sua estrutura química identificada, necessitando de mais testes laboratoriais. – Ex.: Matricalia camomila, conhecida atividade calmante. • Substância Ativa ou Fármaco: – É a substância química que possui efeito farmacológico e estrutura química identificada. Essa é extraída ou sintetizada, isolada e purificada. – Ex.: Diclofenaco: ação anti-inflamatória e analgésica. Termos Técnicos •Preparação medicinal: – É o modo pelo qual se prepara um medicamento não necessitando de tecnologia. São as infusões e macerações. – Ex.: Maceração de Boldo para problemas estomacais. •Forma Farmacêutica: – É a apresentação física do medicamento. – Ex.: Pó, comprimido, cápsula, suspensão, xarope, creme, pomada, gel, xampu, loção, etc. Termos Técnicos •Fórmula Farmacêutica: – É a descrição da composição do medicamento, citando as substâncias ativas e respectivas quantidades. – Ex.: Sulfametoxazol + Trimetoprima, suspensão 200mg + 40mg /5ml. •Veículo Farmacológico: – Meio em que a droga se encontra dispersa. •Via de Administração: – É a via pela qual o medicamento deverá ser administrado ao paciente. – Ex.: Via subcutânea, intramuscular, oral, sublingual, ocular, etc. Termos Técnicos •Bula: – É o texto impresso que acompanha os medicamentos. Tem por objetivo orientar os profissionais e pacientes quanto às informações referentes ao uso, ação, toxicidade e posologia. •Posologia: – É o estudo da dose do medicamento que irá surtir o efeito desejado. – Ex.: Cefalexina de 6/6 horas por 7 dias. Termos Técnicos • Subdose: – É a dose de medicamento, que está abaixo daquela adequada ao tratamento para a produção do efeito desejado, podendo muitas vezes, mascarar a terapia e piorar o quadro clínico. – Ex.: Antibióticos em subdose levam à resistência bacteriana. • Overdose ou sobredose: – É a dose acima daquela adequada ao tratamento, podendo causar envenenamento e morte por intoxicação medicamentosa. Nesse caso, são utilizados recursos como a lavagem gástrica ou antagonistas. – Ex.: Tentativa de suicídio com Diazepam: administração de flumazenil. Termos Técnicos Efeito colateral: São os efeitos tóxicos do medicamento no corpo humano devido às características de toxicidade da substância ativa. São efeitos que durante os ensaios clínicos foram percebidos e inclusos na bula. Ex.1: Uso prolongado de paracetamol pode causar hepatotoxicidade. Ex.2: Durante o tratamento quimioterápico, o paciente manifestar náuse e vômito. Reação adversa: É o efeito diferente daquele esperado quando utiliza-se determinado medicamento. Ex.: Ao tomar paracetamol, analgésico e antitérmico, o paciente desenvolver cefaléia. Termos Técnicos • Farmácia: – É o estabelecimento onde ocorre a manipulação de fórmulas magistrais, compreendendo a dispensação e o atendimento. • Drogaria: – É o estabelecimento onde ocorrem a dispensação e o comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos em suas embalagens originais. Nesse caso, não deve haver manipulação. Termos Técnicos • Dispensação: – É o ato de fornecimento, com as devidas orientações, de drogas, medicamentos e correlatos ao consumidor. • Denominação Comum Brasileira (DCB): – É a denominação do fármaco ou princípio farmacologicamente ativo aprovado pela ANVISA. Classificação dos medicamentos • De acordo com o Sistema orgânico sobre o qual atuam: Ex.: -Medicamentos que atuam no SNC; - Medicamentos que atuam o sistema cardiovascular; - Medicamentos que atuam no sistema gastrointestinal. • De acordo com o Uso terapêutico ou Indicações clínicas: Ex.: -Medicamentos anti-ácidos; - Medicamentos antibióticos; - Medicamentos anti-hipertensivos; - Medicamentos diuréticos. Classificação dos medicamentos • De acordo com a Ação química ou fisiológica: Ex.: -Medicamentos anticolinérgicos; - Medicamentos bloqueadores beta- adrenérgicos; - Medicamentos bloqueadores do canal de cálcio. • De acordo com a Necessidade de Prescrição ou não: Ex.: -Medicamentos isentos de prescrição ou de venda livre; - Medicamentos sujeitos a prescrição: “Venda sob prescrição médica”; - Medicamentos de controle especial: “Só pode ser vendido com retenção de receita”. Definições Importantes BIODISPONIBILIDADE: é a fração de um fármaco administrado que é levado à circulação sistêmica BIOEQUIVALÊNCIA: quando um fármaco pode ser substituído por outro sem consequências clínicas adversas. Definições Importantes • TEMPO 1/2 VIDA: é o tempo necessário para que a concentração plasmática do fármaco chegue em 50 %. É utilizado para o cálculo da posologia. • ESTADO DE EQUILIBRIO ESTÁVEL: indica quando o fármaco atinge a concentração terapêutica. Definições Importantes • Especificidade: Recíproca entre substâncias e ligantes. (substância se liga somente em determinados alvos e os alvos só reconhecem determinada substância) • Nenhum fármaco é totalmente específico: o aumento da dose faz com que ele atue em outros alvos diferentes provocando efeitos colaterais. Variação Biológica • Qualquer substância pode ser tóxica. • Cada paciente é um caso diferente. • Idade, fatores genéticos, estados fisiológicos, patologias e interações medicamentosas. • Reações idiossincrásicas (diferenças genéticas e/ou imunológicas). Ex: Aspirina pode provocar urticária não alérgica (não produz Ac) ou desencadear quadro de asma. • Na farmacologia humana, ainda devemos considerar os componentes psíquicos e culturais do paciente (influência dos medicamentos e placebo) . Divisões da farmacologia • Farmacodinâmica: estuda o mecanismo de ação dos fármacos. • Farmacocinética: estuda o caminho percorrido pelo fármaco no organismo. Basicamente, estuda os processos metabólicos de absorção, distribuição, biotransformação e eliminação das drogas. • Farmacognosia (gnósis = conhecimento): estudo das substâncias ativas animais, vegetais e minerais no estado natural e sua fontes. • Farmacoterapia (assistência farmacêutica): orientação do uso racional de medicamentos. • Fitoterapia: uso de fármacos vegetais (plantas medicinais). Divisões da farmacologia • Farmacotécnica: arte do preparo e conservação do medicamento em formas farmacêuticas. • Farmacoepidemiologia: estudo das RAM, do risco/benefício e custo dos medicamentos numa população. • Farmacovigilância: detecção de RAM, validade, concentração, apresentação, eficácia farmacológica, industrialização, comercialização, custo, controle de qualidade de medicamentos já aprovados e licenciados pelo Ministério da Saúde. • Farmacogenética: trata-se do estudo das influências genéticas sobre as respostas a fármacos. • Farmacogenômica: Este novo termo superpõe se à farmacogenética, descrevendo o uso da informação genética para orientar a escolha da terapia farmacológica numa base individual. • Toxicologia: Ciência que estuda os agentes tóxicos sendo que estes são quaisquer substâncias químicas ou agentes físicos (radiação) capazes de produzir efeito nocivo em um ser vivo. Divisões da farmacologia Toxicologia Farmacogenô mica Farmacovigilâ ncia Farmacogenét ica Farmacoepide miologia Farmacotécni ca Fitoterapia Farmacoterapi a Farmacognosi a Farmacologiaclínica Farmacologia pré-clínica Farmacocinéti ca Farmacodinâ mica FARMACOLOGIA Desenvolvimento e Regulação de fármacos Os fármacos estão cada vez mais evoluídos e com isso o índice de mortalidade tem diminuído. Ensaios clínicos bem-planejados e executados fornecem evidências científicas que podem embasar a maioria das decisões terapêuticas. Estas experiências podem ser complementadas pelos estudos observacionais. Etapas do desenvolvimento: 1. Identificação de um novo alvo farmacológico; 2. Planejamento racional de fármacos; 3. Modificação química de uma molécula conhecida; 4. Triagem da atividade biológica de substâncias já conhecidas; 5. Biotecnologia e clonagem usando genes para produzir peptídeos e proteínas (estudo genômico e proteômico); 6. Combinação de fármacos conhecidos para obtenção de efeitos aditivos ou sinérgicos ou o reposicionamento de um fármaco conhecido para um novo uso terapêutico. Rastreamento farmacológico- screening Um fármaco candidato deve ser testado em ensaios biológicos a nível molecular, celular, orgânico e animal, para definir a atividade e seletividade do fármaco. Deve-se testar todos os efeitos colaterais. Ex: fármaco para hipertensão, devem ser testados nos sistemas respiratório, gastrointestinal, endócrino e nervoso. Obs: fármacos para doenças crônicas deve-se pesquisar se há tolerância. Fatores que devem ser levados em conta • História natural das doenças; • Presença de outras doenças e fatores de risco; • Tendenciosidade do sujeito e do observador. Obs: fármaco de doenças raras são chamados de fármacos órfãos. Testes em crianças e feto são severamente restritos. Segurança e Toxicidade Todos os fármacos são tóxicos em alguma dose, então nenhuma substância pode ser certificado como completamente segura. Objetivos dos estudos de toxicidade: 1- identificar as toxicidades humanas potenciais; 2- planejar e definir os mecanismos tóxicos; 3- prever as toxicidades específicas; 4- prever as toxicidades mais relevantes a serem monitoradas nos experimentos clínicos. Talidomida Testes pré- clínicos • Os fármacos são testados nos laboratórios em animais. O objetivo principal dessa fase é verificar como essa substância se comporta em um organismo. Limitações dos testes pré- clínicos • Consome tempo e é caro; • Uso de grande quantidade de animais, pois os testes in vitro são limitados; • Nem todos os dados de toxicidade em animais são idênticos em humanos; • Efeitos adversos raros não são detectáveis. Testes clínicos • Os fármacos são testados em seres humanos, distribuídos de forma randômica nos grupos controle e não controle. Grupo controle placebo. Grupo não-controle fármaco. • Tipos de estudos randomizados controlados: – Aberto: os participantes e os pesquisadores sabem a que grupo pertencem (controle ou não). – Cego: os participantes desconhecem em que grupo foram distribuídos, mas o pesquisador sabe. – Duplo-cego: nem os participantes, nem os pesquisadores sabem se o fármaco ativo está sendo administrado. Este estudo tem a maior chance de revelar a verdade sobre os efeitos de um fármaco. Duplo-cego Cego Aberto Ordem decrescente de qualidade dos estudos comparativos Testes clínicos - Fase 1: avalia a segurança do produto. Testes feitos em pequenos grupos de 20-100 voluntários sadios (com exceção para fármacos para HIV e câncer que são testados em pacientes doentes). - Fase 2: avalia a eficácia do produto, isto é, se o fármaco funciona para tratar determinada doença, e obtém informações mais detalhadas sobre toxicidade. Testes feito em grupos de 100-300 voluntários. Testes clínicos - Fase 3: nesta fase compara-se o novo tratamento ao tratamento padrão existente e também se analisa a utilização de 2 fármacos para determinada doença é mais eficaz que um medicamento único. Testes feito em grupo de 300 a 1000 voluntários divididos em 2 grupos (controle e não-controle). - Fase 4: esta fase é para confirmar se os resultados obtidos na fase anterior são aplicáveis em uma grande parte da população doente (mais de 1.000 voluntários). Nesta fase o fármaco já foi aprovado para ser comercializado. • Tipos de estudos observacionais: Porque fazer? 1- o número de pacientes-ano de exposição ao fármaco durante um estudo clínico é relativamente pequeno, quando comparado com a exposição que ocorre depois da comercialização do fármaco. 2- alguns efeitos adversos podem ter períodos de latência longos ou afetar pacientes que não foram incluídos no estudo controlado. – Estudos de coorte: comparam a ocorrência de eventos entre usuários e não usuários de um fármaco. – Estudo de caso-controle: comparam a exposição do fármaco entre pacientes que tiveram efeitos adversos com pacientes controle. Medicamento de referência • Definido pela Lei no. 9.787 de 10/02/99, como produto inovador registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária e comercializado no País, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente, por ocasião do registro. • Serve de parâmetro de eficácia, segurança e qualidade para os registros de medicamentos genéricos e similares Medicamento genérico • É aquele que contém o mesmo fármaco (princípio ativo), na mesma dose e forma farmacêutica, é administrado pela mesma via e com a mesma indicação terapêutica do medicamento de referência no país, apresentando a mesma segurança que o medicamento de referência no país podendo, com este, ser intercambiável. • Substituição do medicamento de referência pelo seu genérico, é assegurada por testes de bioequivalência apresentados à ANVISA, do Ministério da Saúde. Medicamento similar • Aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, apresenta mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica, e que é equivalente ao medicamento registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária, podendo diferir somente em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículo, devendo sempre ser identificado por nome comercial ou marca. Fármaco Ideal Farmacologia Farmacodinâmica Mecanismos de ação dos Fármacos Farmacocinética Absorção Distribuição Metabolismo Excreção Farmacocinética X Farmacodinâmica Tenha uma Feliz semana!!!
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