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LARISSA MENEZES – UROLOGIA CÂNCER DE PRÓSTATA INTRODUÇÃO • Zona periférica é a principal no Ca de próstata e é uma região que consegue palpar no toque retal • 95% dos tumores são adenocarcinomas de próstata • Outros tipos: ▪ Carcinosarcomas ▪ Tumores neuroendócrinos ▪ Tumores de células escamosas • A maioria dos tumores são assintomáticos • Tornam sintomáticos somente em fases tardias • É um tumor que cresce lentamente, começa a dá sintomas quando invade outras estruturas. Enquanto estiver restrito a próstata, é um tumor silente EPIDEMIOLOGIA • O câncer de próstata é o segundo tipo de Ca mais diagnosticado em homens, só perde para o dermatológico • 1,1 milhão de diagnósticos em todo o mundo em 2012 • 15% de todos os cânceres • A frequência do CaP detectado por autopsia é praticamente a mesma em todo o mundo • Incidência de distribuição é desigual pelo globo: ▪ Mais alta na Australia, Nova Zelancia e América do Norte em média 100casos/100000hab ▪ Oeste e norte da Europa 90 casos /100000hab ▪ Leste e centro-sul da Ásia 10 casos /100000hab ▪ Europa oriental e meridional, que eram baixas, mostraram um aumento constante ETIOLOGIA • Genética: ▪ A história familiar e a origem racial/étnica estão associadas a um aumento da incidência de CaP, sugerindo uma predisposição genética • CaP tem doença hereditária verdadeira (aproximadamente 9%): é caracterizado por três ou mais parentes afetados ou dois parentes CaP de início precoce (<55 anos) FATORES DE RISCO • Idade • Raça negra • Uma grande variedade de fatores exógenos/ambientais tem sido discutida como associados ao risco de desenvolver CaP • Fatores que não são consolidados e cada estudo diz uma coisa: ▪ Síndrome metabólica ▪ Diabetes/Metformina ▪ Colesterol/Estatinas ▪ Obesidade ▪ Fatores dietéticos: álcool, laticínios, gordura, tomate, carne, Vit D e E, selênio • Não existem intervenções dietéticas ou farmacológicas preventivas eficazes conhecidas DIAGNÓSTICO • A triagem populacional ou em massa é definida como o ‘exame sistemático de homens assintomáticos (em risco)’ • Os objetivos co-primários são: ▪ Redução da mortalidade por CaP LARISSA MENEZES – UROLOGIA ▪ Uma QV mantida, expressa pelo ganho em anos de vida ajustado pela QV. Porque não adianta ganhar anos de vida sem qualidade de vida • Paciente que procura o urologista com fator de risco, deve fazer o toque e testar, a depender da idade RECOMENDAÇÕES DO SCREENING o Oferecer o PSA e toque retal + PSA para homens >50 anos o Homens >40 anos com história familiar de CaP ou raça negra o Pacientes com mutações do gene BRCA2: iniciar desde os 40a o Assim como inicia, tem a hora de parar. Paciente com expectativa de vida <15 anos não fazer o toque retal RECOMENDAÇÕES DA SBU o Todos os homens com idade acima de 50a devem realizar o exame de PSA bem como o EDR o Homens da raça negra ou com antecedente familiar: 45 anos o A idade limite para o rastreamento é até 75 anos ou expectativa de vida menor que 10 anos DIAGNÓSTICO CLÍNICO o O CaP geralmente é suspeitado com base em: ▪ EDH ▪ PSA ▪ A RM seria melhor que o toque, mas é muito caro e inviável para muitos. O toque retal é barato e simples o O diagnostico definitivo depende da verificação histopatológica pela biopsia de próstata o Exame digito-retal: ▪ A maioria dos CaP está localizada na zona periférica e pode ser detectada por DRE quando o volume for >0,2 mL ▪ 18% dos casos, o CaP é detectado apenas pelo DRE suspeito, independentemente do nível de PSA ▪ Toque alterado está associado a tumores com grau histológico mais alto ▪ Usa o dedo indicador, a 2cm da borda retal começa a sentir o abaulamento que seria a zona periférica da próstata. Vê se tem nodulação, característica tátil (fibroelástica, endurecida), se é móvel ou fixa, estimar tamanho o Antígeno prostático específico (PSA): ▪ Revolução na detecção do CaP ▪ Glicoproteína da família das calicreinas ▪ Produzida pelo epitélio prostático ▪ Não é câncer específico, é específico da próstata: HPB, trauma, prostatite, ITU ▪ Muitos homens podem ter CaP com PSA baixo ▪ Não há valor de PSA que exclua câncer ▪ PSA deve ser visto como um parâmetro contínuo ▪ Quanto maior o seu valor, maior a chance do indivíduo ter câncer REFINAMENTOS DO PSA o Fração do PSA livre/total: ▪ Usado na faixa de PSA entre 4-10 ng/dL em pacientes acima de 60 anos ▪ O valor de referência abaixo de 60 anos é entre 2,5-10 ng/dL ▪ Fração > 25% existe uma tendencia a benignidade ▪ Sensibilidade de 70% quando o PSA está entre 4 e 10 ng/dL LARISSA MENEZES – UROLOGIA ▪ Não há uso clínico quando o PSA é >10 ng/mL porque é indicativo de biopsia o Densidade do PSA: ▪ PSA total/Volume da próstata medida por USG ▪ >0,15 existe uma tendencia a malignidade o Velocidade de crescimento do PSA: ▪ Limite 0,75 ng/dL por anor ▪ 75% dos indivíduos com CaP tem PSAV > 0,75 ng/dL X 5% dos que não tem CaP o PSA doubling time (PSA-DT): ▪ Mais importante para o seguimento pós- tratamento ▪ Pós prostatectomia radical, para avaliar recidiva bioquímica OUTROS TESTES o Prostate Health Index (PHI) test o Fou kallikrein (4K) score test o Concebidos para reduzir o numero de biopsias desnecessárias o São superiores ao PSA L/T na detecção de CaP significativo ULTRASSOM TRANSRETAL (USTR) o Não faz parte de triagem de CaP, não adiciona informação quando é câncer o Baixa acurácia na identificação de câncer porque as lesões são hipoecoicas, porém podem ocorrer com inúmeras patologias o Lesão típica: ▪ Lesão hipoecoica na zona periférica ▪ Prostatite ▪ Neoplasia prostática intraepitelial ▪ Infarto prostático ▪ Linfoma o 30-40% das lesões de CaP são isocóricas o 1,5% são hiperecoicas o Neoplasias com invasão da capsula, o USTR se mostrou inferior ao toque retal CINTILOGRAFIA ÓSSEA o Serve para detectar metástases ósseas (sitio de metástase mais importante, o paciente tem dor óssea) o Deve ser feito em todos os pacientes de alto risco o Dor óssea o CaP com recidiva bioquímica RESSONÂNCIA MULTIPARAMÉTRICA DE PRÓSTATA o Empregada no diagnostico, no estadiamento local e a distância o Importante também na vigilância ativa e no planejamento cirúrgico o Alta acurácia na detecção de doença extra prostática o Dá informações importantes do tumor para cirurgia o Vê tumores que não estão na zona periférica o Biopsia guiada por USG e RM o Ressonância multiparametrica de próstata: o Outros exames: PET-PSMA e PET ressonância LARISSA MENEZES – UROLOGIA BIOPSIA DE PRÓSTATA GUIADA POR USG • É um exame invasivo, pode gerar prostatite, sangramentos etc. • Indicação: ▪ Toque retal alterado ▪ PSA Total > 10 ▪ Pacientes entre 40-60 anos PSA Total entre 2,5-10 + Refinamentos alterados ▪ Pacientes > 60 anos PSA Total entre 4-10 + Refinamentos alterados ▪ PSA Total até 2,6 com velocidade de crescimento >0,75 ng/mL/ano ▪ PSA alterado repete. Toque retal alterado não repete, é indicado de biopsia o Biopsia mais comum: tira 4 fragmentos de base, 4 de terço médio e 4 de ápice prostático CLASSIFICAÇÃO E ESTADIAMENTO DO CÂNCER DE PRÓSTATA • O objetivo de um sistema de classificação de tumor é combinar pacientes com um resultado clínico semelhante ▪ TNM ▪ Gleason Score/ISUP TNM o T1 e T2 são restritos a próstata o T2a: menos de 50% de um lado o T2b: mais de 50% de um lado o T2c: 50% dos dois lados o T3: extensão extra prostática invadindo no máximo a vesícula seminal o T4: bexiga ou reto ou púbis o N: linfonodo positivo ou não o M: metástase ▪ M1b = metástase óssea ▪ M1c = metástase em outros órgãos GLEASON PROSTATE GRADE SCALE o Classificação histológicao Pela estrutura da arquitetura celular o A lâmina não é homogênea, tem vários graus histológicos. O patologista soma o grau mais prevalente com o segundo grau mais prevalente LARISSA MENEZES – UROLOGIA o O ISUP grade é um Gleason mais novo, porque só começa a ser significativo a partir do 6. A nomenclatura/classificação tende a mudar o Baixo risco: ▪ PSA < 10 ng/mL com Gleason de 6 ▪ Restrito a próstata e em menos de 50% de um lado o Risco intermediário: ▪ PSA 10-20 ▪ Gleason de 7 ▪ ISUP 2 ou 3 ▪ Toque retal com no máximo 50% de um lobo o Alto risco: ▪ PSA > 20 ▪ Gleason > 7 ▪ Toque retal com comprometimento dos dois lobos prostáticos ▪ Qualquer PSA, com qualquer Gleason, mas com localização extra prostática TRATAMENTO • Expectativa de vida • Comorbidades • Estádio do tumor: ▪ Localizado ▪ Localmente avançado ▪ Metastático • Aceitação do paciente PROSTATECTOMIA RADICAL o Padrão ouro o Maior taxa de cura se comparado a outro tratamento o Possibilidade de tratamento complementar o Idade limite de 76 anos o Aberta, laparoscópica ou robótica o Complicações: ▪ Incontinência urinaria ▪ Disfunção erétil RADIOTERAPIA o Melhor indicação >75 anos e alto risco cirúrgico o Menor taxa de cura se comparada a cirurgia o 50% de disfunção erétil e 5% de incontinência urinaria o Complicações locais como proctite e cistite o Sem avaliação anatomopatológica o Pode ser realizada de resgate após a prostatectomia radical caso o paciente eleve PSA posteriormente, para tentar pegar os focos de tumor residuais BRAQUITERAPIA o Implantação de sementes radioativas na próstata o Induz a necrose do tecido prostático HIGH INTENSITY FOCUSED ULTRASOUND ABLATION (HIFU) o Ablação térmica por ondas, levando a coagulação/cavitação e necrose tecidual o Próstatas <40 gramas o Disfunção erétil (60%) e incontinência urinaria (10%) o Não apresenta evidência solida para indicar como terapia única LARISSA MENEZES – UROLOGIA DEPRIVAÇÃO ANDROGÊNICA o Hormonioterapia o Castração cirúrgica o Paciente com doença avançada o Terapia paliativa o Impede a formação de testosterona, diminuindo o estímulo para o tumor crescer. Mas depois de um tempo o câncer se torna resistente e volta a crescer novamente
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