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1 O QUE É O EXAME FÍSICO GERAL E SUA IMPORTÂNCIA? exame físico geral é a primeira etapa do exame clínico e além de complementar a anamnese (entrevista clínica), fornece uma visão do paciente como um todo, não segmentada. O exame físico representa um instrumento de grande valia para a assistência, uma vez que permite ao profissional validar os achados da anamnese, identificar problemas, definir diagnóstico, planejar e implementar ações e acompanhar a evolução do paciente. Como etapa relevante, procura-se por anormalidades, sinais objetivos e verificáveis que possam conter informações sobre os problemas de saúde significativos para a identificação dos diagnósticos, subsídios essenciais para o planejamento da assistência. COMO O EXAME FÍSICO GERAL É REALIZADO? O exame físico pode ser dividido em duas etapas: a primeira constitui o que se costuma designar exame físico geral, somatoscopia ou ectoscopia, por meio do qual são obtidos dados gerais, independentemente dos vários sistemas orgânicos ou segmentos corporais, o que possibilita uma visão do paciente como um todo; a segunda etapa corresponde ao exame dos diferentes sistemas ou segmentos corporais, com metodologia própria. QUAIS ITENS SÃO AVALIADOS NO EXAME FÍSICO GERAL DE UM PACIENTE? ➔ Avaliação do estado geral: ➔ Avaliação do nível de consciência ➔ Fala e linguagem ➔ Avaliação do estado de hidratação ➔ Altura e outras medidas antropométricas ➔ Avaliação do estado nutricional ➔ Desenvolvimento físico ➔ Fácies ➔ Atitude e decúbito preferido no leito ➔ Mucosas ➔ Pele e fâneros ➔ Tecido celular subcutâneo e panículo adiposo ➔ Musculatura ➔ Movimentos involuntários ➔ Enfisema subcutâneo ➔ Exame de linfonodos ➔ Veias superficiais ➔ Circulação colateral ➔ Edema ➔ Temperatura corporal ➔ Postura ou atitude na posição de pé ➔ Biotipo ➔ Marcha. - Inspeção, Palpação, Ausculta e Percussão- Avaliação subjetiva do que aparenta o paciente, em sua totalidade. O paciente pode estar em bom estado geral (BEG), regular estado geral (REG) ou mau estado geral (MEG). 2 1) HISTÓRIA E CONTEXTO DE VIDA A) IDENTIFICAÇÃO: • Nome completo • Idade • DN • Sexo / Gênero • Cor • Naturalidade • Procedência atual e remota • Estado civil • Profissão • Escolaridade • Endereço • Religião • Filhos • Viagens Recentes B) QUEIXA PRINCIPAL (CLARIFICAÇÃO/EXPLORAÇÃO DAS NECESSIDADES DE SAÚDE): • Motivo pelo qual o paciente procura atendimento. • Problema atual referido mais importante e quanto tempo (duração do problema). A duração pode ou não ser descrita neste campo • A queixa principal deve ser registrada entre aspas nas palavras do paciente. Não aceitar “rótulos diagnósticos”. C) HISTÓRIA DA MOLÉSTIA ATUAL • Caracterizar e organizar cronologicamente os sintomas e sinais referidos e/ou percebidos e as relações entre eles, considerando os aspectos sejam eles biológicos, psicológicos ou sócio-culturais, dentro do contexto de vida da pessoa. • Investigar o sintoma-guia definido na QP contendo uma avaliação cronológica: • Início (súbito, progressivo, fator desencadeante) • Características do sintoma: Localização Tipo Duração Intensidade Frequência Irradiação • Fatores de melhora ou piora (entra o uso de medicamentos como possível fator de melhora ou não) • Evolução • Procura médica • Situação atual (Registrar como o sintoma está no momento da anamnese) • Sintomas associados D) REVISÃO DOS SISTEMAS E APARELHOS OU INTERROGATÓRIO SINTOMATOLÓGICO: • Sintomas gerais: Febre, astenia, alterações de peso, sudorese, calafrios • Pele e fâneros: lesões de pele (mácula, pápula, bolha, exantema etc.), mucosas, pelos, unhas, prurido, sensibilidade, temperatura. • Crânio, face e pescoço: dor (localizar), alterações no pescoço (tumoração, alteração nos movimentos, pulsações). • Olhos: dor ocular, sensação de corpo estranho, prurido, lacrimejamento, edema palpebral, acuidade visual, escotomas, diplopia, fotofobia, amaurose. 3 • Ouvidos: Otalgia, otorreia, otorragia, hipoacusia, acusia, zumbido, prurido, vertigem, plenitura auricular. • Nariz: Obstrução nasal, prurido, secreção, epistaxe, espirros, hiposmia, cacosmia, parosmia. • Cavidade bucal e anexos: polifagia, inapetência, geofagia, sialorréia, halitose, dor dentária, ulcerações. • Faringe: Odinofagia, disfagia, tosse, halitose, pigarro e ronco. • Laringe: Dispnéia, estridor, disfonia, pigarro. • Parede torácica: Dor, alterações no formato do tórax, dispnéia • Mamas: dor nódulo, secreção. • Respiratório: dor torácica, tosse, hemoptise, chiado, expectoração, dispnéia, tiragem • Cardiovascular: dor precordial, palpitações, dispneia, lipotimia, síncope, edema, cianose, alterações do sono, astenia. • Esôfago e estômago: Disfagia, pirose, regurgitação, eructação, hematêmeses, soluço, náuseas, dispepsia. • Intestinos, cólon, reto e ânus: diarreia, esteatorréia, distensão abdominal, flatulência, melena, enterorragia, obstipação intestinal, hematoquezia, prurido anal, dor abdominal • Urinário: micções, disúria, polaciúria, nictúria, enurese, hematúria, poliúria, oligúria, estrangúria, secreção uretral. • Orgãos genitais masculinos: lesões, nódulos, priapismo, dor, edema, hemospermia, corrimento uretral, disfunção sexual. • Orgãos genitais femininos: Distúrbios menstruais (polimenorréia, amenorreia, menorragia), dismenorreia, corrimento vaginal, dispareunia, anorgasmia, ciclo menstrual • Endócrino: polifagia, polidpsia, nódulos no pescoço, galactorréia, preferência climática, perda ou ganho de peso, nanismo, gigantismo, puberdade precoce ou tardia, bócio, infertilidade, hisurtismo, acantose nigrans. • Hematológico: hemorragias (petéquias, equimoses, hematomas, gengivorragia), adenomegalias, esplenomegalia, icterícia. • Locomotor: dor (localizar, coluna vertebral), artralgias, artrites, deformidades, traumas, limitação de movimentos, câimbras, rigidez pós repouso, crepitação articular. • Vascular periférico: claudicação intermitente, alterações de temperatura, alterações tróficas, Fenômeno de Raynaud, úlceras, edema, dermatite ocre. • Neurológico: sonolência, confusão, cefaleia, vertigem, convulsões, amnésia, ambliopia, hemianopsia, disbasia, distúrbios do sono, disartria, disgrafia, dislexia, disfasia, plegias, paresias, parestesias, astenia, tiques. • Psíquico: avaliação de consciência, atenção, orientação, pensamento, memória, inteligência, afetividade e comportamento; alucinações. E) ANTECEDENTES PESSOAIS FISIOLÓGICOS OU HISTÓRIA FISIOLÓGICA • Identificar situações pregressas relevantes da pessoa .• Gestação e nascimento (número de irmãos, doenças na gravidez, complicações no parto) • DNPM (Desenvolvimento Neuro Psico Motor) • Desenvolvimento sexual (puberdade, menarca, sexarca, menopausa, orientação sexual) • Diurese e evacuação • Sono • Vida sexual ativa (uso de proteção ou contracepção). F) História Patológica Pregressa • Doença da infância; • Doenças prévias 4 • Alergias • Cirurgias (qual procedimento e quando foi realizado) • Traumatismo (e as consequências) • Transfusões sanguíneas • História obstétrica • Vacinação • Exames de rastreamento para câncer de mama, colo do útero e próstata • Medicações em uso (qual, posologia, motivo, quem prescreveu). G) HÁBITOS E ESTILO DE VIDA • Alimentação e ingesta hídrica • Hábitos: uso de tabaco, bebidas alcoólicas, drogas ilícitas • Ocupação atual e anteriores • Atividade física • Lazer H) HISTÓRIA FAMILIAR • Identificar situações relacionadas a familiares, óbitos e doenças. • Investigar avós, pais, irmãos, filhos, cônjuge. • Buscar presença na família de Hipertensão, Diabetes, Doenças Cardiovasculares,Câncer, Tabagismo, Etilismo, Uso de Drogas, Violência Doméstica, Gemelaridade, autoextermínio, Síndromes. HISTÓRIA SÓCIO – ECONÔMICA • Caracterizar condições de moradia, trabalho, relações pessoais e profissionais. • Dinâmica familiar, renda, valores, vícios, crenças e expectativas em relação à vida. ECTOSCOPIA OU EXAME FÍSICO GERAL • Avaliação do estado geral: é a impressão que se tem do doente (idade aparente, higiene, vestimenta), descrita da seguinte forma: estado geral bom, regular ou mal (BEG, REG, MEG). • Consciência e Orientação: avaliar pela perceptividade, reatividade, deglutição e reflexos. Os extremos de variação são o estado de vigília e o estado de coma. A partir destes dados, é possível caracterizar o estado de coma dentro da seguinte graduação: ✓ Grau I (coma leve): o comprometimento da consciência é leve e o paciente é capaz de atender a ordens simples do tipo abrir e fechar o olho. Reage bem e de modo apropriado à estimulação dolorosa. A deglutição se faz normalmente. ✓ Grau II (coma médio): perda da consciência é quase total, estando o paciente com sua perceptividade bastante reduzida. Responde apenas à estimulação dolorosa enérgica e o faz desapropriadamente. A deglutição é feita com dificuldade. Estão preservados os reflexos tendinosos, cutâneos e pupilar. ✓ Grau III (coma profundo): perda da consciência é completa e o paciente não responde às solicitações externas por mais intensas que sejam. Sua perceptividade é igual a zero. Nem o estímulo doloroso é perceptível. Além disso, observam-se arreflexia tendinosa, cutânea e pupilar, relaxamento completo da musculatura e incontinência esfinctérica. ✓ Grau IV (coma Depassé): além dos elementos já referidos ao coma de grau III, aqui há ainda o comprometimento das funções vitais, como parada respiratória (sendo necessária a ventilação artificial). É quase sempre um estado irreversível e o EEG revela silêncio elétrico cerebral. 5 • Postura, Atitude e Decúbito: a. Voluntárias: ortopnéia, atitude genupeitoral, atitude de cócoras, atitude parkinsoniana, atitude de decúbito (lateral, dorsal, ventral, posição antálgica). b. Involuntárias: atitude passiva, opistótono. • Fácies: normal, hipocrática, renal, leonina, adenoideana, parkinsoniana, basedowiana, mixedematosa, acromegálica, cushingóide, mongolóide, de depressão, pseudobulbar, da paralisia facial periférica, miastênica, de deficiente mental, etílica, esclerodérmica. • Mucosas: coloração (descoramento, cianose, icterícia), umidade e presença de lesões. • Pele e lesões: coloração, continuidade ou integridade, umidade, textura, espessura, temperatura, elasticidade, mobilidade, turgor, sensibilidade e presença de lesões elementares; As lesões elementares classificam-se em: ◗ Alterações de cor ◗Elevações edematosas ◗ Formações sólidas ◗ Coleções líquidas ◗ Alterações da espessura ◗ Perda e reparações teciduais. • Fâneros: avaliar tipo de implantação, distribuição, quantidade, coloração e outras características, como brilho, espessura e consistência, dos cabelos; forma, implantação, espessura, superfície, consistência, brilho e coloração das unhas; • Tela subcutânea e distribuição: distribuição e quantidade. • Biotipo: longilíneo, mediolíneo, brevelíneo. MARCHA: MARCHA ATÁXICA: Geralmente está relacionada com uma desordem da marcha. Esse tipo de marcha é observado em pessoas com dificuldades na execução de movimentos por problemas neurológicos. → Há três tipos: ataxia sensorial, labiríntica (vestibular) e cerebelar. → Afeta o controle postural e a coordenação dos movimentos. → Observa-se falta de equilíbrio, o paciente caminha cambaleando, como se fosse cair. → Anda batendo o pé, alargando a base e mantendo os olhos fixos no chão. 6 → Causas: esclerose múltipla, ataxia de Friedreich, polineuropatia periférica (diabética e alcoólica), lesões cerebelares. MARCHA ESCAVANTE: Nesse caso, ao andar, a pessoa toca o chão com a ponta do pé, como se estivesse escavando, daí a origem do nome. O problema ocorre por conta de lesões no nervo fibular, que impede a dorsiflexão do pé. MARCHA PARKINSONIANA: O início da marcha se torna mais complicado por conta de uma rigidez generalizada dos músculos. Nesse tipo de marcha, a pessoa costuma dar passos curtos e sem movimentar os braços. MARCHA ANSERINA: É observada principalmente em pacientes que apresentam fraqueza nos músculos pélvicos. A pessoa tenta se equilibrar andando com as pernas afastadas. MARCHA EM TESOURA: Nesse caso, observa-se uma alternância cruzada em cada passo, devido a uma paralisia cerebral ou doença de Little • Medidas antropométricas: circunferências corporais (craniana, abdominal, quadril), peso e altura, IMC(peso/altura²).
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