Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Júlia Santos, Medicina Exame Clínico I (OBJETIVOS) 1. Identificação e Queixa Principal e Duração (QPD); 2. História da Doença Atual (HDA); 3. Interrogatório Sintomatológico (IS) e termos semiológicos; 4. Antecedentes pessoais e familiares; 5. Hábitos de vida; 6. Condições culturais e socioeconômicas. Identificação A identificação é o perfil sociodemográfico do paciente que permite a interpretação de dados individuais e outros aspectos relacionados a ele. Os principais pontos dessa entrevista são os sintomas, a doença e o paciente. São elementos obrigatórios da identificação do paciente: Nome (completo; sem abreviações); Idade (anos, meses ou dias); Sexo; Cor/etnia; Estado civil; Ocupação; Escolaridade; Naturalidade; Procedência; Residência Religião; Grau de confiabilidade; Filiação a órgãos/instituições previdenciárias e planos de saúde; Nome da mãe; Nome do responsável, cuidador e/ou acompanhante. Nome Primeiro dado a ser obtido. Registra-se o nome completo e sem abreviações. Jamais identificar o paciente pelo número do leito ou pelo seu diagnóstico. Idade Registra-se em dias ou meses, em casos de crianças com menos de 1 ano de vida, ou em anos. Isso é importantíssimo para guiar possíveis diagnósticos por ser um importante dado epidemiológico. Sexo/gênero O registro do sexo biológico é feito como masculino ou feminino. No entanto, o gênero pode diferir do sexo biológico e também deve constar na identificação. Há pessoas que se identificam com o gênero correspondente ao seu sexo biológico, sendo estas cisgênero, porém, também existem pessoas que não se identificam, logo, são transgêneros. Cor/etnia O registro da cor/etnia deve basear-se na autodeclaração do paciente. É preferível o registro por cor, não por etnia. Recomenda-se usar a seguinte nomenclatura: Cor branca; Cor parda; Cor preta; Etnia indígena; Etnia asiática. A cor/etnia é importante devido às tendências genéticas a certas patologias de acordo com a antecedência histórica do paciente, como a hipertensão arterial sistêmica em negros e o câncer de pele em brancos. Estado Civil Em relação ao estado civil, registram-se as opções: Casado(a); Solteiro(a); Divorciado(a); Separado(a); Viúvo(a); Em união estável. Ocupação e Local de trabalho A ocupação refere-se à atividade produtiva que o paciente exerce no dia a dia. Nesse item também pode-se registrar situações especiais, em que o paciente não está exercendo suas atividades profissionais, devido a licença trabalhista ou aposentadoria. É importante também referir o local e as condições de trabalho. Escolaridade e Religião A escolaridade e a religião são informações importantes da identificação, uma vez que interferem diretamente na vida do paciente e na sua relação com determinadas situações e doenças. Principalmente no caso de religião, é um fator que interfere em procedimentos como hemotransfusão (testemunhas de Jeová proíbem), uso de carnes (Igreja Adventista) e entre outros. Além disso, o conhecimento da escolaridade é fundamental para a correta adequação dos termos e orientações que serão dadas ao paciente. O médico deve sempre se esforçar para que o entendimento do paciente seja completo e total. Naturalidade, Procedência e Residência A naturalidade é o local onde o paciente nasceu. Já a procedência é o local de residência anterior do paciente, em casos de áreas urbanas ou rurais distintas, assim como cidados, estados e países. Por fim, a residência refere-se ao local de residência atual do paciente. Confiabilidade O grau de confiabilidade reflete a qualidade das informações fornecidas pelo paciente e costuma ser feita ao final da entrevista. É importante registrar data e hora em que a anamnese foi realizada, principalmente em situações de urgência, emergência ou internação hospitalar. Nome da mãe e do responsável Dependendo da idade do paciente, como em casos de crianças muito novas ou pacientes desacordados, algumas informações adicionais são úteis, como nome da mãe (comum em hospitais; útil para diferenciar pacientes homônimos), nome do responsável, cuidador e/ou acompanhante (necessário em atendimentos de crianças, adolescentes, idosos, tutelados ou incapazes). Dados epidemiológicos Questões ambientais Júlia Santos, Medicina Exame Clínico I Filiação a Órgãos previdenciários e Planos de saúde A coleta de informação da filiação a órgãos previdenciários e/ou planos de saúde facilita o encaminhamento para exames complementares, especialistas e internamento hospitalar. Queixa Principal e Duração A queixa principal e duração, ou QPD, é o motivo que levou o paciente ao médico. O registro é realizado com o linguajar do paciente, sendo fiel ao seu relato. É uma afirmação breve e espontânea, geralmente um sinal ou um sintoma, nas próprias palavras da pessoa, que é o motivo da consulta. Geralmente, é uma anotação entre aspas para indicar que se trata das palavras exatas do paciente. Às vezes, uma pessoa pode enumerar “vários motivos” para procurar assistência médica, mas o motivo mais importante pode não ser o que a pessoa enunciou primeiro. Dessa forma, a queixa principal é o sinal ou sintoma que levou o paciente até o atendimento médico e há quanto tempo esse fator surgiu. “Paciente refere dor no peito há 3 dias”. Para adquirir uma boa QPD: “Qual o motivo da consulta?”; “Por que o(a) senhor(a) me procurou?”; “O que o(a) senhor(a) está sentindo?”; “O que o(a) está incomodando?”. História da Doença Atual (HDA) A história da doença atual (HDA), também chamada de história da moléstia atual (HMA) é um registro cronológico e detalhado do motivo que levou o paciente a procurar assistência médica, desde o seu início até a momento atual. O sintoma-guia é o sintoma ou sinal que permite recompor a história da doença atual com mais facilidade e precisão, ou seja, é o sintoma PRINCIPAL da HDA. Temos como exemplos: Febre na malária; Dor epigástrica na úlcera péptica; Convulsões na epilepsia; Edema na síndrome nefrótica; Diarreia na colite ulcerativa. Como orientação geral, o entrevistador deve escolher como sintoma-guia a queixa de mais longa duração, o sintoma mais salientado pelo paciente ou simplesmente começar pelo relato da “queixa principal”. Cada sintoma principal deve ser bem caracterizado e deve incluir os 7 atributos de um sintoma: Localização; Características; Intensidade; Cronologia, inclusive início, duração e frequência; Situação em que ocorre; Fatores agravantes; Fatores que aliviam o sintoma; Sintomas associados; Evolução; Situação atual. Na HDA também devem ser incluídas as reações do paciente aos sintomas e aos efeitos que a doença exerce sobre sua vida. Os pacientes podem usar termos médicos. O entrevistador deve pedir ao paciente para definir esses termos a fim de certificar-se de que ele sabe o que significam. Paciente refere que há 3 dias iniciou quadro de dor forte (8/10), em pontada, no lado direito do peito, que se irradia para as costas. Refere que a dor é constante, porém, relata melhora ao deitar-se para o lado direito e após uso de analgésico (Dipirona) e piora durante atividade física. Nega tosse e refere dispneia ao moderados esforços, com início há 7 dias. Relata que a dor piorou no último dia, retornando em um período mais curto após uso de analgésico. No momento, afirma que a dor está muito forte e dificultando a respiração. Júlia Santos, Medicina Exame Clínico I Interrogatório Sintomatológico O Interrogatório Sistemático (ou interrogatório sistêmico ou revisão dos sistemas) documenta a presença ou ausência de sintomas comuns relacionados com cada um dos principais sistemas corporais. A principal utilidade prática do IS reside no fato de permitir ao médicolevantar possibilidades e reconhecer enfermidades que não guardam relação com o quadro sintomatológico registrado na HDA. Em outras ocasiões, é no IS que se origina a suspeita diagnóstica mais importante. Exemplo! Um paciente que procurou o médico concentrando a sua preocupação em uma impotência sexual, ao ser feita a revisão dos sistemas, vieram à tona os sintomas polidipsia, poliúria e emagrecimento, queixas às quais o paciente não havia dado a menor importância. No entanto, a partir delas o médico levantou a suspeita da enfermidade principal daquele paciente – o diabetes mellitus. Para facilitar a investigação desses sintomas, usa-se uma sistematização craniocraudal: Sintomas gerais; Pele e fâneros; Olhos; Ouvidos; Nariz; Cavidade bucal e anexos; Faringe; Laringe; Sistema neuro-psíquico; Sistema respiratório; Sistema cardiovascular; Sistema gastrointestinal; Sistema endócrino; Sistema hematolinfopoietico; Sistema músculo-esquelético; Sistema urinário; Sistema genital. Prática Sintomas gerais: Há febre, dor no corpo, fraqueza? Alguma alteração no peso? Houve tontura, desmaio? Paciente relatou vômitos e náuseas? Pele e fâneros: Notou alguma mancha que surgiu recentemente? Alguma lesão ou hematoma novo? Paciente relata coceira ou ardência em alguma região? Há queda de cabelo/pelos? Cabeça: Sentiu dor de cabeça recentemente? Presença de tumoração? Olhos: Há lesão ou coceira nos olhos? Houve perda, alteração de cor ou escurecimento da visão? Há dor na presença ou ausência de luz? Os olhos estão secos ou lacrimejando? Paciente relata visão dupla ou alteração na imagem? Ouvidos: Paciente relata dor? Há sangramento ou saída de líquido (pus, LCR)? Houve desmaio, tontura ou vertigem? Você escuta zumbidos ou ruídos estranhos? Nariz: Há hemorragia ou saída de líquido? Paciente relata dor, espirros, coceira ou ardência? Há alteração no olfato? Presença de secreção? O nariz está obstruído? Cavidade oral: Seu paladar alterou? Relata perda ou aumento de sede e apetite? Há dor na língua, nos dentes ou na boca? Como está sua salivação? Há sangramento ou presença de pus? Faringe, Laringe e Traqueia: Há dor ou dificuldade para engolir? Houve tosse ou pigarro? Alteração na voz? Sistema Respiratório: Percebe algum som ao respirar ou tossir? Há secreção? Relato de tosse com pus, sangue ou secreção? Ou a tosse é seca? Anda tendo dificuldade para respirar? Acorda com falta de ar? Sistema Cardiovascular: Sente dor no peito? Como é essa dor? Houve perda de consciência? Percebeu alguma alteração de cor em sua pele? Há varizes em seu corpo? Sistema Gastrointestinal: Há diarreia, constipação ou distensão abdominal? Sente náuseas ou dor no abdome? Relata queimação, azia ou retorno do alimento? Houve vômito ou fezes com sangue? Qual a coloração das fezes? Sistema Neuropsíquico Há aumento ou diminuição da sensibilidade ou da dor? Houve convulsão ou desmaio? Falta de coordenação motora em algum membro? Sensação de rotação? Paralisia em alguma parte do corpo? Presença de sinais de transtornos psiquiátricos? Algum problema na linguagem? Relato de abalos musculares inevitáveis? Há cefaleia? Como é essa dor e quando aparece? Sistema Hemolinfopoietico: Presença de manchas na pele? Sente dor na região do abdome? Alguma dor na região do pescoço (ou em alguma área do corpo, devido à presença de linfonodos)? Sistema Musculoesquelético: Sente dor nos músculos, ossos ou articulações? Há dor na coluna? Quando se movimenta, há ruídos? Algum sinal de inflamação nos membros/articulações? Como dor, queimor ou inchaço? A locomoção está normal? Alguma contração involuntária em alguma parte do corpo? Sistema Geniturinário: Urinário Há dor ao urinar? Como está a frequência e a quantidade da diurese? Qual a cor da urina? Júlia Santos, Medicina Exame Clínico I Há sangue ou pus na urina? Há uma necessidade subida de urinar? Relato de incapacidade de esvaziar a bexiga completamente? A vontade de urinar interrompe seu sono? Genital Sente dor durante o ato sexual? Presença de cólica dentro ou fora do período menstrual? Como são os ciclos menstruais? Há atraso pontual ou recorrente da menstruação? Presença de secreção nos mamilos? Há dor nos seios durante ou depois o período menstrual? Sua ejaculação/orgasmo é precoce ou ausente? Há perda de sangue em excesso ou escasso dentro ou fora do período menstrual? Houve alteração da duração dos ciclos ou do período entre eles? Relato de pelos em excesso em lugares que não deviam ter? Houve aumento ou diminuição de pelos nas regiões genitais? Há ereção persistente, dolorosa e prolongada? Sintomas Gerais Febre: Sensação de aumento da temperatura corporal (≥ 38°C); Alterações do peso: Especificar perda ou ganho de peso, quantos quilos, intervalo de tempo e motivo (dieta, estresse, outros fatores); Astenia: prostração, sensação de fraqueza não relacionada a esforços (diferente de fadiga); Fadiga: sensação de fraqueza após grandes esforços; Sudorese: secreção de suor em excesso; Hiperidrose: suor excessivo (o termo tem uma conotação mais forte de doença); Anidrose: ausência de suor; Calafrio: sensação passageira de frio com ereção dos pêlos e arrepiamento da pele; “arrepios de frio”; Êmese ou vômito: expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca; Edema: acúmulo anormal de líquido no compartimento extracelular intersticial ou nas cavidades corporais devido ao aumento da pressão hidrostática, diminuição da pressão coloidosmótica, aumento da permeabilidade vascular (inflamações) e diminuição da drenagem linfática; Anasarca: edema generalizado, no corpo todo; Alopecia: perda de cabelo; Tontura: perguntar detalhes, esclarecer (existem vários tipos e etiologias); Desequilíbrio: sensação de flutuar, andar como bêbado; Vertigem: sensação de rotação. Pode ser objetiva (os objetos giram em torno do paciente) ou subjetiva (o paciente gira em torno dos objetos); Síncope: desmaio, perda da consciência por causa cardiovascular; Pré-síncope ou lipotimia: sensação de desmaio, a pessoa pode ou não desmaiar. Pele e Fâneros Alterações da pele: Cor, textura, umidade, temperatura, sensibilidade, prurido, lesões; Alopecia: perda excessiva de cabelo e pelos; Alterações dos fâneros: Queda de cabelos, pelos faciais em mulheres, alterações nas unhas. Cabeça e Pescoço Cabeça Cefaleia: Localizar o mais corretamente possível a sensação dolorosa; Alterações no pescoço: Dor, tumorações, alterações dos movimentos, pulsações anormais. Olhos Dor ocular e cefaleia: Bem localizada pelo paciente ou de localização imprecisa no globo ocular; Sensação de corpo estranho; Prurido: Sensação de coceira; Queimação ou ardência: Acompanhando ou não a sensação dolorosa; Xeroftalmia: Sensação de secura, como se o olho não tivesse lubrificação; Nistagmo: Movimentos repetitivos rítmicos dos olhos, caracterizar o tipo; Escotomas: Manchas ou pontos escuros no campo visual; Secreção: Líquido que recobre as estruturas externas do olho; Vermelhidão: Presença de congestão de vasos na esclerótica; Alucinações visuais: Sensação de luz, cores ou reproduções de objetos; Sensação de ardência ou queimação; Epífora: corrimento anormal de lágrimas sob a influência de causa mecânica ou fisiológica; Cloropsia: Visão verde; Xantopsia: Visão amarela; Iantopsia: Visão violeta; Discromatopsia: perturbação da visão colorida. Um exemplo é o que ocorre no daltonismo; Nictalopia (ou cegueira noturna): dificuldade ou impossibilidade de se enxergar com pouca luminosidade; Hemeralopia (cegueira diurna): falta de visão dada por sintomas como “visão turva”, “enevoado”normalmente ao sol se pôr. Pode ser causada pela hipovitaminose A; Ambliopia: Diminuição da acuidade visual; Amaurose: Perda total da visão; Hemianopsia: Perda da visão em uma das metades (de um hemisfério) do campo visual de um ou ambos olhos; Quadrantopsia: Perda da visão de um quadrante do campo visual de um ou ambos olhos; Diplopia: Visão dupla; Fotofobia: hipersensibilidade a luz; Hipertelorismo: afastamento excessivo dos globos oculares; Hipotelorismo: aproximação excessiva dos globos oculares; Madarose: Perda das pestanas e sobrancelhas; Poliose: embranquecimento precoce do cabelo e dos pelos (cílios e/ou sobrancelhas); Triquíase: crescimento dos cílios na direção do globo ocular; Lagoftalmia: impossibilidade de fechar completamente um ou ambos os olhos; Blefaroptose ou Ptose Palpebral: impossibilidade de abrir completamente um ou ambos os olhos (a margem da pálpebra superior encontra-se posicionada em um nível mais baixo que o normal); Anisocoria: pupilas com tamanhos diferentes; Midriase: Dilatação da pupila; Júlia Santos, Medicina Exame Clínico I Miose: Contração da pupila; Macroftalmia ou Buftalmia: globo ocular muito grande; Microftalmia: globo ocular muito pequeno; Exoftalmia: Saliência do globo ocular para fora da órbita; Enoftalmia: afundamento do globo ocular na órbita; Entrópio: a pálpebra está virada sobre si mesma contra o globo ocular; Ectrópio: a pálpebra está virada para fora e não entra em contato com o globo ocular; Estrabismo: Desvio da posição de um ou ambos os globos oculares; Esotropio: quando o globo ocular desvia para o lado nasal; Exotropio: Quando o globo ocular desvia para o lado temporal; Epicanto: Prega característica da pálpebra, no seu bordo interno, dando ao olho uma feição amendoada, frequentemente encontrada nos portadores da síndrome de Down. Também em olhos de pessoas orientais; Heterocromia: Quando a Iris tem cores diferentes em cada olho. Ouvidos Otalgia: Dor no ouvido; Otorreia: Saída de líquido pelo ouvido; Otorragia: Perda de sangue pelo canal auditivo, relação com traumatismo; Vertigem e tontura: Sensação de estar girando em torno dos objetos (vertigem subjetiva) ou os objetos girando em torno de si (vertigem objetiva); Disacusia: Distúrbio na capacidade auditiva, podendo parcial (hipoacusia) ou total (anacusia / cofose). Existe também a hiperacusia; Autofonia: Ressonância da própria voz no ouvido; Algiacusia: Ruídos percebidos com sensação dolorosa; Zumbidos (ou acúfenos): percepção de ruídos sem que haja estímulo externo; Anotia: ausência do pavilhão auricular. Nariz e Cavidades Paranasais Rinalgia: dor sentida no nariz; Rinorreia ou coriza: Corrimento nasal; Epistaxe: Hemorragia de origem nasal; Hiposmia: diminuição do olfato; Anosmia: Abolição do olfato; Hiperosmia: aumento do olfato (comum na gestação); Parosmia: perversão do olfato (interpretação errônea do olfato); Cacosmia: sentir mau cheiro sem estímulo; Rinolalia: voz anasalada; Espirros: expulsão reflexa, brusca e sonora do ar pelo nariz e pela boca, provocada por irritação da mucosa nasal; Prurido: Pode resultar de doença local ou sistêmica; Obstrução nasal. Cavidade Bucal e Anexos Sialorreia, Sialose ou Ptialismo: Salivação abundante, excessiva; Glossalgia: dor na língua; Macroglossia: hipertrofia da língua. Trismo: contração permanente da musculatura maxilar, dificultando a abertura da boca; Halitose: mau hálito; Gengivorragia: sangramento da gengiva; Odontalgia: dor de dente; Polifagia (hiperfagia): fome excessiva e ingestão anormalmente alta de comida; Anorexia; inapetência ou hiporexia: Perda do apetite ou do desejo de ingerir alimentos; Hipogeosia: diminuição do gosto; Xerostomia: boca seca; Polidipsia: sede excessiva; Geofagia: perversão do apetite; em específico, apetite por terra, tijolos, reboco e etc; encontrada em algumas verminoses. Faringe e Laringe Ronco: Pode estar associado à apneia do sono. Disfonia: alteração da voz; Afonia: perda de voz; Disfagia: Dificuldade para deglutir (pode ser por causas neuromusculares ou por obstrução ou estenose); Odinofagia: Dor ao deglutir; Pigarro: ato de raspar a garganta com movimento ruidoso peculiar, decorrente de muco ou irritação na garganta. Tosse: reflexo natural do aparelho respiratório para eliminar micro-organismos que estejam afetando as vias aéreas. Tireoide e Paratireoides Dor: Espontânea ou à deglutição. Verificar as outras características semiológicas; Outras alterações: Nódulo, bócio, rouquidão, disfagia. Vasos e Linfonodos Dor: Localização e outras características semiológicas; Adenomegalias: aumento dos linfonodos; Pulsações: percepção dolorosa do pulso arterial; Turgência jugular. Sistema Respiratório Dispneia: Dificuldade/desconforto ao respirar. Eupneia: respiração normal. Apneia: parada do fluxo respiratório Taquipneia: aumento da frequência respiratória. Bradipneia: diminuição da frequência respiratória. Ortopneia: dificuldade respiratória que acontece quando o paciente fica deitado e melhora quando fica de pé/sentado. Platipneia: dificuldade respiratória que acontece quando o paciente fica de pé e melhora quando fica deitado. Trepopneia: dificuldade respiratória que melhora quando o paciente deita de um lado e piora do outro ou em outras posições (melhora quando fica em decúbito lateral sobre o lado doente). Dispneia paroxística noturna: dificuldade respiratória que ocorre quando o paciente esta deitado a um certo tempo. Não é contínua. Melhora quando o paciente se senta (em geral ele dorme reclinado ou sentado). Decorrente de insuficiência cardíaca (que causa congestão pulmonar). Tosse: reflexo natural do aparelho respiratório para eliminar micro-organismos que estejam afetando as vias aéreas. Expectoração: ação de tossir e expulsar substâncias provenientes dos pulmões, dos brônquios ou da traqueia. Hemoptise: Eliminação de sangue vivo, vermelho, procedente das vias aéreas juntamente com a tosse. Vômica: eliminação de pus, durante esforço de tosse (grande quantidade). Chieira, chiado ou sibilo: chiado, som agudo, musical (miado de gato). É decorrente da redução do calibre da árvore brônquica. Em geral sibilo é usado se escutado com Júlia Santos, Medicina Exame Clínico I estetoscópio e chieira ou chiado quando é escutado no exame desarmado. Cornagem ou estridor: ruído semelhante ao chiado, mas mais forte, como um apito, decorrente de obstrução das vias aéreas superiores (edema de laringe ou de glote). Sistema Cardiovascular Dor Precordial: dor na região do coração. Angina: termo utilizado para se referir à sensação opressiva que decorre da isquemia (falta de oxigênio) do músculo cardíaco. Dor do infarto. Em geral tem irradiação para o braço ou mandíbula. Palpitações: Percepção subjetiva e incômoda dos batimentos cardíacos. Cianose: Coloração azulada da pele e mucosas (chamada de cienema nesse caso). Pode de ser central ou periférica e significar uma falta de oxigenação normal dos tecidos. Taquicardia: Aumento da frequência cardíaca. Pode ser devido a causas fisiológicas (durante o exercício físico ou gravidez) ou por diversas doenças. Pode ser assintomática ou provocar palpitações. Bradicardia: Diminuição da frequência cardíaca. Livedo reticular: rendilhado branco e vermelho na pele, por perfusão diminuída. Fenômeno de Raynaud (PCR): padrão de mudanças sucessivas na cor da pele do paciente, em geral após a exposição ao frio: pálido (pale), azul/cianótico (cianotic), vermelho (red). Soluço: Contrações espasmódicas do diafragma, concomitantes com o fechamento da glote, acompanhadas de um ruído rouco. Isolados ou em crises. Edema: Época em que apareceu; como evoluiu, região em que predomina. SistemaGastrointestinal Acolia fecal: descoramento das fezes (esbranquiçamento das fezes) pela diminuição de bilirrubina. Ascite: acúmulo de líquido na cavidade abdominal. Constipação ou obstipação: quando as fezes ficam retidas por mais de 48h. "Prisão de ventre". Diarreia: considerada acima de 3 evacuações/dia com diminuição da consistência das fezes para pastosa ou líquida. Dispepsia: desconforto epigástrico. Distensão abdominal: sensação de que o abdome está cheio, endurecido; sensação de gases no abdome. Enterorragia: hemorragia nas partes mais baixas do TGI (intestino delgado, grosso, reto e ânus), expressando-se por eliminação excessiva de sangue vivo pelo ânus. Eructação: expelir gases pela cavidade oral ("arrotar"). Esteatorreia: aumento da quantidade de gorduras excretadas nas fezes, que se tornam volumosas, pastosas, brilhantes, de odor rançoso, coloração pálida, deixando traços ou camada oleosa sobre a água do vaso sanitário. Flatulência: acúmulo e eliminação de gases pelo ânus (“pum”). Hematêmese: vômito com sangue. Hematoquezia: ocorrência de raios de sangue nas fezes. Icterícia: coloração amarelada da pele e das mucosas, causada pela impregnação da pele e tecidos por pigmentos biliares (bilirrubina). Melena: sangue escuro nas fezes (coloração “borra de café”), representa um sangramento nas partes mais altas do TGI; o sangue já foi digerido. Náusea: sensação subjetiva de vômito. Pirose: queimação retroesternal (geralmente identificada como “azia”). Regurgitação: retorno do alimento ou de secreções contidas no esôfago ou estômago à cavidade bucal, sem antecedentes de náuseas nem participação dos músculos abdominais. Tenesmo: sensação de evacuação incompleta, acompanhada de dor. Existe tanto o tenesmo vesical (sist. urinário, quanto o tenesmo retal, do sist. Digestório). Vômito/Êmese: eliminação ativa do conteúdo do estômago ou intestino. Disfagia: Dificuldade à deglutição; disfagia alta (bucofaríngea); disfagia baixa (esofágica). Odinofagia: Dor retroesternal durante a deglutição. Sistema Neruro-psíquico Afasia transcortical: o paciente compreende e repete razoavelmente bem, mas tem dificuldade para leitura, escrita e leve incapacidade para nomear objetos. Agnosias: incapacidade de reconhecimento. Podendo ser: Somatoagnosia: não reconhece o próprio corpo no espaço; Estereoagnosia: não reconhece objetos colocados nas mãos (de olhos vendados); Jargonofasia: uso de palavras novas incompreensíveis. Afasia motora ou verbal (de Broca): dificuldade de se expressar pela fala ou escrita. Afasia receptiva ou sensorial (de Wernicke): dificuldade para compreender a fala ou a escrita. Afasia: perda da capacidade e das habilidades de linguagem falada e escrita. Alexia: incapacidade total de ler. Analgesia: abolição da sensibilidade dolorosa. Anestesia: abolição da sensibilidade em todos os seus modos. Apraxia: perda da capacidade de executar ações conscientes e intencionais. Ataxia: incapacidade de coordenar movimentos voluntários, que não está associada com deficiência motora. Ausência: breves períodos de perda da consciência (5 -30 seg.) que podem passar despercebidos pelo próprio paciente. Briquismo/Bruxismo: ato de ranger os dentes, tanto em vigília quanto no sono. Convulsão: movimentos musculares súbitos e não- coordenados, involuntários e paroxísticos, que ocorrem de maneira generalizada ou apenas em segmentos do corpo. Pode ser tônica (são sustentadas e imobilizam as articulações), clônica (rítmicas com contrações musculares, alternando-se contrações e relaxamentos musculares) ou tônico-clônica. Disartria: dificuldade em articular a palavra na fala, decorrente de lesões centrais ou periféricas. Disbasia: falta de coordenação nos movimentos da marcha. Disentesia: alterações na sensibilidade, normalmente usada para tato. Disgrafia: escrita irregular, fragmentada, ilegível. Júlia Santos, Medicina Exame Clínico I Dislalia: perturbação da articulação da palavra falada sem envolvimento do sistema nervoso; consiste numa troca ou supressão se sílabas ou letras (ex.: trocar o “R” pelo “L”). Dislexia: dificuldade de aprender a leitura convencional. Hiperestesia: aumento da sensibilidade. Hipoestesia: diminuição da sensibilidade. Mioclonia noturna: abalos musculares que perturbam o sono. Obnubilação: transtornos de ideação; certa confusão mental. Parafasia: vocábulos erroneamente empregados. Paralisia/Plegia: perda total da motilidade voluntária. Pode ser: Monoplegia: paralisia de um só membro, ou de determinado grupo muscular. Diplegia: paralisia de membros semelhantes em ambos os lados do corpo. Hemiplegia: paralisia de um lado do corpo. Paraplegia: paralisia dos membros inferiores. Tetraplegia: paralisia dos membros inferiores e superiores. Paresia: perda parcial do movimento (diminuição da motilidade). Parestesia: alteração da sensibilidade, geralmente caracterizado como formigamento, dormência. Perseveração: repetição de um mesmo vocábulo. Sonambulismo: condição na qual a pessoa caminha enquanto dorme. Sonilóquio: emissão de sons ou formação de frases sem sentido durante o sono. Terror noturno: transtorno que ocorre no terço inicial da noite, em pleno sono tranquilo. O paciente põe-se de pé ou sentado, com os olhos arregala dos como se estivesse em pânico, grande ansiedade, taquicardia, taquipneia e sudorese. Vertigem: sensação de rotação. Pode ser: Objetiva: quando os objetos giram em torno do paciente; Subjetiva: quando o paciente gira em torno dos objetos. Sistema Endócrino Nanismo: Anão; crescimento diminuído por causas congênitas e/ou hormonais desde a infância; Gigantismo: Crescimento exagerado de ossos longos e grande estatura. Decorre de excesso de GH na infância; Acromegalia: Excesso de GH na fase adulta, resulta em fácies acromegálica, com uma cabeça anormalmente grande, arcadas supraorbitárias e queixo proeminente; Hirsutismo (Frazonismo): Aparecimento de pelos terminais na mulher em locais que normalmente ocorrem no sexo masculino; Puberdade Precoce: Início da maturação sexual secundária antes dos 8 anos nas meninas e antes dos 9 nos meninos; Puberdade Tardia: Retardo no aparecimento dos caracteres sexuais secundários. Após os 13 anos nas meninas e após os 15 nos meninos. Sistema Hemolinfopoietico Equimose: manchas hemorrágicas em placas (decorrente da infiltração de sangue nos tecidos). Esplenomegalia: aumento do baço. Hematoma: infiltração sanguínea no tecido subcutâneo. Mancha hemorrágica com alteração do relevo. Hepatomegalia: aumento do fígado. Linfonodomegalia (adenomegalia): aumento do volume dos linfonodos. Petéquias: manchas hemorrágicas puntiformes, que não somem quando a pele é esticada. Telangiectasia: dilatação persistente dos microvasos (aranha vascular). Quando ocorre no nariz, chama-se rinofema. Sistema Musculoesquelético Artralgia: dor nas articulações que não gera inflamação. Artrite: inflamação das articulações, associada a dor. Artrose (osteoartrose): desgaste das cartilagens das articulações. Braquiocervicalgia: dor cervical que irradia para o braço. Cervicalgia: dor na região cervical. Claudicação intermitente: sensação dolorosa nas pernas devido à insuficiência de circulação arterial nos membros inferiores. Crepitação articular: ruído ao movimentar as articulações (é um sinal característico de comprometimento da cartilagem da articulação). Dorsalgia: dor localizada na região dorsal. Lombalgia: dor localizada na região lombar ou sacrolombar. Lombociatalgia: lombalgia que irradia para a nádega q face posterior da coxa, podendo estender-se até o pé. Mialgia: dor muscular. Miotonia: diminuição da velocidade do relaxamento muscular após contração voluntária (é uma contração muscular sustentada e indolor observadaapós uma determinada ação). Ex.: fechar as mãos e ter dificuldade em abri-las. Cãibras: Contrações involuntárias de um músculo ou grupo muscular. Sistema Geniturinário Urinário Algúria: dor ao urinar 133. Anúria: diurese inferior a 100ml/dia. Colúria: urina escurecida, “cor de coca-cola". Disúria: dificuldade para urinar (pode estar associada à dor, queimação ou desconforto). Enurese noturna: emissão involuntária de urina durante o sono. Estrangúria: jatos partidos ao urinar. Hematúria: presença de sangue na urina (pode ser micro ou macroscópica). Hemoglobinúria: presença de hemoglobina livre na urina (identificada em exames complementares). Incontinência urinária: eliminação involuntária de urina. Mioglobinúria: presença de mioglobina na urina (identificada nos exames complementares); pode ser decorrente de destruição muscular por traumatismos ou queimaduras. Noctúria ou nictúria: necessidade de se esvaziar a bexiga durante a noite. Oligúria: diurese entre 100 e 400ml/dia. Piúria: presença de pus na urina. Polaciúria: aumento da frequência urinária, considerada quando o intervalo entre as micções é inferior à 2h, sem que haja aumento do volume urinário. Poliúria: diurese superior a 2500ml/dia. Júlia Santos, Medicina Exame Clínico I Proteinúria: perda excessiva de proteínas na urina (caracteriza-se pelo aspecto espumoso da urina). Retenção urinária: incapacidade da bexiga de esvaziar-se, parcial ou completamente. Urgência miccional: necessidade súbita e imperiosa de urinar. Genital Excitação: Estado de relativa ansiedade quanto a desejos sexuais e elevada libido; Priapismo: Ereção persistente, dolorosa e prolongada do pênis, sem desejo sexual; Hemospermia: Presença de sangue no esperma; Ejaculação Precoce: Incapacidade de controlar o processo de ejaculação; Anorgasmia: Incapacidade de atingir o orgasmo durante o intercurso sexual; Dispareunia: Dor durante o ato sexual; Frigidez: Impossibilidade de alcançar o orgasmo durante qualquer tipo de atividade sexual; Galactorreia: Produção de leite fora do período puerperal ou de lactação. Pode ocorrer no sexo masculino; Descargas Mamilares: Saída de secreções do mamilo; Polimenorreia: Quando a menstruação ocorre em intervalos menores que 21 dias; Oligomenorreia: Quando a menstruação ocorre em intervalos maiores que 35 dias; Amenorreia: Ausência de menstruação por 3 ciclos ou mais; Hipermenorreia: Quando a menstruação dura mais de 8 dias; Hipomenorreia: Quando a menstruação dura menos de 2 dias; Menorragia: Excessiva perda de sangue durante o período menstrual; Metrorragia: Eliminação de sangue endometrial fora do período menstrual; Algomenorreia: Dor na região hipogástrica, tipo cólica, durante a menstruação; Mastalgia: Dor nos seios; Mastodinia: Dor nos seios durante o período menstrual; Dismenorreia: É a menstruação dolorosa. Uma síndrome, que envolve lombalgia com irradiação para o baixo ventre e pernas, náuseas e cefaleia. Acompanha a algomenorreia; Menarca: Primeira menstruação; Pubarca: Aparecimento de pelos pubianos e axilares; Telarca: Desenvolvimento do broto mamário; Menopausa: Última menstruação; Climatério: Fase transicional entre a menopausa e a senilidade. Caracteriza-se pela presença de sintomas, como fogachos ou ondas de calor, edema acentuado no período menstrual, insônia e manifestações psicológicas, entre outros; Fogacho: Ondas de calor que ocorrem no início da menopausa; Menacme: Período fértil da mulher; Virilismo: Presença de características sexuais secundarias masculinas em mulheres; Ginecomastia: Crescimento das mamas em homens. Antecedentes Os antecedentes pessoais e familiares são importantes para relacionar a doença atual do paciente com condições crônicas e hereditárias, podendo ou não ser relacionado à genética. Pessoais Nos antecedentes pessoais é feito o registro dos principais acontecimentos considerados fisiológicos ou patológicos daquele indivíduo, como gestação e nascimento, desenvolvimento neuropsicomotor e desenvolvimento sexual. Fisiológicos Gestação: Como foi a gravidez? Houve uso de medicamentos durante a gestação? Algum relato de doenças contraídas nesse período? Tipo de parto e estado da criança ao nascer; Ordem do nascimento dos filhos da genitora; Numero de irmãos. Desenvolvimento psicomotor e neural: Quando começou a engatinhar, andar e falar? Nasceu com que peso e tamanho? Como tem sido o ganho de peso e o crescimento? Quando apareceu o primeiro dente? Como foi o controle dos esfíncteres? Aproveitamento escolar do paciente. Desenvolvimento sexual: Puberdade; Menarca; Pubarca; Telarca; Sexarca; Menopausa; Orientação sexual: atentar para o uso das siglas! Importante! Siglas de orientação sexual são HSM, HSH, MSH, MSM, MSHM ou HSHM. H: homem; M: mulher; S: faz sexo com... Patológicos Os principais pontos desse tópico são histórico de doenças, alergias, cirurgias, traumatismos, transfusões sanguíneas, história obstétrica, vacinas e medicamentos em uso. Histórico de doenças: Infância: varicela, sarampo, coqueluche, caxumba, febre reumática, amigdalite; Vida adulta: pneumonias; hepatite, malária, pleurite, tuberculose, hipertensão arterial, diabetes, artrite, osteoporose, litíase, gota. Pode colocar também algum sintoma importante passado. Alergias: alimentos, medicamentos, tecidos, substâncias. Também pode-se registrar o que ocorreu em outra crise alérgica, como sinais e sintomas. Cirurgias: histórico cirúrgico com diagnóstico, data, motivo e nome do hospital. Traumatismo: histórico de acidente, queda, internamentos. Transfusões sanguíneas: anota-se número de transfusões, data do ocorrido, por qual motivo e o tipo sanguíneo. História obstétrica: GPCA! Número de gestações – G; Número de partos – P; Número de cesarianas – C; Número de abortos – A. Medicamentos em uso atual: qual medicamento, posologia, motivo e quem prescreveu; Júlia Santos, Medicina Exame Clínico I Vacinas: quais vacinas aplicadas. Crianças: BCG, difteria, tétano, coqueluche, hepatite B, poliomielite, pneumococo, sarampo, rubéola, varicela, caxumba, rotavírus, febre amarela; Adolescentes: difteria, tétano, hepatite B, sarampo, caxumba, rubéola, febre amarela; Adultos e idosos: difteria, tétano, sarampo, caxumba, rubéola, febre amarela, influenza, pneumococo. Familiares Inicialmente, pergunta-se sobre o estado de saúde de: Pais e irmãos (quando vivos); Cônjuge e dos filhos (se houver); Avós, tios e primos maternos e paternos; Esclarecer sobre a natureza da enfermidade de qualquer familiar doente; Se houve um falecimento na família, citar a causa do óbito e da idade; Perguntar sobre afecções hereditárias e crônicas, como: Enxaqueca; Diabetes; Tuberculose; Hipertensão arterial; Câncer; Alergias; DAC; AVC; Infarto; Dislipidemias; Úlcera péptica; Colelitíase; Se o paciente for portador de alguma doença hereditária, como hemofilia, anemia falciforme, rins policísticos, erros metabólicos, faz-se um mapeamento genético. Hábitos de Vida Os hábitos de vida incluem alimentação, ocupações anteriores, atividades físicas e hábitos pessoais. Alimentação Avaliação principal do estado de nutrição do paciente. O parâmetro de boa alimentação muda em relação à idade, ao sexo e à ocupação. Sempre importante perguntar quais alimentos consome, o tipo, a quantidade e os horários de alimentação, além do consumo de água. Os principais componentes a serem indagados são: Proteínas; Carboidratos; Lipídeos; Fibras; Vitaminas; Água e sais minerais. Ocupações anteriores Questiona-se sobre a ocupação atual e sobre as anteriores do paciente. Ou seja, o tipo de trabalho, o local, a função e as condições, são pontos importantesde se avaliar. Tem grande importância relacionada aos agravos físicos e psicológicos do paciente devido ao trabalho. Atividade física Busca-se se o indivíduo realiza atividade física, qual é o tipo de exercício, a duração, a frequência e há quanto tempo pratica. Classificação prática de atividade física: Sedentária; Exerce atividade física moderada; Exerce atividade física intensa e constante; Exerce atividade física ocasional. Hábitos Alguns hábitos devem ser anotados devido a sua importância com algumas patologias. Além disso, é importante pesquisar o uso desses elementos por familiares próximos ao paciente. Os principais elementos nesse ponto são: Tabaco; Bebidas alcoólicas; Anabolizantes e anfetaminas; Drogas ilícitas: maconha, cocaína, heroína, LSD, crack, ecstasy, chá de cogumelo, inalantes. Importante pesquisar a frequência do uso. Condições Culturais e Socioeconômicas Nas condições culturais e socioeconômicas, avalia-se a situação financeira, o vínculo familiar, a filiação religiosa e as condições de moradia e grau de escolaridade. Habitação; Condições culturais; Condições socioeconômicas; Vínculo familiar e conjugal. Habitação Zona rural ou urbana; Casa ou apartamento; Qual o material da moradia; Quantidade de cômodos e moradores na casa; Se há saneamento básico e água potável; Se há animais domésticos; Conta-se com coleta regular de lixo. Condições culturais Religiosidade; Tradições; Crenças; Mitos; Medicina popular; Comportamentos; Grau de escolaridade; Alfabetizado ou não. Condições socioeconômicas Rendimento mensal: principalmente para adquirir medicamentos, alimentos especiais e tratamentos; Situação profissional. O médico é obrigado a compatibilizar a prescrição do tratamento à situação financeira do paciente. Vínculo familiar e conjugal Pesquisar como é o relacionamento com: Pais; Parentes; Filhos; Irmãos; Cônjuges. Júlia Santos, Medicina Exame Clínico I
Compartilhar