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Introdução à Imunologia

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Imunologia – Prof. Américo Focesi Pelicioni - 1/4/2020 – pág 1 
 
IMUNOLOGIA 
(Prof. Américo Focesi Pelicioni) 
 
É a área de conhecimento que estuda a imunidade. 
 
IMUNIDADE é o conjunto de mecanismos de defesa do organismo contra a ação de 
elementos estranhos, potencialmente nocivos ao organismo, tais como microrganismos, 
substâncias químicas e células tumorais. 
 
Existem basicamente duas formas de imunidade: a inata (inespecífica) e a adaptativa (específica). 
 
A imunidade inata protege o organismo contra uma série de invasores de forma inespecífica: 
 
• a pele, que impede mecanicamente a penetração de corpos estranhos e microrganismos. 
• secreções como o suor, a saliva e a lágrima, que contém lisozima, uma enzima que 
promove bacteriólise (lise bacteriana), 
• o ácido clorídrico do estômago, que mantém o pH próximo de 2 e torna o ambiente inóspito 
para a maioria dos microrganismos, 
• o muco do sistema respiratório que retém e aglutina bactérias e material particulado 
inalado, e que também é rico em lisozima, 
• a bile secretada no intestino, que age como detergente, promovendo a bacteriólise e o 
bicarbonato que eleva o pH do intestino, matando certos microrganismos que não toleram 
pH elevado, 
• o pH vaginal, cujo ambiente ácido inibe a proliferação de alguns fungos e principalmente de 
algumas bactérias, 
• o espirro, a tosse, a diarreia e o vômito, que expulsam microrganismos e toxinas, 
minimizando seus efeitos nocivos ao organismo, 
• A flora indígena de bactérias e fungos, que normalmente vive em nossa pele, mucosas e 
intestino, e que impede a colonização de microrganismos patogênicos oportunistas, 
• as células fagocitárias, que “caçam” e engolfam corpos estranhos, microrganismos e 
substâncias exógenas, entre outras. 
 
Já a imunidade adaptativa é resultante da adaptação do organismo contra uma agressão 
específica, como uma infecção ou envenenamento. Essa imunidade complementa a defesa inata e 
é composta por diversos componentes, como as imunoglobulinas (anticorpos) e as proteínas do 
sistema complemento (ativação pela via clássica). 
 
A imunidade adaptativa tem duas características importantes: a primeira, como já foi citada é a 
especificidade da resposta contra determinados corpos estranhos. A segunda trata-se da memória 
imunológica após um primeiro contato com determinados antígenos (resposta primária), que 
permite ao sistema imune produzir uma resposta bem mais rápida e eficiente num segundo 
contato com o mesmo patógeno (resposta secundária). 
 
Isso se dá por causa da formação de células de memória que são capazes de reconhecer e 
combater rapidamente os antígenos, mesmo após muitos anos da exposição. 
 
A imunidade adaptativa pode ser dividida em naturalmente adquirida e artificialmente adquirida. 
 
A imunidade adaptativa naturalmente adquirida pode ser ativa quando há contato com agentes 
agressores, como bactérias, vírus, protozoários e fungos, e o organismo tem que se adaptar para 
debelar a infecção, produzindo anticorpos específicos, ou passiva (passada da mãe para o filho, 
que recebe anticorpos de forma passiva). 
 
Imunologia – Prof. Américo Focesi Pelicioni - 1/4/2020 – pág 2 
 
Durante a vida intrauterina o bebê humano e outros primatas recebem imunoglobulinas das mães, 
de forma natural passiva: as IgG da mãe ultrapassam a barreira placentária, atingindo o líquido 
amniótico e o sangue do bebê, fornecendo assim, proteção específica contra patógenos presentes 
nos ambientes que sua mãe frequentou nos últimos meses. 
 
O colostro é uma secreção concentrada, viscosa, amarelada e riquíssima em imunoglobulinas do 
tipo A (IgA), que fornece grande parte da imunidade do bebê nos primeiros dias de vida. Com o 
passar dos dias, o colostro é gradualmente substituído pelo leite, que possui mais nutrientes, e é 
mais claro e menos viscoso, mas ainda muito rico em IgA, que é abundante principalmente até o 
sexto mês de vida do bebê. Após o sexto mês, a concentração de anticorpos diminuem, 
justamente quando o sistema imunológico do bebê está mais maduro e imunocompetente para 
produzir seus próprios anticorpos. 
 
A imunidade artificialmente adquirida também pode ser passiva ou ativa. 
 
Na imunidade adaptativa artificialmente adquirida ativa, utilizam-se vacinas contra doenças como 
poliomielite, gripe, febre amarela, hepatite, raiva e tétano, para permitir ao organismo aprender a 
combater os verdadeiros patógenos dessas doenças, por meio da criação de anticorpos 
específicos. Com a vacina simulamos de forma mais segura uma exposição ao patógeno 
verdadeiro. Assim, num contato subsequente com o patógeno verdadeiro (exposição secundária), 
o organismo conseguirá combatê-lo muito rapidamente, inviabilizando sua colonização (resposta 
secundária). 
 
Na imunidade adaptativa artificialmente adquirida passiva, utilizam-se soros ricos em anticorpos 
IgG contra infecções, toxinas, peçonhas ou venenos, tais como soro antirrábico (contra raiva), anti-
hepatite b, antitetânico, antibotulínico, anti-escorpiônico, antiofídico (contra veneno de cobra) e 
anti-aracnídico (contra veneno de aranha). 
 
Esses soros são retirados do sangue de animais como cavalos e cabras que foram previamente 
inoculados com os respectivos agentes infecciosos ou toxinas e por isso, passaram a produzir 
anticorpos específicos para se defenderem das infecções. Em seguida, o soro rico em 
imunoglobulinas é injetado no paciente, defendendo-o imediatamente contra os mesmos agentes 
inoculados nos animais doadores. 
 
Outra situação em que se utiliza a imunidade adaptativa artificial passiva é quando se aplica numa 
paciente gestante ou em trabalho de parto, o soro anti-anti-RhD (Rhogan), que evita que 
anticorpos maternos prejudique as hemácias do feto quando há incompatibilidade sanguínea entre 
os dois (a mãe é RH- e o feto é RH+). 
 
Determinados pacientes, sobretudo com imunodeficiências, viroses ou transplantados podem 
receber uma mistura de soro de milhares de doadores, chamada Gamaglobulina, que ajuda a 
protegê-los contra uma variedade enorme de patógenos e toxinas. 
Imunologia – Prof. Américo Focesi Pelicioni - 1/4/2020 – pág 3 
 
SISTEMA LINFÁTICO 
Consiste em uma extensa rede de vasos e capilares paralelos ao sistema cardiocirculatório, que 
se distribuem por todo o corpo, penetrando nos órgãos periféricos, recolhendo (drenando) os 
fluidos que extravasaram dos capilares sanguíneos para os tecidos, filtrando a linfa e 
reconduzindo-a ao sistema circulatório sanguíneo. 
Além dos vasos linfáticos, participam do sistema: órgãos filtradores como os linfonodos e as 
tonsilas, órgãos de proteção como os tecidos linfoides associados às mucosas e as células 
brancas (principalmente os linfócitos). 
Os capilares linfáticos estão presentes em quase 
todos os tecidos do corpo, vão se unindo em 
vasos linfáticos maiores, que terminam em dois 
grandes vasos principais: o duto torácico, que 
recebe a linfa procedente da parte inferior do 
corpo, do lado esquerdo da cabeça, do braço 
esquerdo e de partes do tórax e o duto linfático, 
que recebe a linfa procedente do lado direito da 
cabeça, do braço direito e de parte do tórax. 
Ambos os dutos desembocam em veias próximas 
ao coração (veia subclávia esquerda e direita), 
onde a linfa se mistura com o sangue e 
finalmente volta à circulação. 
A linfa, do latim “limpha”, deriva do grego 
“numphe”, que significa água corrente, córrego 
límpido e puro, é um líquido incolor ou levemente 
amarelado de composição semelhante à do 
sangue, mas sem hemácias e plaquetas, mas 
abundante de células brancas, principalmente 
linfócitos. 
Os vasos linfáticos possuem válvulas 
unidirecionadas que impedem o refluxo da linfa, 
mas não possuem uma bomba como o coração. 
Por isso, após algum período em pé ou sentado, 
é importante contrair os músculos da perna para 
auxiliar a “drenagem linfática” e venosa. 
Especialistas recomendam que a cada hora 
sentada, a pessoa fique em pé e se movimente 
por alguns minutos e quando isso não forpossível, como em viagens longas, que pelo 
menos sejam feitos exercícios musculares, por 
exemplo, escrevendo o alfabeto inteiro com cada 
um dos pés. 
 
• https://www.youtube.com/watch?v=7u2HltA4Bpo 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=7u2HltA4Bpo
Imunologia – Prof. Américo Focesi Pelicioni - 1/4/2020 – pág 4 
 
ÓRGÃOS LINFOIDES PRIMÁRIOS X ÓRGÃOS LINFOIDES SECUNDÁRIOS 
 
Órgãos linfoides primários ou centrais – são aqueles que produzem as primeiras células 
imunológicas, fornecendo leucócitos que “colonizarão” os órgãos secundários. 
 
Os principais órgãos primários são o timo e a medula óssea, podendo ainda se considerar o fígado 
fetal nessa categoria. 
 
Inicialmente, a atividade hematopoiética no humano está restrita ao saco vitelino até seis a oito 
semanas de idade gestacional, quando o timo e o fígado passam a ser os principais locais de 
produção de células do sangue fetal. Por volta da vigésima semana, a medula óssea torna-se o 
principal órgão da hematopoiese, enquanto o fígado normalmente deixa de ser um órgão 
hematopoiético. 
 
TIMO - Glândula localizada na parte 
anterossuperior do tórax, por detrás do esterno 
e adiante do coração, na região do mediastino 
superior. O órgão é originado a partir da sexta 
semana de vida embrionária, e é o primeiro a 
iniciar a produção de glóbulos brancos. 
 
O timo não participa diretamente das reações 
imunológicas porque está protegido da 
exposição aos antígenos por uma membrana 
epitelial que cerca os vasos sanguíneos que 
passam por ele (porção cortical tímica), mas 
fornece o ambiente ideal para a proliferação, 
diferenciação e maturação de linfócitos T. 
 
Na idade adulta o timo para de produzir novas células brancas, mas continua amadurecendo os 
linfócitos T que são produzidos pela medula óssea, mas que são atraídos para o timo, onde 
entram pelo córtex, migram para a medula, onde se diferenciam, adquirem novas funções, e 
então, saem em direção aos tecidos periféricos. 
 
É o órgão linfático mais desenvolvido no período pré-natal, mas diminui seu tamanho relativo até a 
puberdade e após esse período diminui de tamanho absoluto. No recém-nascido está no seu 
maior tamanho (proporcional ao resto do organismo) pesando até 35g, continua crescendo até os 
15 anos mais ou menos, quando alcança um peso de até 50g. Daí por diante, atrofia 
progressivamente até que atinge pouco mais de 5g no idoso. 
 
Além da função imunológica de produção das primeiras células brancas no feto e da maturação 
dos linfócitos T até a vida adulta, o timo tem uma função endócrina: É uma glândula que produz 
vários hormônios, tais quais a timosina e a timulina. A timosina está relacionada com a maturação 
dos linfócitos e a estimulação de órgãos linfoides como o baço e os linfonodos, enquanto a 
timulina exerce função na placa motora (junção dos neurônios com os músculos). 
 
Em adultos, quando por algum motivo não ocorre diminuição gradual do timo após a puberdade, o 
indivíduo apresenta miastenia grave, que é uma doença que leva à fraqueza muscular, podendo 
levar à morte, se essa fraqueza atinge os músculos da deglutição e da respiração. Nesse caso, a 
retirada do timo (timectomia) costuma produzir remissão total ou melhora significativa em cerca de 
50% dos doentes. 
 
 
Imunologia – Prof. Américo Focesi Pelicioni - 1/4/2020 – pág 5 
 
MEDULA ÓSSEA - É responsável pela produção de todas as linhagens de células do sangue 
(hematopoese), por meio da diferenciação de células pluripotentes (células tronco), que possuem 
a capacidade de se transformar em eritrócitos, plaquetas, neutrófilos, eosinófilos, basófilos, 
linfócitos ou monócitos. É também na medula do osso que os linfócitos B amadurecem e 
desenvolvem. 
 
Após o nascimento, a maioria das células 
do sangue é produzida pela medula óssea, 
o miolo gelatinoso que preenche o interior 
dos ossos. Nessa época, a medula de 
praticamente todos os ossos é vermelha, 
sendo capaz de produzir células sanguíneas 
até os cinco anos de idade. A partir daí, a 
medula dos ossos longos torna-se mais 
gordurosa (medula amarela), exceto o 
úmero e a tíbia, e deixam de produzir 
células, principalmente após os vinte anos 
de idade. 
 
Acima dos vinte anos, a medula dos ossos membranosos, como as vértebras e as costelas, alguns 
ossos curtos, as extremidades dos ossos longos dos membros inferiores e superiores, o interior 
dos ossos do crânio, o esterno e a pelve são os grandes produtores de células sanguíneas. 
 
Os ossos que possuem medula amarela são incapazes de produzir sangue, mas quando há uma 
necessidade maior de células, como no caso de uma anemia, parte desta medula óssea amarela 
pode voltar a produzir células sanguíneas, tornando-se vermelha. 
 
Estudos indicam que células troncos, principalmente as embrionárias (totipotentes), possuem 
potencial terapêutico para doenças que hoje não tem cura, como “consertar” a medula espinhal de 
pessoas tetraplégicas, substituir células cardíacas mortas em infarto do miocárdio, substituir 
células nervosas mortas por Alzheimer e Parkinson, células do pâncreas em pacientes diabéticos, 
entre outras tantas. 
 
As células tronco hematopoiéticas da medula óssea, apesar de possuírem capacidade de se 
diferenciar em diversos tecidos (pluripotentes), não possuem a mesma versatilidade das células 
tronco embrionárias. Mas cientistas estudam maneiras de aumentar a capacidade de diferenciação 
das células-tronco medulares, a fim de obter uma fonte quase inesgotável de células-tronco do 
próprio organismo, evitando assim problemas de compatibilidade entre doador e receptor, e 
principalmente, evitando problemas éticos e morais envolvendo aborto ou uso de embriões 
humanos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imunologia – Prof. Américo Focesi Pelicioni - 1/4/2020 – pág 6 
 
Órgãos linfoides secundários ou periféricos – filtram antígenos do sangue e da linfa, 
armazenam linfócitos B e T maduros (aqueles que migraram dos órgãos primários), fornecem 
ambiente para a divisão de células B e T (expansão clonal) e para a produção de Imunoglobulinas 
(anticorpos). Os órgãos secundários também produzem células imunológicas, mas estas são 
cópias (CLONES) de células originais que foram produzidas pelos órgãos primários. 
 
São órgãos secundários os linfonodos, o baço, o MALT e as tonsilas (consideradas por alguns 
autores como linfonodos). 
 
LINFONODOS ou gânglios linfáticos - São estruturas 
encapsuladas em forma de feijão ou arredondadas, 
localizadas nas junções dos trajetos linfáticos, 
principalmente no abdômen, mediastino, axilas, pescoço e 
virilha. Normalmente medem de 1 a 25 mm, mas na 
infecção, aumentam drasticamente de tamanho, a ponto 
de serem palpáveis (ínguas). 
 
Funcionam como filtros do sistema linfático, capturando 
partículas estranhas, restos celulares da linfa e tecidos 
intersticiais. Quando partículas invasoras ficam retidas nos 
linfonodos, que possuem células imunológicas, os linfócitos T 
são “apresentados” aos antígenos e começam a produzir 
substâncias que iniciam uma reação imunológica em cadeia, 
induzindo, por exemplo, a multiplicação e o amadurecimento 
de milhares de linfócitos T e B, para defenderem o organismo 
e produzirem anticorpos para debelar a infecção. Essa divisão 
desenfreada (expansão clonal) das células imunológicas após 
uma infecção, faz com que os gânglios inchem e se tornem 
ínguas. 
 
Geralmente o linfonodo que incha é o mais próximo à 
área de entrada do patógeno. Por exemplo, uma lesão 
no dedo da mão possivelmente gerará resposta num 
gânglio próximo ao cotovelo ou às axilas do mesmo 
membro. 
 
Quando um paciente faz mastectomia (retirada da mama) por causa de um tumor, é comum que 
se faça também a retirada do ramo linfático e o linfonodo mais próximo da área afetada. Isso se dá 
para minimizar o risco de metástase, ou seja, procura-se resgatar no linfonodo alguma célula do 
tumor que porventura tenha se desprendido e ficado presa no gânglio linfático, antes de colonizar 
outras regiões do organismo. 
 
 
 
 
Imunologia –Prof. Américo Focesi Pelicioni - 1/4/2020 – pág 7 
 
BAÇO - Trata-se de um órgão esponjoso, macio e de cor púrpura, quase do tamanho de um 
punho e localizado na região superior esquerda da cavidade abdominal, logo abaixo das costelas, 
que funciona como dois órgãos distintos: a polpa branca faz parte do sistema imune, filtrando 
antígenos da circulação sanguínea e armazenando células brancas como os linfócitos B. Já a 
polpa vermelha produz hematocaterese com o auxílio de macrófagos que “desmontam” plaquetas 
e eritrócitos velhos ou defeituosos do sangue. O baço chega a destruir cerca de 2500 hemácias 
por segundo! 
 
Como o baço está localizado na parte superior 
esquerda do abdômen, um golpe forte sobre o 
estômago pode rompê-lo, lacerando a cápsula que 
o recobre e o tecido interno. A ruptura do baço é a 
complicação grave mais frequente de lesões 
abdominais causadas por acidentes 
automobilísticos, por acidentes esportivos ou por 
agressões. Quando o baço rompe, um grande 
volume de sangue pode extravasar para o interior 
da cavidade abdominal, tornando necessária a 
realização imediata de uma cirurgia para a remoção 
do órgão e contenção da hemorragia 
potencialmente letal. 
 
Quando se remove o baço (esplenectomia), o corpo perde parte da sua capacidade de produzir 
anticorpos e remover partículas bacterianas do sangue. Consequentemente, a capacidade do 
corpo de combater infecções é reduzida. Após um breve período, outros órgãos (principalmente o 
fígado) aumentam sua capacidade de combate às infecções para compensar essa perda e, por 
essa razão, o risco de infecção não dura toda a vida. 
 
Entretanto, antes e após a remoção do baço, são necessárias precauções contra a ocorrência de 
infecções. Antes de uma esplenectomia eletiva, o indivíduo deve ser vacinado contra 
pneumococos e após a mesma, é recomendável a vacinação anual contra gripe, por exemplo. A 
antibioticoterapia profilática também pode ser indicada. 
 
A principal diferença entre baço e linfonodos, é que o baço filtra sangue e não linfa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imunologia – Prof. Américo Focesi Pelicioni - 1/4/2020 – pág 8 
 
TECIDO LINFÓIDE ASSOCIADO A MUCOSAS (MALT) – é um sistema difuso de pequenas 
concentrações de tecido linfoide em várias partes do corpo. É o maior dos órgãos linfoides, 
possuindo em si quase 80% de todos os linfócitos do organismo. 
 
É composto principalmente por linfócitos T e B, que protegem as mucosas gastrintestinais, 
respiratórias e urogenitais, por exemplo, que são algumas das partes mais vulneráveis do nosso 
organismo para a entrada de patógenos. 
No intestino, o MALT é denominado GALT (tecido linfoide associado ao intestino), no sistema 
respiratório, é chamado BALT (tecido linfoide associado aos brônquios), NALT na área 
nasofaríngea, SALT na pele, VALT nos vasos sanguíneos e CALT nas conjuntivas dos olhos. Além 
desses tecidos, o MALT é encontrado também nas glândulas mamárias, salivares e lacrimais, nos 
órgãos urogenitais e no ouvido interno e apesar de apresentarem características morfológicas 
distintas em cada uma das áreas citadas, possuem diversas semelhanças entre si: todos tem o 
papel de neutralizar e capturar antígenos que tentam invadir o organismo pelas mucosas, 
impedindo a colonização de microrganismos. Os linfócitos B têm papel fundamental nesses 
tecidos, pois secretam anticorpos do tipo IgA nas secreções desses locais. 
 
PLACAS DE PEYER são estruturas linfoides formadas por agregados de linfonodos presentes no 
GALT, principalmente na região do íleo. Alguns autores consideram essas placas como um órgão 
linfoide secundário independente, enquanto para outros ele é apenas uma variação do MALT 
intestinal, que ao invés de se apresentar de forma difusa, se apresenta mais organizado, como nos 
linfonodos dos vasos linfáticos. 
 
 
 
 
 
 
Imunologia – Prof. Américo Focesi Pelicioni - 1/4/2020 – pág 9 
 
TONSILAS - As tonsilas palatinas (amídalas), as tonsilas faríngeas (adenoides ou carne 
esponjosa) e as tonsilas linguais também estão estrategicamente localizadas na porta de entrada 
de uma série de antígenos, tanto aéreos, quanto alimentares. 
 
Funcionam mais ou menos como os linfonodos, (sendo 
inclusive consideradas como tal, por alguns autores). 
Capturam antígenos e os apresentam aos linfócitos, 
que lá se multiplicam em caso de infecções, tornando-
as inchadas e doloridas. 
 
As amídalas são cheias de buraquinhos, as criptas, 
onde se acumulam restos de alimentos, saliva e 
bactérias que formam uma massinha amarelada 
chamada de caseum e que pode provocar mau hálito e 
gosto ruim na boca, um sinal de amidalite crônica. 
 
Antigamente era muito comum 
se extrair as amídalas e adenoides em quem tinha amidalites e adenoidites 
recorrentes, mas hoje, tenta-se preservá-las ao máximo, já que constituem 
importantes barreiras às infecções, só sendo recomendada a cirurgia em 
casos bem específicos. 
 
• https://www.youtube.com/watch?v=xtzbdeW_cuY 
 
https://www.youtube.com/watch?v=xtzbdeW_cuY
Imunologia – Prof. Américo Focesi Pelicioni - 1/4/2020 – pág 10 
 
CÉLULAS IMUNOCOMPETENTES 
 
As células do sistema imune são denominadas leucócitos (leukos em grego = branco). O número 
de leucócitos no adulto normal é de cerca de 5.000 a 10.000 células por mililitro de sangue, mas 
nas crianças esse valor costuma ser um pouco mais alto. 
 
Leucopenia é o nome que se dá quando o número de células brancas está abaixo dos níveis 
normais, e pode estar associada a imunodeficiências e intoxicação por agentes químicos. 
 
Leucocitose é o nome que se dá quando o número destas células sobe acima do normal, e está 
frequentemente associada às infecções recentes (podendo nesses casos chegar até 30000 
células por mL). A leucocitose que precede uma infecção é normalmente rápida, voltando aos 
níveis normais em questão de 2 ou 3 dias. 
 
Na leucemia, uma neoplasia das células brancas, a concentração de leucócitos aumenta muito, 
chegando em certos casos a valores superiores a 100.000 células/mm³, entretanto, apesar da 
quantidade, essas células costumam ser imaturas e mal formadas, conferindo ao paciente 
imunodeficiência grave. 
 
Até a década de 1960, a leucemia não tinha cura e o paciente geralmente morria em até 6 meses 
após os primeiros sintomas, entretanto, o tratamento atualmente é eficiente para mais de 70% dos 
pacientes, e consiste principalmente em quimioterapia e tratamentos contra sintomas e 
complicações da doença. 
 
Leucocitopoiese (leocitopoese) é o nome dado a origem e maturação de células brancas a partir 
de células pluripotentes (células com alto poder de diferenciação). Todas as células do sangue 
originam-se dessa célula-mãe comum, o hemocitoblasto, denominada célula-tronco ou célula 
multipotente/pluripotente hematopoiética, presente principalmente na medula óssea. 
 
Obs. Alguns livros grafam “poese” ao invés de “poiese”, sendo ambos termos corretos e 
equivalentes. 
 
Essa célula pluripotente pode se diferenciar em séries celulares distintas: a linhagem mielóide, a 
linhagem linfoide e a linhagem eritroide (essa última não está relacionada ao sistema imune, mas 
sim à produção de hemácias). 
 
Tanto os eritrócitos (hemácias), quanto as plaquetas (trombócitos), possuem uma célula 
progenitora mieloide, mas não são considerados parte dos mielócitos imunocompetentes. 
 
Imunologia – Prof. Américo Focesi Pelicioni - 1/4/2020 – pág 11 
 
 
 
LINHAGEM LINFÓIDE: é composta pelos linfócitos (Ly) que circulam pelo sangue e 
pela linfa, além daqueles que se concentram nos órgãos linfoides. Os linfócitos são 
frequentemente chamados de agranulócitos, pois não apresentam muitos grânulos em 
seu interior como as células da linhagem mielóide. Os linfócitos são geralmente 
esféricos, com diâmetro variável, núcleo arredondado e citoplasma escasso. 
 
• https://www.youtube.com/watch?v=NZbkWQFQzvA 
 
Basicamente existem três tipos de linfócitos, os linfócitos T, os linfócitos B, e os linfócitos grandes 
granulares, também conhecidas por células NK(natural killer ou células matadoras/assassinas 
naturais). 
 
Os linfócitos T são produzidos na medula óssea, mas de lá saem ainda imaturos e migram para o 
timo, onde se desenvolvem, amadurecem e adquirem funções que os diferenciam em linfócitos T 
auxiliares (LyTh ou LT helper), linfócitos T citotóxicos (LyTc) ou linfócitos T supressores (LyTs). 
 
Os linfócitos T helper ou auxiliares são 
responsáveis pelo reconhecimento dos 
antígenos apresentados pelas Células 
Apresentadoras de Antígenos (APC), que 
consistem em linfócitos B, células dendríticas e 
macrófagos. 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=NZbkWQFQzvA
Imunologia – Prof. Américo Focesi Pelicioni - 1/4/2020 – pág 12 
 
 
 
São os LyTh, que após reconhecerem antígenos, iniciam a resposta imunológica, produzindo 
citocinas que agem como fatores de crescimento e de ativação celular, que induzem outras células 
do sistema imunológico a se multiplicarem, amadurecerem e atuarem contra a infecção. 
 
Quando um LyTh reconhece um antígeno, duas respostas podem ser iniciadas: 
 
A resposta TH1 caracteriza-se pela produção de citocinas como interleucina 2 (IL-2), interferon 
gama (IFN-gama) e fator de necrose tumoral beta (TNF-beta), que promovem ativação de 
macrófagos e de Linfócitos T citotóxicos, levando a extensa destruição das zonas infectadas. 
 
Esse mecanismo é muito eficaz na eliminação de patógenos intracelulares como vírus. 
 
A resposta TH2 caracteriza-se pela secreção de citocinas como interleucinas 4 e 5 (IL-4 e IL-5), 
que estimulam a ativação dos linfócitos B e a produção de anticorpos específicos contra o 
antígeno que foi reconhecido. É muito eficaz contra organismos extracelulares, como a maior parte 
das bactérias e fungos. 
 
O HIV (vírus da imunodeficiência humana) infecta principalmente as células T helper, apesar de 
haver trabalhos que indicam que pode haver a presença do vírus em menor quantidade, em outras 
células do sistema imunológico. 
 
A importância desse linfócito no desencadeamento da resposta imune é tão grande, que o 
paciente se torna imunodeprimido e perde a capacidade de se defender eficientemente contra 
agentes agressores, ficando vulnerável às infecções oportunistas. 
 
Os linfócitos T auxiliares possuem em suas membranas uma proteína chamada CD4, que pode 
ser usada como marcador para a diferenciação dessas células de outros linfócitos. 
 
CD significa “cluster differentiation”, que pode ser traduzido como “diferenciação de grupo”. Por 
esse motivo, célula CD4 virou sinônimo de linfócito T auxiliar. 
 
O HIV utiliza justamente essa proteína de superfície (CD4) para aderir ao linfócito Th e inocular 
seu material genético para dentro da célula invadida. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/IL-2
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=IFN-gama&action=edit
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=TNF-beta&action=edit
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=IL-4&action=edit
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=IL-5&action=edit
Imunologia – Prof. Américo Focesi Pelicioni - 1/4/2020 – pág 13 
 
 
Algumas citocinas produzidas e liberadas pelos LyTh, como IL-2, IL-6 e IL-7, induzem a 
multiplicação e a ativação dos próprios LyTh, amplificando assim, a resposta imune contra um 
agressor. 
 
Alguns clones desses Linfócitos T auxiliares se transformam em LyTh de memória, permitindo uma 
reação mais rápida do organismo no caso de um novo contato posterior com o mesmo antígeno. 
 
 
Os linfócitos T citotóxicos (LyTc) são responsáveis por reconhecer e destruir células tumorais e 
células infectadas por vírus. 
 
Essas células possuem em suas membranas um marcador 
de superfície chamado CD8. 
 
Os LyTc são células capazes de destruir células que 
apresentam antígenos complexados com proteínas de 
superfície do complexo de histocompatibilidade principal 
classe I (MHC-1) e células portadoras de MHC-1 estranho 
(não-próprio) causando a rejeição de aloenxertos 
(transplantes). 
 
Ao reconhecer células tumorais e infectadas por vírus, libera substâncias como as perforinas, que 
produzem poros nas membranas das células alvo, a granzima, que induz apoptose da célula 
infectada, o interferon gama, que interfere na replicação viral, ou ainda substâncias indutoras de 
morte das células afetadas, os Fatores de Necrose Tumoral alfa e beta (TNF-alfa e TNF-beta). 
 
Os linfócitos T citotóxicos podem ser estimulados por citocinas produzidas e liberadas pelos 
linfócitos T helper para que se ativem, multipliquem e iniciem o ataque às células alvo. 
 
Alguns clones desses Linfócitos T citotóxicos que participaram do ataque às células alvo se 
transformam em LyTc de memória, permitindo uma reação mais rápida do organismo no caso de 
um novo contato com o antígeno. 
 
 
Os linfócitos T supressores (LyTs) são responsáveis por limitar a resposta imunológica, ou seja, 
produzem citocinas que servem como fatores de supressão sobre os linfócitos Th e B, limitando a 
atividade dessas células. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imunologia – Prof. Américo Focesi Pelicioni - 1/4/2020 – pág 14 
 
Os linfócitos B são produzidos na medula óssea e de lá já saem 
amadurecidos, migrando para a circulação linfática e circulação sistêmica, 
colonizando órgãos secundários, como linfonodos, tonsilas, MALT e baço. 
 
Quando são estimulados por citocinas dos LyTh podem se multiplicar 
(expansão clonal) e ao entrar em contato com antígenos podem se 
transformar em plasmócitos, que são células especializadas em produzir 
anticorpos (imunoglobulinas) que atuarão de diversas formas no combate ao 
agente agressor. 
 
Os LyB, são Células Apresentadoras de Antígenos (APC) 
que possuem como principal marcador de superfície o 
anticorpo IgM, que participa do complexo receptor de 
antígenos. 
 
A apresentação dos LyB aos antígenos pode se dar 
diretamente ou pela intermediação de macrófagos. 
 
A IgM na superfície dos LyB se liga ao antígeno e o 
internaliza, carregando-o para dentro, junto ao anticorpo 
complexado. 
 
Esse processo induz diversas modificações na célula, que se transforma em plasmócito, célula 
que possui na sua ultraestrutura, citoplasma abundante, Retículo Endoplasmático 
Granular/Rugoso (REG) e Complexo de Golgi bastante desenvolvidos, núcleo aumentado, com 
aspecto de “roda de carroça”, transformando-se em uma grande “fábrica” de imunoglobulinas. 
 
Alguns clones desses Linfócitos B que foram ativados se transformam em LyB de memória, 
permitindo uma reação mais rápida do organismo no caso de um novo contato com o mesmo 
antígeno. 
 
 
As células NK (natural killer) são consideradas assassinas ou 
exterminadoras naturais porque destroem células tumorais e 
infectadas por vírus sem que estas expressem antígenos ativadores 
da resposta imune específica. 
 
As células NK são capazes de reconhecer alterações que podem 
ocorrer na superfície de células tumorais e células infectadas por 
vírus. Nesses casos, as células NK conseguem se ligar às células 
alteradas e matá-las. Este tipo de reação na qual um linfócito mata 
uma célula alvo é denominado citotoxicidade. 
 
As células NK também são capazes de produzir o interferon gama (IFN-γ), que ativa macrófagos, 
aumentando sua capacidade fagocítica e inibe a replicação viral. 
 
Alguns autores chamam o linfócito natural killer de linfócito grande granular, pois ele é maior que 
os outros linfócitos e é o único que possui grânulos em seu interior. 
 
 
• https://www.youtube.com/watch?v=BvZV3uVpGkY 
 
• https://www.youtube.com/watch?v=Va1jaBGwoT8 
https://www.youtube.com/watch?v=BvZV3uVpGkY
https://www.youtube.com/watch?v=Va1jaBGwoT8
Imunologia – Prof. Américo Focesi Pelicioni - 1/4/2020 – pág 15 
 
 
LINHAGEM MIELÓIDE - é formada por fagócitos (monócitos, macrófagos e 
neutrófilos) e não fagócitos (eosinófilos, basófilos e mastócitos). 
 
Ao engolfar uma partícula imunogênica, um fagócito produz um fagossomo, que se 
funde com lisossomos que contém proteases e outras enzimas que causam a 
destruição do imunógeno, criando um fagolisossomo. 
 
• https://www.youtube.com/watch?v=UDYZ2O3r1lgNa realidade o termo “não fagócito” é impróprio, pois mesmo alguns dos “não fagócitos” têm 
alguma capacidade de engolfar e destruir certos antígenos, porém com menor frequência e 
competência que os “verdadeiros fagócitos”. Por esse motivo, alguns autores também consideram 
o mastócito como um fagócito. 
 
Os fagócitos mononucleares são os monócitos, as células dendríticas e os macrófagos, que 
têm como principal função fagocitar antígenos e apresentá-los aos linfócitos Th, portanto, são 
Células Apresentadoras de Antígeno (APC). 
 
• https://www.youtube.com/watch?v=iZYLeIJwe4w 
 
 
Na medula óssea são formados promonócitos que se dividem formando monócitos que são as 
células circulantes e que dão origem aos macrófagos (grandes comedores) e às células 
dendríticas que migram para os tecidos. 
 
Todas essas células apresentam citoplasma abundante e um núcleo normalmente arredondado, 
mas que pode apresentar-se oval, reniforme ou em forma de ferradura. Eles possuem grande 
capacidade de locomoção por emissão e retração de pseudópodes (falsos pés) e por movimentos 
ameboides (semelhantes à ameba). 
 
Os fagócitos podem ser ativados por citocinas liberadas pelos LTh, tornando-se mais “agressivos”, 
liberando enzimas e produzindo radicais livres diretamente no foco da infecção. 
 
Fagócitos também podem secretar citocinas pirogênicas (que geram febre), que aumentam a 
competência dos leucócitos. 
 
Obs. O bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis) tem a capacidade de infectar e permanecer vivo nos 
macrófagos que foram enviados ao sistema respiratório justamente para destruí-los. 
 
Nos diferentes tecidos os monócitos que amadurecem se tornam 
morfologicamente diferentes e recebem nomes distintos, mas possuem 
basicamente a mesma função fagocítica: 
 
- Células de Kuppfer – no fígado; 
- Macrófagos alveolares – no pulmão; 
- Mesangio intraglomerular - no glomérulo de Malpighi dos rins; 
- Macrófagos sinusais do baço – nos cordões de Billroth da polpa 
vermelha do baço. 
- Macrófagos das serosas – no peritônio, pericárdio e pleura; 
- Osteoclastos – nos ossos e maxilas. 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=UDYZ2O3r1lg
https://www.youtube.com/watch?v=iZYLeIJwe4w
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- Células dendríticas – presentes na pele (Células de Langerhans), no Sistema Nervoso (Célula 
da micróglia), nos pulmões, nariz, estômago, intestinos e linfonodos. 
 
• https://www.youtube.com/watch?v=rm1hMMvt0rk 
 
Obs. Alguns autores consideram as células dendríticas 
como macrófagos, enquanto outros, por conta de 
descobertas mais recentes, consideram as células 
dendríticas como uma linhagem de fagócitos a parte, apesar 
da mesma origem (promonócitos) e das muitas semelhanças 
funcionais que ambos apresentam. 
 
• https://rupress.org/jem/article/215/4/1115/42419/Unveiling-
skin-macrophage-dynamics-explains-both 
 
Estes histiócitos são responsáveis pela longa permanência de algumas tatuagens, já que seu 
citoplasma fica repleto de pigmentos que foram fagocitados e a célula por não conseguir digerir o 
pigmento permanece “segurando-o” enquanto vive. 
 
Alguns estudos atuais evidenciaram que eventualmente, quando essas células de Langerhans 
vegetativas, cheias de pigmentos, morrem, algumas de suas moléculas liberadas junto com os 
pigmentos que estavam no seu interior atraem novas células de Langerhans para o local, que 
acabam fagocitando o material novamente, prolongando deste modo, a “vida” da tatuagem. 
 
 
 
 
O neutrófilo é um fagócito pequeno, que possui núcleo polimórfico, geralmente 
trilobulado, mas que também pode apresentar-se pentalobulado, com segmentos 
nucleares geralmente unidos entre si por finos filamentos. 
 
Seu nome refere-se ao fato de ter afinidade por corantes neutros (pH=7), diferente de 
outras células que se coram com corantes alcalinos ou ácidos. 
 
Por conter grânulos com substâncias mediadoras da reação inflamatória e imunológica, os 
neutrófilos além de fagócitos também são considerados granulócitos polimorfonucleares (PMN), 
mas sua principal função é a fagocitose de antígenos. 
 
O neutrófilo é bastante sensível a agentes quimiotáxicos liberados por mastócitos, basófilos e pelo 
sistema complemento. Por possuir tamanho reduzido (até 12 microns) que o permite migrar 
facilmente para fora dos vasos sanguíneos e em direção aos tecidos infectados (diapedese), 
frequentemente é uma das células mais abundantes em infecções purulentas. Por isso é 
considerado um agente piogênico (gerador de pus), que é composto por pedaços de bactérias e 
seus metabólitos, sangue, e principalmente por neutrófilos vivos e mortos durante a “batalha” 
contra a infecção. 
 
A leucocitose por neutrófilos (neutrofilia) pode indicar infecção bacteriana, já que são altamente 
estimulados numa infecção deste tipo. 
 
• https://www.youtube.com/watch?v=re_vezik490 
• https://www.youtube.com/watch?v=ygkvXT1BmaA 
 
 
https://rupress.org/jem/article/215/4/1115/42419/Unveiling-skin-macrophage-dynamics-explains-both
https://rupress.org/jem/article/215/4/1115/42419/Unveiling-skin-macrophage-dynamics-explains-both
https://www.youtube.com/watch?v=re_vezik490
https://www.youtube.com/watch?v=ygkvXT1BmaA
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Os neutrófilos constituem 95% dos granulócitos polimorfonucleares (PMN), mas junto com 
outras três células que contém grânulos em seus interiores (lisossomos) representam até 70% dos 
leucócitos do sangue e são constantemente substituídos por células mais jovens, tendo uma vida 
média de apenas 2 ou 3 dias. 
 
Além dos neutrófilos, os eosinófilos, os basófilos e os mastócitos são PMN relacionados aos 
processos alérgicos, por meio da desgranulação de substâncias dos seus lisossomos, como 
resposta ao contato com alérgenos ou com citocinas específicas. 
 
Estes três PMN são chamados “não fagócitos” porque apesar de serem capazes de engolfar 
antígenos em determinadas condições, executam essa função de forma secundária e tímida. 
 
 
Os eosinófilos são células que quando coradas pelo corante universal 
hematoxilina/eosina, apresentam grande afinidade pela eosina, ou seja, pelo corante 
ácido, por isso, também são chamados acidófilos. 
 
Frequentemente eosinófilos apresentam núcleo bilobulado, com segmentos unidos por filamentos. 
 
Têm como principal função a exocitose da PBM (proteína básica maior), que é uma substância 
tóxica para parasitas humanos, por isso, a leucocitose eosinofílica (eosinofilia) é forte indicadora 
de esquistossomose, ascaridíase, filariose, estrongiloidose, triquinose, toxocaríase, entre outras 
infestações parasitárias. 
 
 
• https://www.youtube.com/watch?v=fw_I21RnBWg 
 
Os eosinófilos também estão presentes em reações alérgicas, principalmente porque basófilos e 
mastócitos liberam fator quimiotáxico dos eosinófilos (ECF-A), que atrai eosinófilos até o foco da 
alergia. 
 
No local da inflamação o eosinófilo libera histaminase e aril sulfatase B, que metabolizam a 
histamina (substância vasodilatadora) e o SRS-A (“substância de reação lenta da anafilaxia”, um 
potente broncoconstritor), ambas substâncias liberadas por mastócitos e basófilos, numa tentativa 
de inibir ou minimizar a reação alérgica 
 
 
Os mastócitos têm como principal função armazenar e desgranular potentes 
mediadores químicos da inflamação, tais como: histamina, heparina (anti-
coagulante), fator quimiotáxico dos eosinófilos, serotonina (vasodilatador), fatores 
quimiotáxicos dos neutrófilos e SRS-A (slow reacting substance of anaphilaxis – 
potente brococonstrictor). 
 
• https://www.youtube.com/watch?v=VT7knZ6_8rk 
 
 
É a principal célula responsável pelo choque anafilático deflagrado por alérgenos em indivíduos 
com predisposição à reação exacerbada aos mesmos. 
 
Mastócitos sensibilizados, como o da figura acima, são cobertos por IgE (imunoglobulinas tipo E) e 
desgranulam facilmente quando esses anticorpos entram em contato com os antígenos. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=fw_I21RnBWghttps://www.youtube.com/watch?v=VT7knZ6_8rk
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Mastócitos também estão envolvidos na resposta imune deflagrada por parasitas intestinais, 
causando morte e expulsão de protozoários e helmintos. 
 
 
Os basófilos levam esse nome porque apresentam afinidade pela hematoxilina que é um corante 
básico. 
 
Tem características semelhantes à dos mastócitos, possuindo praticamente os 
mesmos mediadores químicos e os mesmos receptores de IgE em sua superfície, 
participando de reações alérgicas da mesma forma que os mastócitos. 
 
Os basófilos contém granulações maiores e em maior quantidade que 
as outras células brancas, de tal forma que frequentemente esses 
grânulos mascararam o núcleo bilobulado, que nem sempre fica 
visível. 
 
Além da origem, a principal diferença entre os dois granulócitos PMN 
está no fato dos basófilos serem encontrados no sangue, enquanto 
mastócitos estão concentrados nos tecidos conjuntivos. 
 
Por essas características, a participação dos basófilos no choque 
anafilático (sistêmico) é bem mais grave que os mastócitos, afinal, 
liberam os mediadores químicos pró-inflamatórios em grande 
quantidade e diretamente na circulação. Por isso, sua função como 
célula de defesa até o momento não está muito bem estabelecida. 
 
O quadro ao lado apresenta algumas das substâncias existentes nos 
grânulos lisossomiais das células da linhagem mielóide, utilizadas, por exemplo, para destruir 
patógenos, promover quimiotaxia de células brancas, ativar ou desativar outras células e 
substâncias: 
 
Imunologia – Prof. Américo Focesi Pelicioni - 1/4/2020 – pág 19 
 
Padrões moleculares que podem ser reconhecidos por leucócitos e outras células do corpo 
humano: 
 
Como parte da imunidade inata, além de células imunológicas, como macrófagos, neutrófilos e 
células dendrítica, muitas outras células do corpo, como células que formam pele e mucosa 
possuem proteínas em suas membranas citoplasmáticas e membranas internas como as 
nucleares ou endossomos, que reconhecem e se ligam a substâncias com um padrão químico 
específico, e com isso, conseguem reconhecer a presença dessas moléculas e iniciar uma 
resposta para lidar com o evento que as produziu, como uma infecção, uma lesão ou a exposição 
a um veneno ou toxina, por exemplo. 
 
Essas substâncias que apresentam padrões moleculares reconhecíveis são chamadas de PAMPs, 
DAMPs e VAMPs, e as proteínas das células que as reconhecem são chamados de Receptores 
de Reconhecimento de Padrões (PRRs), ou TLR (Toll Like Receptors), que significa receptores 
semelhantes a pedágios. 
 
Os receptores semelhantes a pedágios (Toll Like Receptors – TLR), são observados em diversas 
células do corpo, e reconhecem uma ampla variedade de substâncias provenientes de 
microrganismos, de danos ao tecido, venenos e peçonhas. Existem pelo menos nove TLRs 
descritos em humanos. 
 
Quando as PRR estão dentro das células, são frequentemente chamadas NLR (NOD like 
Receptors), que significa receptores semelhantes a Domínio de Oligomerização de ligação de 
Nucleotídeo (Nucleotide-binding Oligomerization Domain), ao invés de Toll Like Receptors (TLR). 
 
PAMPs, do inglês Pathogen-associated molecular pattern, são moléculas provenientes de 
microrganismos, que podem ser reconhecidas pelas células do sistema imune inato, evidenciando 
uma invasão por esses microrganismos. 
 
Obs. Alguns autores acreditam que o termo "padrão molecular associado a micróbios" (MAMPs) 
seria mais adequado, pois PAMPs ocorrem em microrganismos não patogênicos também. 
 
DAMPs são padrões moleculares associados a danos, ou seja, são substâncias produzidas ou 
liberadas por células do próprio organismo quando foram mortas ou danificadas, e que podem 
indicar lesões teciduais assépticos (sem infecção), como aquelas provocadas por queimaduras, 
substâncias químicas, traumas, entre outras, além de lesões causadas por uma infecção. 
 
VAMPs são padrões moleculares Associados a Venenos, que são substâncias biológicas, de 
origem microbiana, animal ou vegetal, introduzidas no hospedeiro por meio de contato, picadas, 
alimentação ou infecções. 
 
Exemplos de PAMPs: 
 
Lipopolissacarídeos (LPS) de bactérias gram-negativas que podem ser reconhecidos por 
monócitos/macrófagos, células dendríticas, células epiteliais do intestino, linfócitos B e mastócitos. 
 
Ácido teicóico e lipoteicóico, glicopeptídeos, lipopeptídeos e lipoproteínas de bactérias que podem 
ser reconhecidos por monócitos/macrófagos, células dendríticas e mastócitos. 
 
Zymosan, um polissacarídeo de glicose presente em fungos, que pode ser reconhecido por 
monócitos/macrófagos, células dendríticas e mastócitos. 
 
RNA de vírus e DNA de bactérias que podem ser reconhecidos por monócitos/macrófagos, células 
dendríticas, linfócitos B e mastócitos. 
Imunologia – Prof. Américo Focesi Pelicioni - 1/4/2020 – pág 20 
 
 
Flagelina de bactérias que se movimentam pode ser reconhecida por monócitos/macrófagos, 
células dendríticas e células epiteliais do intestino. 
 
Ácido hialurônico do protozoário toxoplasma gondii que pode ser reconhecido por 
monócitos/macrófagos, células hepáticas, células renais e células do epitélio da bexiga e 
mastócitos. 
 
Exemplos de DAMPs: 
 
Proteína da cromatina de células imunológicas evidenciam a morte de células imunocompetentes, 
deflagrando uma resposta inflamatória no local, além de amadurecimento de células dendríticas, 
expressão de proteínas de adesão na parede dos vasos, produção de novas células imunológicas, 
entre outros. 
 
Material genético fora do núcleo e das mitocôndrias das células podem ser percebidas como 
resultantes de danos celulares, desencadeando apoptose de células ofendida e reações 
imunológicas por células imunocompetentes que são atraídas para o local, por exemplo, quando 
ocorre queimadura de sol. 
 
Alguns polissacarídeos celulares como ácido hialurônico, metabólitos como ácido úrico, 
nucleotídeos como ATP e nucleosídeos como adenosina, podem sinalizar danos celulares e 
deflagrar degranulação de mastócitos, com consequente inflamação local. 
 
Exemplos de VAMPs: 
 
Peçonha de cobras, venenos de aranhas, escorpiões e abelhas, toxinas botulínica e tetânica, entre 
outros, podem induzir respostas imunológicas a partir do seu reconhecimento pelas células 
imunológicas. 
 
 
 
Imunologia – Prof. Américo Focesi Pelicioni - 1/4/2020 – pág 21 
 
Citocinas ou citoquinas são mediadores proteicos de baixo peso molecular que servem para a 
comunicação entre células imunológicas. Geralmente têm meia vida curta, sendo produzidas e 
liberadas imediatamente, em resposta a um estímulo, não ficando estocadas em grânulos. Sua 
ação pode ser autócrina (ação sobre a própria célula que a produziu), parácrina (ação sobre 
células vizinhas) ou endócrinas (ação sobre células distantes). 
 
Citocinas podem exercer inúmeras funções, tais como: estimular a multiplicação (expansão clonal) 
e o amadurecimento de células de defesa, estimular a morte de células alvo, estimular a produção 
de substâncias necrosantes de células tumorais, estimulam a migração de células de defesa para 
o foco da infecção, entre outras tantas. As citocinas são divididas em vários grupos: interferons 
(IFN), fatores de necrose tumoral (TNF), interleucinas (IL), fatores estimuladores de colônia (CSF), 
fatores de transformação de crescimento (TGF). 
 
Interferons (IFN): grupo de glicoproteínas importantes na limitação da propagação de infecções 
virais, inibindo a replicação viral através da degradação de RNAs mensageiros virais e inibição da 
tradução de proteínas virais. Adicionalmente, os IFNs conferem resistência antiviral às células 
vizinhas à célula invadida. Existem três tipos principais de interferon: alfa, beta e gama. Os IFN 
alfa e beta são chamados interferons tipo I, são produzidos por células infectadas por vírus e 
promovem maior resistência à infecção das células vizinhas, aumento de produção de enzimas 
antivirais, aumento na expressãoe na apresentação de peptídeos ao MHC classe I e estimulam os 
linfócitos NK e linfócitos T citotóxicos. O IFN gama que é produzido por linfócitos Th, ativa 
macrófagos, tornando-os mais eficientes e agressivos, promove inflamação, estimula a resposta 
TH1 e inibe a resposta TH2 dos LTh. 
 
Interleucinas (IL): 
IL-1: produzida por macrófagos e células epiteliais, é pirógeno (produz febre, tremores, calafrios e mal-
estar); promove inflamação e ativa LTh, macrófagos e células tronco medulares. 
IL-2: produzida por linfócitos Th, estimula a multiplicação e ativação de outros e do próprio linfócito Th 
original e de linfócitos B. 
IL-3: produzida por LTh e por células tímicas epiteliais, estimula a hematopoese. 
IL-4: produzida por LTh e mastócitos, estimula a multiplicação de linfócitos B, promove a produção de 
anticorpos e induz a resposta do tipo TH2 nos LyTh. 
IL-5: produzida por linfócitos Th e mastócitos, estimula multiplicação e diferenciação de eosinófilos e a 
produção de IgA e IgE. 
IL-6: produzida por LTh e macrófagos, promove crescimento e diferenciação de LTh e LB, ativação de 
células tronco e a produção de proteínas de fase aguda. 
IL-7: produzida no estroma medular, promove maturação de linfócitos B e T. 
IL-8: produzida por macrófagos, atrai LTh e neutrófilos para o foco da infecção. 
IL-9: produzida por linfócitos Th, promove ativação de macrófagos. 
IL-10: produzida por linfócitos Th, macrófagos e por vírus como o Epstein-Barr, reduz a resposta imune pela 
inibição da produção de interferon-gama. 
IL-11: produzida pelos fibroblastos do estroma medular, estimula hematopoese. 
IL-12: produzida por LB e macrófagos, ativa LNK e induz resposta TH1 em LTh. 
IL-13: produzida por linfócitos Th, promove crescimento e diferenciação de linfócitos B e inibe a ação de 
macrófagos. 
IL-14: produzida por LTh e LB, estimula crescimento de LB, inibe a síntese de Ig. 
IL-15: produzida por LTh, ativa LNK, LTh, LTc, LB e macrófagos. 
 
Fatores de Transformação de Crescimento (TGF): são citocinas particularmente importantes 
nas reações inflamatórias e citotóxicas. 
 
Fatores de necrose tumoral (TNF): citocinas produzida por monócitos/macrófagos (TNF-alfa) e 
LT (TNF-beta), são tóxicos para células neoplásicas, ativam fagócitos e estimulam a resposta 
citotóxica (TH1) dos LTh. 
 
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=TH1&action=edit
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=IL-1&action=edit
http://pt.wikipedia.org/wiki/IL-2
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=IL-4&action=edit
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=TH2&action=edit
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=IL-5&action=edit
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=TNF-beta&action=edit
Imunologia – Prof. Américo Focesi Pelicioni - 1/4/2020 – pág 22 
 
Fatores Estimuladores de Colônia (CSF): estão relacionados com a divisão e diferenciação das 
células-tronco na medula óssea e a formação dos precursores de leucócitos. 
 
O quadro abaixo apresenta diversas células imunocompetentes e algumas das citocinas que 
utilizam para produzir efeitos como: ativar ou desativar células, induzir expansão clonal de 
linhagens específicas, induzir apoptose, induzir diferenciação e maturação, ou produzir quimiotaxia 
numa resposta imunológica celular ou humoral. 
 
Notem o papel central do Linfócito T helper (Th cell): 
 
 
Imunologia – Prof. Américo Focesi Pelicioni - 1/4/2020 – pág 23 
 
 
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ANTICORPOS 
Microrganismos, como bactérias e vírus, e certos corpos estranhos ao organismo, possuem 
substâncias químicas capazes de serem reconhecidas por anticorpos específicos criados pelo 
hospedeiro em resposta a uma exposição. Anticorpos são específicos, ou seja, aqueles 
produzidos como resposta ao poliovírus ou à vacina SABIN, não reagem com outros vírus senão o 
da poliomielite. Tais substâncias são chamadas antígenos (Ag). 
Os anticorpos (Ac) ou imunoglobulinas (Ig) são proteínas produzidas pelos plasmócitos (Linfócitos 
B ativados), que se ligam aos antígenos de forma específica, como chave/fechadura. Em outras 
palavras, cada anticorpo tem capacidade de se ligar a um determinado “epítopo” para o qual foi 
“desenhado”. 
Epítopos são áreas das moléculas dos antígenos que se ligam aos anticorpos (sítio de ligação). A 
resposta imunológica humoral na realidade é dirigida contra os epítopos do antígeno e não contra 
a totalidade da molécula ou do microrganismo invasor. Os epítopos antigênicos que ocorrem na 
natureza são geralmente formados por proteínas ou polissacarídeos de alto peso molecular. 
 
O conjunto formado pela ligação Ag/Ac é chamado Imunocomplexo. 
 
Os anticorpos podem ser encontrados livres no plasma, nos fluidos orgânicos, ou ligados à 
superfície de células imunológicas como os linfócitos B, macrófagos e plasmócitos, permitindo sua 
ligação aos antígenos específicos. 
 
Alguns Linfócitos B que já foram ativados e participaram de uma resposta imunológica prévia se 
transformam em Linfócitos B de memória, permitindo o pronto reconhecimento e a produção 
imediata de anticorpos numa exposição secundária. A memória imunológica na produção de 
anticorpos possibilita ao organismo defender-se contra uma invasão de forma tão rápida e 
eficiente, que frequentemente impede o aparecimento de sinais e sintomas de uma doença na 
exposição secundária. Isso é a base do processo de imunização decorrente de vacinações e de 
“doenças da infância”, por exemplo. 
 
Os primeiros anticorpos a aparecerem no soro, após uma 
exposição primária a um antígeno, são do tipo IgM, para em 
seguida se formarem anticorpos IgG, a medida que o nível de 
IgM decresce. 
 
Na exposição secundária, a principal espécie de anticorpo 
produzido é o IgG, por isso, o IgG é conhecido como 
anticorpo de memória. 
 
Após sua produção pelo plasmócito, o IgG ainda permanece 
estável e em níveis séricos elevados, por várias semanas, continuando a proteger o organismo de 
uma possível reinfecção por muito tempo e permitindo estender essa proteção a um neonato que 
porventura venha a nascer daquele organismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Estrutura do anticorpo: 
Os anticorpos são compostos por quatro cadeias 
peptídicas distintas, duas cadeias laterais leves (LC – 
Light Chain) e duas cadeias centrais pesadas (HC – 
Heavy Chain), unidas entre si por pontes de dissulfeto, 
que podem ser quebradas com substâncias redutoras 
como o mercaptoetanol. Essas cadeias leves e pesadas 
se entrelaçam de forma que o anticorpo assume o formato 
aproximado da letra Y. 
 
A papaína, uma enzima retirada da papaia, quebra os 
anticorpos em três fragmentos, duas frações AB (Fab) e 
uma fração C (Fc). A pepsina, uma protease de origem 
animal, separa o anticorpo em duas frações, uma Fc e 
uma Fab. 
 
 
 
 
 
A fração AB é responsável pela ligação do anticorpo aos antígenos específicos. Como cada 
anticorpo reconhece um determinado antígeno (ligação tipo chave/fechadura), essa fração AB é 
justamente aquela que contém as inúmeras combinações dos seus 110 aminoácidos terminais 
do domínio hipervariável (V domain), que confere ao anticorpo especificidade contra uma 
infinidade de antígenos existentes na natureza. Estima-se que existam de 2 a 10 milhões de 
idiotipos (anticorpos diferentes), um para cada 
epítopo específico. É essa porção hipervariável que 
possui o sítio de ligação ao antígeno (antigen 
binding site). 
 
A fração C é responsável pela ligação do anticorpo a 
células imunológicas e por deflagrar reações 
imunológicas, como a ativação do sistema 
complemento. 
 
Essa fração C é bem mais constante que a 
hipervariável (Fab), contendo pouca variabilidade na sequência de aminoácidos que a forma, 
diferindo apenas nas diversas classes de imunoglobulinas (isotipos). 
 
Cada linfócito B é capaz de produzir apenas um idiotipo dos milhões anticorpos possíveis e 
cada um dos 5 isotipos diferentes. 
 
Normalmente, linfócitos B que produzem anticorposque reajam contra auto-antígenos (moléculas 
do próprio organismo) sofrem apoptose antes de sair da medula óssea, ou seja, são destruídos 
antes de causarem algum dano ao organismo. 
 
Porém, em determinadas situações, um linfócito B pode produzir doença autoimune, fazendo 
com que o próprio sistema imunológico seja responsável pela destruição de determinados tecidos. 
 
Uma dessas situações é quando o epítopo presente em um antígeno de um microrganismo é 
muito semelhante a uma molécula do próprio organismo, e após a exposição primária ao agente, o 
organismo passa a destruir células próprias que apresentem epítopos semelhantes (reação 
cruzada). 
 
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Classes dos anticorpos 
 
A imunoglobulina pode apresentar-se sozinha na forma de monômero, ou em grupos de dois 
(dímero) ou grupos de cinco unidades (pentâmero), dependendo de sua classe, da sua localização 
no organismo e da sua função. 
 
Basicamente existem 5 classes de imunoglobulinas (isotipos), que podem ser determinadas por 
diferentes sequências de aminoácidos na fração C: IgM, IgG, IgE, IgA e IgD. Os nomes das 
globulinas provém do nome das letras gregas que deram origem às mesmas: Mu, Gama, Épsilon, 
Alfa e Delta. 
 
IgM – É uma imunoglobulina presente na superfície dos linfócitos B 
(forma monomérica) e no soro (forma pentamérica), também 
denominada macroglobulina. 
 
Compreende cerca de 10% das imunoglobulinas séricas dos indivíduos 
adultos. Na prática, tem a capacidade de se ligar a cinco epítopos 
antigênicos de peso molecular elevado. Normalmente não passa pela 
placenta e somente aparece nas secreções e no líquor em condições 
patológicas, infecções ou doenças autoimunes. 
 
É o primeiro anticorpo a ser formado pelo feto, ainda intra-útero, constituindo elemento essencial 
na sua proteção contra vírus e bactérias. Utiliza-se a dosagem de anticorpos da classe IgM nos 
recém-nascidos para se verificar se houve ou não infecções intrauterinas. 
 
A IgM monomérica é a imunoglobulina predominante na superfície dos linfócitos B e também, o 
anticorpo que se forma mais precocemente após uma primeira exposição a um antígeno (desafio 
antigênico primário ou exposição primária), por isso, níveis séricos elevados deste costumam 
indicar infecção recente. Os anticorpos contra vírus são predominantemente da classe das IgM. 
 
Fato importante é que as isoaglutininas anti-A e anti-B são da classe das IgM, o que explica 
porque os anticorpos do sistema ABO formados pelas mães raramente agridem as hemácias dos 
fetos que apresentam fatores sanguíneos diferentes dos seus. 
 
A peça J (Joint) é um polipeptídio que interliga as cadeias pesadas de IgM e IgA à outras 
imunoglobulinas das mesmas classes, através do penúltimo resíduo de sistema das cadeias mu e 
alfa. 
 
IgG – É a imunoglobulina de maior concentração no soro, constituindo 
aproximadamente 75% das imunoglobulinas presentes no plasma. Apresenta-
se sob a forma monomérica e divide-se em 4 subclasses: IgG1, IgG2, IgG3 e 
IgG4. 
 
O IgG é a única classe de anticorpos que atravessa a barreira placentária, 
conferindo ao bebê imunidade natural passiva, mesmo antes da lactação. 
Estes anticorpos são posteriormente catabolizados e ao fim do terceiro mês o recém-nascido 
quase não mais apresenta IgG materno, mas o recém-nascido inicia a síntese de suas próprias 
IgG logo após o nascimento. 
 
Essa imunoglobulina também é conhecida como gamaglobulina e é o anticorpo que é mais 
produzido na resposta imune secundária (a partir da segunda exposição ao mesmo antígeno). 
 
A gamaglobulina policlonal (produzida por vários doadores) é frequentemente utilizada na 
prevenção (imunoprofilaxia passiva) ou na atenuação dos sintomas de doenças como o sarampo e 
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a hepatite, ou ainda para reforçar as defesas do organismo em casos especiais de 
imunodepressão, como em alguns tratamentos de quimioterapia e radioterapia. Em todos os casos 
o princípio é o mesmo: fornecer anticorpos prontos com a finalidade de proteger o paciente 
evitando uma infecção ou aumentando suas chances contra uma infecção que já está presente, 
para tanto, o medicamento deve ser produzido com o sangue de pelo menos 1000 doadores 
voluntários e sadios, a fim de assegurar alta concentração e diversidade de anticorpos. 
 
Anticorpos maternos contra o fator Rh pertencem à classe das IgG. Por isso, são capazes de 
atravessar a placenta e de se ligarem às hemácias fetais, se estas contiverem o fator Rh, 
causando a doença hemolítica do feto ou eritroblastose fetal, principalmente no segundo filho Rh+, 
após uma resposta imune ocasionada pela exposição primária da mãe Rh- aos antígenos Rh do 
primeiro filho, que geralmente acontece durante o parto. 
 
A situação mais frequente dessa condição é quando com o deslocamento da placenta durante um 
primeiro parto, acontece a passagem de pequenas quantidades de sangue do feto para a 
circulação materna. A mãe Rh- passará a produzir anticorpos anti-Rh e se tornará sensibilizada a 
esse antígeno. 
 
Em uma próxima gestação, se a criança for novamente Rh+, os anticorpos IgG produzidos pela 
mãe sensibilizada, irão passar para a circulação fetal, atacando suas células vermelhas, 
hemolizando-as. Por isso, é chamada frequentemente de doença hemolítica do feto. 
Por causa da hemólise maciça, a criança costuma apresentar anemia severa e o acúmulo de 
grandes quantidades de bilirrubina, que a deixa com coloração amarelada (icterícia), chegando 
muitas vezes a impregnar o sistema nervoso central (SNC), provocando lesões neurológicas 
importantes (kernicterus). 
 
Para compensar a anemia, a medula óssea passa a produzir e a liberar quantidades enormes de 
eritrócitos imaturos nucleados, os eritoblastos, por isso, frequentemente chama-se a doença de 
eritoblastose fetal. 
 
Esse mecanismo de transmissão pela placenta é quase exclusiva de primatas, já que em outras 
espécies, a placenta quase não permite a passagem das IgG: em cães e gatos passa pouquíssimo 
IgG pela placenta e em ruminantes, equinos e suínos a placenta não permite a passagem de 
anticorpos. Por isso, quando nascem, os filhotes são muito dependentes do colostro, e quando um 
deles tem dificuldade para mamar, frequentemente morre em poucos horas. 
 
IgA – É uma Ig que pode ser encontrada sob a forma monomérica (IgA sérica) 
ou dimérica nas secreções externas (IgA secretora). Essa classe de anticorpo 
corresponde à aproximadamente 15% das imunoglobulinas. 
 
A forma dimérica é a principal imunoglobulina presente em secreções como 
lágrima, colostro, leite materno, suor, suco gástrico, saliva e muco, é a mais 
importante delas, por constituir importante mecanismo de defesa aos neonatos e 
na proteção de portas de entrada de diversos antígenos, tais quais os olhos, o 
sistema digestório, o sistema respiratório e o sistema geniturinário, por exemplo. 
 
Um outro papel importante da IgA intestinal é o de impedir que os antígenos dos 
microrganismos da flora intestinal normal entrem em contato com nosso sistema 
imunológico, deflagrando reação imunológica contra os mesmos. 
 
As IgA diméricas são formadas pela união de duas IgA à 
peças J ou à peças transportadoras (componente 
secretor), que é descrita à seguir: 
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As peças transportadoras ou secretoras são cadeias polipeptídicas ricas em carboidratos, 
produzidas pelas células epiteliais, que se ligam às moléculas de IgA, possibilitando a passagem 
deste anticorpo através das mucosas. A deficiência da peça transportadora impede a ligação de 
duas ou mais moléculas de IgA, que não conseguem passar pelos epitélios e consequentemente 
não podem desempenhar a sua função biológica. Pacientes sem IgA secretora apresentam 
frequentemente infecções oculares, respiratórias e orais, dermatites fúngicas e cáries. 
 
IgE – Apresenta-se sob a forma monomérica, tendo como principal função a sua capacidadede 
ligação a mastócitos e basófilos, por sua porção Fc, ativando a cascata de 
eventos que leva à desgranulação dos mesmos, produzindo a liberação de 
mediadores químicos como os leucotrienos, a heparina e a histamina, capazes 
de produzir broncoespasmo, vasodilatação, aumento da permeabilidade 
vascular, contração de músculos lisos e quimiotaxia (atração de outras células 
inflamatórias), iniciando resposta inflamatória local (urticária e dermatites) ou 
sistêmica (choque anafilático). Por esse motivo, essa imunoglobulina está 
relacionada às reações de hipersensibilidade (alergias). Razão pela qual é também chamada de 
alergina ou reagina. Sua proporção relativa é de cerca de 0,004% das imunoglobulinas séricas, 
mas em pacientes alérgicos pode estar até dez mil vezes mais elevada. 
 
Desempenha também um papel importante na defesa contra parasitas intestinais, frequentemente 
apresentando-se com níveis elevados nas infecções por helmintos como o Ascaris lumbricoides, 
Taenia saginata, T. solium, ou protozoários como o Schistossoma mansoni. 
 
IgD – Apresenta-se sob a forma monomérica, principalmente ligada à superfície 
de linfócitos B (assim como os IgM), atuando principalmente como receptores de 
antígenos. Sua concentração no soro é muito baixa e praticamente não varia em 
caso de infecções. 
 
 
Funções dos anticorpos: 
As funções de um anticorpo são desencadeadas pela sua ligação ao epítopo de um antígeno 
específico. Uma vez ligado a este, diferentes respostas podem acontecer, dependendo de 
diversos fatores, tais como, a estrutura anatômica onde a resposta imunológica ocorreu, as células 
imunocompetentes participantes, e o tipo de anticorpo envolvido no processo: 
 
• Inativação direta de toxinas por precipitação e aglutinação - Alguns anticorpos se ligam 
diretamente aos venenos, peçonhas e toxinas que foram inoculados, ingeridos ou 
produzidos no próprio organismo, anulando sua ação tóxica e facilitando seu 
reconhecimento, captura e destruição pelo sistema imunológico. 
 
• Neutralização de vírus - Vírus circulantes também podem ser “neutralizados” por 
anticorpos específicos que se ligam às moléculas que formam seu capsídeo e envelope 
viral, impedindo que ele infecte uma célula e facilitando seu reconhecimento, captura e 
destruição pelo sistema imunológico. 
 
• Receptores de superfície para APC (Células apresentadoras de antígenos) – Alguns 
anticorpos (IgM e IgD) funcionam como receptores de superfície para APC, permitindo que 
Linfócitos B e Macrófagos, principalmente, reconheçam antígenos e apresentem-nos aos 
Linfócitos Th. 
 
 
 
 
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• Liberação de mediadores químicos - Mastócitos e basófilos expressam receptores de alta 
afinidade para IgE. 
 
A exposição a um antígeno específico, como proteína de pelo de gato, 
causa agregação da IgE ao “corpo estranho” e promove 
desgranulação de mastócitos e basófilos, que liberam mediadores 
vasoativos, causando uma resposta inflamatória chamada 
hipersensibilidade imediata. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Opsonização de fagos – Alguns anticorpos, chamados “opsoninas”, se ligam aos 
microrganismos de tal forma que estes são mais facilmente reconhecidos e fagocitados 
pelos fagócitos. 
 
O pneumococo, por exemplo, possui uma cápsula que 
“repele” fagócitos, mas quando opsoninas se ligam ao 
polissacarídeo capsular do coco, ele é facilmente engolfado 
por fagócitos. 
 
O termo “opsonina termoestável” é usado para se referir 
aos anticorpos, que resistem a temperaturas de até 56°C 
por até 30 minutos. 
 
 
 
• Citotoxidade - Neutrófilos, eosinófilos, monócitos, macrófagos e especialmente linfócitos 
NK, possuem a capacidade de destruir células revestidas com anticorpos. 
 
Esse processo é chamado citotoxidade mediada por células dependente de anticorpo 
(ADCC – antibody dependent cell-mediated cytotoxicity). 
 
Por exemplo: 
Helmintos são relativamente resistentes ao ataque de neutrófilos, monócitos e macrófagos, 
mas podem ser mortos por uma substância chamada “proteína básica principal (PBP)”, 
presente nos grânulos de eosinófilos, e que é liberada quando esta célula reconhece IgE 
agregada ao parasita. 
 
Linfócitos NK, quando reconhecem uma célula revestida com IgG liberam citocinas como o 
fator de necrose tumoral (TNF), que como o próprio nome sugere, causa a morte de células 
mutantes, o interferon-gama, que atua sobre a produção de anticorpos e ativação de 
macrófagos e a perforina, uma substância que perfura a membrana de células tumorais, 
células infectadas por vírus e microrganismos, facilitando suas destruições. 
 
 
 
 
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• Ativação do sistema complemento - Anticorpos participam da ativação da via clássica do 
sistema complemento, que consiste de um conjunto de proteínas que interagem entre si, 
produzindo amplificação dos fenômenos inflamatórios, participando da citotoxicidade contra 
microrganismos, das reações mediadas pelos leucócitos polimorfonucleares (PMN), das 
reações anafilactóides, dos fenômenos fagocitários e dos fenômenos secundários das 
reações de hipersensibilidade. 
 
• Expansão clonal de linfócitos B – Existem milhões de linfócitos B virgens num organismo, 
cada qual com anticorpos de superfícies específicos confeccionados para determinados 
epítopos, determinados por milhões de combinações possíveis para a região hipervariável 
do anticorpo. Todas as combinações possíveis são determinadas pelos genes. 
 
Quando um linfócito B virgem reconhece um antígeno específico (forma imunocomplexo), ele 
amadurece, se transforma em plasmócito e é clonado, principalmente sob a influência de citocinas 
liberadas pelos LyTh. 
 
Após algum tempo, a maioria dos clones morre, mas alguns permanecem vivos por anos como 
células B de memória, o mesmo ocorrendo com outras células que sofreram expansão clonal no 
processo, como os linfócitos Th. 
 
 
 
Quadro esquemático com a formação, maturação e diferenciação de Linfócitos B em plasmócitos, geração 
células de memória e produção de imunoglobulinas: 
 
Imunologia – Prof. Américo Focesi Pelicioni - 1/4/2020 – pág 31 
 
 
 
 
Quadro esquemático sobre a produção dos diversos isotipos de imunoglobulinas e suas principais funções 
 
Imunologia – Prof. Américo Focesi Pelicioni - 1/4/2020 – pág 32 
 
 
Quadro esquemático sobre o reconhecimento de antígenos por fagócitos, apresentação de antígenos aos 
Linfócito Th, diferenciação de Linfócitos B em plasmócitos e ativação de Linfócitos Tc em resposta às 
substâncias liberadas pelo Linfócito Th, ação citotóxica do LyTc, produção de anticorpos pelos e de células 
de memória. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imunologia – Prof. Américo Focesi Pelicioni - 1/4/2020 – pág 33 
 
SISTEMA COMPLEMENTO 
 
É um importante mecanismo de defesa da imunidade inata do organismo de vertebrados e invertebrados, formado por 
um conjunto de cerca de 30 proteínas termolábeis (sensíveis ao calor), presentes em grande concentração no 
plasma (cerca de 4 mg/mL) e nos tecidos. Tais proteínas são produzidas principalmente por hepatócitos e 
macrófagos, sob forma inativa, até que são ativados e exercem suas funções. 
 
Três vias iniciam a cascata de ativação do sistema complemento: via clássica, via alternativa e via das lectinas. 
Resumidamente podemos dizer que ao serem ativadas, enzimas do sistema complemento promovem clivagens 
proteolíticas (quebra de proteínas) sequenciais (em cascata), ativando outras proteínas do sistema, culminando na 
formação de um “complexo de ataque à membrana”, que ao se ligar à membrana plasmática das células-alvo, 
causa lise osmótica das mesmas. 
Ao mesmo tempo, alguns dos fragmentos produzidos pelo sistema complemento, levam à amplificação da resposta 
imunológica, ao induzir: desgranulação de mediadores inflamatórios de granulócitos (mastócitos e basófilos), 
opsonização de fagócitos (facilitação do processo fagocítico), quimiotaxia (atração decélulas imunocompetentes 
para o foco inflamatório) e formação de células imunocompetentes (leucocitopoiese). 
O sistema complemento é tão importante que alterações em alguns de seus componentes permitem infecções 
recorrentes, doenças autoimunes como Lúpus Eritematoso ou doenças inflamatórias como angioedema e 
glomeronefrite em seus portadores. Algumas deficiências do complemento chegam a ser incompatíveis com a vida, 
produzindo a morte do portador ainda no útero ou nos primeiros dias de vida. 
Observações: 
• Após clivagem das proteínas do sistema complemento, o pedaço maior dos peptídeos recém-formados é 
sempre chamado “b” e o pedaço menor é chamado “a”. 
• O peptídeo maior sempre se fixa ao complexo e o peptídeo menor é liberado ao ambiente, com exceção do 
fragmento C2a, que se fixa, enquanto C2b é o fragmento liberado. 
 
 
VIA CLÁSSICA – inicia-se pela formação do imunocomplexo Ag/Ac e a ligação do componente 1 (C1) ao 
imunocomplexo. O sistema é ativado apenas quando C1 se liga a um IgM (pentamérico) ou a dois IgG. 
 
• O complexo, agora formado por antígeno/anticorpo/C1, cliva componente 4 (C4) em C4a e C4b. 
• C4b se liga à membrana e atrai o componente 2 (C2). 
• C2 é clivado por C4b, em C2a e C2b. 
• C2a fixa-se ao complexo que se torna C4b2a, chamado de C3 convertase clássica. 
• A enzima C3 convertase cliva o componente 3 (C3) em C3a e C3b. 
• C3b, se liga à convertase, formando C4b2a3b, chamada C5 convertase clássica. 
 
Ag + Ac + C1 -> C4b -> C4b2a -> C4b2a3b (C5convertase) 
 
VIA ALTERNATIVA – é a principal via de ativação do sistema, ocorrendo sem a participação de anticorpos. Inicia 
quando C3 sofre hidrolise espontânea, formando C3a e C3b. 
 
Constantemente C3 se dissocia em seus dois fragmentos, mas esses são inativados rapidamente por enzimas 
regulatórias, impedindo que promovam reação imunológica sem a presença de um imunógeno. Entretanto, algumas 
membranas celulares com superfícies aceptoras, favorecem a ligação com C3b, “protegendo-o” da ação das 
enzimas regulatórias, desencadeando a via alternativa do sistema complemento. 
Obs. Alguns patógenos, células infectadas por vírus, células tumorais, células envelhecidas (apoptóticas) e células 
estranhas ao hospedeiro apresentam superfícies aceptoras para C3b. 
 
Após a ligação de C3b a uma superfície aceptora, um fator B se liga ao conjunto, e é clivado por um fator D, 
formando a C3 convertase alternativa (C3bBb). 
 
A enzima criada produz mais e mais C3b, que por sua vez, com o intermédio dos fatores B e D, formam mais e mais 
C3b convertase, num processo chamado de “alça de amplificação” de formação de C3b. 
 
A presença maciça de C3b, Bb e uma proteína chamada Properdina (P), formam um complexo (C3b)nBbP, que é a 
C5 convertase alternativa. 
 
C3b -> C3bBb -> (C3b)nBbP (C5convertase) 
 
 
Imunologia – Prof. Américo Focesi Pelicioni - 1/4/2020 – pág 34 
 
VIA DAS LECTINAS –semelhante à via clássica, mas não tem a participação de anticorpos. 
Inicia quando um complexo homólogo de C1, formado por proteína lectina ligante de manose (MBL - manose binding 
lectin) e manoses serino-protease (MASP1 e MASP2) se ligam a polissacarídeos, contendo manose e N-acetil-
glicosamina (NAG), açúcares frequentemente presentes na superfície de bactérias, produzindo um complexo 
enzimático que ativa sequencialmente C4, C2 e C3, culminando na formação de C5 convertase, exatamente como na 
via clássica. 
MASP1 + MASP2 + MBL -> C4b -> C4b2a -> C4b2a3b (C5convertase) 
 
COMPONENTES TERMINAIS (eventos comuns a todas as vias de ativação do complemento): 
 
A C5 convertase produzida por uma das 3 vias cliva o componente 5 (C5) em duas frações C5a e C5b. 
C5b se liga à membrana da célula-alvo, dando início aos componentes terminais. 
A ligação de C5b origina o complexo de ataque à membrana (MAC), ao unir-se aos C6, C7 e C8, formando C5b678, 
um complexo anfifílico que penetra a bicamada lipídica, produzindo poros que permitem a entrada de água para o 
interior da célula e a saída de íons e moléculas de baixo peso molecular. O MAC também é chamado “Complexo Lítico 
de Membrana (CLM)”, ou Sistema de Ataque à Membrana. 
 
Quando 9 a 12 unidades do componente 9 (C9) se juntam ao complexo (polimerização), formando C5b678(9)n, são 
produzidos poros bem maiores, com até 10 nanômetros, permitindo mais entrada de água, favorecendo a ruptura da 
membrana da célula-alvo (lise osmótica). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
C5b + 6 + 7 + 8 + 9(9-12) = (MAC) 
 
Outros efeitos do sistema complemento: 
• C4a e C5a são anafilotoxinas, ou seja, promovem desgranulação de granulócitos. Também são agentes 
quimiotáticos, recrutando células imunocompetentes para o foco inflamatório (quimiotaxia) e ainda estimulam 
a produção de anticorpos pelos linfócitos B, que possuem em suas superfícies receptores de complemento 
CR2. 
• C3a faz tudo o que os dois anteriores fazem e ainda promove agregação plaquetária. 
• C3b, C4b e C5b, além de participarem da formação das C5 convertases, também são opsoninas, ou seja, se 
ligam covalentemente a moléculas das superfícies dos imunógenos e aos receptores de complemento CR1 
de neutrófilos e macrófagos, aumentando assim, a velocidade da fagocitose. 
• Bb inibe a migração de monócitos e macrófagos para o foco inflamatório. 
• C5b67, além de participar do MAC, também é agente quimiotático. 
• Alguns fragmentos do sistema complemento estimulam a formação e a saída de neutrófilos da medula óssea 
e a expressão de receptores de complemento em neutrófilos. 
 
 
 
 
 
Imunologia – Prof. Américo Focesi Pelicioni - 1/4/2020 – pág 35 
 
Assim, as principais funções do sistema complemento são: 
 
1) Induzir a LISE OSMÓTICA das células-alvo e vírus envelopados. 
2) Promover OPSONIZAÇÃO. 
3) Amplificar a INFLAMAÇÃO por meio da desgranulação de peptídeos regulatórios da inflamação. 
 
Eventualmente, o MAC se deposita em membranas de células saudáveis, que são metabolicamente ativas e bastante 
resistentes ao acúmulo de eletrólitos e água, bombeando-os novamente para fora e restabelecendo o equilíbrio 
osmótico, além de eliminar os MAC por exocitose. Esse método é muito utilizado por certos parasitas e células do 
próprio organismo, que por acaso sejam “atacados” pelo MAC. 
Outra estratégia das células humanas para evitar a lise é a produção de uma proteína de superfície chamada CD59, 
que impede a polimerização de C9 e a formação dos grandes poros. 
 
Além disso, algumas células humanas, como os fagos e as plaquetas, são ativadas quando o MAC se deposita em 
suas membranas, e ao invés de sofrerem lise osmótica, respondem ao estímulo liberando no local da infecção: 
prostaglandinas, leucotrienos, peróxidos, mediadores vasoativos e quimiotáxicos, entre outros tantos agentes 
químicos, que participam do processo imunológico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imunologia – Prof. Américo Focesi Pelicioni - 1/4/2020 – pág 36 
 
INFLAMAÇÃO 
 
A inflamação (flogose) é uma resposta do organismo a uma lesão, invasão ou agressão sofrida, 
que permite a chegada de componentes de defesa, como células imunológicas, proteínas do 
sistema complemento e anticorpos ao foco inflamatório. Deste modo, a inflamação não é uma 
doença, mas sim um mecanismo importante de nossas defesas. 
 
Diversas substâncias, os mediadores inflamatórios, participam do processo inflamatório, como 
os eicosanoides e as aminas vasoativas, que são liberadas pelas células danificadas ou por 
células imunológicas que chegam ao foco inflamatório, e que fazem aumentar o fluxo sanguíneo e 
permitem o extravasamento de plasma no local. 
 
Origem dos mediadores da resposta inflamatória (reação flogística): 
 
• Tecidos lesados e vasos rompidos fazem extravasar substâncias que ativam enzimas 
que promovem o reparo do tecido lesado, opsoninas, mediadores vasoativos, fatores 
quimiotáxicos e fatores algogênicos (que “produzem” dor). 
• Fagócitos liberam mediadores vasoativos que promovem vasodilatação e aumento

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