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6
ESTUDO
ORIENTADOLLINGUAGENS
& CÓDIGOS
C
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2019
Todos os direitos reservados
Diretor geral
Herlan Fellini
Coordenador geral
Raphael de Souza Motta
Responsabilidade editorial, programação visual e revisão
Hexag Sistema de Ensino
Diretor editorial
Pedro Tadeu Batista
Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Eder Carlos Bastos de Lima
Iago Kaveckis
Letícia de Brito
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva
Projeto gráfico e capa
Raphael Campos Silva
Foto da capa
pixabay (http://pixabay.com)
Impressão e acabamento
Meta Solutions
Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo o 
ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição 
para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos direitos sobre 
as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não representando qual-
quer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.
2019
Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino.
Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP
CEP: 04043-300
Telefone: (11) 3259-5005
www.hexag.com.br
contato@hexag.com.br
Desde 2010, o Hexag Medicina é referência na preparação pré-vestibular de candidatos às melhores 
universidades do Brasil.
Você está recebendo o livro Estudo Orientado 4. Com o objetivo de verificar se você aprendeu os con-
teúdos estudados, este material apresenta nove categorias de exercícios a serem trabalhados como Estudo 
Orientado (E.O.):
 § E.O. Aprendizagem: exercícios introdutórios de múltipla escolha para iniciar o processo de fixação da 
matéria dada em aula;
 § E.O. Fixação: exercícios de múltipla escolha que apresentam um grau de dificuldade médio, buscando 
a consolidação do aprendizado;
 § E.O. Complementar: exercícios de múltipla escolha com alto grau de dificuldade;
 § E.O. Dissertativo: exercícios dissertativos que seguem a forma da segunda fase dos principais vestibu-
lares do Brasil;
 § E.O. Enem: exercícios que abordam a aplicação de conhecimentos em situações do cotidiano, preparan-
do o aluno para esse tipo de exame;
 § E.O. Objetivas (Unesp, Fuvest, Unicamp e Unifesp): exercícios de múltipla escolha das faculdades 
públicas de São Paulo;
 § E.O. Dissertativas (Unesp, Fuvest, Unicamp e Unifesp): exercícios dissertativos da segunda fase 
das faculdades públicas de São Paulo;
 § E.O. Uerj (Exame de Qualificação): exercícios de múltipla escolha, buscando a consolidação do 
aprendizado para o vestibular da Uerj;
 § E.O. Uerj (Exame Discursivo): exercícios dissertativos nos moldes da segunda fase da Uerj.
A edição 2019 foi elaborada com muito empenho e dedicação, oferecendo a você um material moderno 
e completo, um grande aliado para o seu sucesso nos vestibulares mais concorridos de Medicina.
Bons estudos!
Herlan Fellini
CARO ALUNO
SUMÁRIO
ENTRE LETRAS
GRAMÁTICA
LITERATURA
Aulas 23: Ortografia 7
Aulas 24: funções de “A”, “QUE” e “SE” 29
Aulas 25: Pontuação I 51
Aulas 26: Pontuação II 79
Aulas 23: Segunda fase modernista no Brasil: poesia 109
Aulas 24: Terceira fase modernista 137
Aulas 25: Concretismo 157
Aulas 26: Poesia marginal e contemporâneo 167
FUVEST
O tema de maior incidência, presente neste material é Pontuação.
UNESP
Os temas de maior incidência, presentes neste material são Pontuação e Funções de "a", "que" 
e "se".
UNICAMP
O tema de maior incidência, presente neste material é Pontuação.
UNIFESP
Todos os temas do material têm alta incidência de aparição no vestibular.
ENEM/UFMG/UFRJ
O tema de maior incidência, presente neste material é Pontuação.
UERJ
O tema de maior incidência, presente neste material é Pontuação.
FA
CU
LD
ADE DE MEDICINA
BOTUCATU
1963
Abordagem de GRAMÁTICA nos principais vestibulares.
Ortografia
Competências 
1 e 5
Habilidades 
1, 2, 3 e 17
L
ENTRE LETRAS
C
2 3
Ortografia
Competências 
1 e 5
Habilidades 
1, 2, 3 e 17
L
ENTRE LETRAS
C
2 3
Competência 1 – Aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para 
sua vida.
H1 Identificar as diferentes linguagens e seus recursos expressivos como elementos de caracterização dos sistemas de comunicação.
H2 Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicação e informação para resolver problemas sociais.
H3 Relacionar informações geradas nos sistemas de comunicação e informação, considerando a função social desses sistemas.
H4 Reconhecer posições críticas aos usos sociais que são feitos das linguagens e dos sistemas de comunicação e informação.
Competência 2 – Conhecer e usar língua(s) estrangeira(s) moderna(s) (LEM) como instrumento de acesso a informações e a outras 
culturas e grupos sociais.
H5 Associar vocábulos e expressões de um texto em LEM ao seu tema.
H6 Utilizar os conhecimentos da LEM e de seus mecanismos como meio de ampliar as possibilidades de acesso a informações, tecnologias e culturas.
H7 Relacionar um texto em LEM, as estruturas linguísticas, sua função e seu uso social.
H8 Reconhecer a importância da produção cultural em LEM como representação da diversidade cultural e linguística.
Competência 3 – Compreender e usar a linguagem corporal como relevante para a própria vida, integradora social e formadora da 
identidade.
H9 Reconhecer as manifestações corporais de movimento como originárias de necessidades cotidianas de um grupo social.
H10 Reconhecer a necessidade de transformação de hábitos corporais em função das necessidades cinestésicas.
H11
Reconhecer a linguagem corporal como meio de interação social, considerando os limites de desempenho e as alternativas de adaptação para 
diferentes indivíduos.
Competência 4 – Compreender a arte como saber cultural e estético gerador de significação e integrador da organização do mundo e 
da própria identidade.
H12 Reconhecer diferentes funções da arte, do trabalho da produção dos artistas em seus meios culturais.
H13 Analisar as diversas produções artísticas como meio de explicar diferentes culturas, padrões de beleza e preconceitos.
H14 Reconhecer o valor da diversidade artística e das inter-relações de elementos que se apresentam nas manifestações de vários grupos sociais e étnicos.
Competência 5 – Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante 
a natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção.
H15 Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do contexto histórico, social e político.
H16 Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário.
H17 Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional.
Competência 6 – Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de organização cognitiva da 
realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação.
H18 Identificar os elementos que concorrem para a progressão temática e para a organização e estruturação de textos de diferentes gêneros e tipos.
H19 Analisar a função da linguagem predominante nos textos em situações específicas de interlocução.
H20 Reconhecer a importância do patrimônio linguístico para a preservação da memória e da identidade nacional
Competência 7 – Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas.
H21 Reconhecer em textos de diferentes gêneros, recursos verbais e não-verbais utilizadoscom a finalidade de criar e mudar comportamentos e hábitos.
H22 Relacionar, em diferentes textos, opiniões, temas, assuntos e recursos linguísticos.
H23 Inferir em um texto quais são os objetivos de seu produtor e quem é seu público alvo, pela análise dos procedimentos argumentativos utilizados.
H24
Reconhecer no texto estratégias argumentativas empregadas para o convencimento do público, tais como a intimidação, sedução, comoção, 
chantagem, entre outras.
Competência 8 – Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da organização 
do mundo e da própria identidade.
H25 Identificar, em textos de diferentes gêneros, as marcas linguísticas que singularizam as variedades linguísticas sociais, regionais e de registro.
H26 Relacionar as variedades linguísticas a situações específicas de uso social.
H27 Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação.
Competência 9 – Entender os princípios, a natureza, a função e o impacto das tecnologias da comunicação e da informação na sua vida 
pessoal e social, no desenvolvimento do conhecimento, associando-o aos conhecimentos científicos, às linguagens que lhes dão suporte, 
às demais tecnologias, aos processos de produção e aos problemas que se propõem solucionar.
H28 Reconhecer a função e o impacto social das diferentes tecnologias da comunicação e informação.
H29 Identificar pela análise de suas linguagens, as tecnologias da comunicação e informação.
H30 Relacionar as tecnologias de comunicação e informação ao desenvolvimento das sociedades e ao conhecimento que elas produzem
E.O. AprEndizAgEm
 1. (IFSP) De acordo com a norma padrão da 
Língua Portuguesa, assinale a alternativa em 
que todas as palavras devam ser acentuadas 
de acordo com a mesma regra de acentuação 
do vocábulo sublinhado na placa abaixo.
a) Facil/animo (substantivo)/apendice 
b) Ingenuo/varzea/magoa (substantivo) 
c) Virus/alcoolatra/unico 
d) Alibi/antibiotico/monossilabica 
e) Album/maniaco/amidala 
 2. (UTFPR) O texto abaixo apresenta inadequa-
ções, de acordo com a norma padrão. A(s) 
questão(ões) a seguir analisa(m) alguns 
desses problemas.
No caminho de Montevideo, dirigindo pela 
rota beira-mar obrigatóriamente voce vai 
passar pelo porto de Montevideo, lá existe 
um mercado muito sofisticado com ótimos 
restaurantes. Vale [à pena] uma parada para 
almoçar no El Palenque, um dos melhores 
restaurantes do Uruguai para comer carnes, 
é incrivel lá dentro! Paramos para conhecer, 
mas não almoçamos no El Palenque dessa 
vez, pois estavamos com o almoço marcado 
na Bodega Bousa e depois a visita a vinicola. 
Seguimos viagem pela rota 5 em direção a 
Bodega Bousa (fique atento as placas, pois 
voce pode passar despercebido por elas).
(Disponível em: http://cozinhachic.com/
diario-de-viagemmontevideo-vinicolas-e-
restaurantes. Acesso em 16/01/2017). 
No texto há algumas palavras com erro de 
acentuação gráfica. Assinale a alternativa 
que registra todas elas com os erros corri-
gidos. 
a) Obrigatoriamente, você, incrível, estávamos, 
vinícola, você. 
b) Montevidéo, obrigatóriamente, você, pôrto, 
estávamos, você. 
c) Você, incrível, estávamos, você, pôrto. 
d) Você, incrível, estávamos, vinícola, você. 
e) Montevidéo, obrigatoriamente, você, incrí-
vel, vinícola, você. 
 3. (COL. Naval) Aumenta o número de adultos 
que não consegue focar sua atenção em uma 
única coisa por muito tempo. São tantos os 
estímulos e tanta a pressão para que o en-
torno seja completamente desvendado que 
aprendemos a ver e/ou fazer várias coisas ao 
mesmo tempo. Nós nos tornamos, à seme-
lhança dos computadores, pessoas multita-
refa, não é verdade?
Vamos tomar como exemplo uma pessoa di-
rigindo. 4Ela precisa estar atenta aos veícu-
los que vêm atrás, ao lado e à frente, à ve-
locidade média dos carros por onde trafega, 
às orientações do GPS ou de programas que 
sinalizam o trânsito em tempo real, 6às in-
formações de alguma emissora de rádio que 
comenta o trânsito, ao planejamento men-
tal feito e refeito várias vezes do trajeto que 
deve fazer para chegar ao seu destino, aos 
semáforos, faixas de pedestres etc.
Quando me vejo em tal situação, eu me lem-
bro que dirigir, após um dia de intenso tra-
balho no retorno para casa, já foi uma ativi-
dade prazerosa e desestressante. 
O uso da internet ajudou a transformar nos-
sa maneira de olhar para o mundo. Não mais 
observamos os detalhes, por causa de nossa 
ganância em relação a novas e diferentes in-
formações. Quantas vezes sentei em frente 
ao computador para buscar textos sobre um 
tema e, de repente, me dei conta de que es-
tava em temas que em nada se relacionavam 
com meu tema primeiro.
Aliás, a leitura também sofreu transforma-
ções pelo nosso costume de ler na internet. 
Sofremos de uma tentação permanente de 
pular palavras e frases inteiras, apenas para 
irmos direto ao ponto. O problema é que al-
guns textos exigem a leitura atenta de pala-
vra por palavra, de frase por frase, para que 
faça sentido. 5Aliás, não é a combinação e a 
sucessão das palavras que dá sentido e bele-
za a um texto?
3Se está difícil para nós, adultos, focar nossa 
atenção, imagine, caro leitor, para as crian-
ças. Elas já nasceram neste mundo de 8profu-
são de estímulos de todos os tipos; elas são 
exigidas, desde o início da vida, a dar conta 
de várias coisas ao mesmo tempo; elas são 
estimuladas com diferentes objetos, sons, 
imagens etc.
Aí, um belo dia elas vão para a escola. Profes-
sores e pais, a partir de então, querem que 
as crianças prestem atenção em uma única 
coisa por muito tempo. E quando elas não 
conseguem, reclamamos, levamos ao médico, 
arriscamos hipóteses de que sejam portado-
ras de síndromes que exigem tratamento etc.
A maioria dessas crianças sabe focar sua 
atenção, sim. Elas já sabem usar progra-
mas complexos em seus aparelhos eletrô-
nicos, brincam com jogos desafiantes que 
exigem atenção constante aos detalhes e, se 
9
deixarmos, passam horas em uma única ati-
vidade de que gostam.
Mas, nos estudos, queremos que elas pres-
tem atenção no que é preciso, e não no que 
gostam. E isso, caro leitor, exige a árdua 
aprendizagem da autodisciplina. Que leva 
tempo, é bom lembrar.
As crianças precisam de nós, pais e professo-
res, para começar a aprender isso. Aliás, boa 
parte desse trabalho é nosso, e não delas. 
Não basta mandarmos que elas prestem aten-
ção: isso de nada as ajuda. 13O que pode aju-
dar, por exemplo, é analisarmos o contexto 
em que estão 7quando precisam focar a aten-
ção e organizá-lo para que seja favorável a 
tal exigência. E é preciso lembrar que não se 
pode esperar toda a atenção delas por muito 
tempo: o ensino desse quesito no mundo de 
hoje é um processo lento e gradual. 
(SAYÃO, Rosely. Profusão de estímulos. 
Folha de S. Paulo, 11 fev. 2014.) 
Assinale a opção em que as palavras desta-
cadas recebem, respectivamente, a mesma 
classificação quanto à acentuação gráfica 
que as palavras sublinhadas em “Se está di-
fícil para nós, adultos [...]. Elas já, nasceram 
neste mundo de profusão de estímulos[...].” 
(ref. 3). 
a) “Ela precisa estar atenta aos veículos que 
vêm atrás, ao lado e à crente, à velocidade 
média dos carros [...].” (ref. 4) 
b) “Aliás, não é a combinação e a sucessão das 
palavras que dá sentido a um texto?” (ref. 5) 
c) “[...] às informações de alguma emissora de 
rádio que comenta o trânsito, ao planeja-
mento mental [...].” (ref. 6) 
d) “[...] quando precisam focar a atenção e 
organizá-lo para que seja favorável a tal exi-
gência. E é preciso lembrar [...].“ (ref. 7) 
e) “[...] profusão de estímulos [...]; elas são 
exigidas, desde o início da vida, a dar conta 
de várias coisas [...].” (ref. 8) 
 4. (CFTSC) PRETO E BRANCO
Perdera o emprego, chegara a passar fome, 
sem que 6ninguém soubesse: por constran-
gimento, afastara-se da roda 7boêmia escri-
tores, jornalistas, um sambista de cor que 
vinha a ser o seu mais velho que antescostu-
mava frequentar companheiro de noitadas.
De repente, a salvação lhe apareceu na forma 
de um americano, que lhe oferecia um em-
prego numa agência. Agarrou-se com unhas 
e dentes à oportunidade, vale dizer, ao ame-
ricano, para garantir na sua nova função 
uma relativa estabilidade.
E um belo dia vai seguindo com o chefe pela 
rua 10México, já distraído de seus passados tro-
peços, mas tropeçando obstinadamente no in-
glês com que se entendiam – quando vê do ou-
tro lado da rua um preto agitar a mão para ele.
Era o sambista seu amigo.
Ocorreu-lhe desde logo que ao americano po-
deria parecer estranha tal amizade, e mais 
ainda incompatível com a ética ianque a ser 
mantida nas funções que passara a exercer. 
Lembrou-se num átimo que o americano em 
geral tem uma coisa muito séria chamada 
preconceito racial e seu critério de julga-
mento da capacidade funcional dos subor-
dinados talvez se deixasse influir por essa 
odiosa deformação. Por via das dúvidas cor-
respondeu ao cumprimento de seu amigo da 
maneira mais discreta que lhe foi possível, 
mas viu em pânico que ele atravessava a rua 
e vinha em sua direção, sorriso aberto e bra-
ços prontos para um abraço.
Pensou rapidamente em se esquivar – não 
dava tempo: o americano também se detive-
ra, vendo o preto aproximar-se.
Era seu amigo, velho companheiro, um bom 
sujeito, dos melhores mesmo que já conhe-
cera – acaso jamais chegara sequer a se lem-
brar que se tratava de um preto? Agora, com 
o gringo ali a seu lado, todo branco e sar-
dento, é que percebia pela primeira vez: não 
podia ser mais preto. Sendo assim, tivesse 
paciência: mais tarde lhe explicava tudo, ha-
veria de compreender. Passar fome era mui-
to bonito nos romances de Knut Hamsun, li-
dos depois do jantar, e sem credores à porta. 
Não teve mais dúvidas: virou a cara quando 
o outro se aproximou e fingiu que não o via, 
que não era com ele.
E não era mesmo com ele.
Porque antes de 9cumprimentá-lo, talvez ain-
da sem 8tê-lo visto, o sambista abriu os braços 
para acolher o americano – também seu ami-
go.
(SABINO, Fernando. A mulher do vizinho. 7. ed. 
Rio de Janeiro: Record, 1962. p.163-4.) 
Assinale a alternativa correta relativamente 
à acentuação gráfica das palavras sublinha-
das no texto. 
a) O pronome ninguém (ref. 6) recebe acento 
por ser uma monossílaba tônica terminada 
em em.
b) O substantivo boêmia (ref. 7) é acentuado 
por ser palavra proparoxítona.
c) A combinação da forma verbal ter com o 
pronome oblíquo o, resultou em tê-lo (ref. 
8), que é acentuado por se tratar de paroxí-
tona terminada em o.
d) A forma verbal cumprimentá (ref. 9) é acen-
tuada porque, ao associar-se ao pronome o, 
perdeu o r final, tornando-se uma oxítona 
terminada em a.
e) O substantivo México (ref. 10) recebe acento 
porque é uma palavra importada, que preci-
sa manter o acento original.
10
 5. (IFAL) Assinale a alternativa em que as pa-
lavras, que completam a frase abaixo, estão 
acentuadas corretamente.
Os tabloides que eles __________, __________ 
manchetes curtas que todos __________. 
a) leem – tem – veem 
b) lêm – teem – vêm 
c) leem – têm – veem 
d) leem – têm – vêm 
e) lêm – tem – veem 
 6. (COL. Naval) Em que opção a acentuação do 
termo destacado está correta? 
a) A prática da leitura constrói cidadãos capa-
zes de entender criticamente a realidade. 
b) De acordo com o texto, pessoas que lêem, 
desenvolvem o raciocínio e falam melhor. 
c) Quando o conferencista enfatizou a impor-
tância da leitura, foi ovacionado pela pla-
téia. 
d) A ignorância prepotente deforma por estag-
nação, pois o indivíduo pára de questionar. 
e) Se os livros são fundamentais na formação 
das pessoas, é bom que se averigúem as cau-
sas da diminuição da leitura. 
 7. (IFSUL) A partir da entrada em vigor do 
Acordo Ortográfico, a palavra assembleia 
passou a ser grafada sem acento agudo. Qual 
é a alternativa em que um ou mais vocábu-
los, segundo as regras do Acordo Ortográfico, 
foi(ram) acentuado(s) INDEVIDAMENTE? 
a) estóico – proíbe – vôo 
b) hotéis – usuário – volátil 
c) troféus – retórico – hífen 
d) herói – alcoólico – têm 
 8. (IFAL) Cientistas americanos apresentaram 
ontem resultados preliminares de uma va-
cina contra o fumo. O medicamento impede 
que a nicotina – componente do tabaco que 
causa dependência – chegue ao cérebro. Em 
ratos vacinados, até da nicotina injetada 
deixou de atingir o sistema nervoso central.
(O Globo,18/12/99.) 
Analise as afirmativas a seguir:
I. A palavra “cérebro” é paroxítona.
II. “Cientistas” é, no texto, uma palavra 
masculina, haja vista a concordância do 
adjetivo que a acompanha.
III. A palavra “até” é monossílabo tônico. 
IV. A palavra “até” é oxítona terminada em 
“e”, por isso é acentuada.
V. No texto, há três palavras oxítonas que 
não são acentuadas graficamente: dei-
xou, atingir e central.
Estão corretas. 
a) apenas II e IV. 
b) apenas II, IV e V. 
c) apenas I e III. 
d) apenas III e V. 
e) apenas IV e V. 
 9. (IFSC)
 
Com relação à acentuação gráfica das palavras no texto, é CORRETO afirmar: 
a) A palavra por (quinto quadrinho) deveria ter recebido acento diferencial por se tratar de uma forma verbal. 
b) A palavra parabéns (terceiro quadrinho) recebe um acento diferencial porque está no plural. 
c) A palavra ótima (terceiro quadrinho) recebe acento por ser proparoxítona. 
d) A palavra me (primeiro quadrinho) deveria ter recebido acento, por ser monossílabo tônico terminado em e.
e) O acento na palavra é (terceiro quadrinho) pode ser classificado como diferencial, porque não há regra que 
justifique seu uso. 
 10. (UTFPR) Em qual alternativa todas as palavras em negrito devem ser acentuadas graficamente? 
a) Atraves de uma lei municipal, varias pessoas recebem ingressos gratis para o cinema. 
b) É dificil correr atras do prejuizo sozinho. 
c) Aqui, em Foz do Iguaçu, a dengue esta sendo um grande problema de saude publica. 
d) O bisneto riscou os papeizinhos com o lapis. 
e) O padrão economico do juiz é elevado. 
11
E.O. FixAçãO
 1. (Imed)
ADIANTE SEGUIU A JUSTIÇA
Maria Berenice Dias
Durante séculos, ninguém titubeava em res-
ponder: família, só tem uma – a 2constituí-
da pelos sagrados laços do matrimônio. Aos 
noivos era imposta a obrigação de se multi-
plicarem até a morte, mesmo na tristeza, na 
pobreza e na doença. Tanto que se falava em 
débito conjugal. 
Esse modelito se manteve, ao menos na apa-
rência, _____ expensas da integridade física 
e psíquica das mulheres, que se mantinham 
dentro de casamentos esfacelados, pois as-
sim exigia a sociedade. Tanto que o casamen-
to era indissolúvel. As pessoas até podiam se 
desquitar, mas não podiam se casar de novo. 
Caso encontrassem um par, tornavam-se 
concubinos e alvos de punições. 
As mudanças foram muitas: vagarosas, mas 
significativas. As causas, incontáveis. No 
entanto, o resultado foi um 10só. O conceito 
de família mudou, se esgarçou. O casamento 
perdeu a sacralidade e permanecer dentro 
dele deixou de ser uma imposição social e 
uma obrigação legal. 
Veio o 11divórcio. Antes, porém, o 12purgató-
rio da separação, que exigia que se identi-
ficassem causas, punindo-se os culpados. A 
liberdade total de casar e descasar chegou 
somente no ano de 2006. 
A lei regulamentava exclusivamente o casa-
mento. Punia com o silêncio toda e qualquer 
modalidade de estruturas familiares que se 
afastasse do modelo “oficial”. 
E foi assumindo a responsabilidade de jul-
gar que os 14juízes começaram a alargar o 
conceito de família. As mudanças chegaram 
_____ Constituição Federal, que enlaçou no 
conceito de família, outorgando-lhes espe-
cial proteção, outras estruturas de convívio. 
Além do casamento, trouxe, de forma exem-
plificativa, a união estável entre um homem 
e uma mulher e a chamada família parental: 
um dos pais e seus filhos. 
Adiante ainda seguiu a Justiça. Reconheceu 
que o rol constitucional não é exaustivo, e 
continuou a reconhecer como família outras 
estruturas familiares.Assim as famílias ana-
parentais, constituídas somente pelos filhos, 
sem a presença dos pais; as famílias paren-
tais, decorrentes do convívio de pessoas com 
vínculo de parentesco; bem como as famílias 
homoafetivas, que são as formadas por pes-
soas do mesmo sexo. 
O reconhecimento da homoafetividade como 
união estável foi levado _____ efeito pelo 
Supremo Tribunal Federal no ano de 2011, 
em decisão unânime e histórica. Agora esta 
é a realidade: homossexuais casam, têm fi-
lhos, ou seja, podem constituir família. 
Ativismo judicial? Não, interpretação da Car-
ta Constitucional segundo um punhado de 
princípios fundamentais. É a Justiça cum-
prindo o seu papel de fazer justiça, mesmo 
diante da lacuna legal. 
Da inércia, passou o Legislativo, dominado 
por autointitulados profetas religiosos, a re-
agir. 
Não foi outro o intuito do Estatuto da Fa-
mília, que acaba de ser aprovado pela co-
missão especial na Câmara dos Deputados 
(PL 6.583/2013). Tentar limitar o conceito 
de família à união entre um homem e uma 
mulher, além de afrontar todos os princípios 
fundantes do Estado, impõe um retrocesso 
social que irá retirar direitos de todos aque-
les que não se encaixam neste conceito limi-
tante e limitado. 
Mas _____ mais. Proceder ao cadastramento 
das entidades familiares e criar Conselhos 
da Família é das formas mais perversas de 
excluir direito à saúde, à assistência psi-
cossocial, à segurança pública, que são as-
seguradas somente às entidades familiares 
reconhecidas como tal. Limitar acesso à De-
fensoria Pública e à tramitação prioritária 
dos processos à entidade familiar definida 
na lei, às claras tem caráter punitivo. 
O conceito de família mudou. E onde pro-
curar a sua definição atual? Talvez na frase 
piegas de Saint-Exupéry: na responsabilida-
de decorrente do afeto.
(Zero Hora, Caderno PrOA, 27-09-2015.) 
Sobre o uso de acento gráfico em vocábulos 
do texto, analise as afirmações que seguem:
I. Em constituída (ref. 2) e juízes (ref. 14), 
a letra i recebe acento gráfico por razões 
distintas.
II. aparência (ref. 3) e purgatório (ref. 12) 
recebem acento gráfico em virtude da 
mesma regra.
III. As palavras só (ref. 10) e divórcio (ref. 
11) são acentuadas a fim de marcar a so-
noridade da vogal o.
Quais estão INCORRETAS? 
a) Apenas I. 
b) Apenas II. 
c) Apenas III. 
d) Apenas I e II. 
e) Apenas I e III. 
12
 2. (IFPE) UMA REVISÃO DE DADOS RECENTES 
SOBRE A MORTE DE LÍNGUAS
Linguistas preveem que metade das mais de 
mil línguas faladas no mundo desaparecerá 
em um século – uma taxa de extinção que su-
pera as estimativas mais pessimistas quanto 
à extinção de espécies biológicas. (...)
Segundo a Unesco, 96% da população mun-
dial falam só 4% das línguas existentes. E 
apenas 4% da humanidade partilha o res-
tante dos idiomas, metade dos quais se en-
contra em perigo de extinção. Entre 20 e 30 
idiomas desaparecem por ano – uma média 
de uma língua a cada duas semanas. (...)
A perda de línguas raras é lamentável por 
várias razões. Em primeiro lugar, pelo in-
teresse científico que despertam: algumas 
questões básicas da linguística estão longe 
de estar inteiramente resolvidas. E essas lín-
guas ajudam a saber quais elementos da gra-
mática e do vocabulário são realmente uni-
versais, isto é, resultantes das características 
do próprio cérebro humano.
A ciência também tenta reconstruir o per-
curso de antigas migrações, fazendo um le-
vantamento de palavras emprestadas, que 
ocorrem em línguas sem qualquer parentes-
co. Afinal, se línguas não aparentadas par-
tilham palavras, então seus povos estiveram 
em contato em algum momento.
Um comunicado do Programa das Nações 
Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) diz 
que “o desaparecimento de uma língua e de 
seu contexto cultural equivale a queimar um 
livro único sobre a natureza”. Afinal, cada 
povo tem um modo único de ver a vida. Por 
exemplo, a palavra russa mir significa igual-
mente “aldeia”, “mundo” e “paz”. É que, 
como os aldeões russos da Idade Média ti-
nham de fugir para a floresta em tempos de 
guerra, a aldeia era para eles o próprio mun-
do, ao menos enquanto houvesse paz.
(Disponível em: <http://revistalingua.com.br/textos/116/a-
morte-anunciada-355517-1.asp>. Acesso em 28 set. 2015.) 
No início do texto, aparece a forma verbal 
“preveem”, que perdeu o acento circunflexo 
após o último acordo ortográfico.
Assinale a única alternativa em que todas as 
palavras seguem o padrão de acentuação de-
terminado pelo referido acordo. 
a) Eu fui à feira e comprei cinco pêras e três 
maçãs. 
b) A sonda espacial acabou de descobrir um 
novo asteróide. 
c) Joana d’Arc é uma mártir da Guerra dos Cem 
anos. 
d) Ele, estranhamente, saiu sem cumprimentar 
a platéia. 
e) O Brasil acabou de enviar uma equipe de 
pesquisa ao pólo Sul. 
 3. (COL. Naval) Assinale a opção na qual as pa-
lavras foram acentuadas pelo mesmo motivo 
que “aritméticos”, “prioritária”, “cálculos” 
e “Taubaté”, respectivamente. 
a) rotatória, cólica, vermífugo, Maringá. 
b) hebdomadário, ausência, andrógino, Itajaí. 
c) farmacêutico, ípsilon, síndrome, Piauí. 
d) alaúde, húngaro, déspota, Grajaú. 
e) anêmona, glúten, nômade, Tribobó. 
 4. (IFSC) Texto 1: Livro
Eu me livro daquele garoto chato
Com um livro enfiado no meu nariz
Fingindo achar a história feliz.
(MARIA, Selma. Isso isso. São Paulo: Peirópolis, 2010. s/p.)
Texto 2
 
Considerando a posição da sílaba tônica e as 
regras de acentuação das palavras, assinale a 
alternativa CORRETA: 
a) As palavras “garoto”, “história”, “feliz” e 
“nariz”, do texto 1, são palavras proparoxí-
tonas, e “livro”, “dicionário”, “terminar” e 
“nunca”, do texto 2, são palavras oxítonas. 
b) As palavras “história”, do texto 1, e “dicio-
nário”, do texto 2, não deveriam estar acen-
tuadas, porque os acentos agudos não fazem 
mais parte do português brasileiro. 
c) A palavra “história”, do texto 1, é uma pa-
lavra paroxítona e está corretamente acen-
tuada; e “você”, do texto 2, é uma palavra 
oxítona e deve ser acentuada da mesma for-
ma que “café”, “dendê”. 
d) As palavras “história”, do texto 1, e “dicio-
nário”, do texto 2, foram acentuadas corre-
tamente, mas possuem regras de acentuação 
diferentes, porque a primeira é considerada 
paroxítona e, a segunda, proparoxítona. 
e) As palavras “nariz” e “feliz”, do texto 1, de-
veriam estar acentuadas assim como as pa-
lavras “terminar”, “ler”, “grosso” e “nunca”, 
do texto 2, que deveriam receber acento cir-
cunflexo. 
13
 5. (IFSC)
Sobre o texto apresentado na tirinha é COR-
RETO afirmar que: 
a) O pronome “vocês”, no primeiro quadrinho, 
é acentuado por ser uma palavra paroxítona 
terminada em s. 
b) A forma verbal “é”, que aparece no segundo 
e quinto quadrinhos, é acentuada com base 
na regra que manda acentuar as palavras 
monossílabas tônicas terminadas em e (no 
quarto quadrinho não tem é). 
c) O substantivo “país”, no segundo quadri-
nho, recebe acento porque é uma palavra 
oxítona terminada em is. 
d) O substantivo “país”, no segundo quadri-
nho, recebe acento diferencial para não ser 
confundido com o adjetivo “pais”. 
e) A regra que justifica o acento no pronome 
“ninguém”, que aparece no segundo e ter-
ceiro quadrinhos, também justifica que se 
acentue o advérbio “ontem”, opcionalmente. 
 6. (IFSC) ASSALTO
Na feira, a gorda senhora protestou a altos 
brados contra o preço do chuchu:
– Isto é um assalto!
Houve um rebuliço. Os que estavam perto 
fugiram. Alguém, correndo, foi chamar o 
guarda. Um minuto depois, a rua inteira, 
atravancada, mas provida de admirável ser-
viço de comunicação espontânea, sabia que 
se estava perpetrando um assalto ao banco. 
Mas que banco? Havia banco naquela rua? 
Evidente que sim, pois do contrário como 
poderia ser assaltado?
– Um assalto! Um assalto! – a senhora conti-
nuava a exclamar, e quem não tinha escuta-
do escutou, multiplicando a notícia. Aquela 
voz subindo do mar de barracas e legumes 
era como a própria sirene policial, documen-
tando,por seu uivo, a ocorrência grave, que 
fatalmente se estaria consumando ali, na 
claridade do dia, sem que ninguém pudesse 
evitá-la.
Moleques de carrinho corriam em todas as 
direções, atropelando-se uns aos outros. 
Queriam salvar as mercadorias que trans-
portavam. Não era o instinto de proprieda-
de que os impelia. Sentiam-se responsáveis 
pelo transporte. E no atropelo da fuga, paco-
tes rasgavam-se, melancias rolavam, tomates 
esborrachavam-se no asfalto. Se a fruta cai 
no chão, já não é de ninguém; é de qualquer 
um, inclusive do transportador. Em ocasiões 
de assalto, quem é que vai reclamar uma 
penca de bananas meio amassadas?
– Olha o assalto! Tem um assalto ali adiante! 
O ônibus na rua transversal parou para as-
suntar. Passageiros ergueram-se, puseram o 
nariz para fora. Não se via nada. O motoris-
ta desceu, desceu o trocador, um passageiro 
advertiu:
– No que você vai a fim de ver o assalto, eles 
assaltam sua caixa.
Ele nem escutou. Então os passageiros tam-
bém acharam de bom alvitre abandonar o ve-
ículo, na ânsia de saber, que vem movendo o 
homem, desde a idade da pedra até a idade 
do módulo lunar.
Outros ônibus pararam, a rua entupiu. 
– Melhor. Todas as ruas estão bloqueadas. 
Assim eles não podem dar no pé.
– É uma mulher que chefia o bando!
– Já sei. A tal dondoca loura.
– A loura assalta em São Paulo. Aqui é a mo-
rena.
– Uma gorda. Está de metralhadora. Eu vi.
– Minha Nossa Senhora, o mundo tá virado!
– Vai ver que está é caçando marido.
– Não brinca numa hora dessas. Olha aí san-
gue escorrendo! 
– Sangue nada, tomate.
Na confusão, circularam notícias diversas. 
O assalto fora a uma joalheria, as vitrinas 
tinham sido esmigalhadas a bala. E havia 
joias pelo chão, braceletes, relógios. O que os 
bandidos não levaram, na pressa, era agora 
objeto de saque popular. Morreram no míni-
mo duas pessoas, e três estavam gravemente 
feridas.
Barracas derrubadas assinalavam o ímpeto 
da convulsão coletiva. Era preciso abrir ca-
minho a todo custo. No rumo do assalto, para 
ver, e no rumo contrário, para escapar. Os 
grupos divergentes chocavam-se, e às vezes 
trocavam de direção: quem fugia dava mar-
cha à ré, quem queria espiar era arrastado 
pela massa oposta. Os edifícios de aparta-
mentos tinham fechado suas portas, logo 
que o primeiro foi invadido por pessoas que 
pretendiam, ao mesmo tempo, salvar o pelo 
e contemplar lá de cima. Janelas e balcões 
apinhados de moradores, que gritavam:
– Pega! Pega! Correu pra lá!
14
– Olha ela ali!
– Eles entraram na kombi ali adiante!
– É um mascarado! Não, são dois mascara-
dos!
Ouviu-se nitidamente o pipocar de uma 
metralhadora, a pequena distância. Foi um 
deitar-no-chão geral, e como não havia es-
paço, uns caíam por cima de outros. Cessou o 
ruído. Voltou. Que assalto era esse, dilatado 
no tempo, repetido, confuso?
– Olha o diabo daquele escurinho tocando 
matraca! E a gente com dor de barriga, pen-
sando que era metralhadora!
Caíram em cima do garoto, que soverteu na 
multidão. A senhora gorda apareceu, muito 
vermelha, protestando sempre:
– É um assalto! Chuchu por aquele preço é 
um verdadeiro assalto!
(ANDRADE, Carlos Drummond. Assalto. In: Para gostar 
de ler. Vol. 3. SÃO PAULO: Ática, 1979. p. 12-14.) 
Em relação à acentuação gráfica, leia e anali-
se as seguintes afirmações:
I. As palavras notícias, relógio, ânsia e con-
trário são acentuadas por serem paroxíto-
nas e terminarem em ditongo.
II. Os vocábulos pé, lá, aí e já recebem acen-
to tônico por serem monossílabos tôni-
cos.
III. As palavras veículo, módulo, ímpeto e 
ônibus recebem acento gráfico por serem 
proparoxítonas.
Assinale a alternativa CORRETA. 
a) Apenas as afirmações I e III são verdadeiras. 
b) Apenas a afirmação II é verdadeira. 
c) Apenas as afirmações I e II são verdadeiras. 
d) Apenas as afirmações II e III são verdadeiras. 
e) Todas as afirmações são verdadeiras. 
 7. (UFRGS) No século XV, viu-se a Europa in-
vadida por uma raça de homens que, vin-
dos ninguém sabe de onde, se espalharam 
em bandos por todo o seu território. Gente 
inquieta e andarilha, deles afirmou Paul de 
Saint-Victor que era mais fácil predizer o 
........ das nuvens ou dos gafanhotos do que 
seguir as pegadas da sua invasão. Uns riso-
nhos despreocupados: passavam a vida es-
quecidos do passado e descuidados do futu-
ro. Cada novo dia era uma nova aventura em 
busca do escasso alimento para os manter 
naquela jornada. Trajo? No mais completo 
........: ........ sujos e puídos cobriam-lhes os 
corpos queimados do sol. Nômades, aventu-
reiros, despreocupados – eram os boêmios.
Assim nasceu a semântica da palavra boê-
mio. O nome gentílico de 9Boêmia passou a 
aplicar-se ao 8indivíduo despreocupado, de 
existência irregular, relaxado no vestuário, 
vivendo ao 11deus-dará, à toa, na vagabun-
dagem alegre. 12Daí também o substantivo 
boêmia. Na definição de Antenor Nascentes: 
vida despreocupada e alegre, vadiação, es-
túrdia, vagabundagem. Aplicou-se depois o 
termo, especializadamente, à vida desorde-
nada e sem preocupações de artistas e escri-
tores mais dados aos prazeres da noite que 
aos trabalhos do dia. Eis um exemplo clássico 
do que se chama degenerescência semântica. 
De limpo gentílico – natural ou habitante da 
Boêmia – boêmio acabou carregado de todas 
essas conotações desfavoráveis. 
A respeito do substantivo boêmia, vale dizer 
que a forma de uso, ao menos no Brasil, é 
boemia, acento tônico em -mi-. E é natural 
que assim seja, considerando-se que -ia é 
sufixo que exprime condição, estado, ocu-
pação. Conferir: alegria, anarquia, barbaria, 
rebeldia, tropelia, pirataria... Penso que so-
bretudo palavras como folia e orgia devem 
ter influído na fixação da tonicidade de bo-
emia. Notar também o par abstêmio/abste-
mia. Além do mais, a prosódia boêmia estava 
prejudicada na origem pelo nome 10próprio 
Boêmia: esses boêmios não são os que vivem 
na Boêmia... 
(LUFT, Celso Pedro. Boêmios, Boêmia e boemia. In: O 
romance das palavras. São Paulo: Ática, 1996. p. 30-31.) 
Considere os pares de palavras abaixo.
1. puídos (ref. 7) e indivíduo (ref. 8) 
2. Boêmia (ref. 9) e próprio (ref. 10) 
3. deus-dará (ref. 11) e Daí (ref. 12)
Em quais pares as palavras respeitam a mes-
ma regra de acentuação ortográfica? 
a) Apenas 1. 
b) Apenas 2. 
c) Apenas 3. 
d) Apenas 1 e 2. 
e) Apenas 1 e 3. 
 8. (COL. Naval) Quando a rede vira um vício
Com o titulo “Preciso de ajuda”, fez-se um 
desabafo aos integrantes da comunidade Vi-
ciados em Internet Anônimos: “Estou muito 
dependente da web, Não consigo mais viver 
normalmente. Isso é muito sério”. Logo ob-
teve resposta de um colega de rede. “Estou 
na mesma situação. Hoje, praticamente vivo 
em frente ao computador. Preciso de ajuda.” 
O diálogo dá a dimensão do tormento pro-
vocado pela dependência em Internet, um 
mal que começa a ganhar relevo estatístico, 
à medida que o uso da própria rede se disse-
mina. Segundo pesquisas recém-conduzidas 
pelo Centro de Recuperação para Dependên-
cia de Internet, nos Estados Unidos, a parce-
la de viciados representa, nos vários países 
estudados, de 5% (como no Brasil) a 10% 
dos que usam a web – com concentração na 
faixa dos 15 aos 29 anos. Os estragos são 
enormes. Como ocorre com um viciado em 
15
álcool ou em drogas, o doente desenvolve 
uma tolerância que, nesse caso, o faz ficar 
on-line por uma eternidade sem se dar conta 
do exagero. Ele também sofre de constantes 
crises de abstinência quando está desconec-
tado, e seu desempenho nas tarefas de na-
tureza intelectual despenca. Diante da tela 
do computador, vive, aí sim, momentos de 
rara euforia. Conclui uma psicóloga america-
na: “O viciado em internet vai, aos poucos, 
perdendo os elos com o mundo real até de-
sembocar num universo paralelo – e comple-
tamente virtual”.
Não é fácil detectar o momento em que al-
guém deixa de fazer uso saudável e produ-
tivo da rede para estabelecer com ela uma 
relação doentia, como a que se revela nas 
histórias relatadas ao longo desta reporta-
gem.Em todos os casos, a internet era ape-
nas “útil” ou “divertida” e foi ganhando um 
espaço central, a ponto de a vida longe da 
rede ser descrita agora como sem sentido. 
Mudança tão drástica se deu sem que os pais 
atentassem para a gravidade do que ocorria. 
“Como a internet faz parte do dia a dia dos 
adolescentes e o isolamento é um compor-
tamento típico dessa fase da vida, a famí-
lia raramente detecta o problema antes de 
ele ter fugido ao controle”, diz um psiquia-
tra. A ciência, por sua vez, já tem bem ma 
peados os primeiros sintomas da doença. De 
saída, o tempo na internet aumenta – até 
culminar, pasme-se, numa rotina de catorze 
horas diárias, de acordo com o estudo ame-
ricano. As situações vividas na rede passam, 
então, a habitar mais e mais as conversas. 
É típico o aparecimento de olheiras profun-
das e ainda um ganho de peso relevante, re-
sultado da frequente troca de refeições por 
sanduíches – que prescindem de talheres e 
liberam uma das mãos para o teclado. Grada-
tivamente, a vida social vai se extinguindo. 
Alerta outra psicóloga: “Se a pessoa começa 
a ter mais amigos na rede do que fora dela, 
é um sinal claro de que as coisas não vão 
bem”.
Os jovens são, de longe, os mais propensos a 
extrapolar o uso da internet. Há uma razão 
estatística para isso – eles respondem por 
até 90% dos que navegam na rede, a maior 
fatia –, mas pesa também uma explicação de 
fundo mais psicológico, à qual uma recen-
te pesquisa lança luz. Algo como 10% dos 
entrevistados (viciados ou não) chegam a 
atribuir à internet uma maneira de “aliviar 
os sentimentos negativos”, tão típicos de 
uma etapa em que afloram tantas angústias 
e conflitos. Na rede, os adolescentes sentem-
-se ainda mais à vontade para expor suas 
ideias. Diz um outro psiquiatra: “Num mo-
mento em que a própria personalidade está 
por se definir, a internet proporciona um 
ambiente favorável para que eles se expres-
sem livremente”. No perfil daquela minoria 
que, mais tarde, resvala no vicio se vê, em 
geral, uma combinação de baixa autoestima 
com intolerância à frustração. Cerca de 50% 
deles, inclusive, sofrem de depressão, fobia 
social ou algum transtorno de ansiedade. É 
nesse cenário que os múltiplos usos da rede 
ganham um valor distorcido. Entre os que já 
têm o vicio, a maior adoração é pelas redes 
de relacionamento e pelos jogos on-line, so-
bretudo por aqueles em que não existe noção 
de começo, meio ou fim.
Desde 1996, quando se consolidou o pri-
meiro estudo de relevo sobre o tema, nos 
Estados Unidos, a dependência em internet 
é reconhecida – e tratada – como uma doen-
ça. Surgiram grupos especializados por toda 
parte. “Muita gente que procura ajuda ainda 
resiste à ideia de que essa é uma doença”, 
conta um psicólogo. O prognóstico é bom: 
em dezoito semanas de sessões individuais e 
em grupo, 80% voltam a níveis aceitáveis de 
uso da internet. Não seria factível, tampou-
co desejável, que se mantivessem totalmente 
distantes dela, como se espera, por exemplo, 
de um alcoólatra em relação à bebida. Com a 
rede, afinal, descortina-se uma nova dimen-
são de acesso às informações, à produção de 
conhecimento e ao próprio lazer, dos quais, 
em sociedades modernas, não faz sentido se 
privar. Toda a questão gira em torno da dose 
ideal, sobre a qual já existe um consenso 
acerca do razoável: até duas horas diárias, 
no caso de crianças e adolescentes. Quanto 
antes a ideia do limite for sedimentada, me-
lhor. Na avaliação de uma das psicólogas, “Os 
pais não devem temer o computador, mas, 
sim, orientar os filhos sobre como usá-lo de 
forma útil e saudável”. Desse modo, reduz-
-se drasticamente a possibilidade de que, no 
futuro, eles enfrentem o drama vivido hoje 
pelos jovens viciados.
(Silvia Rogar e João Figueiredo. In: Revista 
Veja, 24 de março de 2010.) 
Assinale a opção cujas palavras são, respec-
tivamente, acentuadas pela mesma justifi-
cativa das que aparecem destacadas em “Na 
avaliação de uma das psicólogas, ‘os pais não 
devem temer o computador, mas, sim, orien-
tar os filhos sobre como usá-lo de forma útil 
e saudável’.” (4° parágrafo) 
a) Família, incluí-lo, saída. 
b) Prognóstico, atrás, fútil. 
c) Plausível, alguém, factível. 
d) Alcoólatra, razoável, vício. 
e) Múltiplos, amá-la, intolerância. 
16
 9. (UFRGS) Darwin passou quatro meses no 
Brasil, em 1832, durante a sua 2célebre via-
gem a bordo do Beagle. Voltou impressiona-
do com o que viu: “5Delícia é um termo 17in-
suficiente para exprimir as emoções sentidas 
por um naturalista a 8sós com a natureza em 
uma floresta brasileira”, escreveu. O Brasil, 
11porém, aparece de forma menos 21idílica 
em seus escritos: “Espero nunca mais voltar 
a um 12país escravagista. O estado da enorme 
população escrava deve preocupar todos os 
que chegam ao Brasil. Os senhores de escra-
vos querem ver o negro romo outra espécie, 
mas temos todos a mesma origem.”
Em vez do gorjeio do 6sabiá, o que Darwin 
guardou nos ouvidos foi um som 3terrível 
que o acompanhou por toda a vida: “13Até 
hoje, se eu ouço um grito, lembro-me, com 
dolorosa e clara memória, de quando pas-
sei numa casa em Pernambuco e ouvi urros 
14terríveis. Logo entendi que era algum po-
bre escravo que estava sendo torturado,”
Segundo o 4biólogo Adrian Desmond, “a via-
gem do Beagle, para Darwin, foi menos 41im-
portante pelos 15espécimes coletados do que 
pela 16experiência de testemunhar os horro-
res da escravidão no Brasil. De certa forma, 
ele escolheu focar na descendência comum 
do homem justamente para mostrar que to-
das as raças eram iguais e, desse modo, en-
fim, objetar àqueles que insistiam em dizer 
que os negros pertenciam a uma espécie di-
ferente e inferior à dos brancos”. Desmond 
acaba de lançar um estudo que mostra a pai-
xão abolicionista do cientista, revelada por 
seus 7diários e cartas pessoais. “A extensão 
de seu interesse no combate à ciência de 
cunho racista 9é surpreendente, e pudemos 
detectar um ímpeto moral por 10trás de seu 
trabalho sobre a evolução humana – uma 
crença na ‘irmandade racial’ que tinha ori-
gem em seu ódio ao escravismo e que o levou 
a pensar numa descendência comum.”
(HAAG, C. O elo perdido tropical. Pesquisa 
FAPESP, n. 159, p. 80 - 85, maio 2009.) 
Assinale a alternativa em que as três pala-
vras são acentuadas graficamente pela mes-
ma razão. 
a) célebre (ref. 2) - terrível (ref. 3) - biólogo 
(ref. 4) 
b) Delícia (ref. 5) - sabiá (ref. 6) - diários (ref. 7) 
c) sós (ref. 8) - é (ref. 9) - trás (ref. 10) 
d) porém (ref. 11) - país (ref. 12) - Até (ref. 13) 
e) terríveis (ref. 14) - espécimes (ref. 15) - ex-
periência (ref. 16) 
 10. (EPCAR) QUARTO DE DESPEJO
“O grito da favela que tocou a consciência do 
mundo inteiro”
2 de MAIO de 1958. Eu não sou indolente. Há 
tempos que eu pretendia fazer o meu diario. 
Mas eu pensava que não tinha valor e achei 
que era perder tempo.
...Eu fiz uma reforma para mim. Quero tratar 
as pessoas que eu conheço com mais aten-
ção. Quero enviar sorriso amavel as crianças 
e aos operarios.
...Recebi intimação para comparecer as 8 ho-
ras da noite na Delegacia do 12. Passei o dia 
catando papel. A noite os meus pés doiam 
tanto que eu não podia andar.
Começou chover. Eu ia na Delegacia, ia le-
var o José Carlos. A intimação era para ele. O 
José Carlos tem 9 anos.
3 de MAIO. ...Fui na feira da Rua Carlos de 
Campos, catar qualquer coisa. Ganhei bas-
tante verdura. Mas ficou sem efeito, porque 
eu não tenho gordura. Os meninos estão ner-
vosos por não ter o que comer.
6 de MAIO. De manhã não fui buscar agua. 
Mandei o João carregar. Eu estava contente. 
Recebi outra intimação. Eu estava inspira-
da e os versos eram bonitos e eu esqueci de 
ir na Delegacia. Era 11 horas quando eu re-
cordei do convite do ilustre tenente da 12ª 
Delegacia.
...o que eu aviso aos pretendentes a política, 
é que o povo não tolera a fome. É preciso co-
nhecer a fome para saber descrevê-la.
Estão construindo um circo aqui na Rua Ara-
guaia, Circo Theatro Nilo.
9 de MAIO. Eu cato papel, masnão gosto. 
Então eu penso: Faz de conta que estou so-
nhando.
10 de MAIO. Fui na Delegacia e falei com o 
Tenente. Que homem amavel! Se eu soubesse 
que ele era tão amavel, eu teria ido na Dele-
gacia na primeira intimação.
(...) O Tenente interessou-se pela educação 
dos meus filhos. Disse-me que a favela é um 
ambiente propenso, que as pessoas tem mais 
possibilidades de delinquir do que tornar-se 
util a patria e ao país. Pensei: se ele sabe 
disso, porque não faz um relatorio e envia 
para os politicos? O Senhor Janio Quadros, o 
Kubstchek, e o Dr Adhemar de Barros? Agora 
falar para mim, que sou uma pobre lixeira. 
Não posso resolver nem as minhas dificul-
dades.(...) O Brasil precisa ser dirigido por 
uma pessoa que já passou fome. A fome tam-
bem é professora. Quem passa fome aprende 
a pensar no proximo e nas crianças.
11 de MAIO. Dia das mães. O céu está azul 
e branco. Parece que até a natureza quer 
homenagear as mães que atualmente se 
17
sentem infeliz por não realizar os desejos 
de seus filhos. (...) O sol vai galgando. Hoje 
não vai chover. Hoje é o nosso dia. (...) A 
D. Teresinha veio visitar-me. Ela deu-me 15 
cruzeiros. Disse-me que era para a Vera ir 
no circo. Mas eu vou deixar o dinheiro para 
comprar pão amanhã, porque eu só tenho 4 
cruzeiros.(...) Ontem eu ganhei metade da 
cabeça de um porco no frigorifico. Comemos 
a carne e guardei os ossos para ferver. E com 
o caldo fiz as batatas. Os meus filhos estão 
sempre com fome. Quando eles passam mui-
ta fome eles não são exigentes no paladar. 
(...) Surgiu a noite. As estrelas estão ocultas. 
O barraco está cheio de pernilongos. Eu vou 
acender uma folha de jornal e passar pelas 
paredes. É assim que os favelados matam 
mosquitos.
13 de MAIO. Hoje amanheceu chovendo. É 
um dia simpatico para mim. É o dia da Abo-
lição. Dia que comemoramos a libertação 
dos escravos. Nas prisões os negros eram os 
bodes expiatorios. Mas os brancos agora são 
mais cultos. E não nos trata com desprezo.
Que Deus ilumine os brancos para que os pre-
tos sejam feliz. (...) Continua chovendo. E eu 
tenho só feijão e sal. A chuva está forte. Mes-
mo assim, mandei os meninos para a esco-
la. Estou escrevendo até passar a chuva para 
mim ir lá no Senhor Manuel vender os ferros. 
Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz 
e linguiça. A chuva passou um pouco. Vou 
sair. (...) Eu tenho dó dos meus filhos. Quan-
do eles vê as coisas de comer eles brada: Viva 
a mamãe!. A manifestação agrada-me. Mas 
eu já perdi o habito de sorrir. Dez minutos 
depois eles querem mais comida. Eu man-
dei o João pedir um pouquinho de gordura a 
Dona Ida. Mandei-lhe um bilhete assim:
“Dona Ida peço-te se pode me arranjar um 
pouquinho de gordura, para eu fazer sopa 
para os meninos. Hoje choveu e não pude ca-
tar papel. Agradeço. Carolina”
(...) Choveu, esfriou. É o inverno que chega. 
E no inverno a gente come mais. A Vera co-
meçou a pedir comida. E eu não tinha. Era 
a reprise do espetaculo. Eu estava com dois 
cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de 
farinha para fazer um virado. Fui pedir um 
pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a 
banha e arroz. Era 9 horas da noite quando 
comemos.
E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava 
contra a escravatura atual – a fome!
(DE JESUS, Carolina Maria. Quarto de Despejo.) 
Pode-se afirmar que um recorrente problema 
encontrado no texto, no que se refere ao uso 
da língua padrão, está relacionado à acen 
tuação gráfica. Assinale a alternativa em que 
esse fato NÃO ocorre. 
a) “...as pessoas tem mais possibilidades de de-
linquir...” 
b) “Pretendia comprar um pouco de farinha 
para fazer um virado.” 
c) “Nas prisões os negros eram os bodes expia-
torios.” 
d) “...os meus pés doiam tanto que eu não po-
dia andar.”
E.O. COmplEmEntAr
 1. (IFSUL) Crônica parafraseada de uma Síria 
em guerra
Ela abre os olhos. Não fosse o cheiro horrível 
de morte, o silêncio seria até agradável, mas 
o olfato a lembra que não há paz – nem pes-
soas, vizinhos, crianças. A trégua na manhã-
zinha não traz esperança. Tão somente lhe 
permite descansar o corpo, mas não a mente. 
As lembranças da noite anterior ainda pro-
duzem sobressaltos. Bombas, casas caindo e 
soldados gritando.
Levanta-se, bebe o pouco da água que restou 
do copo ao lado da cama. Já não é tão lim-
pa, nem farta como antes. Sempre um gosto 
amargo misturado com 
Abre a geladeira, e só encontra comida enla-
tada e congelada. E mesmo não tão congela-
da assim, já que os cortes diários de eletrici-
dade derretem as camadas de gelo.
Os sobrinhos ainda dormem, e ela tenta orar. 
Não consegue. A mente desconcentra-se fa-
cilmente. Em uma prece fragmentada, pede 
a Deus descanso e trégua. E faz a oração sem 
pensar muito. Não precisa; é a mesma oração 
das últimas semanas.
Ela não quer sair de casa. Não é teimosia, 
é falta de opção. “Para onde ir?”, pergunta, 
com uma voz desesperançosa. Está tão con-
fusa que não consegue imaginar saídas.
Nem a piedade de enterrar os mortos o go-
verno permite. Cadáveres estão espalhados 
pelas ruas. As forças de Assad 3impediram de 
sepultar ou mesmo remover os restos mor-
tais. Ou seja, mesmo viva, ela não tem como 
fugir da morte escancarada diante de seus 
olhos. Não é fácil acreditar na vida, quando 
a realidade grita o contrário.
Se não podem sepultar os mortos, os sobre-
viventes tentam ao menos ajudar a curar as 
feridas dos machucados. Não podem levá-los 
aos hospitais da cidade, já que há um medo 
generalizado de que o governo prenda os fe-
ridos como se fossem prisioneiros de guerra. 
Resta improvisar atendimento nos campos. 
Não bastasse a precariedade do atendimen-
to, não há medicamentos suficientes.
Rebeca, de 32 anos, é trabalhadora autôno-
ma. Ou melhor, 4era. Agora já não sabe mais 
o que é e o que faz em sua cidade Damasco, 
capital da Síria.
18
Crônica parafraseada do depoimento de uma 
moradora da capital da Síria (identificada 
apenas pela letra “R”) ao jornal Folha de 
São Paulo, de quarta-feira, dia 25. A Síria 
está em revolta há 16 meses contra a dita-
dura de Bashar al-Assad. Nos últimos dias, o 
confronto contra os rebeldes se acirrou e as 
mortes aumentaram. 
(Disponível em: <http://ultimato.com.br/sites/
fatosecorrelatos/2012/07/26/cronica-parafraseada-de-
uma-siria-em-guerra/>. Acesso em: 14 set. 2015.)
Sobre a acentuação gráfica, são feitas as se-
guintes afirmações: 
I. As palavras horrível, agradável e fácil se-
guem a regra de acentuação gráfica das 
oxítonas. 
II. Os vocábulos só, há e já recebem acento 
gráfico em decorrência de regras distin-
tas. 
III. A presença ou a ausência do acento grá-
fico na palavra e é determinante para a 
classificação gramatical desse vocábulo. 
IV. As palavras levá-las, diários, contrário se-
guem a regra de acentuação gráfica das 
paroxítonas. 
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s) 
a) I, III e IV apenas. 
b) II e IV apenas. 
c) I, II, III e IV. 
d) III apenas. 
 2. (ESPCEX) Assinale a alternativa cujo vocá-
bulo só pode ser empregado com acento grá-
fico. 
a) Diálogo 
b) Até 
c) Análogo 
d) É 
e) Música 
 3. (IFAL) À beira da extinção, ave saíra-apu-
nhalada tem rara chance de se recuperar na 
natureza
A saíra-apunhalada (o nome faz referên-
cia à mancha vermelha no peito do pássa-
ro, que se assemelha a uma “punhalada”) é 
uma ave simpática de dez centímetros, com 
plumagem branca e cinza. A alcunha, que 
na origem só fazia referência ao visual da 
espécie, agora serve bem como indicação 
simbólica do perigo pelo qual passa a saíra: 
estimativas indicam que só existem 50 delas 
na natureza. Para protegê-la, ONGs e órgãos 
ambientalistas do governo lutam para que 
seja criada uma reserva florestal de 5 mil 
hectares na região serrana capixaba.
A saíra-apunhalada vive em bandos e se ali-
menta de pequenos insetos e frutos. Ela vive 
no alto de florestas da Mata Atlântica, e está 
aí a sua maior fraqueza, já que dessa vege-
tação foi destruída pelo homem. A ave, que 
também era encontrada em Minas Gerais, 
hoje só pode ser vistano Espírito Santo.
“A extinção está associada à destruição se-
cular da Mata Atlântica, porque a espécie só 
sobrevive em florestas muito bem conser-
vadas”, diz o biólogo Edson Ribeiro Luiz, 
coordenador de projetos da SAVE Brasil, ONG 
ligada à Bird Life International, que tem 
como foco a proteção das aves brasileiras. 
“Em território capixaba, onde existe apenas 
um bloco de vegetação preservado, elas ten-
dem a ficar ilhadas.”
A luta para proteger a ave ganhou força no 
mês passado, quando aconteceu no Estado o 
Avistar, principal evento de observação de 
pássaros do país. Tendo na saíra-apunhalada 
o seu símbolo, a festa foi o incentivo que 
faltava para que o Instituto Estadual de Meio 
Ambiente (IEMA) estabelecesse o prazo de 
março de 2016 para a constituição da re-
serva. A decisão final, porém, continua nas 
mãos do governo.
(Disponível em: <http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/
ambientalistaspressionam- governo-capixaba-a-proteger-
ave-sairaapunhalada>. Acesso em: 13/11/2015.) 
Quanto à acentuação das palavras, assinale a 
afirmação verdadeira. 
a) Os vocábulos “é”, “já” e “só” recebem acento 
por constituírem monossílabos tônicos fe-
chados. 
b) As palavras “saíra”, “destruída” e “aí” acen-
tuam-se pela mesma razão. 
c) Acentuam-se “simpática”, “centímetros”, 
“simbólica” porque todas as paroxítonas são 
acentuadas. 
d) A palavra “tendem” deveria ser acentuada 
graficamente, como “também” e “porém”. 
e) O nome “Luiz” deveria ser acentuado gra-
ficamente, pela mesma razão que a palavra 
“país”. 
 4. (IFSUL) 
Texto 1 
O PREÇO DE SER DE VERDADE
Fernanda Pinho 
Acabei de ler um livro que me marcou bas-
tante. Chama-se “A Extraordinária Garota 
Chamada Estrela”, do autor Jerry Spinelli. 
Estrela tem um rato de estimação, fica fe-
liz quando seu time faz cesta no basquete 
(mas quando o outro time pontua, também), 
distribui cartões de aniversários para desco-
nhecidos, usa as roupas de que gosta (e isso 
pode ser um vestido que esteve na moda du-
zentos anos atrás), tenta trazer um pouco de 
19
alegria tirando canções de seu ukulele que 
leva sempre a tiracolo. Num primeiro mo-
mento, junto com o impacto de sua chegada 
à escola nova, Estrela desperta simpatias. 
Afinal, este livro nada mais é que uma deli-
cada e verdadeira metáfora da vida. 
E a princípio somos assim. Grandes admi-
radores da autenticidade. Capazes de fazer 
discursos inflamados defendendo a liberda-
de de cada um fazer o que quiser, respei-
tar as próprias convicções, seguir o que seu 
coração manda, persistir nos seus sonhos, 
manter relações com quem se sente à von-
tade, construir seu próprio caminho. Lindo, 
maravilhoso. Se ficar só no discurso, melhor 
ainda.
Porque, em algum momento, Estrela vai le-
vantar suspeitas. “Ninguém pode ser tão le-
gal assim”. E da suspeita para a rejeição se 
passa num piscar de olhos. Por que ninguém 
pode ser “tão legal assim”? Porque ser legal 
demais implica ser diferente e a gente pode 
até admirar pessoas que fazem tudo o que 
“dá na telha”, desde que mantenham uma 
distância de segurança de nós, por favor. 
E, veja bem, quando eu falo de gente que 
faz tudo o que “dá na telha”, eu não estou 
me referindo a nada que possa machucar ou 
prejudicar o outro de alguma forma. Estou 
falando de atitudes inocentes, mas que, por 
sair da previsibilidade, são tratadas quase 
como se fossem atos imperdoáveis.
Gente que dança como se ninguém estives-
se olhando, que ignora a uniformização das 
vitrines e faz a própria moda, que se recusa 
a fazer social em ambientes inóspitos, que 
fala a verdade quando questionada, que dá 
abraços de dez minutos, que ri na hora que 
tem vontade de rir, que chora na hora que 
tem vontade de chorar, que fala “eu te amo” 
quando sente que ama, que escolheu não 
perder tempo com quem lhe faz mal, que 
muda o rumo da própria vida, que ignora 
as etiquetas e as convenções. Sabe essa gen-
te louca, sem noção, desvairada, sem juízo, 
perturbada? Então, elas não são nada disso. 
São apenas pessoas autênticas e verdadeiras, 
que se respeitam muito (e só quem se res-
peita muito é capaz de respeitar o outro). 
Elas não estão fazendo nada de mau. Nada 
que irá prejudicar você ou quem quer que 
seja. E por que te incomodam tanto? Bom, 
apenas optaram optaram por fazer o que ti-
nham vontade, e não o que você, preso em 
seu mundo limitado e previsível, esperava. 
(Disponível em: <http://www.cronicadodia.com.
br/2014/10/o-preco-de-ser-de-verdade-fernanda-
pinho.html>. Acesso em: 7 abr. 2015.)
Texto 2 
COMO NASRUDIN CRIOU A VERDADE 
Nasrudin (Khawajah Nasr Al-Din) 
– As leis não fazem com que as pessoas fi-
quem melhores – disse Nasrudin ao rei.
– Elas precisam, antes, praticar certas coisas 
de maneira a entrar em sintonia com a ver-
dade interior, que se assemelha apenas leve-
mente à verdade aparente. O rei, no entanto, 
decidiu que ele poderia, sim, fazer com que 
as pessoas observassem a verdade, que po-
deria fazê-las observar a autenticidade – e 
assim o faria. O acesso a sua cidade dava-se 
através de uma ponte. Sobre ela, o rei orde-
nou que fosse construída uma forca. Quando 
os portões foram abertos, na alvorada do dia 
seguinte, o chefe da guarda estava a postos 
em frente de um pelotão para testar todos os 
que por ali passassem. Um edital fora ime-
diatamente publicado: “Todos serão interro-
gados. Aquele que falar a verdade terá seu 
ingresso na cidade permitido. Caso mentir, 
será enforcado". Nasrudin, na ponte entre 
alguns populares, deu um passo à frente e 
começou a cruzar a ponte. 
– Aonde o senhor pensa que vai? – pergun-
tou o chefe da guarda.
– Estou a caminho da forca – respondeu Nas-
rudin, calmamente. – Não acredito no que 
está dizendo! 
– Muito bem, se eu estiver mentindo, pode 
me enforcar.
– Mas se o enforcarmos por mentir, faremos 
com que aquilo que disse seja verdade! 
– Isso mesmo – respondeu Nasrudin, sentin-
do-se vitorioso. – Agora vocês já sabem o que 
é a verdade: é apenas a sua verdade.
(Disponível em: <http://metaforas.com.br/como-
nasrudin-criou-a-verdade>. Acesso em: 14 abr.2015.)
Nos textos 1 e 2, aparecem várias palavras 
acentuadas graficamente.
Em que alternativa as palavras seguem a re-
gra de acentuação das oxítonas? 
a) terá, juízo, ninguém. 
b) fazê-las, através, será. 
c) vocês, construída, previsível. 
d) imperdoáveis, metáfora, você. 
 5. (IFAL) COMO PREVENIR A VIOLÊNCIA DOS 
ADOLECENTES 
“(...) Quando deparo com as notícias sobre 
crimes hediondos envolvendo adolescen-
tes, como o ocorrido com Felipe Silva Caffé 
e Liana Friedenbach, fico profundamente 
triste e constrangida. Esse caso é consequ-
ência da baixa valorização da prevenção pri-
mária da violência por meio das estratégias 
20
cientificamente comprovadas, facilmente 
replicáveis e definitivamente muito mais 
baratas do que a recuperação de crianças e 
adolescentes que comentem atos infracio-
nais graves contra a vida.
Talvez seja porque a maioria da população 
não se deu conta e os que estão no poder nos 
três níveis não estejam conscientes de seu 
papel histórico e de sua responsabilidade le-
gal de cuidar do que tem de mais importante 
à nação: as crianças e os adolescentes, que 
são o futuro do país e do mundo.
A construção da paz e a prevenção da violên-
cia dependem de como promovemos o desen-
volvimento físico, social, mental, espiritual e 
cognitivo das nossas crianças e adolescentes, 
dentro do seu contexto familiar e comunitá-
rio. Trata-se, portanto, de uma ação inter-
setorial, realizada de maneira sincronizada 
em cada comunidade, com a participação das 
famílias, mesmo que estejam incompletas ou 
desestruturadas (...)”
“(...) Em relação às crianças e adolescentes 
que cometeram infrações leves ou modera-
das – que deveriam ser mais bem expressas 
– seu tratamento para a cidadania deveria 
ser feito com instrumentos bem elaborados e 
colocados em prática, na família ou próxima 
dela, com acompanhamento multiprofissio-
nal, desobstruindo as penitenciárias, verda-
deiras universidades do crime.(...)”
“(...) A prevenção primária da violência ini-
cia-se com a construção de um tecido social 
saudável e promissor, que começa antes do 
nascer, com um bom pré-natal, parto de qua-
lidade, aleitamento materno exclusivo até 
seis meses e o complemento até mais de um 
ano, vacinação, vigilância nutricional, edu-
cação infantil, principalmente propiciando o 
desenvolvimento e o respeito à fala da crian-
ça, o canto, a oração, o brincar, o andar, o 
jogar; uma educação para a paz e a nãovio-
lência.
A pastoral da criança, que em 2003 comple-
ta 20 anos, forma redes de ação para mul-
tiplicar o saber e a solidariedade junto às 
famílias pobres do país, por meio de mais de 
230 mil voluntários, e acompanhou no ter-
ceiro trimestre deste ano cerca de 1,7 milhão 
de crianças menores de seis anos e 80 mil 
gestantes, de mais de 1,2 milhão de famí-
lias, que moram em 34.784 comunidades de 
3.696 municípios do país.
O Brasil é o país que mais reduziu a mortali-
dade infantil nos últimos dez anos; isso, sem 
dúvida, é resultado da organização e univer-
salização dos serviços de saúde pública, da 
melhoria da atenção primária, com todas as 
limitações que o SUS possa ainda possuir, 
da descentralização e municipalização dos 
recursos e dos serviços de saúde. A intensa 
luta contra a mortalidade infantil, a desnu-
trição e a violência intrafamiliar contou com 
a contribuição dessa enorme rede de solida-
riedade da Pastoral da Criança. (...)”
“(...) A segunda área da maior importância 
nessa prevenção primária da violência envol-
vendo crianças e adolescentes é a educação, 
a começar pelas creches, escolas infantis e 
de educação fundamental e de nível médio, 
que devem valorizar o desenvolvimento do 
raciocínio e a matemática, a música, a arte, o 
esporte e a prática da solidariedade humana.
As escolas nas comunidades mais pobres 
deveriam ter dois turnos, para darem con-
ta da educação integral das crianças e dos 
adolescentes; deveriam dispor de equipes 
multiprofissionais atualizadas e capacitadas 
a avaliar periodicamente os alunos. Urgente 
é incorporar os ministérios do Esporte e da 
Cultura às iniciativas da educação, com ati-
vidades em larga escala e simples, baratas, 
facilmente replicáveis e adaptáveis em todo 
o território nacional. (...)”
“(...) Com relação à idade mínima para a 
maioridade penal, deve permanecer em 18 
anos, prevista pelo Estatuto da Criança e do 
Adolescente e conforme orientações da ONU. 
Mas o tempo máximo de três anos de reclu-
são em regime fechado, quando a criança ou 
o adolescente comete crime hediondo, mes-
mo em locais apropriados e com tratamento 
multiprofissional, que urgentemente preci-
sam ser disponibilizados, deve ser revisto. 
Três anos, em muitos casos, podem ser ab-
solutamente insuficientes para tratar e pre-
parar os adolescentes com graves distúrbios 
para a convivência cidadã. (...)”
(Zilda Arns Neumann, 69, médica pediatra e sanitarista; 
foi fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da 
Criança. Publicado em: Folha de S. Paulo, 26/11/2003.). 
Foram retiradas do texto as seguintes palavras 
acentuadas: ministérios, replicáveis, adaptá-
veis, máximo, distúrbios, convivências.
Assinale a alternativa que melhor justifica a 
acentuação gráfica. 
a) De todas as palavras destacadas, somente 
“máximo” não se insere na mesma regra de 
acentuação gráfica. 
b) Todas as palavras mencionadas seguem o 
mesmo padrão ou regra de acentuação gráfica. 
c) Com exceção de “máximo” e “convivência”, 
que são proparoxítonas, as demais palavras 
são acentuadas pelo mesmo motivo. 
d) Três regras de acentuação contemplam as 
palavras supracitadas: a das proparoxítonas, 
a das paroxítonas terminadas em ditongos e 
as que terminam em hiato, que, no caso em 
análise, trata-se da palavra “convivência”. 
e) Todas são proparoxítonas. 
21
E.O. dissErtAtivO
 1. (FGV) O artista Juan Diego Miguel apresenta 
a exposição Arte e Sensibilidade, no Museu 
Brasileiro da Escultura (MUBE) de suas obras 
que acabam de chegar no país.
Seu sentido de inovação tanto em temas como 
em materiais que elege é sempre de uma sen-
sação extraordinária para o espectador.
Juan Diego sensibiliza-se com os materiais 
que nos rodeam e lhes da vida com uma na-
turalidade impressionante, encontrando li-
berdade para buscar elementos no fauvismo 
de Henri Matisse, no cubismo de Pablo Pi-
casso e do contemporâneo de Juan Gris. Uma 
arte que está reservada para poucos.
(Exposição: de 03 de agosto à 02 de 
setembro das 10 às 19h.) 
Explique a importância da regra do acento 
diferencial, baseando-se na frase – Juan 
Diego sensibiliza-se com os materiais [...] e 
lhes da vida com uma naturalidade impres-
sionante. 
 2. (Fgv) Leia o texto.
"Cuidado com as palavras
Uma moça se preparou toda para ir ao ensaio 
de uma escola de samba.
Chegando lá, um rapaz suado pede para dan-
çar e, para não arrumar confusão, ela aceita.
Mas o rapaz suava tanto que ela já não estava 
suportando mais. Assim, ela foi se afastando 
e disse:
– Você sua, hein!!!
Ele puxou-a, lascou um beijo e respondeu:
– Também vô sê seu, princesa!!!"
(www.mundodaspiadas.com/
arquivo/2006-2-1.html. Adaptado)
a) Tendo como base a frase da moça, explique o 
que ela quis dizer e o que o rapaz entendeu.
b) Explique, do ponto de vista fonológico, o 
que gerou a interpretação do rapaz. 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
E dizem que rola um texto na internet com 
minha assinatura baixando o pau no “Big 
Brother Brasil”.
Não fui eu que escrevi.
Não poderia escrever nada sobre o “Big Bro-
ther Brasil”, a favor ou contra, porque sou 
um dos três ou quatro brasileiros que nunca 
o acompanharam.
O pouco que vi do programa, de passagem, 
zapeando entre canais, só me deixou per-
plexo: o que, afinal, atraía tanto as pessoas 
– além do voyeurismo* natural da espécie – 
numa jaula de gente em exibição?
Também me dizem que, além de textos meus 
que nunca escrevi, agora frequento a inter-
net com um Twitter.
Aviso: não tenho tuiter, não recebo tuiter, 
não sei o que é tuiter.
E desautorizo qualquer frase de tuiter atri-
buída a mim a não ser que ela seja absoluta-
mente genial. Brincadeira, mas já fui obri-
gado a aceitar a autoria de mais de um texto 
apócrifo (e agradecer o elogio) para não cau-
sar desgosto, ou até revolta. Como a daquela 
senhora que reagiu com indignação quando 
eu inventei de dizer que um texto que ela 
lera não era meu:
— É sim.
— Não, eu acho que...
— É sim senhor!
Concordei que era, para não apanhar. O 
curioso, e o assustador, é que, em textos de 
outros com sua assinatura e em tuiters fal-
sos, você passa a ter uma vida paralela den-
tro das fronteiras infinitas da internet.
É outro você, um fantasma eletrônico com 
opiniões próprias, muitas vezes antagônicas, 
sobre o qual você não tem nenhum controle,
— Olha, adorei o que você escreveu sobre o 
“Big Brother”. É isso aí!
— Não fui eu que...
— Foi sim!
(Luiz Fernando Veríssimo, http://oglobo.
globo.com, 30.01.2011. Adaptado.)
* voyeurismo: forma de curiosidade mórbida 
com relação ao que é privativo, privado ou 
íntimo. 
 3. (Uftm) 
a) O que o contraste das grafias Twitter e tui-
ter, em destaque no texto, revela sobre o 
ponto de vista do autor acerca desse meio de 
comunicação virtual?
b) É correto afirmar que o autor reage com bom 
humor e resignação diante do fato de lhe 
atribuírem a autoria de textos que não es-
creveu? Justifique, transcrevendo e comen-
tando um ou mais trechos do texto. 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
COMPOSIÇÕES INFANTIS
O comportamento
O comportamento é uma coisa que a mamãe 
diz que não suporta o meu mas eu é que não 
entendo o dela. Uma hora ela me dá uma 
porção de beijinhos, outra hora ela me põe 
de castigo o dia todo. Uma vez ela diz que eu 
sou tudo lá na vida dela, outra vez ela grita: 
"Que menino mais impossível, você vai ver 
só quando seu pai chegar!" Tem umas oca-
siões que ela chora muito porque não sabe 
mais o que fazer comigo e outras eu ouvo ela 
22
dizendo pras visitas que "o meu, felizmente, 
é muito bonzinhoe muito carinhoso." Eu já 
desconfio que a mamãe é a médica e a monstra.
http://www.memoriaviva.com.br/ocruzeiro/ O 
CRUZEIRO, 3 maio 1959. Acesso: abril 2007. 
 4. (Ufmg) REESCREVA esse texto, fazendo as 
adaptações necessárias para ajustá-lo à nor-
ma padrão da língua escrita. 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO 
O artista Juan Diego Miguel apresenta a ex-
posição Arte e Sensibilidade, no Museu Bra-
sileiro da Escultura (MUBE) de suas obras 
que acabam de chegar no país.
Seu sentido de inovação tanto em temas 
como em materiais que elege é sempre de 
uma sensação extraordinária para o espec-
tador.
Juan Diego sensibiliza-se com os materiais 
que nos rodeam e lhes da vida com uma na-
turalidade impressionante, encontrando li-
berdade para buscar elementos no fauvismo 
de Henri Matisse, no cubismo de Pablo Pi-
casso e do contemporâneo de Juan Gris. Uma 
arte que está reservada para poucos.
Exposição: de 03 de agosto à 02 de setembro das 10 às 19h. 
 5. (Fgv) Nossa língua registra as palavras "es-
pectador" e "expectador". Explique a dife-
rença de sentido dessas palavras. 
E.O. dissErtAtivAs 
(UnEsp, FUvEst, UniCAmp E UniFEsp)
 1. (Unifesp) O Museu da Língua Portuguesa 
foi inaugurado em São Paulo, em março de 
2006. Na ocasião, houve um erro num pai-
nel, conforme a imagem:
Sobre isso, Pasquale Cipro Neto escreveu:
"Na última segunda-feira, foi inaugurado 
o Museu da Língua Portuguesa. Na terça, a 
imprensa deu destaque a um erro de acen-
tuação presente num dos painéis do museu 
(grafou-se 'raiz' com acento agudo no 'i'). 
Vamos ao que conta (e que foi objeto das 
mensagens de muitos leitores): por que se 
acentua 'raízes', mas não se acentua 'raiz'?"
(www2.uol.com.br/linguaportuguesa/artigos.)
a) Considerando o contexto social, cultural e 
ideológico, por que o erro do painel teve 
grande repercussão?
b) Responda à pergunta que foi enviada ao pro-
fessor Pasquale por seus leitores. 
 2. (Unesp) A questão toma por base uma pas-
sagem do romance Canaã, de Graça Aranha 
(1868-1931), e uma tira de Henfil (1944-
1988).
CANAÃ
– Hoje – disse Milkau quando chegaram a 
um trecho desembaraçado da praia –, de-
vemos escolher o local para a nossa casa.
– Oh! não haverá dificuldade, neste deserto, 
de talhar o nosso pequeno lote... – desden-
hou Lentz.
– Quanto a mim, replicou Milkau, uma ligei-
ra inquietação de vago terror se mistura ao 
prazer extraordinário de recomeçar a vida 
pela fundação do domicílio, e pelas minhas 
próprias mãos... O que é lamentável nesta 
solenidade primitiva é a intervenção inútil 
do Estado...
– O Estado, que no nosso caso é o agrimensor 
Felicíssimo...
– Não seria muito mais perfeito que a terra e 
as suas coisas fossem propriedade de todos, 
sem venda, sem posse?
– O que eu vejo é o contrário disto. É antes a 
venalidade de tudo, a ambição, que chama a 
ambição e espraia o instinto da posse. O que 
está hoje fora do domínio amanhã será a pre-
sa do homem. Não acreditas que o próprio ar 
que escapa à nossa posse será vendido, mais 
tarde, nas cidades suspensas, como é hoje a 
terra? Não será uma nova forma da expansão 
da conquista e da propriedade?
– Ou melhor, não vês a propriedade tornar-
se cada dia mais coletiva, numa grande ânsia 
de aquisição popular, que se vai alastrando e 
que um dia, depois de se apossar dos jardins, 
dos palácios, dos museus, das estradas, se 
estenderá a tudo?... O sentimento da posse 
morrerá com a desnecessidade, com a su-
pressão da ideia da defesa pessoal, que nele 
tinha o seu repouso...
– Pois eu – ponderou Lentz –, se me fixar 
na ideia de converter-me em colono, dese-
jarei ir alargando o meu terreno, chamar a 
mim outros trabalhadores e fundar um novo 
núcleo, que signifique fortuna e domínio... 
Porque só pela riqueza ou pela força nos 
emanciparemos da servidão.
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– O meu quinhão de terra – explicou Milkau 
– será o mesmo que hoje receber; não o am-
pliarei, não me abandonarei à ambição, fica-
rei sempre alegremente reduzido à situação 
de um homem humilde entre gente simples. 
Desde que chegamos, sinto um perfeito en-
cantamento: não é só a natureza que me se-
duz aqui, que me festeja, é também a suave 
contemplação do homem. Todos mostram a 
sua doçura íntima estampada na calma das 
linhas do rosto; há como um longínquo af-
astamento da cólera e do ódio. Há em todos 
uma resignação amorosa... Os naturais da 
terra são expansivos e alvissareiros da feli-
cidade de que nos parecem os portadores... 
Os que vieram de longe esqueceram as suas 
amarguras, estão tranquilos e amáveis; não 
há grandes separações, o próprio chefe troca 
no lar o seu prestígio pela espontaneidade 
niveladora, que é o feliz gênio da sua raça. 
Vendo-os, eu adivinho o que é todo este País 
– um recanto de bondade, de olvido e de paz. 
Há de haver uma grande união entre todos, 
não haverá conflitos de orgulho e ambição, 
a justiça será perfeita; não se imolarão víti-
mas aos rancores abandonados na estrada 
do exílio. Todos se purificarão e nós também 
nos devemos esquecer de nós mesmos e dos 
nossos preconceitos, para só pensarmos nos 
outros e não perturbarmos a serenidade de-
sta vida...
(Graça Aranha. Canaã, 1996.)
 
 
Tomando como referência o sistema ortográ-
fico, explique por que o cartunista Henfil, 
ao aportuguesar, com intenção irônica, a ex-
pressão inglesa my brother, colocou o acento 
agudo em Bróder.
 3. (Unesp)
O QUE EU LHE DIZIA
Não sei se é certo ou não o que eu li outro dia,
Onde, já não me lembra, ó minha noiva ama-
da:
– “A posse faz perder metade da valia
À cousa desejada.”
Não sei se após haver saciado no meu peito,
Quando houver de possuir-te, esta ardente 
paixão,
Eu sentirei em mim, de gozo satisfeito,
Menor o coração.
Sei que te amo, e a teus pés a minh’alma 
abatida
Beija humilde e feliz o grilhão que a tortura;
Sei que te amo, e este amor é toda a minha 
vida,
Toda a minha ventura.
Talvez haja entre mim que os passos te 
acompanho,
E a abelha que a zumbir vai procurar a flor,
– Alma ou asas movendo – o mesmo fluido 
estranho, seja instinto ou amor;
Talvez o que eu presumo irradiação divina,
Minha nobre paixão, meu fervoroso afeto,
Por sua vez o sinta o verme da campina,
O inseto ao pé do inseto...
(ALBERTO DE OLIVEIRA. Poesias - segunda série. 
Rio de Janeiro: H. Garnier, 1906, p. 20-21.)
No terceiro verso da quarta estrofe, o eu-
poemático escreve “o mesmo fluido estra-
nho”. Considerando que o vocábulo “fluido” 
foi adequadamente empregado, explique por 
que o poeta não poderia ter usado a forma 
acentuada “fluído”. 
 4. (Unesp) O acolhimento que dispensou aos 
seus projetos o excelentíssimo senhor minis-
tro do Fomento Nacional, animou o russo a 
improvisar novos processos que levantassem 
a pecuária no Brasil. Xandu, com o cotovelo 
direito sobre a mesa e a mão respectiva na 
testa, considerava Bogóloff com espanto e 
enternecido agradecimento.
– Ah! Doutor! disse ele. O senhor vai dar 
uma glória imortal ao meu ministério.
– Tudo isso, Excelência, é fruto de longos e 
acurados estudos.
Xandu continuava a olhar embevecido o russo 
admirável; e este aduziu com toda convicção:
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– Por meio da fecundação artificial, Excelên-
cia, injectando germens de uma em outra 
espécie, consigo cabritos que são ao mesmo 
tempo carneiros e porcos que são cabritos ou 
carneiros, à vontade.
Xandu mudou de posição, recostou-se na ca-
deira; e, brincando com o monóculo, disse:
– Singular! O doutor vai fazer uma revolução 
nos métodos de criar! Não haverá objecções 
quanto à possibilidade, à viabilidade?
– Nenhuma, Excelência. Lido com as últimas 
descobertas da ciência e a ciência é infalível.
– Vai ser uma revolução!...
– É a mesma revolução que a química fez na 
agricultura. Penso assim há muitos anos, 
mas não me tem sido possível experimentar 
os meus processos por falta de meios; en-
tretanto, em pequena escala já fiz.
– O quê?
– Uma barata chegar ao tamanho de um rato.
– Oh! Mas... não tem utilidade.
– Não há dúvida. Uma experiência ao meu 
alcance, mas, logo que tenha meios...
– Não seja essa a dúvida. Enquanto

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