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6 ESTUDO ORIENTADOLLINGUAGENS & CÓDIGOS C © Hexag Sistema de Ensino, 2018 Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2019 Todos os direitos reservados Diretor geral Herlan Fellini Coordenador geral Raphael de Souza Motta Responsabilidade editorial, programação visual e revisão Hexag Sistema de Ensino Diretor editorial Pedro Tadeu Batista Editoração eletrônica Arthur Tahan Miguel Torres Eder Carlos Bastos de Lima Iago Kaveckis Letícia de Brito Matheus Franco da Silveira Raphael de Souza Motta Raphael Campos Silva Projeto gráfico e capa Raphael Campos Silva Foto da capa pixabay (http://pixabay.com) Impressão e acabamento Meta Solutions Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições. O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não representando qual- quer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora. 2019 Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino. Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP CEP: 04043-300 Telefone: (11) 3259-5005 www.hexag.com.br contato@hexag.com.br Desde 2010, o Hexag Medicina é referência na preparação pré-vestibular de candidatos às melhores universidades do Brasil. Você está recebendo o livro Estudo Orientado 4. Com o objetivo de verificar se você aprendeu os con- teúdos estudados, este material apresenta nove categorias de exercícios a serem trabalhados como Estudo Orientado (E.O.): § E.O. Aprendizagem: exercícios introdutórios de múltipla escolha para iniciar o processo de fixação da matéria dada em aula; § E.O. Fixação: exercícios de múltipla escolha que apresentam um grau de dificuldade médio, buscando a consolidação do aprendizado; § E.O. Complementar: exercícios de múltipla escolha com alto grau de dificuldade; § E.O. Dissertativo: exercícios dissertativos que seguem a forma da segunda fase dos principais vestibu- lares do Brasil; § E.O. Enem: exercícios que abordam a aplicação de conhecimentos em situações do cotidiano, preparan- do o aluno para esse tipo de exame; § E.O. Objetivas (Unesp, Fuvest, Unicamp e Unifesp): exercícios de múltipla escolha das faculdades públicas de São Paulo; § E.O. Dissertativas (Unesp, Fuvest, Unicamp e Unifesp): exercícios dissertativos da segunda fase das faculdades públicas de São Paulo; § E.O. Uerj (Exame de Qualificação): exercícios de múltipla escolha, buscando a consolidação do aprendizado para o vestibular da Uerj; § E.O. Uerj (Exame Discursivo): exercícios dissertativos nos moldes da segunda fase da Uerj. A edição 2019 foi elaborada com muito empenho e dedicação, oferecendo a você um material moderno e completo, um grande aliado para o seu sucesso nos vestibulares mais concorridos de Medicina. Bons estudos! Herlan Fellini CARO ALUNO SUMÁRIO ENTRE LETRAS GRAMÁTICA LITERATURA Aulas 23: Ortografia 7 Aulas 24: funções de “A”, “QUE” e “SE” 29 Aulas 25: Pontuação I 51 Aulas 26: Pontuação II 79 Aulas 23: Segunda fase modernista no Brasil: poesia 109 Aulas 24: Terceira fase modernista 137 Aulas 25: Concretismo 157 Aulas 26: Poesia marginal e contemporâneo 167 FUVEST O tema de maior incidência, presente neste material é Pontuação. UNESP Os temas de maior incidência, presentes neste material são Pontuação e Funções de "a", "que" e "se". UNICAMP O tema de maior incidência, presente neste material é Pontuação. UNIFESP Todos os temas do material têm alta incidência de aparição no vestibular. ENEM/UFMG/UFRJ O tema de maior incidência, presente neste material é Pontuação. UERJ O tema de maior incidência, presente neste material é Pontuação. FA CU LD ADE DE MEDICINA BOTUCATU 1963 Abordagem de GRAMÁTICA nos principais vestibulares. Ortografia Competências 1 e 5 Habilidades 1, 2, 3 e 17 L ENTRE LETRAS C 2 3 Ortografia Competências 1 e 5 Habilidades 1, 2, 3 e 17 L ENTRE LETRAS C 2 3 Competência 1 – Aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para sua vida. H1 Identificar as diferentes linguagens e seus recursos expressivos como elementos de caracterização dos sistemas de comunicação. H2 Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicação e informação para resolver problemas sociais. H3 Relacionar informações geradas nos sistemas de comunicação e informação, considerando a função social desses sistemas. H4 Reconhecer posições críticas aos usos sociais que são feitos das linguagens e dos sistemas de comunicação e informação. Competência 2 – Conhecer e usar língua(s) estrangeira(s) moderna(s) (LEM) como instrumento de acesso a informações e a outras culturas e grupos sociais. H5 Associar vocábulos e expressões de um texto em LEM ao seu tema. H6 Utilizar os conhecimentos da LEM e de seus mecanismos como meio de ampliar as possibilidades de acesso a informações, tecnologias e culturas. H7 Relacionar um texto em LEM, as estruturas linguísticas, sua função e seu uso social. H8 Reconhecer a importância da produção cultural em LEM como representação da diversidade cultural e linguística. Competência 3 – Compreender e usar a linguagem corporal como relevante para a própria vida, integradora social e formadora da identidade. H9 Reconhecer as manifestações corporais de movimento como originárias de necessidades cotidianas de um grupo social. H10 Reconhecer a necessidade de transformação de hábitos corporais em função das necessidades cinestésicas. H11 Reconhecer a linguagem corporal como meio de interação social, considerando os limites de desempenho e as alternativas de adaptação para diferentes indivíduos. Competência 4 – Compreender a arte como saber cultural e estético gerador de significação e integrador da organização do mundo e da própria identidade. H12 Reconhecer diferentes funções da arte, do trabalho da produção dos artistas em seus meios culturais. H13 Analisar as diversas produções artísticas como meio de explicar diferentes culturas, padrões de beleza e preconceitos. H14 Reconhecer o valor da diversidade artística e das inter-relações de elementos que se apresentam nas manifestações de vários grupos sociais e étnicos. Competência 5 – Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção. H15 Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do contexto histórico, social e político. H16 Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário. H17 Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional. Competência 6 – Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de organização cognitiva da realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação. H18 Identificar os elementos que concorrem para a progressão temática e para a organização e estruturação de textos de diferentes gêneros e tipos. H19 Analisar a função da linguagem predominante nos textos em situações específicas de interlocução. H20 Reconhecer a importância do patrimônio linguístico para a preservação da memória e da identidade nacional Competência 7 – Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas. H21 Reconhecer em textos de diferentes gêneros, recursos verbais e não-verbais utilizadoscom a finalidade de criar e mudar comportamentos e hábitos. H22 Relacionar, em diferentes textos, opiniões, temas, assuntos e recursos linguísticos. H23 Inferir em um texto quais são os objetivos de seu produtor e quem é seu público alvo, pela análise dos procedimentos argumentativos utilizados. H24 Reconhecer no texto estratégias argumentativas empregadas para o convencimento do público, tais como a intimidação, sedução, comoção, chantagem, entre outras. Competência 8 – Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da organização do mundo e da própria identidade. H25 Identificar, em textos de diferentes gêneros, as marcas linguísticas que singularizam as variedades linguísticas sociais, regionais e de registro. H26 Relacionar as variedades linguísticas a situações específicas de uso social. H27 Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação. Competência 9 – Entender os princípios, a natureza, a função e o impacto das tecnologias da comunicação e da informação na sua vida pessoal e social, no desenvolvimento do conhecimento, associando-o aos conhecimentos científicos, às linguagens que lhes dão suporte, às demais tecnologias, aos processos de produção e aos problemas que se propõem solucionar. H28 Reconhecer a função e o impacto social das diferentes tecnologias da comunicação e informação. H29 Identificar pela análise de suas linguagens, as tecnologias da comunicação e informação. H30 Relacionar as tecnologias de comunicação e informação ao desenvolvimento das sociedades e ao conhecimento que elas produzem E.O. AprEndizAgEm 1. (IFSP) De acordo com a norma padrão da Língua Portuguesa, assinale a alternativa em que todas as palavras devam ser acentuadas de acordo com a mesma regra de acentuação do vocábulo sublinhado na placa abaixo. a) Facil/animo (substantivo)/apendice b) Ingenuo/varzea/magoa (substantivo) c) Virus/alcoolatra/unico d) Alibi/antibiotico/monossilabica e) Album/maniaco/amidala 2. (UTFPR) O texto abaixo apresenta inadequa- ções, de acordo com a norma padrão. A(s) questão(ões) a seguir analisa(m) alguns desses problemas. No caminho de Montevideo, dirigindo pela rota beira-mar obrigatóriamente voce vai passar pelo porto de Montevideo, lá existe um mercado muito sofisticado com ótimos restaurantes. Vale [à pena] uma parada para almoçar no El Palenque, um dos melhores restaurantes do Uruguai para comer carnes, é incrivel lá dentro! Paramos para conhecer, mas não almoçamos no El Palenque dessa vez, pois estavamos com o almoço marcado na Bodega Bousa e depois a visita a vinicola. Seguimos viagem pela rota 5 em direção a Bodega Bousa (fique atento as placas, pois voce pode passar despercebido por elas). (Disponível em: http://cozinhachic.com/ diario-de-viagemmontevideo-vinicolas-e- restaurantes. Acesso em 16/01/2017). No texto há algumas palavras com erro de acentuação gráfica. Assinale a alternativa que registra todas elas com os erros corri- gidos. a) Obrigatoriamente, você, incrível, estávamos, vinícola, você. b) Montevidéo, obrigatóriamente, você, pôrto, estávamos, você. c) Você, incrível, estávamos, você, pôrto. d) Você, incrível, estávamos, vinícola, você. e) Montevidéo, obrigatoriamente, você, incrí- vel, vinícola, você. 3. (COL. Naval) Aumenta o número de adultos que não consegue focar sua atenção em uma única coisa por muito tempo. São tantos os estímulos e tanta a pressão para que o en- torno seja completamente desvendado que aprendemos a ver e/ou fazer várias coisas ao mesmo tempo. Nós nos tornamos, à seme- lhança dos computadores, pessoas multita- refa, não é verdade? Vamos tomar como exemplo uma pessoa di- rigindo. 4Ela precisa estar atenta aos veícu- los que vêm atrás, ao lado e à frente, à ve- locidade média dos carros por onde trafega, às orientações do GPS ou de programas que sinalizam o trânsito em tempo real, 6às in- formações de alguma emissora de rádio que comenta o trânsito, ao planejamento men- tal feito e refeito várias vezes do trajeto que deve fazer para chegar ao seu destino, aos semáforos, faixas de pedestres etc. Quando me vejo em tal situação, eu me lem- bro que dirigir, após um dia de intenso tra- balho no retorno para casa, já foi uma ativi- dade prazerosa e desestressante. O uso da internet ajudou a transformar nos- sa maneira de olhar para o mundo. Não mais observamos os detalhes, por causa de nossa ganância em relação a novas e diferentes in- formações. Quantas vezes sentei em frente ao computador para buscar textos sobre um tema e, de repente, me dei conta de que es- tava em temas que em nada se relacionavam com meu tema primeiro. Aliás, a leitura também sofreu transforma- ções pelo nosso costume de ler na internet. Sofremos de uma tentação permanente de pular palavras e frases inteiras, apenas para irmos direto ao ponto. O problema é que al- guns textos exigem a leitura atenta de pala- vra por palavra, de frase por frase, para que faça sentido. 5Aliás, não é a combinação e a sucessão das palavras que dá sentido e bele- za a um texto? 3Se está difícil para nós, adultos, focar nossa atenção, imagine, caro leitor, para as crian- ças. Elas já nasceram neste mundo de 8profu- são de estímulos de todos os tipos; elas são exigidas, desde o início da vida, a dar conta de várias coisas ao mesmo tempo; elas são estimuladas com diferentes objetos, sons, imagens etc. Aí, um belo dia elas vão para a escola. Profes- sores e pais, a partir de então, querem que as crianças prestem atenção em uma única coisa por muito tempo. E quando elas não conseguem, reclamamos, levamos ao médico, arriscamos hipóteses de que sejam portado- ras de síndromes que exigem tratamento etc. A maioria dessas crianças sabe focar sua atenção, sim. Elas já sabem usar progra- mas complexos em seus aparelhos eletrô- nicos, brincam com jogos desafiantes que exigem atenção constante aos detalhes e, se 9 deixarmos, passam horas em uma única ati- vidade de que gostam. Mas, nos estudos, queremos que elas pres- tem atenção no que é preciso, e não no que gostam. E isso, caro leitor, exige a árdua aprendizagem da autodisciplina. Que leva tempo, é bom lembrar. As crianças precisam de nós, pais e professo- res, para começar a aprender isso. Aliás, boa parte desse trabalho é nosso, e não delas. Não basta mandarmos que elas prestem aten- ção: isso de nada as ajuda. 13O que pode aju- dar, por exemplo, é analisarmos o contexto em que estão 7quando precisam focar a aten- ção e organizá-lo para que seja favorável a tal exigência. E é preciso lembrar que não se pode esperar toda a atenção delas por muito tempo: o ensino desse quesito no mundo de hoje é um processo lento e gradual. (SAYÃO, Rosely. Profusão de estímulos. Folha de S. Paulo, 11 fev. 2014.) Assinale a opção em que as palavras desta- cadas recebem, respectivamente, a mesma classificação quanto à acentuação gráfica que as palavras sublinhadas em “Se está di- fícil para nós, adultos [...]. Elas já, nasceram neste mundo de profusão de estímulos[...].” (ref. 3). a) “Ela precisa estar atenta aos veículos que vêm atrás, ao lado e à crente, à velocidade média dos carros [...].” (ref. 4) b) “Aliás, não é a combinação e a sucessão das palavras que dá sentido a um texto?” (ref. 5) c) “[...] às informações de alguma emissora de rádio que comenta o trânsito, ao planeja- mento mental [...].” (ref. 6) d) “[...] quando precisam focar a atenção e organizá-lo para que seja favorável a tal exi- gência. E é preciso lembrar [...].“ (ref. 7) e) “[...] profusão de estímulos [...]; elas são exigidas, desde o início da vida, a dar conta de várias coisas [...].” (ref. 8) 4. (CFTSC) PRETO E BRANCO Perdera o emprego, chegara a passar fome, sem que 6ninguém soubesse: por constran- gimento, afastara-se da roda 7boêmia escri- tores, jornalistas, um sambista de cor que vinha a ser o seu mais velho que antescostu- mava frequentar companheiro de noitadas. De repente, a salvação lhe apareceu na forma de um americano, que lhe oferecia um em- prego numa agência. Agarrou-se com unhas e dentes à oportunidade, vale dizer, ao ame- ricano, para garantir na sua nova função uma relativa estabilidade. E um belo dia vai seguindo com o chefe pela rua 10México, já distraído de seus passados tro- peços, mas tropeçando obstinadamente no in- glês com que se entendiam – quando vê do ou- tro lado da rua um preto agitar a mão para ele. Era o sambista seu amigo. Ocorreu-lhe desde logo que ao americano po- deria parecer estranha tal amizade, e mais ainda incompatível com a ética ianque a ser mantida nas funções que passara a exercer. Lembrou-se num átimo que o americano em geral tem uma coisa muito séria chamada preconceito racial e seu critério de julga- mento da capacidade funcional dos subor- dinados talvez se deixasse influir por essa odiosa deformação. Por via das dúvidas cor- respondeu ao cumprimento de seu amigo da maneira mais discreta que lhe foi possível, mas viu em pânico que ele atravessava a rua e vinha em sua direção, sorriso aberto e bra- ços prontos para um abraço. Pensou rapidamente em se esquivar – não dava tempo: o americano também se detive- ra, vendo o preto aproximar-se. Era seu amigo, velho companheiro, um bom sujeito, dos melhores mesmo que já conhe- cera – acaso jamais chegara sequer a se lem- brar que se tratava de um preto? Agora, com o gringo ali a seu lado, todo branco e sar- dento, é que percebia pela primeira vez: não podia ser mais preto. Sendo assim, tivesse paciência: mais tarde lhe explicava tudo, ha- veria de compreender. Passar fome era mui- to bonito nos romances de Knut Hamsun, li- dos depois do jantar, e sem credores à porta. Não teve mais dúvidas: virou a cara quando o outro se aproximou e fingiu que não o via, que não era com ele. E não era mesmo com ele. Porque antes de 9cumprimentá-lo, talvez ain- da sem 8tê-lo visto, o sambista abriu os braços para acolher o americano – também seu ami- go. (SABINO, Fernando. A mulher do vizinho. 7. ed. Rio de Janeiro: Record, 1962. p.163-4.) Assinale a alternativa correta relativamente à acentuação gráfica das palavras sublinha- das no texto. a) O pronome ninguém (ref. 6) recebe acento por ser uma monossílaba tônica terminada em em. b) O substantivo boêmia (ref. 7) é acentuado por ser palavra proparoxítona. c) A combinação da forma verbal ter com o pronome oblíquo o, resultou em tê-lo (ref. 8), que é acentuado por se tratar de paroxí- tona terminada em o. d) A forma verbal cumprimentá (ref. 9) é acen- tuada porque, ao associar-se ao pronome o, perdeu o r final, tornando-se uma oxítona terminada em a. e) O substantivo México (ref. 10) recebe acento porque é uma palavra importada, que preci- sa manter o acento original. 10 5. (IFAL) Assinale a alternativa em que as pa- lavras, que completam a frase abaixo, estão acentuadas corretamente. Os tabloides que eles __________, __________ manchetes curtas que todos __________. a) leem – tem – veem b) lêm – teem – vêm c) leem – têm – veem d) leem – têm – vêm e) lêm – tem – veem 6. (COL. Naval) Em que opção a acentuação do termo destacado está correta? a) A prática da leitura constrói cidadãos capa- zes de entender criticamente a realidade. b) De acordo com o texto, pessoas que lêem, desenvolvem o raciocínio e falam melhor. c) Quando o conferencista enfatizou a impor- tância da leitura, foi ovacionado pela pla- téia. d) A ignorância prepotente deforma por estag- nação, pois o indivíduo pára de questionar. e) Se os livros são fundamentais na formação das pessoas, é bom que se averigúem as cau- sas da diminuição da leitura. 7. (IFSUL) A partir da entrada em vigor do Acordo Ortográfico, a palavra assembleia passou a ser grafada sem acento agudo. Qual é a alternativa em que um ou mais vocábu- los, segundo as regras do Acordo Ortográfico, foi(ram) acentuado(s) INDEVIDAMENTE? a) estóico – proíbe – vôo b) hotéis – usuário – volátil c) troféus – retórico – hífen d) herói – alcoólico – têm 8. (IFAL) Cientistas americanos apresentaram ontem resultados preliminares de uma va- cina contra o fumo. O medicamento impede que a nicotina – componente do tabaco que causa dependência – chegue ao cérebro. Em ratos vacinados, até da nicotina injetada deixou de atingir o sistema nervoso central. (O Globo,18/12/99.) Analise as afirmativas a seguir: I. A palavra “cérebro” é paroxítona. II. “Cientistas” é, no texto, uma palavra masculina, haja vista a concordância do adjetivo que a acompanha. III. A palavra “até” é monossílabo tônico. IV. A palavra “até” é oxítona terminada em “e”, por isso é acentuada. V. No texto, há três palavras oxítonas que não são acentuadas graficamente: dei- xou, atingir e central. Estão corretas. a) apenas II e IV. b) apenas II, IV e V. c) apenas I e III. d) apenas III e V. e) apenas IV e V. 9. (IFSC) Com relação à acentuação gráfica das palavras no texto, é CORRETO afirmar: a) A palavra por (quinto quadrinho) deveria ter recebido acento diferencial por se tratar de uma forma verbal. b) A palavra parabéns (terceiro quadrinho) recebe um acento diferencial porque está no plural. c) A palavra ótima (terceiro quadrinho) recebe acento por ser proparoxítona. d) A palavra me (primeiro quadrinho) deveria ter recebido acento, por ser monossílabo tônico terminado em e. e) O acento na palavra é (terceiro quadrinho) pode ser classificado como diferencial, porque não há regra que justifique seu uso. 10. (UTFPR) Em qual alternativa todas as palavras em negrito devem ser acentuadas graficamente? a) Atraves de uma lei municipal, varias pessoas recebem ingressos gratis para o cinema. b) É dificil correr atras do prejuizo sozinho. c) Aqui, em Foz do Iguaçu, a dengue esta sendo um grande problema de saude publica. d) O bisneto riscou os papeizinhos com o lapis. e) O padrão economico do juiz é elevado. 11 E.O. FixAçãO 1. (Imed) ADIANTE SEGUIU A JUSTIÇA Maria Berenice Dias Durante séculos, ninguém titubeava em res- ponder: família, só tem uma – a 2constituí- da pelos sagrados laços do matrimônio. Aos noivos era imposta a obrigação de se multi- plicarem até a morte, mesmo na tristeza, na pobreza e na doença. Tanto que se falava em débito conjugal. Esse modelito se manteve, ao menos na apa- rência, _____ expensas da integridade física e psíquica das mulheres, que se mantinham dentro de casamentos esfacelados, pois as- sim exigia a sociedade. Tanto que o casamen- to era indissolúvel. As pessoas até podiam se desquitar, mas não podiam se casar de novo. Caso encontrassem um par, tornavam-se concubinos e alvos de punições. As mudanças foram muitas: vagarosas, mas significativas. As causas, incontáveis. No entanto, o resultado foi um 10só. O conceito de família mudou, se esgarçou. O casamento perdeu a sacralidade e permanecer dentro dele deixou de ser uma imposição social e uma obrigação legal. Veio o 11divórcio. Antes, porém, o 12purgató- rio da separação, que exigia que se identi- ficassem causas, punindo-se os culpados. A liberdade total de casar e descasar chegou somente no ano de 2006. A lei regulamentava exclusivamente o casa- mento. Punia com o silêncio toda e qualquer modalidade de estruturas familiares que se afastasse do modelo “oficial”. E foi assumindo a responsabilidade de jul- gar que os 14juízes começaram a alargar o conceito de família. As mudanças chegaram _____ Constituição Federal, que enlaçou no conceito de família, outorgando-lhes espe- cial proteção, outras estruturas de convívio. Além do casamento, trouxe, de forma exem- plificativa, a união estável entre um homem e uma mulher e a chamada família parental: um dos pais e seus filhos. Adiante ainda seguiu a Justiça. Reconheceu que o rol constitucional não é exaustivo, e continuou a reconhecer como família outras estruturas familiares.Assim as famílias ana- parentais, constituídas somente pelos filhos, sem a presença dos pais; as famílias paren- tais, decorrentes do convívio de pessoas com vínculo de parentesco; bem como as famílias homoafetivas, que são as formadas por pes- soas do mesmo sexo. O reconhecimento da homoafetividade como união estável foi levado _____ efeito pelo Supremo Tribunal Federal no ano de 2011, em decisão unânime e histórica. Agora esta é a realidade: homossexuais casam, têm fi- lhos, ou seja, podem constituir família. Ativismo judicial? Não, interpretação da Car- ta Constitucional segundo um punhado de princípios fundamentais. É a Justiça cum- prindo o seu papel de fazer justiça, mesmo diante da lacuna legal. Da inércia, passou o Legislativo, dominado por autointitulados profetas religiosos, a re- agir. Não foi outro o intuito do Estatuto da Fa- mília, que acaba de ser aprovado pela co- missão especial na Câmara dos Deputados (PL 6.583/2013). Tentar limitar o conceito de família à união entre um homem e uma mulher, além de afrontar todos os princípios fundantes do Estado, impõe um retrocesso social que irá retirar direitos de todos aque- les que não se encaixam neste conceito limi- tante e limitado. Mas _____ mais. Proceder ao cadastramento das entidades familiares e criar Conselhos da Família é das formas mais perversas de excluir direito à saúde, à assistência psi- cossocial, à segurança pública, que são as- seguradas somente às entidades familiares reconhecidas como tal. Limitar acesso à De- fensoria Pública e à tramitação prioritária dos processos à entidade familiar definida na lei, às claras tem caráter punitivo. O conceito de família mudou. E onde pro- curar a sua definição atual? Talvez na frase piegas de Saint-Exupéry: na responsabilida- de decorrente do afeto. (Zero Hora, Caderno PrOA, 27-09-2015.) Sobre o uso de acento gráfico em vocábulos do texto, analise as afirmações que seguem: I. Em constituída (ref. 2) e juízes (ref. 14), a letra i recebe acento gráfico por razões distintas. II. aparência (ref. 3) e purgatório (ref. 12) recebem acento gráfico em virtude da mesma regra. III. As palavras só (ref. 10) e divórcio (ref. 11) são acentuadas a fim de marcar a so- noridade da vogal o. Quais estão INCORRETAS? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) Apenas I e III. 12 2. (IFPE) UMA REVISÃO DE DADOS RECENTES SOBRE A MORTE DE LÍNGUAS Linguistas preveem que metade das mais de mil línguas faladas no mundo desaparecerá em um século – uma taxa de extinção que su- pera as estimativas mais pessimistas quanto à extinção de espécies biológicas. (...) Segundo a Unesco, 96% da população mun- dial falam só 4% das línguas existentes. E apenas 4% da humanidade partilha o res- tante dos idiomas, metade dos quais se en- contra em perigo de extinção. Entre 20 e 30 idiomas desaparecem por ano – uma média de uma língua a cada duas semanas. (...) A perda de línguas raras é lamentável por várias razões. Em primeiro lugar, pelo in- teresse científico que despertam: algumas questões básicas da linguística estão longe de estar inteiramente resolvidas. E essas lín- guas ajudam a saber quais elementos da gra- mática e do vocabulário são realmente uni- versais, isto é, resultantes das características do próprio cérebro humano. A ciência também tenta reconstruir o per- curso de antigas migrações, fazendo um le- vantamento de palavras emprestadas, que ocorrem em línguas sem qualquer parentes- co. Afinal, se línguas não aparentadas par- tilham palavras, então seus povos estiveram em contato em algum momento. Um comunicado do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) diz que “o desaparecimento de uma língua e de seu contexto cultural equivale a queimar um livro único sobre a natureza”. Afinal, cada povo tem um modo único de ver a vida. Por exemplo, a palavra russa mir significa igual- mente “aldeia”, “mundo” e “paz”. É que, como os aldeões russos da Idade Média ti- nham de fugir para a floresta em tempos de guerra, a aldeia era para eles o próprio mun- do, ao menos enquanto houvesse paz. (Disponível em: <http://revistalingua.com.br/textos/116/a- morte-anunciada-355517-1.asp>. Acesso em 28 set. 2015.) No início do texto, aparece a forma verbal “preveem”, que perdeu o acento circunflexo após o último acordo ortográfico. Assinale a única alternativa em que todas as palavras seguem o padrão de acentuação de- terminado pelo referido acordo. a) Eu fui à feira e comprei cinco pêras e três maçãs. b) A sonda espacial acabou de descobrir um novo asteróide. c) Joana d’Arc é uma mártir da Guerra dos Cem anos. d) Ele, estranhamente, saiu sem cumprimentar a platéia. e) O Brasil acabou de enviar uma equipe de pesquisa ao pólo Sul. 3. (COL. Naval) Assinale a opção na qual as pa- lavras foram acentuadas pelo mesmo motivo que “aritméticos”, “prioritária”, “cálculos” e “Taubaté”, respectivamente. a) rotatória, cólica, vermífugo, Maringá. b) hebdomadário, ausência, andrógino, Itajaí. c) farmacêutico, ípsilon, síndrome, Piauí. d) alaúde, húngaro, déspota, Grajaú. e) anêmona, glúten, nômade, Tribobó. 4. (IFSC) Texto 1: Livro Eu me livro daquele garoto chato Com um livro enfiado no meu nariz Fingindo achar a história feliz. (MARIA, Selma. Isso isso. São Paulo: Peirópolis, 2010. s/p.) Texto 2 Considerando a posição da sílaba tônica e as regras de acentuação das palavras, assinale a alternativa CORRETA: a) As palavras “garoto”, “história”, “feliz” e “nariz”, do texto 1, são palavras proparoxí- tonas, e “livro”, “dicionário”, “terminar” e “nunca”, do texto 2, são palavras oxítonas. b) As palavras “história”, do texto 1, e “dicio- nário”, do texto 2, não deveriam estar acen- tuadas, porque os acentos agudos não fazem mais parte do português brasileiro. c) A palavra “história”, do texto 1, é uma pa- lavra paroxítona e está corretamente acen- tuada; e “você”, do texto 2, é uma palavra oxítona e deve ser acentuada da mesma for- ma que “café”, “dendê”. d) As palavras “história”, do texto 1, e “dicio- nário”, do texto 2, foram acentuadas corre- tamente, mas possuem regras de acentuação diferentes, porque a primeira é considerada paroxítona e, a segunda, proparoxítona. e) As palavras “nariz” e “feliz”, do texto 1, de- veriam estar acentuadas assim como as pa- lavras “terminar”, “ler”, “grosso” e “nunca”, do texto 2, que deveriam receber acento cir- cunflexo. 13 5. (IFSC) Sobre o texto apresentado na tirinha é COR- RETO afirmar que: a) O pronome “vocês”, no primeiro quadrinho, é acentuado por ser uma palavra paroxítona terminada em s. b) A forma verbal “é”, que aparece no segundo e quinto quadrinhos, é acentuada com base na regra que manda acentuar as palavras monossílabas tônicas terminadas em e (no quarto quadrinho não tem é). c) O substantivo “país”, no segundo quadri- nho, recebe acento porque é uma palavra oxítona terminada em is. d) O substantivo “país”, no segundo quadri- nho, recebe acento diferencial para não ser confundido com o adjetivo “pais”. e) A regra que justifica o acento no pronome “ninguém”, que aparece no segundo e ter- ceiro quadrinhos, também justifica que se acentue o advérbio “ontem”, opcionalmente. 6. (IFSC) ASSALTO Na feira, a gorda senhora protestou a altos brados contra o preço do chuchu: – Isto é um assalto! Houve um rebuliço. Os que estavam perto fugiram. Alguém, correndo, foi chamar o guarda. Um minuto depois, a rua inteira, atravancada, mas provida de admirável ser- viço de comunicação espontânea, sabia que se estava perpetrando um assalto ao banco. Mas que banco? Havia banco naquela rua? Evidente que sim, pois do contrário como poderia ser assaltado? – Um assalto! Um assalto! – a senhora conti- nuava a exclamar, e quem não tinha escuta- do escutou, multiplicando a notícia. Aquela voz subindo do mar de barracas e legumes era como a própria sirene policial, documen- tando,por seu uivo, a ocorrência grave, que fatalmente se estaria consumando ali, na claridade do dia, sem que ninguém pudesse evitá-la. Moleques de carrinho corriam em todas as direções, atropelando-se uns aos outros. Queriam salvar as mercadorias que trans- portavam. Não era o instinto de proprieda- de que os impelia. Sentiam-se responsáveis pelo transporte. E no atropelo da fuga, paco- tes rasgavam-se, melancias rolavam, tomates esborrachavam-se no asfalto. Se a fruta cai no chão, já não é de ninguém; é de qualquer um, inclusive do transportador. Em ocasiões de assalto, quem é que vai reclamar uma penca de bananas meio amassadas? – Olha o assalto! Tem um assalto ali adiante! O ônibus na rua transversal parou para as- suntar. Passageiros ergueram-se, puseram o nariz para fora. Não se via nada. O motoris- ta desceu, desceu o trocador, um passageiro advertiu: – No que você vai a fim de ver o assalto, eles assaltam sua caixa. Ele nem escutou. Então os passageiros tam- bém acharam de bom alvitre abandonar o ve- ículo, na ânsia de saber, que vem movendo o homem, desde a idade da pedra até a idade do módulo lunar. Outros ônibus pararam, a rua entupiu. – Melhor. Todas as ruas estão bloqueadas. Assim eles não podem dar no pé. – É uma mulher que chefia o bando! – Já sei. A tal dondoca loura. – A loura assalta em São Paulo. Aqui é a mo- rena. – Uma gorda. Está de metralhadora. Eu vi. – Minha Nossa Senhora, o mundo tá virado! – Vai ver que está é caçando marido. – Não brinca numa hora dessas. Olha aí san- gue escorrendo! – Sangue nada, tomate. Na confusão, circularam notícias diversas. O assalto fora a uma joalheria, as vitrinas tinham sido esmigalhadas a bala. E havia joias pelo chão, braceletes, relógios. O que os bandidos não levaram, na pressa, era agora objeto de saque popular. Morreram no míni- mo duas pessoas, e três estavam gravemente feridas. Barracas derrubadas assinalavam o ímpeto da convulsão coletiva. Era preciso abrir ca- minho a todo custo. No rumo do assalto, para ver, e no rumo contrário, para escapar. Os grupos divergentes chocavam-se, e às vezes trocavam de direção: quem fugia dava mar- cha à ré, quem queria espiar era arrastado pela massa oposta. Os edifícios de aparta- mentos tinham fechado suas portas, logo que o primeiro foi invadido por pessoas que pretendiam, ao mesmo tempo, salvar o pelo e contemplar lá de cima. Janelas e balcões apinhados de moradores, que gritavam: – Pega! Pega! Correu pra lá! 14 – Olha ela ali! – Eles entraram na kombi ali adiante! – É um mascarado! Não, são dois mascara- dos! Ouviu-se nitidamente o pipocar de uma metralhadora, a pequena distância. Foi um deitar-no-chão geral, e como não havia es- paço, uns caíam por cima de outros. Cessou o ruído. Voltou. Que assalto era esse, dilatado no tempo, repetido, confuso? – Olha o diabo daquele escurinho tocando matraca! E a gente com dor de barriga, pen- sando que era metralhadora! Caíram em cima do garoto, que soverteu na multidão. A senhora gorda apareceu, muito vermelha, protestando sempre: – É um assalto! Chuchu por aquele preço é um verdadeiro assalto! (ANDRADE, Carlos Drummond. Assalto. In: Para gostar de ler. Vol. 3. SÃO PAULO: Ática, 1979. p. 12-14.) Em relação à acentuação gráfica, leia e anali- se as seguintes afirmações: I. As palavras notícias, relógio, ânsia e con- trário são acentuadas por serem paroxíto- nas e terminarem em ditongo. II. Os vocábulos pé, lá, aí e já recebem acen- to tônico por serem monossílabos tôni- cos. III. As palavras veículo, módulo, ímpeto e ônibus recebem acento gráfico por serem proparoxítonas. Assinale a alternativa CORRETA. a) Apenas as afirmações I e III são verdadeiras. b) Apenas a afirmação II é verdadeira. c) Apenas as afirmações I e II são verdadeiras. d) Apenas as afirmações II e III são verdadeiras. e) Todas as afirmações são verdadeiras. 7. (UFRGS) No século XV, viu-se a Europa in- vadida por uma raça de homens que, vin- dos ninguém sabe de onde, se espalharam em bandos por todo o seu território. Gente inquieta e andarilha, deles afirmou Paul de Saint-Victor que era mais fácil predizer o ........ das nuvens ou dos gafanhotos do que seguir as pegadas da sua invasão. Uns riso- nhos despreocupados: passavam a vida es- quecidos do passado e descuidados do futu- ro. Cada novo dia era uma nova aventura em busca do escasso alimento para os manter naquela jornada. Trajo? No mais completo ........: ........ sujos e puídos cobriam-lhes os corpos queimados do sol. Nômades, aventu- reiros, despreocupados – eram os boêmios. Assim nasceu a semântica da palavra boê- mio. O nome gentílico de 9Boêmia passou a aplicar-se ao 8indivíduo despreocupado, de existência irregular, relaxado no vestuário, vivendo ao 11deus-dará, à toa, na vagabun- dagem alegre. 12Daí também o substantivo boêmia. Na definição de Antenor Nascentes: vida despreocupada e alegre, vadiação, es- túrdia, vagabundagem. Aplicou-se depois o termo, especializadamente, à vida desorde- nada e sem preocupações de artistas e escri- tores mais dados aos prazeres da noite que aos trabalhos do dia. Eis um exemplo clássico do que se chama degenerescência semântica. De limpo gentílico – natural ou habitante da Boêmia – boêmio acabou carregado de todas essas conotações desfavoráveis. A respeito do substantivo boêmia, vale dizer que a forma de uso, ao menos no Brasil, é boemia, acento tônico em -mi-. E é natural que assim seja, considerando-se que -ia é sufixo que exprime condição, estado, ocu- pação. Conferir: alegria, anarquia, barbaria, rebeldia, tropelia, pirataria... Penso que so- bretudo palavras como folia e orgia devem ter influído na fixação da tonicidade de bo- emia. Notar também o par abstêmio/abste- mia. Além do mais, a prosódia boêmia estava prejudicada na origem pelo nome 10próprio Boêmia: esses boêmios não são os que vivem na Boêmia... (LUFT, Celso Pedro. Boêmios, Boêmia e boemia. In: O romance das palavras. São Paulo: Ática, 1996. p. 30-31.) Considere os pares de palavras abaixo. 1. puídos (ref. 7) e indivíduo (ref. 8) 2. Boêmia (ref. 9) e próprio (ref. 10) 3. deus-dará (ref. 11) e Daí (ref. 12) Em quais pares as palavras respeitam a mes- ma regra de acentuação ortográfica? a) Apenas 1. b) Apenas 2. c) Apenas 3. d) Apenas 1 e 2. e) Apenas 1 e 3. 8. (COL. Naval) Quando a rede vira um vício Com o titulo “Preciso de ajuda”, fez-se um desabafo aos integrantes da comunidade Vi- ciados em Internet Anônimos: “Estou muito dependente da web, Não consigo mais viver normalmente. Isso é muito sério”. Logo ob- teve resposta de um colega de rede. “Estou na mesma situação. Hoje, praticamente vivo em frente ao computador. Preciso de ajuda.” O diálogo dá a dimensão do tormento pro- vocado pela dependência em Internet, um mal que começa a ganhar relevo estatístico, à medida que o uso da própria rede se disse- mina. Segundo pesquisas recém-conduzidas pelo Centro de Recuperação para Dependên- cia de Internet, nos Estados Unidos, a parce- la de viciados representa, nos vários países estudados, de 5% (como no Brasil) a 10% dos que usam a web – com concentração na faixa dos 15 aos 29 anos. Os estragos são enormes. Como ocorre com um viciado em 15 álcool ou em drogas, o doente desenvolve uma tolerância que, nesse caso, o faz ficar on-line por uma eternidade sem se dar conta do exagero. Ele também sofre de constantes crises de abstinência quando está desconec- tado, e seu desempenho nas tarefas de na- tureza intelectual despenca. Diante da tela do computador, vive, aí sim, momentos de rara euforia. Conclui uma psicóloga america- na: “O viciado em internet vai, aos poucos, perdendo os elos com o mundo real até de- sembocar num universo paralelo – e comple- tamente virtual”. Não é fácil detectar o momento em que al- guém deixa de fazer uso saudável e produ- tivo da rede para estabelecer com ela uma relação doentia, como a que se revela nas histórias relatadas ao longo desta reporta- gem.Em todos os casos, a internet era ape- nas “útil” ou “divertida” e foi ganhando um espaço central, a ponto de a vida longe da rede ser descrita agora como sem sentido. Mudança tão drástica se deu sem que os pais atentassem para a gravidade do que ocorria. “Como a internet faz parte do dia a dia dos adolescentes e o isolamento é um compor- tamento típico dessa fase da vida, a famí- lia raramente detecta o problema antes de ele ter fugido ao controle”, diz um psiquia- tra. A ciência, por sua vez, já tem bem ma peados os primeiros sintomas da doença. De saída, o tempo na internet aumenta – até culminar, pasme-se, numa rotina de catorze horas diárias, de acordo com o estudo ame- ricano. As situações vividas na rede passam, então, a habitar mais e mais as conversas. É típico o aparecimento de olheiras profun- das e ainda um ganho de peso relevante, re- sultado da frequente troca de refeições por sanduíches – que prescindem de talheres e liberam uma das mãos para o teclado. Grada- tivamente, a vida social vai se extinguindo. Alerta outra psicóloga: “Se a pessoa começa a ter mais amigos na rede do que fora dela, é um sinal claro de que as coisas não vão bem”. Os jovens são, de longe, os mais propensos a extrapolar o uso da internet. Há uma razão estatística para isso – eles respondem por até 90% dos que navegam na rede, a maior fatia –, mas pesa também uma explicação de fundo mais psicológico, à qual uma recen- te pesquisa lança luz. Algo como 10% dos entrevistados (viciados ou não) chegam a atribuir à internet uma maneira de “aliviar os sentimentos negativos”, tão típicos de uma etapa em que afloram tantas angústias e conflitos. Na rede, os adolescentes sentem- -se ainda mais à vontade para expor suas ideias. Diz um outro psiquiatra: “Num mo- mento em que a própria personalidade está por se definir, a internet proporciona um ambiente favorável para que eles se expres- sem livremente”. No perfil daquela minoria que, mais tarde, resvala no vicio se vê, em geral, uma combinação de baixa autoestima com intolerância à frustração. Cerca de 50% deles, inclusive, sofrem de depressão, fobia social ou algum transtorno de ansiedade. É nesse cenário que os múltiplos usos da rede ganham um valor distorcido. Entre os que já têm o vicio, a maior adoração é pelas redes de relacionamento e pelos jogos on-line, so- bretudo por aqueles em que não existe noção de começo, meio ou fim. Desde 1996, quando se consolidou o pri- meiro estudo de relevo sobre o tema, nos Estados Unidos, a dependência em internet é reconhecida – e tratada – como uma doen- ça. Surgiram grupos especializados por toda parte. “Muita gente que procura ajuda ainda resiste à ideia de que essa é uma doença”, conta um psicólogo. O prognóstico é bom: em dezoito semanas de sessões individuais e em grupo, 80% voltam a níveis aceitáveis de uso da internet. Não seria factível, tampou- co desejável, que se mantivessem totalmente distantes dela, como se espera, por exemplo, de um alcoólatra em relação à bebida. Com a rede, afinal, descortina-se uma nova dimen- são de acesso às informações, à produção de conhecimento e ao próprio lazer, dos quais, em sociedades modernas, não faz sentido se privar. Toda a questão gira em torno da dose ideal, sobre a qual já existe um consenso acerca do razoável: até duas horas diárias, no caso de crianças e adolescentes. Quanto antes a ideia do limite for sedimentada, me- lhor. Na avaliação de uma das psicólogas, “Os pais não devem temer o computador, mas, sim, orientar os filhos sobre como usá-lo de forma útil e saudável”. Desse modo, reduz- -se drasticamente a possibilidade de que, no futuro, eles enfrentem o drama vivido hoje pelos jovens viciados. (Silvia Rogar e João Figueiredo. In: Revista Veja, 24 de março de 2010.) Assinale a opção cujas palavras são, respec- tivamente, acentuadas pela mesma justifi- cativa das que aparecem destacadas em “Na avaliação de uma das psicólogas, ‘os pais não devem temer o computador, mas, sim, orien- tar os filhos sobre como usá-lo de forma útil e saudável’.” (4° parágrafo) a) Família, incluí-lo, saída. b) Prognóstico, atrás, fútil. c) Plausível, alguém, factível. d) Alcoólatra, razoável, vício. e) Múltiplos, amá-la, intolerância. 16 9. (UFRGS) Darwin passou quatro meses no Brasil, em 1832, durante a sua 2célebre via- gem a bordo do Beagle. Voltou impressiona- do com o que viu: “5Delícia é um termo 17in- suficiente para exprimir as emoções sentidas por um naturalista a 8sós com a natureza em uma floresta brasileira”, escreveu. O Brasil, 11porém, aparece de forma menos 21idílica em seus escritos: “Espero nunca mais voltar a um 12país escravagista. O estado da enorme população escrava deve preocupar todos os que chegam ao Brasil. Os senhores de escra- vos querem ver o negro romo outra espécie, mas temos todos a mesma origem.” Em vez do gorjeio do 6sabiá, o que Darwin guardou nos ouvidos foi um som 3terrível que o acompanhou por toda a vida: “13Até hoje, se eu ouço um grito, lembro-me, com dolorosa e clara memória, de quando pas- sei numa casa em Pernambuco e ouvi urros 14terríveis. Logo entendi que era algum po- bre escravo que estava sendo torturado,” Segundo o 4biólogo Adrian Desmond, “a via- gem do Beagle, para Darwin, foi menos 41im- portante pelos 15espécimes coletados do que pela 16experiência de testemunhar os horro- res da escravidão no Brasil. De certa forma, ele escolheu focar na descendência comum do homem justamente para mostrar que to- das as raças eram iguais e, desse modo, en- fim, objetar àqueles que insistiam em dizer que os negros pertenciam a uma espécie di- ferente e inferior à dos brancos”. Desmond acaba de lançar um estudo que mostra a pai- xão abolicionista do cientista, revelada por seus 7diários e cartas pessoais. “A extensão de seu interesse no combate à ciência de cunho racista 9é surpreendente, e pudemos detectar um ímpeto moral por 10trás de seu trabalho sobre a evolução humana – uma crença na ‘irmandade racial’ que tinha ori- gem em seu ódio ao escravismo e que o levou a pensar numa descendência comum.” (HAAG, C. O elo perdido tropical. Pesquisa FAPESP, n. 159, p. 80 - 85, maio 2009.) Assinale a alternativa em que as três pala- vras são acentuadas graficamente pela mes- ma razão. a) célebre (ref. 2) - terrível (ref. 3) - biólogo (ref. 4) b) Delícia (ref. 5) - sabiá (ref. 6) - diários (ref. 7) c) sós (ref. 8) - é (ref. 9) - trás (ref. 10) d) porém (ref. 11) - país (ref. 12) - Até (ref. 13) e) terríveis (ref. 14) - espécimes (ref. 15) - ex- periência (ref. 16) 10. (EPCAR) QUARTO DE DESPEJO “O grito da favela que tocou a consciência do mundo inteiro” 2 de MAIO de 1958. Eu não sou indolente. Há tempos que eu pretendia fazer o meu diario. Mas eu pensava que não tinha valor e achei que era perder tempo. ...Eu fiz uma reforma para mim. Quero tratar as pessoas que eu conheço com mais aten- ção. Quero enviar sorriso amavel as crianças e aos operarios. ...Recebi intimação para comparecer as 8 ho- ras da noite na Delegacia do 12. Passei o dia catando papel. A noite os meus pés doiam tanto que eu não podia andar. Começou chover. Eu ia na Delegacia, ia le- var o José Carlos. A intimação era para ele. O José Carlos tem 9 anos. 3 de MAIO. ...Fui na feira da Rua Carlos de Campos, catar qualquer coisa. Ganhei bas- tante verdura. Mas ficou sem efeito, porque eu não tenho gordura. Os meninos estão ner- vosos por não ter o que comer. 6 de MAIO. De manhã não fui buscar agua. Mandei o João carregar. Eu estava contente. Recebi outra intimação. Eu estava inspira- da e os versos eram bonitos e eu esqueci de ir na Delegacia. Era 11 horas quando eu re- cordei do convite do ilustre tenente da 12ª Delegacia. ...o que eu aviso aos pretendentes a política, é que o povo não tolera a fome. É preciso co- nhecer a fome para saber descrevê-la. Estão construindo um circo aqui na Rua Ara- guaia, Circo Theatro Nilo. 9 de MAIO. Eu cato papel, masnão gosto. Então eu penso: Faz de conta que estou so- nhando. 10 de MAIO. Fui na Delegacia e falei com o Tenente. Que homem amavel! Se eu soubesse que ele era tão amavel, eu teria ido na Dele- gacia na primeira intimação. (...) O Tenente interessou-se pela educação dos meus filhos. Disse-me que a favela é um ambiente propenso, que as pessoas tem mais possibilidades de delinquir do que tornar-se util a patria e ao país. Pensei: se ele sabe disso, porque não faz um relatorio e envia para os politicos? O Senhor Janio Quadros, o Kubstchek, e o Dr Adhemar de Barros? Agora falar para mim, que sou uma pobre lixeira. Não posso resolver nem as minhas dificul- dades.(...) O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que já passou fome. A fome tam- bem é professora. Quem passa fome aprende a pensar no proximo e nas crianças. 11 de MAIO. Dia das mães. O céu está azul e branco. Parece que até a natureza quer homenagear as mães que atualmente se 17 sentem infeliz por não realizar os desejos de seus filhos. (...) O sol vai galgando. Hoje não vai chover. Hoje é o nosso dia. (...) A D. Teresinha veio visitar-me. Ela deu-me 15 cruzeiros. Disse-me que era para a Vera ir no circo. Mas eu vou deixar o dinheiro para comprar pão amanhã, porque eu só tenho 4 cruzeiros.(...) Ontem eu ganhei metade da cabeça de um porco no frigorifico. Comemos a carne e guardei os ossos para ferver. E com o caldo fiz as batatas. Os meus filhos estão sempre com fome. Quando eles passam mui- ta fome eles não são exigentes no paladar. (...) Surgiu a noite. As estrelas estão ocultas. O barraco está cheio de pernilongos. Eu vou acender uma folha de jornal e passar pelas paredes. É assim que os favelados matam mosquitos. 13 de MAIO. Hoje amanheceu chovendo. É um dia simpatico para mim. É o dia da Abo- lição. Dia que comemoramos a libertação dos escravos. Nas prisões os negros eram os bodes expiatorios. Mas os brancos agora são mais cultos. E não nos trata com desprezo. Que Deus ilumine os brancos para que os pre- tos sejam feliz. (...) Continua chovendo. E eu tenho só feijão e sal. A chuva está forte. Mes- mo assim, mandei os meninos para a esco- la. Estou escrevendo até passar a chuva para mim ir lá no Senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguiça. A chuva passou um pouco. Vou sair. (...) Eu tenho dó dos meus filhos. Quan- do eles vê as coisas de comer eles brada: Viva a mamãe!. A manifestação agrada-me. Mas eu já perdi o habito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu man- dei o João pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Mandei-lhe um bilhete assim: “Dona Ida peço-te se pode me arranjar um pouquinho de gordura, para eu fazer sopa para os meninos. Hoje choveu e não pude ca- tar papel. Agradeço. Carolina” (...) Choveu, esfriou. É o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera co- meçou a pedir comida. E eu não tinha. Era a reprise do espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos. E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual – a fome! (DE JESUS, Carolina Maria. Quarto de Despejo.) Pode-se afirmar que um recorrente problema encontrado no texto, no que se refere ao uso da língua padrão, está relacionado à acen tuação gráfica. Assinale a alternativa em que esse fato NÃO ocorre. a) “...as pessoas tem mais possibilidades de de- linquir...” b) “Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado.” c) “Nas prisões os negros eram os bodes expia- torios.” d) “...os meus pés doiam tanto que eu não po- dia andar.” E.O. COmplEmEntAr 1. (IFSUL) Crônica parafraseada de uma Síria em guerra Ela abre os olhos. Não fosse o cheiro horrível de morte, o silêncio seria até agradável, mas o olfato a lembra que não há paz – nem pes- soas, vizinhos, crianças. A trégua na manhã- zinha não traz esperança. Tão somente lhe permite descansar o corpo, mas não a mente. As lembranças da noite anterior ainda pro- duzem sobressaltos. Bombas, casas caindo e soldados gritando. Levanta-se, bebe o pouco da água que restou do copo ao lado da cama. Já não é tão lim- pa, nem farta como antes. Sempre um gosto amargo misturado com Abre a geladeira, e só encontra comida enla- tada e congelada. E mesmo não tão congela- da assim, já que os cortes diários de eletrici- dade derretem as camadas de gelo. Os sobrinhos ainda dormem, e ela tenta orar. Não consegue. A mente desconcentra-se fa- cilmente. Em uma prece fragmentada, pede a Deus descanso e trégua. E faz a oração sem pensar muito. Não precisa; é a mesma oração das últimas semanas. Ela não quer sair de casa. Não é teimosia, é falta de opção. “Para onde ir?”, pergunta, com uma voz desesperançosa. Está tão con- fusa que não consegue imaginar saídas. Nem a piedade de enterrar os mortos o go- verno permite. Cadáveres estão espalhados pelas ruas. As forças de Assad 3impediram de sepultar ou mesmo remover os restos mor- tais. Ou seja, mesmo viva, ela não tem como fugir da morte escancarada diante de seus olhos. Não é fácil acreditar na vida, quando a realidade grita o contrário. Se não podem sepultar os mortos, os sobre- viventes tentam ao menos ajudar a curar as feridas dos machucados. Não podem levá-los aos hospitais da cidade, já que há um medo generalizado de que o governo prenda os fe- ridos como se fossem prisioneiros de guerra. Resta improvisar atendimento nos campos. Não bastasse a precariedade do atendimen- to, não há medicamentos suficientes. Rebeca, de 32 anos, é trabalhadora autôno- ma. Ou melhor, 4era. Agora já não sabe mais o que é e o que faz em sua cidade Damasco, capital da Síria. 18 Crônica parafraseada do depoimento de uma moradora da capital da Síria (identificada apenas pela letra “R”) ao jornal Folha de São Paulo, de quarta-feira, dia 25. A Síria está em revolta há 16 meses contra a dita- dura de Bashar al-Assad. Nos últimos dias, o confronto contra os rebeldes se acirrou e as mortes aumentaram. (Disponível em: <http://ultimato.com.br/sites/ fatosecorrelatos/2012/07/26/cronica-parafraseada-de- uma-siria-em-guerra/>. Acesso em: 14 set. 2015.) Sobre a acentuação gráfica, são feitas as se- guintes afirmações: I. As palavras horrível, agradável e fácil se- guem a regra de acentuação gráfica das oxítonas. II. Os vocábulos só, há e já recebem acento gráfico em decorrência de regras distin- tas. III. A presença ou a ausência do acento grá- fico na palavra e é determinante para a classificação gramatical desse vocábulo. IV. As palavras levá-las, diários, contrário se- guem a regra de acentuação gráfica das paroxítonas. Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s) a) I, III e IV apenas. b) II e IV apenas. c) I, II, III e IV. d) III apenas. 2. (ESPCEX) Assinale a alternativa cujo vocá- bulo só pode ser empregado com acento grá- fico. a) Diálogo b) Até c) Análogo d) É e) Música 3. (IFAL) À beira da extinção, ave saíra-apu- nhalada tem rara chance de se recuperar na natureza A saíra-apunhalada (o nome faz referên- cia à mancha vermelha no peito do pássa- ro, que se assemelha a uma “punhalada”) é uma ave simpática de dez centímetros, com plumagem branca e cinza. A alcunha, que na origem só fazia referência ao visual da espécie, agora serve bem como indicação simbólica do perigo pelo qual passa a saíra: estimativas indicam que só existem 50 delas na natureza. Para protegê-la, ONGs e órgãos ambientalistas do governo lutam para que seja criada uma reserva florestal de 5 mil hectares na região serrana capixaba. A saíra-apunhalada vive em bandos e se ali- menta de pequenos insetos e frutos. Ela vive no alto de florestas da Mata Atlântica, e está aí a sua maior fraqueza, já que dessa vege- tação foi destruída pelo homem. A ave, que também era encontrada em Minas Gerais, hoje só pode ser vistano Espírito Santo. “A extinção está associada à destruição se- cular da Mata Atlântica, porque a espécie só sobrevive em florestas muito bem conser- vadas”, diz o biólogo Edson Ribeiro Luiz, coordenador de projetos da SAVE Brasil, ONG ligada à Bird Life International, que tem como foco a proteção das aves brasileiras. “Em território capixaba, onde existe apenas um bloco de vegetação preservado, elas ten- dem a ficar ilhadas.” A luta para proteger a ave ganhou força no mês passado, quando aconteceu no Estado o Avistar, principal evento de observação de pássaros do país. Tendo na saíra-apunhalada o seu símbolo, a festa foi o incentivo que faltava para que o Instituto Estadual de Meio Ambiente (IEMA) estabelecesse o prazo de março de 2016 para a constituição da re- serva. A decisão final, porém, continua nas mãos do governo. (Disponível em: <http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/ ambientalistaspressionam- governo-capixaba-a-proteger- ave-sairaapunhalada>. Acesso em: 13/11/2015.) Quanto à acentuação das palavras, assinale a afirmação verdadeira. a) Os vocábulos “é”, “já” e “só” recebem acento por constituírem monossílabos tônicos fe- chados. b) As palavras “saíra”, “destruída” e “aí” acen- tuam-se pela mesma razão. c) Acentuam-se “simpática”, “centímetros”, “simbólica” porque todas as paroxítonas são acentuadas. d) A palavra “tendem” deveria ser acentuada graficamente, como “também” e “porém”. e) O nome “Luiz” deveria ser acentuado gra- ficamente, pela mesma razão que a palavra “país”. 4. (IFSUL) Texto 1 O PREÇO DE SER DE VERDADE Fernanda Pinho Acabei de ler um livro que me marcou bas- tante. Chama-se “A Extraordinária Garota Chamada Estrela”, do autor Jerry Spinelli. Estrela tem um rato de estimação, fica fe- liz quando seu time faz cesta no basquete (mas quando o outro time pontua, também), distribui cartões de aniversários para desco- nhecidos, usa as roupas de que gosta (e isso pode ser um vestido que esteve na moda du- zentos anos atrás), tenta trazer um pouco de 19 alegria tirando canções de seu ukulele que leva sempre a tiracolo. Num primeiro mo- mento, junto com o impacto de sua chegada à escola nova, Estrela desperta simpatias. Afinal, este livro nada mais é que uma deli- cada e verdadeira metáfora da vida. E a princípio somos assim. Grandes admi- radores da autenticidade. Capazes de fazer discursos inflamados defendendo a liberda- de de cada um fazer o que quiser, respei- tar as próprias convicções, seguir o que seu coração manda, persistir nos seus sonhos, manter relações com quem se sente à von- tade, construir seu próprio caminho. Lindo, maravilhoso. Se ficar só no discurso, melhor ainda. Porque, em algum momento, Estrela vai le- vantar suspeitas. “Ninguém pode ser tão le- gal assim”. E da suspeita para a rejeição se passa num piscar de olhos. Por que ninguém pode ser “tão legal assim”? Porque ser legal demais implica ser diferente e a gente pode até admirar pessoas que fazem tudo o que “dá na telha”, desde que mantenham uma distância de segurança de nós, por favor. E, veja bem, quando eu falo de gente que faz tudo o que “dá na telha”, eu não estou me referindo a nada que possa machucar ou prejudicar o outro de alguma forma. Estou falando de atitudes inocentes, mas que, por sair da previsibilidade, são tratadas quase como se fossem atos imperdoáveis. Gente que dança como se ninguém estives- se olhando, que ignora a uniformização das vitrines e faz a própria moda, que se recusa a fazer social em ambientes inóspitos, que fala a verdade quando questionada, que dá abraços de dez minutos, que ri na hora que tem vontade de rir, que chora na hora que tem vontade de chorar, que fala “eu te amo” quando sente que ama, que escolheu não perder tempo com quem lhe faz mal, que muda o rumo da própria vida, que ignora as etiquetas e as convenções. Sabe essa gen- te louca, sem noção, desvairada, sem juízo, perturbada? Então, elas não são nada disso. São apenas pessoas autênticas e verdadeiras, que se respeitam muito (e só quem se res- peita muito é capaz de respeitar o outro). Elas não estão fazendo nada de mau. Nada que irá prejudicar você ou quem quer que seja. E por que te incomodam tanto? Bom, apenas optaram optaram por fazer o que ti- nham vontade, e não o que você, preso em seu mundo limitado e previsível, esperava. (Disponível em: <http://www.cronicadodia.com. br/2014/10/o-preco-de-ser-de-verdade-fernanda- pinho.html>. Acesso em: 7 abr. 2015.) Texto 2 COMO NASRUDIN CRIOU A VERDADE Nasrudin (Khawajah Nasr Al-Din) – As leis não fazem com que as pessoas fi- quem melhores – disse Nasrudin ao rei. – Elas precisam, antes, praticar certas coisas de maneira a entrar em sintonia com a ver- dade interior, que se assemelha apenas leve- mente à verdade aparente. O rei, no entanto, decidiu que ele poderia, sim, fazer com que as pessoas observassem a verdade, que po- deria fazê-las observar a autenticidade – e assim o faria. O acesso a sua cidade dava-se através de uma ponte. Sobre ela, o rei orde- nou que fosse construída uma forca. Quando os portões foram abertos, na alvorada do dia seguinte, o chefe da guarda estava a postos em frente de um pelotão para testar todos os que por ali passassem. Um edital fora ime- diatamente publicado: “Todos serão interro- gados. Aquele que falar a verdade terá seu ingresso na cidade permitido. Caso mentir, será enforcado". Nasrudin, na ponte entre alguns populares, deu um passo à frente e começou a cruzar a ponte. – Aonde o senhor pensa que vai? – pergun- tou o chefe da guarda. – Estou a caminho da forca – respondeu Nas- rudin, calmamente. – Não acredito no que está dizendo! – Muito bem, se eu estiver mentindo, pode me enforcar. – Mas se o enforcarmos por mentir, faremos com que aquilo que disse seja verdade! – Isso mesmo – respondeu Nasrudin, sentin- do-se vitorioso. – Agora vocês já sabem o que é a verdade: é apenas a sua verdade. (Disponível em: <http://metaforas.com.br/como- nasrudin-criou-a-verdade>. Acesso em: 14 abr.2015.) Nos textos 1 e 2, aparecem várias palavras acentuadas graficamente. Em que alternativa as palavras seguem a re- gra de acentuação das oxítonas? a) terá, juízo, ninguém. b) fazê-las, através, será. c) vocês, construída, previsível. d) imperdoáveis, metáfora, você. 5. (IFAL) COMO PREVENIR A VIOLÊNCIA DOS ADOLECENTES “(...) Quando deparo com as notícias sobre crimes hediondos envolvendo adolescen- tes, como o ocorrido com Felipe Silva Caffé e Liana Friedenbach, fico profundamente triste e constrangida. Esse caso é consequ- ência da baixa valorização da prevenção pri- mária da violência por meio das estratégias 20 cientificamente comprovadas, facilmente replicáveis e definitivamente muito mais baratas do que a recuperação de crianças e adolescentes que comentem atos infracio- nais graves contra a vida. Talvez seja porque a maioria da população não se deu conta e os que estão no poder nos três níveis não estejam conscientes de seu papel histórico e de sua responsabilidade le- gal de cuidar do que tem de mais importante à nação: as crianças e os adolescentes, que são o futuro do país e do mundo. A construção da paz e a prevenção da violên- cia dependem de como promovemos o desen- volvimento físico, social, mental, espiritual e cognitivo das nossas crianças e adolescentes, dentro do seu contexto familiar e comunitá- rio. Trata-se, portanto, de uma ação inter- setorial, realizada de maneira sincronizada em cada comunidade, com a participação das famílias, mesmo que estejam incompletas ou desestruturadas (...)” “(...) Em relação às crianças e adolescentes que cometeram infrações leves ou modera- das – que deveriam ser mais bem expressas – seu tratamento para a cidadania deveria ser feito com instrumentos bem elaborados e colocados em prática, na família ou próxima dela, com acompanhamento multiprofissio- nal, desobstruindo as penitenciárias, verda- deiras universidades do crime.(...)” “(...) A prevenção primária da violência ini- cia-se com a construção de um tecido social saudável e promissor, que começa antes do nascer, com um bom pré-natal, parto de qua- lidade, aleitamento materno exclusivo até seis meses e o complemento até mais de um ano, vacinação, vigilância nutricional, edu- cação infantil, principalmente propiciando o desenvolvimento e o respeito à fala da crian- ça, o canto, a oração, o brincar, o andar, o jogar; uma educação para a paz e a nãovio- lência. A pastoral da criança, que em 2003 comple- ta 20 anos, forma redes de ação para mul- tiplicar o saber e a solidariedade junto às famílias pobres do país, por meio de mais de 230 mil voluntários, e acompanhou no ter- ceiro trimestre deste ano cerca de 1,7 milhão de crianças menores de seis anos e 80 mil gestantes, de mais de 1,2 milhão de famí- lias, que moram em 34.784 comunidades de 3.696 municípios do país. O Brasil é o país que mais reduziu a mortali- dade infantil nos últimos dez anos; isso, sem dúvida, é resultado da organização e univer- salização dos serviços de saúde pública, da melhoria da atenção primária, com todas as limitações que o SUS possa ainda possuir, da descentralização e municipalização dos recursos e dos serviços de saúde. A intensa luta contra a mortalidade infantil, a desnu- trição e a violência intrafamiliar contou com a contribuição dessa enorme rede de solida- riedade da Pastoral da Criança. (...)” “(...) A segunda área da maior importância nessa prevenção primária da violência envol- vendo crianças e adolescentes é a educação, a começar pelas creches, escolas infantis e de educação fundamental e de nível médio, que devem valorizar o desenvolvimento do raciocínio e a matemática, a música, a arte, o esporte e a prática da solidariedade humana. As escolas nas comunidades mais pobres deveriam ter dois turnos, para darem con- ta da educação integral das crianças e dos adolescentes; deveriam dispor de equipes multiprofissionais atualizadas e capacitadas a avaliar periodicamente os alunos. Urgente é incorporar os ministérios do Esporte e da Cultura às iniciativas da educação, com ati- vidades em larga escala e simples, baratas, facilmente replicáveis e adaptáveis em todo o território nacional. (...)” “(...) Com relação à idade mínima para a maioridade penal, deve permanecer em 18 anos, prevista pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e conforme orientações da ONU. Mas o tempo máximo de três anos de reclu- são em regime fechado, quando a criança ou o adolescente comete crime hediondo, mes- mo em locais apropriados e com tratamento multiprofissional, que urgentemente preci- sam ser disponibilizados, deve ser revisto. Três anos, em muitos casos, podem ser ab- solutamente insuficientes para tratar e pre- parar os adolescentes com graves distúrbios para a convivência cidadã. (...)” (Zilda Arns Neumann, 69, médica pediatra e sanitarista; foi fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Criança. Publicado em: Folha de S. Paulo, 26/11/2003.). Foram retiradas do texto as seguintes palavras acentuadas: ministérios, replicáveis, adaptá- veis, máximo, distúrbios, convivências. Assinale a alternativa que melhor justifica a acentuação gráfica. a) De todas as palavras destacadas, somente “máximo” não se insere na mesma regra de acentuação gráfica. b) Todas as palavras mencionadas seguem o mesmo padrão ou regra de acentuação gráfica. c) Com exceção de “máximo” e “convivência”, que são proparoxítonas, as demais palavras são acentuadas pelo mesmo motivo. d) Três regras de acentuação contemplam as palavras supracitadas: a das proparoxítonas, a das paroxítonas terminadas em ditongos e as que terminam em hiato, que, no caso em análise, trata-se da palavra “convivência”. e) Todas são proparoxítonas. 21 E.O. dissErtAtivO 1. (FGV) O artista Juan Diego Miguel apresenta a exposição Arte e Sensibilidade, no Museu Brasileiro da Escultura (MUBE) de suas obras que acabam de chegar no país. Seu sentido de inovação tanto em temas como em materiais que elege é sempre de uma sen- sação extraordinária para o espectador. Juan Diego sensibiliza-se com os materiais que nos rodeam e lhes da vida com uma na- turalidade impressionante, encontrando li- berdade para buscar elementos no fauvismo de Henri Matisse, no cubismo de Pablo Pi- casso e do contemporâneo de Juan Gris. Uma arte que está reservada para poucos. (Exposição: de 03 de agosto à 02 de setembro das 10 às 19h.) Explique a importância da regra do acento diferencial, baseando-se na frase – Juan Diego sensibiliza-se com os materiais [...] e lhes da vida com uma naturalidade impres- sionante. 2. (Fgv) Leia o texto. "Cuidado com as palavras Uma moça se preparou toda para ir ao ensaio de uma escola de samba. Chegando lá, um rapaz suado pede para dan- çar e, para não arrumar confusão, ela aceita. Mas o rapaz suava tanto que ela já não estava suportando mais. Assim, ela foi se afastando e disse: – Você sua, hein!!! Ele puxou-a, lascou um beijo e respondeu: – Também vô sê seu, princesa!!!" (www.mundodaspiadas.com/ arquivo/2006-2-1.html. Adaptado) a) Tendo como base a frase da moça, explique o que ela quis dizer e o que o rapaz entendeu. b) Explique, do ponto de vista fonológico, o que gerou a interpretação do rapaz. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO E dizem que rola um texto na internet com minha assinatura baixando o pau no “Big Brother Brasil”. Não fui eu que escrevi. Não poderia escrever nada sobre o “Big Bro- ther Brasil”, a favor ou contra, porque sou um dos três ou quatro brasileiros que nunca o acompanharam. O pouco que vi do programa, de passagem, zapeando entre canais, só me deixou per- plexo: o que, afinal, atraía tanto as pessoas – além do voyeurismo* natural da espécie – numa jaula de gente em exibição? Também me dizem que, além de textos meus que nunca escrevi, agora frequento a inter- net com um Twitter. Aviso: não tenho tuiter, não recebo tuiter, não sei o que é tuiter. E desautorizo qualquer frase de tuiter atri- buída a mim a não ser que ela seja absoluta- mente genial. Brincadeira, mas já fui obri- gado a aceitar a autoria de mais de um texto apócrifo (e agradecer o elogio) para não cau- sar desgosto, ou até revolta. Como a daquela senhora que reagiu com indignação quando eu inventei de dizer que um texto que ela lera não era meu: — É sim. — Não, eu acho que... — É sim senhor! Concordei que era, para não apanhar. O curioso, e o assustador, é que, em textos de outros com sua assinatura e em tuiters fal- sos, você passa a ter uma vida paralela den- tro das fronteiras infinitas da internet. É outro você, um fantasma eletrônico com opiniões próprias, muitas vezes antagônicas, sobre o qual você não tem nenhum controle, — Olha, adorei o que você escreveu sobre o “Big Brother”. É isso aí! — Não fui eu que... — Foi sim! (Luiz Fernando Veríssimo, http://oglobo. globo.com, 30.01.2011. Adaptado.) * voyeurismo: forma de curiosidade mórbida com relação ao que é privativo, privado ou íntimo. 3. (Uftm) a) O que o contraste das grafias Twitter e tui- ter, em destaque no texto, revela sobre o ponto de vista do autor acerca desse meio de comunicação virtual? b) É correto afirmar que o autor reage com bom humor e resignação diante do fato de lhe atribuírem a autoria de textos que não es- creveu? Justifique, transcrevendo e comen- tando um ou mais trechos do texto. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO COMPOSIÇÕES INFANTIS O comportamento O comportamento é uma coisa que a mamãe diz que não suporta o meu mas eu é que não entendo o dela. Uma hora ela me dá uma porção de beijinhos, outra hora ela me põe de castigo o dia todo. Uma vez ela diz que eu sou tudo lá na vida dela, outra vez ela grita: "Que menino mais impossível, você vai ver só quando seu pai chegar!" Tem umas oca- siões que ela chora muito porque não sabe mais o que fazer comigo e outras eu ouvo ela 22 dizendo pras visitas que "o meu, felizmente, é muito bonzinhoe muito carinhoso." Eu já desconfio que a mamãe é a médica e a monstra. http://www.memoriaviva.com.br/ocruzeiro/ O CRUZEIRO, 3 maio 1959. Acesso: abril 2007. 4. (Ufmg) REESCREVA esse texto, fazendo as adaptações necessárias para ajustá-lo à nor- ma padrão da língua escrita. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO O artista Juan Diego Miguel apresenta a ex- posição Arte e Sensibilidade, no Museu Bra- sileiro da Escultura (MUBE) de suas obras que acabam de chegar no país. Seu sentido de inovação tanto em temas como em materiais que elege é sempre de uma sensação extraordinária para o espec- tador. Juan Diego sensibiliza-se com os materiais que nos rodeam e lhes da vida com uma na- turalidade impressionante, encontrando li- berdade para buscar elementos no fauvismo de Henri Matisse, no cubismo de Pablo Pi- casso e do contemporâneo de Juan Gris. Uma arte que está reservada para poucos. Exposição: de 03 de agosto à 02 de setembro das 10 às 19h. 5. (Fgv) Nossa língua registra as palavras "es- pectador" e "expectador". Explique a dife- rença de sentido dessas palavras. E.O. dissErtAtivAs (UnEsp, FUvEst, UniCAmp E UniFEsp) 1. (Unifesp) O Museu da Língua Portuguesa foi inaugurado em São Paulo, em março de 2006. Na ocasião, houve um erro num pai- nel, conforme a imagem: Sobre isso, Pasquale Cipro Neto escreveu: "Na última segunda-feira, foi inaugurado o Museu da Língua Portuguesa. Na terça, a imprensa deu destaque a um erro de acen- tuação presente num dos painéis do museu (grafou-se 'raiz' com acento agudo no 'i'). Vamos ao que conta (e que foi objeto das mensagens de muitos leitores): por que se acentua 'raízes', mas não se acentua 'raiz'?" (www2.uol.com.br/linguaportuguesa/artigos.) a) Considerando o contexto social, cultural e ideológico, por que o erro do painel teve grande repercussão? b) Responda à pergunta que foi enviada ao pro- fessor Pasquale por seus leitores. 2. (Unesp) A questão toma por base uma pas- sagem do romance Canaã, de Graça Aranha (1868-1931), e uma tira de Henfil (1944- 1988). CANAÃ – Hoje – disse Milkau quando chegaram a um trecho desembaraçado da praia –, de- vemos escolher o local para a nossa casa. – Oh! não haverá dificuldade, neste deserto, de talhar o nosso pequeno lote... – desden- hou Lentz. – Quanto a mim, replicou Milkau, uma ligei- ra inquietação de vago terror se mistura ao prazer extraordinário de recomeçar a vida pela fundação do domicílio, e pelas minhas próprias mãos... O que é lamentável nesta solenidade primitiva é a intervenção inútil do Estado... – O Estado, que no nosso caso é o agrimensor Felicíssimo... – Não seria muito mais perfeito que a terra e as suas coisas fossem propriedade de todos, sem venda, sem posse? – O que eu vejo é o contrário disto. É antes a venalidade de tudo, a ambição, que chama a ambição e espraia o instinto da posse. O que está hoje fora do domínio amanhã será a pre- sa do homem. Não acreditas que o próprio ar que escapa à nossa posse será vendido, mais tarde, nas cidades suspensas, como é hoje a terra? Não será uma nova forma da expansão da conquista e da propriedade? – Ou melhor, não vês a propriedade tornar- se cada dia mais coletiva, numa grande ânsia de aquisição popular, que se vai alastrando e que um dia, depois de se apossar dos jardins, dos palácios, dos museus, das estradas, se estenderá a tudo?... O sentimento da posse morrerá com a desnecessidade, com a su- pressão da ideia da defesa pessoal, que nele tinha o seu repouso... – Pois eu – ponderou Lentz –, se me fixar na ideia de converter-me em colono, dese- jarei ir alargando o meu terreno, chamar a mim outros trabalhadores e fundar um novo núcleo, que signifique fortuna e domínio... Porque só pela riqueza ou pela força nos emanciparemos da servidão. 23 – O meu quinhão de terra – explicou Milkau – será o mesmo que hoje receber; não o am- pliarei, não me abandonarei à ambição, fica- rei sempre alegremente reduzido à situação de um homem humilde entre gente simples. Desde que chegamos, sinto um perfeito en- cantamento: não é só a natureza que me se- duz aqui, que me festeja, é também a suave contemplação do homem. Todos mostram a sua doçura íntima estampada na calma das linhas do rosto; há como um longínquo af- astamento da cólera e do ódio. Há em todos uma resignação amorosa... Os naturais da terra são expansivos e alvissareiros da feli- cidade de que nos parecem os portadores... Os que vieram de longe esqueceram as suas amarguras, estão tranquilos e amáveis; não há grandes separações, o próprio chefe troca no lar o seu prestígio pela espontaneidade niveladora, que é o feliz gênio da sua raça. Vendo-os, eu adivinho o que é todo este País – um recanto de bondade, de olvido e de paz. Há de haver uma grande união entre todos, não haverá conflitos de orgulho e ambição, a justiça será perfeita; não se imolarão víti- mas aos rancores abandonados na estrada do exílio. Todos se purificarão e nós também nos devemos esquecer de nós mesmos e dos nossos preconceitos, para só pensarmos nos outros e não perturbarmos a serenidade de- sta vida... (Graça Aranha. Canaã, 1996.) Tomando como referência o sistema ortográ- fico, explique por que o cartunista Henfil, ao aportuguesar, com intenção irônica, a ex- pressão inglesa my brother, colocou o acento agudo em Bróder. 3. (Unesp) O QUE EU LHE DIZIA Não sei se é certo ou não o que eu li outro dia, Onde, já não me lembra, ó minha noiva ama- da: – “A posse faz perder metade da valia À cousa desejada.” Não sei se após haver saciado no meu peito, Quando houver de possuir-te, esta ardente paixão, Eu sentirei em mim, de gozo satisfeito, Menor o coração. Sei que te amo, e a teus pés a minh’alma abatida Beija humilde e feliz o grilhão que a tortura; Sei que te amo, e este amor é toda a minha vida, Toda a minha ventura. Talvez haja entre mim que os passos te acompanho, E a abelha que a zumbir vai procurar a flor, – Alma ou asas movendo – o mesmo fluido estranho, seja instinto ou amor; Talvez o que eu presumo irradiação divina, Minha nobre paixão, meu fervoroso afeto, Por sua vez o sinta o verme da campina, O inseto ao pé do inseto... (ALBERTO DE OLIVEIRA. Poesias - segunda série. Rio de Janeiro: H. Garnier, 1906, p. 20-21.) No terceiro verso da quarta estrofe, o eu- poemático escreve “o mesmo fluido estra- nho”. Considerando que o vocábulo “fluido” foi adequadamente empregado, explique por que o poeta não poderia ter usado a forma acentuada “fluído”. 4. (Unesp) O acolhimento que dispensou aos seus projetos o excelentíssimo senhor minis- tro do Fomento Nacional, animou o russo a improvisar novos processos que levantassem a pecuária no Brasil. Xandu, com o cotovelo direito sobre a mesa e a mão respectiva na testa, considerava Bogóloff com espanto e enternecido agradecimento. – Ah! Doutor! disse ele. O senhor vai dar uma glória imortal ao meu ministério. – Tudo isso, Excelência, é fruto de longos e acurados estudos. Xandu continuava a olhar embevecido o russo admirável; e este aduziu com toda convicção: 24 – Por meio da fecundação artificial, Excelên- cia, injectando germens de uma em outra espécie, consigo cabritos que são ao mesmo tempo carneiros e porcos que são cabritos ou carneiros, à vontade. Xandu mudou de posição, recostou-se na ca- deira; e, brincando com o monóculo, disse: – Singular! O doutor vai fazer uma revolução nos métodos de criar! Não haverá objecções quanto à possibilidade, à viabilidade? – Nenhuma, Excelência. Lido com as últimas descobertas da ciência e a ciência é infalível. – Vai ser uma revolução!... – É a mesma revolução que a química fez na agricultura. Penso assim há muitos anos, mas não me tem sido possível experimentar os meus processos por falta de meios; en- tretanto, em pequena escala já fiz. – O quê? – Uma barata chegar ao tamanho de um rato. – Oh! Mas... não tem utilidade. – Não há dúvida. Uma experiência ao meu alcance, mas, logo que tenha meios... – Não seja essa a dúvida. Enquanto
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