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Livro - Fisiologia do exercício (5)

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1 
 
Disciplina: Fisiologia do exercício 
Autor: M.e Gilson Brun 
Revisão de Conteúdos: Esp. Guilherme Natan Paiano dos Santos 
Designer Instrucional: Vianeis Rodrigues Pereira 
Revisão Ortográfica: Esp. Alexandre Kramer Morgenterm 
Ano: 2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas 
páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de 
Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em 
cobrança de direitos autorais. 
 
2 
 
Gilson Brun 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fisiologia do exercício 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2019 
Curitiba, PR 
Editora São Braz 
 
3 
 
Editora São Braz 
Rua Cláudio Chatagnier, 112 
Curitiba – Paraná – 82520-590 
Fone: (41) 3123-9000 
 
 
Coordenador Técnico Editorial 
Marcelo Alvino da Silva 
 
Conselho Editorial 
D.r Alex de Britto Rodrigues / D.ra Diana Cristina de Abreu / 
D.r Eduardo Soncini Miranda / D.ra Gilian Cristina Barros / D.r Jefferson 
Zeferino / D.r João Paulo de Souza da Silva / D.ra Marli Pereira de Barros 
Dias / D.ra Rosi Terezinha Ferrarini Gevaerd / D.ra Wilma de Lara Bueno / 
D.ra Yara Rodrigues de La Iglesia 
 
Revisão de Conteúdos 
Guilherme Natan Paiano dos Santos 
Parecerista Técnico 
Guilherme Natan Paiano dos Santos 
Designer Instrucional 
Vianeis Rodrigues Pereira 
 
Revisão Ortográfica 
Alexandre Kramer Morgenterm 
 
Desenvolvimento Iconográfico 
Juliana Emy Akiyoshi Eleutério 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 BRUN, Gilson. 
Fisiologia do exercício / Gilson Brun. – Curitiba: Editora São Braz, 2019. 
 54 p. 
ISBN: 978-85-5475-468-6 
 1.Bionergético. 2. Exercícios. 3. Neuromusculares. 
Material didático da disciplina de Fisiologia do exercício – Faculdade São Braz 
(FSB), 2019. 
Natália Figueiredo Martins – CRB 9/1870 
 
 
4 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio 
Chatagnier, nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 
299 de 27 de dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e 
Extensão Universitária. 
 A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas 
também brasileiros conscientes de sua cidadania. 
 Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão 
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e 
grupos de estudos, o que proporciona excelente integração entre professores e 
estudantes. 
 
 
 Bons estudos e conte sempre conosco! 
 Faculdade São Braz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Sumário 
 
Prefácio.................................................................................................................... 
07 
Aula 1 – Fisiologia do exercício e bioenergética..................................................... 08 
Apresentação da aula 1........................................................................................... 08 
 1.1 Fisiologia do exercício............................................................................ 08 
 1.2 Bioenergética.......................................................................................... 11 
 1.2.1 Sistema fosfagênio (ATP – PC)........................................................... 13 
 1.2.2 Sistema anaeróbio lático (Glicólise anaeróbia) .................................. 15 
 1.2.3 Sistema aeróbio (Sistema oxidativo) .................................................. 19 
Conclusão da aula 1................................................................................................ 21 
Aula 2 – Adaptações neuromusculares e exercício................................................ 22 
Apresentação da aula 2........................................................................................... 22 
 2.1 Alteração neuromuscular........................................................................ 22 
 2.2 Hipertrofia muscular................................................................................ 24 
 2.2.1 Ação concêntrica................................................................................. 26 
 2.2.2 Ação excêntrica................................................................................... 28 
 2.3 Ação isométrica...................................................................................... 29 
 2.3.1 Interação entre as 3 ações.................................................................. 30 
Conclusão da aula 2................................................................................................ 31 
Aula 3 –Principais adaptações orgânicas com o exercício..................................... 32 
Apresentação da aula 3.......................................................................................... 32 
 3.1 Sistema cardiovascular e exercício....................................................... 32 
 3.1.1 Frequência cardíaca............................................................................ 33 
 3.1.2 Volume de ejeção (volume sistólico) .................................................. 34 
 3.1.3 Débito cardíaco.................................................................................... 35 
 3.2 Sistema respiratório e exercício............................................................. 35 
 3.3 Sistema endócrino e exercício............................................................... 37 
 3.4 Hormônio de crescimento...................................................................... 38 
 3.5 Catecolaminas........................................................................................ 38 
 3.6 Glucagon e insulina................................................................................ 39 
 
6 
 
 3.7 Endorfinas............................................................................................... 39 
 3.8 Leptina.................................................................................................... 40 
Conclusão da aula 3................................................................................................ 40 
Aula 4 – Recursos ergogênicos............................................................................... 41 
Apresentação da aula 4........................................................................................... 41 
 4.1 Recursos ergogênicos, conceitos e classificação.................................. 41 
 4.1.1 Recursos ergogênicos nutricionais...................................................... 41 
 4.1.2 Creatina fosfato................................................................................... 42 
 4.1.3 Recursos ergogênicos farmacológicos................................................ 43 
 4.1.4 Anfetaminas......................................................................................... 43 
 4. 2 Cocaína................................................................................................. 44 
 4.2.1 Cafeína................................................................................................ 44 
 4.2.2 Analgésicos narcóticos........................................................................ 44 
 4.2.3 Morfina.................................................................................................45 
 4.2.4 Heroína................................................................................................ 45 
 4.3 Bloqueadores adrenérgicos............................................................... 45 
 4.3.1 Diuréticos............................................................................................. 46 
 4.3.2 Hormônios peptídicos e análogos...................................................... 46 
 4.3.3 Esteróides anabolizantes.................................................................... 47 
 4.3.4 Recursos ergogênicos mecânicos....................................................... 48 
 4.4 Calçados esportivos............................................................................... 48 
 4.5 Roupas esportivas.................................................................................. 48 
 4.6 Equipamentos esportivos....................................................................... 49 
Conclusão da aula 4................................................................................................ 50 
Índice Remissivo...................................................................................................... 51 
Referências.............................................................................................................. 54 
 
 
 
 
 
7 
 
Prefácio 
 
Olá estudante, seja bem-vindo (a) à disciplina de Fisiologia do exercício, 
iniciaremos nossa disciplina discutindo sobre o termo Fisiologia tendo como 
segmentação parte da Biologia que tem como função de estudar as diversas 
funções físicas, bioquímicas e mecânicas dos seres vivos. 
 Em seguida vamos estudando outros temas que contempla esta 
disciplina, como via metabólica capaz de produzir rapidamente ATP, na 
escassez do oxigênio, estando designada de via glicolítica. Logo veremos sobre 
o sistema energético do fosfagênio, juntamente com a molécula de ADP, resulta 
diretamente na produção de ATP, uma célula muscular que apresenta 
determinada quantidade de ATP que pode ser usada regularmente entre outras 
adaptações neuromusculares e exercício. 
Além disso, vamos conhecer um pouco sobre as alterações que ocorrem 
no nosso corpo, a partir da realização de atividades físicas. 
Mais adiante abordaremos alguns contextos sobre a sociedade civil, 
buscando compreender seu papel dando sequência na aprendizagem 
abordando alterações que ocorre nosso organismo, após realizar um programa 
de treinamento ou manter-se ativo, praticando atividade física. 
Em certas situações competitivas, os integrantes em geral têm 
habilidades atléticas genéticas similares e, se estiverem expostos aos mesmos 
sistemas de treinamento, tornam-se bastante nivelados, enfim veremos um 
pouco também sobre a evolução tecnológica utilizados como recursos e 
aprimoramentos no esporte. Tanto que existem polêmicas no meio desportivo 
sobre essa forma de uso, já que nem todos podem ter a oportunidade de utilizá-
los e alguns tipos podem ser contrariados ao regimento de uma competição. 
 
 
Então, entraremos nas discussões 
Boa aula! 
 
 
 
 
8 
 
Aula 1 – Fisiologia do exercício e bioenergética 
 
Apresentação da aula 1 
 
Olá, estudante! Seja bem-vindo(a) à primeira aula da disciplina de 
Fisiologia do exercício. Buscamos nessa aula abordar os principais aspectos 
relacionados aos sistemas energéticos utilizados no exercício. 
Vamos viajar juntos conhecendo essa maravilhosa área do conhecimento, 
que estuda como as funções orgânicas respondem e se adaptam ao estresse 
imposto pelo exercício físico. 
 
 
Fisiologia do exercício 
Fonte: https://lh3.googleusercontent.com/2gBbT4zs2CAELzoUIZfVbPtLkJ495t_it_hIiX-
vbgroqCq5axSzKA0j9iCzCRXfDTJv3Q=s165 
 
1.1 Fisiologia do exercício 
 O termo fisiologia vem do grego “physys” que significa natural ou 
funcionamento e “logos” que é referente a estudo. Com isso, a fisiologia é 
definida como ramo da biologia que tem a priori a função de estudar as múltiplas 
funções físicas, bioquímicas e mecânicas dos seres vivos. Ou seja, a fisiologia 
busca explicar como ocorrem as funções vitais dos organismos e como eles se 
adaptam aos estímulos ambientais. 
Mas então, o que seria a fisiologia do exercício? 
https://lh3.googleusercontent.com/2gBbT4zs2CAELzoUIZfVbPtLkJ495t_it_hIiX-vbgroqCq5axSzKA0j9iCzCRXfDTJv3Q=s165
https://lh3.googleusercontent.com/2gBbT4zs2CAELzoUIZfVbPtLkJ495t_it_hIiX-vbgroqCq5axSzKA0j9iCzCRXfDTJv3Q=s165
 
9 
 
A fisiologia do exercício segue a mesma linha da área de conhecimento 
da fisiologia geral, porém volta suas atenções para o estudo das respostas e 
das adaptações do organismo, quando este é exposto ao estresse ocasionado 
pelo exercício físico. 
Sendo assim, a fisiologia do exercício estuda os efeitos agudos e crônicos 
do exercício físico sobre a estrutura e a função dos diversos sistemas orgânicos. 
Para entendermos melhor todos os conceitos que vamos estudar juntos, 
vamos começar definindo os dois tipos de efeitos que ocorrem no nosso 
organismo decorrente do exercício físico. 
 
 Importante 
Os efeitos agudos, chamados de “respostas”, são as alterações decorrentes da 
execução de uma sessão de exercício. 
 
 
Essas respostas são subdivididas em respostas observadas durante o 
exercício e respostas observadas após o exercício (também chamadas de 
subagudas ou pós-exercício). 
As últimas podem ainda ser divididas em respostas imediatas que 
ocorrem nas primeiras uma ou duas horas após o exercício, e tardias, que são 
observadas ao longo de 24 horas pós-exercício. 
 
 Importante 
 
Quanto aos efeitos crônicos, denominados “adaptações”, eles correspondem às 
alterações estruturais e funcionais decorrentes de um período prolongado de 
treinamento físico regular. 
 
Para melhor esclarecimento, vamos imaginar a seguinte situação: uma 
equipe de fisiologistas decide avaliar a frequência cardíaca de um corredor, 
usando para isso de um frequêncimetro e um software para transmitir os dados 
 
10 
 
para a tela de um computador. Para isso dividem-se em três grupos, sendo que 
o primeiro analisará os dados obtidos pelo frequencímetro durante a corrida; o 
segundo grupo está responsável pela análise logo após o término da corrida, e 
o terceiro grupo fara a análise dos dados obtidos após um período de corridas 
seguidas, imaginemos aqui um ciclo de um mês de treinamento com frequência 
de 3 vezes semanais. 
Com isso, percebe-se que: o primeiro grupo está interessado em saber 
se a frequência cardíaca se altera durante a execução de um exercício, logo 
buscam respostas sobre os efeitos agudos pelo exercício. 
O segundo grupo está interessado em descobrir se, após a finalização 
do exercício, a frequência cardíaca retorna aos valores pré-exercício, 
caracterizando o estudo dos efeitos agudos pós-exercício. 
O terceiro e último grupo, tem como objetivo saber se, após um período 
de treinamento de algumas semanas, a frequência cardíaca sofre alguma 
alteração, efeito crônico do exercício físico. 
Esses são alguns dos pequenos exemplos que podemos mostrar com 
todo o conhecimento que vamos adquirir ao longo das nossas aulas. 
 
 Saiba mais 
Efeito crônico da corrida na resposta hemodinâmica em mulheres 
normotensas. RBPFEX - Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do 
Exercício, [S.l.], v. 13, n. 81, p. 36-42, mai. 2019. ISSN 1981-9900. Disponível 
em: <http://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/1617> 
 
As investigações em fisiologia do exercício são bastante diversas e levam 
em conta diferentes aspectos relacionados aos efeitos do exercício. 
Considerando-se que esse efeito sobre as diferentes funções orgânicas 
depende das características do executante, classicamente, as pesquisas em 
fisiologia do exercício visam observar os efeitos do exercício em sistemas 
orgânicos específicos, tendo comoos principais temas de investigação o 
metabolismo energético, os sistemas cardiorrespiratório, neuromuscular, 
imunológico e endócrino. 
http://www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/view/1617
 
11 
 
Entretanto, durante o exercício físico ocorrem alterações simultâneas nas 
funções de todos estes sistemas, de modo que a tendência de investigação atual 
e, principalmente futura, na área da fisiologia do exercício é a elaboração de 
pesquisas que tragam uma visão mais abrangente e integrada dos efeitos do 
exercício no organismo como um todo. 
 
 Saiba mais 
Hoje em dia existem diversos aplicativos que podem ser baixados gratuitamente 
na plataforma Play Store (para celulares androids) e no Apple store (para 
Iphones), que simulam a análise da frequência cardíaca per exercício, apesar de 
não serem extremamente fidedignos com a realidade, podem ser uma boa 
ferramenta para ser trabalhada com seus alunos durante as aulas; para conhecer 
mais. Acesse o link: 
https://play.google.com/store/apps/collection/cluster?clp=ogowCBEqAggIMigKI
mNvbS5kcm9pZGluZmluaXR5LmhlYXJ0cmF0ZW1vbml0b3IQARgD:S:ANO1ljK
BvQI&gsr=CjOiCjAIESoCCAgyKAoiY29tLmRyb2lkaW5maW5pdHkuaGVhcnRy
YXRlbW9uaXRvchABGAM%3D:S:ANO1ljLMxbw&hl=pt_BR 
 
1.2 Bioenergética 
 
Considerando as várias reações químicas e elétricas que ocorrem no 
corpo humano durante as fases do sono, nas diversas formas de exercícios 
esportivos sistematizados e nas atividades da vida diária, é de extrema 
importância compreender os mecanismos básicos do organismo para manter 
seu funcionamento. Assim, surge a necessidade da compreensão sobre como o 
organismo sintetiza os nutrientes extraídos dos alimentos ingeridos, como esses 
nutrientes são transformados em energia química utilizável para atuar na 
síntese-ressíntese de outros substratos durante a contração muscular, e como 
esse processo pode influenciar as ações dos demais órgãos e tecidos. 
Inicialmente, deve estar claro que o organismo humano se encontra em 
constante atividade, sendo mantido por funções fisiológicas básicas mesmo 
quando o indivíduo está em repouso. A condição das funções corporais quando 
mantidas constantes ou inalteradas, fenômeno que se refere ao estado de 
equilíbrio dos líquidos e dos tecidos do organismo em relação às suas funções 
https://play.google.com/store/apps/collection/cluster?clp=ogowCBEqAggIMigKImNvbS5kcm9pZGluZmluaXR5LmhlYXJ0cmF0ZW1vbml0b3IQARgD:S:ANO1ljKBvQI&gsr=CjOiCjAIESoCCAgyKAoiY29tLmRyb2lkaW5maW5pdHkuaGVhcnRyYXRlbW9uaXRvchABGAM%3D:S:ANO1ljLMxbw&hl=pt_BR
https://play.google.com/store/apps/collection/cluster?clp=ogowCBEqAggIMigKImNvbS5kcm9pZGluZmluaXR5LmhlYXJ0cmF0ZW1vbml0b3IQARgD:S:ANO1ljKBvQI&gsr=CjOiCjAIESoCCAgyKAoiY29tLmRyb2lkaW5maW5pdHkuaGVhcnRyYXRlbW9uaXRvchABGAM%3D:S:ANO1ljLMxbw&hl=pt_BR
https://play.google.com/store/apps/collection/cluster?clp=ogowCBEqAggIMigKImNvbS5kcm9pZGluZmluaXR5LmhlYXJ0cmF0ZW1vbml0b3IQARgD:S:ANO1ljKBvQI&gsr=CjOiCjAIESoCCAgyKAoiY29tLmRyb2lkaW5maW5pdHkuaGVhcnRyYXRlbW9uaXRvchABGAM%3D:S:ANO1ljLMxbw&hl=pt_BR
https://play.google.com/store/apps/collection/cluster?clp=ogowCBEqAggIMigKImNvbS5kcm9pZGluZmluaXR5LmhlYXJ0cmF0ZW1vbml0b3IQARgD:S:ANO1ljKBvQI&gsr=CjOiCjAIESoCCAgyKAoiY29tLmRyb2lkaW5maW5pdHkuaGVhcnRyYXRlbW9uaXRvchABGAM%3D:S:ANO1ljLMxbw&hl=pt_BR
 
12 
 
e composições químicas básicas, utilizadas para manter o funcionamento do 
corpo em perfeito equilíbrio, é denominada homeostase. 
 
Vocabulário 
Homeostase: é a capacidade do organismo de apresentar uma situação físico-
química característica e constante, dentro de determinados limites, mesmo 
diante de alterações impostas pelo meio ambiente. 
 
Todo o músculo necessita de energia para trabalhar, o que implica que 
qualquer exercício requer o fornecimento de energia. O plano de um programa 
ótimo de treino apenas é possível quando os princípios do fornecimento de 
energia são bem entendidos. Esta energia é resultado da utilização de substratos 
armazenados no músculo e em outros tecidos orgânicos, associada com 
algumas substâncias químicas: adenosina trifosfato (ATP), fosfocreatina (PC), 
hidratos de carbono, gordura e proteínas. 
No entanto, a única fonte de energia química que o organismo consegue 
utilizar no processo de contração muscular provem do ATP, sendo as restantes 
fontes de energia utilizadas na sua síntese. 
 
 Importante 
Para os músculos, assim como para todas as células do corpo, a fonte de energia 
que mantém tudo funcionando é o trifosfatodeadenosina (ATP). O ATP é a 
moeda energética utilizada por todas as células. 
 
A hidrólise do ATP fornece energia para as reações químicas envolvidas 
no processo de contração muscular; 
 
Vocabulário 
Hidrólise: é a reação química de quebra da molécula de ATP pela molécula de 
água (H2O). 
 
13 
 
O ATP dos músculos vem de três sistemas bioquímicos diferentes, nesta 
ordem: 
 
 Sistema fosfagênio (ATP-PC); 
 Sistema anaeróbio lático (Glicólise anaeróbia); 
 Sistema aeróbio (Sistema oxidativo). 
 
1.2.1 Sistema fosfagênio (ATP-PC) 
 
O sistema energético do fosfagênio, juntamente com a molécula de ADP, 
resulta diretamente na produção de ATP, uma célula muscular possui 
determinada quantidade de ATP que pode ser usada imediatamente, mas isto é 
suficiente para durar apenas cerca de três segundos. 
 
PC + ADP ATP + C 
 Creatina quinase 
 
Para reconstituir rapidamente os níveis de ATP, as células musculares 
contêm um composto de fosfato altamente energético, chamado de fosfocreatina
 O fosfato é extraído da fosfocreatina por meio da atuação da enzima 
creatina fosfoquinase e é transferido para o ADP para produzir ATP. A célula 
transforma ATP em ADP e, rapidamente, o fosfato transforma o ADP de novo 
em ATP. 
A associação da creatina a ele, ou seja, o sistema ATP-PC, creatina-
fosfato, fornece essa reserva de energia para a mais rápida e eficiente 
regeneração do ATP, se comportando como importante reservatório de energia 
utilizado na prática de exercícios de curta duração e alta intensidade. 
A quantidade de ATP disponibilizada pelo sistema fosfagênio equivale 
entre 5,7 e 6,9kcal, o que não representa muita energia disponível para o 
exercício. 
Atividades que exigem altos índices de energia durante um breve período 
de tempo dependem basicamente da produção de ATP a partir das reações 
 
14 
 
enzimáticas desse sistema e, por isso, ele é utilizado na produção de ATP em 
exercícios de alta intensidade e de curta duração. 
O ATP necessário para a contração dos músculos nessas atividades 
estará tão prontamente disponível porque esse processo de produção de energia 
requer poucas reações químicas, e não requer, teoricamente, a presença de 
moléculas de oxigênio (O2), estando o ATP e a PC armazenados e disponíveis 
nos músculos para tal finalidade. 
As fibras musculares de contração rápida (tipo II), armazenam de 4 a 6 
vezes mais fosfocreatina (PC) do que ATP. Nesse sentido, no processo de 
contração muscular, a PC tem o papel de servir como um “reservatório 
energético” das células musculares para oferecer energia rápida, resultante da 
quebra das ligações fosfatos para ressíntese do ATP. 
Cada quilograma de músculo estriado esquelético contém 3 a 8 mmol de 
ATP e quatro a cinco vezes mais de PC. Para uma pessoa que pesa 70 kg com 
uma massa muscular de 30 kg, isso representa entre 570 e 690 mmol de fosfato 
de alta energia. 
Admitindo-se que 20 kg de músculo se tornam ativos durante uma 
atividade realizada com “grandes grupos musculares”, energia armazenada 
suficiente na forma de fosfagênio consegue acionar uma caminhada rápida por 
1 min, uma corrida com ritmo de maratona por 20 a 30 s ou uma corrida com 
velocidade máxima de 5 a 8 s. 
É provável que a quantidade desses compostos de alta energia seja 
consumida completamente em 20 a 30 s de exercício máximo. 
Em um pique (sprint) de 100 m, como no recorde mundial por Usain Bolt 
(recorde mundial de 9,58 s [10,44m/s] estabelecido em 16 de agosto de 2009; 
recorde olímpico de 9,63 s [10,38 m/s] estabelecido em 5 de agosto de 2012), o 
corredor não consegue manter a velocidade máxima durante toda a corrida. 
No fim da corrida, o corredor começa a reduzir sua velocidade; 
frequentemente, o vencedor é aquele que menos reduziu sua velocidade. 
Portanto, é necessário planejar o estímulo das sessões de treinamento 
para que, diante da exigência motora das atividades em questão, não se 
transforme somente em uma atividade que esgote todo o estoque de ATP sem 
 
15 
 
o devido período de recuperação, necessário para a realização com eficiência 
de um novo estímulo. 
 
 Importante 
Nosso corpo é capaz de acumular energia? A resposta é não, pois se 
pensarmos dessa forma um acúmulo exagerado de energia poderia ocasionar 
uma ‘’explosão interna’’ não é mesmo? O correto é dizer que nosso corpo é 
capaz de acumular substratos energéticos, que quando necessário, por ocasião 
de um exercício físico por exemplo, são combinados e disponibilizados ao 
organismo, para que sejam convertidos em energia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adrenalina imaginaria, devido aos estímulos recebidos 
Fonte:https://cdn.pixabay.com/photo/2017/05/04/06/37/explosion-
2283147_960_720.png 
 
1.2.2 Sistema anaeróbio lático (Glicólise anaeróbia) 
 
A segunda via metabólica capaz de produzir rapidamente ATP, na 
ausência do oxigênio, é designada de via glicolítica. Neste processo, o glicogênio 
armazenado no músculo é desdobrado em glicose, que será então utilizada sob 
a forma de energia. 
O processo de glicólise anaeróbia envolve a degradação incompleta de 
uma das substâncias alimentares mais presentes nesse processo, que são os 
 
16 
 
carboidratos, com a sua transformação em compostos de açúcares simples 
(monossacarídeos, nesse caso a glicose), capazes de atuar na ressíntese de 
ATP, produzindo energia livre para a realização da contração muscular e, 
consequentemente, os movimentos. 
A glicose representa aproximadamente 99% de todos os açúcares 
circulantes no sangue, sendo originária da digestão e da síntese dos 
carboidratos, que também podem ser convertidos na forma de moléculas de 
glicogênio e armazenados no fígado e nos músculos. 
O glicogênio armazenado no fígado é sintetizado a partir da glicose, por 
meio de um processo denominado glicogênese. 
 
Vocabulário 
Glicogênese: processo bioquímico que transforma a glicose em glicogênio, 
ocorre virtualmente em todos os tecidos animais, mas é proeminente no fígado 
e músculos, o músculo armazena apenas para o consumo próprio e só utiliza 
durante o exercício, quando há necessidade de energia rápida. 
 
Lembre-se de que esse processo torna possível a formação também 
rápida do ATP sem a presença de oxigênio. A glicólise anaeróbica rápida para a 
ressíntese do ATP pode ser considerada uma fonte energética de reserva. 
Ela se torna ativa quando uma pessoa acelera no início do movimento ou 
durante os últimos quilômetros em uma corrida, quando realiza um esforço 
máximo do início ao fim durante uma corrida de 400 m ou uma prova de natação 
de 100 m. 
Acúmulos rápidos e consideráveis de lactato sanguíneo ocorrem 
principalmente no músculo agonista, movimentos máximos entre 60 e 180 
segundos de duração. 
A redução na intensidade para prolongar o período de movimento acarreta 
redução correspondente da taxa de acúmulo de lactato e no nível final de lactato 
sanguíneo. 
 
 
 
17 
 
Vocabulário 
Agonista: o principal músculo em contração, responsável pela produção de um 
movimento articular ou na manutenção da postura estática durante a realização 
de uma atividade. 
 
 Saiba mais 
Para a realização de um movimento articular, também é necessário a 
participação dos músculos classificados como Antagonistas e Sinergistas, 
para saber mais sobre quais são suas funções acesse: 
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacaofisica/classificac
ao-dos-musculos-nas-contracoes/27923. 
 
Curiosidade 
Em muitos livros-texto, os termos "ácido láctico'' e "lactato" são usados de 
maneira constante. Isso frequentemente causa confusão entre os estudantes, 
que perguntam: "Ácido láctico e lactato são a mesma molécula?" A resposta é 
que ácido láctico e Iactato são moléculas relacionadas, porém tecnicamente 
diferentes. 
 
Eis a explicação: o termo lactato refere-se ao sal do ácido láctico. Após a 
dissociação e liberação de íons hidrogênio pelos ácidos, a molécula que resta é 
a chamada base conjugada do ácido. A isso se segue que o lactato é a base 
conjugada do ácido láctico. 
A concentração de ácido lático aumenta de acordo com o tempo de 
realização da atividade física, na mesma intensidade ou em intensidade superior. 
A produção de lactato, portanto, acaba por ser um mal menor e inevitável 
quando se recorre a esse sistema energético, razão pela qual também pode ser 
objetivo de um treino trabalhar o que habitualmente se denomina tolerância ao 
lactato. 
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacaofisica/classificacao-dos-musculos-nas-contracoes/27923
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacaofisica/classificacao-dos-musculos-nas-contracoes/27923
 
18 
 
Os aspectos referentes ao treinamento de tolerância ao lactato procuram 
estimular a sua produção, submetendo o indivíduo a atividades de alta 
intensidade, de forma que o lactato seja lançado em grandes quantidades na 
corrente sanguínea para induzir, progressivamente, um melhor desempenho, 
mesmo sob elevada lactacidemia. 
 
Vocabulário 
Lactacidemia: é a dosagem do nível de ácido lático no sangue. 
 
É possível que a curva de lactato em relação à intensidade se modifique 
com esses estímulos, mas é preciso ficar claro que a faixa limítrofe desse 
processo não deve ser estimulada constantemente, além de exigir sempre um 
acompanhamento constante e profissional. 
No entanto, as quantidades significativas de ácido lático e de lactato que 
se acumulam nos músculos durante esse tipo de exercício e provocam uma 
acidose intensa pela liberação dos íons H+, o que pode estar relacionado à 
indução da fadiga. 
Esse último fenômeno resulta de alterações do ambiente físico-químico 
dentro das fibras musculares com a redução do pH intramuscular. 
Isso produz uma maior concentração de H+ e, por consequência, um 
aumento na ventilação alveolar e pode causar a interrupção do exercício, caso 
seja continuado em intensidades similares à inicial e pela própria dificuldade de 
produção, síntese e ressíntese de ATP nas fibras musculares esqueléticas. 
Por esse motivo, nos períodos de treinamento que antecedem os eventos 
esportivos mais importantes, os corredores de 400 metros devem procurar 
desenvolver o máximo possível a sua tolerância à acidose metabólica, correndo, 
em alguns momentos do treino, em velocidades elevadas, muito próximas à 
velocidade que será atingida durante o desempenho máximo, com o intuito de 
produzir acidoses musculares extremas, uma vez que o pH intramuscular pode 
decrescer de 7,1 para 6,5 ao final de um estímulo prolongado de alta intensidade. 
 
 
19 
 
1.2.3 Sistema aeróbio (Sistema oxidativo) 
 
Este é o sistema de produção de energia mais complexo dentre os 
apresentados até aqui. 
Primeiramente, é preciso dizer que esse sistema é o único que usa o 
oxigênio (O2) como principal elemento para o catabolismo dos substratos 
envolvidos no processo de degradação, até a formação de moléculas de energia 
que atuam diretamente nos exercícios ou na própria ressíntese de novas dessas 
moléculas, processo denominado sistema oxidativo. 
Em exercícios de longa duração o sistema aeróbio é a principal via para 
a ressíntese de ATP, ocorrendo nas mitocôndrias e utilizando oxigênio. 
Alguns estudos que fazem referência ao ponto de vista energético dizem 
que os esforços contínuos situados entre 60 e 180 segundos são assegurados 
pela atuação dos sistemas glicolíticoe oxidativo de forma simultânea, o que 
significa que cerca da metade do ATP será produzida fora das mitocôndrias, e o 
restante em seu interior. 
No entanto, nos esforços de duração superior a 180 segundos, a 
produção de ATP é assegurada pelas mitocôndrias, que garantem o efeito do 
metabolismo oxidativo ou, simplesmente, sistema aeróbio. 
Desse modo, as atividades esportivas com duração superior a 180 
segundos dependem da presença e da utilização do oxigênio nos músculos 
ativos e em sua fase de recuperação após esse exercício, uma vez que 75% do 
subproduto obtido (lactato) pela ausência de oxigênio na via e produzido durante 
os exercícios de alta intensidade, é removido pela oxidação, enquanto os 25% 
restantes desse subproduto são convertidos pelo processo de gliconeogênese. 
O consumo de oxigênio aumenta exponencialmente durante os primeiros 
minutos de atividade física, componente rápido do consumo de oxigênio do 
exercício, para alcançar um platô entre o terceiro e o quarto minuto, depois 
permanece relativamente estável durante toda a duração do esforço. 
O steady-state em geral descreve a porção plana ou platô da curva do 
consumo de oxigênio, reflete um equilíbrio entre a energia de que os músculos 
ativos necessitam e a produção de ATP no metabolismo aeróbico. 
 
20 
 
Na região de steady-state, reações redox conjugadas fornecem energia 
para a atividade física; todo o lactato produzido será oxidado ou transformado 
em glicose. Não ocorre acúmulo relevante de lactato sanguíneo em condições 
metabólicas de steady-state aeróbicas. 
Depois que o metabolismo aeróbico atinge o steady-state, a atividade 
física teoricamente poderia prosseguir indefinidamente se o indivíduo tivesse a 
“vontade” de fazê-lo. Isso pressupõe que o metabolismo aeróbico é o único 
determinante da capacidade do indivíduo de realizar um exercício, depois de 
uma atividade de resistência ou uma atividade aeróbica, consequentemente, 
ocorre o steady-state. Com muita frequência, a perda de líquido e a depleção 
eletrolítica durante a atividade representam fatores limitantes, especialmente em 
um clima quente. A manutenção de reservas adequadas tanto de glicogênio 
hepático, para o funcionamento do sistema nervoso central, quanto de glicogênio 
muscular, para impulsionar o exercício, adquirem maior importância nas altas 
intensidades do esforço aeróbico prolongado. A depleção de glicogênio reduz 
drasticamente a capacidade de realizar exercícios. 
 
 Importante 
Relevante destacar que as vias metabólicas apresentadas anteriormente, não 
iniciam e ‘’terminam’’ de forma fragmentada, ou seja, ambas atuam desde o início 
do exercício, pois caso contrário, durante a realização de uma corrida acima de 
3 min por exemplo, após uma largada em alta velocidade, passados 10s; 
pararíamos, pois a utilização de ATP-CP terminaria, e precisaríamos de um 
tempo até que fosse ‘’ativada’’ a utilização do sistema anaeróbio-láctico (via-
glicolítica), o mesmo acontecendo quando após, passados cerca de 3min, a via 
energética solicitada passasse a ser a via aeróbica, novamente ficaríamos 
parados, esperando o corpo realizar a ‘’troca’’ das vias energéticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Interrelação das vias metabólicas 
Fonte:https://lh3.googleusercontent.com/f6u9bMgFrDSYr6z9n_ZHF6I_x4zPonJQxI_g6
3IJNh0-WHEla7Xc3nFZBQpLSqtIr6pNffc=s111 
 
Conclusão da aula 1 
 
Concluímos assim a 1ª aula, como foi o seu primeiro contato efetivo com 
a fisiologia do exercício? Com o que vimos e aprendemos nessa primeira aula, 
verificamos que, indiretamente já trabalhamos com conceitos básicos dessa 
ciência; a relação das 3 formas de produção de energia e o tipo de exercício 
aplicado nas nossas aulas, a sua intensidade e volume. 
 
Atividade de aprendizagem 
 
Selecione ao menos duas modalidades esportivas, (futebol, basquete, corrida 
de 100m, arremesso de peso, entre outras) e analise qual a via metabólica 
predominante para a sua realização, não se esqueça de levar em consideração 
a duração da atividade, a intensidade do exercício, e, no caso das modalidades 
coletivas, as posições dos jogadores também pode resultar em respostas 
diferenciadas. 
 
 
22 
 
Aula 2 – Adaptações neuromusculares e exercício de resistência 
 
Apresentação da aula 2 
 
Olá, estudante! Seja bem-vindo(a) à segunda aula desta disciplina, 
conheceremos as formas de produção de energia para realizarmos as atividades 
físicas, vamos conhecer algumas alterações que ocorrem no nosso corpo a partir 
da realização dessas atividades, vamos começar conhecendo o que acontece 
com os nossos músculos, como resposta e adaptação após uma atividade ou 
um plano de treinamento. 
 
2.1 Alteração neuromuscular 
 
O aumento da solicitação muscular durante os exercícios está relacionado 
à melhora da sincronização das unidades motoras, pelos fatos de se obter maior 
velocidade de contração e de se aumentar a capacidade dos músculos durante 
a contração. Porém, o recrutamento das unidades motoras depende do exercício 
que está sendo executado, pois nem todas as unidades motoras são solicitadas 
ao mesmo tempo. 
A contração e o relaxamento muscular dependem do somatório dos 
impulsos nervosos recebidos pelas unidades motoras, com origem no estímulo 
externo. Quanto maior for o impulso nervoso produzido por esses estímulos, 
maior será a quantidade de unidades motoras solicitadas para a contração 
muscular. 
O recrutamento das unidades motoras é determinado geralmente pelo 
tamanho de seu moto neurônio, estes têm a capacidade de agrupar um número 
aproximado de 10 a 180 fibras por unidade motora de fibras lentas, e 300 a 800 
fibras por unidade motora de fibras rápidas. 
Uma das características do maior recrutamento dos motos neurônios é 
conhecida como princípio do tamanho. 
 
 
23 
 
Vocabulário 
Unidade motora: é um neurônio motor alfa com seu axônio e fibras musculares 
que o inervam. Pode ser considerada a menor unidade funcional do aparelho 
locomotor. Quando o neurônio motor é estimulado, todas as fibras musculares 
que pertencem ao mesmo se contraem. 
 
Este princípio é caracterizado pelo recrutamento dos motoneurônios de 
forma crescente, dos menores motoneurônios para os maiores. O princípio do 
tamanho nos dá uma base anatômica para o recrutamento ordenado de 
unidades motoras específicas com intenção de produzir uma contração muscular 
uniforme. 
Dessa forma, as unidades motoras se tornam ativas por influência dos 
impulsos que saem dos motoneurônios, mediante os quais as fibras musculares 
se contraem. 
Com a taxa dos impulsos do sistema nervoso aumentada, as unidades 
motoras possibilitam gerar mais força, assim tornando-se um outro exemplo da 
adaptação neural. 
Assim, o sistema neuromuscular, quando estimulado corretamente, pode 
ser utilizado e desenvolvido para alcançar melhores adaptações aos exercícios 
físicos e ao treinamento, objetivando, consequentemente, um melhor 
desempenho motor para a tarefa a ser realizada, de forma que as demandas 
metabólicas e neuromotora atuem da melhor forma não apenas para se obter o 
aumento da força, mas também para a hipertrofia. 
Ao se compreender que o músculo esquelético humano responde aos 
estímulos advindos do treinamento físico tanto no âmbito metabólico e 
morfológico como no neurofisiológico, torna-se relevante ressaltar que as 
características apresentadas por estas respostas, entendidas também como 
adaptações, se estabelecem de maneira intimamente relacionada a dois fatores 
de potencial interferência, que são: o tipo de exercício executado e as 
características pessoais do indivíduo que o realiza. 
 
24 
 
Esses fatores, inevitavelmente, se inserem nos princípios do treinamento 
físico que são comumente utilizados para o aprimoramento do desempenho 
muscular. 
Os princípios podem ser categorizados em: princípio da individualidade 
biológica, sobrecarga,continuidade (ou reversibilidade) e da especificidade. 
Quanto ao princípio da adaptação, destaca-se que em algumas situações 
este não é considerado como um princípio por se caracterizar como uma lei que 
rege o treinamento físico. 
Dessa forma, é possível afirmar que, como um caráter introdutório, 
destacar estes princípios e propor o conhecimento deles, torna-se pertinente, 
pois a posterior compreensão acerca “do que são” e “como ocorrem” as 
respostas adaptativas neuromusculares, exige o entendimento prévio dos 
fatores que intervém no surgimento e nas consequentes características dessas 
respostas. 
 
 Saiba mais 
Saiba mais sobre os princípios do treinamento. Acesse o link: 
http://www.appto.com.br/blog/2017/10/20/treinamento-esportivo-conheca-os-
principios-que-contribuem-para-a-geracao-de-resultados 
 
 
2.2 Hipertrofia muscular 
 
Um aumento na tensão muscular (força) induzido pelo treinamento físico 
proporciona o estímulo primário que desencadeia o processo de crescimento ou 
hipertrofia do músculo esquelético. 
As mudanças no tamanho do músculo tornam-se identificáveis após 
apenas 3 semanas de treinamento e a remodelagem da arquitetura muscular 
precede os ganhos na área muscular transversal. 
Duas adaptações fundamentais necessárias para a hipertrofia muscular 
(maior síntese de proteínas e proliferação de células-satélite) são mobilizadas 
durante as fases iniciais do treinamento de resistência. 
http://www.appto.com.br/blog/2017/10/20/treinamento-esportivo-conheca-os-principios-que-contribuem-para-a-geracao-de-resultados
http://www.appto.com.br/blog/2017/10/20/treinamento-esportivo-conheca-os-principios-que-contribuem-para-a-geracao-de-resultados
 
25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hipertrofia muscular 
Fonte:https://p2.trrsf.com/image/fget/cf/460/0/images.terra.com/2017/07/25/ddd1436e-
bedc-4e59-90d6-ba56688e3243.jpg 
 
O estresse mecânico imposto aos componentes do sistema muscular 
induz as proteínas sinalizadoras a ativarem os genes que traduzem o RNA 
mensageiro e estimulam a síntese proteica em um nível superior a degradação 
das proteínas. 
A síntese proteica acelerada é quando o conteúdo proteico no músculo se 
encontra em um estado de fluxo contínuo e as proteínas estão sendo 
continuamente sintetizadas e degradadas, o que varia de acordo com as 
demandas impostas ao corpo para a realização do exercício ou do esporte, 
particularmente quando combinada com os efeitos da insulina e disponibilidade 
adequada de aminoácidos e aumenta o tamanho dos músculos durante o 
treinamento de resistência. 
Durante o treinamento, as microlesões musculares acarretam um 
estresse mecânico que estimula o aumento da síntese de uma proteína que leva 
à destruição da fibra muscular gerando um processo inflamatório. 
Durante a inflamação ocorre o aumento de uma citocina (interleucina 6) 
que estimula a síntese de proteínas nas células satélites acarretando a 
hipertrofia. 
O estresse mecânico também provoca um aumento na produção de 
radicais livres que diminuem capacidade oxidativa do músculo. 
https://p2.trrsf.com/image/fget/cf/460/0/images.terra.com/2017/07/25/ddd1436e-bedc-4e59-90d6-ba56688e3243.jpg
https://p2.trrsf.com/image/fget/cf/460/0/images.terra.com/2017/07/25/ddd1436e-bedc-4e59-90d6-ba56688e3243.jpg
 
26 
 
Desta forma, ocorre um aumento da glicólise anaeróbica aumentando a 
concentração de lactato que por sua vez aumenta a liberação de hormônios 
anabolizantes que agem ativando a síntese proteica e, consequentemente, 
levando a hipertrofia muscular. 
A hipertrofia muscular reflete uma adaptação biológica fundamental a uma 
carga de trabalho aumentada que não depende do sexo e da idade. 
Acredita-se que o significado funcional das alterações morfológicas 
ocorridas no músculo que sofreu hipertrofia traduz-se essencialmente em uma 
maior capacidade de gerar força e potência. 
Combinado a esse fator, pode-se notar que em fases iniciais de 
treinamento, é comum observar rápidos ganhos de força, principalmente em 
indivíduos não treinados, nos quais esses aumentos podem ser atribuídos à 
melhora nos padrões de recrutamento das unidades motoras musculares 
causadas pelo aumento das atividades neurológicas 
Com todas as informações podemos pensar que o fator mecânico parece 
ser o preponderante, estando diretamente relacionado com o grau de tensão 
exercido pela musculatura. 
Tradicionalmente, a intensidade do exercício, o número de séries e de 
repetições executadas, o intervalo de descanso entre séries e a frequência de 
treinamento são as variáveis consideradas no estudo das adaptações ao 
treinamento de força. 
No entanto, recentemente tem sido demonstrado que o tipo da ação 
muscular e a velocidade de execução do movimento são variáveis importantes 
e que também devem ser consideradas. 
Com relação aos estímulos externos, ou mesmo em ações isoladas que 
não requerem movimentos durante o exercício, as ações musculares podem ser 
divididas em três tipos: concêntricas, excêntricas e isométricas. 
2.2.1 Ação concêntrica 
 Um encurtamento do músculo durante a contração é chamado de uma 
contração concêntrica (dinâmica positiva) ou de encurtamento. 
 
27 
 
Se a geração de tensão resultar num visível encurtamento no 
comprimento muscular ou numa diminuição do ângulo articular temos uma ação 
“concêntrica” (AC). 
As ações musculares concêntricas ocorrem quando o músculo produz um 
torque maior do que o da resistência externa, levando, consequentemente, ao 
seu encurtamento, observando-se com isso a formação de pontes cruzadas e o 
deslizamento das moléculas de actina sobre as de miosina, que ocorrem em 
direção à linha M, podendo haver o estreitamento ou até o desaparecimento da 
zona H, variando de acordo com a magnitude do encurtamento dos sarcômeros. 
A força gerada pela musculatura esquelética é aplicada na mesma direção 
do deslocamento e produz um trabalho positivo. Essa situação corresponde, por 
exemplo, ao ato de levantar o corpo enquanto fazemos o exercício suspensão 
na barra, os músculos quadríceps quando um indivíduo está se levantando de 
uma cadeira, ou os flexores do cotovelo quando um indivíduo está levando um 
copo até a boca. 
Nas contrações concêntricas a origem e a inserção se aproximam, 
produzindo a aceleração de segmentos do corpo, ou seja, acelera o movimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ação concêntrica 
Fonte:http://s2.glbimg.com/Zfp-fkIHFNVtTYLGlTbkMtysOY8=/top/smart/s. 
glbimg.com/es/ge/f/original/2015/01/25/arteforca.jpg 
 
http://s2.glbimg.com/Zfp-fkIHFNVtTYLGlTbkMtysOY8=/top/smart/s
 
28 
 
2.2.2 Ação excêntrica 
Quando um músculo se alonga durante a contração, esta é chamada uma 
contração excêntrica (dinâmica negativa) ou de alongamento. 
O músculo gera força enquanto está alongando, é considerada uma ação 
dinâmica e a inserção do músculo passa a se afastar da origem. Aqui, os 
filamentos de actina são tracionados ainda mais do centro do sarcômero, 
provocando seu alongamento. 
Na chamada ação “excêntrica” (AE) o músculo gera tensão com visível 
alongamento de seu comprimento ou aumento do ângulo articular. 
As ações musculares excêntricas, denominadas também como 
alongamento ativo, ocorrem quando o torque produzido pelo músculo é menor 
do que o da resistência externa, levando ao seu alongamento. 
Nas ações excêntricas, observa-se a formação de pontes cruzadas e o 
deslizamento das moléculas de actina sobre as de miosina que ocorre no sentido 
do alongamento do sarcômero, ou seja, ocorre o alargamento da zona H, 
variando com a magnitude do alongamento dos sarcômeros. 
Neste caso, a direção da força aplicada pelo músculo é oposta à direção 
do deslocamento e corresponde, por exemplo, ao movimento de abaixar o corpo 
quando fazemos o exercício suspensão na barra, o quadríceps quando o corpo 
está sendo abaixado para sentar-se e os flexores do cotovelo quando o corpo é 
abaixado até a mesa. 
Nascontrações excêntricas a origem e inserção se afastam produzindo a 
desaceleração dos segmentos do corpo e fornecem absorção de choque 
(amortecimento) quando aterrissando de um salto ou ao andar, ou seja, freia o 
movimento. 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ação excêntrica 
Fonte:http://s2.glbimg.com/Zfp-fkIHFNVtTYLGlTbkMtysOY8=/top/smart/s. 
glbimg.com/es/ge/f/original/2015/01/25/arteforca.jpg 
 
 
2.3 Ação isométrica 
 
Os músculos também podem atuar sem que haja movimento. Nesse caso, 
o músculo é capaz de gerar força sem alterar seu comprimento. 
As ações musculares isométricas ou estáticas ocorrem quando o torque 
produzido pelo músculo é igual ao da resistência externa, produzindo com isso 
uma tensão sem que ocorra o deslocamento angular das articulações. Nas ações 
isométricas, observa-se a formação de pontes cruzadas, mas não o 
deslizamento das moléculas de actina sobre as de miosina, ou seja, ocorre a 
tensão, mas não o movimento. 
Quando um músculo gera tensão, mas não há alteração externa visível 
no comprimento muscular ou no ângulo da articulação envolvida no movimento, 
temos a chamada ação “isométrica” (AI). 
É importante ressaltar que o mecanismo completo de produção de tensão 
que causa o movimento, pode ser dividido em duas fases: contraindo o músculo, 
em primeiro momento e, posteriormente, sendo alongado. 
Quando um músculo se contrai e produz força sem alteração 
macroscópica no ângulo da articulação, a contração é dita isométrica. As 
http://s2.glbimg.com/Zfp-fkIHFNVtTYLGlTbkMtysOY8=/top/smart/s
 
30 
 
contrações isométricas são muitas vezes chamadas de contrações estáticas ou 
de sustentação, normalmente é usada para manutenção da postura. 
Funcionalmente estas contrações estabilizam articulações. Por exemplo, 
para alcançar a frente com a mão, a escápula precisa ser estabilizada de 
encontro ao tórax, ficar carregando um objeto com os músculos tensionados, 
sem levantá-lo ou abaixá-lo. 
 
2.3.1 Interação entre as 3 ações 
 
A ação muscular excêntrica possui características mecânicas e neurais 
peculiares. Neste tópico, trataremos apenas das características que possuem 
implicações nos ganhos de força e de massa muscular. 
Durante uma AE, o músculo é capaz de gerar maior quantidade de força 
quando comparada às ações concêntrica e isométrica. 
Isso significa que se alguém consegue levantar um peso máximo do chão 
e colocá-lo sobre uma mesa (AC), essa mesma pessoa conseguirá abaixar da 
mesa até o chão (AE) um peso um pouco maior. 
Isto ocorre porque além de uma contribuição ativa dos elementos 
contráteis, a AE apresenta uma contribuição passiva dos elementos constituintes 
da estrutura muscular na geração de tensão. Em qualquer ação muscular, a 
produção de força é oriunda de um processo ativo resultante da interação dos 
filamentos de miosina com os de actina. Esta interação forma as chamadas 
pontes cruzadas, as quais são individualmente capazes de gerar uma 
determinada quantidade de força. 
Quanto maior a quantidade formada de pontes cruzadas, maior a 
quantidade de força gerada. Quando um músculo é alongado, existe a 
resistência oferecida pelos elementos elásticos, os quais constituem a estrutura 
do músculo esquelético. 
Esta resistência gera uma tensão passiva, a qual aumenta na medida em 
que o músculo é alongado. Então, a tensão passiva soma-se com a tensão ativa 
gerada durante uma AE, resultando numa maior produção total de força. 
É importante destacar que a velocidade da ação muscular também afeta 
a produção de força. Durante uma AC, o aumento da velocidade de movimento 
 
31 
 
diminui a força produzida pelo músculo, pois reduz o tempo disponível para a 
formação das pontes cruzadas (elementos contráteis). 
Já com a diminuição da velocidade, a força gerada aumenta e níveis 
máximos de força são alcançados quando a velocidade da ação muscular é igual 
a zero (AI). 
Já durante as AE, a força muscular gerada supera os níveis obtidos na AI, 
aumenta progressivamente e depois se mantém relativamente constante, apesar 
do aumento na velocidade de execução. 
 
 Saiba mais 
Clique no link a seguir e assista o vídeo que demonstra de forma bem ilustrativa 
as ações da musculatura nas contrações concêntricas, excêntricas e 
isométricas. Acesse o link: https://youtu.be/fkqg3MMUXFw 
 
Conclusão da aula 2 
 
Aqui terminamos mais uma aula, o trabalho muscular feito contra uma 
sobrecarga externa progressiva resulta no aumento da força e da massa 
muscular. Contudo, ainda não está totalmente elucidado qual é o mecanismo por 
trás destes fenômenos. 
De forma genérica, podemos afirmar que o estímulo mecânico oferecido 
pelo processo de treinamento físico, e em particular, o grau de tensão na 
musculatura esquelética é o principal fator envolvido. 
Pensando dessa forma, utilizaremos os conceitos da fisiologia do 
exercício para a nossa prática diária. 
 
 
Atividade de aprendizagem 
 
Escolha alguns exercícios, podem ser esportivos como o chutar do futebol, o 
sacar do voleibol ou atividades do dia a dia (como levantar da cadeira, se 
abaixar para amarrar os sapatos, etc); e verifique quais os principais músculos 
envolvidos nas ações, após isso, identifique quais destes exercem funções 
concêntricas, excêntricas ou isométricas, tornando assim possível a realização 
do movimento escolhido. 
https://youtu.be/fkqg3MMUXFw
 
32 
 
Aula 3 – Principais adaptações orgânicas com o exercício 
 
Apresentação da aula 3 
 
Olá, estudante! Seja bem-vindo(a) à terceira aula desta disciplina, dando 
sequência na aprendizagem da fisiologia do exercício, nessa aula iremos 
abordar as alterações mais importantes no nosso organismo, após realizar um 
programa de treinamento ou manter-se ativo, praticando atividade física. 
 
3.1 Sistema cardiovascular e exercício 
 
O sistema cardiovascular tem várias funções importantes no organismo 
humano, as quais servem de suporte para todos os outros sistemas, como a 
liberação de oxigênio (O2) para os tecidos, a remoção de gás carbônico (CO2), e 
o transporte de hormônios, glicose O2 e CO2. O sistema é composto pelo 
coração, vasos sanguíneos e pelo sangue. 
Pode-se dividir o sistema cardiovascular considerando de forma sucinta 
suas principais funções em cinco diferentes categorias: disponibilização, 
remoção, transporte, manutenção e prevenção. 
Dessa forma, assim como uma maior necessidade de nutrientes, a 
produção de detritos metabólicos também é aumentada exigindo mais do 
sistema cardiovascular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sistema cardiovascular do exercício 
Fonte: http://comomalhar.com/wp-content/uploads/2018/06/Figura-56.jpg 
 
33 
 
Para suprir as demandas aumentadas do corpo o sistema cardiovascular 
sofrerá uma séria de alterações que envolvem, via de regra, o aumento de: 
frequência cardíaca; volume de ejeção; débito cardíaco; fluxo sanguíneo; 
pressão arterial e o sangue. 
 
3.1.1 Frequência cardíaca 
 
A frequência cardíaca (FC) ou ritmo cardíaco corresponde ao número de 
batimentos cardíacos por unidade de tempo (batimentos por minuto = bpm). 
Esses batimentos podem ser divididos em ciclos cardíacos que consistem 
em um período de relaxamento (diástole), no qual o coração capta o sangue 
seguido por um período de contração (sístole), no qual o sangue é ejetado para 
as artérias. 
A resposta dos ciclos cardíacos refletem-se no aumento da quantidade de 
trabalho que o coração requer para atender ao acréscimo de demandas do 
organismo em atividade física. Isso fica claro quando se compara a FC durante 
o repouso, durante o exercício e no período pós-exercício. 
 Durante o exercício, a quantidade de sangue bombeada pelo coração 
deve mudar em função da alta demanda da musculatura esquelética por 
oxigênio. 
O treinamento aeróbico reduz tanto a frequência cardíaca em repouso 
como durante o exercício realizado em cargas submáximas de trabalho. Esses 
efeitosparecem ser devidos à redução da hiperatividade simpática, aumento da 
atividade parassimpática, mudança no marca-passo cardíaco ou, mesmo, 
melhora da função sistólica. 
Apesar de o treinamento físico induzir melhora da potência aeróbica 
máxima, ele não modifica, de modo apreciável, a frequência cardíaca máxima. 
Ou seja, pacientes treinados aerobicamente alcançarão a mesma frequência 
cardíaca máxima de antes do treinamento, porém serão necessários níveis mais 
intensos de esforço para que essa frequência cardíaca máxima seja alcançada 
O treinamento de endurance acarreta desequilíbrio entre a atividade 
tônica dos neurônios aceleradores simpáticos depressores parassimpáticos em 
favor de um maior domínio vagal (uma resposta mediada principalmente pela 
 
34 
 
atividade parassimpática aumentada e por pequena redução na descarga 
simpática). 
O treinamento reduz também a taxa de acionamento intrínseco do tecido 
do marca-passo do nódulo sinoatrial (SA). Essas adaptações contribuem para a 
bradicardia em repouso e durante o exercício submáximo em atletas de 
endurance altamente condicionados ou em indivíduos previamente sedentários 
que treinam aerobicamente. 
 
3.1.2 Volume de ejeção (volume sistólico) 
 
Assim como ocorre com a FC, o volume de ejeção ou volume sistólico 
(VS) também se modifica durante o exercício, de modo a permitir que o coração 
trabalhe de forma mais eficiente. 
A unidade do VS é determinada por quatro fatores: 
 
 O volume de sangue venoso que retorna ao coração; 
 A distensibilidade ventricular; 
 A contratilidade ventricular; 
 A pressão nas artérias aorta e pulmonar. 
 
Pode-se considerar que os dois primeiros fatores determinam a 
capacidade de enchimento do ventrículo, enquanto os dois últimos fatores 
influenciam a capacidade de esvaziamento do ventrículo, determinando a força 
com a qual o sangue é ejetado e a pressão com que deve fluir nas artérias. 
Esses quatro fatores controlam diretamente a resposta do volume de 
ejeção, relacionada à intensidade de esforço durante o exercício. Durante o 
exercício, o VS aumenta para valores superiores aos de repouso. 
Esse aumento do volume de ejeção durante o esforço ocorre de maneira 
paralela ao aumento na intensidade do exercício. Entretanto, quando a 
intensidade de esforço se encontra na faixa entre 40% e 60% da capacidade 
individual máxima, o VS tende a se estabilizar 
 
 
 
35 
 
3.1.3 Débito cardíaco 
 
O débito cardíaco expressa o volume de sangue bombeado pelo coração 
durante um período de um minuto. O valor máximo reflete a capacidade 
funcional do sistema cardiovascular. 
O débito do coração, como ocorre com qualquer bomba, depende de sua 
taxa de bombeamento (frequência cardíaca, FC) e do volume de sangue ejetado 
com cada contração (volume sistólico, VS). 
Um aumento no débito cardíaco máximo representa a adaptação mais 
significativa na função cardiovascular observada com o treinamento aeróbico. A 
frequência cardíaca máxima diminui ligeiramente com o treinamento; assim 
sendo, a capacidade aumentada do débito cardíaco resulta diretamente de um 
volume sistólico aprimorado. 
Um grande débito cardíaco máximo (o que se reflete em um volume 
sistólico maior) diferencia os atletas de endurance campeões de outros atletas 
bem treinados, e dos congêneres não treinados. 
 
 Saiba mais 
BRUM, P.C; FORJAZ, C.L.M.; TINUCCI, T; NEGRÃO, C.E. Adaptações agudas 
e crônicas do exercício físico no sistema cardiovascular. Revista Paulista de 
Educação Física, São Paulo, v. 18, n. esp., p. 21-31, 2004. 
 
 
3.2 Sistema respiratório e exercício 
 
A função básica do sistema respiratório é suprir o organismo com oxigênio 
(O2) e dele remover o gás carbônico (CO2) resultante do metabolismo celular. 
Morfofuncionalmente, o sistema respiratório é compreendido por uma 
zona de transporte, formada pelas vias aéreas superiores e árvore 
traqueobrônquica, encarregadas de acondicionar e conduzir o ar até a intimidade 
dos pulmões, uma zona de transição formada pelos bronquíolos respiratórios, 
onde já começam a ocorrer trocas gasosas, embora em níveis não significativos 
 
36 
 
e pela zona respiratória, formada pelos ductos e sacos alveolares, onde as trocas 
gasosas ocorrem de modo efetivo. 
O sistema respiratório não atua sozinho, o sistema cardiovascular age em 
conjunto para que seja possível captar, transportar e utilizar o oxigênio e remover 
o dióxido de carbono. Esse processo envolve. 
 
 Ventilação pulmonar: a respiração, ou seja, o movimento do ar 
para dentro e para fora dos pulmões; 
 Difusão pulmonar: é a troca de O2 por CO2 entre os pulmões e o 
sangue; 
 Transporte: por meio do sangue são transportados o O2 e o 
CO2 para os tecidos do corpo; 
 Troca gasosa capilar: é a troca de O2 e CO2 entre o sangue 
capilar e os tecidos dos metabolismos ativos. 
 
Nesse caso, os dois primeiros pontos são conhecidos como respiração 
externa, enquanto os dois últimos são denominados respiração interna. 
Durante o exercício físico o sistema respiratório sofre alterações. No início 
da atividade física ocorre um aumento acentuado e quase imediato na 
ventilação, seguido por uma elevação mais gradual e contínua da profundidade 
e da frequência respiratória. Esse estímulo está intimamente ligado as 
necessidades metabólicas do corpo, quanto maior a intensidade do exercício 
maior será a ventilação. 
Quando a intensidade do exercício aumenta em direção ao máximo 
esforço, chegamos em um determinado ponto em que a ventilação passa a 
aumentar de forma desproporcional ao consumo de oxigênio (VO2, capacidade 
de captar, transportar e utilizar o O2). Esse ponto é denominado ponto de ruptura 
ventilatório. 
Apesar das controvérsias, o sistema pulmonar, geralmente, não é 
considerado o fator limitante durante o exercício submáximo prolongado. 
Embora possa haver falha do músculo respiratório durante certos estados 
patológicos, a fadiga muscular respiratória não é considerada limitante do 
 
37 
 
exercício em indivíduos saudáveis que praticam exercícios de intensidade leve 
à moderada, ao nível do mar. 
De fato, o principal músculo da inspiração, o diafragma, é um músculo 
altamente oxidativo que resiste à fadiga. 
A melhor evidência de que os pulmões e músculos respiratórios 
apresentam desempenho satisfatório durante o exercício submáximo prolongado 
(p. ex., 75% do VO2 máx) é a observação de que o conteúdo de oxigênio arterial 
não diminui durante a realização deste tipo de trabalho. 
 
Curiosidade 
O fechamento da glote (porção mais estreita da laringe pela qual o ar penetra na 
traqueia) após inspiração plena enquanto estão sendo ativados ao máximo os 
músculos expiratórios, produz forças compressivas que elevarão a pressão 
intratorácica para mais de 150 mmHg acima da pressão atmosférica. A expiração 
forçada contra a glote fechada, denominada manobra de Valsalva, ocorre 
comumente no levantamento de pesos e em outras atividades que exigem 
aplicação rápida e máxima de força por um curto período. A manobra de Valsalva 
estabiliza as cavidades abdominal e torácica e aprimora a ação muscular. 
A realização de uma manobra de Valsalva prolongada durante o exercício 
estático, que induz aumento de tensão, reduz drasticamente o retorno venoso e 
a pressão arterial. Esses efeitos diminuem o suprimento de sangue ao cérebro, 
geralmente causando vertigens, “manchas diante dos olhos” ou desmaios. 
Quando a glote é reaberta e a pressão intratorácica é normalizada, o fluxo 
sanguíneo é restabelecido com uma “elevação excessiva” na pressão arterial. 
 
3.3 Sistema endócrino e exercício 
 
 Em linhas gerais, considera-se que o sistema endócrino integra e regula 
as funções corporais, proporcionando estabilidade ao organismo em estados de 
repouso e de exercício. 
Os hormônios produzidos pelas glândulas endócrinas ativam os sistemas 
enzimáticos, de maneira a alterar a permeabilidade das membranascelulares, 
modificar o transporte por meio da membrana citoplasmática e alterar o ritmo da 
atividade enzimática, induzindo a atividade secretória e contribuindo para a 
contração e o relaxamento dos músculos, estimulando a síntese das proteínas e 
 
38 
 
das gorduras, bem como a capacidade do organismo de responder aos 
estresses físicos e fisiológicos que compõem o treinamento (efeitos agudo e 
crônico, respectivamente). 
Dentre os efeitos fisiológicos do exercício físico, um importante ponto 
refere-se à interferência na secreção de alguns hormônios. Os hormônios que 
têm sua secreção alterada pelo exercício e que podem interferir nos 
componentes da síndrome metabólica são: o hormônio do crescimento, as 
catecolaminas, o glucagon, a insulina, a endorfina e, em alguns casos, a leptina. 
Cada um será discutido separadamente abaixo. 
 
3.4 Hormônio de crescimento 
 
O hormônio do crescimento (GH), além de ser um potente agente 
anabólico, estimula diretamente a lipólise, suas concentrações encontram-se 
elevadas durante o exercício, sendo que quanto mais intenso for o exercício 
maior a quantidade liberada deste hormônio. 
Como o GH pode promover a lipólise e realizar exercícios regularmente 
que aumentam sua taxa de secreção, pode contribuir para diminuição da 
obesidade. 
 
3.5 Catecolaminas 
 
Os níveis plasmáticos de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) 
aumentam de maneira diferenciada durante o exercício, com a concentração de 
noradrenalina aumentando acentuadamente em taxas de trabalho superiores a 
50% do VO2 máx., enquanto a concentração de adrenalina só irá aumentar 
significativamente quando a intensidade do exercício ultrapassar 75% VO2 máx. 
A atuação em conjunto destes dois hormônios promove, entre outros 
efeitos, o aumento da taxa metabólica, da liberação de glicose e de ácidos 
graxos livres no sangue. 
 
 
 
 
39 
 
3.6 Glucagon e insulina 
 
No exercício, à medida que os níveis plasmáticos de glicose no sangue 
vão diminuindo, ocorre estimulação da glicogenólise hepática pelo aumento 
gradual da concentração plasmática de glucagon. 
Quanto maior a duração do exercício, maior a liberação de glucagon, 
sendo que, em exercícios moderados de curta duração, observa-se diminuição 
nos seus níveis plasmáticos. 
O efeito do exercício na concentração de insulina é o contrário do que 
ocorre com o glucagon, estando suas concentrações diminuídas no período de 
atividade. Os fatores que podem levar a diminuição da insulina são o aumento 
da velocidade de transporte de glicose para dentro das células musculares, a 
ação das catecolaminas e a liberação de glucagon. 
A diminuição dos níveis de insulina é proporcional à intensidade do 
exercício, sendo que, em exercícios prolongados, ocorre um progressivo 
aumento na obtenção de energia proveniente da mobilização de triacilgliceróis. 
Desta forma, o exercício torna-se importante por facilitar a captação de 
glicose e diminuir os níveis de insulina, sendo positivo para o indivíduo portador 
de diabetes. 
 
3.7 Endorfinas 
 
As endorfinas são um tipo de opioide liberado durante o exercício. Elas 
estão relacionadas à maior tolerância à dor, ao controle do apetite, à redução da 
ansiedade, da raiva e da tensão. 
No exercício aeróbico, a intensidade é o principal fator que estimula as 
elevações dos níveis plasmáticos de beta-endorfina. Já no exercício de 
resistência, sua liberação varia com o protocolo, sendo que maior duração e 
maiores intervalos de repouso entre as séries promovem melhores resultados. 
Constata-se que há efeitos positivos para a síndrome metabólica com a 
liberação de endorfinas pelo exercício. No entanto, altas cargas de treinamento 
podem gerar distúrbios menstruais por inibição da gonadorelina hipotalâmica, 
provocada pelos opioides. 
 
40 
 
3.8 Leptina 
 
A leptina está relacionada à regulação da saciedade, taxa metabólica e 
massa corporal. Sua secreção é realizada em maior parte pelo tecido adiposo, 
porém, pode ser secretada em menor quantidade pelo músculo esquelético, 
epidídimo mamário, placenta e cérebro. 
Uma sessão de exercício não afeta a concentração plasmática de leptina 
em homens e mulheres saudáveis, sendo que as modificações ocorridas podem 
ser atribuídas à hemoconcentração ou às variações no ritmo circadiano. 
Com relação à intervenção nos níveis de leptina decorrente dos efeitos 
crônicos do exercício, não há consenso na literatura com trabalhos 
demonstrando que o exercício diminui sua concentração e o outros indicando 
que não há alteração. 
 
 Saiba mais 
CANALI E.S.; KRUEL L.F.M.; Respostas hormonais ao exercício. Rev. paul. 
Educ. Fís., São Paulo, 15(2):141-53, jul./dez. 2001 
http://citrus.uspnet.usp.br/eef/uploads/arquivo/v15%20n2%20artigo3.pdf 
 
Conclusão da aula 3 
 
Encerramos aqui mais uma aula, criamos, a partir do conteúdo 
apresentado, das adaptações orgânicas após o exercício, uma estratégia na 
montagem do nosso plano de treino, procurando melhorar o desempenho 
utilizando a fisiologia do exercício como mais uma ferramenta de apoio. 
 
Atividade de aprendizagem 
 
Explique a seguinte afirmação: A atividade física aeróbica regular, específica 
para cada tarefa, não treina apenas o sistema cardiovascular, mas “treina” 
também o sistema neuromuscular afim de facilitar os ajustes fisiológicos 
apropriados para a modalidade específica do exercício. 
 
 
http://citrus.uspnet.usp.br/eef/uploads/arquivo/v15%20n2%20artigo3.pdf
 
41 
 
Aula 4 – Recursos ergogênicos 
 
Apresentação da aula 4 
 
Olá, estudante! Seja bem-vindo(a) à quarta aula desta disciplina. 
Há dois importantes fatores para o sucesso atlético: a genética e o 
treinamento. Em certos níveis de competição, os participantes em geral possuem 
habilidades atléticas genéticas similares e, se estiverem expostos aos mesmos 
métodos de treinamento, tornam-se bastante nivelados. 
Portanto, muitos atletas vivem em busca de meios que possam levá-los a 
uma pequena melhora do rendimento diante de seus oponentes, como uma das 
alternativas, utilizam-se dos recursos ergogênicos; que será o tema tratado no 
decorrer desta nossa última aula. 
 
4.1 Recursos ergogênicos, conceitos e classificação 
 
A palavra “ergogênico” significa substâncias ou artifícios adotados 
visando à melhora do desempenho, sendo derivada de duas palavras gregas: 
ergon, trabalho, e gennan, produção. 
No contexto de crescente competitividade há um grande número de 
suplementos sendo comercializados com variados propósitos ergogênicos, 
porém alguns deles não contam com um respaldo científico. O propósito da 
maioria é aumentar o desempenho pela intensificação da potência física, da 
força mental ou do limite mecânico e, dessa forma, prevenir ou retardar o início 
da fadiga. 
 
4.1.1 Recursos ergogênicos nutricionais 
 
Os ergogênicos nutricionais servem principalmente para aumentar o 
tecido muscular, a oferta de energia para o músculo e a taxa de produção de 
energia no músculo. 
Os nutrientes estão envolvidos com os processos geradores de energia 
por meio de uma destas três funções básicas: 
 
42 
 
 a) Atuam como substrato energético; 
 b) Regulam os processos pelos quais a energia é produzida no 
corpo; 
 c) Promovem o crescimento e o desenvolvimento dos tecidos 
corporais. 
 
Os recursos ergogênicos nutricionais ainda são subdivididos em 
suplementos nutricionais e alimentos para atletas. 
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), 
suplementos são somente vitaminas e/ou minerais, isolados ou combinados e 
que não ultrapassem 100% da ingestão alimentar diária. 
São utilizados como complemento destes nutrientes na dieta de uma 
pessoa que, a partir da alimentação, não atinja os valores de micronutrientes 
necessários. 
Os suplementos hidroeletrolíticos para atletas são: suplemento 
energético, suplemento proteicos, suplemento para substituição parcial derefeições, suplemento de creatina, suplemento de cafeína e termogênicos, esses 
são classificados como alimentos para atletas. 
 
Álcool 
O álcool tem efeito bastante interessante no nosso organismo. Ele gera a 
“consciência” de que estamos mais fortes e impetuosos, no entanto há um 
prejuízo considerável de performance pois, pra começar, ele reduz a 
quantidade de água no organismo, comprometendo a performance. 
 
4.1.2 Creatina fosfato 
 
Bastante em moda, ela aumenta a capacidade energética do organismo 
para trabalhos intensos. Ressíntense de ATP, exercícios de alta intensidade, a 
creatina fosfato ou PCr é uma mólecula de creatina fosforilada que é um 
importante depósito de energia no músculo esquelético, já que transporta uma 
ligação fosfato de alta energia similar às ligações do ATP. 
 
43 
 
 Saiba mais 
Nogueira F.R.S.; Souza A.; Brito A. Prevalência do uso e efeitos de recursos 
ergogênicos por praticantes de musculação nas academias brasileiras: uma 
revisão sistematizada. Ver. Bras. Atividade Física e Saúde. Pelotas, RS 
18(1):16-30 • Jan/2013 http://rbafs.org.br/RBAFS/article/view/2391 
 
4.1.3 Recursos ergogênicos farmacológicos 
 
Como alguns ergogênicos nutricionais, os ergogênicos farmacológicos, 
podem intensificar a potência física por meio de alterações promovidas nos 
processos metabólicos, levando ao sucesso no esporte. 
 
Vocabulário 
Ergogênicos farmacológicos: são drogas destinadas a funcionar como 
hormônios ou neurotransmissores, que são encontrados naturalmente no nosso 
corpo. 
 
Por exemplo, as anfetaminas podem "imitar" os efeitos da adrenalina, um 
hormônio secretado naturalmente durante o exercício que intensifica os 
processos fisiológicos envolvidos com a produção de energia. Os ergogênicos 
farmacológicos também podem afetar a força mental e o limite mecânico. 
No entanto, seu uso causa controvérsias no meio desportivo, pois todas 
as combinações trazem efeitos colaterais quando não usados na medida correta. 
 
4.1.4 Anfetaminas 
 
Quimicamente, as anfetaminas apresentam a estrutura básica da β-
fenetilamina. São substâncias estimulantes do SNC e são também denominadas 
de aminas psicanalépticas ou despertadoras, porque uma de suas principais 
características é combater a sonolência produzindo a vigília. 
Estas substâncias são frequentemente utilizadas para provocar anorexia. 
http://rbafs.org.br/RBAFS/article/view/2391
http://rbafs.org.br/RBAFS/article/view/2391
http://rbafs.org.br/RBAFS/article/view/2391
http://rbafs.org.br/RBAFS/article/view/2391
 
44 
 
A vantagem ergogênica, com o uso de anfetaminas, no desempenho 
atlético é avaliada por alguns cientistas como pouca ou nenhuma. 
 
4.2 Cocaína 
 
A cocaína é um potente anestésico local e atua como poderoso agente 
simpatomimético com efeitos estimulantes no sistema nervoso central. 
O provável mecanismo de ação no sistema nervoso central é o bloqueio 
da recaptação da dopamina nas fendas sinápticas, que parece ocorrer devido à 
ligação da cocaína aos sítios transportadores desta. 
O acúmulo de dopamina nos receptores pós-sinápticos D1 e D2 parece 
ser o mecanismo fisiopatológico pelo qual ocorre a euforia. 
 
4.2.1 Cafeína 
 
O consumo da cafeína, visando os efeitos estimulantes com a intenção de 
melhorar a performance, tem se tornado popular nas últimas décadas, devido 
aos estudos sobre seus efeitos ergogênicos. 
A cafeína é farmacologicamente ativa em diversos sistemas do organismo 
humano. Atua sobre o córtex cerebral, onde provoca alterações no fluxo do 
pensamento, na percepção sensorial, na capacidade de atenção e motivação e 
na resposta motora. 
Na medula oblonga estimula numerosos núcleos celulares com 
consequentes alterações vasomotoras e cardiorrespiratórias. Nas fibras da 
musculatura esquelética exerce efeito ergogênico atuando sobre o metabolismo 
celular por diversos mecanismos. 
 
4.2.2 Analgésicos narcóticos 
 
Os analgésicos narcóticos são indicados, terapeuticamente, para 
analgesia profunda. Controle de dor, tosse, dispnéia, cefaléia e analgesia são 
alguns dos benefícios que podem auxiliar os praticantes anônimos de atividades 
físicas e atletas que utilizam a morfina e a heroína como recurso ergogênico. 
 
45 
 
Porém, entre os vários potenciais riscos para a saúde dos usuários, 
encontram-se a inibição perigosa da dor em atletas, o que pode agravar muito 
uma lesão instalada; risco de dependência física e síndrome de abstinência 
ocasionada pela cessão do uso da substância. 
 
4.2.3 Morfina 
 
A morfina é o alcaloide que existe em maior proporção no ópio e suas 
propriedades derivam, em grande parte, das suas ações farmacológicas. 
O efeito mais perturbador da morfina é a capacidade de produzir uma 
intensa sensação de bem-estar e tranquilidade, os efeitos analgésicos da 
morfina são devido a sua ação sobre o SNC e periférico, sendo difícil estabelecer 
com precisão quais os pontos responsáveis por estes efeitos ou pelas 
manifestações de euforia e alterações do comportamento. 
 
4.2.4 Heroína 
 
A heroína não é um alcaloide natural do ópio, mas um produto 
semissintético derivado da morfina. Ela é mais potente que a morfina em virtude, 
provavelmente, de sua maior lipossolubilidade e por produzir no organismo, por 
meio de biotransformação, metabólitos ativos. 
 
4.3 Bloqueadores -adrenérgicos 
 
Os bloqueadores beta-adrenérgicos (BBA) são fármacos utilizados, 
principalmente, no tratamento de doenças cardiovasculares, 
farmacologicamente, os BBA diferem em três aspectos: 
 
 (I) Capacidade relativa de bloquear os efeitos em receptores beta -1 
(coração) com pouca atividade em receptores beta - 2 (pulmões e 
vasos sanguíneos); 
 (II) Atividade intrínseca ou ação agonista parcial (ISA ou AAP); 
 (III) Ação anestésica local ou estabilizadora de membranas. 
 
46 
 
 
Como agente de dopagem, são utilizados para reduzir o tremor muscular 
e o estresse, principalmente, nas modalidades esportivas de pouca atividade 
física e que exigem precisão e exatidão para a sua prática. Entre estas 
destacam-se o tiro ao alvo, arco e flecha e mais recentemente o golfe. 
 
4.3.1 Diuréticos 
 
Diuréticos são substâncias sintéticas com estruturas químicas bastante 
variadas e que, na sua maioria, atuam diretamente nos rins sobre a função 
tubular, aumentando a formação da urina. Considerando que os rins 
desempenham uma função fundamental para a manutenção da homeostase, 
torna-se evidente a grande importância dos diuréticos como possíveis agentes 
tóxicos. 
 
4.3.2 Hormônios peptídicos e análogos 
 
 
Os hormônios são substâncias químicas sintetizadas por uma glândula 
hospedeira específica e são secretados para dentro do sangue e transportados 
por meio de todo o corpo. Para maior compreensão faz-se necessário distinguir 
as categorias químicas nas quais os hormônios se enquadram: 
 
 I. Hormônios derivados dos compostos esteroides: são sintetizados 
a partir do colesterol circulante pelo córtex suprarrenal e pelas 
gônadas; 
 II. Hormônios derivados dos aminoácidos ou dos polipeptídios, 
constituídos por proteínas e que são produzidos pelas outras 
glândulas. 
 
A principal função dos hormônios consiste em alterar as velocidades de 
reações celulares específicas de ‘células alvo’ também específicas. 
Hormônio do crescimento (hGH ou Somatotropina): 
 
 
47 
 
 A gonadotrofina coriônica humana (Hgc); 
 A corticotropina (ACTH); 
 A eritropoetina (EPO). 
 
4.3.3 Esteróides anabolizantes 
 
Os esteróides anabólicos ascenderam no início dos anos 50 para uso 
médico no tratamento de pacientes com algumas deficiências específicas. 
Atualmente, os esteróides anabolizantes têm sido administrados no 
tratamento das deficiências androgênicas, tais como hipogonadismo, puberdade 
e crescimento retardados, micropênis neonatal e deficiência androgênica parcial 
em homens idosos. 
Os esteróides anabolizantes ou esteróides

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