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TCC Final Edu e SID

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE RORAIMA CAMPUS BOA VISTA
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
EDUARDO OLIVEIRA DA ROCHA SIDNEIA LEAL GALVÃO
PERCEPÇÕES DOS PROFESSORES DA EJA DA REDE ESTADUAL DE ENSINO- RR QUANTO A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO PROCESSO DE FORMAÇÃO PARA A CIDADANIA
BOA VISTA - RR 2023
EDUARDO OLIVEIRA DA ROCHA SIDNEIA LEAL GALVÃO
PERCEPÇÕES DOS PROFESSORES DA EJA DA REDE ESTADUAL DE ENSINO- RR QUANTO A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO PROCESSO DE FORMAÇÃO PARA A CIDADANIA
Trabalho de Conclusão de Curso de graduação em Licenciatura em Educação Física do Campus Boa Vista do Instituto Federal de Roraima como requisito parcial para obtenção do título de Licenciados.
Orientadora: Profa. Dra. Fabiana Leticia Sbaraini
BOA VISTA - RR 2023
 (
R672p
 
Rocha,
 
Eduardo
 
Oliveira
 
da.
Percepções dos professores da EJA da Rede Estadual de
 
Ensino-RR
 
quanto
 
a
 
importância
 
da
 
educação
 
física
 
no
 
processo de formação para a cidadania / Eduardo Oliveira da
 
Rocha, Sidneia
 
Leal
 
Galvão.
 
– Boa
 
Vista, 2023.
49
 
f.
Orientadora:
 
Profa.
 
Dra.
 
Fabiana
 
Leticia
 
Sbaraini.
Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Instituto
 
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima. Curso
 
de
 
Licenciatura em
 
Educação
 
Física,
 
Campus
 
Boa Vista,
 
2023.
Bibliografia:
 
f.
 
38-42.
1.
 
Jovens
 
e
 
adultos.
 
2.
 
Educação
 
física
 
-
 
Ensino.
 
3.
 
Cidadania.
 
4.
 
Formação
 
humana.
 
I.
 
Galvão,
 
Sidneia Leal. II.
 
Sbaraini,
 
Fabiana
 
Leticia.
 
III.
 
Título.
CDD –
 
796.07
)Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Biblioteca do Instituto Federal de Roraima - IFRR)
Elaborada por Paula Lima Garcia - CRB 11/887
AGRADECIMENTOS
Primeiramente à Deus que nos deu oportunidades, determinação, força de vontade e nos ajudou a superar as dificuldades e desafios enfrentados durante a pesquisa.
A nossa admirável e brilhante orientadora Prof. Dra. Fabiana Letícia Sbaraini, deixamos um agradecimento especial, por sempre indicar a direção correta, pelas valiosas contribuições dadas durante todo o processo, pelas correções, ensinamentos, por nos incentivar e encorajar a não desistir durante a caminhada. o que nos ajudou a ter um excelente desempenho e apresentar o nosso melhor nesse processo de formação profissional
Aos professores que contribuíram, participaram e ajudaram direta e indiretamente no desenvolvimento dessa pesquisa enriquecendo nosso trabalho e nosso processo de aprendizado.
Somos gratos à Deus, que encheu nossos corações de luz e contribuiu com a nossa cumplicidade, parceria e nos aproximou de uma tal forma, que conseguimos chegar aqui, no fim desta etapa de mãos dadas.
No decorrer dos anos a Educação Física vem se desenvolvendo no Brasil e atualmente é vista como um recurso indispensável para a formação do cidadão brasileiro e, como foco central desta pesquisa, ao ser inserida no contexto da Educação de Jovens e Adultos (EJA), tem o papel de grande relevância na formação cidadã desses educandos, proporcionando inúmeros benefícios para o público dessa modalidade de ensino. Com isso, o objetivo deste trabalho foi compreender de que maneira ocorre o processo de ensino-aprendizagem da Educação Física para os alunos da EJA da rede estadual de ensino de Boa Vista-RR, com vistas à formação para a cidadania. Esta pesquisa possui um caráter qualitativo, quanto a sua natureza trata-se de uma pesquisa básica, e, quanto aos objetivos e procedimentos, caracteriza-se como pesquisa de campo, exploratória e descritiva. A amostra foi composta por cinco professores de Educação Física que atuam nas turmas de ensino médio (1º ao 3° ano) da EJA de nove escolas estaduais de Roraima, localizadas no município de Boa Vista. Como procedimentos metodológicos foi aplicado um questionário semi-estruturado aos participantes da pesquisa e os dados foram submetidos à análise de conteúdo, tendo em vista que esta técnica visa analisar diferentes comunicações, seja qual for a natureza destas. As categorias de análise foram: práticas pedagógicas adotadas pelos professores; percepções quanto à interação alunos e as aulas de Educação Física; a Educação Física como área de formação para a cidadania; problemas enfrentados pelos professores de Educação Física e; ferramentas para motivação dos alunos. Conclui-se que apesar da dedicação dos professores quanto ao planejamento das aulas, ainda há carência de materiais que possam nortear essa ação para o público da EJA. Ainda, a Educação Física contribui de forma expressiva positivamente para a formação cidadã dos alunos atendidos por essa modalidade de ensino, fazendo-se necessário novos estudos que abordem escutas direcionadas aos alunos, gestores e outros envolvidos nesse processo de ensino e aprendizagem direcionado à EJA.
Palavras-Chave: Jovens e Adultos. Educação Física. Cidadania. Formação Humana.
 (
RESUMO
)
Over the years, Physical Education has been developing in Brazil and is currently seen as an indispensable resource for the training of Brazilian citizens and, as the central focus of this research, when inserted in the context of Youth and Adult Education (EJA), it has the highly relevant role in the citizenship training of these students brings significant benefits to the public of this type of education. Therefore, the objective of this work was to understand how the Physical Education teaching-learning process occurs for EJA students from the Boa Vista-Roraima state education network, with a view to training for citizenship. This research has a qualitative character, in terms of its nature it is basic research, and in terms of objectives and procedures, it is characterized as field research, exploratory and descriptive. The sample was made up of five Physical Education teachers who work in high school classes (1st to 3rd year) at EJA from nine state schools in Roraima, located in the municipality of Boa Vista. As methodological procedures, a semi-structured questionnaire was applied to research participants and the data was subjected to content analysis, considering that this technique aims to analyze different communications, whatever their nature. The categories of analysis were: pedagogical practices adopted by teachers; perceptions regarding student interaction and Physical Education classes; Physical Education as an area of training for citizenship; problems faced by Physical Education teachers and; tools for student motivation. It is concluded that despite the teachers' dedication to lesson planning, there is still a lack of materials that can guide this action for the EJA public. Even so, Physical Education certainly contributes significantly to the citizenship formation of students served by this type of teaching, making new studies necessary that address listening aimed at students, managers and others involved in this teaching and learning process aimed at EJA.
Keywords: Young People and Adults. Physical Education. Citizenship. Human Formation.
 (
ABSTRACT
)
Quadro 1 - Estrutura, planejamento e metodologias adotadas	27
Quadro 2 - Interação Professor/aluno	28
Quadro 3 - Contribuição da Educação Física na formação para a cidadania	30
Quadro 4 - Problemas enfrentados pelos professores	32
Quadro 5 - Fatores motivacionais	34
 (
LISTA
 
DE
 
QUADROS
)
CEA	Campanha de Educação de Adultos CEA	Cruzada Evangélica Alfabetização CEB	Câmara de Educação Básica
CER	Campanha de Educação Rural
CNBB	Conferência Nacional dos Bispos do Brasil CNE	Conselho Nacional de Educação
CNEA	Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo DCN	Diretrizes Curriculares Nacionais
DEBA	Departamento de Educação de Básica de Adultos EF	Educação Física
EJA	Educação de Jovens e Adultos
FCBTVE	Fundação Centro Brasileiro de TV Educativa FNEP	Fundo Nacional de Ensino Primário
FPA	Fundação Padre Anchieta
FUNDEB	Fundo de Manutenção e Desenvolvimentoda Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação
IBGE	Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística LDB	Lei de diretrizes e bases da Educação
LDBN-	Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional MEB	Movimento de Educação de Base
MOBRAL	Movimento Brasileiro de Alfabetização PEI	Programa de Educação Integrada PCN	Parâmetros Curriculares Nacionais PNE	Plano Nacional de Educação
SA	Serviço de Adultos
SEED	Secretaria de Estado de Educação e Desporto SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SREMEC Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério de Educação e Cultura
TCLE	Termo de Consentimento Livre Esclarecido
 (
LISTA
 
DE
 
ABREVIATURAS E
 
SIGLAS
)
INTRODUÇÃO	10
REFERENCIAL TEÓRICO	14
PROCESSO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL	14
EDUCAÇÃO FÍSICA NA EJA: INSTRUMENTALIZANDO O PROCESSO DE FORMAÇÃO PARA A CIDADANIA	17
METODOLOGIA	23
CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA	23
POPULAÇÃO E AMOSTRA	23
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DA AMOSTRA	24
Critérios de inclusão	24
Critérios de exclusão	24
INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS	24
TRATAMENTO DOS DADOS	25
RISCOS E BENEFÍCIOS	26
RISCOS	26
BENEFÍCIOS ESPERADOS	26
RESULTADOS E DISCUSSÃO	27
CONSIDERAÇÕES FINAIS	36
REFERÊNCIAS	38
APÊNDICES	43
ANEXOS	47
 (
SUMÁRIO
)
1 INTRODUÇÃO
A Educação Física teve seus primeiros registros datados por volta do ano de 1500, quando Pero Vaz de Caminha relatou em uma de suas cartas que os indígenas dançavam, saltavam, giravam e se alegravam ao som da gaita tocada por um português (Ramos, 1982).
Nessa época, as atividades físicas feitas pelos indígenas no período do Brasil colônia, estavam relacionadas a sua cultura primitiva, tendo como características elementos de traços naturais como brincadeiras, caça, pesca, nado e locomoção, de caráter utilitário como o aprimoramento das atividades de caça, agrícolas, etc., atividades guerreiras como proteção pessoal e de seus familiares e de suas terras, bem como de cunho recreativo e religioso como as danças, agradecimentos aos deuses, festas e encenações.
As atividades acima mencionadas não eram algo que traziam à população daquela época a possibilidade de refletir sobre seus direitos e deveres na sociedade na qual estavam inseridos. Ao longo dos anos historicamente a relação do ser humano com o movimento humano vem se modificando e se consolidando para além da necessidade de se movimentar, mas como área de estudos por meio de normas e legislações, como também uma maneira de se relacionar com o outro e com o mundo. De acordo com Brasil (1997), no ano de 1996, com a reformulação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), é salientado a relevância da articulação da Educação Física entre o aprender a fazer, o saber por que se está fazendo e como relacionar-se nesse saber.
Comumente, os PCNs carregam as diferentes importâncias dos conteúdos e propõem uma reflexão aos problemas da sociedade brasileira, sem deixar de lado o papel de integrar o cidadão na esfera da cultura corporal. Os PCNs buscam apresentar o contexto dos conteúdos da Educação Física com a sociedade em que estamos inseridos, devendo a Educação Física ser trabalhada de forma interdisciplinar, transdisciplinar e através de temas transversais, contribuindo para o desenvolvimento da ética, cidadania e autonomia desses alunos.
Conseguinte, com o decorrer dos anos a Educação Física vem se desenvolvendo no Brasil e atualmente é vista como um recurso indispensável para a formação do cidadão brasileiro e, como foco central desta pesquisa, ao ser inserida no contexto da Educação de Jovens e Adultos (EJA), tem o papel de grande relevância
 (
10
)
na formação cidadã desses educandos, proporcionando inúmeros benefícios para o público dessa modalidade de ensino.
Neste sentido, além da Educação Física trabalhar no desenvolvimento das habilidades como, força, agilidade, equilíbrio, coordenação, dentre outras, ela possibilita a autonomia, confiança, criatividade, cooperatividade, autocuidado, indo além dos padrões de aulas pré-estabelecidas, preparando e auxiliando o aluno por meio de experiências vividas através das aulas de Educação Física, para cumprir seu papel de cidadão com ética e responsabilidade.
Usando desse artifício supramencionado, o professor de Educação Física deve trazer possibilidades aos seus alunos para que seja trabalhado ao máximo essas temáticas tanto físicas quanto intelectuais e sociais dos alunos da EJA, possibilitando uma aprendizagem que contribua para a formação cidadã dos mesmos, tornando-os autônomos nessa jornada para a cidadania.
Cabe ao professor buscar por meio de suas aulas sensibilizar seus alunos quanto a seus valores, busca por interação, reflexão e trabalho mútuo, estimulá-los a agir de modo coletivo, favorecendo assim a formação desses alunos, dando propósito às suas aulas.
Outrossim, é por meio da Educação Física que se almeja a possibilidade de abordar vários temas, como preconceito, discriminação, exclusão, dentre outros, temas esses que por vezes fazem parte de suas realidades devido muitos não terem dito a possibilidade de concluir sua formação no ensino regular, dando a eles compreensão, entendimento e possibilitando- os a expressarem suas opiniões ao serem discutidos estes temas em aula, mostrando mais uma vez a relevância da Educação Física dentro do contexto da EJA, como contribuição para o processo de cidadania.
Koller (1997), destaca a cidadania como difícil de se definir, pois varia conforme o tempo, lugar e cultura, entretanto tem se relacionado com conceitos sobre deveres e direitos do indivíduo em meio a comunidade que está inserido.
Neste sentido, propõe-se que a Educação Física na EJA seja vista com mais prudência, pois a mesma pode colaborar no sentido de tornar o educando mais autônomo e assim preparar e contribuir com sua formação cidadã, devido a mesma possibilitar a reflexão e compreensão dos alunos, tornando-os participativos nas suas tomadas de decisões, tanto na escola quanto na vida prática, não deixando a Educação Física em segundo plano, nem ignorando sua existência na EJA.
Cabe ressaltar que, mesmo demonstrando a relevância da Educação Física para a EJA, sua existência e ou obrigatoriedade continua sendo facultativa e, muitas vezes o que tem ocorrido é a falta de condições adequadas para que as aulas de Educação Física aconteçam, seja por desinteresse da gestão escolar, falta de espaço, materiais ou mesmo por muitos não a considerarem como um componente curricular importante no processo de formação humana integral.
Enfatiza-se nesta pesquisa que, apesar da Educação Física ser facultativa para os alunos da EJA, no decorrer dos tempos ela vem se mostrando uma importante ferramenta para o processo de cidadania, autonomia, bem como emancipação humana. Para Ahlert (2004), na Educação Física Escolar, a cidadania passa a ser o eixo norteador do processo formativo em todas as faixas etárias, objetivando que os alunos se tornem capazes de participar de diferentes manifestações da cultura popular do movimento permeadas por atitudes de respeito, dignidade e solidariedade mútuas. Outrossim, além do processo de formação para a cidadania, a Educação Física para a EJA busca proporcionar ao seu público momentos de lazer, de discussões de temas transversais como saúde física e mental no que tange à qualidade de vida, sociabilidade, cultura, dentre outros fatores para aqueles que por muitas vezes não têm a possibilidade e tempo para cuidar de si, uma vez que na sua maioria são trabalhadores que exercem variadas funções cotidianas conciliando por vezes duplas jornadas de trabalho com família.
Portanto, diante do exposto supramencionado, é que se formulou o seguinte problema de pesquisa: De que maneira a Educação Física pode contribuir na formação para a cidadania dos alunos da EJA das escolas estaduais localizadas no município de Boa Vista - RR?
A partir da problemática apresentada, o objetivo geral deste trabalho foi o de compreender de que maneira ocorre o processo de ensino-aprendizagem da EducaçãoFísica para os alunos da EJA da rede estadual de ensino de Boa Vista- Roraima, com vistas à formação para a cidadania.
Já, como ramificação do objetivo geral, delineou-se algumas questões norteadoras a saber: Quais as práticas pedagógicas são adotadas pelos professores para realização das aulas de Educação Física na EJA? Quais são as percepções dos professores quanto à interação dos alunos da EJA com a Educação Física? e; Como a Educação Física pode ser uma área estratégica para a formação cidadã dos alunos da EJA?
A seguir, tem-se o embasamento teórico adotado para a realização desta pesquisa, o percurso metodológico, a apresentação e discussão dos resultados e, por fim, as considerações finais.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 PROCESSO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL
A Educação de Jovens e Adultos se faz notável no Brasil desde a época de sua colonização com os Jesuítas que se dedicavam “a alfabetizar (Catequizar) tanto crianças indígenas como índios adultos em uma intensa ação cultural e educacional, a fim de propagar a fé católica juntamente com o trabalho educativo” (Miranda; Souza; Pereira, 2016, p.1).
Se olharmos para a educação brasileira, desde o período colonial, é possível perceber que ela tinha um cunho específico direcionado às crianças, mas os indígenas adultos também foram submetidos a uma intensa ação cultural e educacional.
Segundo Haddad e Pierro (2000, p. 109), “além de difundir o evangelho, ensinavam normas de comportamento e os ofícios necessários ao funcionamento da economia colonial, inicialmente aos indígenas e, logo depois, aos escravos negros.’’ Entretanto, com a chegada da família real e consequente expulsão dos jesuítas no século XVIII, a educação de adultos entra em falência, pois a responsabilidade pela educação acaba ficando às margens do império (Strelhow, 2010).
Desde 1988 com a Constituição Federal, a legislação prevê o direito à educação para toda a população, inclusive para as pessoas que não tiveram acesso à escola em idade apropriada, na infância ou na adolescência, sendo dever do governo federal, estados e municípios, ofertar educação pública e gratuita para jovens e adultos.
Porém contudo, ainda nos deparamos com um contexto bem diferente ao previsto, onde a realidade de quem teve seus direitos violados é outra, as ofertas de vagas e escolas para a EJA não é tão acessível como o da educação básica, a ausência de políticas públicas que mostrem para essas pessoas que a educação delas também é prioridade.
A EJA foi considerada durante as décadas de 80 e 90 como obsoleta, já que a expectativa política era investir em uma educação primária eficiente a longo prazo. O que eliminaria a necessidade de investir na educação de jovens e adultos, com isso os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que em 2020 20,2% dos jovens de 14 a 29 anos não concluíram a Educação básica, dentre os quais 71,7% são negros (pretos e pardos). Somente a partir da década de 1930 é
que a educação de jovens e adultos efetivamente começa a se destacar no cenário educacional do país, quando em 1934, o governo cria o Plano Nacional de Educação (PNE) que estabelece como dever do Estado o ensino primário integral, gratuito, de frequência obrigatória e extensiva para adultos como direito constitucional (Friedrich et al., 2010).
É possível considerar também que “o direito que nasceu com a norma constitucional de 1824, estendendo a garantia de uma escolarização básica para todos, não passou da intenção legal”. A implantação de uma escola de qualidade para todos avançou lentamente ao longo da nossa história (Haddad; Di Pierro, 2000, p. 109).
Haddad e Di Pierro (2000), destacam ainda que no período do Império só possuía cidadania quem tinha educação, ou seja, quem fazia parte da elite econômica, onde a maioria da exclusão eram negros, indígenas e grande parte das mulheres. No final do império na década de 1890, cerca de 82% da população acima de 5 anos de idade ainda era analfabeta. Para Gadotti e Romão (2006, p. 36), “a educação de adultos era entendida a partir de uma visão das causas do analfabetismo, como uma educação de base, articulada com as “reformas de base” defendida pelo governo popular/populista de João Goulart.”
Segundo Di Pierro, Joia e Ribeiro (2001), na constituição de 1934 já eram mencionados em textos normativos a necessidade de oferecer educação aos adultos, mas somente na década seguinte essa necessidade tomou corpo, com iniciativas de projetos educacionais benéficas para escolarização da população excluída naquela época. Pode-se dizer ainda que houve vários programas governamentais e ações em níveis estadual e local, nos anos 40 e 50.
A criação do Fundo Nacional de Ensino Primário, em 1942, do Serviço de Adultos e da Campanha de Educação de Adultos, ambos em 1947, da Campanha de Educação Rural iniciada em 1952 e da Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo em 1958 (Di Pierro; Joia; Ribeiro, 2001, p.59).
Em 1971, foi criada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) a Lei nº 5.692/71 que destaca o Ensino Supletivo, com a nova reforma da LDB em 1996, surge a Lei nº 9.394 que reafirma o direito dos jovens e adultos trabalhadores e ao dever público garantir o acesso à educação gratuita. (Brasil, 1996).
Para Beisiegel (1997), com a criação de várias ações e projetos por meio da campanha de 1947, houve vários acontecimentos que fizeram refletir sobre uma política educacional que veio com uma intenção de garantir uma educação de jovens e adultos para todo o país. No entanto, para Di Pierro, Joia e Ribeiro (2001), a campanha de 1947, trouxe uma reflexão pedagógica sobre o analfabetismo, mas não houve nenhuma produção específica de ensino para a alfabetização de adultos. E que isso só viria a acontecer quando Paulo Freire passou a direcionar suas experiências sobre a educação de adultos no início dos anos 60.
A educação de adultos passou a ser reconhecida também como um poderoso instrumento de ação política. Finalmente, foi-lhe atribuída uma forte missão de resgate e valorização do saber popular, tornando a educação de adultos o motor de um movimento amplo de valorização da cultura popular (Haddad; Di Pierro, 2000, p. 113).
Segundo Beisiegel (1997), destaca que essa orientação política torna viável a criação e a permanência do ensino supletivo em tempo integral às estruturas dos sistemas estaduais de ensino. O Serviço de Educação de Adultos (SEA), permaneceu no decorrer do ano de 1970, onde entraria em ação o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL).
No plano oficial, no decorrer das ações repressivas alguns programas como a Ação Básica Cristã (ABC), foram enfatizados tentando dar continuidade aos espaços deixados pelos movimentos de cultura popular, ganhando caráter nacional, mas que no decorrer dos anos de 1970 e 1971 deixaria de existir com as fortes críticas acumuladas (Haddad; Di Pierro, 2000).
O Mobral foi criado pela Lei nº 5.379 de 15 de dezembro de 1967 como Fundação destinada a financiar e orientar tecnicamente programas de alfabetização, sem que esta lei tenha sido levada à prática. Somente em 1970 se transformou em organismo executor de um programa de alfabetização (Paiva, 1981, p.84).
Assim, conforme Haddad e Di Pierro (2000) relatam que as ações do Mobral foram divididas em 2 programas: o Programa de Alfabetização iniciado em 1970 e o Programa de Educação Integrada (PEI), retratando-se de uma alternativa compactada dos cursos de 1ª a 4ª séries do antigo primário, no percurso da alfabetização. Logo, uma sequência de outros programas foi empreendidos com o MOBRAL, como por exemplo, com o Departamento de Educação Básica de Adultos, um dos departamentos da Cruzada Evangélica de Alfabetização, com o Movimento de
Educação de Base da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), através do projeto minerva, com o Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério da Educação eCultura, com a instituição Fundação Centro Brasileiro de TV Educativa (FCBTVE), a Fundação Padre Anchieta, dentre outros.
São numerosas e crescentes as iniciativas municipais que surgem a todo o tempo instituindo o atendimento ao público jovem e adulto. Ao lado dessas iniciativas, somam-se as experiências de grupos populares e de organizações não governamentais que sempre atuaram no campo da EJA, principalmente nos espaços em que a ação do Estado não chega ou não se faz presente (Soares, 2002, p.8).
E é em meio a essas lutas que a EJA toma forma e força, sendo representada por legislações específicas, como, por exemplo, o Parecer nº 11/2000 que regulamenta as Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA (Brasil, 2000).
Ainda há uma caminhada muito extensa para que a EJA seja respeitada e, realmente, considerada como uma etapa da Educação Básica, conforme apontado pelo FUNDEB, podendo usufruir dos seus direitos, sobretudo no que diz respeito à distribuição dos recursos destinados a ela. Aprovada pelo Ministério da Educação e Cultura, o Fundeb veio para garantir os recursos financeiros destinados à educação para todas as modalidades de ensino (Brasil, 2007).
Segundo Caseira e Pereira (2016), o processo histórico da EJA vem sendo entrelaçada à Educação Popular, comprometida através de lutas e conquistas por educadores populares. Relatam também que a EJA ainda não deu conta de seu objetivo maior, favorecendo aos educandos uma educação sem crítica e problematizadora, mas que dentro de uma história de luta e descaso a educação seja prioridade para a garantia dos direitos reconhecidos sejam de fato atingidos.
2.2 EDUCAÇÃO FÍSICA NA EJA: INSTRUMENTALIZANDO O PROCESSO DE FORMAÇÃO PARA A CIDADANIA
Na Educação Física Escolar a cidadania possui importante papel como eixo norteador do processo de formação humana, uma vez que faz com que os alunos se tornem capazes na sua participação nas atividades corporais através de atitudes de respeito, solidariedade mútuas e dignidade, além de relacionar-se com a pluralidade
de culturas corporais, como por exemplo, conhecimento, conversas e reflexões sobre as concepções de corpo, como características diferenciadas de que o ser humano possui sua capacidade individual e que fazem parte de uma integração da natureza cuidando dela enquanto uma condição de qualidade de vida (Brasil, 1997).
Ressalta-se que, “A cidadania é uma das grandes questões da educação” (Ferreira, 1993, p.6), daí a necessidade para definir uma concordância no sentido educacional, para denotar valores e objetivos necessários para a vivência.
A Educação Física especificamente na EJA, traz possibilidades, vivências e uma construção mais humanizada dos alunos dessa modalidade de ensino, contribuindo com a melhoria da qualidade de vida e do exercício da cidadania dos mesmos. Esses alunos trazem histórias de vida diferentes umas das outras, construídas no decorrer de suas vivências ao longo da vida.
Neste sentido, cabe aos professores de Educação Física durante as aulas, que por vezes é o único momento que os alunos têm para trazer a tona essas experiências, respeitar essas particularidades, pois muitos enfrentam dificuldades das mais diversas e durante as aulas de Educação Física eles podem resgatar suas memórias. Devido a isso se faz necessário aulas que os deixem mais a vontade, para contar suas histórias, relaxar, ter um momento de descontração, pois o interesse do público dessa modalidade de ensino está além de práticas corporais, que claro, são de suma importância também.
As políticas nacionais de educação fomentadas pelo Estado brasileiro, mais especificamente aquelas destinadas à educação dos sujeitos pertencentes às classes dominadas, com idade acima de 15 anos, analfabetos, ou que não completaram o Ensino Fundamental, aos sujeitos com idade acima dos 18 anos, analfabetos ou que não completaram a Educação Básica, atualmente, aparecem pulverizadas numa grande quantidade e variedade de programas e projetos de alfabetização, de cursos regulares, profissionalizantes, supletivos e de exames supletivos. Assim, a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) de 1996 (Brasil, 1996).
Observa-se no artigo 2º da LDB, que define:
A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (Brasil, 1996, p.2).
Segundo a LDB, essa formação se dá através de várias formas:
I- O desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; II- A compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III- O desenvolvimentos das capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; IV- O fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social (Brasil, 2000, p.30).
É fundamental abordar temas que ampliem e tragam para eles uma visão mais ampla e crítica, sobre práticas corporais, lazer, educação, direito social, melhoria da qualidade de vida dos mesmos, autocuidado tanto físico como mental; para a manutenção de uma boa qualidade de vida. Freire (2000), relata em uma de suas cartas que era impossível fazer a separação de política da educação, que o ato político é pedagógico e o pedagógico é político.
Permitir aos educandos percorrerem trajetórias de aprendizagem não padronizadas, respeitando o ritmo próprio de cada um no processo de apropriação dos saberes; organizar o tempo escolar a partir do tempo disponível do educando-trabalhador, seja no que se refere à organização diária das aulas, seja no total de dias previstos na semana (Pitch; Fontoura, 2013, p.5).
Conforme Perrenoud (2001), relata que para trabalhar a partir das concepções dos alunos resta dialogar com eles, para trazer então a aproximação de conhecimentos científicos a serem ensinados. A habilidade do professor é especificamente didática, ajudando basicamente nas representações prévias dos alunos, “nesse sentido, ser cidadão é algo peculiar, que se aprende”. “Um papel social intimamente relacionado com os valores culturais da sociedade à qual o indivíduo pertence adquirido pela educação - formal ou informal”. A cidadania não se dá como algo natural e inato nas pessoas, é construída (Garbini, 2006, p.7).
Como aponta Pitch e Fontoura (2013), devido a organização de muitas escolas e gestores quanto às aulas de Educação Física, as aulas acabam por fim sendo realizadas muitas vezes em espaços limitados, por ser no período noturno a um número maior de alunos, pouco espaço, falta de materiais e condições adequadas para a realização das aulas, dificultando assim a realização das aulas de Educação Física tanto práticas como teóricas.
Dessa forma há uma necessidade de atividades lúdicas que facilitem e atraia esses alunos de forma mais descontraída, que retratem situações vivenciadas diariamente por eles, nada que se distancie de suas realidades, possibilitando a eles um momento de leveza e descontração, muitas vezes podendo ser o único do dia de muitos que se encontram nessa modalidade de ensino devido suas rotinas e trabalhos. “A Educação Física parece estar acordando para a ludicidade como contraponto ao domínio crescente da ideologia do rendimento dos esportes” (Santin, 2001, p.16).
No que diz respeito à cidadania, a educação física tem sua suma importância, além de práticas corporais como esportes, atividades físicas, traz do lazer conhecimentos relevantes e seus valores (Darido, 2005). “Desde sua origem na Roma antiga, a ideia de cidadania está vinculada ao princípio de que os habitantes têm o direito de participar da vida política e da sociedade” (Araújo, 2002, p. 36).
No ponto de vista de Araújo (2002), para cada ser humano o necessário era de que os mesmos, precisamenteterem participação da vida pública e política, e desenvolvessem tão somente características que lhe dessem condições físicas, cognitivas, psíquicas, cultural e ideológicas para uma vida social mais saudável e honestamente para a busca da felicidade, individual e coletiva.
Outrossim, ainda corroborando com Araújo (2002):
Educar para a cidadania significa prover os indivíduos de instrumentos para a plena realização desta participação motivada e competente, desta simbiose entre interesses pessoais e sociais, desta disposição para sentir em si as dores do mundo” (Machado,1997, p. 106).
Segundo Ferreira (1993), presume que a cidadania não pode ser visualizada como algo que seja dada, deve ser exercida, permitindo que o cidadão note e conceitue quando é vivida, vista como formação diária num encontro com o outro. Destaca-se ainda:
A cidadania compõe-se de um conjunto de direitos fundamentais para a existência plena da vida humana: direitos civis, que significam o domínio sobre o corpo, a livre locomoção, a segurança; direitos sociais que garantam atendimento às necessidades humanas básicas, como: alimentação, habitação, saúde, educação, trabalho e salários dignos[...], etc. (Manzini- Covre, 1998, p.11).
Para Silva (2002), a Educação Física busca elevar nossas capacidades motoras básicas, procurando levar os alunos a considerar atitudes de convívio e favorecendo uma reciprocidade de ajuda a si próprios e a seus companheiros.
De acordo com os PCNs (Brasil, 1998a), objetiva-se fazer com que os alunos compreendam a cidadania como participação social e política, assim como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia a dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito.
No meu entender, o principal papel de Educação Física Escolar, incluída num contexto mais amplo, que é a Educação, é a de formar cidadãos críticos, autônomos e conscientes de seus atos, visando a uma transformação social. A nova sociedade formada por esta transformação redefinirá o papel da Educação Física e da escola, como reprodutora de uma situação, mas agora reproduzindo esta nova sociedade sem classes, em que não há dominantes e dominados (Barbosa, 2004, p.21).
A EJA, nesse sentido, assume um papel importante na constituição cidadã da população brasileira. Para além do ato compensatório, mecânico e reprodutivo de ler e escrever, a modalidade representa uma dívida social não reparada para com os que não tiveram acesso e nem domínio da escrita e leitura como bens sociais, como afirma a Resolução nº 1 CNE/CEB de 2000 (Brasil, 2000).
O movimento corporal não deve ser encarado como somente prática física, mas também como aspecto sociopolítico, explorando novas possibilidades de enxergar o mundo como uma maneira de participarem como cidadãos, objetivando sobretudo a construção de uma nova sociedade, justa e com oportunidades de pensamentos construtivos, atuantes de uma mesma comunidade, de acordo com seus próprios interesses (Barbosa, 2001).
Podemos considerar também que “o movimento humano é mais do que um simples deslocamento do corpo no espaço.” (Neira, 2006, p.114). Segundo os PCNs da Educação Física Escolar:
A concepção de cultura corporal amplia a contribuição da Educação Física escolar para o pleno exercício da cidadania, na medida em que, tomando seus conteúdos e capacidades que se propõe a se desenvolver como produtos socioculturais, afirma como direito de todos, o acesso a eles. Além disso, adota uma perspectiva metodológica de ensino e aprendizagem que busca o desenvolvimento da autonomia, a cooperação, a participação social e a formação de valores e princípios democráticos (Brasil, 1997, p.28).
Segundo Ahlert (2007), descreve que toda realidade necessita de transformações, precisa-se de mobilidade e a Educação Física Escolar é uma área de conhecimento competente, que pode estender uma sustentação para posicionar a sociedade em movimento em busca de uma cidadania íntegra, com a sustentabilidade da participação dos alunos.
Nas palavras de Barbosa (2001), entende-se que o professor de Educação Física pode revolucionar em suas aulas e tem a responsabilidade de que através da disciplina pode contribuir especificamente, atendendo aos interesses das camadas populares e sobretudo, é uma das áreas de conhecimento que mais pode instrumentalizar o ser humano no seu processo de formação humana integral, em especial, a cidadania.
3 METODOLOGIA
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
Este estudo teve como abordagem a pesquisa qualitativa. Para Denzin e Lincoln (2006), a pesquisa qualitativa enfatiza as qualidades das entidades e os processos e significados que não são examinados ou mensurados experimentalmente, onde os pesquisadores ressaltam a natureza socialmente construída da realidade.
Quanto à natureza, trata-se de uma pesquisa básica, que para Gil (2008) consiste em trabalhos e pesquisas que buscam, principalmente, responder perguntas para ampliar o conhecimento que temos do mundo e tudo o que o forma, devendo ser motivada pela curiosidade e suas descobertas serem divulgadas para toda a comunidade, possibilitando assim a transmissão e debate do conhecimento.
Por fim, quanto aos objetivos e procedimentos, caracterizou-se como pesquisa de campo, exploratória e descritiva. Entende-se como pesquisa de campo a realização de coleta de dados realizada nas condições naturais em que os fenômenos ocorrem (Severino, 2016).
Ainda, de acordo com Severino (2016), a pesquisa exploratória tem a finalidade de “levantar informações sobre um determinado objeto, delimitando assim um campo de trabalho, mapeando as condições de manifestação desse objeto” (p. 132).
Já, a pesquisa descritiva objetiva levantar a opinião, atitudes e crenças de uma população. Essas pesquisas, normalmente de caráter quantitativo, buscam a identificação e descrição de características de grupos de pessoas ou de fenômenos (Gil, 2017).
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
A população para esta pesquisa foi composta por oito professores de Educação Física que estavam atuando nas turmas de ensino médio (1º ao 3° ano) da EJA de nove escolas estaduais de Roraima1, localizadas no município de Boa Vista, Roraima.
1 Dados fornecidos pela SEED, apresentados no ANEXO C.
Já a amostra foi constituída por cinco professores2 pertencentes às escolas estaduais localizadas no município de Boa Vista, atuantes nas turmas de EJA de 1º a 3º ano do ensino médio.
3.3 CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DA AMOSTRA
A amostra que fez parte deste estudo foi selecionada por intencionalidade e posteriormente somente participaram como parte do estudo os sujeitos que se propuseram voluntariamente a esta participação com anuência prévia.
3.3.1 Critérios de inclusão
Participaram da amostra os professores que possuíram mais de um ano de experiência ministrando aulas de Educação Física para a EJA e que estivessem em pleno exercício da profissão.
3.3.2 Critérios de exclusão
Foram excluídos da amostra os professores que não assinaram a anuência prévia para participação da pesquisa, bem como estrangeiros, deficientes visuais ou auditivos, além dos afastados por motivos de saúde.
3.4 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS
Como procedimentos éticos e legais, primeiramente foi enviado um ofício à Secretaria de Estado de Educação e Desporto de Roraima (SEED-RR) solicitando autorização para realização da pesquisa (ANEXO A). Após autorização da SEED (ANEXO B), a anuência foi entregue às Direções das nove escolas que estavam ofertando turmas de EJA para 2023, Ensino Médio do 1º a 3º ano objetivando dar ciência da execução da pesquisa.
2 O quantitativo de professores de educação física atuando nas nove escolas foi de 8 professores, sendo que um destes estava atendendo em duas escolas concomitantemente e os demais estavam afastados por problemas de saúde, totalizando então uma amostra de 5 pessoas.
Finalizado todos os procedimentos prévios de coleta de dados mencionados anteriormente, foram feitos os contatos comos professores de Educação Física das escolas e agendada a data para aplicação dos instrumentos de coleta de dados. O primeiro instrumento entregue a cada participante da pesquisa foi o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para ciência dos procedimentos a serem adotados e posterior anuência para participação na pesquisa (APÊNDICE A).
Somente após cumprimento das etapas supramencionadas é que se deu a coleta de dados propriamente dita.
Para conhecer as práticas pedagógicas adotadas pelos professores para realização das aulas de Educação Física da EJA, bem como verificar a percepção dos professores quanto a interação dos alunos da EJA com a Educação Física e também identificar como a Educação Física pode ser uma área estratégica para a formação cidadã dos alunos da EJA, foi aplicado um questionário semi-estruturado (APÊNDICE B).
3.5 TRATAMENTO DOS DADOS
Após coleta de dados, estes foram submetidos à análise de conteúdo, tendo em vista que esta técnica visa analisar diferentes comunicações, seja qual for a natureza destas. Para Chizzotti (2006, p. 98), "o objetivo da análise de conteúdo é compreender criticamente o sentido das comunicações, seu conteúdo manifesto ou latente, as significações explícitas ou ocultas".
Neste sentido, as categorias de análise foram: práticas pedagógicas adotadas pelos professores; percepções quanto à interação alunos e as aulas de Educação Física; a Educação Física como área de formação para a cidadania; problemas enfrentados pelos professores de Educação Física e; ferramentas para motivação dos alunos.
4 RISCOS E BENEFÍCIOS
4.1 RISCOS
A tipificação de possíveis riscos para esta pesquisa foi de graduação mínima, sendo que a possibilidade de ocorrência de danos dela decorrentes podem ter sido de origem psicológica como possibilidade de constrangimento ao responder o questionário; desconforto; vergonha; estresse ou mesmo cansaço ao responder às perguntas.
4.2 BENEFÍCIOS ESPERADOS
O presente estudo poderá trazer benefícios coletivos, sobre o conhecimento da Educação Física no contexto da EJA. Ao ser explanado sobre a Educação Física na EJA como um assunto a ser melhor compreendido e refletido, há uma necessidade de melhorias nas práticas pedagógicas que favoreçam esse público que atendido por essa modalidade de ensino trazendo aulas que aproxime esses alunos da realidade, com palestras, debates, aulas expositivas e práticas corporais que irá contribuir para o processo de ensino aprendizagem desses alunos, fazendo uma ligação que possibilite o conhecimento entrelaçando suas histórias às aulas ministradas.
Com isso potencializar o conhecimento desses alunos, dar acesso a cultura, autoconhecimento, socialização, uma melhor qualidade de vida, contribuindo para a formação dos mesmos, possibilitando a ter um pensamento crítico, ter mais segurança, elevando sua autoestima através das aulas de Educação Física, buscando colaborar com a formação de um bom cidadão através da escola, conscientizando sobre seus direitos e deveres de seu convívio em sociedade.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados serão apresentados quanto às categorias de análise elencadas no item 3.5 anteriormente mencionados. Para cada categoria a análise de conteúdo se dará de acordo com os relatos obtidos por cada professor participante da amostra. O Quadro 1 irá descrever a percepção de cada professor quanto a estrutura, planejamento e metodologias adotadas durante as aulas de Educação Física na EJA:
Quadro 1 - Estrutura, planejamento e metodologias adotadas
	Participante da
amostra
	Resposta obtida
	
Professor 1
	Na EJA de Boa Vista/RR, ensino médio, o planejamento das aulas é feito com base no plano de ensino anual, estruturado com os conceitos básicos de práticas corporais vistos no ensino fundamental, porém, de forma aprofundada e sistematizada.
	
Professor 2
	Como a quadra da escola ainda está em reforma, procuramos fazer o planejamento baseado em atividades em sala, através de exercícios, questionários e pesquisas de assuntos que visam o desenvolvimento psicológico, intelectual, de conhecimento do mundo esportivo e social.
	
Professor 3
	Com base no planejamento de ensino da proposta de conteúdos da rede estadual, por ser uma aula semanal, as atividades são divididas em aulas teóricas, propondo conteúdos voltados para os benefícios da atividade física, noções de primeiros socorros e conhecimento dos esportes. A parte prática são atividades recreativas esportivas promovendo a integração dos alunos.
	
Professor 4
	Bom, essa estrutura de planejamento é feita anualmente com todos os professores das áreas afins na escola e claro os professores de Educação Física também se juntam para fazer um planejamento anual. Durante o bimestre, nós vamos vendo a necessidade de mudança quando aplicamos principalmente na nossa metodologia, especificamente da escola Tancredo Neves esse ano a gente teve que fazer muitas aulas on-line então tivemos que adotar metodologias diferenciada pra não ficar tão cansativa. Mas normalmente a gente sempre preza para que o aluno não se canse principalmente por ser um aluno da EJA onde ele passa um dia todo com atividades então quando ele chega na escola noite ele quer ter uma aula diferenciada então essa metodologia esse planejamento é voltado especificamente para esse aluno pra que ele
possa desenvolver as atividades de acordo com suas
	
	habilidades é claro seu condicionamento físico.
	
Professor 5
	Através de pesquisas, buscando a metodologia adequada para o movimento humano através do esporte, da dança e das atividades lúdicas.
Fonte: Autores (2023).
Após relatos apresentados no quadro 1, em relação ao público atendido pela modalidade de ensino da EJA os professores seguem o planejamento anual, trazendo aulas práticas e teóricas que atendam às necessidades dos alunos, adequando as aulas planejadas e usando metodologias que proporcionem aprendizagem e uma melhor qualidade de vida, alternando entre aulas práticas e teóricas.
Corroborando com Perrenoud (2000), que afirma que a importância de conhecer os conteúdos a serem ensinados não é a parte mais importante do planejamento quando se pretende instruir alguém. Porém, a verdadeira competência pedagógica não está aí; ela consiste, de um lado, em relacionar os conteúdos a objetivos e, de outro, a situações de aprendizagem as quais os alunos estão inseridos. Os professores concordam com a ideia de que as aulas, a estrutura de planejamento, a utilização de recursos requisita uma aproximação com a realidade dos alunos ao contexto atual, proporcionando um vínculo de conhecimento historicamente traçado na Educação Física com a prática social dos estudantes da EJA. Conforme descreve Ahlert (2007), o cidadão necessita refletir sobre questões econômicas, políticas e sociais, construindo um ponto de vista, participando de
debates e de decisões sobre tais questões que a democracia precisa.
No que diz respeito à interação professor/ aluno durante as aulas de Educação Física, tem-se o Quadro 2 que irá demonstrar cada ponto de vista apresentado por professor participante da amostra.
Quadro 2 - Interação Professor/aluno
	Participante da
amostra
	Resposta obtida
	
Professor 1
	No componente de Educação Física na EJA, a interação professor/aluno é positiva, principalmente no campo teórico.
	
Professor 2
	O nosso relacionamento com os alunos é de respeito, de compreensão e muito comprometimento com os estudos e aprendizados, sempre democrático e aberto, com a participação de todos.
	
Professor 3
	Nas aulas teóricas, a interação acontece de forma que os alunos despertem sua curiosidade em relação ao tema. Por ser uma faixa etária acima de 20 anos, o incentivo à prática de atividade física é contínuo na aula.
	
Professor 4
	Bom a relação e a interação do professor aluno é a melhor possível tento ser a melhor possível, para que o aluno possa sentir segurança e satisfação nas aulas de educação física. Por isso, quando planejo, tento adotar metodologia que esse aluno possa participar das atividades,independente da sua idade, por exemplo: jogos de tabuleiro, pingue-pongue, queimada, com isso eles participam dessa aula de uma forma prazerosa alegre com satisfação, sem ser algo obrigatório.
	
Professor 5
	Deve ser uma relação de empatia, de cooperação, respeito e de crescimento não de imposição
Fonte: Autores (2023).
Ao considerar a interação professor/ aluno, após relatos dos professores participantes da amostra, foi possível perceber que durante as aulas da EJA existe uma relação de respeito mútuo, de empatia, levando sempre em conta a individualidade de cada aluno, suas histórias de vida e suas dificuldades. Neste sentido, cada professor busca trazer para esses alunos um ambiente acolhedor durante suas aulas.
Conforme Masetto e Abreu (1990), é a forma de agir do professor em sala de aula, mais do que suas particularidades que contribui para uma satisfatória aprendizagem dos alunos, fundada numa determinada crítica, que por sua vez retrata princípios e padrões da sociedade.
Outrossim, Freire (1996, p. 96) afirma que “o bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de ninar.”.
Como afirma Siqueira (2003. p. 98), “é importante a existência de afetividade, confiança, empatia e respeito entre docente e discente para que melhor se desenvolva a leitura, a escrita, a reflexão, a aprendizagem e a pesquisa autônoma”. Ainda segundo o mesmo autor, por outro lado, destaca ainda para o aluno compreender melhor o conhecimento, as experiências vivenciadas, ser um formador de opiniões, o docente não pode deixar que tais sentimentos interfiram no cumprimento de suas obrigações como professor.
Para Nérici (1992, p.190), "boa técnica de motivação é ter uma conversa em particular com o aluno. Em que se procura explorar o sentimentalismo e também, quando necessário, falar francamente com o aluno, chamando-o às suas responsabilidades”.
Cabe ressaltar que, de acordo com o supramencionado, ainda é por meio do diálogo que se constrói relações sólidas de confiança, tornando as aulas atrativas e fazendo com que o aluno se torne crítico e reflexivo.
Já no Quadro 3 se apresenta a contribuição da Educação Física na EJA para a construção da cidadania.
Quadro 3 - Contribuição da Educação Física na formação para a cidadania
	Participante da
amostra
	Resposta obtida
	Professor 1
	A Educação Física promove o desenvolvimento de práticas de bem-estar, cooperação, respeito, convívio, interação e resolução de problemas. E todas essas habilidades são essenciais na construção da cidadania dos educandos.
	Professor 2
	A Educação Física na EJA procura sempre contribuir com a formação cidadã dos alunos, na perspectiva de procurar atender suas expectativas de convivência na sociedade, com atividades voltadas para uma formação de homens e mulheres capazes de um bom relacionamento com todos.
	Professor 3
	Acredito	que	o	processo	de	conscientização	da importância da prática de Educação Física (atividade), é
	
	que proporciona possibilidades para uma vida saudável. Por serem trabalhadores durante o dia, é importante frisar que a prática de atividade física dar condições físicas para suportar o dia a dia e uma qualidade de vida.
	Professor 4
	Contribui na construção do aprendizado não só físico, mas intelectual e emocional. Para que ele possa levar esse conhecimento adquirido cotidianamente na sua casa, no seu trabalho. Então nada mais do que construir o saber, é saber aplicar a ele também. Então, a Educação Física ela vem em todo esse apanhado.
	Professor 5
	Pode contribuir para o contato com a cultura corporal de movimento, promovendo a saúde e também sobre os conhecimentos para melhor qualidade de vida.
Fonte: Autores (2023).
É notório entre os professores questionados o quanto a Educação Física é de extrema importância na construção da cidadania dos educandos, proporcionando para os mesmos uma visão além da atividade física, provendo uma qualidade de vida melhor além do físico, propiciando um convívio mais prazeroso em sociedade, dando a eles suporte para suas vidas e atividades cotidianas, quando vivenciam tais práticas através das aulas:
Acreditamos que a cidadania não está simplesmente relacionada ao ato político, como se estivesse reduzida unicamente ao voto; entendemos que apesar dela significar que o cidadão tem direitos, o indivíduo tem que ter possibilidades de acesso a esses direitos, pois para que ela seja conquistada, existe a necessidade de um constante exercício de cidadania, buscando-se igualdade de condições e possibilidades em todas as camadas sociais (Barroso; Darido, 2006, p. 107).
Barroso e Darido (2006), afirmam ainda que para uma formação cidadã é fundamental a busca pela igualdade, que ao olharmos para esses indivíduos, somos todos diferentes e únicos, o que nos torna cidadãos a respeito dessa individualidade.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 1998), ao se tratar de inclusão comprova que não se menciona apenas alunos com deficiência, mas a preocupação de todos estarem inseridos no processo de ensino-aprendizagem.
Para Ferreira (1993), a cidadania confronta os seres humanos para serem mais seres humanos, o que significa a luta pela liberdade, da construção diária de um encontro mais social, no embate por espaços que concedam a prática, o saber, a experiência de vida, a vivência plena da dignidade humana.
Braga (2002) resume, que a cidadania é um elemento social que estende tanto o direito a um padrão mínimo de bem-estar econômico e segurança, quanto a introdução ao direito de bens culturais e à chamada de vida civilizada.
Segundo Carceroni (2008, p. 1), o conceito de “cidadania” varia no tempo e no espaço; sendo assim, o cidadão é um indivíduo detentor de direitos, e a cidadania é o conjunto deles, em determinado contexto histórico.
Ressalta-se que, apesar da Educação Física ser uma importante ferramenta e ou mecanismo para a formação cidadã, ainda fica evidente fragilidades quanto ao planejamento e execução das atividades para o público da EJA. Neste sentido, o Quadro 4 apresenta os problemas enfrentados pelo professor de Educação Física que atua diretamente com a EJA.
Quadro 4 - Problemas enfrentados pelos professores
	Participante da
amostra
	Resposta obtida
	
Professor 1
	Na modalidade da EJA, os problemas enfrentados pelo professor de Educação Física são compartilhados por todos os outros docentes, os quais são: cansaço físico e mental, pela rotina árdua de trabalho, déficit de aprendizagem, o qual é ocasionado pelo atraso escolar, além do desinteresse dos alunos em participar.
	
Professor 2
	A maior dificuldade da Educação Física na EJA é a não presença constante de grande parte dos alunos nas aulas, tornando-se um desafio para toda a escola, não só para a Educação Física.
	
Professor 3
	Conscientizar os alunos da importância da aula no currículo. Entender que a disciplina traz benefícios para a saúde e qualidade de vida.
	
Professor 4
	Infelizmente não só para o professor de Educação Física, mas para todos os outros professores é a desistência. Por mais que trabalhamos tentando fazer com que os alunos não desistam, mas infelizmente pelo cotidiano uma vida diferenciada durante um dia de trabalho cansativo, Eles acabam desistindo, é muito difícil o aluno passar um dia todinho trabalhando e quando chega a noite cansado ainda fica até 10h45 assistindo uma aula, então com o tempo mais obrigações, a vida social tudo vai dificultando Ele permanece na escola, mas estamos lutando e tentando ver metodologias diferenciada para que esse
	
	aluno	não	desista	esse	semestre	tivemos	menos desistência do que o semestre passado.
	
Professor 5
	Falta de materiais, falta de vontade dos alunos que por não terem conhecimento, acham que não têm importância, a evasão. O não conhecimento da importância da Educação Física no desenvolvimento geral dos alunos.
Fonte: Autores (2023).
Ao discorrer sobre os problemas e dificuldades enfrentados pelos professoresnas aulas de Educação Física é nítido que a falta de interesse dos alunos é um dos principais apontamentos juntamente com a falta de material escolar. Essa falta de interesse por vezes é composta por sujeitos que caracterizam singularidades e culturas diversas, a falta de interesse dos alunos por vezes se dá devido às suas jornadas de trabalho cansativas, fazendo com que o aluno não dê a importância devida para a disciplina.
Reis e Molina Neto (2014) argumentam que é necessário levar em consideração que para a EJA, a condição desses estudantes-trabalhadores são pessoas que acordam cedo, dependem de transporte coletivo para se deslocarem, moram longe de seus trabalhos e da escola, muitos estão desempregados e tem sua vida dificultada.
Souza (2006) destaca ainda que, a utilização do termo História de vida corresponde a uma denominação genérica em formação e em investigação, visto que se revela como pertinente para a autocompreensão do que somos, das aprendizagens que construímos ao longo da vida, das nossas experiências e de um processo de conhecimento de si e dos significados que atribuímos aos diferentes fenômenos que mobilizam e tecem a nossa vida individual/coletiva.
“A Educação de Jovens e Adultos não pode ser definida simplesmente como “modalidade de ensino”, pois sua história, fruto de lutas e tensões, muitas vezes se confunde com a história dos movimentos sociais organizados” (Duarte, 2015, p. 58).
Como afirma a Resolução CNE/CEB (Brasil, 2000), que a essa modalidade de ensino representa uma dívida social para aqueles que não tiveram acesso à educação, como domínio da escrita e leitura como bens sociais.
Por fim, não menos importante, o quadro 5 demonstra por meio das falas dos professores elementos motivacionais e de incentivo possíveis de serem implementados durante as aulas.
Quadro 5 - Fatores motivacionais
	Participante da
amostra
	Resposta obtida
	
Professor 1
	Com um trabalho multidisciplinar, o professor de Educação Física pode interagir com outros componentes curriculares utilizando a atribuição de nota em trabalhos coletivos. Visto que a Educação Física não reprova na EJA, ao contrário dos outros componentes curriculares.
	
Professor 2
	Estamos sempre procurando diversificar os métodos e conteúdos apresentados sempre ouvindo os alunos, atendendo assim, atender suas expectativas, dinamizando as suas participações.
	
Professor 3
	Promovendo atividades extraclasse, por meio da interdisciplinaridade, possibilitando além das aulas, momentos voltados para feira, mostra pedagógica e atividades esportivas por meio de parcerias.
	
Professor 4
	Eu tento criar metodologias que possam despertar neles curiosidades, alegria de uma forma assim que eu possa conquistar a atenção, o respeito e é claro, fazendo com que atenção deles seja voltada exclusivamente para aquele momento.
	
Professor 5
	Promovendo eventos e competições, diversificando dinâmicas, demonstrando benefícios das práticas esportivas, além de manter uma boa relação entre aluno e professor.
Fonte: Autores (2023).
Quanto a motivação e incentivo dado aos alunos, os professores buscam aulas mais dinâmicas, trazendo o contexto da vida de cada aluno para dentro das aulas, para que dessa forma possam construir aulas mais atrativas, com momentos mais descontraídos, despertando nos mesmos o interesse pelas aulas.
Os dados apresentados no quadro 5 corroboram com a afirmação de Barroso e Darido (2006, p. 104) onde evidenciam que “o esporte é um forte integrante cultural de nossa sociedade, e a partir do momento que foi inserido na escola, sempre teve
grande influência na Educação Física escolar, inclusive sendo inúmeras vezes praticamente o único conteúdo ministrado nesta disciplina”.
Para Sbampato, Santos e Cordeiro, (2023) afirmam, que em sala de aula o diálogo é o ponto de partida para a prática na EJA. E através desse diálogo, busca-se a compreensão de suas vivências e experiências, onde há uma troca de ideias e percebem que ali passam a ter conhecimento do espaço em que estão inseridos, tornando-se agentes de mudanças na sociedade e deixando de ser meros espectadores.
Para Siqueira (2003, p. 100) destaca que “o conhecimento ideal é aquele que o transforma em um “cidadão do mundo”. No entanto, para que isso aconteça, o papel do professor deve ser o de um “facilitador de aprendizagem”, aquele que provoca no aluno um estímulo que o faça aprender a aprender”. Comprova ainda que fazer o papel de professor facilitador não é uma responsabilidade fácil, pois exige a quebra de padrões, o aprender a não abandonar, ter consciência de que uma sala de aula não possui alunos com aprendizado parecido e pronto. Que a direção do professor, acompanhando cada passo do aluno, sua vontade seja gradativa e que demonstre seu potencial para uma percepção de formação continuada e uma postura crítica- reflexiva que deverá fazer parte do seu cotidiano.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir do objetivo desta pesquisa que foi compreender de que maneira ocorre o processo de ensino aprendizagem da Educação Física para os alunos da EJA da rede estadual de ensino de Boa vista-RR, com vistas à formação para a cidadania foi possível perceber a existência de planejamento feito anualmente, a ser seguido pelos professores para a elaboração das aulas de Educação Física na EJA, sendo organizadas em ações teóricas e práticas, promovendo assim conhecimento esportivo e intelectual.
Considerando a relação dos professores com os alunos durante essas aulas, foi possível inferir que a convivência é equilibrada, de respeito mútuo de ambas às partes, sendo que os alunos participam das aulas com entusiasmo e dedicação, e os professores respeitando a individualidade de cada aluno, intermediando o conhecimento e promovendo o desenvolvimento de práticas de bem-estar, cooperação, respeito, convívio e interação entre os mesmos.
Apesar da carência de documentos norteadores para o planejamento das aulas de Educação Física na EJA, é notório o esforço dos professores no que se refere à contribuição da área para a formação cidadã desses alunos, através das aulas voltadas para esse processo de sensibilização da importância e da contribuição da área em questão para o convívio em sociedade, pois proporciona para eles possibilidades de uma vida mais saudável, para suportarem suas atividades diárias com uma qualidade de vida melhor.
Dessa forma, os professores contribuem para a formação cidadã do público- alvo estudado, aproximando da realidade e dando suporte, para que eles vejam a Educação Física para além da prática da atividade física.
Mesmo diante das dificuldades enfrentadas pelos professores como falta de materiais e interesse dos alunos, os mesmos seguem trabalhando, trazendo aulas mais didáticas que despertem o interesse dos alunos a participarem das aulas, atentando sempre a rotina dos alunos, a que por vezes é exaustiva devido a maioria ter uma jornada de trabalho cansativa, e ainda conciliar família, estudos e trabalho. Dessa forma o professor busca trazer para esse aluno um momento de descontração e reflexão durante as aulas.
Apesar da prática da Educação Física na EJA ser facultativa, ela é de grande relevância para a sociedade pois vai além da atividade física, proporcionando ao aluno
 (
36
)
uma visão mais ampla do convívio em sociedade, uma melhoria da qualidade de vida dos mesmos, proporcionando assim cidadãos mais reflexivos e atuantes na sociedade, deixando sua contribuição de forma positiva na vida desses alunos.
Mesmo tendo sido considerada obsoleta durante décadas, a Educação Física vem mostrando sua relevância para a sociedade nas diferentes faixas etárias e, sobretudo ao público da EJA, dos quais carecem maior atenção em virtude de suas especificidades apresentadas, fazendo com que o professor da área seja flexível em seu planejamento e que leve sempre em consideração a história de vida de cada ator social envolvido.
Conclui-se que a Educação Física contribui de forma expressiva positivamente para a formação cidadã dos alunos atendidos por essa modalidadede ensino, fazendo-se necessário novos estudos que abordem escutas direcionadas aos alunos, gestores e outros envolvidos nesse processo de ensino e aprendizagem direcionado à EJA.
Outrossim, cabe ressaltar a importância da oferta do componente curricular de EJA nos cursos de Licenciatura em Educação Física no processo formativo dos futuros professores da área, seja pelas especificidades apresentadas pelo público em questão, bem como a complexidade apresentada quanto ao planejamento das ações cotidianas em sala de aula.
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APÊNDICES
APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para professores
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE RORAIMA
CAMPUS BOA VISTA
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Você está sendo convidado a participar da pesquisa “PERCEPÇÕES DOS PROFESSORES DA EJA DA REDE ESTADUAL DE ENSINO-RR QUANTO A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO PROCESSO DE FORMAÇÃO PARA A
CIDADANIA” sob a responsabilidade dos pesquisadores Eduardo Oliveira da Rocha e Sidneia Leal Galvão e sua participação não é obrigatória. A qualquer momento você pode desistir de participar e poderá sair da pesquisa sem nenhum prejuízo para você ou para o pesquisador.
1. O objetivo deste estudo é: Compreender de que maneira ocorre o processo de ensino-aprendizagem da Educação Física para os alunos da EJA da rede estadual de ensino de Boa Vista/RR, com vistas à formação para a cidadania.
2. Sua participação nesta pesquisa será: De suma importância, pois através dela conheceremos as práticas pedagógicas adotadas pelos professores durante a realizaçãodas aulas de Educação Física na EJA.
3. O principal benefício relacionado com a sua participação será: O presente estudo trará benefícios coletivos, sobre a Educação Física na EJA como um assunto a ser compreendido e refletido.
4. O principal risco relacionado com a sua participação será: A tipificação dos possíveis riscos para esta pesquisa será de graduação mínima, de origem psicológica como: possibilidade constrangimento ao responder o questionário; desconforto; vergonha;estresse ou mesmo cansaço ao responder as perguntas.
5. Serão incluídos nesta pesquisa: Professores que possuírem mais de um ano de experiência ministrando aulas de Educação Física para a EJA e que estejam em pleno exercício de sua profissão.
As informações desta pesquisa são confidenciais e garantimos que somente o pesquisador saberá sobre sua participação.
Você receberá uma via deste termo com o telefone e o endereço institucional do pesquisador principal e do CEP e poderá tirar suas dúvidas sobre o projeto e sua participação, agora ou a qualquer momento. Você poderá entrar em contato conosco, sempre que achar necessário, através dos telefones dos pesquisadores responsáveis: Eduardo Oliveira da Rocha, (95) 991401629 e Sidneia Leal Galvão, (95) 991596677, caso tenha alguma dúvida.
Pesquisadores
Declaro que entendi os objetivos, riscos e benefícios de minha participação na pesquisa e concordo em participar.
Participante da Pesquisa
Endereço dos pesquisadores:
APÊNDICE B – Questionário aplicado aos professores
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE RORAIMA DEPARTAMENTO DE ENSINO DE GRADUAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
QUESTIONÁRIO PARA OS PROFESSORES
Você está sendo convidado a responder o questionário referente ao Trabalho de Conclusão do curso de Licenciatura em Educação Física do IFRR, que tem como objetivo “compreender de que maneira ocorre o processo de ensino-aprendizagem da Educação Física para os alunos da EJA da rede estadual de ensino de Boa Vista- Roraima, com vistas à formação para a cidadania”.
1- Como você estrutura seu planejamento, a escolha dos temas e da metodologia a ser adotada para as aulas de Educação Física na EJA?
2- Como é a relação e a interação de professor/aluno com base nas aulas de Educação Física na EJA ?
3- Como a Educação Física na EJA pode contribuir para a construção da cidadania dos educandos?
4- Quais problemas enfrentados pelo professor nas aulas de Educação Física na EJA?
5- Como o professor de Educação Física pode criar novas maneiras de motivar e incentivar os educandos nas aulas?
Agradecemos sua atenção e colaboração!
ANEXOS
ANEXO A- Ofício enviado à Secretaria de Estado de Educação e Desporto de Roraima (SEED-RR) para autorização de realização de pesquisa
ANEXO B- Anuência da Secretaria de Estado da Educação e Desporto para realização da pesquisa
ANEXO C- Relação das escolas que possuem EJA fornecida pela Secretaria de Estado da Educação e Desporto
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