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SIMULADO LÍNGUA PORTUGUESA 01 AFC Leia o texto abaixo para responder às questões de 1 a 3. Os investimentos conjuntos de empresas de dois ou mais países serão os pilares de sustentação do Mercado Comum do Cone Sul. Esse movimento do setor privado dos países amarra definitivamente os laços que envolvem os mercados, dando a modelagem para a integração, de forma prática. Por isso a importância dos números que já podem ser colhidos na criação de empreendimentos conjuntos entre empresas da Argentina e do Brasil, recentemente compilados pela Embaixada da Argentina em Brasília. Nos demais países, ações semelhantes estão em estudo. É bem verdade que os países industrializados do Hemisfério Norte ainda lideram com grande margem o ranking dos investidores externos no Cone Sul. Suas grandes empresas, interessadas no mercado do MERCOSUL, vêm para o nosso continente em busca de oportunidades de negócios. Esse é o caminho natural dos capitais e seus agregados, como as tecnologias que acompanham os investimentos dos países avançados. Os países do Cone Sul são atrativos. Basta ver o mercado argentino, com 35 milhões de habitantes e uma renda per capita de US$ 9 mil por ano, que apresenta os mesmos padrões de consumo dos europeus. Entretanto, os novos sinais indicam que as associações e fusões entre capitais brasileiros e argentinos já se encaminham para setores estratégicos da economia, o que representa um passo à frente, porque cria interesses permanentes em torno de objetivos a longo prazo. (Gazeta Mercantil, 18 a 24 de agosto de 1997) 1. Assinale o item que não está de acordo com as idéias do texto. a) As fusões entre capitais brasileiros e argentinos estão cada vez mais voltadas para setores periféricos, o que prejudica os interesses duradouros e os objetivos a curto prazo. b) A Embaixada da Argentina em Brasília compilou dados sobre a criação de empreendimentos conjuntos entre empresas brasileiras e argentinas. c) As grandes empresas do Hemisfério Norte, com seus capitais e tecnologias, ainda lideram os investimentos externos no Cone Sul. d) Os países industrializados participam da economia do Cone Sul porque o mercado oferece atraentes padrões de consumo. e) As iniciativas do setor privado definem a base e o desenho das integrações entre os países do Cone Sul. 2. Assinale o item incorreto em relação ao texto: a) A palavra "pilares" (l. 1) está sendo utilizada em sentido conotativo ou metafórico. b) A expressão "amarra definitivamente os laços"(l. 3) tem como paráfrase correta: "consolida definitivamente as relações." c) A palavra "compilados" (l. 6) significa, no texto, "estimulados, favorecidos". d) O acento gráfico na palavra "países" (l. 1) se justifica para marcar a separação das vogais do hiato. e) A expressão "per capita" (ls. 13-14) é latina e significa "por cabeça." 3. Assinale o item incorreto em relação ao texto. a) O verbo "cria" (l. 18) está no singular para concordar com a palavra "economia" (l.17). b) O uso do sinal indicativo de crase no "a" antes de "longo prazo"(l. 18) é indevido por tratar-se de expressão no gênero masculino. c) O acento gráfico na palavra "estratégicos" (l. 17) se justifica por tratar-se de uma proparoxítona. d) Se o pronome relativo "que" (l. 14) for substituído por "o qual" o período permanece correto. e) Em "vêm para o nosso continente"(l. 10) a forma verbal de 3ª pessoa do plural do verbo "vir" se distingue do verbo "ver", que se grafa "vêem". Leia o texto abaixo para responder às questões 4 e 5. O MERCOSUL é uma das iniciativas mais fecundas deste final de século. No contexto de um mundo marcado pelo fenômeno da globalização, a formação de blocos regionais é um movimento cada vez mais abrangente, caracterizado pela busca de maior escala de produção. A integração comercial entre os países do Cone Sul, que surgiu como subproduto de uma política de abertura pela abertura, de traços indefinidos, foi evoluindo ao longo do tempo para a construção de uma agenda mais positiva, especialmente diante da necessidade de se buscarem formas eficazes para a superação da persistente crise econômica dos anos 80. Hoje se pode afirmar, sem medo de errar, que o MERCOSUL é uma tentativa de ponte para um melhor desempenho e maior inserção dos nossos países no cenário internacional. (Álvaro Dias. Gazeta Mercantil, 18 a 24 de agosto de 1997) 4. Assinale o item incorreto em relação ao texto. a) A palavra "fecundas" (l. 1) tem, no texto, o mesmo significado de "produtivas". b) O adjetivo "abrangente" (l. 3) está relacionado, no texto, à idéia de "crescimento, ampliação." c) O substantivo "agenda"(l. 6), no texto, tem o significado de "programa de compromissos, plano, pauta de objetivos comuns." d) Se a construção "se buscarem formas eficazes" (l. 6) for substituída por "formas eficazes forem buscadas" o texto continua correto. e) A colocação pronominal proclítica em "Hoje se pode afirmar" (l. 8) está adequada ao padrão culto da língua escrita. 5. Assinale o item correto em relação às idéias do texto. a) A idéia do MERCOSUL já nasceu com o desenho que tem hoje. b) O objetivo de alcançar maior nível de produção é um dos fatores que impulsiona a criação de blocos regionais, numa economia cada vez mais globalizada. c) A crise econômica dos anos 80 dificultou e atrasou a formação de um bloco no Cone Sul. d) O MERCOSUL tende a restringir as relações comerciais apenas às trocas entre os países que o integram. e) A globalização atinge apenas os países do Hemisfério Norte. Leia o texto abaixo para responder às questões 6 e 7. Não faz muito tempo assim, um deputado-cartola disse para quem quisesse ouvir que quando vendeu um craque para o La Coruña, da Espanha, ele teve um trabalhão para depositar numa conta na Suíça parte do dinheiro devido ao jogador, como havia sido combinado. Comunicou o fato a telespectadores de uma mesa-redonda com a mesma tranqüilidade com que sonegou a informação à Receita. Quem tem dinheiro, poder, notoriedade ou um bom advogado não costuma passar por grandes apertos. No retrato da nossa pátria-mãe tão distraída, jogadores de futebol são os adventícios que chegam aos andares de cima da torre social, como recompensa por um talento excepcional, o que convenhamos, é mérito raro. Mas isso não lhes confere isenções fiscais. Se o Leão ficar arisco para repentinos sinais exteriores de riqueza, vai empanturrar-se de banquetes fora dos gramados. (Flávio Pinheiro. Veja, 27 de agosto de 1997, com adaptações) 6. Assinale o item incorreto em relação ao texto. a) O pronome "ele"(l. 2) se refere a "deputado-cartola" (l. 1). b) O substantivo "jogador"(l. 3) se refere a "um craque"(l. 2). c) O agente dos verbos "Comunicou" (l. 4) e "sonegou" (l. 5) é o mesmo dos verbos "disse" (l. 1), "vendeu" (l. 2) e "teve" (l. 2). d) As palavras "trabalhão" (l. 2) e "apertos" (l. 6) contribuem para conferir informalidade ao texto. e) A expressão "devido ao" (l. 3) indica relação sintática de causa. 7. Assinale o item incorreto em relação ao texto. a) A expressão "andares de cima da torre social" (l. 7) está sendo utilizada em sentido figurado ou metafórico. b) Uma paráfrase correta para o último período do texto seria: "Se a Receita Federal fiscalizar rigorosamente aqueles que mostram sinais de enriquecimento súbito, vai aumentar sua arrecadação em outras áreas que não apenas o futebol". c) A palavra "adventícios" (l. 7) significa, no texto, "perseverantes, obstinados, místicos". d) O uso do "se" em "Se o Leão ficar arisco" (l. 10) estabelece uma relação sintática de condição. e) O uso do "se" em "empanturrar-se" (ls. 10-11) tem função reflexiva. 8. Numere os períodos na ordem em que formem um texto coeso e coerente, e marque o item correspondente. ( ) Essa invenção permitiu o sofisticado gosto dos reis franceses de colecionar livros, ea mesma revolução que os degolou foi responsável por abrir suas coleções ao povo. ( ) Há cerca de 2.300 anos, os homens encontraram uma maneira peculiar de guardar o conhecimento escrito juntando-o num mesmo espaço. A biblioteca foi uma entre outras das brilhantes idéias dos gregos, que permanecem até hoje. ( ) Apesar da resistência da Igreja, a informação começou a girar mais rápido com a invenção da imprensa de Gutemberg. ( ) Assim, as bibliotecas passaram a ser "serviço de todos", como está escrito nos anais da maior biblioteca do mundo, a do Congresso, em Washington, que tem 85 milhões de documentos em 400 idiomas diferentes. ( ) Depois deles, a Idade Média trancou nos mosteiros os escritos da antigüidade clássica e os monges copistas passavam o tempo produzindo obras de arte. (Gazeta Mercantil – Fim de Semana de 15, 16 e 17 de agosto de 1997) a) 1, 3, 5, 2, 4 b) 3, 2, 4, 5, 1 c) 2, 3, 5, 4, 1 d) 4, 1, 3, 5, 2 e) 5, 4, 1, 3, 2 TTN 98 Na última terça-feira, fiscais da Receita Federal fizeram uma blitz no Porto de Santos com resultados surpreendentes. Eles apreenderam 122 contêineres com uma carga de 1.500 toneladas de mercadoria importada de maneira fraudulenta. Num deles, mochilas chinesas, dessas que a criançada usa na escola, por um preço declarado de 70 centavos de dólar a dúzia ou 5 centavos a unidade, o que é um valor impraticável mesmo na China. Em outro, que deveria carregar "peças diversas" segundo o documento de importação, acharam uma perua van. No total, os produtos confiscados valem 41 milhões de reais. Essa foi a maior apreensão feita pela Receita Federal em sua história e aponta para um problema que está crescendo à sombra da abertura comercial. Na gíria dos fiscais, ele se chama "importabando". Nessa operação, o importador malandro declara à Receita um valor muito menor do que realmente pagou por aquilo que está trazendo. O objetivo é recolher menos impostos e concorrer em posição de vantagem com o comerciante que importou de maneira legal. Não há um cálculo oficial sobre o volume de contrabando, ou de importações com documentação fraudada, que está ingressando no país, mas apenas uma estimativa feita pela confederação Nacional de Comércio. Ela calcula que, no ano passado, produtos no valor de 15 bilhões de dólares foram importados irregularmente, causando uma perda fiscal de 4 bilhões. (Roger Ferreira e Leonel Rocha. Veja, 21/1/98, adaptado) Nas questões de 9 a 13, marque a afirmativa que não é verdadeira. 9. a) Os empréstimos lingüísticos "contêineres" e "dólar" já tiveram sua grafia aportuguesada, o que não ocorreu ainda com "blitz". b) O acento indicador de crase "à" (l. 10) é obrigatório. c) "fraudulenta" (l. 3) e "fraudada" (l. 14) podem-se substituir mutuamente, sem prejuízo do sentido dos enunciados onde aparecem. d) "criançada" (l. 4) é uma expressão freqüente na linguagem coloquial. e) A expressão "mesmo na China" foi usada no texto de modo pejorativo, já que se origina no dito popular "nem aqui, nem na China". 10. a) Em "valor impraticável" (l. 5) o adjetivo deriva-se do verbo "praticar" no seu emprego próprio do jargão da Economia: "praticar preços". b) Na formação da gíria "importabando" foi usado o processo morfológico de aglutinação. c) A expressão "à sombra" (ls. 8-9) foi empregada com sentido conotativo, como no conhecido verso de Casimiro de Abreu "à sombra das bananeiras, debaixo dos laranjais". d) Em "Num deles, mochilas chinesas...", (l. 3) há um verbo elíptico. e) A primeira vírgula do texto pode ser dispensada. 11. a) O sujeito de "acharam" (l. 6) é indeterminado. b) O excerto da opção c abaixo pode também ser escrito, com correção, da seguinte forma: "Em outro, que deveria carregar peças diversas, segundo o documento de importação.... c) Em "Em outro, que deveria carregar peças diversas segundo o documento de importação, ..." (ls. 5-6) as vírgulas isolam oração explicativa. d) O pronome "Essa" (l. 7) pode ser substituído pelo pronome "Esta". e) Em "Na gíria dos fiscais, ele se chama "importabando" (l. 9) o pronome átono também poderia vir enclítico ao verbo. 12. a) Em "com o comerciante que importou de maneira legal" (l. 12), se a oração relativa for separada por vírgula, altera-se o sentido do enunciado. b) "país", na oração da opção c abaixo pode ser grafado com letra maiúscula. c) A oração "que está ingressando no país" (l. 14) pode ser empregada na voz passiva sem prejuízo do sentido no texto. d) A conjunção "mas" (l. 14) pode ser suprimida, sem alterar a correção do período. e) "impostos" (l. 11) pode ser usado no singular. 13. Numere os períodos de modo a compor um texto coeso e coerente e, depois, escolha a seqüência correta. ( ) No caso das carteiras exclusivas, hoje restritas a investidores institucionais como fundos de pensão e seguradoras, o "dono" do fundo conseguia garantir liquidez diária, sem detrimento da rentabilidade. ( ) Com essa medida, que atinge em cheio os chamados "fundos exclusivos" (ou de um único cotista), o rendimento referente aos saques feitos fora da data de aniversário vai para os cofres do governo. ( ) Segundo a Receita, o objetivo do governo com a cobrança do IOF é inibir operações realizadas por fundos exclusivos. ( ) Ainda que em menor escala, os fundos de pensão serão atingidos pela decisão do governo de cobrar, a partir de fevereiro, 0,5% ao dia de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre a diferença entre o valor da cota resgatada de um fundo de renda fixa e o valor pago ao cotista. ( ) Dos cerca de R$ 19 bilhões aplicados em fundos exclusivos, os fundos de pensão detêm aproximadamente R$ 3 bilhões. ( ) Até então, esse ganho revertia em favor do próprio fundo. (Baseado em Isto É Dinheiro, 14/1/98) a) 1, 2, 4, 5, 6, 3 d) 4, 2, 6, 1, 5, 3 b) 6, 1, 3, 5, 4, 2 e) 3, 4, 5, 2, 6, 1 c) 2, 4, 3, 6, 5, 1 GABARITO AFC 01. A 05. B 02. C 06. E 03. A 07. C 04. D 08. D GABARITO TTN 09. E 12. C 10. C 13. D 11. A SIMULADO DE LÍNGUA PORTUGUESA 02 Para resolver as questões de 1 a 5, leia atenciosamente o texto a seguir. NÓS, OS PALHAÇOS O carioca, outrora alegre e gentil, virou grosseiro e irritadiço. Sai de casa pela manhã, como quem vai para uma briga; mantém para o colega de bonde, ônibus ou lotação, uma atitude de "mentalidade antipática", e, para com o motorista ou cobrador, de beligerância em potencial. Não cede lugar a nenhuma senhora, e defende a tese de que todas as senhoras e senhoritas vão à cidade para apenas comprar um carretel; e, quando cede lugar a uma dama bonita, acha que adquiriu, com isso, direito de ser louco e imediatamente amado pela mesma. O chofer considera todo colega um "barbeiro" e todo o pedestre um débil mental com propensão ao suicídio. O garçom irrita-se porque o freguês tem a veleidade de lhe pedir alguma coisa, e cada freguês acredita ter o privilégio natural de ser servido em primeiro lugar. Em resumo: o próximo a quem outrora chamávamos de cavalheiro, é hoje um "palhaço". Ainda ontem eu vinha para casa de táxi e esse quase se chocou com um carro particular. Quase ao mesmo tempo vieram os dois gritos: - PALHAÇO! - PALHAÇO! Confesso que eu mesmo, que não entrei na conversa, me senti um pouco palhaço. Ou pelo menos, um membro do circo ¾ esse vasto circo de neurastênicos. RUBEM BRAGA, Português Textos e Testes, Édison de Oliveira e Paulo Simões, Editora do Professor, Porto Alegre, pp. 84-85. Marque "C" para as corretas e "E" para as erradas. QUESTÃO 1 Com referência aos vários aspectos fonéticos, julgue os itens abaixo. 1. ( ) Considerando-se os vocábulos "grosseiro" e "irritadiço" (linha 1) pode-se afirmar que há, em ambos, dígrafo e encontro consonantal. 2. ( ) Na palavra "táxi", verifica-se a ocorrência do fenômeno fonético chamado "dífono", uma vez que o "x" representadois fonemas. 3. ( ) O segmento "Sai de casa pela manhã, como quem vai para uma briga" (linha 2) contém 3 ditongos decrescentes e 1 encontro consonantal.. 4. ( ) Na expressão "beligerância em potencial" (linha 4), o número de letras corresponde ao de fonemas. 5. ( ) O vocábulo "suicídio" (linha 10) apresenta dois encontros vocálicos, sendo ditongo decrescente (o primeiro) e crescente ou hiato (o segundo). QUESTÃO 2 Julgue, conforme a norma culta da língua, os itens a seguir. 1. ( ) Os vocábulos "débil" (linha 9), "suicídio" (linha 10) e " táxi" (linha 16) foram acentuadas pela mesma regra, embora "suicídio" possa, também, ser considerado proparoxítono. 2. ( ) Se considerarmos o vocábulo "outrora" (linha 1) do ponto de vista morfológico, pode-se afirmar que é um advérbio formado pelo processo de composição por aglutinação. 3.( ) No segmento "Sai de casa pela manhã, como quem vai para uma briga....", pode- se afirmar que em ambas as orações o sujeito sintático, elíptico, é "o carioca". 4. ( ) A análise correta dos termos sublinhados em "... o próximo a quem outrora chamávamos de cavalheiro..." (linha 14) seria, respectivamente, objeto indireto e predicativo. 5. ( ) Da mesma forma que se escreveu "freguês" (linha 11), deve-se grafar "pequenês", "holandês" e "indês" QUESTÃO 3 Observe o pronome "se" empregado em "O garçom irrita-se porque o freguês tem a veleidade ..." (linha 11) e aponte nos itens a seguir aqueles em que o pronome tem o mesmo valor semântico-sintático daquele. 1.( ) Vários passageiros queixaram-se do motorista. 2.( ) Ninguém mais se lembra dos tempos do cavalheirismo. 3.( ) O cobrador debatia-se em seu pequeno banco do labor diário. 4.( ) Os motoristas ofendem-se com a maior naturalidade. 5.( ) Diga-se, de passagem, não há mais paz no trânsito. QUESTÃO 4 Do ponto de vista morfossintático, julgue os itens seguintes. 1.( ) "O carioca, outrora alegre e gentil, virou grosseiro e irritadiço." O termos sublinhados representam o objeto direto do verbo "virar". 2.( ) "Não cede lugar a nenhuma senhora.." Nesse segmento o verbo "ceder" tem como objeto direto "lugar", e esse tem como complemento nominal "a nenhuma senhora". 3.( ) "Confesso que (1) eu mesmo, que (2) não entrei na conversa, me senti um pouco palhaço." Os termos sublinhados no segmento anterior devem ser analisados do seguinte modo: (1) conjunção subordinativa integrante, introduzindo oração subordinada substantiva objetiva direta; (2) pronome relativo, introduzindo oração subordinada adjetiva explicativa, na qual exerce a função sintática de sujeito. 4.( ) "O garçom irrita-se porque o freguês tem a veleidade de lhe pedir alguma coisa.", considerando-se o segmento transcrito, temos um período composto por subordinação e coordenação. 5.( ) Nesse mesmo período, a oração "de lhe pedir alguma coisa" é subordinada substantiva objetiva indireta. QUESTÃO 5 Julgue os aspectos morfossintáticos propostos nas assertivas abaixo. 1.( ) Na linha 16, o autor, para referir-se a táxi, usou o pronome demonstrativo "esse", querendo com isso indicar que se encontrava dentro do veículo. 2.( ) Reescrevendo o período da 1ª linha: "O carioca, que outrora fora gentil, virou grosseiro e irritadiço.", empregou-se o verbo ser no pretérito mais-que perfeito do indicativo para indicar fato passado anterior a outro. 3.( ) O período compreendido entre as linhas 2 e 4, se tivesse como sujeito "os cariocas", teria a seguinte redação, também correta como a original: "Saem de casa pela manhã, como quem vão para uma briga; mantêm para os colegas de bonde, ônibus ou lotação..." 4.( ) Na linha 17, encontra-se o período "Quase ao mesmo tempo vieram os dois gritos" em que o verbo "vir" foi empregado como verbo transitivo direto. 5.( ) Na linha 8, o vocábulo "louco" exerce a função sintática de predicativo do sujeito, introduzido por verbo de ligação (ser). Leia o texto abaixo para responder às questões de 6 a 10. A MULHER NO BRASIL (fragmento) A história da mulher no Brasil, tal como a das mulheres em vários outros países, ainda está por ser escrita. Os estudiosos têm dado muito pouca atenção à mulher nas diversas regiões do mundo, o que inclui a AméricaLatina. Os estudos disponíveis sobre a mulher brasileira são quase todos meros registros de impressões, mais do que de fatos, autos-de-fé quanto à natureza das mulheres ou rápidas biografias de brasileiras notáveis, mais reveladoras sobre os preconceitos e a orientação dos autores do que sobre as mulheres propriamente ditas. As mudanças ocorridas no século XX reforçam a necessidade de uma perspectiva e de uma compreensão históricas do papel, da condição e das atividades da mulher no Brasil. Hahner, June E, A Mulher no Brasil. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1978. p. 9. Marque "C" para as corretas e "E" para as erradas. QUESTÃO 6 Com relação ao texto supratranscrito, julgue os itens abaixo. 1.( ) Não havendo um estudo histórico sobre o papel da mulher na sociedade, a mulher brasileira é semelhantíssima às mulheres de vários países do mundo. 2.( ) Com exceção de inconsistentes biografias de brasileiras que se destacaram, as demais obras sobre a mulher no Brasil estão impregnadas de juízos prévios que as tornam de discutível valor. 3.( ) As modificações ocorridas neste século reforçam a necessidade de se escrever a verdadeira história da mulher no Brasil. 4.( ) Na América Latina os estudiosos têm dado muito pouca atenção à mulher. 5.( ) Alguns estudos revelam mais os preconceitos do que as verdades da mulher brasileira. QUESTÃO 7 Nas sentenças abaixo, julguem-se as estruturas morfossintáticas. 1.( ) Houve associação correta entre o radical latino e seu significado nos vocábulos seguintes: beligerantes (guerra), onipotência (todo), sesquicentenário (um e meio), retrógradas (que anda). 2.( ) Os estudos disponíveis sobre a mulher brasileira são quase todos registros de meras impressões, mais do que fatos... A alteração da posição do adjetivo "mero" não implica alteração semântica ao segmento. 3.( ) Mais de um biógrafo correspondiam-se na ânsia de compreender a perspectiva histórica do papel da mulher brasileira. 4.( ) "autos-de-fé" (linha 5), um substantivo composto e por isso escrito com hífen, foi empregado em sentido denotativo. 5.( ) Nem uma nem outra compreensão histórica reforçava as perspectivas da mulher no Brasil. QUESTÃO 8 Do ponto de vista sintático, julgue os itens abaixo. 1.( ) Historicamente a mulher do Brasil é tal qual as mulheres de vários outros países. 2.( ) Se colocado na voz ativa, o 1º período passaria a ter a seguinte redação: Ainda está por escrever a história da mulher no Brasil, tal como a das mulheres de vários outros países. 3.( ) No período "Os estudiosos têm dado muito pouca atenção à mulher ..." (linha 2) temos o emprego do pretérito perfeito composto do indicativo. 4.( ) Os estudiosos têm dado pouca atenção as mulheres brasileiras e as outras do mundo inteiro. O acento indicativo da crase, nas ocorrências possíveis, é facultativo. 5.( ) "Os estudiosos têm dado muito pouca atenção à mulher nas diversas regiões do mundo, o que inclui a América Latina." nesse período, o acento circunflexo foi empregado por força da regra dos monossílabos tônicos. QUESTÃO 9 Considerando-se os aspectos morfossintáticos que se verificam no período: " Os estudos de que se dispõe sobre a mulher brasileira são meros registros de impressões.", julgue as assertivas. 1.( ) O termo preposicionado "de impressões" é uma locução adjetiva na função sintática de adjunto adnominal. 2.( ) Nessa estrutura, empregou-se o verbo na 3ª pessoa do singular com o pronome "se" indicativo de sujeito indeterminado. 3.( ) Temos um período composto por subordinação, em que a oração principal é "Os estudos são meros registros de impressões".; 4.( ) A oração "de que se dispõesobre a mulher" é subordinada adjetiva restritiva. 5.( ) O pronome relativo é o complemento nominal do substantivo abstrato "estudos". QUESTÃO 10 Quanto à pontuação, aponte nas alternativas abaixo as certas e as erradas, se houver. 1.( ) Ela termina por afetar nosso próprio caráter, afastando-nos assim do ideal de nos tornarmos cada vez mais seres éticos e morais. 2.( ) É necessário, que se acredite em alguma coisa. 3.( ) Devemos ver no abandono e vilipêndio desses valores, uma ameaça grave a nossa sobrevivência. 4.( ) E, portanto, seus defeitos são nossos defeitos, por mais que isto nos cause desalento, ou mesmo vergonha. 5.( ) Os privilégios e interesses ilegítimos, estão tão arraigados, misturados como argamassa no sistema, que não vejo força capaz de derrubá-los. GABARITO 01. ECCEC 06. ECECC 02. CCECE 07. CECEE 03. CCCEE 08. ECCEE 04. EECEE 09. ECCCE 05. ECEEE 10. CEECE SIMULADO DE LÍNGUA PORTUGUESA 03 AMOR MENINO Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo as colunas de mármore, quanto mais a corações de cera! São as afeições como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado muito. São como as linhas, que partem do centro para a circunferência, que, quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino; porque não há amor tão robusto que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o armou a natureza, o desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já não atira; embota-lhe as setas, com que já não fere; abre-lhe os olhos, com que vê que não via; e faz-lhe crescer as asas com que voa e foge. A razão natural de toda essa diferença é porque o tempo tira a novidade às coisas, descobre- lhe os defeitos, enfastia-lhe o gosto, e basta que sejam usadas para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor? O mesmo amar é causa de não amar e o ter amado muito, de amar a menos Pe. ANTÔNIO VIEIRA. Sermões. São Paulo, Ed. das Américas, 1957. v. 5, p. 159-60. QUESTÃO 1 Considerando o período contido na 1ª linha, assinale a opção correta. (a) É um período composto, com cinco orações coordenadas assindéticas. (b) Em todas as orações há sujeito simples expresso: o pronome substantivo indefinido "tudo". (c) Substituindo-se o verbo esquecer por sua forma pronominal não haveria alteração no campo semântico da respectiva oração. (d) O segmento formado com a alteração citada no item anterior geraria o segmento:" ... tudo faz esquecer-se..." em que o "se", pronome reflexivo, exerceria a função de objeto indireto. (e) Em todas as orações do período verificam-se verbos transitivos diretos. QUESTÃO 2 Em relação ao período " Atreve-se o tempo a colunas de mármore, quanto mais a corações de cera!" (linhas 1 e 2), só não será correta a opção: (a) O tempo atreve-se a colunas de mármore, quanto mais a corações de cera! (b) Atreve-se o tempo às colunas de mármore, quanto mais aos corações de cera! (c) Em "colunas de mármore", o termo preposicionado exerce a função sintática de adjunto adnominal. (d) No texto, a locução adjetiva "de mármore" poderia ser substituída por "marmóreas" sem que houvesse prejuízo semântico. (e) Os monossílabos o, a e a que aparecem nos dois primeiros períodos (linhas 1 e 2) são, respectivamente, artigo, preposição e preposição. QUESTÃO 3 Assinale a opção incorreta em relação à acentuação gráfica. (a) Os acentos agudo e circunflexo foram usados para acentuar os monossílabos tônicos "já" (linha 8) e "vê" (linha 9), seguindo a respectiva regra de acentuação e também para indicar, respectivamente, som aberto e fechado. (b) Poderíamos dizer que os vocábulos "mármore" (linha 2) e "circunferência" (linha 4) foram acentuados pela mesma regra. (c) A forma verbal "vê" (linha 9), na 3ª pessoa do plural, passa a ser "vêm". (d) Os derivados dos verbos "ter" e "vir", na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo, são acentuados por serem vocábulos oxítonos. QUESTÃO 4 Marque a alternativa em que o "se" não tem o mesmo valor que nas expressões "Atreve-se o tempo..." (linhas 1 e 2) e "Gasta-se o ferro com o uso..." (linha 12). (a) Antônio Vieira referia-se à transitoriedade do amor. (b) Naquela época, discordava-se do autor... (c) Segundo o autor, com o tempo tudo se desgasta... (d) Antônio Vieira preocupava-se com o amor... (e) O autor queixava-se do tempo... QUESTÃO 5 Indique, nas expressões abaixo, aquela em que o vocábulo assinalado no segmento "O mesmo amar é causa de não amar" (linhas 13 e 14) foi empregado corretamente e exerce função adverbial. (a) As pessoas mesmas esquecem do amor. (b) Com o passar do tempo, o amor não é o mesmo. (c) O tempo faz mesmo tudo mudar. (d) Nós mesmo vivemos essa realidade. (e) Há desgaste no amor por fazermos sempre a mesma coisa. QUESTÃO 6 Em qual das alternativas seguintes a palavra "que" não pertence à mesma classe gramatical das demais? (a) São como as linhas, que partem do centro da circunferência,....(linha 4) (b) De todos os instrumentos com que o armou a natureza... (linha 7) (c) Afrouxa-lhe o arco, com que já não atira;... (linha 8) (d) ... e faz-lhe crescer as asas com que foge e voa.. (linha 9) (e) ... enfastia-lhe o gosto e basta que sejam usadas ..... (linhas 11 e 12) QUESTÃO 7 Escolha, dentre as alternativas, aquela em que o pronome oblíquo exerce função equivalente à assinalada no texto: "Afrouxa-lhe o arco, com que já não atira;...(linha 8). (a) Era-nos importante aquela matéria. (b) A mãe, desesperada, apalpava-lhe o coraçãozinho. (c) Bastava-lhe que o amassem um pouco; mas, sinceramente. (d) Deixei-o ficar puramente por caridade . (e) Aos mestres, devo-lhes tudo quanto sou e virei a ser. QUESTÃO 8 No período "Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba." as vírgulas separam orações coordenadas assindéticas. Nas alternativas, há uma em que a justificativa da vírgula não está correta. Assinale-a. (a) "Em todos os agrupamentos humanos é indispensável comunicar pensamentos e emoções; a comunicação é, portanto, a principal função da linguagem." Usou-se a vírgula para separar uma conjunção conclusiva deslocada; usou-se, em conseqüência, o ponto-e-vírgula para separar as orações. (b) "Longe da pátria, sob um céu diverso, chorei saudades do meu lar querido." Usaram-se as vírgulas para separar um aposto explicativo.. (c) O aperfeiçoamento das relações humanas, a sua crescente complexidade, o progresso e a civilização exigiram da linguagem a flexibilidade de moldar-se às novas necessidades. As vírgulas separam termos coordenados, isto é, de mesma função sintática. (d) "Andrada, arranca esse pendão dos ares! Colombo, fecha as portas dos teus mares". Ambas as vírgulas separam vocativos. (e) "A noite não acabava, e, às vezes, a miséria se reproduzia..." Justifica-se o emprego das vírgulas do seguinte modo: a 1ª vírgula separa oração coordenada sindética aditiva com sujeito próprio e diferente do sujeito da oração anterior; a 2ª e a 3ª intercalam entre a conjunção e a respectiva oração coordenada um adjunto adverbial deslocado e anteposto ao verbo. QUESTÃO 9 No período, "A razão natural de toda essa diferença é porque o tempo tira a novidade às coisas, descobre-lhe os períodos abaixo, verificando quais os corretos e os incorretos; depois, escolha a alternativa que espelhe suas conclusões. 1. A corrupção e a depravação empanou a honra do Governo e da Nação brasileira. 2. Para o Brasil progredir e sair da crise, bastariam apenas resolver alguns problemas socioeconômicos urgentes. 3. Nas últimas semanas, o dólar foi supervalorizado e, com certeza, seremos nós quem pagará a conta. 4. Notícias alarmistas inundaram o país e preocuparam a população, porém a maioria eram boatossem quaisquer verossimilhanças. 5. Observa-se, com cautela e ansiedade, pequenas, mas alvissareiras mudanças no comportamento do homem urbano brasileiro. (a) todos os cinco períodos estão corretos; (b) há quatro períodos corretos; (c) há três períodos corretos; (d) há dois períodos corretos; (e) somente um período está correto; QUESTÃO 10 Observando-se a construção "...embota-lhe as setas, com que já não fere;...(linha 8), verifica-se que a preposição "com", antes do pronome relativo "que", deve-se à regência do verbo "ferir" (quem fere, fere-se com ....). Analise os períodos abaixo, sob o aspecto da regência, verificando quais os corretos e os incorretos, depois escolha a alternativa que retrate suas conclusões. 1. O meritíssimo juiz da 3ª vara recomendou que se proceda a uma revisão minuciosa do processo, pois deparoudois equívocos da promotoria, os quais muito lhe desagradaram. 2. A sentença determinava que se pagasse incontinenti todos os empregados demitidos por ocasião da greve, mesmo que isso implicasse pesados ônus à empresa.. 3. A petição não foi acolhida prontamente porque o magistrado custou a alcançar o pleito dos advogados. 4. No Brasil, a Justiça é tão lenta que alguns querelantes esquecem das ações impetradas e não comparecem nos tribunais no momento azado. 5. Embora residindo em Brasília há mais de quinze anos, não sabia aonde se localizava a sede do Ministério Público da União. (a) todos os cinco períodos estão corretos; (b) há quatro períodos corretos; (c) há três períodos corretos; (d) há dois períodos corretos; (e) somente um período está correto; GABARITO 01. C e E 06. E 02. D 07. B 03. C 08. B 04. B 09. C 05. C 10. E SIMULADO DE LÍNGUA PORTUGUESA 04 O QUINZE Mas foi em vão que Chico Bento contou ao homem das passagens a sua necessidade de se transportar a Fortaleza com a família. Só ele, a mulher, a cunhada e cinco filhos pequenos. O homem não atendia. - Não é possível. Só se você esperar um mês. Todas as passagens que eu tenho ordem de dar, já estão cedidas. Por que não vai por terra? - Mas, meu senhor, veja que ir por terra com esse magote de meninos é uma morte! O homem sacudiu os ombros: - Que morte! Agora é que retirante tem esses luxos . . . No 77 não teve trem para nenhum. É você dar um jeito, que, passagens, não pode ser. . . Chico Bento foi saindo. Na porta, o homem ainda o consolou: - Pois se quiser esperar, talvez se arranje mais tarde. Imagine que tive de ceder cinqüenta passagens ao Matias Paroara, que anda agenciando rapazes solteiros para o Acre! Na loja do Zacarias, enquanto matava o bicho, o vaqueiro desabafou a raiva: - Desgraçado! Quando acaba, andam espalhando que o governo ajuda os pobres. .. Não ajuda nem a morrer! O Zacarias segredou: - Ajudar, o governo ajuda. O preposto é que é um ratuíno. . . Anda vendendo as passagens a quem der mais . . . Os olhos do vaqueiro luziram: - Por isso é que ele me disse que tinha cedido cinqüenta passagens ao Matias Paroara! . . . - Boca de ceder! Cedeu, mas foi mão pra lá, mão pra cá . . O Paroara me disse que pouco faltou pro custo da tarifa . . .Quase não deu interesse . . . Chico Bento cuspiu com a ardência do mata-bicho: - Cambada ladrona! (Do romance homônimo de Raquel de Queiroz) 1 ) Os olhos de Chico Bento luziram de a) revolta. d) dor. b) compreensão. e) satisfação. c) ironia. 2 ) ". . . o governo ( . . . ) não ajuda nem a morrer!" Este desabafo revela-nos a) religiosidade. d) comparação. b) ironia. e) esperança. c) conformismo. 3) A passagem que melhor caracteriza uma atitude irônica, embora amarga e necessitada, é: a ) "Só se você esperar um mês." b) "Mas foi em vão . . . " c) "Só ele, a mulher, a cunhada e cinco filhos pequenos." d) ". . . ir por terra com esse magote de meninos é uma morte!" e) "Por isso é que ele me disse que tinha cedido cinqüenta passagens..." 4) Este texto foi tirado do romance de Rachel de Queiroz O Quinze. No trecho há referência a outro número: O 77. Estes números indicam a) os trens encarregados de transportar retirantes. b) o tempo em meses que durou cada uma das grandes secas nordestinas. c) os anos em que houve as grandes secas do Nordeste. d) o total diário de mortes durante as secas. e) o total de cidades nordestinas assoladas pelas secas. 5) A primeira reação de Chico Bento, após a negativa ao seu pedido, foi a) procurar alguém influente para conseguir-lhe as passagens. b) desabafar sua raiva num comentário contra o homem das passagens. c) abafar a sua raiva na cachaça. d) revoltar-se contra o governo. e) conformar-se com seu destino. 6) O funcionário encarregado de vender as passagens era a) um inocente útil. b) um bode expiatório. c) maria-vai-com-as-outras. d) pobre-diabo, infeliz como Chico Bento. e) aproveitador da desgraça alheia. 7) Matias recebeu o apelido de Paroara porque a) tinha o monopólio das passagens de trem. b) era considerado um ratuíno por todos que o conheciam bem. c) contratava rapazes para o trabalho nos seringais. d) tinha a sagacidade e a tenacidade comuns aos paus-de-arara. e) nascera no Pará. 8 ) A expressão usada por Chico Bento - "com esse magote de meninos" - revela a) a pobreza de seus filhos. b) a desolação que a seca provocara no vaqueiro. c) a influência do vocabulário profissional no linguajar quotidiano. d) o penoso e lastimável estado doentio em que se encontravam os garotos. e) a hipocrisia do funcionário das passagens. 9) A expressão "mão pra lá e mão pra cá" tem sentido a) agrícola. b) comercial. c) humorístico. d) náutico. e) romântico. 10) Assinale, segundo o texto, a afirmativa correta. a) O Matias Paroara fez um grande negócio com as passagens. b) O governo vendia as passagens por preço reduzido aos retirantes. c) Chico Bento estava na capital do Ceará solicitando passagens. d) O número de pessoas que dependiam do vaqueiro impedia a sua locomoção por terra. e) O governo, através de passagens gratuitas, procurava incrementar o envio de braços para os seringais paraenses. 11. Em relação ao primeiro período do texto "Mas foi em vão que Chico Bento contou ao homem das passagens a sua necessidade de se transportar a Fortaleza com a família.", assinale alternativa correta. 1. Há 3 orações. 2. O sujeito da 2ª oração é "Chico Bento". 3. O pronome "sua" se refere a "família". 4. A oração iniciada em "que Chico Bento contou ao homem..." deve ser classificada como or. subord. substantiva predicativa. 5. "com a família" é o objeto indireto do verbo "transportar". a. V - V - F - F - V b. F - F - F - V - F c. V - V - F - F - F d. F - V - F - F - F e. F - F - F - F - F 12. Ainda em relação ao 1º período do texto. 1. "Mas foi à-toa Chico Bento ter contado ao bilheteiro que era necessário transferir os familiares para Fortaleza", apesar de nova redação, o texto original não sofreu alteração . 2. Em "... contou ao homem das passagens a sua necessidade..." o emprego do acento grave no "a" é facultativo, haja vista ocorrer antes de pronome possessivo. 3. Os vocábulos "família" e "só" foram acentuados corretamente porque toda paroxítona terminada em ditongo e toda monossílaba tônica devem ser acentuadas graficamente. 4. No 1º período do texto, aparece três vezes o monossílabo "a", respectivamente, preposição, artigo e artigo. 5. Em "...contou ao homem das passagens" temos combinação e contração de preposições com artigos. a. V - V - V - V - F b. F - F - F - F - V c. F - V - F - F - F d. V - V - V - F - F e. F - F - F - V - V 13. Julgue as alternativas abaixo e escolha a alternativa que reúna as respostas corretas. 1. O segmento "Por que não vai por terra?" poderia ser modificado, sem alteração semântica e sem incorreção, para "Vocênão vai por terra, por quê?" 2. Se não soubéssemos que O Quinze é o célebre romance de Raquel de Queiroz, que enfoca a terrível seca de 1915 e a miséria do sertão, o texto poderia sugerir que Chico Bento pleiteava para si e para a família passagens aéreas. 3. No trecho “- Que morte! Agora é que retirante tem esses luxos ..." , pode-se afirmar que o verbo ter foi empregado corretamente no campo semântico, mas cometeu-se erro de concordância. 4. No trecho " É você dar um jeito, que, passagens, não pode ser..." a palavra "que" poderia ser substituída, sem mudança de significado, por porque. 5. Em " No 77 não teve trem para nenhum.", o verbo ter foi empregado em desacordo com a norma culta da língua. a. V - V - V - V - F b. F - F - F - F - V c. F - V - F - V - F d. V - V - V - F - F e. V - F - F - V - V 14. Julgue as alternativas abaixo e escolha a alternativa que reúna as respostas corretas. 1. No trecho "- Pois se quiser esperar, talvez se arranje mais tarde.", a palavra "se" deve ser classificada, respectivamente, como conjunção subordinativa condicional e como partícula apassivadora. 2. Observe que os vocábulos "talvez" e "quiser" foram grafados, respectivamente com Z e S; verifique, agora, se todos os vocábulos a seguir foram grafados corretamente: pequinez, altivez, indez, quisesse, graniso, aviso, hemoptise. 3. "O preposto é que é um ratuíno..." poderia ser substituído por "O representante é um ordinário". 4. No período "O preposto é que é um ratuíno..." há duas orações. 5. O acento agudo em ratuíno deve-se à regra de acentuação dos hiatos, observe se houve acentuação correta, pela mesma regra, nos vocábulos: genuíno, friíssimo e sanguíneo. a. V - V - V - V - F b. F - F - F - F - V c. F - V - F - V - F d. V - F - V - F - F e. V - F - F - V - V 15. Observe a construção "Chico Bento cuspiu com a ardência do mata-bicho." 1. O verbo "cuspir" está flexionado na 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo, o presente do indicativo é: cuspo, gospes, gospe, cuspimos, cuspis, gospem. 2. "mata-bicho" é um substantivo composto, significa cachaça ou aguardente; no plural, fica "mata-bichos". 3. A função sintática de "mata-bicho" é complemento nominal. 4. "cuspir" nesse período é verbo intransitivo. 5. "com", preposição, não exerce função sintática, é apenas um conectivo, que liga o termo regente (o verbo cuspir) a um termo subordinado (o substantivo ardência). a. V - V - V - V - F b. F - F - F - F - V c. F - V - F - V - V d. V - F - V - F - F e. V - F - F - V - V GABARITO 1 B 2 B 3 C 4 C 5 D 6 E 7 C 8 C 9 B 10 D 11 C 12 B 13 E 14 D 15 C SIMULADO DE LÍNGUA PORTUGUESA 05 SIMULADO DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTO Leia o texto I para responder às questões de 1 a 3. Texto I O tempo não é experiência. Pode ser esclerose. Numa visão ligeira, envelhecer seria um caminhar no sentido do futuro - o que não corresponde à verdade. Caminhar em direção ao futuro é a característica do jovem, ocorrendo envelhecimento quando se inicia o processo inverso: a volta ao passado, sua preservação, dele se fazendo sempre mais dependente. No que envelhece, o risco é o hábito - a infindável repetição daquilo que foi antes uma resposta criadora. O perigo é a tensão inerente ao passado em buscar perpetuar-se, oferecendo as mesmas respostas a questões que agora são outras. Esta, a ameaça do passado. Mas há outro ângulo. O passado não se acumula somente sob a forma de hábito, mas, virtualmente, introduz a possibilidade da memória. E se o hábito faz com que se repitam mecanicamente respostas caducas, a memória é o potencial criador sempre disponível com o qual a história pode contar. O jovem está, num certo limite, livre de um passado que ameace escravizá-lo - simplesmente por não existir ou por não ter atingido a intensidade necessária. Na aparência - como se isso não dependesse de uma posição do espírito - sendo o Brasil um país jovem, estaríamos menos próximos dos perigos da esclerose. Mas com o que podemos contar? Já foi dito, de resto, ser o Brasil um país sem memória. Nosso ceticismo destruiria esta consideração – no sentido de levar em conta - com relação ao passado. Parece que estamos condenados a sempre partir do zero. (GOMES, Roberto. Crítica da Razão Tupiniquim. Porto Alegre, RS: Mercado Aberto, 7ª ed. 1984) 1. Após uma leitura atenta do fragmento, julgue os itens a seguir, quanto aos aspectos da compreensão e interpretação. a) O autor estabelece uma visão antitética em relação ao conceito usual de tempo. b) Envelhecimento é a dependência em relação ao passado. c) Pode-se inferir que o jovem, para manter-se fiel a suas características, preserva incólumes os valores herdados dos antepassados. d) Hábito e memória excluem-se, na medida em que o hábito é pura repetição, enquanto a memória abre possibilidades criadoras. 2. Julgue os itens em relação à teoria lingüística e normas gramaticais. a) Na linha 8, a próclise do pronome em não se acumula é facultativa. b) As duas ocorrências da partícula se, no segundo parágrafo, linhas 8 e 9, equivalem- se no plano morfossintático. c) Num certo limite, linha 12, está entre vírgulas por ser expressão internalizada em uma oração. d) O agente da ação verbal no último período do texto, linha 17, é indeterminado. 3. Julgue os itens a seguir, em relação aos aspectos semânticos e estilísticos. a) Experiência, esclerose, passado, futuro e envelhecer, no texto, pertencem ao mesmo campo semântico. b) Virtualmente, na linha 9, poderia ser substituído por potencialmente ou factivelmente, sem alterar substancialmente o sentido do texto. c) "Sendo o Brasil um país jovem", linha 14, instaura uma condição concessiva em relação à oração seguinte. d) Ceticismo, linha 16, liga-se semanticamente a sem memória, na linha 16. Leia o texto II para responder às questões 4 e 5. Texto II Periodização da Filosofia Não se pode afirmar que a história do pensamento filosófico obedeça a uma evolução linear, de tal modo que cada posição atingida pelos grandes pensadores no plano epistemológico, ético, metafísico, estético, etc., condicione o desenvolvimento sucessivo. Em primeiro lugar, há uma multiplicidade de áreas diversas de indagação e, a não ser em casos bem raros, raramente surgem pensadores geniais capazes de abrangê-las de maneira sincrônica ou unitária, marcando pontos cardeais da história das idéias. O que prevalece, em geral, são contribuições especializadas que cuidam de determinado campo de pesquisa, não se devendo esquecer que essas indagações setoriais podem, às vezes, repercutir sobre o curso do pensamento geral, inspirando novos paradigmas, ou seja, pressupostos fundamentais que passam a condicionar as meditações subseqüentes. Como se vê, as linhas de indagações filosóficas resultam de preferências individuais dos pensadores assim como de fatores das mais diversificadas configurações, não sendo possível, pois, afirmar que as várias correntes de pensamento se entrelacem ou atuem umas sobre as outras. Há até mesmo hipóteses em que determinadas escolas ou círculos de pensamento são tão ciosos de suas convicções que chegam a olhar com desprezo as demais perquirições, como se deu, por exemplo, em certos momentos do escolasticismo medieval; no apogeu do naturalismo positivista da passada centúria; no predomínio ideológico do marxismo que, no dizer de Raymond Aron, foi "o ópio dos intelectuais"; ou, em tempos mais recentes, a corrente do positivismo lógico, alguns de cujos mentores chegaram a considerar meaningless, isto é, desprovido de sentido tudo que não se ajustasse a seus parâmetros. (Miguel Reale Jr. - O Estado de São Paulo - Jun/98) 4. A primeira instância da interpretação textual situa-se na esfera da compreensão dos significados vocabulares e organizacionais.Atentando para esta afirmação, julgue os itens a seguir segundo os critérios semânticos e estilísticos. a) "Multiplicidade de áreas diversas de indagação", linha 6, trata do caráter unívoco do conhecimento e, por conseguinte, do objeto da filosofia. b) "abrangê-las de maneira sincrônica", linha 5, é o mesmo que visão superficial sobre o objeto do conhecimento. c) A partícula pois, linha 11, instaura uma circunstância explicativa entre duas afirmações que a circundam. d) O autor utiliza-se de um registro predominantemente metafórico, dificultando a apreensão das idéias que veicula. 5. Considerando que paráfrase é o desenvolvimento de um texto conservando-se suas idéias originais, expressas por palavras diferentes, julgue os itens a seguir, caso sejam ou não paráfrases de segmentos do texto II. a) A progressão do pensamento filosófico não se sujeita a parâmetros evolutivos lineares. b) Raros filósofos conseguem abarcar simultaneamente diferentes campos da perquirição filosófica. c) O pensamento geral é modificado por paradigmas fundamentais. d) A crença de que as várias correntes de pensamento se excluem é confirmada pela individualidade do pensamento filosófico ocidental. GABARITO 01. VVFV 02. FFVF 03. FVFF 04. FFFF 05. VVVV SIMULADO LÍNGUA PORTUGUESA 06 Responda as questões de 1 a 10 de acordo com o texto abaixo: O primeiro dever passado pelo novo professor de português foi uma descrição tendo o mar como tema. A classe inspirou-se, toda ela, nos encapelados mares de Camões, aqueles nunca dantes navegados; o episódio do Adamastor foi reescrito pela meninada. Prisioneiro no internato, eu vivia na saudade das praias do Pontal onde conhecera a liberdade e o sonho. O mar de Ilhéus foi o tema de minha descrição. Padre Cabral levara os deveres para corrigir em sua cela. Na aula seguinte, entre risonho e solene, anunciou a existência de uma vocação autêntica de escritor naquela sala de aula. Pediu que escutassem com atenção o dever que ia ler. Tinha certeza, afirmou, que o autor daquela página seria no futuro um escritor conhecido. Não regateou elogios. Eu acabara de completar onze anos. Passei a ser uma personalidade, segundo os cânones do colégio, ao lado dos futebolistas, dos campeões de matemática e de religião, dos que obtinham medalhas. Fui admitido numa espécie de Círculo Literário onde brilhavam alunos mais velhos. Nem assim deixei de me sentir prisioneiro, sensação permanente durante os dois anos em que estudei no colégio dos jesuítas. Houve, porém, sensível mudança na limitada vida do aluno interno: o padre Cabral tomou-me sob sua proteção e colocou em minhas mãos livros de sua estante. Primeiro "As Viagens de Gulliver", depois clássicos portugueses, traduções de ficcionistas ingleses e franceses. Data dessa época minha paixão por Charles Dickens. Demoraria ainda a conhecer Mark Twain, o norte-americano não figurava entre os prediletos do padre Cabral. Recordo com carinho a figura do jesuíta português erudito e amável. Menos por me haver anunciado escritor, sobretudo por me haver dado o amor aos livros, por me haver revelado o mundo da criação literária. Ajudou-me a suportar aqueles dois anos de internato, a fazer mais leve a minha prisão, minha primeira prisão. Jorge Amado 1. Padre Cabral, numa determinada passagem do texto, ordena que os alunos: a) façam uma descrição sobre o mar; b) descrevam os mares encapelados de Camões; c) reescrevam o episódio do Gigante Adamastor;. d) façam uma descrição dos mares nunca dantes navegados; e) retirem de Camões inspiração para descrever o mar. 2. Segundo o texto, para executar o dever imposto por Padre Cabral, a classe toda usou de um certo: a) conhecimento extraído de "As viagens de Gulliver"; b) assunto extraído de traduções de ficcionistas ingleses e franceses; c) amor por Charles Dickens; d) mar descrito por Mark Twain; e) saber já feito, já explorado por célebre autor. 3.Apenas o narrador foi diferente, porque: a) lia Camões; b) se baseou na própria vivência; c) conhecia os ficcionistas ingleses e franceses; d) tinha conhecimento das obras de Mark Twain; e) sua descrição não foi corrigida na cela de Padre Cabral. 4.O narrador confessa que no internato lhe faltava: a) a leitura de Os Lusíadas; b) o episódio do Adamastor; c) liberdade e sonho; d) vocação autêntica de escritor; e) respeitável personalidade. 5.Todos os alunos apresentaram seus trabalhos, mas só foi um elogiado, porque revelava: a) liberdade; b) sonho; c) imparcialidade; d) originalidade; e) resignação. 6. Por ter executado um trabalho de qualidade literária superior, o narrador adquiriu um direito que lhe agradou muito: a) ler livros da estante de Padre Cabral; b) rever as praias do Pontal; c) ler sonetos camonianos; d) conhecer mares nunca dantes navegados; e) conhecer a cela de Padre Cabral. 7. Contudo, a felicidade alcançada pelo narrador não era plena. Havia uma pedra em seu caminho: a) os colegas do internato; b) a cela do Padre Cabral; c) a prisão do internato; d) o mar de Ilhéus; e) as praias do Pontal. 8. Conclui-se, da leitura do texto, que: a) o professor valorizou o trabalho dos alunos pelo esforço com que o realizaram; b) o professor mostrou-se satisfeito porque um aluno escreveu sobre o mar de Ilhéus; c) o professor ficou satisfeito ao ver que um de seus alunos demonstrava gosto pela leitura dos clássicos portugueses; d) a competência de saber escrever conferia, no colégio, tanto destaque quanto a competência de ser bom atleta ou bom em matemática; e) graças à amizade que passou a ter com Padre Cabral, o narrador do texto passou a ser uma personalidade no colégio dos jesuítas. 9.O primeiro dever... foi uma descrição... Contudo nesse texto predomina a: a) narração; b) dissertação; c) descrição; d) linguagem poética; e) linguagem epistolar. 10. Por isso a maioria dos verbos do texto encontra-se no: a) presente do indicativo; b) pretérito imperfeito do indicativo; c) pretérito perfeito do indicativo; d) pretérito mais que perfeito do indicativo; e) futuro do indicativo. Releia a primeira estrofe e responda as questões de 11 a 13 Cheguei, Chegaste, Vinhas fatigada E triste, e triste e fatigado eu vinha. Tinhas a alma de sonhos povoada. E a alma de sonhos povoada eu tinha. 11. À ordem alterada, que o autor elabora no texto, em busca da eufonia e ritmo, dá-se o nome de: a) antítese; b) metáfora; c) hipérbato; d) pleonasmo; e) assíndeto. 12.E a alma de sonhos povoada eu tinha. Na ordem direta fica: a) E a alma povoada de sonhos eu tinha. b) E povoada de sonhos a alma eu tinha. c) E eu tinha povoada de sonhos a alma. d) E eu tinha a alma povoada de sonhos. e) E eu tinha a alma de sonhos povoados. 13.Predominam na primeira estrofe as orações: a) substantivas; b) adverbiais; c) coordenadas; d) adjetivas; e) subjetivas. Releia a segunda estrofe para responder as questões de 14 a 17: E paramos de súbito na estrada Da vida: longos anos, presa à minha A tua mão, a vista deslumbrada Tive da luz que teu olhar continha 14.O objetivo preso (presa) refere-se a: a) estrada; b) vida; c) minha mão; d) tua mão; e) vista. 15.Coloque nos espaços em branco os verbos ao lado corretamente flexionados no imperativo afirmativo, segunda pessoa do singular. .................................(parar) na estrada da vida; ........................(manter) a luz de teu olhar a)pára – mantém b)paras – manténs c)pare – mantenha d)pares – mantenhas e)parai – mantende 16. Tive da luz que teu olhar continha. Com luz no plural teríamos que escrever assim: a)Tive das luzes que teu olhar continha. b)Tive das luzes que teus olhares continha. c)Tive das luzes que teu olhar continham. d)Tive das luzes que teus olhares continham.e)Tiveram das luzes que teus olhares continham. 17. Tive da luz que teu olhar continha. A oração destacada, em relação ao substantivo luz, guarda um valor de: a) substantivo; b) adjetivo; c) pronome; d) advérbio; e) aposto. Releia as duas últimas estrofes para responder as questões de 18 a 20: Hoje, segues de novo... Na partida Nem o pranto os teus olhos umedece, Nem te comove a dor da despedida. E eu, solitário, volto a face, e tremo, vendo o teu vulto que desaparece Na extrema curva do caminho extremo. 18. Sujeito do verbo umedecer (umedece): a) a partida; b) os teus olhos; c) tu; d) ela; e) o pranto. 19.O verbo comover (comove) refere-se no texto (e por isso concorda com ela) à palavra: a) o pranto; b) a dor; c) teus olhos; d) te; e) partida. 20. Assinale a alternativa onde aparece um verbo intransitivo. a) Hoje seques de novo. b) Nem o pranto os teus olhos umedece. c) Nem te comove a dor de despedida. d) E eu, solitário, volto a face. e) Vendo o teu vulto. SIMULADO LÍNGUA PORTUGUESA 07 1. De acordo com o ditado popular "invejoso nunca medrou, nem quem perto dele morou", a) o invejoso nunca teve medo, nem amedronta seus vizinhos; b) enquanto o invejoso prospera, seus vizinhos empobrecem; c) o invejoso não cresce e não permite o crescimento dos vizinhos; d) o temor atinge o invejoso e também seus vizinhos; e) o invejoso não provoca medo em seus vizinhos. 2. Leia e responda: "O destino não é só dramaturgo, é também o seu próprio contra-regra, isto é, designa a entrada dos personagens em cena, dá-lhes as cartas e outros objetos, e executa dentro os sinais correspondentes ao diálogo, uma trovoada, um carro, um tiro." Assinale a alternativa correta sobre esse fragmento de D. Casmurro, de Machado de Assis: a) é de caráter narrativo; b) é de caráter reflexivo; c) evita-se a linguagem figurada; d) é de caráter descritivo; e) não há metalinguagem. 3. "Tão barato que não conseguimos nem contratar uma holandesa de olhos azuis para este anúncio." No texto, a orientação semântica introduzida pelo termo nem estabelece uma relação de: a) exclusão; b) negação; c) adição; d) intensidade; e) alternância. Texto para a questão 4. – Ah, não sabe? Não o sabes? Sabes-lo não? – Esquece. – Não. Como "esquece"? Você prefere falar errado? E o certo é "esquece" ou "esqueça"? Ilumine-me. Mo diga. Ensines-lo-me, vamos. – Depende. – Depende. Perfeito. Não o sabes. Ensinar-me-lo-ias se o soubesses, mas não sabes- o. – Está bem. Está bem. Desculpe. Fale como quiser. (L. F. Veríssimo, Jornal do Brasil, 30/12/94) 4. O texto tem por finalidade: a) satirizar a preocupação com o uso e a colocação das formas pronominais átonas; b) ilustrar ludicamente várias possibilidades de combinação de formas pronominais; c) esclarecer pelo exemplo certos fatos da concordância de pessoa gramatical; d) exemplificar a diversidade de tratamentos que é comum na fala corrente. e) valorizar a criatividade na aplicação das regras de uso das formas pronominais. 5. Bem cuidado como é, o livro apresenta alguns defeitos. Começando com "O livro apresenta alguns defeitos", o sentido da frase não será alterado se continuar com: a) desde que bem cuidado; b) contanto que bem cuidado; c) à medida que é bem cuidado; d) tanto que é bem cuidado; e) ainda que bem cuidado. Texto para as questões 6 e 7. "Eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d’água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas. Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com um mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor, seu grande mistério é a simplicidade. Considerei, por fim, que assim é o amor, oh minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz do teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico." (Rubem Braga, 200 Crônicas Escolhidas) 6. Nas três "considerações" do texto, o cronista preserva, como elemento comum, a idéia de que a sensação de esplendor: a) ocorre de maneira súbita, acidental e efêmera; b) é uma reação mecânica dos nossos sentidos estimulados; c) decorre da predisposição de quem está apaixonado; d) projeta-se além dos limites físicos do que a motivou; e) resulta da imaginação com que alguém vê a si mesmo. 7. Atente para as seguintes afirmações: I - O esplendor do pavão e o da obra de arte implicam algum grau de ilusão. II - O ser que ama sente refletir em si mesmo um atributo do ser amado. III - O aparente despojamento da obra de arte oculta os recursos complexos de sua elaboração. De acordo com o que o texto permite deduzir, apenas: a) as afirmações I e III estão corretas; b) as afirmações I e II estão corretas; c) as afirmações II e III estão corretas; d) a afirmação I está correta; e) a afirmação II está correta. Texto para as questões 8 e 9. "Em nossa última conversa, dizia-me o grande amigo que não esperava viver muito tempo, por ser um "cardisplicente". – O quê? – Cardisplicente. Aquele que desdenha do próprio coração. Entre um copo e outro de cerveja, fui ao dicionário. – "Cardisplicente" não existe, você inventou – triunfei. – Mas seu eu inventei, como é que não existe? – espantou-se o meu amigo. Semanas depois deixou em saudades fundas companheiros, parentes e bem-amadas. Homens de bom coração não deveriam ser cardisplicentes." 8. Conforme sugere o texto, "cardisplicente" é: a) um jogo fonético curioso, mas arbitrário; b) palavra técnica constante de dicionários especializados; c) um neologismo desprovido de indícios de significação; d) uma criação de palavra pelo processo de composição; e) termo erudito empregado para criar um efeito cômico. 9. "– Mas se eu inventei, como é que não existe?" Segundo se deduz da fala espantada do amigo do narrador, a língua, para ele, era um código aberto: a) ao qual se incorporariam palavras fixadas no uso popular; b) a ser enriquecido pela criação de gírias; c) pronto para incorporar estrangeirismos; d) que se amplia graças à tradução de termos científicos; e) a ser enriquecido com contribuições pessoais. Texto para as questões 10 e 11. "A triste verdade é que passei as férias no calçadão do Leblon, nos intervalos do novo livro que venho penosamente perpetrando. Estou ficando cobra em calçadão, embora deva confessar que o meu momento calçadônido mais alegre é quando, já no caminho de volta, vislumbro o letreiro do hotel que marca a esquina da rua onde finalmente terminarei o programa-saúde do dia. Sou, digamos, um caminhante resignado. Depois dos 50, a gente fica igual a carro usado, é a suspensão, é a embreagem, é o radiador, é o contraplano do rolabrequim, é o contrafarto do mesocárdio epidítico, a falta da serotorpina folimolecular, é o que mecânicos e médicos disseram. Aí, para conseguir ir segurando a barra, vou acatando os conselhos. Andar é bom para mim, digo sem muita convicção a meus entediados botões, é bom para todos." (João Ubaldo Ribeiro, O Estado de S. Paulo, 6/8/95) 10. No período que se inicia em "Depois dos 50...", o uso de termos (já existentes ou inventados) referentes a áreas diversas tem como resultado: a) um tom de melancolia, pela aproximação entre um carro usado e um homem doente; b) um efeito de ironia, pelo uso paralelo de termos da medicina e da mecânica; c) uma certa confusão no espírito do leitor, devido à apresentação de termos novos e desconhecidos; d) a invenção de uma metalinguagem, pelo uso de termos médicos em lugar de expressões corriqueiras; e) a criação de uma metáfora existencial,pela oposição entre o ser humano e objetos. 11. Na frase "Aí, para conseguir ir segurando a barra, vou acatando os conselhos...". Aí será corretamente substituído, de acordo com seu sentido no texto, por: a) Nesse lugar b) Nesse instante c) Contudo d) Em conseqüência e) Ao contrário 12. A prosopopéia, figura que se observa no verso "Sinto o canto da noite na boca do vento", ocorre em: a) "A vida é uma ópera e uma grande ópera." b) "Ao cabo tão bem chamado, por Camões, de ‘Tormentório’, os portugueses apelidaram-no de ‘Boa Esperança’." c) "Uma talhada de melancia, com seus alegres caroços." d) "Oh! eu quero viver, beber perfumes, Na flor silvestre, que embalsama os ares." e) "A felicidade é como a pluma..." 13. Folha: De todos os ditados envolvendo o seu nome, qual o que mais lhe agrada? Satã: O diabo ri por último. Folha: Riu por último. Satã: Se é por último, o verbo não pode vir no passado. (O Inimigo Cósmico, Folha de S. Paulo, 3/9/95) Rejeitando a correção ao ditado, Satã mostra ter usado o presente do indicativo com o mesmo valor que tem em: a) Romário recebe a bola e chuta. Gooool! b) D. Pedro, indignado, ergue a espada e dá o brado de independência. c) Todo dia ela fez tudo sempre igual. d) O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos. e) Uma manhã destas, Jacinto, apareço no 202 para almoçar contigo. 14. Reflita sobre o diálogo abaixo: X – Seu juízo melhorou? Y – Bom... é o que diz nosso psiquiatra. Em Y: (1) Bom não se classifica como adjetivo. (2) é e diz estão conjugados no mesmo tempo. (3) o é pronome demonstrativo. (4) psiquiatra é o núcleo do sujeito. Somando-se os números à esquerda das declarações corretas com referência a Y, o resultado é: a) 6 b) 7 c) 8 d) 9 e) 10 15. "(...) a gíria desceu o morro e já ganhou rótulo de linguagem urbana. A gíria é hoje o segundo idioma do brasileiro. Todas as classes sociais a utilizam." (Rodrigues, Kanne. Língua Solta. O Povo. Fortaleza, 30/12/93. Caderno B, p. 6) Assinale a letra em que não se emprega o fenômeno lingüístico tratado no texto. a) A linguagem tida como padrão, galera, é a das classes sociais de maior prestígio econômico e cultural b) Gíria não é linguagem só de marginal, como pensam alguns indivíduos desinformados. c) Apesar de efêmera e descartável, a gíria é um barato que enriquece o idioma. d) "A gíria enriquece tanto a linguagem como o poder de interação entre as comunidades. Sacou?!" e) O economista começou a falar em indexação, quando rolava um papo super cabeça sobre babados mil. As questões 16 e 17 deverão ser respondidas a partir do texto que segue. Os números entre parênteses, nas alternativas, remetem as linhas do texto. "Sou, em princípio, contra a pena de morte, mas admito algumas exceções. Por exemplo: pessoas que contam anedotas como se fossem experiências reais vividas por elas e só no fim você descobre que é anedota. Estas deviam ser fuziladas. Todos os outros crimes puníveis com a pena capital, na minha opinião, têm a ver, de alguma maneira, com telefone. Cadeira elétrica para as telefonistas que perguntam: "Da onde?" Forca para pessoas que estendem o polegar e o dedinho ao lado da cabeça quando querem imitar um telefone. (Curiosamente, uma mímica desenvolvida há pouco. Ninguém, misericordiosamente, tinha pensado nela antes, embora o telefone, o polegar e o mindinho existam há anos). Garrote vil para os donos de telefone celular em geral e garrote seguido de desmembramento para os donos de telefone celular que gostam de falar no meio de multidões e fazem questão de que todos saibam que se atrasou para a reunião porque o furúnculo infeccionou. (Claro, a condenação só viria depois de um julgamento, mas com o Aristides Junqueira na defesa.)" (L. F. Veríssimo, "Morte", Jornal do Brasil. Rio de Janeiro, 22/12/1994. Caderno Opinião, p. 11) 16. Atente para o conteúdo de (a) (b) e (c) (a) Nem toda telefonista merece cadeira elétrica. (b) Aristides Junqueira na acusação: réu descriminado. (c) Deve-se aplicar exatamente a mesma penalidade aos donos de telefone. Considerando o texto: a) apenas uma letra é correta; b) só uma letra é incorreta; c) todas as letras são corretas; d) a maioria das letras é incorreta; e) nenhuma letra é correta. 17. Indique a alternativa correta: a) em princípio (l. 1) tem sentido equivalente a por princípio; b) como se (l. 3) estabelece, ao mesmo tempo, uma relação de aparência e dúvida; c) deviam (l. 4) corresponde ao futuro do pretérito; d) Em Todos os (l. 6), o artigo poderia ser dispensado; e) têm a ver (l. 7) constitui um todo indissociável cuja idéia central é expressa pelo verbo auxiliar. 18. Assinale a alternativa que contém a correta classificação morfológica da palavra que, de acordo com a ordem em que aparece no seguinte período: "O certo é que não levantou os olhos para mim porque queria que abençoasse aquele recanto de terra, que lhe dera algumas ilusões.": a) pronome relativo – pronome relativo – conjunção subordinativa integrante; b) conjunção subordinativa integrante – conjunção subordinativa adverbial causal – pronome relativo; c) conjunção subordinativa integrante – conjunção subordinativa integrante – conjunção subordinativa integrante; d) pronome relativo – conjunção subordinativa integrante – pronome relativo; e) conjunção subordinativa integrante – conjunção subordinativa integrante – pronome relativo. 19. "__________ chegando os compradores que _________ os imóveis – disse o corretor, quando _____________ na conversa." a) Vêem - valorizam - interveio; b) Vêm - valorizem - interviu; c) Vêem - valorizem - interveio; d) Vêm - valorizam - interveio; e) Vem - valorizam - interveio. 20. Disseram para _______ falar ________ ontem, mas não ________ encontrei em parte alguma. a) mim - consigo - o; b) eu - com ele - lhe; c) mim - consigo - lhe; d) mim - contigo - te; e) eu - com ele - o. GABARITO 01. C 11. C 02. B 12. C 03. B 13. E 04. A 14. E 05. E 15. B 06. C 16. B 07. D 17. A 08. C 18. E 09. E 19. D 10. B 20. E SIMULADO LÍNGUA PORTUGUESA 08 Leia o texto abaixo para responder às questões de 1 a 9. Na delegacia (...) Da delegacia, por entre essa bulha, percebemos que um vozeiro se aproximava. O inspetor levantou a pena e esperou. Um grande magote de povo invadia a sala. Os soldados correram e contiveram a multidão. Na frente, vinham duas mulheres do povo, desgrenhadas, rotas, que dois soldados, com esforço, mantinham separadas. Um deles, sem largar a mulher, explicou ao inspetor. – Estavam brigando e pelo caminho ainda se atracaram; nós.. E logo ambas as duas se quiseram justificar, falando ao mesmo tempo. O inspetor repreendeu-as severamente. O soldado expôs. Moravam em uma estalagem próxima, eram lavadeiras, uma era casada e outra tinha "seu homem". – Por que foi? perguntou o policial. De novo quiseram narrar ao mesmo tempo o motivo de tão apaixonado pugilato. – Assim não pode ser, fez o inspetor. Ou uma ou outra... Vá, fale a senhora, acabou designando uma delas. – Vossa senhoria sabe: sou pobre... Tenho uma galinha. Mais de uma; mas foi a pedrês. E não é de hoje, há muito tempo, sim senhor. A gente não pode, é verdade; mas que se há de fazer? Um bichinho é sempre bom, "seu" inspetor; dá alegria e ajuda a gente... É por isso que a comadre... – Diga a senhora afinal por que foi... Vá! intimou o inspetor. – Eu já digo, sim senhor. Há muito tempo que a minha galinha punha e eu nada de ver os ovos. Procurava daqui procurava dali, nada de achar... Hoje eu tinha saído para levar o jantar do Manduca e quando voltei vi que a galinha vinha saindo da casa dessa mulher com a cara de quem já pôs... Ah! "seu" inspetor! deu-me uma gana, uma coisa que eumesma não sei... Xinguei, fez ela por fim; e foi por isso... Acabou a narração humilde com uma modulação de choro na voz. – E a senhora que diz a isso? perguntou a autoridade à outra. – Não foi assim, não senhor... Essa mulher sempre embicava comigo... Não sei por que, sempre andava com rezinga... Um dia era isso, outro dia era aquilo... Se o vento punha a sua roupa no chão, era eu; se... – Mas afinal a galinha saiu ou não saiu de sua casa? – Saiu, sim senhor; mas foi por acaso... – Por acaso o quê! sua ladra, sua p... – Que é isso? exclamou severamente o inspetor. Isto aqui é estalagem? Meto-a no xadrez! Está ouvindo? A mulher descaiu logo a cabeça, que tinha erguido de um só movimento cheio de arrogância e, com voz entrecortada pelo choro, desculpou-se: – Me perdoe, "seu" inspetor! A gente é pobre... Foi a patroa que me deu o "bichinho"... A gente pensa: vamos ter uma gemada, uma fritada, um doce, uma coisa ou outra... Compra-se milho e se espera... e se espera... No fim a gente vem a saber que os outros é que comem os ovos... Ah! Meu Deus!... É duro! É duro! É sina da gente... A rapariga falava desigualmente: ora alongava as sílabas, ora fazia desaparecer outras; mas sempre possuída das palavras, com um forte acento de paixão, superposto ao choro. As palavras saíam-lhe animadas, cheias de uma grande dor, bem distante da pueril querela que as provocara. Vinham das profundezas do seu ser, das longínquas partes que guardam uma inconsciente memória do passado, para manifestarem o desespero daquela vida, os sofrimentos milenares que a natureza lhe fazia sofrer e os homens conseguiram aumentar. Senti-me comunicado de sua imensa emoção; ela penetrava-me tão fundo que despertava nas minhas células já esquecidas a memória enfraquecida desses sofrimentos contínuos que me pareciam eternos; e achando-os por debaixo das noções livrescas, por debaixo da palavra articulada, no fundo da minha organização, espantei-me, aterrei-me, tive desesperos e cristalizei uma angústia que me andava esparsa. O inspetor procurou acalmá-la; a outra, muito popularmente, pôs- se a chorar explicando que não furtara os ovos, que não os comera, mas que guardara unicamente o primeiro, temendo que fosse "mandinga", "coisa-feita", e que, depois, com a continuação, não os restituíra com vergonha, mas que o faria logo que chegasse a casa. Acalmadas e repreendidas, foram-se e a delegacia em breve regressou à sua atmosfera enervante.(...) Lima Barreto. Recordações do escrivão Isaías Caminha. Rio de Janeiro: Ediouro, s.d., p. 57-8. 1. Com base no conteúdo do texto, julgue os itens que se seguem. a) A primeira percepção, por parte do inspetor, da cena que iria ocorrer no interior da delegacia deu-se por meio da audição. b) Faziam parte da multidão que invadiu a delegacia duas mulheres, muitos curiosos e vários soldados. c) As mulheres permaneceram presas por uma noite porque estavam se atracando no meio da rua. d) Ao chegarem à delegacia, as duas mulheres estavam desgrenhadas e rotas porque haviam feito um grande esforço para escapar dos soldados que as haviam prendido. e) Depreende-se do texto que a dona da galinha pedrês mantinha uma criação ilegal de aves na estalagem em que morava. 2. Tendo como referência as idéias contidas no texto, julgue os itens abaixo. a) A atitude da dona da galinha pedrês, no que diz respeito à sua criação de aves, exemplifica o seguinte dito popular: Unir o útil ao agradável. b) Os constantes desentendimentos entre as duas vizinhas tiveram como desfecho o episódio narrado. c) As duas mulheres desentenderam-se porque uma delas roubara a galinha da outra e comera os ovos. d) A dona da galinha pedrês deu-se conta de que os ovos haviam desaparecido quando foi buscá-los para fazer o jantar do Manduca. e) A acusada defendeu-se dizendo ao inspetor que havia ficado com os ovos para se vingar da vizinha, porque esta vivia embicando com ela. 3. Ainda com base no texto de Lima Barreto, julgue os itens a seguir. a) A presença do vocábulo "rapariga" (l. 59) permite afirmar que uma das protagonistas do episódio era uma mulher de vida fácil. b) Assumindo que a mulher vinha consumindo os ovos há muito tempo, ela não terá condições de devolvê-los à verdadeira dona, como prometeu ao inspetor, ao ser liberada. c) O narrador cria uma cena viva e cômica graças, em parte, ao emprego da linguagem coloquial nos diálogos. d) A dona da galinha pedrês, ao exteriorizar a dor causada pelo roubo dos ovos do seu "bichinho", estava em verdade extravasando a revolta recalcada de toda uma vida de sofrimento. e) Apesar do choro da dona da galinha pedrês, o narrador não se comoveu com as palavras por ela proferidas. 4. No texto, é correta a substituição, sem que haja alteração de significado, de: a) "Um grande magote de povo" (l. 3) por Uma grande multidão. b) "gana" (l. 35) por raiva. c) "embicava" (l. 42) por embirrava. d) "pueril querela" (l. 63) por ação infantil. e) "comunicado de" (l.69) por tocado por. 5. Ainda com referência ao sentido das palavras no texto, julgue os itens seguintes. a) A expressão "as duas" (l..11) pode ser eliminada sem que haja alteração de sentido. b) Nas linhas 15 e 34, o vocábulo "seu" tem o mesmo significado nas duas ocorrências. c) A expressão "com a cara de quem já pôs" (ls. 33-34) refere-se à mulher que furtou os ovos. d) A inicial "p..." (l. 47) é a abreviatura de um vocábulo que o autor, por motivos de autocensura, preferiu não escrever por extenso. e) O acento grave indicativo de crase pode ser usado na expressão "a casa" (l. 83), sem que haja alteração de sentido. 6. Quanto ao emprego dos pronomes oblíquos no texto e a seus referentes diretos, julgue se estão corretas as seguintes associações. a) "as" (l. 11) / as duas mulheres trazidas à delegacia b) "a" (l. 49) / a mulher acusada de haver roubado os ovos c) "lhe" (l. 68) / a dona da galinha pedrês d) "os" (l. 73) / "sofrimentos milenares" (l. 67) e) "o" (l. 82) / o intento da acusada de devolver os ovos à sua legítima dona 7. Com relação à tipologia textual e à estilística, julgue os itens a seguir. a) No fragmento "O soldado expôs. Moravam em uma estalagem próxima, eram lavadeiras, uma era casada e outra tinha ‘seu homem’." (ls. 13 a 15), tem-se uma ocorrência de discurso indireto. b) A ironia, exemplificada na expressão "apaixonado pugilato" (l. 18), contribui para o tom de humor que caracteriza grande parte do texto. c) No fragmento "É por isso que a comadre..." (ls. 25 e 26), as reticências foram usadas por economia, já que o leitor pode suprir com facilidade o restante da fala da dona da galinha pedrês. d) No período "Se o vento punha a sua roupa no chão, era eu" (l. 44), tem-se um exemplo de metáfora combinada com personificação. e) O texto é predominantemente descritivo. 8. Os itens abaixo são reescrituras de períodos do texto, que se localizam nas linhas mencionadas. Julgue-os quanto à manutenção do sentido do texto original. a) Linha 1: Por entre essa bulha, percebemos um vozeiro que se aproximava da delegacia. b) Linha 3: A sala foi invadida por um grande magote de povo. c) Linhas 7 e 8: Sem largar a mulher, explicou um deles ao inspetor. d) Linha 45: – Mas a galinha saiu de sua casa ou não saiu, afinal? e) Linhas 50 a 52: A mulher logo ergueu, de um só movimento cheio de arrogância, a cabeça descaída e desculpou-se com a voz entrecortada pelo choro. 9. Os itens que se seguem foram reescritos a partir de fragmentos do texto. Julgue-os quanto à pontuação. a) De novo, quiseram narrar ao mesmo tempo, o motivo de tão apaixonado pugilato. b) Eu tinha saído, hoje, para levar o jantar do Manduca e, quando voltei, vi que a galinha vinha saindo da casa dessa mulher com a cara de quem já pôs... c) O inspetor exclamou severamente: – Que é isso? Isto aqui é estalagem? Meto-a no xadrez! Está
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