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HUMANAS 2 – HISTÓRIA: SEMANA 4 Conteúdo: mercantilismo – navegações - américa Próximo assunto: o capitalismo e a burguesia no mundo moderno. ROTEIRO DA AULA 1. Navegações marítimas 2. Disputas ibéricas 3. Chegada ao Continente americano. 4. Mercantilismo 5. Impactos das conquistas. TÍTULO: MERCANTILISMO – NAVEGAÇÕES - AMÉRICA QUESTÕES TRADICIONAIS 1. Navegações Marítimas De um modo geral, as nações europeias, de uma maneira ou de outra, tiveram participação no movimento expansionista da época moderna. Mas a expansão marítima, que exigia a grande navegação transoceânica, foi obra dos navegadores das nações da fachada atlântica, cujo pioneirismo coube a Portugal e Espanha. O alvo declarado da expansão ultramarina europeia era o Oriente. No entanto, os dois lados do litoral africano, o continente americano, uma grande quantidade de ilhas dos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico, além dos sonhados impérios orientais, passaram a fazer parte do vasto campo de atuação de navegadores, comerciantes, missionários e todo tipo de exploradores europeus. 1. (Ucs 2015) A expansão marítimo-comercial compreende o período das grandes viagens empreendidas pelos países europeus, nos séculos XV e XVI, em busca de riquezas além-mar. Considere as seguintes afirmativas sobre o movimento conhecido como grandes navegações. I. Inserido no contexto do desenvolvimento do mercantilismo, resultou numa importante revolução comercial e na formação de vastos impérios coloniais. II. Sofreu influência da nova mentalidade criada pelo Renascimento cultural e científico. A inquietude intelectual levou ao desbravamento geográfico, ao rompimento de fronteiras físicas e de barreiras dogmáticas. III. Entre uma de suas principais consequências está o deslocamento do eixo econômico do oceano Atlântico para o mar Mediterrâneo e o aumento das transações comerciais. Das proposições acima, a) apenas I está correta. b) apenas II está correta. c) apenas I e II estão corretas. d) apenas II e III estão corretas. e) I, II e III estão corretas. 2. Disputas Ibéricas O marco inicial das navegações portuguesas foi a tomada de Ceuta, em 1415, cidade do norte da África que fazia parte dos domínios do papa e que estava sob o poder dos muçulmanos. Depois dessa primeira conquista, o movimento de expansão português levou quase um século explorando o litoral atlântico da África. Em 1498, Vasco da Gama completou o percurso até a Índia. Já o governo da Espanha começou a participar da grande expansão marítima e comercial em 1492. Nesse ano, financiado pelos reis católicos, particularmente pela rainha Isabel, Cristóvão Colombo chegou ao continente americano, quando pretendia alcançar a Índia navegando pelo Ocidente. O início das viagens espanholas acirrou as disputas entre os governantes das duas nações ibéricas pela primazia na navegação oceânica. Isso as levou a concluir um acordo que vinha sendo discutido havia algum tempo: o Tratado de Tordesilhas. Assinado em 1494, ele estabelecia uma partilha do mundo entre Portugal e Espanha, dividindo entre ambos as águas navegáveis e as terras, descobertas ou a descobrir. 2. (Uff 2012) Considerando o processo de expansão da Europa moderna a partir dos séculos XV e XVI, pode-se afirmar que Portugal e Espanha tiveram um papel predominante. Esse papel, entretanto, dependeu, em larga medida, de uma rede composta por interesses a) políticos, inerentes à continuidade dos interesses feudais em Portugal; intelectuais, associados ao desenvolvimento da imprensa, do hermetismo e da Astrologia no mundo ibérico; econômicos, vinculados aos interesses italianos na Espanha, nos quais a presença de Colombo é um exemplo; e sociais, vinculados ao poder do clero na Espanha. b) políticos, vinculados ao processo de fragmentação política das monarquias absolutas ibéricas; sociais, associados ao desenvolvimento de novos setores sociais, como a nobreza; coloniais, decorrentes da política da Igreja católica que via os habitantes do Novo Mundo como o homem primitivo criado por Deus; e econômicos, presos aos interesses mouros na Espanha. c) políticos, vinculados às práticas racistas que envolviam a atuação dos comerciantes ibéricos no Oriente; científicos, que viam na expansão a negação das teorias heliocêntricas; econômicos, ligados ao processo de aumento do tráfico de negros para a Europa através de alianças com os Países Baixos; e religiosos, marcados pela ação ampliada da Inquisição. d) políticos, associados ao modelo republicano desenvolvido no Renascimento italiano; religiosos, decorrentes da vitória católica nos processos da Reconquista ibérica; econômicos, ligados ao movimento geral de desenvolvimento do mercantilismo; e sociais, inerentes à vitória do campo sobre a cidade no mundo ibérico. e) políticos, vinculados ao fortalecimento da centralização dos estados ibéricos; econômicos, provenientes do avanço das atividades comerciais; religiosos, relacionados com a importância do Papado na Península Ibérica; e intelectuais, decorrentes dos avanços científicos da Renascença e que viram na expansão a realidade de suas teorias sobre Geografia e Astronomia. 3. Chegada ao Continente americano Cristóvão Colombo e Pedro Álvares Cabral, dentre outros, chegaram ao Continente americano. De início, o mesmo não despertou interesse. Porém, à medida que outros Estados europeus começaram a manifestar o seu interesse pelas terras americanas, os dois países ibéricos (Portugal e Espanha) trataram de assegurar a posse com a ocupação, resultando disso um novo fenômeno histórico: a colonização mercantilista, um novo tipo de expansão, desconhecido dos antigos. A chegada dos europeus foi um choque para os povos americanos. A população pré-colombiana já conhecia a guerra. No entanto, seu poder bélico era limitado em função de suas armas relativamente rudimentares. A chegada do estrangeiro alterou isso, com a introdução de novas armas e novas maneiras de guerrear. Porém, a arma mais destrutiva trazida pelo europeu foram as epidemias que introduziram várias doenças no Novo mundo. Teve início assim, o processo de submissão do nativo americano pela força das armas e da cultura do estrangeiro. 3. (G1 - ifsp 2016) A conquista espanhola na América é caracterizada pelo etnocídio e genocídio empreendidos contra os nativos do continente americano. A respeito deste tema, é correto afirmar que a) um dos objetivos que impulsionaram os espanhóis a explorarem o novo mundo foi a necessidade de aproximação com os nativos americanos. b) a catequização das populações nativas deu-se de maneira tranquila, pois os indígenas aceitavam se converter e não ofereciam resistência. c) os Criollos eram espanhóis que iam para a América e encarregavam-se de cargos administrativos dados pela coroa, já os Chapetones eram descendentes dos primeiros conquistadores e colonos espanhóis, cujos poderes políticos eram limitados. d) a lógica capitalista era a base da organização econômica da América espanhola, proveniente da expansão marítima e comercial da Europa. e) Hispaniola foi a primeira ilha a ser subjugada, onde os espanhóis estabeleceram, em 1496, o assentamento de Santo Domingo. 4. Mercantilismo A política econômica característica do Estado moderno foi chamada de Mercantilismo. Seu princípio básico era o metalismo (ou bulionismo), isto é, a identificação entre riqueza e montante de metal nobre acumulado pelo Tesouro do país. Houve três modelos clássicos para a acumulação: espoliação colonial (com implantação do Pacto colonial, que estabelecia relações comerciais favoráveis à Metrópole); balança comercial favorável, em que se estimulava mais as exportações que as importações, com auxílio de uma política protecionista contra o país concorrente; política de fomento às atividades manufatureiras, comoatividade complementar à política protecionista, para incentivar a produção de artigos que pudessem concorrer vantajosamente no mercado. Dessa maneira, as colônias reduziam-se a fornecedoras de matérias primas, adquiridas por preços muito baixos. Além disso, deviam comprar, a preços elevados, os produtos metropolitanos, tanto os manufatureiros quantos os primários, também comercialmente protegidos pelos Estados modernos. 4. (Fatec 2012) O Mercantilismo pode ser definido como um conjunto de práticas e doutrinas econômicas adotadas pelo Estado absolutista, na Idade Moderna, com o objetivo de obter e acumular riqueza. Partindo do princípio de que a riqueza de uma nação era determinada pela quantidade de metais preciosos mantidos dentro de seu território, os estados absolutos desse período a) proibiam as atividades manufatureiras e desviavam os capitais assim liberados para o desenvolvimento de frotas comerciais. b) criavam cooperativas multinacionais para dividir os custos de empreendimentos, como a colonização de áreas periféricas. c) eliminavam a livre iniciativa, submetendo as atividades econômicas rurais e urbanas ao monopólio estatal. d) estabeleciam a lei da oferta e da procura para garantir a livre concorrência e eliminar os entraves ao desenvolvimento comercial. e) utilizavam políticas intervencionistas para regular o funcionamento da economia e obter uma balança comercial favorável. 5. Impactos das conquistas Com a chegada dos europeus, a América passou a sofrer um longo e sistemático processo de colonização. A empresa colonial efetivou-se por meio de um sistema colonial, que tinha como elemento fundamental o regime de comércio entre metrópoles e colônias. O regime de comércio baseava-se no monopólio colonial, ou exclusivo metropolitano. Generalizou-se o trabalho escravo, tanto o dos nativos da terra como o dos negros africanos, o qual ensejou o lucrativo tráfico negreiro. O regime de produção e de comércio aplicado às colônias de exploração acabou gerando uma trilogia perversa – latifúndio, monocultura e escravidão – que ultrapassou, no tempo, a fase colonial. 5. (Upf 2015) “Um conhecido deputado brasileiro, durante uma reunião pública, fez comentários profundamente ofensivos contra os índios brasileiros e outras minorias. Outro deputado pediu a expulsão de povos indígenas que tentam reocupar suas terras ancestrais. Nixiwaka Yawanawá, um índio da Amazônia, disse: ‘Por mais de 500 anos, os índios do Brasil têm sofrido racismo, preconceito e violência nas mãos de pessoas que querem ver a nossa extinção. Mas ainda estamos aqui, nós somos os protetores da floresta e exigimos respeito. Me deixa triste e com raiva quando ouço os comentários de ódio e racismo desses políticos’.” (Disponível em: http://www.survivalinternational.org. Acesso em 27 set. 2014) Quase 500 anos antes da situação mencionada, os colonizadores portugueses tentaram escravizar os índios. Considerando que o processo de escravização do índio foi marcado por uma série de dificuldades, tendo em vista os fins da colonização, analise as seguintes afirmações: I. Os índios eram vadios e preguiçosos e por essa razão não serviram para o trabalho nas grandes propriedades. II. A catástrofe demográfica, isto é, a liquidação de milhares de índios vítimas de epidemias decorrentes do contato com os brancos – os quais, entre 1562 e 1563, mataram mais de 60 mil índios –, foi um dos fatores que inviabilizou a escravização desses grupos. III. A escravização do indígena era um negócio interno da colônia, ao passo que o tráfico de escravos negros era muito mais rentável ao mercantilismo da época, uma vez que mobilizava poderosos grupos externos e configurava uma das pontas do chamado comércio triangular. IV. As ordens religiosas, principalmente a dos jesuítas, também tentaram sujeitar os índios, embora o tenham feito sob argumentos missionários. Tentaram converter os índios em “bons cristãos”, reunindo-os em pequenos povoados ou aldeias, o que acabava facilitando a criação de um grupo de cultivadores indígenas flexível às necessidades da Colônia. É verdadeiro apenas o que se afirma em: a) I e II. b) I, II e III. c) II. d) II, III e IV. e) IV. Observações QUESTÕES CONTEXTUALIZADAS 1. (Upf 2016) Luís Vaz de Camões, um dos maiores nomes do Renascimento Cultural português, imortalizou, em sua principal obra, a viagem de Vasco da Gama às Índias. “Já no largo Oceano navegavam, As inquietas ondas apartando; Os ventos brandamente respiravam, Das naus as velas côncavas inchando; Da branca escuma os mares se mostravam Cobertos, onde as proas vão cortando As marítimas águas consagradas, Que do gado de Próteo são cortadas.” (CAMÕES. Os Lusíadas. Verso 19) Assinale a alternativa que apresenta corretamente elementos relativos à participação de Portugal na expansão marítima europeia nos séculos XV e XVI. a) O total apoio da Igreja Católica, desde a aclamação do primeiro rei português, visando à expansão econômica e religiosa que a expansão marítima iria concretizar. b) Para o grupo mercantil, a expansão marítima era comercial e aumentava os negócios, superando a crise do século XV; para o Estado, trazia maiores rendas; para a nobreza, trazia cargos e pensões; e, para a Igreja Católica, representava maior cristianização dos "povos bárbaros". c) O pioneirismo português se deveu mais ao atraso dos seus rivais, envolvidos em disputas dinásticas, do que a fatores próprios do processo histórico, econômico, político e social de Portugal. d) A expansão marítima, embora contasse com o apoio entusiasmado do grupo mercantil, recebeu o combate dos proprietários agrícolas, para quem os dispêndios com o comércio eram perdulários. e) A burguesia, ao liderar a arraia-miúda na Revolução de Avis, conseguiu manter a independência de Portugal, centralizou o poder e impôs ao Estado o seu interesse específico na expansão. 2. (Unesp 2014) Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu. (Fernando Pessoa. Mar Português. Obra poética, 1960. Adaptado.) Entre outros aspectos da expansão marítima portuguesa a partir do século XV, o poema menciona a) o sucesso da empreitada, que transformou Portugal na principal potência europeia por quatro séculos. b) o reconhecimento do papel determinante da Coroa no estímulo às navegações e no apoio financeiro aos familiares dos navegadores. c) a crença religiosa como principal motor das navegações, o que justifica o reconhecimento da grandeza da alma dos portugueses. d) a percepção das perdas e dos ganhos individuais e coletivos provocados pelas navegações e pelos riscos que elas comportavam. e) a dificuldade dos navegadores de reconhecer as diferenças entre os oceanos, que os levou a confundir a América com as Índias. 3. (Pucrj 2010) “Para o progresso do armamento marítimo e da navegação, que sob a boa providência e proteção divina interessam tanto à prosperidade, à segurança e ao poderio deste reino [...], nenhuma mercadoria será importada ou exportada dos países, ilhas, plantações ou territórios pertencentes à Sua Majestade, ou em possessão de Sua Majestade, na Ásia, América e África, noutros navios senão nos que [...] pertencem a súditos ingleses [...] e que são comandados por um capitão inglês e tripulados por uma equipagem com três quartos de ingleses [...], nenhum estrangeiro [...] poderá exercer o ofício de mercador ou corretor num dos lugares supracitados, sob pena de confisco de todosos seus bens e mercadorias [...]”. Segundo Ato de Navegação de 1660. In: Pierre Deyon. O mercantilismo. São Paulo: Perspectiva, 1973, p. 94-95. Por meio do Ato de Navegação de 1660, o governo inglês a) estabelecia que todas as mercadorias comercializadas por qualquer país europeu fossem transportadas por navios ingleses. b) monopolizava seu próprio comércio e impulsionava a indústria naval inglesa, aumentando ainda mais a presença da Inglaterra nos mares do mundo. c) enfrentava a poderosa França retirando-lhe a posição privilegiada de intermediária comercial em nível mundial. d) desenvolvia a sua marinha, incentivava a indústria, expandia o Império, abrindo novos mercados internacionais ao seu excedente agrícola. e) protegia os produtos ingleses, matérias-primas e manufaturados, que deveriam ter sua saída dificultada, de modo a gerar acúmulo de metais preciosos no Reino inglês. 4. (Pucrs 2015) Considere o texto abaixo, de G. F. de Oviedo, que relata o estabelecimento do império espanhol na América, no livro L’ Histoire des Indies, publicado no ano de 1555. “O almirante Colombo encontrou, quando descobriu esta ilha Hispaniola, um milhão de índios e índias (...) dos quais, e dos que nasceram desde então, não creio que estejam vivos, no presente ano de 1535, quinhentos, incluindo tanto crianças como adultos (...). Alguns fizeram esses índios trabalhar excessivamente. Outros não lhes deram nada para comer como bem lhes convinha. Além disso, as pessoas dessa região são naturalmente tão inúteis, corruptas, de pouco trabalho, melancólicas, covardes, sujas, de má condição, mentirosas, sem constância e firmeza(...). Vários índios, por prazer e passatempo, deixaram-se morrer com veneno para não trabalhar. Outros se enforcaram pelas próprias mãos. E quanto aos outros, tais doenças os atingiram que em pouco tempo morreram (...). Quanto a mim, eu acreditaria antes que Nosso Senhor permitiu, devido aos grandes, enormes e abomináveis pecados dessas pessoas selvagens, rústicas e animalescas, que fossem eliminadas e banidas da superfície terrestre. (Apud ROMANO, Ruggiero. Mecanismos da Conquista Colonial. São Paulo: Perspectiva, 1973, p. 76) Considerando o contexto histórico, pode-se afirmar que o texto de Oviedo representa a) o pensamento singular de um ideólogo extremista do absolutismo espanhol, em oposição ao sistema do Real Padroado e suas repercussões na América colonial. b) a posição de um intelectual cristão renascentista que busca denunciar o caráter semifeudal da expansão ultramarina ibérica, sintetizado na figura de Colombo. c) uma justificativa, de fundo religioso-moral, para o genocídio decorrente da exploração colonial, cujos pressupostos são correntes no universo cultural europeu da época. d) uma defesa, em termos racistas e preconceituosos, dos massacres promovidos pelos primeiros colonos espanhóis, que agiam contra os interesses econômicos do Estado Absolutista. e) uma visão irônica, de caráter naturalista e raciológico, a respeito da inutilidade da violência praticada pelos colonizadores civis espanhóis no chamado período da Conquista. 5. (Mackenzie 2013) Os homens que saíram para o Atlântico em 1492 não tinham a certeza de que chegariam às Índias, apesar do incentivo de Colombo nesse sentido. Em 12 de outubro daquele ano, um Novo Mundo se descortinou àqueles homens, extasiados com as diversas possibilidades daquela “descoberta”. A partir daquele momento, civilizações diferentes – em diversos sentidos – entrariam em contato, alterando definitivamente os rumos históricos de ambas as partes (nativos e europeus). Nesse sentido, a gravura a) contém elementos que indicam a visão, entre os séculos XVI e XVII, de uma América exótica e exuberante que ainda povoava o imaginário europeu. b) demonstra que as guerras entre os povos ameríndios era uma prática combatida pelos europeus e, por isso, extinta do continente. c) que é encomendada pelas coroas ibéricas, revela a preocupação em demonstrar uma América exótica e perigosa e, assim, evitar ataques piratas ao continente. d) enfatiza a existência de fauna e flora muito diferentes do continente europeu, representando animais efetivamente encontrados pelos colonizadores. e) procura desqualificar práticas habituais das ameríndias, como a nudez, ao representar uma mulher sentada sobre um animal exótico. QUESTÕES ESPECÍFICAS 1. (Fgvrj 2016) A partir do século XV, com o périplo africano, a exploração do litoral da África permitiu que os portugueses estabelecessem feitorias e intensificassem suas atividades mercantis. A respeito das atividades comerciais que se desenvolviam no continente africano a partir do século XV, assinale a afirmação correta. a) As rotas internas da África só se articularam ao circuito mercantil do Mediterrâneo com a expansão marítima e com a transposição do Cabo das Tormentas. b) As rotas saarianas haviam sido intensificadas com a expansão islâmica e articularam-se ao processo de expansão comercial que envolveu também as rotas asiáticas de especiarias. c) As rotas africanas do Saara foram interrompidas com o périplo português, que ampliou e acelerou o escoamento dos produtos do interior do continente. d) O comércio interno do continente africano baseava-se no tráfico de escravos e no escravismo, sistema de exploração e venda de seres humanos, criado na África. e) As atividades mercantis africanas dependiam do trânsito de mercadorias de luxo vindas da Ásia, dado que o continente africano não produzia esse tipo de mercadoria. 2. (Mackenzie 2015) Durante o século XV, a Europa experimentou o início de uma expansão marítima, que é um marco no início da europeização do mundo. Entre os motivos que levaram os portugueses a buscarem a Expansão Marítima, podemos apontar a) a queda de Constantinopla para o império turco otomano, em 1453, levando os países católicos a buscarem um novo caminho que os conduzissem à Terra Santa. b) o crescimento da circulação monetária e a consequente estabilização dos preços, na época, permitindo o acúmulo de que passou a ser investido nas empreitadas marítimas. c) o fortalecimento do poder dos monarcas europeus, que passaram a governar em caráter absolutista e centralizaram todas as decisões do Estado em suas mãos. d) a consolidação do sistema de manufaturas controladas pelas grandes corporações de ofício, que passaram a financiar a Expansão Marítima em busca de novos mercados consumidores. e) a necessidade da expansão comercial, que aumentaria os poderes do rei, manteria os privilégios da nobreza e elevaria os lucros da burguesia, pois o controle comercial do Mediterrâneo pertencia aos italianos. 3. (Fgv 2015) O Estado era tanto o sujeito como o objeto da política econômica mercantilista. O mercantilismo refletia a concepção a respeito das relações entre o Estado e a nação que imperava na época (séculos XVI e XVII). Era o Estado, não a nação, o que lhe interessava. (Eli F. Heckscher, La epoca mercantilista, 1943, p. 459- 461 Apud Adhemar Marques e et alii (seleção), História moderna através de textos, 1989, p. 85. Adaptado) Segundo o autor, a) as relações profundas entre o Estado absolutista e o nacionalismo levaram à intolerância e a tudo o que impedia o bem-estar dos súditos, unidos por regulamentações e normas rígidas. b) as práticas econômicas intervencionistas do Estado absolutista tinham o objetivo específico de enriquecer a nação, em especial, os comerciantes, que impulsionavam o comércio externo, base da acumulação da época. c) o mercantilismo foi um sistema de poder, pois o Estado absolutista implantou práticas econômicas intervencionistas, cujo objetivo maior foi o fortalecimento do poder político do próprio Estado. d) o Estado absolutista privilegiou sua aliada política, a nobreza, ao adotar medidas não intervencionistas,para preservar a concentração fundiária, já que a terra era a medida de riqueza da época. e) a nação, compreendida como todos os súditos do Estado absolutista, era o alvo maior de todas as medidas econômicas, isto é, o intervencionismo está intimamente ligado ao nacionalismo. 4. (Ufg 2012) A expressão “expansão marítima europeia” é utilizada pela historiografia contemporânea, ao tratar dos séculos XV e XVI, para a) identificar o processo de aquisição de territórios na Europa por meio da drenagem de regiões próximas ao mar, tal como ocorrido nos Países Baixos. b) caracterizar o domínio político sobre o Oriente, auxiliado pela invenção da pólvora, da bússola e do astrolábio nas universidades europeias. c) criticar o belicismo europeu que usou o argumento religioso de “combate ao infiel” para justificar suas conquistas territoriais na Ásia. d) definir o desenvolvimento econômico europeu bem como o contato e comércio com povos de outros continentes. e) legitimar a adoção da cultura europeia por parte de outras nações como ação integrante do projeto civilizacional iluminista. 5. (Pucrj 2016) Sobre a conquista espanhola da América nos séculos XV e XVI, assinale a afirmativa CORRETA. a) Da conquista participaram soldados, clérigos, cronistas, marinheiros, artesãos e aventureiros, motivados pelo desejo de encontrar riquezas como o ouro e a prata e também de expandir a fé católica expulsando os muçulmanos da América. b) O ano de 1492 foi crucial não só pela chegada de Colombo à América, como também pela conclusão da unidade da monarquia espanhola levada adiante pelos reis católicos com a conquista de Granada, último reduto muçulmano na península. c) Hernán Cortés conquistou facilmente o império Asteca, na região do alto Peru, à época governado por Montezuma, com quem se aliou para derrotar outros povos indígenas que resistiram à dominação espanhola. d) Desde o início da conquista, os indígenas contaram com a proteção da Igreja católica que os reconhecia como seres humanos que possuíam alma e, portanto, não deveriam ser subjugados. e) O Império Inca, no México, foi conquistado por Francisco Pizarro, que enfrentou uma longa resistência dos exércitos indígenas, militarmente superiores e profundos conhecedores do território em que viviam. QUESTÕES APROFUNDADAS 1. (Ufpr 2006) Leia o seguinte texto: "As colônias inglesas na América foram criadas por grupos de colonos inspirados por motivos religiosos, políticos e econômicos. Como os colonos gregos, os ingleses quiseram fundar comunidades à imagem e semelhança das que existiam na mãe pátria; diferentes dos gregos, muitos desses colonos eram dissidentes religiosos. (...) Entre os espanhóis aparecem também os motivos religiosos, mas enquanto os ingleses fundaram suas comunidades para escapar de uma ortodoxia, os espanhóis a estabeleceram para estendê-la." (PAZ, Otávio. Sóror Juana Inês de la Cruz. As armadilhas da fé. São Paulo: Mandarim, 1998, p. 32-33.) Com apoio nesta síntese de Otávio Paz a respeito dos diferentes processos de colonização das Américas, descreva de que forma as questões religiosas se incluem entre as motivações da expansão marítima europeia e como essas mesmas questões marcaram a atuação dos colonizadores portugueses e espanhóis. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ ____________________________________________________________ __________________________________________________________________ 2. (Unesp 2009) (...) A abertura de novas rotas, a fim de superar os entraves derivados do monopólio das importações orientais pelos venezianos e muçulmanos, e a escassez do metal nobre implicavam dificuldades técnicas (navegações do Mar Oceano) e econômicas (alto custo dos investimentos) (...), o que exigia larga mobilização de recursos (...) em escala nacional (...) A expansão marítima, comercial e colonial, postulando um certo grau de centralização do poder para tornar-se realizável, constituiu-se (...) em fator essencial do poder do Estado metropolitano. (Fernando Novais, O Brasil nos quadros do antigo sistema colonial. In: Carlos Guilherme Motta (org.) Brasil em perspectiva) A partir do texto, responda: Por que a centralização política foi condição para a expansão marítima e comercial nos séculos XV e XVI? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ 3. (Uerj 2010) Como indicado no mapa acima, a expansão marítima promovida pela Coroa de Portugal, nos séculos XV e XVI, permitiu a incorporação de novas regiões e sociedades ao comércio europeu. Apresente dois interesses da sociedade portuguesa na exploração da costa ocidental africana e explique a importância da região para o estabelecimento dos portugueses na Ásia. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ ____________________________________________________________ __________________________________________________________________ 4. (Puccamp 2016) (...) os mitos e o imaginário fantástico medieval não foram subitamente subtraídos da mentalidade coletiva europeia durante o século XVI. (...) Conforme Laura de Mello e Sousa, “parece lícito considerar que, conhecido o Índico e desmitificado o seu universo fantástico, o Atlântico passará a ocupar papel análogo no imaginário do europeu quatrocentista”. (VILARDAGA, José Carlos. Lastros de viagem: expectativas, projeções e descobertas portuguesas no Índico (1498-1554). São Paulo: Annablume, 2010, p. 197) O imaginário que povoou as crenças dos viajantes no contexto da expansão marítima europeia pressupunha a a) presença de perigos mortais advindos de forças sobrenaturais no então denominado Mar Sangrento ou Vermelho em função do número de tragédias que ocorriam durante sua travessia. b) certeza de que o chamado Mar Oceano se conectava ao Pacífico, por meio de uma passagem que posteriormente seria nomeada como Estreito de Gibraltar. c) existência de monstros marinhos, ondas gigantescas e outros tipos de ameaça no chamado Mar Tenebroso, como era conhecido o Atlântico. d) dúvida em relação à possibilidade de circunavegação da terra, pois a primeira volta completa ao mundo só ocorreu no final do século XVI, quando Colombo prosseguiu em sua busca de uma rota para as Índias. e) necessidade de que em toda expedição houvesse um padre e um grande crucifixo, artifícios que impediriam qualquer ameaça durante a travessia, inclusive epidemias como o escorbuto, causadas pela falta de higiene. 5. (Uerj 2006) As grandes navegações dos séculos XV e XVI possibilitaram a exploração do Oceano Atlântico, conhecido, à época, como Mar Tenebroso. Como resultado, um novo movimento penetrava nesse mundo de universos separados, dando início a um processo que foi considerado por alguns historiadores uma primeira globalização e no qual coube aos portugueses e espanhóis um papel de vanguarda. a) Apresente o motivo que levou historiadores a considerarem as grandes navegações uma primeira globalização. b) Aponte dois fatores que contribuíram para o pioneirismo de Portugal e Espanha nas grandes navegações. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ Gabarito: Tradicionais: 1. C 2. E 3. E 4. E 5. D Contextualizadas:1. B 2. D 3. B 4. C 5. A Específicas: 1. B 2. E 3. C 4. D 5. B Aprofundadas: 1. O processo de conquista e colonização da América, coincide com os conflitos religiosos na Europa, decorrentes da Reforma Protestante no século XVI. Nesse contexto, a colonização inglesa, ocorreu basicamente por grupos de puritanos fugitivos de perseguições desencadeadas pelo governo anglicano, fazendo das colônias um local de refúgio e de livre prática de sua fé. Nos domínios portugueses e espanhóis, como as metrópoles se mantiveram fiéis ao catolicismo, o processo de conquista e colonização era imbuído de um espírito cruzadista para a expansão da fé católica, sobretudo por parte dos missionários e em particular dos jesuítas que se prestavam ao papel de "conversão dos gentios" ao catolicismo. A atuação dos jesuítas também na educação entre os colonos, foi fundamental para a preservação e expansão do catolicismo no Brasil e nas colônias espanholas. 2. Ao se formar um Estado Nacional Moderno através de uma aliança entre rei e burguesia com poder centralizado nas mãos do monarca investia-se nas Grandes Navegações. Portanto, era necessário um Estado centralizado para gerenciar a expansão marítima comercial. Os Estados Nacionais Modernos necessitavam de muitos recursos para montar e equipar exércitos, montar e equipar a marinha e manter a burocracia estatal. Vale dizer que estes Estados Modernos acabaram aceitando investimentos de banqueiros uma vez que estes empreendimentos eram caros. O primeiro Estado Moderno a surgir foi Portugal e, consequentemente, foi o pioneiro na Expansão Marítima Comercial. 3. Dois dos interesses: • continuidade das guerras de Reconquista no norte da África • expansão do tráfico de escravos no golfo da Guiné • exploração da agro manufatura açucareira nas ilhas de Madeira, Açores, São Tomé e Príncipe • obtenção de produtos como pimenta malagueta, ouro e marfim O lucro com as atividades econômicas desenvolvidas na região permitia o financiamento de expedições destinadas à abertura de um novo caminho para as “Índias”, regiões asiáticas cobiçadas em função do comércio de especiarias. O enunciado e a resposta da questão abordam aspectos significativos da expansão marítima portuguesa nos séculos XV e XVI, como as vantagens da exploração África para o financiamento de expedições ao Oriente, tema que raramente é requisitado aos vestibulandos. 4. C 5. a) O estabelecimento de intercâmbios - econômicos e culturais - da Europa com povos isolados da África, da Ásia e da América. b) Dois dentre os fatores: - guerras de reconquista - vocação marítima da Península Ibérica - posição geográfica da Península Ibérica - vanguardismo ibérico no campo náutico - afluxo de capitais para a Península Ibérica - proximidade em relação à Península Itálica - processo de centralização da coroa portuguesa e espanhola
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