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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO – UFMA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS, SAÚDE E TECNOLOGIA- CCSST CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS Disciplina: Bioquímica Geral Discente: Glória Maria de Oliveira Paixão 3º período/2021.1 Docente: Francineide Firmino 27/07/2021 Bioquímica Geral Ocitocinas O que são as ocitocinas? As ocitocinas são pequenas moléculas classificadas como neuro-hormônios. Os efeitos hormonais são bem conhecidos: estão presentes no parto e na amamentação. Quando atua como neurotransmissor, a ocitocina ajuda a estabelecer vínculos sociais de afeto, confiança e empatia. Mas também pode ser encontrada em farmácias, na forma de cápsulas, líquida ou em spray, como é o caso do Syntocinon, por exemplo, devendo ser utilizada somente segundo orientação médica. Ela também é conhecida como hormônio do amor, devido ao seu papel para a melhora do humor, da interação social, diminuição da ansiedade e aumento da ligação entre parceiros. No homem, este hormônio é capaz de diminuir a agressividade, deixando- o mais mais amável, generoso e social, embora sua atuação seja muitas vezes bloqueada pela ação da testosterona. Fonte: Google Imagens Para que serve e como funciona? Podemos mencionar diversas funções, como: Facilitar o parto: Devido a sua estimulação para a contração do útero, de forma ritmada, a ocitocina naturalmente produzida pelo corpo ajuda o trabalho de parto. No entanto, em forma de medicamento, ela é utilizada quando é preciso induzir o parto, em grávidas cujo parto não aconteceu no tempo previsto, como as com mais de 41 semanas de gestação ou quando está muito demorado. Ela só deve ser utilizada com a indicação do obstetra, não podendo ser utilizada em outras ocasiões por mulheres grávidas, devido ao risco de abordo ou parto prematuro. Fonte: Carolina Horita/Bebê.com.br Auxiliar a amamentação: A ocitocina é produzida naturalmente pelo corpo da mulher, devido ao estímulo de sucção do bebê durante a amamentação. O hormônio sintético vendido em farmácias pode ser utilizado de 2 a 5 minutos antes de cada mamada ou antes da retirada do leite com a bombinha, se a mulher tiver dificuldades em amamentar ou se for mãe adotiva, auxiliando a amamentação e a ligação entre mãe e filho. Fonte: Vetores amamentar Melhorar as relações sociais: A ocitocina tem papel na melhora do convívio social, na percepção das expressões emocionais e sensibilidade, portanto, este hormônio parece ter efeitos positivos para ajudar no tratamento de pacientes com autismo e esquizofrenia, em casos indicados pelo psiquiatra. Fonte: Freepik Ajuda a combater a depressão e a ansiedade: Este hormônio pode adequar a expressão das emoções, diminuindo a sensação de estresse, além melhorar o humor e o convívio com as pessoas, podendo, em alguns casos, auxiliar o tratamento de pessoas com depressão, ansiedade intensa e com fobia social. Nestes casos, o uso da ocitocina também deve ser indicado pelo psiquiatra. Fonte: Zenklub Aumentar o prazer no contato íntimo: Acredita-se que a ocitocina tem função na melhora da libido e do desempenho sexual, agindo em conjunto com a testosterona, no homem, e a progesterona, na mulher, para a melhora do prazer e do interesse no contato íntimo, além de facilitar a lubrificação vaginal e o alcance do orgasmo. Fonte: PNGWing O contato físico, não somente sexual, mas também através de abraços e carinhos são formas de aumentar a ocitocina sem precisar de remédios. Como funcionará? Estudos evolucionários mais recentes indicam a atividade da ocitocina na formação dos lações de afeto entre mães e filhos e também nas relações amorosas. O hormônio atua quando há união e ligações de afeto entre os seres humanos. Fonte: Pngtree Quais efeitos colaterais pode causar? Apesar de todos os efeitos positivos da ocitocina e de sua função em estimular o apego e afeto entre os indivíduos, estudos indicam que a ocitocina também pode incentivar o favoritismo e preconceito, levando a formação de grupos e segregações. Exemplos: Dor de cabeça Batimentos cardíacos acelerados (taquicardia) Batimentos cardíacos lentos (bradicardia) Náusea Vômitos Cólica Dor na região da face Se a dor não for bem controlada, pode ocorrer uma ruptura do útero. Outros efeitos colaterais mais graves: Sangramento incomum especialmente após o parto Aumento da pressão arterial Dor de cabeça forte; Ansiedade; Hemorragia nasal; Visão embaçada; Baixos níveis de sódio no corpo; Alucinações; Confusão mental; Perda de coordenação e equilíbrio; Fraqueza extrema; Fala arrastada; Sensação de desmaio; Convulsões A ocitocina pode interagir com vários medicamentos e por isso é essencial que o paciente informe o médico sobre qualquer erva, remédio ou suplemento que esteja tomando. Remédios contendo fenilefrina, cafeína ou aqueles usados para tratar o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade devem ser evitados quando se está usando ocitocina. Mais do que um hormônio do amor, a ocitocina é um hormônio essencial para a continuação da vida humana. Sem ele, a atração por um parceiro sexual e situações indispensáveis para a geração de uma vida como o parto seriam muito mais difíceis. As descobertas sobre o uso de ocitocina como um tratamento para transtornos psicológicos e para auxiliar ainda mais mulheres que passam por situações de risco durante o parto são muito bem-vindas, mas o uso desse hormônio – mesmo na forma de suplemento – deve ser sempre orientado por um profissional da saúde. Podemos ilustrar com algumas imagens: Fonte: Granato Policlínica Fonte: PNGWing Fonte: Clínica da cidade O que ocasiona a sua liberação ou provoca seu aumento? Nos relacionamentos amorosos, a liberação de ocitocina é estimulada através do contato físico, olhares, beijos, abrações e carinhos. Esse aumento da presença do hormônio do amor no organismo eleva as sensações de bem-estar e felicidade. Durante o parto e a lactação, a liberação da ocitocina pode ser modulada por sua própria molécula em um mecanismo de retroalimentação positiva, ou seja, quanto mais ocitocina é liberada, há mais estímulo para sua produção e liberação no eixo hipotalâmico- hipofisário. A liberação de ocitocina por mulheres, durante o trabalho de parto, é ação pouco controlada pela tecnologia. Entretanto, observa-se que simples ações, como garantir privacidade e pouca interferência, aumentam a intensidade das contrações uterinas, sugerindo aumento da ação do hormônio nas fibras musculares do útero. Fonte: Pixabal Quais alimentos contém ou interferem na sua produção? Uma alimentação equilibrada e saudável, à base de legumes, frutas, verduras e cereais, ajuda o corpoa aumentar a produção de ocitocina e outros hormônios do bem-estar. A recomendação é que a dieta contenha alimentos ricos em vitamina C, magnésio, vitamina S e taurina. Também são indicados chás naturais que reduzem a ansiedade, como o de camomila e o de alfazema. Estimulam: Chocolate; Oleaginosas, como castanhas, avelã e pistache; Banana Folhas verde-escuras Proteínas, especialmente ovos e frutas do mar; Leite; Fonte: Pinterest Fonte: Spa Sococapa Fonte: Pinterest Fórmula molecular e estrutural A ocitocina é um peptídeo formado por nove ácidos aminados. Seu nome sistemático é cisteina-tirosina-isoleucina-glutamina-asparagina-cisteina-prolina-leucina-glicina- amina (cys - tyr - ile - gln - asn - cys - pro - leu - gly - NH2) ou CYIQNCPLG-NH2. Sua fórmula é C43H66N12O12S2 e sua massa 1007,19 g.mol-1. Na molécula de ocitocina pode-se observar a ligação dissulfeto entre os resíduos de cisteína, além das inúmeras ligações peptídicas. C43H66N12O12S2 A ocitocina é um peptídeo cíclico contendo 9 resíduos de ácidos aminados. Em sua molécula, encontramos diversos grupos amida (-CONH), que foram formados através das ligações peptídicas entre os ácidos aminados. Visto que o plasma sanguíneo é em grande parte composto por água, a ocitocina pode fazer ligações de hidrogênio através dos átomos de N, O e H e desta forma ser carregada. No entanto, ela não é exclusivamente carreada por solvatação no sangue. Existem proteínas carregadoras que também transportam a ocitocina no plasma sanguíneo. Fonte: Google Imagens A ocitocina é um hormônio produzido apenas em mamíferos e também age como um neurotransmissor. Ela é produzida nos núcleos paraventriculares do hipotálamo (PVC) pelos neurônios magnocelulares, mas é liberada somente na neurohipófise. Ela tem receptores em diversos locais do corpo, incluindo o sistema cardiovascular. A ocitocina possui importância fundamental no trabalho de parto e na ejeção do leite. A ocitocina atua no trabalho de parto estimulando as contrações uterinas, bem como promove a dilatação do canal vaginal e afastamento da sínfise púbica. A sucção promovida pelos bebê na auréola do seio da mãe também promove a liberação da ocitocina, que tem como função ajudar na secreção do leite. A ocitocina foi o primeiro hormônio polipeptídico a ser sequenciado e sintetizado. Ela foi sintetizada por Vincent du Vigneaud e colaboradores nos anos de 1950, que também sintetizaram a javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) vasopressina (ou hormônio antidiurético - ADH). Ela difere da vasopressina por dois resíduos de ácidos aminados. Por seus trabalhos, Vincent du Vigneaud recebeu o Prêmio Nobel de Química em 1955. A ocitocina é preparada sinteticamente para evitar uma possível contaminação com vasopressina e outros pequenos polipeptídeos com atividade biológica, que estariam presentes caso ela fosse obtida de origem biológica. A ocitocina sintética é amplamente utilizada na prática obstétrica para induzir o parto.
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