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FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA CRISTIAN PEREIRA DOS SANTOS ATIVIDADE CONTEXTUALIZADA DA DISCIPLINA ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO I Vitória da Conquista-BA 2021 Disciplina: Estágio Curricular Supervisionado I Professores: Luiza Carolina Franca Opretzka, Deivison Francisco das Neves, Ana Isabel Araújo Santos, Myla Lobo de Souza, Gislaine Mesquita da Silva, Isabelle Moura Fittipaldi, Marcos Paulo Santos Passos, Clarissa Santos Cavalcanti. Tutora: Juliana Prado Gonçalves Período: 06/08/21 a 21/12/21 Olá! Querido (a) Aluno (a), Vamos iniciar a atividade contextualizada na disciplina Estágio Supervisionado I - Farmácia. Ao longo do seu curso e da disciplina, você tem recebido informações a respeito das atribuições do farmacêutico, e uma delas é a dispensação de medicamentos. Aqui, você irá ampliar seus conhecimentos e interagir a respeito da temática. Os erros de dispensação ocorrem em nosso país com mais frequência do que as pessoas imaginam e devem ser minimizados, pois na maioria das vezes, são ações que podem ser evitadas. O farmacêutico tem um papel fundamental nesse contexto, uma vez que tem conhecimento e as ferramentas adequadas para realizar a correta análise e interpretação da prescrição para garantir a dispensação de medicamentos, atendendo também as necessidades do paciente e ao uso racional de medicamentos. É importante que você saiba que muitos dos problemas relacionados com medicamentos (PRM) ocorrem por erros de dispensação, causando uma série de transtornos e podem assumir dimensões clinicamente maiores, provocando efeitos adversos que podem lesar o paciente, causar internações, deixar sequelas temporárias, entre outros. Abordando o tema dispensação farmacêutica em farmácias e drogarias, sugiro que você pesquise em fontes confiáveis como livros, artigos científicos, revistas eletrônicas, publicações dos Conselhos e Legislação do setor, a respeito do impacto da atuação do farmacêutico na dispensação desse segmento. Leia atentamente o texto abaixo: Atendimento e dispensação em drogarias Carlos trabalha como farmacêutico em uma drogaria e estava em seu horário de almoço, quando um paciente idoso se aproxima do balcão para adquirir seus medicamentos. Apenas um balconista estava no atendimento, com outra pessoa. O senhor aguardou por aproximadamente 10 minutos para ser atendido. Ao chegar sua vez entregou a receita, mas a mesma não estava muito legível e o balconista não tinha muita experiência na função e perguntou quais os medicamentos que ele fazia uso. O paciente não soube informar com clareza, por conta da dificuldade com os nomes, mas falou que era para pressão e coração. O atendente dispensou a receita da forma como conseguiu interpretar. O paciente pagou a medicação e deixou o estabelecimento. Ao final do horário de expediente, Carlos é solicitado e recebe uma pessoa que se identifica como filha do paciente que foi atendido na hora do almoço, a filha muito alterada, diz que o paciente comprou a medicação no estabelecimento e ao chegar à sua residência, tomou dois deles, digoxina e verapamil, e que o paciente passou mal, sendo atendido na urgência da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do seu bairro. Diante do contexto, elabore uma dissertação de no mínimo 20 linhas e desenvolva os seguintes tópicos: Como o atendimento prestado influenciou no caso? De que maneira esse contato poderia prevenir erros de dispensação e suas consequências? Você como farmacêutico da Unidade, qual a melhor maneira de atuar ao identificar um erro de dispensação, considerando questões éticas, a atuação do atendente e a relação com o paciente e sua filha? Em sua opinião, o que pode ter acontecido em relação à interação medicamentosa e as reações adversas que acometeram o paciente? O caso em questão apresentou falha em relação a ausência do farmacêutico no estabelecimento, pois conforme Lei 13.021, art. 6º § I, é necessário “ter a presença de farmacêutico durante todo o horário de funcionamento do estabelecimento”. Mesmo que o profissional estava em horário de almoço era necessário ter outro farmacêutico para prestar atendimento adequado naquele período, garantindo assim a assistência farmacêutica e orientação segura sobre o uso racional dos medicamentos prescritos no receituário. Não é aconselhável, de maneira alguma, dispensar medicamentos cujas receitas estejam ilegíveis ou possam induzir a erros ou interpretações errôneas. Tendo sido constatada dúvida em relação à prescrição, o medicamento não deveria ser dispensado e o prescritor deveria ser contactado para esclarecimento das dúvidas e confirmação da prescrição. Tendo em vista que o medicamento já havia sido dispensado, não seria ético repreender o farmacista diante do cliente, mas reconhecer o erro e prestar a devida assistência ao paciente. Após o incidente, orientar o farmacista que, em casos onde não seja possível reconhecer o receituário, pedi ao cliente que retorno ao médico para que a receita seja refeita de maneira que fique legível. A digoxina é um fármaco com baixo índice terapêutico, de baixa dosagem e alta potência (BRASIL, ANVISA Resolução-RDC nº 67 de 08/10/2007) sendo considerado um fármaco de alto risco, onde a relação risco-benefício deve ser cuidadosamente avaliada (SANTOS et al., 2012). A digoxina está comumente relacionada em diversas interações medicamentosas, estando presente em 1,18% do total das prescrições, principalmente naquelas que envolvem a farmacocinética e podem aumentar as concentrações séricas da digoxina, como em associações com medicamentos como o verapamil, a espironolactona, entre outros (GOODMAN e GILMAN, 2007; SANTOS et e al., 2012). A interação entre digoxina e verapamil é considerada grave, tendo em vista que o verapamil pode aumentar as concentrações séricas de digoxina com consequente intoxicação, esta associação potencializa a diminuição da condução atrioventricular. As medidas que devem ser tomadas em relação e essa interação são: monitorar as concentrações plasmáticas de digoxina e observar possíveis sinais de arritmia. Ajustar doses se necessário, podendo diminuir a dosagem de digoxina (FORMIGHIERI, 2008; GUIA DE INTERAÇÕES, 2011). Por fim, evidenciou-se que prescrições contendo medicamentos de baixo índice terapêutico, como a digoxina e verapamil, apresentam risco de interações que podem variar de moderadas a graves. Deste moto, destaca-se a necessidade de avaliação quanto ao uso racional de medicamentos e à presença de interações medicamentosas das prescrições contendo esses fármacos. Referências: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13021.htm. Acessado em 15 de outubro de 2021. https://farmaceuticodigital.com/2018/12/13-tipos-de-erros-de-dispensacao-e-como-evitar.html. Acessado em 15 de outubro de 2021. GOODMAN, Louis S.; GILMAN Alfred. As bases Farmacológicas da Teurapêutica. 11º ed. Rio de Janeiro: Mc Graw Hill, 2007. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2007/rdc0067_08_10_2007.html. Acessado em 14 de outubro de 2021. FORMIGHIERI, Ramon V. Interações relatadas para medicamentos que compõe a lista da Farmácia Popular do Brasil. 2008. 96f. Monografia (Graduação) – Curso de Farmácia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008. https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/734/o/Guia_de_Interacoes_Medicamentosas.pdf?1409055761. Acessado em 14 de outubro de 2021.
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