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Resumo ADPF 186

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Resumo ADPF 186/DF 
Julgamento de arguição de descumprimento de preceito fundamental da reserva de vagas com base no critério étnico-racial na Universidade de Brasília (UnB) – primeira universidade federal a adotar esse sistema-, tendo como relator Ricardo Lewandowski o qual discorreu sobre a interferência do racismo na sociedade brasileira e na necessidade da adoção de medidas de caráter transitório que procurem diminuir e enfrentar a desigualdade. 
O processo foi ajuizado pelo Partido dos Democratas (DEM) em 2009 contra atos administrativos do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade de Brasília (Cepe/UnB) e foi a julgamento em 25 de abril de 2012, contando com a presença de instituições na condição de amici curiae de ambas as partes. 
Foram ouvidas em favor da procedência da ação argumentando inconstitucionalidade a advogada do DEM, Roberta Kaufmann; a representante do Movimento Pardo-Mestiço Brasileiro (MPMB), Julia Corrêa; e a advogada do Movimento contra o Desvirtuamento do Espírito da Política de Ações Afirmativas nas Universidades Federais e do Instituto de Direito Público e Defesa Comunitária Popular (IDEP), Wanda Siqueira. 
Em pedido pela improcedência da ADPF, argumentaram a representante do Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão da Universidade de Brasília (Cepe), a procuradora federal Indira Quaresma; o reitor da Universidade e o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade (Cespe); o presidente do Conselho Federal da OAB, Ophir Cavalcante; o defensor público geral federal, Haman Córdova, pela Defensoria Pública da União; o advogado Hédio Silva Júnior, pela Associação Direitos Humanos em Rede – Conectas Direitos Humanos; o advogado Humberto Santos Júnior, pelo Instituto de Advocacia Racial e Ambiental (IARA); a advogada Silvia Cerqueira, do Movimento Negro Unificado (MNU); pelo Educafro - Educação e Cidadania de Afro-Descendentes e Carentes, o advogado Thiago Bottino; e pela Associação Nacional dos Advogados Afrodescendentes (ANAAD), o advogado Márcio Thomaz Bastos. Todos falaram sobre a importância da adoção das cotas a fim de promover a diminuição das desigualdades, a inclusão e promover o princípio da dignidade humana.
Os argumentos iniciais da ADPF 186/DF foram o de violar o princípio da igualdade formal, da dignidade humana e afronta a Constituição de 1988 – art. 1° caput, III, 3°, IV, 4°, VIII, 5°, I, II, XXXIII, XLI, LIV, 37°, caput, 205°, 206°, caput, I, 207°, caput, e 208°, V. 
Em resposta, a Unb por meio de seus representantes alegaram que a ação afirmativa se pautava no princípio da dignidade humana, visto que se busca a eliminação de todas as formas de discriminação racial, conforme art. 3°, IV e 4°, VIII. Foram chamados a se posicionar a Procuradoria Geral da República que manifestou improcedência da ADPF e a Advocacia Geral da União, qual argumentou falta de requisitos necessários à sua concessão e manifestou-se pela denegação da medida cautelar. 
	Conforme analisado e votado pelos Ministros, a Carta Magna Brasileira/88 discorre o dever do Estado de garantir ações afirmativas a fim de reparar os fatores de desigualdade, nesse caso em questão, a inclusão e o acesso à educação superior pública de qualidade. O critério de mérito indicado pela Constituição não é obrigatoriamente o único a ser adotado, visto que fala-se da combinação de critérios a fim de dar acesso a todos de forma igualitária. 
Conforme tratado pelo STF na emenda, IV, V e VIII, as políticas de ações afirmativas que buscam reverter desigualdades étnico-racias e sociais contribuem positivamente para o país, uma vez que, ao adotar metodologia de seleção diferenciada a comunidade acadêmica e a própria sociedade gozaram de um pluralismo de ideias, conforme disposto no art. 1°, V da Constituição Federal/88.

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