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Apendicite aguda (= inflamação aguda do apêndice): 1. Introdução: O apendicite agudo é a principal causa de abdome agudo inflamatório. Apêndice = víscera oca com fundo cego que drena (muco) para o ceco. Principal causa = Obstrução da luz do apêndice. A obstrução da luz do apêndice impede a drenagem de muco para o ceco, causando uma distensão do apêndice, em seguida, isquemia, necrose e perfuração. 1.1) Etiologia: 1. Obstrução por fecalito/ apendiculito. 2. Hiperplasia linfóide. 3. Obstrução por corpo estranho. 4. Exame contrastado com bário. 5. Obstrução por tumor (tumor carcinóide). 6. Obstrução por parasitas. 1.2) Fisiopatologia: 1. Obstrução da luz do apêndice. 2. Impede a drenagem do muco. 3. Distensão do apêndice. 4. Ultrapassa a pressão da drenagem venosa e linfática 5. Congestão de vasos venosos e linfáticos (1ª fase - edematosa/ inflamatória). 6. Processo inflamatório da mucosa em direção a serosa. 7. Produção de pus (2ª fase - purulenta/ supurativa). 8. Ultrapassa a pressão de perfusão arterial. 9. Isquemia (3ª fase - isquêmica/ necrótica/ gangrenosa); 10. Necrose do apêndice 11. Aumento da pressão no apêndice isquêmica. 12. Perfuração do apêndice (4ª fase - perfurativa). 1.3) Fases da apendicite: 1ª fase: edematosa/ inflamatória (= distensão da víscera) 2ª fase: purulenta/ supurativa (= irritação do peritônio - dor na fossa ilíaca direita). 3ª fase: isquêmica/ necrótica/ gangrenosa (= necrose do apêndice). 4ª fase: perfurativa. 2. Quadro clínico: 1. Náuseas/ anorexia/ hiporexia. 2. Dor epigástrica leve a moderada, mal definida. 3. Dor localizada na fossa ilíaca direita com sinais de peritonite. 4. Náuseas intensas e vômitos. 5. Febre tardia. 2.1) Exame físico: Sinais de peritonite: 1. DB+ 2. Contratura involuntária. 3. Abdome em tábua. 2.1.1) Epônimos: 1. Sinal de Blumberg: dor em DB+ no ponto de Mcburney (⅓ distal da linha entre a região umbilical e a fossa ilíaca direita). 2. Sinal de Rovsing: 3. Sinal de Lenander: diferença da temperatura axilar e retal > 1ºC (sinal de peritonite) 4. Sinal de Dunphy: dor a percussão ou a tosse no ponto de Dunphy (descolamento do peritônio visceral e parietal). 5. Sinal de Lapinski: 6. Sinal de Sloan 7. Sinal de Martorelli: percussão no calcâneo. 8. Sinal do Psoas: dor com a extensão da perna direita em decúbito lateral esquerdo (sinal de psoite) - apêndice retroperitonial. 2.2) Exames: 1. Leucocitose. 2. Ultrassom (apêndice espessado > 6cm). 3. TC (borramento da gordura) 2.3) Diagnóstico: Quadro clínico + exame físico. 3. Tratamento: 1. Apendicectomia (ligadura da artéria apendicular, ponto transfixante, secção do apêndice). 1. Peritonite localizada: incisão de Mcburney ou Davis; 2. Peritonite difusa: não fazer a incisão de Mcburney (não permite a lavagem da cavidade), incisão mediana ou videolaparoscopia (recomendada em casos de peritonite difusa ou dúvida diagnóstica) Complicações: infecção da parede abdominal, sepse, abscesso intra-cavitário. 2. Apendicectomia de intervalo (=exceção): pacientes com abscesso bloqueado, plastrão, estáveis, sem complicações (não tem peritonite difusa, sepse, instabilidade, obstrução) com quadro arrastado, realizar a drenagem do abscesso percutâneo e antibioticoterapia. Após 6-8 semanas, seguir com a apendicectomia eletiva. 4. Apendicite aguda em gestantes: Apendicite aguda = principal causa de cirurgia não ginecológica-obstétrica em gestantes. 4.1) Quadro clínico (dificuldade de identificar a apendicite aguda) 1. Dor no flanco/ hipocôndrio direito (não no ponto de Mcburney). 2. Dificuldade do epíplon, grande omento proteger o processo inflamatório ( → perfuração do apêndice). 3. Leucocitose ( fisiológico da gestação). Piora de prognóstico: 1. Demora para diagnóstico/ tratamento. 4.2) Exames: 1. USG de abdome e transvaginal. 2. TC (custo benefício (1 trimestre não realizar)). 3. RM (padrão ouro - s/ radiação) 4.3) Tratamento: 1. Apendicectomia (1 ao 2 trimestre) (técnica de Hasson) 2. Cesárea + apendicectomia (> 3 trimestre) (técnica aberta)
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