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Ovariohisterectomia (OVH), orquiectomia e vasectomia em pequenos animais Mv. Dr. Leonardo Dias Mamão Introdução • Ovariohisterectomia: - Retirada cirúrgica dos ovários, tubas uterinas e útero; • Orquiectomia: - Retirada cirúrgica dos testículos (acompanhados dos epidídimos e parte dos cordões espermáticos); • Vasectomia: - Obstrução cirúrgica da passagem do sémen, através da ressecção e ligadura dos ductos deferentes; Ovariohisterectomia (OVH) Anatomia cirúrgica do trato reprodutor feminino (Ligamento largo) (pedículo ovariano) Pré-operatório • Avaliação criteriosa; • Risco cirúrgico; • Estabilização dos animais (se for necessário); • Antibiótico profilático ou terapêutico; • Jejum alimentar; • Tricotomia ampla; • Antissepsia; Acesso pela linha mediana Acesso cirúrgico OVH Acesso pelo flanco Acesso cirúrgico OVH Acesso por videolaparoscopia Acesso cirúrgico OVH Técnica cirúrgica • Técnica das 3 pinças: • Decúbito dorsal e preparação do animal (tricotomia ampla, antissepsia, colocação dos panos de campo); • Realizar a celiotomia mediana retroumbilical conforme descrição da técnica, estendendo cerca de 3 a 5 cm caudalmente (na gata, incisão ± 1 cm caudal ao umbigo); • Localização do corno uterino direito (preferencialmente) com gancho de Snook ou com o dedo indicador; Técnica cirúrgica • Após a localização do ovário, pode-se romper ou não o ligamento suspensor do ovário; • Identifica o pedículo ovariano e faz-se uma janela no mesmo; • Pinça-se duplamente o pedículo ovariano com pinça hemostática traumática (preferencialmente curva) e a terceira pinça é colocada entre o ovário e o corno uterino; 1 pinça: cranial ao ovário. 2 pinça: caudal a primeira pinça e cranial ao ovário. 3 pinça: caudal ao ovário (no local do ligamento próprio do ovário). Técnica cirúrgica • Realiza-se incisão cranial ao ovário e caudal à segunda pinça; • Após a incisão, a ligadura é realizada cranial a primeira pinça (pode- se abrir cuidadosamente a pinça no momento da ligadura para que o nó fique mais apertado); • Após a completa ligadura, libera-se as pinças e verifica-se se há ou não hemorragia no pedículo; • Repetir o procedimento no ovário e corno uterino esquerdo; Técnica cirúrgica • Secção dos ligamentos largos (direito e esquerdo), permanecendo somente as artérias e veias uterinas médias juntamente aos cornos e posteriormente junto ao corpo do útero; • Caso haja grande vascularização no ligamento largo do útero, procede-se a ligadura destes; • Exterioriza-se os corpo uterino e localiza-se a cérvix; Técnica cirúrgica • Ligadura das artérias uterinas de cada lado do corpo uterino separadamente; • Executa-se a mesma manobra das 3 pinças no corpo uterino cranial à cérvix (pode-se fazer à transfixação do corpo uterino); • Incisão no corpo uterino entre a primeira e a segunda pinça; • Realizar ligadura dupla do corpo uterino cranial ao cérvix; • Verificar quanto a presença de sangramentos; • Realizar a omentopexia; Técnica cirúrgica Técnica cirúrgica Ovariohisterectomia (OVH) Ovariohisterectomia (OVH) Ovariohisterecomia pelo flanco Ovariohisterecomia pelo flanco Ovariohisterecomia por videolaparoscopia Pós operatório - Analgésico: Clor. tramadol (cadelas: 5mg kg/tid/ gatas: 1 – 2 mg kg/tid ou bid/3 dias) e Dipirona: 25 mg/Kg/3 dias; - Anti-inflamatório: Meloxicam (0,1 – 0,2 mg kg/sid/)/ Carprofeno (2,2 mg Kg/Bid). - Colar elizabetano ou roupa cirúrgica; - Remoção da sutura cirúrgica: 10 dias após; Indicações • Só evitar cruzamentos/crias indesejadas ou cio? ?NÃO!!! Indicações “As indicações deste procedimento vão muito além...” • Controle populacional; • Prevenção e tratamento de enfermidades reprodutivas; • Controle de anormalidades endócrinas e dermatológicas; • Prevenção de tumores mamários e anomalias congênitas; Indicações Controle populacional Indicações - Principais enfermidades reprodutivas: ➢Piometra; ➢Mumificação fetal; ➢Maceração fetal; ➢Feto enfisematoso; ➢Hiperplasia vaginal; ➢Prolapso uterino; ➢Ruptura uterina; ➢Neoplasias vaginais e vulvares; ➢Neoplasias ovarianas e uterinas; ➢Pseudogestação; Piometra Mumificação fetal Maceração fetal Feto enfisematoso Hiperplasia vaginal Correção cirúrgica Prolapso uterino Ruptura uterina Tumores da vagina e vulva Tumores da vagina e vulva Leiomiossarcoma Tumores uterinos e ovarianos Tumores uterinos e ovarianos Controle de anormalidades endócrinas e dermatológicas • Animais diabéticos e epiléticos; - Interferência com a medicação; - Resistência insulínica; - Estresse; • Demodiciose canina generalizada; - Transmissão hereditária; - Recidivas; Demodiciose canina generalizada Prevenção de tumores mamários • OVH precoce tem efeito protetor no desenvolvimento do tumor mamário; Cadela Gata Antes primeiro cio 99,5% 91% Antes segundo cio 92% 86% Após segundo cio 74% 11% Após terceiro cio NÃO há proteção Prevenção de anomalias congênitas Luxação de patela Displasia coxofemoral Orquiectomia Orquiectomia • Remoção cirúrgica dos testículos; - Indicações: ➢Prevenir coberturas indesejáveis; controle populacional; ➢Redução da agressividade; ➢Redução de comportamentos errantes (micção, monta em objetos e pessoas,...) ➢Evita doenças como prostatopatias, adenomas perianais, hérnia perineal,... ➢Anormalidades congênitas, testiculares, neoplasias escrotais e perianais, controle de epilepsias, anormalidades endócrinas,... Anatomia cirúrgica PênisBulbo Prepúcio Testículo Epidídimo Ductos deferentes Próstata Músculo retrator do pênis Uretra Anatomia cirúrgica Músculo cremaster Cordão espermático Ducto deferente Plexo pampiniforme Epidídimo 1- Pele 2- Túnica de dartos 3- Fáscia espermática Testículo Túnica vaginal Pré-operatório • Avaliação criteriosa; • Risco cirúrgico; • Antibiótico profilático; • Jejum alimentar (8 – 12 h; se filhotes, 4 – 8 h; e jejum hídrico de 2 horas); • Tricotomia ampla; • Antissepsia; Orquiectomia • Pré-escrotal: Consiste na exposição dos testículos por meio de uma incisão cranialmente à bolsa escrotal na linha média; Vantagem de não expor a bolsa escrotal ao risco de contaminação e menor hemorragia; Técnica usada para cães; • Escrotal: Consiste na exposição dos testículos por meio de uma ou duas incisões de pele sobre a bolsa escrotal; Técnica usada para felinos; Orquiectomia Pré-escrotal Escrotal Técnica cirúrgica: Orquiectomia pré- escrotal ➢Com a região previamente preparada (decúbito dorsal, tricotomia, antissepsia e colocação dos panos de campo) inicia-se a cirurgia; ➢Aplica-se pressão no escroto para que um dos testículos avance para área pré-escrotal; Técnica cirúrgica: Orquiectomia pré- escrotal ➢Incisão com o bisturi de pele e subcutâneo na rafe mediana, sobre o testículo deslocado; ➢Incisão da fáscia espermática, túnica vaginal parietal sobre o testículo; ➢Não incisar a túnica albugínea (exposição do parêquima testicular); Orquiectomia pré-escrotal ➢Separe o ligamento da cauda do epidídimo à partir da túnica vaginal; ➢Exteriorize o testículo e realize a ligadura dupla com fio absorvível (Ex. vicryl, caprofyl; 2-0, 3-0); • Pode ser realizado ligadura individual do cordão vascular e do ducto deferente, ou em conjunto; Orquiectomia pré-escrotal ➢Pinçar e transeccionar o ducto deferente e o plexo pampiniforme entre a pinça hemostática e a ligadura (inspecionar quanto à sangramento); ➢Sutura da túnica vaginal (Sultan ou simples contínuo); ➢Realizar o mesmo procedimento com o outro testículo; Orquiectomia pré-escrotal ➢Sutura subcutâneo padrão contínuo com fio absorvível; ➢Sutura de pele com padrão simples interrompido com fio inabsorvível (Nylon); Orquiectomia pré-escrotal Orquiectomia pré-escrotal Orquiectomia pré-escrotal Orquiectomia escrotal ➢Indicada também para fins eletivos e terapêuticos; ➢Evitar hábitos semi-domiciliares é a principalindicação (caçar, perambular, brigar e copular fora do domicílio); ➢Estruturas que compõe o aparelho reprodutor semelhantes à do cão, exceto pela localização (região perineal); Técnica cirúrgica: Orquiectomia escrotal ➢Decúbito dorsal com os membros posteriores puxados cranialmente; ➢Com a região previamente preparada (tricotomia, antissepsia e colocação dos panos de campo) inicia-se a cirurgia; Técnica cirúrgica: Orquiectomia escrotal ➢Realiza-se ou uma incisão escrotal entre os testículos ou duas incisões sobre cada testículo; ➢Incisa a túnica vaginal parietal e separa-se o ligamento da cauda do epidídimo; Orquiectomia escrotal ➢Ligadura dupla, pinçamento e transeccione o testículo; ➢NÃO REALIZAR SUTURA de túnica, subcutâneo ou pele; ➢Ligadura do ducto deferente com os vasos espermáticos (ou ligadura descendente) são opções à utilização de fio de sutura; Orquiectomia escrotal Pós operatório - Analgésico: Dipirona: 25 mg/Kg/3 dias; - Anti-inflamatório: Meloxicam (0,1 – 0,2 mg kg/sid/) ou Carprofeno (2,2 mg Kg/Bid); - Colar elizabetano ou roupa cirúrgica; - Remoção da sutura cirúrgica: 10 dias após; Orquiectomia - Complicações: ➢Hemorragia (associada à ligadura inadequada); ➢Infecção; ➢Eventração ou evisceração (caso de hérnia escrotal não diagnosticada previamente); Vasectomia Vasectomia • Obstrução da passagem do sêmen pelo ducto deferente; • Objetivo de esterilizar o macho sem alterar seu padrão de comportamento; • Hormônios sexuais masculinos (testosterona) continuam a ser produzidos pelas células de Leydig; • Azoospermia ocorre em aproximadamente uma semana após a cirurgia; Anatomia cirúrgica • Cordão espermático: - Estende do anel inguinal interno até o escroto; • Formado pelo ducto deferente, com sua artéria e veia; • Plexo pampiniforme: artéria e veia testiculares, os vasos linfáticos, as faixas de musculatura lisa, o plexo testicular de nervos autonômicos simpáticos e a túnica vaginal parietal; Anatomia cirúrgica Cordão espermático Ducto deferente + artéria e veia Plexo pampiniforme Pré-operatório • Semelhante ao de orquiectomia; Técnica cirúrgica: Vasectomia • Com a região previamente preparada (decúbito dorsal, tricotomia, antissepsia e colocação dos panos de campo) inicia-se a cirurgia; • Palpação do cordão espermático na região inguinal direita e esquerda; • Realiza-se uma incisão de pele sobre o cordão espermático de aproximadamente 2 cm; Técnica cirúrgica: Vasectomia • Dissecação até atingir a túnica vaginal parietal, e então incise-a; • Identifique as estruturas e isole o ducto deferente com o auxílio de uma pinça hemostática; • CUIDADO PARA NÃO LESIONAR AS ESTRUTURAS DO PLEXO PAMPINIFORME (gera hemorragia de difícil controle e muitas vezes, é necessár io real izar orquiectomia); Vasectomia • Realiza-se ligadura dupla no ducto deferente, e corta um segmento de meio cm entre as ligaduras (fio absorvível monofilamentado 2-0 ou 3-0); • Aproxime a túnica vaginal parietal com fio absorvível e padrão de sutura contínuo simples ou sultan); • Repita o procedimento no cordão espermático contralateral; Vasectomia • Aproximação do tecido subcutâneo (fio absorvível monofilamentado 2-0 ou 3-0); • Sutura de pele (fio inabsorvível monofilamentado 3-0 ou 4-0, interrompido simples); Vasectomia Pós operatório • Semelhante ao de orquiectomia; Duvidas??????
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