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Direito Administrativo 
 
Poderes Administrativos – Roteiro de Estudo 
 
 
Marcus Vinicius Corrêa Bittencourt é Advogado da União, Mestre em Direito do Estado pela 
UFPR, Professor de Direito Administrativo da Faculdade de Direito de Curitiba, da Escola da 
Magistratura Federal do Paraná, do Curso Aprovação e do Curso Jurídico. Autor do livro “Manual 
de Direito Administrativo” 1ª.ed. - 2ª. Tiragem - Editora Fórum – 2005. 
www.marcusbittencourt.com.br 
 
1.Introdução. Os poderes administrativos são inerentes à Administração Pública para que esta 
possa proteger o interesse público. Encerram prerrogativas de autoridade, as quais, por isso mesmo, 
só podem ser exercidas nos limites da lei. São os poderes normativo, disciplinar, hierárquico e 
poder de polícia. Poderes discricionário e vinculado não existem como poderes autônomos. 
Discricionariedade e vinculação são, no máximo, atributos de outros poderes ou competências da 
Administração. Segundo Hely Lopes Meirelles, “poder vinculado ou regrado é aquele que o Direito 
Positivo – a lei – confere à Administração Pública para a prática de ato de sua competência, 
determinando os elementos e requisitos necessários à sua formalização.” O agente está totalmente 
preso ao previsto na lei. “Poder discricionário é o que o Direito concede à Administração, de modo 
explícito ou implícito, para a prática de atos administrativos com liberdade na escolha de sua 
conveniência, oportunidade e conteúdo.” (Direito Administrativo Brasileiro, p. 102/103) 
 
2. Poder normativo ou regulamentar. Poder normativo é mais apropriado, pois poder 
regulamentar não abrange toda a competência normativa da Administração. Poder regulamentar é o 
que cabe ao Chefe do Poder Executivo da União, dos Estados e dos Municípios, de editar normas 
complementares à lei, para sua fiel execução. Na doutrina: dois tipos de regulamentos – 
regulamento executivo e o regulamento independente ou autônomo. Regulamento executivo 
complementa a lei. Art. 84, IV da CF – contém normas “para fiel execução da lei”. Não pode 
estabelecer normas “contra legem” ou “ultra legem”. Não pode inovar na ordem jurídica, criando 
direitos, obrigações, proibições, medidas punitivas, uma vez que ninguém é obrigado a fazer ou 
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei, conforme art. 5º, II, da CF. Regulamento 
autônomo ou independente inova na ordem jurídica. Não completa nem desenvolve nenhuma lei 
prévia. Além do decreto regulamentar, o poder normativo da Administração se expressa por meio 
de resoluções, portarias, deliberações, instruções, editadas por autoridades que não o Chefe do 
Executivo. Ex. Art. 87, § único, II, da CF outorga aos Ministros de Estado competência para 
“expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos.” Há ainda regimentos pelos 
quais os órgãos colegiados estabelecem normas sobre o seu funcionamento interno. 
 
3.Poder Disciplinar. Definição: competência da Administração Pública para apurar infrações e 
aplicar sanções aos servidores públicos e demais pessoas que possuem um vínculo especial com o 
Poder Público. Para os servidores, o poder disciplinar é uma decorrência da hierarquia. Nenhuma 
penalidade pode ser aplicada sem prévia apuração por meio de procedimento legal em que sejam 
assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes (art. 5º, LV, 
da CF). 
 
4.Poder Hierárquico. Organização administrativa é baseada em dois pressupostos: distribuição de 
competências e hierarquia (relação de coordenação e subordinação entre os vários órgãos que 
integram a Administração Pública). Poder hierárquico, segundo Hely Lopes Meirelles, é o de que 
dispõe o Poder Executivo para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a 
atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro 
de pessoal (Direito Administrativo Brasileiro, p. 105). Da organização administrativa decorrem para 
a Administração Pública diversos poderes como, por exemplo, poder de dar ordens aos 
subordinados que implica o dever de obediência para estes últimos, ressalvadas as ordens 
manifestamente ilegais; poder de controlar a atividade dos órgãos inferiores, para examinar a 
legalidade de seus atos e o cumprimento de suas obrigações, podendo anular os atos ilegais ou 
revogar os inconvenientes ou inoportunos, seja ex officio, seja mediante provocação dos 
interessados, por meios de recursos hierárquicos; poder de avocar atribuições, desde que estas não 
sejam da competência privativa do órgão subordinado; poder de delegar atribuições que não lhe 
sejam exclusivas etc. 
 
5. Poder de polícia. Fundamento do poder de polícia: princípio da predominância do interesse 
público sobre o particular. Conceito legal de poder de polícia (art. 78 do CTN): considera-se poder 
de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou 
liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à 
segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de 
atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade 
pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Exercício do poder de 
polícia constitui um dos fatos geradores da taxa (art. 145, II da CF e art. 77 do CTN). 
Características ou Atributos do poder de polícia: discricionariedade, auto-executoriedade e 
coercibilidade, além do fato de corresponder a uma atividade negativa. 
 
Referências: BITTENCOURT, Marcus Vinicius Corrêa. Manual de Direito Administrativo. Belo Horizonte: Fórum, 2005; 
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 13ª ed. São Paulo: Atlas, 2000; MEIRELLES, Hely Lopes. 
Direito Administrativo Brasileiro. 23 ed., São Paulo: Malheiros, 1998.

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