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Responsabilidade Civil no Código de Defesa do Consumidor

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RESPONSABILIDADE 
CIVIL 
Renata Barros Pietro
Responsabilidade Civil 
no Código de Defesa 
do Consumidor
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Reconhecer a importância do amparo constitucional ao consumidor.
 Definir as hipóteses de responsabilidade civil presentes no Código
de Defesa do Consumidor.
 Analisar as possíveis causas que excluem a responsabilidade civil.
Introdução
Neste capítulo, você vai ler sobre o momento em que surgiu a preocupa-
ção normativa com a proteção do consumidor na relação de consumo e 
de que forma os direitos dos consumidores são assegurados. Ainda, você 
vai perceber as situações na relação de consumo em que a responsa-
bilidade por eventuais danos fica a cargo exclusivamente da parte mais 
forte da relação. Também verá as hipóteses em que não haverá essa 
responsabilização.
Proteção do consumidor no sistema 
jurídico brasileiro
A Constituição Federal de 1988 foi um importante marco para a normatização 
dos direitos dos consumidores no Brasil. Nela, foi assegurada a proteção que 
deve ser conferida e determinada para a criação de um Código de Defesa do 
Consumidor (CDC), a Lei nº. 8.078, de 11 de setembro de 1990.
O art. 5º, XXXII, da Constituição Federal determina os direitos e as ga-
rantias fundamentais à defesa do consumidor:
03063_Responsabilidade_Civil_Livro.indb 295 14/05/2018 16:05:30
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabi-
lidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, 
nos termos seguintes:
[...]
XXXII — o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; 
(BRASIL, 1988, documento on-line).
Podemos afirmar que se trata, portanto, de um direito fundamental, que visa 
efetivar a proteção dos consumidores e, assim, equilibrar as relações de consumo. 
É evidente a desigualdade entre os sujeitos das relações consumeristas e, com a 
tutela de direito fundamental, busca-se uma equidade, evitando a predominância 
dos interesses do contratante mais forte, que são os fornecedores.
Segundo Cláudia Lima Marques (2009, p. 26), significa “[...] assegurar afir-
mativamente que o Estado-juiz, que o Estado-Executivo e o Estado-Legislativo 
realizem positivamente a defesa, a tutela dos interesses destes consumidores”, 
no direito de fomentar as ações deliberadamente positivas, a fim de assegurar 
a integridade do exercício dos direitos fundamentais.
Diante dessa desigualdade de relação, é necessária a intervenção do Estado 
para garantir a proteção dos consumidores, fundamentada no princípio da 
igualdade. Dessa forma, quando a Carta Magna menciona que o Estado 
garantirá a defesa do consumidor em forma da lei, refere-se ao art. 48 do Ato 
das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT).
O art. 48 do ADCT estipulava o prazo de 120 dias após a promulgação 
da Constituição Federal para que o Congresso Nacional elaborasse o CDC.
Embora tal prazo não tenha sido observado, hoje temos o CDC (Lei nº. 
8.079/1990).
A Constituição Federal ainda consagra a defesa do consumidor como 
princípio geral da atividade econômica no art. 170 da Constituição Federal:
Título VII Da Ordem Econômica e Financeira
Capítulo I Dos Princípios Gerais da Atividade Econômica
Art. 170 A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e 
na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme 
os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
I — soberania nacional;
II — propriedade privada;
III — função social da propriedade;
IV — livre concorrência;
V — defesa do consumidor;
VI — defesa do meio ambiente;
VII — redução das desigualdades regionais e sociais;
Responsabilidade Civil no Código de Defesa do Consumidor296
03063_Responsabilidade_Civil_Livro.indb 296 14/05/2018 16:05:30
VIII — busca do pleno emprego;
IX — tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital nacional 
de pequeno porte.
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade 
econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos 
casos previstos em lei (BRASIL, 1988, documento on-line).
Segundo Manoel Jorge e Silva Neto (2006, p. 675), a ordem econômica 
consiste em um “[...] plexo normativo, de natureza constitucional, no qual são 
fixadas a opção por um modelo econômico e a forma como deve se operar a 
intervenção do Estado no domínio econômico”. 
Assim, a ordem econômica busca, de um lado, certa liberdade na explora-
ção econômica, todavia, observando determinados princípios que limitam a 
exploração descontrolada. Daí porque falamos que a liberdade econômica não 
é absoluta, uma vez que é moldada pelos princípios da dignidade da pessoa 
humana e da defesa do consumidor.
A Carta Magna atribuiu às relações de consumo um importante amparo, 
determinando a defesa do consumidor como direito fundamental, como prin-
cípio geral da atividade econômica e ainda designando a criação de uma 
codificação de leis que protegessem, de forma efetiva, o consumidor, o que 
resultou no CDC.
Responsabilidade civil no Código 
de Defesa do Consumidor
O CDC tem, como regra, a responsabilidade objetiva e solidária dos forne-
cedores de produtos e prestadores de serviços frente aos consumidores e, 
como exceção, a responsabilidade civil subjetiva dos profi ssionais liberais 
(TARTUCE; NEVES, 2012, p. 116).
Desse modo, o ônus de comprovar a culpa dos réus em casos de vícios 
ou defeitos dos produtos ou serviços não cabe ao consumidor, uma vez que a 
responsabilidade é gerada independentemente de culpa. 
No caso dos profissionais liberais, a responsabilidade será apurada me-
diante a verificação de culpa, uma vez que eles também se encontram, muitas 
vezes, em situação de vulnerabilidade ou hipossuficiência. Por exemplo, a 
responsabilidade pessoal de um advogado, dentista ou médico só existirá se 
comprovada a culpa, ou seja, dolo — intenção de causar prejuízo — ou culpa 
— imprudência, negligência ou imperícia (TARTUCE; NEVES, 2012, p. 118).
297Responsabilidade Civil no Código de Defesa do Consumidor
03063_Responsabilidade_Civil_Livro.indb 297 14/05/2018 16:05:30
Casos específicos de responsabilidade civil no Código 
de Defesa do Consumidor
Quatro são as situações de responsabilidade civil amparadas pela lei 
consumerista: 
 responsabilidade pelo vício do produto;
 responsabilidade pelo fato do produto;
 responsabilidade pelo vício do serviço;
 responsabilidade pelo fato do serviço.
Antes de tudo, precisamos distinguir vício de fato. No vício, o problema 
está ligado aos limites do bem de consumo ou serviço. Enquanto que no fato 
ou defeito, o dano extrapola os seus limites, e há outros danos materiais, 
morais ou estéticos (TARTUCE; NEVES, 2012, p. 125).
Tomemos como exemplo uma situação em que dois consumidores adquirem dois 
celulares. Quando o primeiro consumidor utiliza o celular, ele simplesmente explode 
e acaba queimando a mão do consumidor, que precisa ser levado ao hospital. Nessa 
situação, temos presente o fato do produto ou defeito. O segundo consumidor, ao 
utilizar o aparelho, sofre o mesmo dano, porém ele não tem a sua mão queimada, 
então, aqui temos vício no produto.
Vamos adiante. Com relação à solidariedade, ela será encontrada em apenas 
três desses quatro casos de responsabilidade. Quando presente, todos os envol-
vidos com o fornecimento ou a prestação responderão pelos danos (Quadro 1).
Responsabilidade Civil no Código de Defesa do Consumidor298
03063_Responsabilidade_Civil_Livro.indb 298 14/05/2018 16:05:30
Fonte: TARTUCE; NEVES (2012).
Responsabilidade pelo 
vício do produto.
Há solidariedade entre 
fabricante e comerciante.
Responsabilidade pelo fato 
do produto ou defeito.
Não há solidariedade entre 
fabricante e comerciante.
Responsabilidade pelo 
vício de serviço.
Há solidariedade entre todos 
os envolvidos na prestação.
Responsabilidadecivil 
pelo fato do serviço.
Há solidariedade entre todos 
os envolvidos na prestação.
Quadro 1. Solidariedade.
Responsabilidade civil pelo vício do produto
Haverá responsabilidade civil pelo vício do produto quando existir um problema 
oculto ou aparente no bem de consumo, que o torna impróprio para uso ou 
diminui o seu valor, conforme o art. 18 do CDC.
O mencionado artigo traz um rol exemplificativo de vícios. Vejamos:
Art. 18 [...] 
§ 6º São impróprios ao uso e consumo:
I — os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;
II — os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, 
corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aque-
les em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição 
ou apresentação;
III — os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim 
a que se destinam. (BRASIL, 1990, documento on-line).
No § 1º do art. 18 do CDC, temos as hipóteses em que há vício de qualidade, 
que, se não for sanado no prazo de 30 dias, o consumidor poderá escolher a 
seu critério:
 a substituição do produto por outro de mesma espécie;
 a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada;
 o abatimento proporcional do preço.
299Responsabilidade Civil no Código de Defesa do Consumidor
03063_Responsabilidade_Civil_Livro.indb 299 14/05/2018 16:05:30
Esse prazo de 30 dias pode, ainda, ser convencionado entre as partes, as 
quais podem acordar em reduzi-lo ou ampliá-lo, não podendo ser, entretanto, 
inferior a 7 dias nem superior a 180 dias.
Se o vício for de quantidade, as alternativas judiciais possíveis de livre 
escolha para o consumidor constam no art. 19 do CDC:
 abatimento proporcional do preço;
 complementação do peso ou medida;
 substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, 
sem os aludidos vícios;
 restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem
prejuízo de eventuais perdas e danos.
Independentemente de o vício ser de qualidade ou quantidade, há um prazo 
decadencial para a sua reclamação, de acordo com o art. 26 do CDC. Dessa 
forma, uma vez transcorrido o prazo, ocorrerá a extinção da ação proposta, 
com resolução do mérito (TARTUCE; NEVES, 2012, p. 137).
Prazo decadencial de 30 dias — fornecimento de produtos não duráveis (bens que 
desaparecem facilmente com o consumo).
Prazo decadencial de 90 dias — fornecimento de produtos duráveis (não desapa-
recem facilmente com o uso).
Em caso de dúvida se o bem é durável ou não, deve ser considerado o maior prazo, 
de 90 dias, em virtude do princípio do protecionismo do consumidor, previsto no art. 
1° do CDC e art. 5º, XXXII, da Constituição Federal.
Responsabilidade Civil no Código de Defesa do Consumidor300
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Responsabilidade civil pelo fato do produto ou defeito
No fato do produto ou defeito, ocorrem outras consequências além do próprio 
produto, outros danos que geram a responsabilidade objetiva direta e imediata 
do fabricante (art. 12 do CDC), além da responsabilidade subsidiária ou mediata 
do comerciante ou de quem o substitua (TARTUCE; NEVES, 2012, p. 142).
O art. 12, § 1º, do CDC estabelece alguns parâmetros para a caracterização do 
produto defeituoso, ou seja, aquele que não oferece a segurança esperada, como:
 sua apresentação;
 uso e riscos que razoavelmente dele se esperam;
 época em que foi colocado em circulação.
Declarado o fato do produto ou defeito, poderá o consumidor propor uma ação 
de reparação de danos contra o agente causador do prejuízo. Tal demanda deve 
observar o prazo prescricional de 5 anos, previsto no art. 27 do CDC. Esse prazo 
será contado da ocorrência do evento danoso ou do conhecimento de sua autoria.
Responsabilidade civil pelo vício do serviço
Nas hipóteses que envolvem o serviço, temos o mesmo tratamento legal, 
presente a mesma diferenciação concreta entre o vício de serviço e o fato do 
serviço, sendo o último o defeito a gerar o acidente de consumo (TARTUCE; 
NEVES, 2012, p. 149).
A regra de solidariedade é aplicada entre todos os envolvidos. Se um serviço 
contratado for mal prestado, todos os envolvidos responderão. O art. 20 do 
CDC, § 2º, diz que são considerados impróprios os serviços que se mostrem 
inadequados para os fins que deles se esperam e que não atendam às normas 
regulamentares de prestabilidade. Aqui, o prestador de serviços responde pelos 
vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou diminuam seu 
valor, também aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes 
da oferta ou mensagem publicitária (TARTUCE; NEVES, 2012, p. 149).
Em situações assim, o consumidor poderá exigir alternativamente, por 
livre escolha, de acordo com o art. 20 do CDC:
 reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;
 restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem
prejuízo de eventuais perdas e danos;
 abatimento proporcional do preço.
301Responsabilidade Civil no Código de Defesa do Consumidor
03063_Responsabilidade_Civil_Livro.indb 301 14/05/2018 16:05:30
Os prazos para reclamação são os previstos no art. 26 do CDC, dependendo 
se o serviço é durável ou não.
Responsabilidade civil pelo fato do serviço ou defeito
O fato do serviço ou defeito está previsto no art. 14 do CDC, gerando a 
responsabilidade civil objetiva e solidária entre os envolvidos. Aqui, a res-
ponsabilidade civil dos profi ssionais liberais somente existe se houver culpa 
comprovada por sua parte (TARTUCE; NEVES, 2012, p. 153).
Temos o prazo prescricional de 5 anos para a ação de reparação de danos, 
iniciando a contagem do conhecimento do dano e de sua autoria (art. 27 do CDC).
Excludentes de responsabilidade civil 
no Código de Defesa do Consumidor
A Lei nº. 8.078/1990 traz, no art. 12, §§ 3º e 14, os excludentes de responsa-
bilidade civil, os quais afastam o dever de indenizar, caso forem provados 
determinados pontos pelos fornecedores e prestadores.
O fabricante, o construtor, o produtor ou importador e o fornecedor de 
serviços só não serão responsabilizados quando provarem:
 que não colocaram o produto no mercado;
 que, embora tenham colocado o produto no mercado ou prestado serviço,
o defeito inexiste;
 que a culpa é exclusiva do consumidor ou de terceiro.
Com isso, não haverá dever de indenizar se não houver dano reparável. 
O que acontece é que “[...] a ausência de dano não constitui excludente de 
responsabilidade civil, mas falta de um de seus pressupostos” (TARTUCE; 
NEVES, 2012, p. 167).
Responsabilidade Civil no Código de Defesa do Consumidor302
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Tartuce e Neves lembram que:
[...] o mero descumprimento do negócio de consumo ou má prestação do servi-
ço, por si, não geram dano moral ao consumidor. Pelo bom-senso, pela equidade 
e pelas máximas de experiência, deve estar evidenciada a lesão aos direitos da 
personalidade, para que se possa falar em dano imaterial reparável. Isso, para 
que o nobre instituto do dano moral não caia em desprestígio (2012, p. 170).
Quanto à culpa ou fato exclusivo de terceiro, o terceiro deve ser pessoa 
totalmente estranha à relação jurídica.
A culpa exclusiva do consumidor ocorre quando “[...] ele desrespeita as 
normas regulares de utilização do produto constantes do seu manual de instru-
ções, muitas vezes por sequer ter lido o seu conteúdo” (TARTUCE; NEVES, 
2012, p. 173). Aqui, temos a autoexposição da vítima ao dano, pois ela própria 
assume as consequências da sua conduta.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Promulgada em 5 de 
outubro de 1988. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituição.htm>. Acesso em: 3 maio 2018.
BRASIL. Lei nº. 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do con-
sumidor e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, 
Brasília, DF, 12 set. 1990.Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
l8078.htm>. Acesso em: 3 maio 2018.
MARQUES, C. L. Introdução ao Direito do Consumidor. In: BENJAMIN, A. H. V.; MAR-
QUES, C. L.; BESSA, L. R. Manual de Direito do Consumidor. 2. ed. São Paulo: Revista 
dos Tribunais, 2009.
SILVA NETO, M. J. Curso de Direito Constitucional. 2. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2006.
TARTUCE, F.; NEVES, D. A. A. Manual de Direito do Consumidor: Direito Material e Pro-
cessual. São Paulo: Método, 2012.
303Responsabilidade Civil no Código de Defesa do Consumidor
03063_Responsabilidade_Civil_Livro.indb 303 14/05/2018 16:05:30

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