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Seja bem-vindo(a) ao Módulo 1 – Fundamentos Pedagógicos do Currículo em Ação. Este módulo está organizado em seis unidades. 1 Currículo em Ação e formação integral 2 O compromisso com o desenvolvimento de competências 3 O compromisso com a alfabetização, o letramento e os (multi)letramentos em todas as áreas do conhecimento 4 Tecnologia digital: o estudante como consumidor e produtor de tecnologia 5 O processo de avaliação a serviço das aprendizagens de todos os estudantes 6 O estímulo e o apoio à construção do Projeto de Vida dos estudantes Ao longo dessas unidades, você terá a oportunidade de: conhecer a proposta de formação e comprometer-se com o próprio desenvolvimento profissional, reconhecendo seus interesses e necessidades e planejando seus estudos ao longo do programa. explorar novos modos de aprender, ensinar e se relacionar na sociedade contemporânea, característicos não somente do novo ethos decorrente do desenvolvimento tecnológico e das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) como também do contexto da pandemia de Covid-19. explorar como os princípios, propósitos, fundamentos e concepções do Currículo em Ação, e suas principais características, especificidades e inovações nas diferentes etapas da Educação Básica, orientam as definições curriculares e a organização dos tempos e espaços da escola. entender como as competências gerais precisam orientar as definições curriculares e a organização dos tempos e espaços da escola nas diferentes etapas da Educação Básica, tendo em vista promover a formação integral de todos os estudantes. discutir as concepções de letramento, multiletramentos e novos letramentos, compreendendo a importância do compromisso de todos da escola com sua promoção com os estudantes. discutir a importância de promover o uso seguro, ético e responsável das TDIC pelos estudantes, tanto como consumidores quanto como produtores de conteúdos digitais. discutir a importância de organizar e implementar processos, estratégias e instrumentos de avaliação e autoavaliação coerentes com os objetivos, as habilidades a serem avaliadas, as situações de aprendizagem desenvolvidas e os estudantes em sua diversidade de características (física, intelectual, afetiva, identitária e ética) e heterogeneidade de contextos (culturais, socioeconômicos e linguísticos), saberes (vivências, experiências, conhecimentos e habilidades) e interesses. reconhecer a necessidade de analisar indicadores e resultados educacionais (considerando diferentes dimensões e âmbitos ‒ local, estadual e nacional), investigando os fatores externos e internos à escola que possam ter influenciado esses resultados. entender o significado e a abrangência dos projetos de vida dos estudantes, reconhecendo sua centralidade no alinhamento da proposta pedagógica da escola e das práticas (pedagógicas e/ou de gestão). refletir sistematicamente sobre sua prática (pedagógica e/ou de gestão), com base em registros próprios e em devolutivas de outros educadores, de maneira a reconhecer interesses e necessidades de formação, buscando possibilidades para supri-las. explorar o registro pedagógico como estratégia de reflexão sobre sua prática (pedagógica e/ou de gestão), fundamental para o planejamento, o acompanhamento e a melhoria da sua atuação profissional, tendo em vista a formação integral dos estudantes. explorar seu papel na implementação do Currículo em Ação, identificando e discutindo atribuições, responsabilidades e desafios nesse processo. Você terá acesso a duas unidades de cada vez. Bons estudos! Currículo em Ação e formação integral O compromisso com a Educação Integral O Currículo em Ação define e explicita, a todos os profissionais da educação que atuam no estado, as aprendizagens essenciais a que todos os estudantes paulistas têm direito, com vistas à sua formação integral. Nesse sentido, a Educação Integral é assumida como base da formação dos estudantes do estado, independentemente da rede de ensino que frequentam (estadual, municipal e particular) e da jornada que cumprem (parcial ou integral). Formação integral e Competências Gerais No âmbito pedagógico, o compromisso com a formação integral é expresso nas 10 Competências Gerais que devem ser desenvolvidas ao longo de toda a Educação Básica. Desse modo, espera-se garantir que, ao final do Ensino Médio, o estudante paulista se constitua como um “[...] cidadão autônomo, capaz de interagir de maneira crítica e solidária, de atuar de maneira consciente e eficaz nas ações que demandam análise criteriosa e na tomada de decisões que impactam o bem comum, de buscar e analisar criticamente diferentes informações e ter plena consciência de que a aprendizagem é demanda para a vida toda.” (SÃO PAULO, 2020, p. 30-31) Mas, afinal, o que é competência? No Currículo em Ação, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. Antes de prosseguir, assista ao vídeo sobre as Competências Gerais. https://youtu.be/4ptSKpg3rJ0 Como você pode ver, as Competências Gerais mobilizam, simultaneamente: Conhecimentos: correspondem aos saberes (conceitos e procedimentos). Habilidades: supõem o saber fazer, ou seja, a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos) para resolver desafios (no âmbito da escola ou da vida). Atitudes: referem-se ao querer fazer, levando-nos a decidir se vamos ou não exercitar nossas habilidades. https://avaefape2.educacao.sp.gov.br/pluginfile.php/1049435/mod_resource/content/25/tela01.html?embed=1 https://avaefape2.educacao.sp.gov.br/pluginfile.php/1049435/mod_resource/content/25/tela01.html?embed=1 https://avaefape2.educacao.sp.gov.br/pluginfile.php/1049435/mod_resource/content/25/tela01.html?embed=1 https://youtu.be/4ptSKpg3rJ0 Valores: consistem no saber ser e no saber conviver, orientados por preceitos morais e éticos, constituindo a base dos relacionamentos humanos e sociais. São determinantes para pautar atitudes que colaborem para a “construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva”. Agora é com você! Analise cada uma das Competências Gerais da Educação Básica, identificando que aspectos cada uma delas mobiliza. Lembrando que ela pode ter mais de um aspecto Competência geral 1 - Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. conhecimentos (conceitos e procedimentos) habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais) atitudes valores Competência geral 2 - Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas. conhecimentos (conceitos e procedimentos) habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais) atitudes Competência geral 3 - Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e, também, participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural. conhecimentos (conceitos e procedimentos) habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais) atitudes Competência geral 4 - Utilizar diferentes linguagens — verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital —, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentosem diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. conhecimentos (conceitos e procedimentos) habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais) atitudes Competência geral 5 - Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. conhecimentos (conceitos e procedimentos) habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais) atitudes valores Competência geral 6 - Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. conhecimentos (conceitos e procedimentos) habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais) atitudes valores Competência geral 7 - Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. conhecimentos (conceitos e procedimentos) habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais) atitudes valores Competência geral 8 - Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. conhecimentos (conceitos e procedimentos) habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais) atitudes Competência geral 9 - Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. conhecimentos (conceitos e procedimentos) habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais) atitudes valores Competência geral 10 - Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais) atitudes valores O compromisso com a Educação Integral Implicações nas práticas pedagógicas e de gestão No Currículo em Ação, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. O compromisso com a Educação Integral tem diferentes implicações nas práticas pedagógicas e de gestão. Podemos listar, ao menos, cinco tipos de implicações. 1 Implicações na visão que se tem do estudante. 2 Implicações na gestão escolar e na da aprendizagem. 3 Implicações quanto à definição e à organização dos espaços de aprendizagem. 4 Implicações quanto aos processos pedagógicos. 5 Implicações quanto aos professores e demais profissionais da educação. Assista ao vídeo para compreender melhor esses aspectos. https://youtu.be/f7SWH7RypcI Agora é com você! Qual(is) dos objetivos a seguir expressa(m) implicações do compromisso do Currículo em Ação com a formação integral de todos os estudantes da Educação Básica nas práticas pedagógicas e/ou de gestão? √ Viabilizar aprendizagens significativas por meio de metodologias ativas e estratégias diversificadas que estimulem o protagonismo, a criatividade, o pensamento crítico, o espírito de investigação e o comportamento ético, colaborativo e responsável dos estudantes. √ Estruturar processos educativos com foco nas experiências que devem ser proporcionadas às crianças ou nas aprendizagens que devem ser construídas pelos estudantes dos Ensinos Fundamental e Médio, e não com base em conteúdos específicos a serem ensinados. √ Acompanhar e assegurar as aprendizagens necessárias com equidade, adotando estratégias metodológicas diversificadas, adequadas às necessidades dos diferentes estudantes. X Promover atividades manuais, lúdicas e recreativas em paralelo às aulas, a fim de que os estudantes estabeleçam relações entre o que aprendem e o que experienciam nessas atividades. √ Organizar processos educativos considerando as necessidades, as possibilidades e os interesses dos estudantes, com base em uma visão plural, singular e integral da criança, do adolescente, do jovem e do adulto, de suas ações e seus pensamentos, considerando as diferentes infâncias e juventudes, as diversas culturas juvenis e seu potencial de criar novas formas de existir. https://youtu.be/f7SWH7RypcI √ Considerar as demandas do mundo contemporâneo na organização dos processos educativos, oportunizando aos estudantes viver, aprender, se relacionar e atuar em um mundo cada vez mais dinâmico, complexo, multifacetado e incerto. √ Viabilizar e assegurar aprendizagens sintonizadas com as necessidades prementes de transformação social, redução das desigualdades e construção de uma sociedade mais humana, socialmente justa, inclusiva, democrática e responsável pela preservação do planeta e dos seres que aqui vivem. X Promover ações no contraturno que sejam complementares àquelas promovidas no turno escolar, de modo a ampliar as oportunidades dos estudantes de acesso a conteúdos importantes à sua educação. √ Promover ações educativas que assegurem o desenvolvimento dos estudantes em todas as suas dimensões humanas (intelectual, física, afetiva e cultural), potencializando a construção de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores. √ Promover estratégias para estabelecer coletivamente um clima escolar que assegure o acolhimento dos estudantes em suas singularidades e diversidades, combatendo a discriminação e o preconceito em todas as suas expressões, bem como construindo relações de respeito às diferenças sociais, pessoais, históricas, linguísticas e culturais. √ Constituir todos os espaços da escola como espaços de aprendizagem, de cultura e de democracia inclusiva, de modo a responder ao desafio de formar os estudantes para atuar em uma sociedade altamente marcada pela tecnologia e pela mudança. √ Explorar os conhecimentos de forma contextualizada e interdisciplinar, e ampliar as visões de mundo operantes no currículo escolar (contemplando múltiplas cosmovisões brasileiras e mundiais), abordando e valorizando o conhecimento como um processo vivo, diverso e construído historicamente por diferentes povos e culturas. √ Desenvolver competências que permitam aos estudantes mobilizar conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. √ Romper com visões reducionistas de educação que privilegiam ou a dimensão intelectual (cognitiva), ou a dimensão física (prática) ou, mais raras vezes, as dimensões afetiva e cultural (socioemocional), o que significa também romper com a segregação entre a educação para a elite (formação para os que pensam, planejam, mandam) e a educação para o povo (capacitação do trabalhador manual). Você identificou todos os objetivos que expressam implicações do compromisso do Currículo em Ação com a formação integral de todos os estudantes da Educação Básica naspráticas pedagógicas e/ou de gestão. Assim, por exemplo, você destacou os objetivos que estão associados às demandas da contemporaneidade e ao tipo de cidadão que se deseja formar, ou seja: “Considerar as demandas do mundo contemporâneo na organização dos processos educativos, oportunizando aos estudantes viver, aprender, se relacionar e atuar num mundo cada vez mais dinâmico, complexo, multifacetado e incerto”; “Romper com visões reducionistas de educação que privilegiam ou a dimensão intelectual (cognitiva), ou a dimensão física (prática), ou, mais raras vezes, as dimensões afetiva e cultural (socioemocional), o que significa também romper com a segregação entre a educação para a elite (formação para os que pensam, planejam e mandam) e a educação para o povo (capacitação do trabalhador manual)”; e, ainda, “Viabilizar e assegurar aprendizagens sintonizadas com as necessidades prementes de transformação social, redução das desigualdades e construção de uma sociedade mais humana, justa, inclusiva, democrática e responsável pela preservação do planeta e dos seres que aqui vivem”. Você identificou, ainda, o objetivo que tem implicações na visão que se tem do estudante, ou seja, o que se refere a “organizar processos educativos considerando as necessidades, as possibilidades e os interesses dos estudantes, com base em uma visão plural, singular e integral da criança, do adolescente, do jovem e do adulto, de suas ações e seus pensamentos, considerando as diferentes infâncias e juventudes, as diversas culturas juvenis e seu potencial de criar novas formas de existir”. Você destacou, também, os objetivos que têm implicações na gestão escolar e na definição e organização dos espaços de aprendizagem, ou seja, “promover estratégias para estabelecer coletivamente um clima escolar que assegure o acolhimento dos estudantes em suas singularidades e diversidades, combatendo a discriminação e o preconceito em todas as suas expressões, bem como construindo relações de respeito às diferenças sociais, pessoais, históricas, linguísticas e culturais” assim como “constituir todos os espaços da escola como espaços de aprendizagem, de cultura e de democracia inclusiva, de modo a responder ao desafio de formar os estudantes para atuar em uma sociedade altamente marcada pela tecnologia e pela mudança”. Especificamente sobre a visão quanto à gestão da aprendizagem e aos processos pedagógicos, você destacou os seguintes objetivos: “viabilizar aprendizagens significativas por meio de metodologias ativas e estratégias diversificadas que estimulem o protagonismo, a criatividade, o pensamento crítico, o espírito de investigação e o comportamento ético, colaborativo e responsável dos estudantes”; “estruturar processos educativos com foco nas experiências que devem ser proporcionadas às crianças ou nas aprendizagens que devem ser construídas pelos estudantes dos Ensinos Fundamental e Médio, e não com base em conteúdos específicos a serem ensinados”; “acompanhar e assegurar as aprendizagens necessárias com equidade, adotando estratégias metodológicas diversificadas, adequadas às necessidades dos diferentes estudantes”; “promover ações educativas que assegurem o desenvolvimento dos estudantes em todas as suas dimensões humanas (intelectual, física, afetiva e cultural), potencializando a construção de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores”; “explorar os conhecimentos de forma contextualizada e interdisciplinar, e ampliar as visões de mundo operantes no currículo escolar (contemplando múltiplas cosmovisões brasileiras e mundiais), abordando e valorizando o conhecimento como um processo vivo, diverso e construído historicamente por diferentes povos e culturas”; e, por fim, “desenvolver competências que permitam aos estudantes mobilizar conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho”. Você foi também bem-sucedido quando identificou os objetivos que não expressam implicações do compromisso do Currículo em Ação com a formação integral de todos os estudantes da Educação Básica nas práticas pedagógicas e/ou de gestão, ou seja: - “Promover atividades manuais, lúdicas e recreativas em paralelo às aulas, a fim de que os estudantes estabeleçam relações entre o que aprendem e o que experienciam nessas atividades”, uma vez que a promoção das atividades sugeridas nesse objetivo deve ser o norte das experiências escolares; - “Promover ações no contraturno que sejam complementares àquelas promovidas no turno escolar, de modo a ampliar as oportunidades dos estudantes de acesso a conteúdos importantes à sua educação”, pela mesma razão indicada antes, ou seja, a seleção de “conteúdos importantes à sua educação” deve ser o princípio orientador do currículo e das propostas pedagógicas das escolas. Para concluir este módulo, não deixe de fazer a autoavaliação a seguir. O compromisso com o desenvolvimento de competências Registro: Para começar... (1) Na unidade anterior, você pôde refletir a respeito da complexidade envolvida na formulação das Competências Gerais, que integram conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para melhor expressar as relações entre as dimensões humanas que devem ser asseguradas nessas aprendizagens, tendo em vista o compromisso com a formação integral de todos os estudantes. Pôde também perceber que, dada a complexidade de cada Competência Geral, elas são desenvolvidas ao longo de toda a Educação Básica, e não em etapas ou momentos específicos. Então, considerando que o Currículo em Ação afirma seu compromisso com o desenvolvimento de competências, reflita e responda: Por que o Currículo em Ação explicita direitos de aprendizagem e desenvolvimento e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento para a Educação Infantil, e competências específicas e habilidades para os Ensinos Fundamental e Médio? Qual é a implicação disso para as práticas pedagógicas e/ou de gestão? O compromisso com a alfabetização, o letramento e os (multi)letramentos em todas as áreas do conhecimento Multiletramentos Quando uma criança ingressa no Ensino Fundamental e sabe contar histórias, relatar episódios que aconteceram com ela, recitar poemas e/ou parlendas e conhece as regras de alguns jogos infantis, entre outras ações de linguagem, a escola, acertadamente, valoriza essas práticas letradas, mesmo quando não o faz de forma sistemática e consciente. Entretanto, nem todas as crianças passam pelas mesmas práticas, já que estas são diversas em função dos contextos e grupos sociais e culturais dos quais fazem parte e nos quais circulam. Portanto, não são crianças com déficits individuais, mas que tiveram oportunidades diferenciadas de participação nas práticas de letramento valorizadas pela escola. É com base nessa constatação que surge a discussão sobre multiletramentos. https://www.youtube.com/watch?v=IRFrh3z5T5w Agora é com você! O conceito de multiletramentos decorre da evolução dos estudos científicos sobre letramento e letramento escolar, como também da observação das próprias transformações sociais e culturais nos usos da escrita e da leitura. Com base no vídeo “Pedagogia dos multiletramentos”, quais aspectos compõem a definição de multiletramentos? O reconhecimento da multissemiose constitutiva dos textos escritos, ou seja, da diversidade e multiplicidade de linguagens (semioses/modalidades) e mídias que se integram na constituição dos gêneros escritos, e que tem se intensificado com as tecnologias digitais. A compreensão crítica da multiculturalidade das práticas de letramento, ou seja, da diversidade cultural e social dos usos e práticas da escrita e da leitura, algumas delas valorizadas e outras desvalorizadas pela escola, incluindo as culturas digitais. A compreensão de que multiletramentos se refere, a um só tempo, a letramentos em múltiplasculturas e em múltiplas linguagens/mídias. Excelente! Você compreendeu que as três alternativas expressam aspectos relativos à definição de multiletramentos, sendo que a terceira sintetiza as duas dimensões contempladas neste conceito: as múltiplas culturas (detalhada na segunda alternativa) e as múltiplas linguagens/mídias (detalhada na primeira alternativa). Portanto, ampliando a noção de letramentos, multiletramentos é “um conceito bifronte: aponta, a um só tempo, para a diversidade cultural das populações em êxodo e para a diversidade de linguagens dos textos contemporâneos, o que vai implicar, é claro, uma explosão multiplicativa dos letramentos, que se tornam multiletramentos, isto é, letramentos em múltiplas culturas e em múltiplas linguagens (imagens estáticas e em movimento, música, dança e gesto, linguagem verbal oral e escrita etc.)” (ROJO & MOURA, 2019, p. 20; ênfase adicionada). https://www.youtube.com/watch?v=IRFrh3z5T5w ROJO, Roxane; MOURA, Eduardo. Letramentos, mídias, linguagens. São Paulo: Parábola Editorial, 2019. REFAZER Quais são os impactos dessa concepção de multiletramentos para o trabalho escolar? Garantir aos estudantes a participação em práticas de letramento multiculturais e que promovam a leitura crítica e a produção de textos multissemióticos. Ampliar a compreensão de letramento para além do letramento da letra (valorizado pelo letramento escolar), e a de texto para além do texto escrito (sistema da escrita), explorando as múltiplas linguagens/mídias integradas na constituição dos diferentes textos que circulam socialmente. Privilegiar o letramento da letra, mas contemplar também outros letramentos, em especial multiletramentos e novos letramentos. Ampliar intencionalmente as práticas de letramento promovidas por todos os professores, considerando tanto letramentos valorizados pelas diferentes áreas (com gêneros próprios de cada ciência de referência, impressos ou digitais) como letramentos não valorizados e próprios das culturas locais. Promover práticas de leitura e produção em todas as áreas do conhecimento, que levem os estudantes a construir sentidos dos textos multissemióticos com base na exploração e compreensão da relação indissociável entre as linguagens que os constituem. Correlacionar as novas práticas letradas e as práticas locais dos estudantes com a cultura valorizada pelo letramento escolar, dando voz a outras culturas, historicamente não valorizadas pela escola. Incorporar os usos da linguagem pelas culturas digitais, não apenas enquanto textos ou gêneros, mas como práticas sociais e culturais de leitura e produção, com regras e procedimentos próprios de funcionamento. Excelente! Ao selecionar todas as alternativas, você reconheceu que os professores de todos os componentes precisam assumir o compromisso de garantir a participação dos estudantes em práticas sociais de diferentes culturas, que envolvam gêneros variados das mais diversas esferas da atividade humana, de modo a promover a leitura crítica e a produção de textos multissemióticos (imagens estáticas e em movimento, música, dança e gesto, linguagem verbal oral e escrita etc.). E que, para tanto, todos os professores precisam ampliar intencionalmente as práticas de letramento promovidas, considerando tanto letramentos valorizados pelas diferentes áreas (com gêneros próprios de cada ciência de referência, impressos ou digitais) como letramentos não valorizados e próprios das culturas locais. O compromisso com a alfabetização, o letramento e os (multi)letramentos em todas as áreas do conhecimento Registro: Alfabetização em um contexto de multiletramentos Como você estudou nesta Unidade, o Currículo em Ação firma um compromisso com a alfabetização em um contexto de multiletramentos, um processo muito mais amplo e que deve ser promovido com intencionalidade ao longo de toda a escolaridade, por todos os professores e, mais, por toda a escola. Leia novamente a resposta que você deu à primeira pergunta desta unidade, com sua opinião sobre por que a alfabetização é um dos compromissos do Currículo em Ação. https://avaefape2.educacao.sp.gov.br/mod/assign/view.php?id=6009 Como você responderia a essa questão, agora? Clique no botão “Adicionar/Editar” e utilize o campo disponível para registrar todas as suas ideias. Seu registro será útil para que você possa se planejar e acompanhar suas aprendizagens, necessidades e interesses ao longo da formação. Você voltará a ele posteriormente. O compromisso com a alfabetização, o letramento e os (multi)letramentos em todas as áreas do conhecimento Ambiente alfabetizador Conteúdo dentro de um box de destaque Para dar conta do compromisso com a alfabetização em um contexto de multiletramentos, a escola precisa organizar intencionalmente seus tempos, espaços e suas rotinas de modo a oferecer oportunidades diversificadas para que os estudantes participem de práticas de letramento. O verbete ambiente alfabetizador, do Glossário Ceale, desenvolvido pelo Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (Ceale), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), fala um pouco dessa organização. Leia-o. Agora é com você! Com base no verbete que você leu, responda: Quais são as características de um ambiente alfabetizador? Foco na criança e em seu processo de apropriação do sistema de escrita alfabética de modo articulado ao desenvolvimento de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores relativos aos usos e às funções da leitura e da escrita em práticas sociais e culturais diversificadas. Contato intenso da criança com os materiais escritos e participação ativa em práticas de leitura e escrita de adultos. Ambiente capaz de estimular e desafiar a criança em seu processo de aprendizagem, por meio da mediação do(a) professor(a) ou de outro parceiro privilegiado (inclusive outras crianças). Materiais impressos, audiovisuais e digitais diversificados e de interesse das crianças, e acessíveis a elas. Exploração de diferentes portadores e gêneros textuais, lendo e escrevendo para e com as crianças. http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/ambiente-alfabetizador Leia-o. Agora é com você! Com base no verbete que você leu, responda: http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/ambiente-alfabetizador http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/ambiente-alfabetizador Quais são as características de um ambiente alfabetizador? Foco na criança e em seu processo de apropriação do sistema de escrita alfabética de modo articulado ao desenvolvimento de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores relativos aos usos e às funções da leitura e da escrita em práticas sociais e culturais diversificadas. Contato intenso da criança com os materiais escritos e participação ativa em práticas de leitura e escrita de adultos. Ambiente capaz de estimular e desafiar a criança em seu processo de aprendizagem, por meio da mediação do(a) professor(a) ou de outro parceiro privilegiado (inclusive outras crianças). Materiais impressos, audiovisuais e digitais diversificados e de interesse das crianças, e acessíveis a elas. Exploração de diferentes portadores e gêneros textuais, lendo e escrevendo para e com as crianças. Desenvolvimento de projetos pedagógicos, nos quais as crianças têm oportunidade de fazer uso da escrita em um contexto de estudo, o que mobiliza seus processos de reflexão sobre a língua escrita em vários níveis (pragmático, sintático e fonológico), criando um ambiente favorável ao desenvolvimento da alfabetização e do letramento. Intervenção pedagógica efetiva e intencional na aprendizagem do sistema de escrita pelas crianças, estimulando e problematizando suas reflexões sobre esse objeto de conhecimento, como também promovendo o desenvolvimento de habilidades de leitura e produção de textos e, por fim, a apropriação da culturaescrita. Ambiente no qual a cultura escrita, mediadora de toda prática de alfabetização, precisa ser reconhecida, problematizada, ou mesmo construída pelos participantes do contexto escolar. Presença (e, também, ausência) de materiais impressos, audiovisuais e digitais diversificados e promoção das práticas sociais e culturais de leitura e de escrita mediadas por esses materiais. Excelente! Ao selecionar todas as alternativas, você reconheceu que um ambiente alfabetizador é mais do que um espaço com as paredes cobertas de cartazes com letras, palavras ou frases, ou com estantes com livros, mesas com computador etc. Afinal, ainda que a presença de materiais escritos (impressos e digitais) seja fundamental, ela não é suficiente. Além da necessidade de materiais escritos “reais”, ou seja, que circulam efetivamente fora do espaço escolar, esses materiais precisam considerar contextos de letramento mais e menos valorizados pela escola, ainda que se privilegie (tendo em vista a alfabetização) o letramento da letra. E não para por aí. Você também reconheceu que, mesmo que o espaço tenha todo esse material, não é possível considerá-lo um ambiente alfabetizador se as crianças não tiverem acesso direto a esses materiais, sem a interferência do/a professor/a. Isso porque o processo de alfabetização é motivado principalmente pela curiosidade e pela descoberta, e o contato com a escrita não pode estar condicionada à ação do adulto. No entanto, você também teve clareza, ao selecionar as alternativas, que essa autonomia dada às crianças para circularem e entrarem em contato com os materiais não tira o/a professor/a de cena. Aliás, muito pelo contrário. É a interação com o/a professor/a, e intervenção efetiva e intencional dele/a, que problematiza as reflexões das crianças sobre a escrita (sistema de escrita alfabética), o que promove sua aprendizagem, como também favorece o desenvolvimento de habilidades de leitura e produção de textos e, por fim, a apropriação da cultura escrita. Unidade 4 Tecnologia digital: o estudante como consumidor e produtor de tecnologia Qual a sua geração? Pode parecer uma pergunta indelicada (rsrsrsrs), mas só você saberá a resposta. Em que ano você nasceu? Identifique na linha do tempo a época em que você nasceu Geração X Os nascidos entre os anos de 1960 e 1980 são identificados como Geração X. As pessoas desta geração viram as televisões ganharem controle remoto. Foi nesse período também que o Sputnik foi lançado (o satélite espacial, e não a vacina contra o coronavírus) e que o homem foi à Lua. Geração Y Nos anos 1980 os computadores pessoais (PC, sigla para personal computer, em inglês) começam a existir nas residências. É o momento também de diferentes dispositivos eletrônicos (videocassete, aparelhos de som) e eletrodomésticos, como o micro-ondas. Os nascidos desta geração, quando tiveram internet em casa, passavam boa parte do tempo em salas de bate-papo on-line. Também é uma característica da Geração Y procurar informações rápidas, um resultado de terem tido acesso à informação globalizada, em tempo real. Geração Z Talvez você já tenha se reconhecido como um “nativo digital”. Nos anos 2000 os dispositivos tecnológicos estão mais difundidos – além dos computadores, os celulares ganham também conexão com a internet. As coisas ficam “inteligentes” e conectadas: os nascidos nesta geração controlam a geladeira, a televisão e até as luzes da sala usando o celular ou mesmo controle por voz. As redes sociais impulsionam a comunicação e a criação de comunidades. Ter a oportunidade de rever algumas características sobre o desenvolvimento das tecnologias no período em que você nasceu e consolidou muitas aprendizagens é interessante para colocar luz na questão: como você se relaciona com as tecnologias hoje em dia? Pense nisso para se preparar para a próxima atividade. Tecnologia digital: o estudante como consumidor e produtor de tecnologia Mentalidade 2.0 No vídeo “A escola e as práticas de linguagem contemporâneas ”, a professora Jacqueline Barbosa já deu algumas respostas a essas perguntas. Para ampliar a discussão, observe o quadro a seguir, que apresenta algumas diferenças entre a mentalidade 1.0 (industrial e centrada) e a mentalidade 2.0 (pós-industrial e descentrada). Tecnologias digitais como a internet e, depois, os dispositivos móveis, abriram caminho para o surgimento de diversas práticas sociais, culturais e de linguagem até então inexistentes. E esses usos e formas de explorar as tecnologias nesse novo contexto digital (ciberespaço) proporcionou a constituição de uma nova mentalidade na contemporaneidade. Para esclarecermos o que há de “novo” nas práticas letradas atuais e como elas impactam a escola, assista ao vídeo e leia o artigo a seguir: Novos e Multiletramentos. Sobre novos e multiletramentos, culturas digitais e tecnologias na escola. A educação 4.0 As mudanças tecnológicas surgidas no pós-industrial impactaram, além da vida das pessoas e do modo de se comunicarem, a educação. A educação 4.0 surgiu de estratégias aliadas a tecnologias aplicadas na gestão e administração escolar que foram levadas para a sala de aula. As metodologias ativas e as aulas diversificadas possibilitam aos estudantes o contato com a tecnologia e com o aprendizado de forma simultânea. Para conhecer mais sobre a educação 4.0, assista ao vídeo da Profa. Débora Garofalo. https://youtu.be/A5Hodm2eeqs O estudante como consumidor e produtor de tecnologia Ao reconhecer o papel das TDIC na educação contemporânea, o Currículo em Ação não se compromete apenas com a garantia de acesso dos estudantes a essas tecnologias. Conteúdo dentro de um box de destaque https://www.youtube.com/watch?v=IrL7dBRMlaE https://avaefape2.educacao.sp.gov.br/pluginfile.php/1049472/mod_resource/content/48/tela_01.html?embed=1 https://avaefape2.educacao.sp.gov.br/pluginfile.php/1049472/mod_resource/content/48/tela_01.html?embed=1 https://youtu.be/A5Hodm2eeqs Leia o item Tecnologia digital: o estudante como consumidor e produtor de tecnologia, p.40-41 Como você pôde ler, o trabalho com os novos letramentos também não se resume a incluir no currículo alguns gêneros digitais ou usos de ferramentas e ambientes, tampouco propor que os estudantes façam o que já fazem fora da escola. É preciso explorar criticamente os usos, funções e como se configuram as práticas de linguagem na cultura digital, considerando também as dimensões ética, estética e política desses letramentos. Isso demanda proporcionar aos estudantes participar dessas práticas de modo crítico e consciente, explorando diversos papeis integrados que são próprios da cultura digital. Agora é com você! Como esses papéis (usuário funcional, analista crítico, transformador e criador de sentidos) estão supostos nas aprendizagens descritas no Currículo? Selecione todos os papéis envolvidos com cada aprendizagem. Buscar dados e informações de forma crítica nas diferentes mídias, inclusive as sociais, analisando as vantagens do uso e da evolução da tecnologia na sociedade atual, como também seus riscos potenciais. Exatamente! A aprendizagem descrita supõe apenas os papéis de usuário funcional e analista crítico. Apropriar-se das linguagens da cultura digital, dos novos letramentos e dos multiletramentos para explorar e produzir conteúdos em diversas mídias, ampliando as possibilidades de acesso à ciência, à tecnologia, à cultura e ao trabalho. A aprendizagem descrita supõe os papéis de usuário funcional, analista crítico, transformador e criador de sentidos. Usar diversas ferramentas de software e aplicativos para compreender e produzir conteúdos em diversas mídias, simular fenômenos e processos das diferentes áreas do conhecimento, e elaborar e explorar diversos registros de representação matemática. https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/2019/09/curriculo-paulista-26-07.pdfA aprendizagem descrita supõe os papéis de usuário funcional, analista crítico, transformador e criador de sentidos. Utilizar, propor e/ou implementar soluções (processos e produtos) envolvendo diferentes tecnologias para identificar, analisar, modelar e solucionar problemas complexos em diversas áreas da vida cotidiana, explorando de forma efetiva o raciocínio lógico, o pensamento computacional, o espírito de investigação e a criatividade. A aprendizagem descrita supõe os papéis de usuário funcional, analista crítico, transformador e criador de sentidos. A escola e os novos letramentos Retomemos a pergunta inicial, mas agora com subsídios suficientes para respondê-la. Por que novos letramentos? O que as práticas sociais, culturais e de linguagem que se apresentam nas TDIC provocaram de tão novo assim? Para além de entender a “novidade” dos novos letramentos e os impactos que provocaram nas práticas sociais, culturais e de linguagem por meio das TDIC, é possível avançarmos em outras reflexões e questionamentos. Conteúdo dividido por Accordion O que muda para a escola o fato de considerar o estudante com consumidor e produtor de tecnologia? A escola desempenhou durante séculos a função de disciplinar e de capacitar as pessoas para o trabalho, promovendo a homogeneização da sociedade, suavizando as diferenças herdadas dos diferentes mundos da vida. Diferentemente, ao considerar novas epistemologias próprias ao contexto digital, deve considerar suas especificidades e a diversidade de nossos estudantes. Dessa forma, deve incluir novos procedimentos, tais como clicar, curar, cortar, colar, arrastar, os vários gestos das telas de toque, mas não só. Para além de novas tecnologias, deve colocar em cena novas condutas (novos ethos) e uma nova mentalidade. Deve reconhecer e assumir ativamente os novos ethos e mentalidades digitais: mais participativos, colaborativos, distribuídos; menos individualizados, autorados, editorados e menos dominados-por-especialistas, em que se maximizam relações, diálogos, redes e dispersões. Em que direção (a escola) deve mudar? Os processos de aprendizagem precisam recrutar (e não ignorar e apagar) as diferentes subjetividades - interesses, intenções, compromissos e propósitos que os estudantes trazem para a aprendizagem. Precisam se entrelaçar com diferentes subjetividades e com suas linguagens, discursos e registros, e usá-los como um recurso para a aprendizagem. Devem fornecer acesso à informação, às novas técnicas e aos procedimentos digitais sem que as pessoas tenham que apagar ou deixar para trás diferentes subjetividades, promovendo reconhecimento ativo e ético das diferenças, ampliando repertórios culturais e linguísticos e/ou semióticos. O que está em questão (nesse processo de mudança)? Acesso ao capital simbólico, considerando-se uma valência nas realidades emergentes do nosso tempo (não se trata de um pluralismo simplista que vê as diferenças como imutáveis e de forma fragmentada, nem de escrever as subjetividades existentes com a linguagem da cultura dominante). Como considerar as TDIC na escola? Nos vários tempos e espaços escolares. Na gestão do currículo. https://avaefape2.educacao.sp.gov.br/pluginfile.php/1049472/mod_resource/content/48/tela_01.html?embed=1#panelREQHE https://avaefape2.educacao.sp.gov.br/pluginfile.php/1049472/mod_resource/content/48/tela_01.html?embed=1#panelREQHE https://avaefape2.educacao.sp.gov.br/pluginfile.php/1049472/mod_resource/content/48/tela_01.html?embed=1#panelYLZCP https://avaefape2.educacao.sp.gov.br/pluginfile.php/1049472/mod_resource/content/48/tela_01.html?embed=1#panelRYRYP https://avaefape2.educacao.sp.gov.br/pluginfile.php/1049472/mod_resource/content/48/tela_01.html?embed=1#panelZPDZX Na orientação metodológica adotada. Nas escolhas das práticas de linguagem e produções a privilegiar (a articulação com os novos e multiletramentos pode fornecer parâmetros) Agora é com você Na sua opinião, como a escola pode considerar as tecnologias digitais no contexto escolar? Assinale, entre as alternativas abaixo, aquelas que você considerar adequadas. Realizar um levantamento sobre gostos, preferências em termos de produções artísticas e culturais, práticas de linguagem digitais das quais os estudantes participam, entre outras possibilidades, por meio de questionários e conversas, pode ser uma estratégia importante para saber o que pode ser articulado no dia a dia da escola. Diversificar as possibilidades de modalidades de atividades na escola – oficinas, laboratórios, cineclubes, clubes de leituras etc. –, que devem ser definidas e desenvolvidas em conjunto com os estudantes, é uma boa maneira de conferir protagonismo aos estudantes e considerar os modos como produzem, consomem e distribuem informação. Considerar as práticas, gêneros e produções que podem ser mais próximas dos estudantes que circulam na escola. Considerar gostos e preferências não deve ser um procedimento apenas para identificar afinidades, mas deve também servir de parâmetro para propor a ampliação das referências culturais e semióticas. Perfeito! Todas as alternativas trazem ações e afirmações adequadas na direção de possibilitar que a escola venha a considerar as culturas juvenis e os novos letramentos de forma articulada no currículo. Outras tantas possibilidades devem ser pensadas e implementadas pelas equipes escolares. Não se trata assim de simplesmente formar usuários de tecnologia, mas se trata de ter em vista a formação ética e criativa, o que supõe uma agência, um protagonismo por parte dos sujeitos, que não simplesmente usam o que está à disposição, mas remodelam, reconstroem, reinventam, ressignificam e potencializam outros sentidos. Enfim, operam transformações que atendam a diferentes projetos e subjetividades. Aqui, a escola tem um papel fundamental de promover e fomentar projetos e usos de TDIC voltados a possibilitar experiências coletivas significativas e que possam também fazer sentido para os sujeitos. O processo de avaliação a serviço das aprendizagens de todos os estudantes Registro: Implicações nas práticas de avaliação Volte na atividade anterior e na aba “Visualizar todas as respostas” colete os dados das respostas dadas por toda a sua turma. Preencha os dados da sua turma na planilha disponível aqui - um novo gráfico será criado na planilha. Observe este novo gráfico. O que é possível ler neste gráfico? Observe que as respostas da sua turma às diferentes implicações dos princípios da formação integral e de um currículo centrado em competências nas práticas de avaliação dos estudantes podem ser agrupadas em dois aspectos fundamentais. Primeiro aspecto – A necessidade de articulação entre como se avalia (as estratégias e os recursos utilizados nas avaliações) e os princípios pedagógicos do Currículo em Ação: as habilidades que se pretende que os estudantes desenvolvam, os conteúdos previstos para que possam desenvolvê-las e, ainda, as ênfases e as estratégias e os recursos que os docentes mobilizam em suas práticas de ensino (aulas expositivas, estudos em grupo, atividades em grupo, seminários etc.) - representado pela cor vermelha. https://avaefape2.educacao.sp.gov.br/mod/questionnaire/view.php?id=6038 https://avaefape2.educacao.sp.gov.br/pluginfile.php/1049477/mod_assign/intro/Curriculo_planilha%20modelo_m1u5_implica%C3%A7%C3%B5es.xlsx?time=1631648087168 Engloba as seguintes implicações dos princípios da formação integral e de um currículo centrado em competências nas práticas de avaliação dos estudantes: 1. devem ser coerentes com as habilidades que se pretende avaliar. 2. devem ser coerentes com as estratégias de ensino aprendizagem utilizadas pelos(as) professores (as). 3. deve-se privilegiar a observação atenta e constante do processo de desenvolvimento integral dos estudantes, em todos os seus aspectos. 4. deve-se ter atenção especial ao ritmo individual deaprendizagem de cada estudante e os seus respectivos contextos. 5. devem permitir que se tenha o diagnóstico do que os estudantes conseguiram aprender – e não apenas das aprendizagens que não consolidaram. 6. devem permitir acompanhamento do processo de desenvolvimento integral de cada estudante – e não apenas os conhecimentos que domina. Segundo aspecto – As possibilidades de uso efetivo dos resultados da avaliação pelos professores, gestores e demais profissionais da educação: o acompanhamento da progressão de aprendizagens dos estudantes e a revisão do próprio processo de ensino (estratégias, práticas docentes, recursos utilizados, espaços de aprendizagem etc.) - representado pela cor preta. Engloba as seguintes implicações dos princípios da formação integral e de um currículo centrado em competências nas práticas de avaliação dos estudantes: 7. os resultados das avaliações devem apoiar os professores para que possam garantir que todos os estudantes possam aprender. 8. os resultados das avaliações devem apoiar os professores no ajuste de suas práticas de ensino, para garantir que todos aprendam. 9. os resultados devem apoiar os professores na revisão de seus planos de ensino. Assim, em uma escola comprometida com as aprendizagens e o desenvolvimento integral de todos os estudantes, é imprescindível que esses aspectos orientem eventuais reformulações nas práticas avaliativas. Qual o aspecto mais indicado pelos cursistas da sua turma? É o mesmo que o seu? Como esses dados ajudam você a pensar nas eventuais reformulações necessárias nas práticas avaliativas das escolas da rede de ensino em que você atua? O processo de avaliação a serviço das aprendizagens de todos os estudantes Registro: Funções da avaliação A avaliação se sustenta segundo duas lógicas: para classificar (classificatória) e para apoiar as aprendizagens (formativa). Avaliação a serviço das aprendizagens Ao responder a atividade anterior sobre quais tipos de estratégias e de instrumentos de avaliação mais utilizados em sua escola ou prática docente, provavelmente em sua resposta você se referiu a uma diversidade de estratégias e instrumentos de avaliação, como, por exemplo, provas com itens objetivos (testes), provas dissertativas (com questões “abertas”), participação dos estudantes em seminários, estudos de campo e até mesmo autoavaliação. Talvez você tenha se referido ainda às modalidades de avaliação, explicitadas no quadro seguinte: É necessário considerar ainda, qualquer que sejam as estratégias, instrumentos ou modalidades de avaliação, que o diagnóstico oferecido pelos resultados obtidos, orientem ações apropriadas para apoiar a aprendizagem de todos os estudantes. Uma verdadeira ação formativa deve ser acompanhada de reformulação nos meios de ensino, na organização dos tempos e espaços escolares, na organização das turmas, entre outros aspectos. Assista ao vídeo para compreender melhor esses aspectos. Competências - Fundamentos do Currículo https://youtu.be/gFIRsWwL2Hs Instrumentos de avaliação Agora é com você! As habilidades do Currículo em Ação podem ser avaliadas por diferentes instrumentos de avaliação, observada a coerência entre o que se pretende avaliar e o instrumento a ser utilizado. Com base nesse critério, relacione os instrumentos de avaliação listados na primeira coluna, às aprendizagens que eles prioritariamente permitem acompanhar. Todos os instrumentos de avaliação citados no quadro referem-se a registros dos estudantes com base em suas aprendizagens. 1. Prova escrita dissertativa – nesse tipo de prova, o estudante elabora a resposta, organiza e expressa por escrito (como se diz, “com suas próprias ideias”) a sua compreensão a respeito do objeto da pergunta. Em síntese, demonstra sua individualidade. Pode se desviar do foco da questão, não respondê-la de forma clara ou, ainda, recorrer à sua habilidade em leitura e escrita para causar uma boa impressão, embora nem sempre a resposta corresponda inteiramente à indagação feita. Nesse tipo de prova, é possível avaliar resultados mais complexos de aprendizagem, desde que alguns cuidados sejam observados: evitar questões que admitam respostas do tipo “sim” ou “não”; redigir as perguntas de maneira que elas sejam inteligíveis e que os estudantes tenham as orientações necessárias para respondê-las; evitar expressões como “diga o que sabe”; “o que você https://youtu.be/gFIRsWwL2Hs sabe sobre”; “o que você entende sobre”; “qual a sua opinião sobre” ou outras semelhantes a esta. Este tipo de prova exige menor tempo de elaboração; no entanto, a correção de questões abertas demanda tempo significativo do professor. 2. Painel – embora guarde semelhança com o seminário, distingue-se pelo fato de que, no painel, um grupo de estudantes apresenta a toda a turma a sua síntese – portanto, a sua compreensão – a respeito de temas tratados previamente em sala de aula. Pode ser uma estratégia eficiente para integrar o grupo, estimular a participação dos estudantes, ampliar a familiarização dos painelistas com o tema apresentado, possibilitar que os demais estudantes tenham oportunidade de ter acesso a novas formas de apresentar o assunto (que não a do professor), etc. Além disso, permitem ao professor avaliar os estudantes que promovem o painel, bem como a receptividade e participação da turma. 3. Seminário – embora o seminário possa ser um tipo de avaliação, é uma estratégia que pode contribuir e muito para o processo de aprendizagem dos estudantes. Em um seminário a respeito de um tema – que pode ser escolhido pelo professor, pela turma ou também pelo estudante, segundo determinados critérios, o estudante pode desenvolver habilidades de pesquisa e até mesmo de “produção de conhecimento”. Incentiva o protagonismo do estudante e contribui para o desenvolvimento de sua autonomia intelectual. 4. Prova objetiva – nesse tipo de prova, o estudante reconhece e assinala a resposta a uma pergunta. Embora haja vários tipos de provas objetivas, comumente elas costumam ser de múltipla escolha (a cada questão, há quatro ou cinco respostas, sendo apenas uma a correta) e as de “certo ou errado”. Há vários critérios que devem ser observados na elaboração de um item (questão objetiva), entre os quais vale destacar o seguinte: todas as alternativas devem se referir à pergunta que está sendo feita, para impedir que as que fogem desse padrão sejam eliminadas de imediato; todas as alternativas devem ter mais ou menos a mesma extensão, pois já se sabe que os estudantes tendem a optar pelas respostas mais extensas; é necessário evitar as questões do tipo “pegadinha”, que incluem detalhes nas respostas que podem induzir ao erro. 5. Diário – de certa forma, o que se descreve aqui como “diário” pode ser comparado ao que se chama de portfólio, uma ferramenta que reúne as produções dos estudantes durante um determinado período, permitindo o acompanhamento de seu processo de desenvolvimento e de suas aprendizagens. Aqui, o “diário” refere-se ao registro realizado pelo estudante sobre as atividades que desenvolve em um período determinado (um dia, uma semana, o tempo de realização de uma dada atividade, etc.) Portanto, esse recurso permite ao professor avaliar não apenas a capacidade de registro dos estudantes das atividades realizadas, mas também habilidades como a adequada referência aos processos desenvolvidos e aos resultados obtidos, bem como a disciplina quanto à frequência dos registros, entre outros aspectos. Há outros instrumentos de avaliação, além dos que foram discutidos nesta atividade. Em qualquer caso, a seleção mais adequada de um instrumento ou de uma estratégia avaliativa depende da clareza em relação às habilidades que se deseja que os estudantes desenvolvam e aos objetivos da avaliação. O estímulo e o apoio à construção do Projeto de Vida dos estudantes Projeto de Vida O projeto de vida é o que nos motiva a seguirem frente, como se fosse uma bússola que nos informa sobre nossa localização (onde estamos) e nos orienta sobre que direção tomar para chegar onde queremos. Cada pessoa tem o seu próprio projeto de vida, intimamente associado às vivências que ela experimenta ao longo da vida. Ter um projeto de vida supõe que se tenha respostas às perguntas: “Quem eu sou?”, “Quem eu quero ser?” “Como chegar até lá?” Embora nem todas as pessoas tenham clareza sobre o seu projeto de vida, é imprescindível que esse projeto resulte de ações conscientes, autônomas e voluntárias. Antes de tudo, está associado a processos de formação de valores éticos e de autoconhecimento. Assista ao vídeo da Valéria Arantes, professora da USP, para o Instituto Iungo, em que trata o projeto de vida em um sentido mais amplo. Antes de tudo, o projeto de vida deve ligar-se a processos de formação de valores éticos e de autoconhecimento. Desde que nascemos, vivenciamos situações perpassadas pela ética, pela cidadania, pelo respeito ao outro e às diferenças, nas condições que são destacadas nas 10 competências gerais do Currículo em Ação. Agora é com você! Com base em suas respostas à pergunta inicial e nas atividades que você realizou nesta Unidade, selecione Verdadeira ou Falsa cada uma das frases. O projeto de vida é pauta e referência importantes para a educação integral Uma vez que o Projeto de Vida supõe uma “intenção estável de se alcançar para o sujeito”, oferece pouco espaço para a flexibilidade e as mudanças ao longo de sua elaboração. O que marca um Projeto de Vida é a sua flexibilidade, o que significa que pode e deverá ser alterado; o que é estável é o compromisso do indivíduo com a definição dos rumos de sua vida. Esses, sim, podem mudar à medida que o indivíduo passa a se conhecer melhor ou, ainda, de acordo com os diferentes contextos socioeconômicos, culturais etc. Segundo Moran, o Projeto de Vida “é um roteiro aberto de autoaprendizagem, multidimensional, em contínua construção e revisão, que pode modificar-se, adaptar-se e transformar-se ao longo da nossa vida”. Disponível em http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2017/10/vida.pdf. Consultado em 16 mar. 2021 Um projeto de vida é sempre um “projeto ético”. O Projeto de Vida tem um compromisso com o desenvolvimento das dez competências gerais, o que significa, entre outros aspectos, que as escolhas devem convergir para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva e para o acolhimento e a valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, suas identidades, suas culturas e suas potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. Portanto, embora o Projeto de Vida resulte das opções e reflexões do indivíduo, essas opções devem necessariamente respeitar esses limites. A referência ao projeto de vida surge com as discussões sobre a Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio. A ideia de Projeto de Vida surge com as reflexões sobre o sentido da vida no âmbito da Filosofia, da Psicologia e das Ciências da Religião, entre outros campos do conhecimento. Na área da Educação, muitos foram os autores que reconheceram o Projeto de Vida como um elemento importante para incentivar os estudantes a tomarem mais consciência dos seus valores e emoções, traçando metas para sua vida. A BNCC resgatou essa ideia, especialmente porque o Projeto de Vida pode representar um ponto de convergência e de apoio ao desenvolvimento das aprendizagens essenciais definidas nas dez competências gerais, que envolvem conceitos, procedimentos, atitudes e https://youtu.be/mtaomLjMQDU valores. Além disso, essa estratégia concorre para a expressão e o fortalecimento do protagonismo dos estudantes. Embora seja a expressão das decisões individuais, ou seja, explicitem as escolhas de cada pessoa, o projeto de vida tem sempre uma dimensão coletiva. De certa forma, ter um Projeto de Vida comprometido com o bem pode atender tanto à necessidade de satisfação pessoal como também representar uma forma de participação ativa na sociedade, no sentido de transformá-la. Dessa maneira, embora expresse decisões individuais, tornar realidade um Projeto de Vida significa conjugar aspirações individuais a interesses coletivos, segundo uma perspectiva ética. O projeto de vida de uma pessoa é dinâmico. Não se dissocia das vivências que experimenta ao longo da vida. Mesmo que esse processo nem sempre seja percebido, um projeto de vida deve resultar de ações conscientes, autônomas e voluntárias. Elementos essenciais para um projeto de vida O esquema seguinte representa os elementos essenciais para a elaboração de um projeto de vida. Projeto de vida... desde quando? Embora se reconheça a importância da família no que se refere ao desenvolvimento de valores, atitudes e conhecimentos dos estudantes, há um razoável consenso de que, na contemporaneidade, esse compromisso deve ser compartilhado com a escola. Observe a afirmação abaixo retirada do Currículo em Ação: “O Currículo em Ação evidencia a necessidade de que os estudantes, ao longo da escolaridade básica — em especial nos Anos Finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio —, possam desenvolver um Projeto de Vida individualizado, que lhes permita identificar suas aspirações, bem como as potencialidades e desafios para concretizá-las.” (SÃO PAULO, 2019, p. 36) Embora o Currículo em Ação privilegie o desenvolvimento do Projeto de Vida nos Anos Finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio, como argumentar que esse processo deve ocorrer ao longo da escolaridade básica, ou seja, mesmo antes dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental? O que você tem feito? A complexidade das reflexões sobre “Quem sou”? “Quais as minhas possibilidades”? e “Que rumo dar à minha vida”? varia segundo a faixa etária dos estudantes. Da mesma maneira, pode variar o nível de sistematização do Projeto de Vida. No entanto, quando se tem o compromisso com a formação integral e com o desenvolvimento das 10 competências gerais, essas reflexões poderão ser promovidas desde o início do processo de escolarização. De certa forma, mesmo considerando as especificidades das crianças da Educação Infantil, não há como negar que estariam envolvidas na reflexão de duas das perguntas que orientam o projeto de vida: “Quem sou”? “Quais as minhas possibilidades? Ênfases semelhantes são feitas em relação às aprendizagens previstas para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Enfim, fatos que fundamentam o compromisso com o desenvolvimento do Projeto de Vida dos estudantes ao longo de seu processo de escolarização. O compromisso com o desenvolvimento de habilidades e competências que concorram para que os estudantes possam desenvolver o seu Projeto de Vida ao final do Ensino Fundamental e no Ensino Médio tem implicações tanto no que diz respeito nas atividades desenvolvidas pelos docentes quanto a estratégias de gestão que facilitem e apoiem esse desenvolvimento. Gestor(a), que ações a direção e a coordenação pedagógica vêm realizando para criar espaços ou apoiar a equipe docente para desenvolver reflexões fundamentais para o desenvolvimento dos projetos de vida dos estudantes? Professor(a), quais atividades você desenvolve para que os estudantes reflitam sobre as questões fundamentais para a construção dos projetos de vida deles? O estímulo e o apoio à construção do Projeto de Vida dos estudantes Dimensões do projeto de vida na escola O projeto de vida na escola deve ser abordado em três diferentes dimensões: a pessoal, a social (da cidadania) e a profissional. Pessoal Foco prioritário Autoconhecimento – os estudantes se reconhecem como sujeitos Aspectos envolvidos construção da identidade e reconhecimento do outro (empatia); identificação de interesses próprios, de habilidades e dos principais desafios; fortalecimento da autoestima e autoaceitação. Social (da cidadania) Foco prioritário Relacionamento com o seu entornomais próximo (familiares, colegas, professores) e com o mundo. Os estudantes aprimoram as relações interpessoais e reconhecem o Impacto de suas interações com o mundo. Aspectos envolvidos desenvolvimento do senso de responsabilidade para com o bem comum; da empatia e da ética; envolvimento com a solução de problemas coletivos, desde a escola até o planeta. envolvimento com ações saudáveis na área do lazer, dos hábitos de consumo etc. ProfissionalFoco prioritário Autoconhecimento de suas competências e habilidades. Aspectos envolvidos inserção do jovem no mundo do trabalho e no mundo profissional. https://avaefape2.educacao.sp.gov.br/pluginfile.php/1049489/mod_resource/content/30/tela01.html?embed=1#gal3ILW10 https://avaefape2.educacao.sp.gov.br/pluginfile.php/1049489/mod_resource/content/30/tela01.html?embed=1#gal3ILW10 Embora essas dimensões sejam apresentadas individualmente, o essencial é compreender que elas formam um conjunto integrado cujas habilidades devem concorrer para o desenvolvimento integral dos estudantes ao longo de toda a Educação Básica. Como viu anteriormente, as 10 competências gerais expressam os quatro pilares da educação, definidos no Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, coordenado por Jacques Delors: aprender a ser, aprender a aprender, aprender a fazer, e aprender a conviver. Agora é com você! Em que medida esses pilares correspondem às dimensões do projeto de vida? Para cada dimensão selecione o pilar da educação correspondente. Dimensão pessoal – foco prioritário no autoconhecimento. Conforme você concluiu, a dimensão pessoal do Projeto de Vida relaciona-se com o pilar “Aprender a ser” e a habilidade “Compreender-se, aceitar-se e saber usar suas habilidades para crescer, realizar- se e buscar o seu bem-estar”. Segundo essa concepção ampliada de Educação, espera-se que o Projeto de Vida apoie os estudantes para que possam descobrir, reanimar e fortalecer o seu potencial criativo, ou seja, “revelar o tesouro escondido em cada um de nós” Dimensão social – foco prioritário no relacionamento interpessoal. Você concluiu corretamente que a dimensão social do Projeto de Vida relaciona-se com o pilar “Aprender a conviver” e à habilidade “Relacionar-se de forma harmoniosa e produtiva com as outras pessoas na família, na escola e na comunidade”. Aliás, essa aprendizagem representa, na contemporaneidade, um dos maiores desafios, quando se considera as inúmeras manifestações de violência a que temos assistido. O que se espera, portanto, é que, após descobrirem-se a si mesmo, os estudantes poderão colocar-se no lugar do outro, o que é essencial para aprender a conviver e à adoção de comportamentos sociais ao longo de toda a vida. Dimensão profissional – foco prioritário no autoconhecimento de competências e habilidades. Desenvolver as competências profissionais para empreender e contribuir para uma vida profissional realizadora. Você concluiu corretamente que a dimensão profissional se relaciona com o pilar “Aprender a fazer” e à habilidade “Desenvolver as competências profissionais para empreender e contribuir para uma vida profissional realizadora”. É necessário considerar que “aprender a fazer” deve ser entendido de uma maneira mais ampla, uma vez que esse pilar se refere a que os estudantes possam enfrentar numerosas situações e problemas, a trabalhar em equipe, e não apenas para que adquiram uma qualificação profissional. Ainda assim, é necessário que o Projeto de Vida apoie os estudantes para que desenvolvam e coloquem em prática competências profissionais que lhes permitam se integrar ao mundo produtivo, o que se traduziu na habilidade como: “Desenvolver as competências profissionais para empreender e contribuir para uma vida profissional realizadora”. O estímulo e o apoio à construção do Projeto de Vida dos estudantes Registro: Ações para inspirar O projeto de vida, como você já viu, é um dos recursos para que os estudantes desenvolvam as competências gerais do Currículo em Ação. Baseando-se em entrevistas e pesquisas, William Damon (2020) recomenda algumas estratégias que têm funcionado para encorajar os jovens a se envolver na definição de seu projeto de vida, em busca de uma vida produtiva e realizada. A partir dessa proposta de Damon: Como você, gestor(a), reavalia seu registro sobre que ações a direção e a coordenação pedagógica vêm realizando para criar espaços ou apoiar a equipe docente para desenvolver reflexões fundamentais para o desenvolvimento dos projetos de vida dos estudantes? https://avaefape2.educacao.sp.gov.br/mod/assign/view.php?id=6050&forceview=1 Se você é professor(a), de que forma você pode rever sua resposta à questão sobre quais atividades você desenvolve para que os estudantes reflitam sobre as questões fundamentais para a construção dos projetos de vida deles? Aproveite para ampliar sua reflexão e responda: Quais iniciativas vêm sendo promovidas pelas equipes gestora e docente para que a(s) escola(s) em que você atua possa(m) investir sistematicamente na promoção das atividades previstas nos chamados “Momentos de inspiração” e no “Contato com pessoas ou projetos de referência”? E com relação às outras estratégias propostas por Damon? O projeto de vida e a percepção dos estudantes Assista ao vídeo a seguir: nele você verá uma entrevista com os estudantes sobre o que o PV representou na vida deles, e também a percepção dos professores sobre o PV em sua vida profissional e na de seus alunos. https://youtu.be/5Koz-hI1xDs Em estudo qualitativo realizado com 305 estudantes das duas primeiras séries do Ensino Médio da cidade de São Paulo, as pesquisadoras investigaram as percepções do grupo sobre as contribuições do seu projeto de vida ao seu desempenho – fora e dentro da escola. Confira as percepções dos estudantes a esse respeito e prepare-se para a próxima atividade. O projeto de vida é pauta e referência importantes para a educação integral Você reconheceu, acertadamente, a importância do projeto de vida para assegurar, aos estudantes, a educação integral. Com efeito, o projeto de vida é pautado em referências que reiteram a concepção de Educação Integral, como: os quatro Pilares da Educação (Unesco, 1996), o desenvolvimento socioemocional, a pedagogia da presença e o protagonismo. Dessa maneira, na prática, espera-se que, também por meio do Projeto de vida, os estudantes possam superar a fragmentação entre o desenvolvimento intelectual, social e emocional. O projeto de vida está fundamentado e comprometido com o desenvolvimento das 10 competências gerais. De fato, como você assinalou, o projeto de vida se fundamenta e se compromete com o desenvolvimento das 10 competências gerais da BNCC, reiteradas no Currículo Paulista. Essas competências gerais combinam conceitos, procedimentos, atitudes e valores que devem orientar as aprendizagens em toda a Educação Básica. Isso significa que, além de orientar o Projeto de Vida, essas competências devem orientar todas as ações escolares, sejam as pedagógicas , sejam as de gestão. Embora as competências gerais devam orientar as ações pedagógicas de toda a Educação Básica, o projeto de vida deve ser desenvolvido apenas no Ensino Médio. O projeto de Vida precisa ser constantemente acompanhado, (re)avaliado e (re)significado, não devendo ser encarado como um “roteiro fechado” em si mesmo. Você fez a opção correta: o projeto de vida é extremamente dinâmico, uma vez que as experiências e oportunidades de aprendizagem que são propiciadas aos estudantes podem levá-lo a rever suas escolhas. Nesse sentido, é necessário que, sob o ponto de vida pedagógico, esse processo possa ser acompanhado, senão estimulado pelos professores. Aliás, quando se retoma a Competência geral 6, pode-se conferir que as escolhas do projeto de vida, alinhadas ao exercício da cidadania, devem ser feitas com “liberdade, autonomia, criticidadee https://avaefape2.educacao.sp.gov.br/mod/assign/view.php?id=6050&forceview=1 https://youtu.be/5Koz-hI1xDs https://avaefape2.educacao.sp.gov.br/pluginfile.php/1049491/mod_resource/content/29/tela01.html?embed=1 responsabilidade”, o que reitera a ideia de que esse projeto não pode ser encarado como “um roteiro fechado”. Na Educação Infantil e no Ensino Fundamental – Anos Iniciais –, mesmo que o projeto de vida não seja sistematizado, deve-se investir em atividades que ampliem as possibilidades das crianças para se conhecer, fazer escolhas e ampliar sua autonomia. Você fez a opção correta. Na Educação Infantil, embora não se fale especificamente em “projeto de vida”, investe-se no desenvolvimento do autoconhecimento, da empatia, da autonomia e do protagonismo das crianças, por meio dos diferentes Campos de Experiência. Nos Anos Iniciais, esse processo tem continuidade e, no caso das escolas estaduais, as crianças têm acesso ao componente “Projeto de Convivência”, que concorrerá para que essas competências e habilidades sejam desenvolvidas intencionalmente. O projeto de vida é multidimensional e envolve escolhas variadas dos estudantes ao longo da vida, desde as pessoais, sociais, físicas e emocionais até as da vida profissional ou do mundo do trabalho. Está correta a sua opção de resposta. Como a BNCC e o Currículo Paulista tem como foco a educação integral, fica evidente que o Projeto de Vida deve se referir às várias dimensões do estudante, “desde as pessoais, sociais, físicas e emocionais até as da vida profissional ou do mundo do trabalho”. O projeto de vida trata de identificar as aspirações, bem como as potencialidades e desafios para concretizar os projetos de vida de cada estudante. Verdadeira Falsa Mais um acerto! Em síntese, o Projeto de vida está relacionado com a capacidade de os alunos refletirem sobre desejos e objetivos não apenas para o futuro, mas também para o momento presente. Para tanto, espera-se que sejam estimulados a definir seus sonhos, seus interesses, seus objetivos, suas potencialidades , bem com seus desafios para estabelecer metas e definir estratégias para atingi-las. O componente Projeto de Vida, como princípio, deve nortear/orientar posturas e ações de todos: equipe gestora, professores, demais profissionais da escola e estudantes. Resposta correta. De fato, não há como assegurar que o Projeto de Vida dos estudantes possa orientá-los e fazer diferença em sua vida – a atual e a futura - , sem o comprometimento de toda a equipe escolar (gestores, professores, funcionários e estudantes) e da comunidade (pais e mães dos estudantes). Aliás, um principio que deve ser observado para a implementação do Currículo em Ação em todas as etapas da Educação Básica. O projeto de vida visa a autonomia, autoconfiança e autodeterminação dos estudantes nos diferentes âmbitos da vida – pessoal, cidadã e profissional. Verdadeira Falsa Está correta a sua opção de resposta. Parte dela foi respondida antes, quando se tratou do caráter multidimensional do Projeto de vida. Elaborar e colocar em prática o seu Projeto de Vida exige que o estudante faça escolhas – o que supõe autonomia, autoconfiança e autodeterminação. Além disso, Como a BNCC e o Currículo Paulista tem como foco a educação integral, fica evidente que o Projeto de Vida deve se referir às várias dimensões do estudante ( “desde as pessoais, sociais, físicas e emocionais) e aos diferentes âmbitos da vida – pessoal, cidadã e profissional. A despeito da heterogeneidade entre os estudantes, o Projeto de Vida deve observar um padrão único para todos, como estratégia para garantir a equidade. Verdadeira Falsa Você respondeu pergunta semelhante a esta, quando afirmou que o Projeto de Vida não pode ser encarado como um “roteiro fechado” em si mesmo. Acertou novamente quando considerou que o Projeto e Vida não deve observar um padrão único para todos. Isto porque o projeto de vida é extremamente dinâmico, uma vez que as experiências e oportunidades de aprendizagem que são propiciadas aos estudantes podem levá-lo a rever suas escolhas. E quanto maior a heterogeneidade entre os estudantes, maior será a diversidade de seus projetos de vida. É necessário, ainda, considerar o que significa equidade, citada, na frase, como estratégia para tratar a heterogeneidade entre os estudantes. Enquanto a igualdade busca tratar todos da mesma forma, independentemente das suas necessidades, a equidade trata as pessoas de formas diferentes, levando em consideração o que elas precisam. Outro equivoco da frase.
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