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197691913-TCC-NAIANA-Enfermagem-Unipampa

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NAIANA OLIVEIRA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
TECNOLOGIA EDUCACIONAL PARA PREVENÇÃO SECUNDÁRIA 
DO DIABETES MELLITUS TIPO II JUNTO A IDOSOS: ESTÍMULO 
PARA O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS E 
EMPODERAMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade 
 Federal 
do Pampa 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
 
URUGUAIANA 
2010 
1 
 
NAIANA OLIVEIRA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TECNOLOGIA EDUCACIONAL PARA PREVENÇÃO SECUNDÁRIA 
DO DIABETES MELLITUS TIPO II JUNTO A IDOSOS: ESTÍMULO 
PARA O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS E 
EMPODERAMENTO 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso 
II, no curso de Enfermagem da Universidade 
Federal do Pampa, como requisito parcial para 
obtenção do título de bacharel em enfermagem. 
 
Orientadora: Profª. Enfª. Dda. Karina Silveira 
de Almeida Hammerschmidt 
 
Co-orientadora: Profª. Enfª. Dda. Adriana 
Roese 
 
 
 
 
 
 
 
Uruguaiana 
2010 
 
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3 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Ao finalizar essa etapa da minha formação profissional gostaria de agradecer a Deus, que com 
seu poder supremo, me deu força, sabedoria, serenidade e principalmente amor para guiar 
minhas ações e atitudes durante esta caminhada. 
Aos meus pais, João Antonio Bolzan e Neiva Oliveira, pelo amor incondicional, que sempre 
acreditaram em mim, me apoiando e me incentivando. Obrigada por estarem sempre ao meu 
lado, mesmo que a distância nos separasse vocês sempre se fizeram presentes nos momentos 
que precisei. 
Aos meus irmãos, Gustavo e Silvana pelo amor fraterno que nos une, amizade, torcida, 
preocupação e solidariedade, que em todos os momentos foi fundamental. Obrigada, ainda, 
por todos os ensinamentos e por me transmitirem segurança e conforto. 
Ao Maurício, por seu amor, disponibilidade, companheirismo e estímulo. Sempre com seu 
discurso cuidadoso e incentivador, a sua presença tornou esta etapa da minha vida mais 
amena. 
As minhas orientadoras, Karina Silveira de Almeida Hammerschmidt e Adriana Roese, pelos 
ensinamentos, apoio e estímulo a superação dos meus limites, durante todo o processo de 
criação e elaboração deste trabalho. 
A todos os demais professores, pela dedicação ao ensinar e compartilhar as suas experiências 
e conhecimentos, os quais contribuíram, para o meu crescimento profissional e pessoal. 
Agradeço a gentileza do Centro de Convivência Maior Comendador Gabriel Vijande 
Bermúdez por ceder o local para aplicação deste estudo. Também aos idosos pela sua 
participação e cooperação neste estudo. 
A minha amiga e colega de estágio Flávia Pandolfo, pela amizade, companheirismo e 
incentivo, todos os dias em que eu pensava que não iria conseguir, com suas palavras me 
encorajava e me dava força para seguir em frente. A colega Jennifer, quem me ajudou na 
coleta dos dados, meu muito obrigada. E a amiga Maiana Pinheiro, sempre me dando algumas 
dicas para facilitar na formatação desse trabalho. 
As minhas companheiras de apartamento que foram minha segunda família, por todos os 
momentos de convívio e afeto, e a todos os demais amigos que contribuíram, entenderam 
minhas ausências e me incentivaram nessa jornada. 
A todas as demais pessoas que estiveram comigo nessa trajetória da minha formação, o meu 
reconhecimento e meu sincero obrigada pelo apoio e encorajamento. 
 
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“...plante seu jardim e decore sua alma, ao 
invés de esperar que alguém lhe traga flores. E 
você aprende que realmente pode suportar... 
que realmente é forte, e que pode ir muito mais 
longe depois de pensar que não se pode mais. 
E que realmente a vida tem valor e que você 
tem valor diante da vida!" 
 
William Shakespeare 
 
http://www.pensador.info/autor/William_Shakespeare/
5 
 
RESUMO 
 
 
Trata-se de uma pesquisa do tipo estudo de caso, fundamentada nas bases filosóficas 
propostas por Perrenoud (2000). O objetivo foi desenvolver tecnologia educacional no 
cuidado de enfermagem para prevenção secundária do diabetes mellitus tipo II junto a idosos. 
Para o desenvolvimento da tecnologia educacional, buscou-se desenvolver processo de cuidar 
envolvendo a participação e decisão ativa do idoso com diabetes, de modo a desenvolver 
ações integradas, efetivas, resolutivas, criativas, dialógicas e de empoderamento. A tecnologia 
educacional desenvolvida foi aplicada no Centro de Convivência Maior Comendador Gabriel 
Vijande Bermúdez, onde participaram do estudo sete idosos com diabetes mellitus. A 
aplicação da tecnologia educacional ocorreu em forma de oficina constituída por dois 
momentos; o primeiro dia com a dinâmica de apresentação e o jogo do bingo educativo. O 
jogo do bingo educativo foi uma tecnologia educacional em que a pesquisadora desenvolveu 
para conseguir descobrir previamente o que o idoso diabético conhecia sobre sua patologia. O 
segundo dia de aplicação da tecnologia educacional contou com a cartilha educativa e com a 
dinâmica de encerramento. A cartilha educativa como tecnologia educacional desenvolvida 
pela pesquisadora foi uma ferramenta fundamental para o processo de ensino e aprendizagem 
dos idosos a respeito de sua doença, caracterizando-se como importante e viável alternativa 
para auxiliá-los no empoderamento e desenvolvimento de competências para o cuidado de si, 
por favorecer a construção do conhecimento. A análise do estudo foi ao encontro do 
referencial de Perrenoud, onde a tecnologia educacional desenvolvida para prevenção 
secundária do diabetes mellitus envolveu o idoso como protagonista e agente crítico, reflexivo 
e ativo, diante das tomadas de decisões que constituem estratégias centrais em todos os 
cuidados de enfermagem junto ao idoso com diabetes mellitus e o cuidado de si. Dessa forma, 
o desenvolvimento da tecnologia educacional aliado ao cuidado de enfermagem, permitiu 
novas possibilidades de educação em saúde junto a idosos, com o propósito de capacitá-los 
para promover o entendimento de sua doença, e consequentemente estimulá-los para a 
prevenção secundária do diabetes mellitus. 
 
 
Descritores: Tecnologia educacional, Diabetes mellitus, Idoso. 
 
 
 
6 
 
ABSTRACT 
 
 
This is a research of the type case study, based in philosophical basis proposed by Perrenoud 
(2000).The objective was to develop the educational technology in nursing care to secondary 
prevent of diabetes mellitus type II in elderly people. For the development of the educational 
technology, searched to develop process of care involving the participation and active 
decision of the elder with diabetes, in the way to develop integrated actions, effectives, 
resoluteness and creative, debatable and of empowerment. The educational technology 
developed was applied in the Centro de Convivência Maior Comendador Gabriel Vijande 
Bermúdez, with the participation of seven elder with diabetes mellitus. The application of the 
educational technology occurred how a workshop constituted by two moments; in the first 
day with the presentation dynamics and the educational bingo game. The educational bingo 
game was an educational technology that the researcher developed to discover what the 
diabetic elderly knows about your disease. In the second day of the application of the 
educational technology an educational primer was used and the day was finished with a 
closure dynamics. The educational primer how educational technology developed by the 
researcher was a fundamental tool to the teaching process and apprenticeship by the elderly 
about your disease, characterized how important and viable alternative to help them in the 
empowerment and development of competency for the self-care, to favor the construction of 
knowledge. The analysis of the study match with the referential of Perrenoud, where the 
educational technologydeveloped for secondary prevention of diabetes mellitus involved the 
elderly how the protagonist and critical agent, reflexive and active, toward the decisions that 
compose central strategies in all the nursing care with the elderly with diabetes mellitus and 
self-care. In this way, the development of the educational technology joined to the nursing 
care, allowed new possibilities of health education with elderly people, with the purpose of 
enable us to promote the understanding of your disease, and consequently incite us to 
secondary prevention of diabetes mellitus. 
 
 
Descriptors: Educational technology, Diabetes mellitus, Elderly people. 
 
 
 
 
7 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 9 
2 OBJETIVO ............................................................................................................................... 12 
3 REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................................................... 13 
3.1 Processo de Envelhecimento e Diabetes Mellitus .............................................................. 13 
3.2 Tecnologia Educacional no Cuidado de Enfermagem ........................................................ 15 
3.3 Educação em Saúde ............................................................................................................ 18 
4 METODOLOGIA ...................................................................................................................... 22 
4.1 O Estudo de Caso ................................................................................................................ 22 
4.1.1 Componentes do Estudo de Caso .................................................................................... 22 
4.1.1.1 Revisão de Literatura .................................................................................................... 22 
4.1.1.2 Questão do estudo ....................................................................................................... 23 
4.1.1.3 Preposição do estudo ................................................................................................... 23 
4.1.1.4 Unidade de análise ....................................................................................................... 24 
4.1.2 O papel da teoria no planejamento do estudo ............................................................... 24 
4.1.2.1 Desenvolvimento da teoria .......................................................................................... 24 
4.1.3 Projetos de estudo de caso ............................................................................................. 25 
4.1.3.1 Projeto holístico de caso único ..................................................................................... 25 
4.1.4 Preparação para a coleta de dados ................................................................................. 25 
4.1.4.1 Construção da tecnologia educacional no cuidado de enfermagem com estímulo de 
competências para o cuidado de si na prevenção secundária do diabetes mellitus tipo II 
junto a idosos ........................................................................................................................... 25 
4.1.4.2 Protocolo ...................................................................................................................... 26 
4.1.5. Coleta de evidências ....................................................................................................... 27 
4.1.5.1 Entrevistas .................................................................................................................... 27 
4.1.5.2 Observação direta ........................................................................................................ 27 
4.1.5.3 Artefatos físicos ............................................................................................................ 27 
4.1.6 Princípios para coleta de dados ....................................................................................... 28 
4.1.6.1 Fontes múltiplas de evidência: Triangulação ............................................................... 28 
4.1.6.2 Banco de dados ............................................................................................................ 29 
4.1.6.3 Encadeamento de evidências ....................................................................................... 29 
4.1.7 Análise das evidências ..................................................................................................... 30 
4.1.8 Relatório do estudo de caso ............................................................................................ 31 
4.1.9 Considerações bioéticas .................................................................................................. 31 
5 RESULTADOS .......................................................................................................................... 32 
5.1 Cenário do Estudo .............................................................................................................. 32 
5.2 Processo de Coleta de Informações……………………………………………………………………………… 32 
5.3 Tecnologia Educacional: Elaboração e Implementação ..................................................... 33 
5.3.1 Dinâmica de Apresentação……………………………………………………………………………………..… 34 
5.3.2 Jogo do bingo educativo .................................................................................................. 35 
5.3.3 A construção da cartilha educativa ................................................................................. 38 
5.3.4 Dinâmica de encerramento ............................................................................................. 40 
5.4 Triangulação: Dados e Teoria ............................................................................................. 41 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................ 53 
 
8 
 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................ 55 
APÊNDICES ................................................................................................................................ 61 
APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ........................................ 62 
APÊNDICE B - PROTOCOLO DO ESTUDO DE CASO ................................................................... 63 
APÊNDICE C – SÍNTESE DO RELATÓRIO DO ESTUDO DE CASO ................................................. 66 
APÊNDICE D - CARTILHA EDUCATIVA ....................................................................................... 68 
ANEXOS ..................................................................................................................................... 82 
ANEXO A - FIGURAS ESCOLHIDAS PELOS IDOSOS NA DINÂMICA DE APRESENTAÇÃO ............ 83 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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9 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
Evidencia-se que os idosos vivenciam as alterações inerentes ao processo de 
envelhecimento, tornando-se mais susceptíveis as doenças crônicas que podem trazer 
consequências para sua capacidade funcional. O diabetes mellitus do tipo II é uma das 
principais doenças crônicas que acomete as pessoas idosas. No Brasil, estima-se atualmente 
que 11% da população com idade de 40 anos ou mais tem o diagnóstico de diabetes mellitus, 
com tendência crescente conforme eleva-se a idade (BRASIL, 2006).A grande preocupação, é que essa patologia está associada ao aumento da prevalência 
de problemas micro e macrovasculares nessa população. Nesse sentido, para o alcance do 
bom controle metabólico, ou seja, o paciente diabético necessita de mudanças no estilo de 
vida o que acarreta profundas alterações na vida e no contexto familiar frente à nova situação 
(HAMMERSCHMIDT, 2007). 
 Desta forma, a educação em saúde, pode auxiliar o idoso para o cuidado de si, 
desenvolvimento de competências e empoderamento. De acordo com Organização Pan-
Americana da Saúde (OPAS, 2005), o cuidado de si, pode na maioria das vezes, ser 
proporcionado pelo próprio indivíduo que dele necessita. Neste contexto o idoso desenvolve 
competências para o empoderamento no diabetes mellitus. 
 O empoderamento permite desenvolvimento de consciência crítica, na qual o idoso 
com diabetes encontra sentido para um modo de viver saudável, próprio e personalizado 
(HAMMERSCHMIDT, 2007). Assim, é essencial que o idoso desenvolva competências, que 
auxilie ele a enfrentar determinadas situações no processo saúde e doença (PERRENOUD, 
2000). 
 Neste sentido, a educação em saúde juntamente com o cuidado de enfermagem pode 
instigar o idoso com diabetes mellitus no comportamento saudável, incitando o 
desenvolvimento de competências para o cuidado de si. Desse modo, incitar a adesão ao 
tratamento, torna-se fundamental para que os idosos com doenças crônicas possam participar 
no planejamento e na tomada de decisão do seu tratamento, o que acarretará um entendimento 
mais eficaz e eficiente de sua condição, bem como da prevenção secundária das patologias 
(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2003). 
 A prevenção secundária enfatizada caracteriza-se por implementação de ações 
educativas de saúde voltadas para o efetivo controle dos fatores de risco do diabetes mellitus 
tipo II junto a idosos, visando à prevenção da doença e de seus agravos. Dessa forma, a 
10 
 
intervenção educacional na prevenção secundária do diabetes mellitus tipo II, é de suma 
importância, pois pode suscitar no idoso mudança no estilo de vida, fazendo com que ele 
consiga conviver melhor com o diabetes mellitus e consequentemente ter melhor qualidade de 
vida. 
 Relativo à adesão ao tratamento, tem-se as dificuldades dos idosos em compreender a 
patologia que possuem, e sendo o diabetes uma doença que exige inúmeros cuidados 
(Hammerschmidt, 2007), necessita de especial atenção. Desta forma, vislumbrou-se nesta 
pesquisa, a construção de tecnologia educacional no cuidado de enfermagem, construída 
especialmente para idosos com diabetes mellitus II, que ao ser utilizada na educação em saúde 
pode trazer benefícios. Acredita-se que esta pode ser uma forma renovada de cuidado, que 
contemple algumas especificidades da população idosa e ludicamente pode contribuir para o 
entendimento de sua condição de saúde, doença e prevenção de complicações. 
O presente estudo teve como fonte de motivação a experiência da acadêmica como 
bolsista de ensino na disciplina de Saúde Coletiva, onde desenvolvia um projeto de educação 
em saúde com diabéticos. A proposta em criar tecnologia de cuidado para pacientes idosos 
partiu do interesse pessoal, pois acredita-se que a população idosa é extremamente importante 
na sociedade, agregado a este fato tem-se o aumento populacional e as especificidades desta 
faixa etária. Concernente a isto, salienta-se a necessidade do desenvolvimento de novas 
tecnologias de cuidado que respeitem os limites e as peculiaridades decorrentes do 
envelhecimento, capazes de reconhecer as modificações físicas, emocionais e sociais do 
idoso. 
Como futura profissional de saúde, desenvolver tecnologia educacional para pacientes 
idosos com diabetes mellitus tipo II, enriquecerá a formação acadêmica, bem como 
proporcionará a vivência de novas experiências educativas. Deste modo, torna-se um desafio 
desenvolver tecnologia educacional, com o intuito de promover o desenvolvimento de 
competências para o cuidado de si, auxiliando no empoderamento do idoso e provendo 
possíveis melhorias na qualidade de vida dessas pessoas. 
 Nesse sentido, para desenvolver educação em saúde junto à pacientes idosos com 
diabetes mellitus, torna-se fundamental que os profissionais de saúde empenhem-se na busca e 
desenvolvimento de novas tecnologias de ensino, que despertem no idoso a percepção e 
compreensão do seu organismo e cuidado de si. Isso possibilitará o desenvolvimento de 
competências e empoderamento, essenciais para a manutenção de uma vida ativa e com 
qualidade, ao longo do processo de envelhecimento. Merhy (2002) afirma que o contexto 
11 
 
atual é de transição tecnológica em saúde, com novas possibilidades de reestruturação ou 
construção de modelos que se propõem a atender as necessidades dos idosos. 
 Nesta proposta compreende-se a tecnologia num sentido amplo e abrangente, 
permeando o processo de trabalho em saúde, envolvendo saberes e habilidades, além disso, a 
tecnologia também aparece na forma como se estabelecem as relações, no modo como se dá o 
cuidado (MERHY, 2002). Acredita-se que o desenvolvimento da tecnologia educacional seja 
uma forma facilitadora para a educação em saúde com idosos, auxiliando no entendimento e 
compreensão da sua condição de saúde e doença, com o intuito de atender as necessidades de 
prevenção, promoção e recuperação da saúde no diabetes mellitus tipo II, exaltando a 
competência técnica do profissional de enfermagem, de modo digno, ético e humano. 
 Sendo assim, tem-se como problemática deste estudo: como desenvolver tecnologia 
educacional no cuidado de enfermagem para prevenção secundária do diabetes mellitus tipo II 
junto a idosos? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
2 OBJETIVO 
 
 
 Desenvolver tecnologia educacional no cuidado de enfermagem para prevenção 
secundária do diabetes mellitus tipo II junto a idosos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
3 REVISÃO DE LITERATURA 
 
3.1 Processo de Envelhecimento e Diabetes Mellitus 
 
 
 A busca para compreender o processo de envelhecimento teve inicio com as 
civilizações mais antigas, nas quais variavam o conceito de envelhecimento e a aceitação da 
velhice (FREITAS et al., 2002). Hoje os idosos, nas diferentes camadas, segmentos ou classes 
sociais, vivem a velhice de forma diversificada. Enfatiza-se que o processo do 
envelhecimento está relacionado a alterações nas mudanças funcionais e estruturais que, 
muitas vezes, favorecem o aparecimento de doenças. 
 O envelhecimento no seu processo fisiológico se manifesta pelo declínio das funções 
dos diversos órgãos levando à diminuição da reserva funcional, o que pode afetar o sistema 
imunológico, diminuindo a capacidade de adaptação do idoso às modificações do meio 
interno e/ou externo (NETO; PONTE, 1999). Para Duarte (2002), em condições normais um 
organismo envelhecido pode sobreviver normalmente, mas quando é exposto ao estresse tanto 
físico quanto emocional, pode apresentar desequilíbrio de sua homeostase, gerando uma 
sobrecarga funcional que pode resultar em processos patológicos e até a morte. 
 No Brasil, o crescimento da população idosa vem ocorrendo de forma bastante 
acelerada. Os dados estatísticos mostram que a faixa etária com maior crescimento na maioria 
dos países em desenvolvimento é a acima de 60 anos. As projeções indicam que no Brasil a 
proporção de idosos aumentou, passando de 8,8 % em 1998 para 11,1% em 2008. O Rio de 
Janeiro e o Rio Grande do Sul são os estados com maior proporção de idosos. Além disso, no 
Brasil a proporção de pessoas com mais de 70 anos ou mais também apresenta um aumento 
significativo (IBGE, 2009). 
 No contexto da transição demográfica, o perfil de saúde em nosso país também sofre 
mudanças. Com o aumento populacional de idosos prevalecem as doenças crônicas não 
transmissíveis na população. As doenças mais frequentessão a hipertensão, diabetes, artrite, 
insuficiência renal crônica, osteoporose e demências (VAROTO; TRUZZI; PAVARINI, 
2004; RAMOS, 2002). 
 O aumento das doenças crônicas nos idosos traz consequências como alterações na sua 
capacidade funcional que, na maioria das vezes, exige mudanças na estrutura de vida dessas 
pessoas. Nesse sentido, Santos (2003) refere que muitas vezes a presença dessas patologias 
14 
 
interfere de alguma forma na vida dessas pessoas, e que dependendo do contexto social em 
que vivem, sua história de vida e aspectos socioeconômicos, a doença pode ter maior ou 
menor significado para cada um. Dificuldades nas condições de vida, juntamente com o 
processo de envelhecer pode tornar o idoso mais vulnerável a desenvolver doenças crônicas 
de saúde, como por exemplo, o diabete mellitus. 
 A incidência do diabetes mellitus vem aumentando mundialmente. No Brasil, 
atualmente, estima-se que 11% da população com idade de 40 anos ou mais tem o diagnóstico 
de diabetes mellitus, com tendência de ampliação conforme eleva-se a faixa etária (BRASIL, 
2006). A elevação do diabetes mellitus no idoso pode ter várias causas, dentre elas, a relação 
do processo de envelhecimento com o metabolismo da glicose. Da mesma forma Diogo; 
Paschoal; Cintra (2000), afirmam que a diminuição da elasticidade das paredes arteriais, 
decorrente do processo de envelhecimento, acarreta o aumento da pressão arterial, estando 
diretamente relacionada às complicações do diabetes. 
 O diabetes mellitus é uma patologia crônica, com características genéticas, que pode 
ser influenciado pelas condições do ambiente. Ocorrem complicações do metabolismo, 
principalmente a falta de insulina, que é um hormônio produzido em pequena quantidade 
pelas células ßeta do pâncreas, tendo como função disponibilizar glicose às células (BRASIL, 
2006). 
 De acordo com Freitas et al. (2006), a prevalência e a incidência do diabetes mellitus 
vem crescendo como consequência do aumento da população idosa, da urbanização e 
industrialização, do aumento da obesidade, da inatividade física e principalmente do aumento 
de sobrevida dos diabéticos. Na maioria das vezes o diabetes mellitus tipo II se associa à 
obesidade, especialmente víscero/abdominal, surgindo muitas vezes após ganho de peso 
associado ao envelhecimento, caracterizado por menor tolerância à glicose. Ocorrem 
disfunção e anormalidades anatômicas do endotélio. A disfunção endotelial micro e 
macrovascular é percebida nas fases iniciais da doença, mesmo antes do aparecimento da 
hiperglicemia, tendo papel fundamental no acometimento aterosclerótico macrovascular, e 
possivelmente está associada à inflamação e à resistência à insulina (OLIVEIRA; 
WAJCHENBERG, 2003). 
 A apresentação clínica do idoso frente ao diabetes em geral surge de forma silenciosa, 
não dando qualquer sinal ou sintoma da doença. Devido a esse fato, o idoso diabético pode 
desconhecer ser portador da doença, sendo o diagnóstico frequentemente comprovado através 
de exames quase rotineiramente requisitados em indivíduos dessa faixa etária. Desse modo, o 
diabetes, às vezes, é somente diagnosticado quando do surgimento de uma ou mais 
15 
 
complicações da doença. Assim, esses pacientes passam a ter conhecimento do fato de serem 
diabéticos quando sobrevêm distúrbios visuais (como catarata, glaucoma, retinopatia), 
neuropatias, nefropatia e vasculopatia periférica (FILHO; NETTO, 2006). 
 Frente a uma doença crônica, a saúde do idoso é afetada de alguma forma, podendo 
acarretar comprometimento financeiro, emocional e social dentre outros, e a qualidade de vida 
em idosos com diabetes mellitus tipo II pode ser prejudicada em decorrência da doença. 
Corroborando com este pensamento, Hammerschmidt (2007), ressalta que o diabetes mellitus 
é uma condição crônica de saúde, que necessita de mudança no estilo de vida do paciente para 
o alcance de um bom controle metabólico, acarretando profundas alterações na vida do 
paciente e no contexto familiar frente à nova situação apresentada. 
 Dessa forma, a prevenção secundária do diabetes mellitus é de suma importância, pois 
através da prevenção é possível contribuir para que, apesar das progressivas limitações que 
possam ocorrer com os idosos, eles possam redescobrir possibilidades de viver com a doença, 
desenvolvendo competências para o cuidado de si e empoderando-se para viver com 
qualidade de vida. Nesse sentido, acredita-se na importância da informação para a prevenção 
das complicações do diabetes mellitus nos idosos, pois é através do conhecimento que eles 
adquirem que pode-se vivenciar atitudes de prevenção. 
 Acredita-se que a enfermagem pode intervir na patologia do diabetes mellitus, 
prestando assistência educativa ao paciente idoso com diabetes mellitus tipo II, fornecendo 
informação sobre processo da saúde/doença, cuidado de si, necessidade de tratamento, bem 
como auxiliar a prevenir complicações (DOENGES; MOORHOUSE; GEISSLER, 2003). 
Nesse sentido, faz-se necessária a tecnologia educacional que auxilie na educação em saúde 
junto a idosos com diabetes mellitus tipo II, incentivando o cuidado de si, o desenvolvimento 
de competências e o empoderamento. 
 
3.2 Tecnologia Educacional no Cuidado de Enfermagem 
 
 
 Com as constantes e intensas mudanças nos dias atuais, onde é crescente e cada vez 
mais acelerada a inovação tecnológica, tem-se à disposição dos profissionais e usuários os 
mais diversos tipos de tecnologias, tais como: tecnologias educacionais, tecnologias 
gerenciais e tecnologias assistenciais (BARRA et al., 2006). Dessa forma, é importante ter 
uma postura crítica e reflexiva sobre a utilização da tecnologia, buscando uma adequação às 
16 
 
necessidades do paciente como um todo e que, independente do uso da tecnologia, cabe ao 
enfermeiro saber utilizar estas tecnologias para benefício do idoso. 
 A tecnologia educacional no cuidado de enfermagem é um conjunto de ferramentas 
que podem ser cada vez mais desenvolvidas e especializadas para auxiliar os profissionais 
motivados a proporcionar um melhor cuidado à saúde do ser humano. Nascimento (2005) 
refere que a tecnologia educacional não é composta somente por materiais e equipamentos. É 
necessário expandir esse conceito, inovando tecnologicamente a educação, ao reconhecer que 
o uso criativo dos instrumentos disponíveis pode estimular o pensamento crítico, levando ao 
desejo de manifestar opiniões, de trocar idéias, de conhecer o que o outro tem a ensinar. A 
esse respeito, Sampaio; Leite (2000) reforçam ao afirmar que tecnologia educacional deve ser 
empregada e analisada criticamente, com o propósito de beneficiar o processo de 
transformação social promovido pela educação. 
 Sabe-se que termo tecnologia tem sido utilizado de forma enfática, incisiva e 
determinante, porém distorcida na prática diária, uma vez que tem sido concebido, quase 
sempre, somente como um produto ou equipamento. Nesse sentido, Mehry et al. (1997) 
ressaltam que a tecnologia não deve ser tratada através de uma concepção reducionista ou 
simplista, associada somente à máquinas. Dessa forma, a tecnologia compreende certos 
saberes constituídos para a geração e utilização de produtos e para organizar as relações 
humanas. 
 Refletir o cuidado na perspectiva da tecnologia nos leva a repensar a inerente 
capacidade do ser humano em buscar inovações. A relação entre o cuidado de enfermagem e a 
tecnologia é permeada pela busca do conhecimento científico (ROCHA et al., 2008). Para 
abordar tecnologias em saúde interligando as necessidades reais dos usuários e dos próprios 
serviços de saúde é necessário ir além da dimensão das máquinas e equipamentos, cujo 
impacto da sua utilização na área da saúde auxilia na garantia e manutenção da vida por todos 
os indivíduos, quer sejam usuários ou trabalhadores de saúde (ROSSI; LIMA, 2005). 
 Para a concretização dos processos de trabalho em saúde são utilizadasdiferentes 
tecnologias que foram agrupadas por Merhy et al. (1997) em três categorias, a saber: a) 
Tecnologia dura, representada pelo material concreto como equipamentos tecnológicos do 
tipo máquinas, normas, estruturas organizacionais; b) Tecnologia leve-dura, incluindo os 
saberes estruturados representados pelas disciplinas que operam em saúde, a exemplo da 
clínica médica, odontológica, epidemiológica, entre outras e; c) Tecnologia leve, que se 
expressa como o processo de produção da comunicação, acolhimento, de vínculos que 
conduzem ao encontro do usuário com necessidades de ações de saúde, gestão, como uma 
17 
 
forma de governar processos de trabalho. Observa-se que as três categorias apresentadas estão 
intimamente interligadas e presentes no agir da enfermagem, ainda que nem sempre de modo 
transparente. 
 Neste contexto, a tecnologia educacional no cuidado de enfermagem com pacientes 
idosos diabéticos, pode ser uma importante ferramenta que auxilie no cuidado a essas pessoas. 
Com a tecnologia educacional no cuidado da enfermagem, pode-se desenvolver novas formas 
de cuidado que auxilie os profissionais, bem como os idosos no cuidado de si, no 
desenvolvimento de competências e no empoderamento. 
 O uso das tecnologias contempla a existência de um objeto de trabalho dinâmico, em 
contínuo movimento. Esse objeto exige dos profissionais de saúde, especialmente do 
enfermeiro, uma capacidade diferenciada, a fim de que percebam essa dinamicidade e 
pluralidade, que desafiam os sujeitos à criatividade, à escuta e a flexibilidade (ROSSI, 2003). 
Tal consideração permite entender a dimensão da produção tecnológica na enfermagem, a 
qual pode encontrar estratégias tecnológicas de cuidado no cotidiano do seu trabalho, tanto 
em sua natureza assistencial como na administrativa, que objetivem melhorar as ações 
educativas em saúde. 
 Nessa compreensão, a tecnologia não pode ser vista apenas como algo concreto, como 
um produto palpável, mas como resultado de um trabalho que envolve um conjunto de ações 
abstratas ou concretas que apresentam uma finalidade, nesse caso, o cuidado em saúde. 
Autores como Rocha et al. (2008), apontam que tecnologia permeia o processo de trabalho 
em saúde, contribuindo na construção do saber, apresentando-se desde o momento da idéia 
inicial, da elaboração e da implementação do conhecimento, como também, é resultado dessa 
mesma construção. Além disso, a tecnologia também aparece na forma como se estabelecem 
as relações, na maneira como se dá o cuidado em saúde. 
 Quando se visualiza uma estrutura de forma flexível que sofre adaptações conforme a 
necessidade do cuidador e o ser cuidado, com o objetivo de promover um cuidado único, 
específico e ao mesmo tempo integral, o modelo de cuidado pode então ser visto como uma 
tecnologia (ROCHA et al., 2008). Desse modo, os modelos de cuidados manifestam-se como 
tecnologias, sejam estas leves, leve-duras ou duras, que englobam um conjunto de 
conhecimentos. 
 A característica da tecnologia em enfermagem é própria, pois ao se cuidar do ser 
humano, não é possível generalizar condutas, mas sim adaptá-las às mais diversas situações, a 
fim de oferecer um cuidado adequado e individualizado principalmente quando se trata dos 
idosos (MEIER, 2004). Koerich et al. (2007) resgatam que a tecnologia moderna organiza e 
18 
 
sistematiza as atividade e, não somente, produz máquinas e ferramentas físicas. O que nos 
leva a compreender que a tecnologia envolve um conjunto de ferramentas que dá 
dinamicidade às ações, bem como auxilia no cuidado. 
 Acredita-se que desenvolver tecnologia educacional no cuidado de enfermagem para 
pacientes idosos com diabetes mellitus tipo II, é uma forma de ação, um modo de fazer o 
cuidado. Corroborando com essa afirmação, Rocha et al. (2008), associam o modelo de 
cuidado como um processo tecnológico, que pode ser classificado, como uma tecnologia leve-
dura, pois o mesmo é estruturado em uma sequência de passos ou normas que o determinam e 
orientam para a realização do cuidado. 
 Dessa forma, Merhy (2002) refere que a tecnologia inclui saberes para a produção de 
produtos e para a organização de ações humanas nos processos produtivos, portanto 
sustentando o trabalho vivo. Assim, o trabalho vivo em ato comporta, por exemplo, a 
criatividade permanente do trabalhador em ação, inventando novos processos de trabalho e 
abrindo novas direções não pensadas. Neste estudo a tecnologia realizada também caracteriza-
se como leve-dura, pois inclui saberes estruturados relacionados ao processo saúde e doença, 
em idosos com diabetes mellitus tipo II. Também pode-se considerar o produto deste estudo 
como uma tecnologia dura, pois será material concreto, que pode ser utilizado para educação 
em saúde, cuidado de si, desenvolvimento de competências e empoderamento do idoso. 
 
3.3 Educação em Saúde 
 
 
 O papel do enfermeiro em relação ao idoso é abrangente, englobando a educação em 
saúde, a gerência de recursos humanos e de materiais e a realização da assistência qualificada 
(CAMACHO, 2002). Nesse sentido, a educação em saúde é uma das vertentes em que o 
enfermeiro pode atuar, a fim de proporcionar melhor qualidade de vida aos idosos no seu 
processo de envelhecimento. 
 Faz-se, necessária a implantação e a consolidação de práticas educativas que 
contemplem a especificidade de atenção da vida, saúde e doença das pessoas idosas, que seja 
condizente com o entendimento deles. Acredita-se que através de ações educativas, é possível 
despertar na pessoa idosa e na família a percepção e a compreensão do cuidado de si, como 
essencial à manutenção de vida ativa e com qualidade, ao longo do processo de 
envelhecimento. Desse modo, Pedro (2000) refere que a educação em saúde é um processo de 
19 
 
ensino-aprendizagem visando a prevenção e promoção da saúde, onde o educador desenvolve 
estratégias, no intuito de oferecer caminhos que possibilitem transformações nas pessoas. 
 Segundo Cardoso et al. (2005), as pessoas envolvidas no processo educacional são 
dotadas de identidade com características individuais. Portanto, não se pode deixar de 
considerar esse aspecto quando se aborda a educação. Neste sentido, é necessário reconhecer 
as mudanças que ocorrem no processo de envelhecimento, para que dessa forma a educação 
em saúde para idosos com diabetes mellitus tipo II, seja uma forma renovada de cuidado, com 
o objetivo de promover o cuidado de si, a prevenção de complicações e o empoderamento, 
visando melhor qualidade de vida dessas pessoas. 
 Assim, para desenvolver educação em saúde junto a idosos com diabetes mellitus, 
torna-se fundamental que os profissionais de saúde empenhem-se na busca de novas 
tecnologias de ensino, para que estas auxiliem os idosos a obterem informações apropriadas 
acerca do cuidado à saúde. Duran; Cocco (2003) ressaltam que o educador em saúde enfrenta 
alguns problemas no que tange a diversidade da população, as dificuldades de aprendizagem e 
de ensino e o decréscimo de recursos para a educação. 
 Nessa direção, tem-se a necessidade urgente de se buscar estratégias efetivas 
direcionadas à educação do idoso diabético, observando as peculiaridades: idade, motivação 
para o tratamento, capacidade de cuidar de si, entre outras. É preciso reconhecer, que a 
educação é um processo de relação humana que exige uma atividade de interação entre 
educador e educando. Dessa forma, os profissionais de saúde devem lembrar que a educação, 
desenvolve-se num processo de construção de saber coletivo visando um cuidado humanizado 
com a finalidade de intervir e transformar a realidade de cada indivíduo (CARDOSO et al., 
2005). 
 A educação em saúde pode contribuir para mudanças no estilo de vida, favorecendo o 
conhecimento, sendo uma oportunidade para os idosos com diabetes mellitus vencerem os 
desafios impostos pela sua condição de saúde. Propicia, também o aprendizadode novas 
formas de cuidar, ampliando as oportunidades para resgatar seu bem-estar físico e emocional 
(MARTINS et al., 2007). Esses mesmos autores acreditam que, a educação em saúde é um 
dos mais importantes elos entre os desejos e expectativas da população por uma vida melhor. 
 Nessa perspectiva, os enfermeiros ao desenvolver educação em saúde junto a idosos 
com diabetes mellitus tipo II, criam ferramentas que envolvam esses pacientes no cuidado de 
si, fazendo com que eles sejam os principais protagonistas no cuidado de sua saúde. Nessa 
direção Gonçalves; Schier (2005), referindo-se a enfermagem ao prestar cuidados à pessoa 
idosa, deve valorizar e estimular a independência e autonomia do paciente, utilizando entre 
20 
 
vários recursos, do método de educação participativa para o cuidado de si nas atividades do 
viver diário. Os mesmos ressaltam que por meio de ações libertadoras de educação para 
saúde, a pessoa idosa e seus cuidadores são capazes de cultivar e/ou buscar o bem estar e 
qualidade de vida que almejam para si. 
 É fundamental que o enfermeiro desenvolva tecnologia educacional em saúde para 
idosos diabéticos, baseada no entendimento integral a respeito de saúde e de qualidade de vida 
do paciente, valorizando a cultura, estimulando a autoconfiança para o alcance uma educação 
em saúde efetiva. Assim, Martins et al. (2007), entendem que os pacientes idosos, precisam de 
algumas estratégias que possibilitem ter uma velhice satisfatória. Isto implica em estarem 
atentos a cultivar novos hábitos para prevenção secundária do diabetes, e desenvolvimento de 
competências em prol de uma melhor qualidade de vida. 
 Acredita-se que a educação em saúde pode auxiliar os profissionais de saúde na 
prevenção secundária do diabetes melitus tipo II e entendida pela população idosa como 
ferramenta de cuidado, podendo ser umas das principais estratégias que visa à manutenção da 
autonomia e independência desses sujeitos no seu processo de cuidado. No caso do idoso com 
diabetes mellitus, Medeiros; Lopes (2007) afirmam que é necessária a intensificação dos 
processos de educação em saúde com esses pacientes, para que eles avaliem a sua saúde e 
consequentemente invistam em transformações em seu estilo de vida. 
 Nesse sentido, a educação em saúde pode ser entendida como uma maneira de fazer 
com que as pessoas desenvolvam competências, empoderando-se do cuidado de si 
possibilitando modificações nos comportamentos prejudiciais à saúde. A educação em saúde 
não é, somente, levar a população à compreensão e às soluções corretas que os profissionais 
descobriram, pelo contrário, ao estudar a realidade de vida das pessoas, podem-se identificar 
ricas experiências e novas estratégias de cuidado. Assim, Danieli; Paixão (2007) ressaltam 
que ensinar em saúde é uma especificidade humana, que exige aceitação do novo, 
reconhecimento da identidade cultural das pessoas, bem como competência e 
comprometimento do profissional. 
 Resgatando que a educação em saúde envolve a capacidade e disposição para mudança 
de cada sujeito na aprendizagem sobre saúde, Monteiro; Vargas; Cruz (2006) pressupõem 
que, ao buscar implementar ações de educação em saúde, as tecnologias são processos 
concretos. Assim, a partir de uma experiência do cotidiano, podem ser desenvolvidas 
tecnologias que serão controladas pelas pessoas, podendo ser veiculadas a artefatos ou 
saberes. 
21 
 
 As tecnologias nesta pesquisa se referem às estratégicas de educação em saúde, que 
poderão ser utilizadas para estimular cuidado de si, o empoderamento e o desenvolvimento de 
competências para comportamentos saudáveis através da aprendizagem e de habilidades para 
os cuidados da saúde, que possibilitem ao idoso com diabetes mellitus tipo II entender e 
compreender o processo de saúde e doença que ocorre no organismo, descobrindo novas 
maneiras de enfrentar essa doença. 
 Dessa forma, a ação educativa em saúde é um processo dinâmico, que busca melhoria 
das condições de saúde. Não basta apenas seguir normas recomendadas de como ter mais 
saúde e evitar doenças, é essencial desenvolver novas tecnologias educacionais que estimulem 
as ações dos idosos, almejando bem-estar e qualidade de vida. Sendo assim, reforça-se a 
necessidade do enfermeiro em produzir novas tecnologias educacionais no cuidado de 
enfermagem, reconhecendo as verdadeiras necessidades, desejos e aspirações dos idosos com 
diabetes mellitus tipo II, incitando a prevenção secundária, a adesão ao tratamento, o cuidado 
de si, o empoderamento, o desenvolvimento de competências e a melhor qualidade de vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
4 METODOLOGIA 
 
 
 A metodologia utilizada nesse trabalho caracterizou-se como estudo de caso seguindo 
os pressupostos de Yin (2005). Para se realizar um estudo de caso o autor citado defende a 
necessidade de realizar revisão de literatura, anteriormente ao estudo de caso propriamente 
dito, desta forma seguiu-se a recomendação metodológica do autor e na sequencia apresenta-
se como ocorreu a pesquisa. 
 
4.1 O Estudo de Caso 
 
 
 Este trabalho caracterizou-se estudo de caso, pois, representou a “estratégia preferida, 
quando o pesquisador tem pouco controle sobre os acontecimentos ou quando o foco se 
encontra em fenômenos inseridos em algum contexto da vida real” (YIN, 2005, p.19). 
 
4.1.1 Componentes do Estudo de Caso 
 
 
 O estudo de caso foi composto inicialmente por quatro componentes essenciais: 
revisão de literatura, questão do estudo, preposição do estudo e unidade de análise, que 
delinearam esta pesquisa. 
 
4.1.1.1 Revisão de Literatura 
 
 
 Foi realizada pesquisa bibliográfica, do tipo revisão de literatura não sistematizada, 
método que possibilita sintetizar pesquisas já concluídas e obter resultados a partir de um 
tema de interesse. A revisão de literatura não sistematizada é descrita como a busca de 
informações sobre um tema ou tópico que resuma a situação dos conhecimentos sobre um 
problema de pesquisa. O principal objetivo da revisão de literatura é fornecer uma síntese dos 
resultados de pesquisa, para auxiliar o profissional a tomar decisões. Neste tipo de estudo são 
abordados os tópicos relevantes sobre o tema, de forma a proporcionar ao leitor uma 
compreensão do que existe publicado sobre o assunto. Assim a revisão tem uma função 
integradora e facilita o acúmulo de conhecimento (POLIT; BECK; HUNGLER, 2004). 
23 
 
 A revisão de literatura foi baseada em livros, pesquisas em teses, dissertações e 
artigos nas bases de dados existentes. Para a busca nas bases de dados optou-se por procurar 
pelas seguintes palavras chaves: tecnologia educacional, diabetes mellitus tipo II, idosos e 
educação em saúde. 
 
4.1.1.2 Questão do estudo 
 
 
 A questão de estudo para ser considerada estratégia de estudo de caso precisa ter como 
forma de questão de pesquisa as palavras “como” “por quê”, pois elas revelam-se como a 
essência do estudo de caso; não se pode exigir controle sobre eventos comportamentais e por 
ter como foco acontecimentos contemporâneos (YIN, 2005). Desta forma, teve-se como 
questão deste estudo: 
 Como desenvolver tecnologia educacional no cuidado de enfermagem para prevenção 
secundária do diabetes mellitus tipo II junto a idosos? 
 
4.1.1.3 Preposição do estudo 
 
 
 A preposição do estudo serviu para direcionar a busca de evidências relevantes e 
simultaneamente refletindo sobre a questão teórica. O estudo em questão teve a seguinte 
preposição: 
 O desenvolvimento da tecnologia educacional, para o cuidado de enfermagem 
promove o estímulo de competências para o cuidado de si na prevenção secundária do 
diabetes mellitus tipo II junto a idosos. 
 O cuidado de enfermagem na educação em saúde consiste, em desenvolver tecnologia 
educacional junto à pacientes idosos diabéticos, esta tecnologia pode ser uma importante 
ferramenta que auxilie no cuidadoa essas pessoas. Desta forma, esta ação possibilitou a 
construção de proposta de cuidado em enfermagem que embasou a ação cuidativa, bem como 
para os idosos estimulou na prevenção secundária do diabetes mellitus tipo II, incitando o 
empoderamento e o desenvolvimento de competências para o cuidado de si. 
 
 
 
 
24 
 
4.1.1.4 Unidade de análise 
 
 
 A unidade de análise consistiu no foco principal do estudo de caso, ou seja, na 
definição do “caso” que foi estudado. O estudo em questão apresentou como unidade de 
análise o desenvolvimento de tecnologia educacional no cuidado de enfermagem para 
prevenção secundária do diabetes mellitus tipo II junto a idosos. 
 
4.1.2 O papel da teoria no planejamento do estudo 
 
 
 A partir desses quatro componentes essenciais do estudo de caso (revisão de literatura, 
questão de estudo, preposição e unidade de análise) foi criada uma teoria, salienta-se que a 
teoria apresentada está alicerçada na revisão de literatura anteriormente mencionada e 
realizada. Dessa forma, sua formulação foi fundamental antes do início do estudo de caso.
 
4.1.2.1 Desenvolvimento da teoria 
 
 
 O desenvolvimento de uma teoria forneceu direcionamento consistente na 
determinação dos dados que foram coletados na sua análise, e também na generalização dos 
resultados. Existem inúmeros tipos de teoria e sua escolha depende do assunto que será 
trabalhado no estudo de interesse. Sendo que nesse estudo a teoria que apresentou maior 
afinidade com o tema é a teoria social, voltada ao desenvolvimento tecnológico, que visou 
atender a demanda social. Isto se deve por este estudo propor que o desenvolvimento da 
tecnologia auxiliasse os profissionais de saúde e os idosos na prevenção secundária do 
diabetes mellitus. Devido a isso, a teoria social foi aplicada nesse estudo de caso de forma 
efetiva, sendo apresentada logo abaixo. 
 O estudo de caso mostrou que o desenvolvimento da tecnologia educacional com 
estímulo de competências para o cuidado de si pode contribuir no cuidado de enfermagem 
visando à prevenção secundária do diabetes mellitus tipo II junto a idosos. 
 
 
 
25 
 
4.1.3 Projetos de estudo de caso 
 
Os projetos de estudo de casos podem ser de quatro tipos: 1) holístico de caso único; 
2) holístico de casos múltiplos; 3) incorporado de caso único; 4) incorporado de casos 
múltiplos. Após a análise desses quatros tipos, definiu-se que o estudo em questão adapta-se 
ao projeto holístico de caso único (YIN, 2005). 
 
4.1.3.1 Projeto holístico de caso único 
 
 
 Esta pesquisa foi classificada como projeto holístico por apresentar única unidade de 
análise, que é o desenvolvimento da tecnologia educacional. E de caso único, por ter um 
único propósito que é a prevenção secundária do diabetes mellitus tipo II junto a idosos. 
 
4.1.4 Preparação para a coleta de dados 
 
 
 Na preparação para a coleta de dados é necessário, citar os principais passos, objetivos 
e idéias principais do estudo, também o desenvolvimento de um protocolo de estudo que 
serviu como guia dos passos a serem realizados no estudo (YIN, 2005). 
 
4.1.4.1 Construção da tecnologia educacional no cuidado de enfermagem com estímulo de 
competências para o cuidado de si na prevenção secundária do diabetes mellitus tipo II junto a 
idosos 
 
 
 O processo de elaboração da tecnologia educacional no cuidado de enfermagem para 
prevenção secundária do diabetes mellitus tipo II junto a idosos, foi baseado em algumas 
bases filosóficas propostas por Perrenoud (2000). Este autor acredita que é essencial o 
desenvolvimento de competências, no sentido de “capacidade de mobilizar diversos recursos 
cognitivos para enfrentar um tipo de situação” (PERRENOUD, 2000, p.15). Acredita-se na 
necessidade de desenvolver processo de cuidar envolvendo a participação e decisão ativa do 
idoso com diabetes, de modo a desenvolver ações integradas, efetivas, resolutivas, criativas, 
dialógicas e de empoderamento. 
26 
 
Sendo assim ressalta-se a importância do trabalho de estímulo junto ao idoso para o 
desenvolvimento de competências com vistas ao empoderamento, a ser realizado entre o 
profissional de saúde e o idoso com diabetes, com o intuito de prevenção secundária a saúde, 
visando melhorar a qualidade de vida dos diabéticos. 
 O processo de desenvolvimento da construção da tecnologia educacional no cuidado 
de enfermagem com estímulo de competências para o cuidado de si na prevenção secundária 
do diabetes mellitus tipo II junto a idosos, buscou alternativas dinâmicas que envolvessem o 
idoso. Na perspectiva de estimular este a modificar seus comportamentos, através da 
autocrítica, do desenvolvimento de competências e da motivação para o cuidado de sua saúde. 
Nesse sentido, a tecnologia considerou o entendimento do idoso quanto o diabetes 
mellitus tipo II, e serviu para elucidar como ocorre a doença no organismo humano, incluindo 
os sintomas e complicações crônicas da mesma. A importância do idoso em conhecer sua 
doença é essencial para o tratamento, visto as consequencias a que estão sujeitos diante do 
descuido consigo mesmo. 
 A tecnologia educacional serviu como auxílio para o desenvolvimento de 
competências, cuidado de si, empoderamento e conscientização da importância da adesão do 
idoso ao tratamento, enfatizando principalmente o uso correto do medicamento 
(insulinoterapia), número de refeições que devem ser realizadas ao longo do dia, bem como os 
sintomas da hiper e hipoglicemia. 
Acredita-se que as informações fornecidas pelos profissionais de saúde aos idosos, 
podem auxiliá-los no desenvolvimento de competências, motivando-os para ao cuidado de si e 
a adesão ao tratamento que é essencial ao paciente diabético. Nesse sentido, ao desenvolver a 
tecnologia educacional no cuidado de enfermagem para prevenção secundária do diabetes 
mellitus, foi importante primar pela participação direta do idoso no cuidado de si, de modo a 
desenvolver ações efetivas em prol de sua saúde e da qualidade de vida. 
 
4.1.4.2 Protocolo 
 
 
 Segundo (Yin, 2005, p.92) “um protocolo para o estudo de caso é mais do que um 
instrumento. O protocolo contém o instrumento, mas também contém os procedimentos e as 
regras gerais que deveriam ser seguidas ao utilizar o instrumento”. Este protocolo está 
apresentado na íntegra no Apêndice B. 
 
27 
 
4.1.5. Coleta de evidências 
 
 
 As evidências podem ser buscadas através de documentos, registros em arquivos, 
entrevistas, observação direta, observação participante e artefatos físicos (YIN, 2005). Neste 
estudo foram utilizadas três fontes de evidência: entrevistas, observação direta, artefatos 
físicos. Dessa forma, utilizou-se filmadora para posterior análise dos dados. 
 
4.1.5.1 Entrevistas 
 
 
 As entrevistas foram grupais com os idosos participantes de uma oficina. Nesta 
oficina, primeiramente foi realizado questionamentos para identificar o conhecimento prévio 
do idoso sobre o diabetes mellitus. Durante toda a tecnologia foi utilizado indagações para os 
idosos. Ao final pode-se comparar as respostas obtidas no inicio e após as atividades 
educativas. As perguntas que compõem a entrevista encontram-se listadas no protocolo de 
estudo de caso (Apêndice B). 
 
4.1.5.2 Observação direta 
 
 
 Neste trabalho foi realizada observação direta, pois a própria pesquisadora estava 
coordenando a oficina, e ao mesmo tempo estava analisando os dados emergentes para a 
pesquisa. 
 A observação é útil para fornecer informações adicionais sobre o que está sendo 
estudado (Yin, 2005). Nesse estudo utilizou-se a observação direta de maneira informal, foi 
direta em função de tratar de acontecimentos em tempo real dentro de seu contexto, e 
informal, pois as observações foram realizadas durante a coleta de dados. 
 
4.1.5.3 Artefatos físicos 
 
 
 O artefato físico deste trabalho foi à tecnologia educacional construída. Os artefatosfísicos podem ser um aparelho de tecnologia, uma ferramenta, instrumento, obra de arte ou 
alguma forma física (YIN,2005). Neste estudo pretendeu-se utilizar a tecnologia educacional 
28 
 
embasada principalmente nos conhecimentos e linguagem prévia dos idosos, ressaltando que 
no artefato elaborado utilizou-se predominantemente de figuras e dinâmicas de grupo, o que 
possibilitou o estímulo ao lúdico e a compreensão. 
 
4.1.6 Princípios para coleta de dados 
 
 
 Para a coleta de dados ocorrer de forma satisfatória foi preciso satisfazer três 
princípios: utilizar várias fontes de evidência (triangulação); criar banco de dados para o 
estudo de caso; manter o encadeamento das evidências. 
 
4.1.6.1 Fontes múltiplas de evidência: Triangulação 
 
 
 Segundo Yin “triangulação é o fundamento lógico para utilizar as fontes múltiplas de 
evidências”, a vantagem mais importante da triangulação é “o desenvolvimento de linhas 
convergentes de investigação” (YIN, 2005, p.126). Também pode ser denominada 
convergência de evidências. Na sequência apresenta-se a figura 1, sobre a convergência de 
evidências deste estudo de caso. 
 
CONVERGÊNCIA DE EVIDÊNCIAS (TRIANGULAÇÃO) 
 
Observação Direta 
 
 
 
 
 
Figura 1 - Convergência de evidências deste estudo de caso (YIN, 2007, p.127, adaptação nossa). 
 
A partir das fontes de evidência usadas nesse estudo, foi contemplado dois tipos de 
triangulação: 1) Triangulação de dados; 2) Triangulação de teoria. 
 A triangulação dos dados deu-se pela utilização das diversas fontes de dados, a saber: 
observação direta, entrevistas e artefatos físicos; a triangulação de teoria foi reforçada pela 
Tecnologia Educacional Entrevista
s 
Artefatos Físicos 
29 
 
realização da Revisão de Literatura e com análise dos conceitos de Perrenoud (2000), baseado 
no pressuposto do desenvolvimento de competências. 
 
4.1.6.2 Banco de dados 
 
 
 A criação de um banco de dados foi necessária para organização do material da coleta 
de dados e documentos, que foram consultados em etapas posteriores do estudo de caso. 
Neste estudo o banco de dados foi criado em arquivos como WORD, EXCEL, JPJ, PDF. 
 
4.1.6.3 Encadeamento de evidências 
 
 
 O encadeamento das evidências significou a interligação das evidências através da 
sequencia lógica do estudo, servindo para orientar o leitor a se guiar a partir da origem das 
evidências indo desde as questões iniciais até a conclusão do estudo de caso ou podendo optar 
pela ordem inversa tendo a mesma fluidez de raciocínio. Sendo representado na figura 2, o 
encadeamento das evidências deste estudo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
 
 
↕ 
 
 
 
 
 
 
 
↕ 
 
 
 
↕ 
 
 
 
↕ 
 
 
 
 
 
Figura 2 - Encaminhamento de evidências deste estudo de caso (YIN, 2007, p.133, adaptação nossa). 
 
4.1.7 Análise das evidências 
 
 
 A análise de evidências consistiu na síntese dos dados encontradas do caso 
(desenvolvimento da tecnologia educacional), e depois categorização ou classificação dos 
dados obtidos com as entrevistas e observação direta (YIN, 2005). 
Citações de fontes comprobatórias específicas 
no banco de dados do estudo de caso 
Como desenvolver tecnologia educacional no cuidado de enfermagem para prevenção 
secundária do diabetes mellitus tipo II junto a idosos? 
Protocolo do estudo de caso: 
A. Introdução ao estudo de caso e objetivo do protocolo: questões de estudo, 
preposição, estrutura teórica, agenda. 
B. Procedimento da coleta de dados 
C. Esboço do relatório do estudo de caso 
D. Questões do estudo de caso para avaliação 
Banco de dados do estudo de caso 
Relatório do estudo de caso 
31 
 
4.1.8 Relatório do estudo de caso 
 
 
 O relatório do estudo de caso foi construído através da condução das suas constatações 
e dos resultados para a sua conclusão. Apresentando, independente da forma que o estudo 
assumiu as seguintes etapas: identificação do público almejado para o relatório, 
desenvolvimento da estrutura de composição e adoção de procedimentos relacionados ao 
estudo de caso (YIN, 2005). 
 
4.1.9 Considerações bioéticas 
 
 
 Foi encaminhado o projeto deste estudo para a diretora do Centro de Convivência 
Maior Comendador Gabriel Vijande Bermúdez, solicitando a liberação para desenvolvimento 
do estudo. Após liberação da mesma, o estudo foi esclarecido para todos os sujeitos 
envolvidos e os que manifestaram concordância em participar na realização da pesquisa, 
assumindo assim, o compromisso na participação da pesquisa, ao assinarem o Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A). O documento contou com a assinatura do 
pesquisador e pesquisado, em duas vias, uma para o arquivo da pesquisadora e outra entregue 
ao idoso, sujeito da pesquisa. 
Foi assegurado aos idosos, o direito de desistirem da participação no estudo a qualquer 
momento, sem qualquer prejuízo, ficou claro que a participação é voluntária, sem nenhuma 
remuneração em espécie alguma; também foi esclarecido que, nos resultados e divulgação da 
pesquisa sempre será preservado o anonimato dos entrevistados, bem como a fidedignidade 
dos dados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
5 RESULTADOS 
 
 
 A seguir apresentam-se os resultados de acordo com os objetivos propostos no 
presente estudo, estes emergiram do relatório desenvolvido no estudo de caso, bem como da 
observação direta, das entrevistas e do artefato físico. Os subtítulos envolvidos nos resultados 
estão relacionados à: caracterização do cenário do estudo; processo de coleta de informações; 
descrição da elaboração da tecnologia educacional e triangulação dos dados e teoria. 
 
5.1 Cenário do Estudo 
 
 
 O desenvolvimento deste estudo foi realizado no Centro de Convivência Maior 
Comendador Gabriel Vijande Bermúdez. A unidade deste estudo abriga 50 idosos acima dos 
setenta anos de idade, com autonomia física, carentes e que padecem de solidão. A estrutura 
física e a organização do Centro e Convivência está direcionada para a população da terceira 
idade, contribuindo para a melhor qualidade de vida destes, proporcionando lazer, recreação e 
assistência. 
 Os profissionais que lá atuam, caracterizam-se por uma equipe multiprofissional 
treinada para o atendimento ao idoso, profissional médico, enfermeiro, técnico de 
enfermagem, assistente social, fisioterapeuta, psicóloga, odontólogo e educadores físicos. A 
dinâmica de atendimento dos idosos descreve-se como chegada ao Centro de Convivência 
pela parte da manhã, onde recebem o café e fazem as atividades propostas pela unidade. Ao 
meio dia são levados ao restaurante popular para receber o almoço, e posteriormente são 
encaminhados para suas casas com o ônibus que é disponibilizado pela prefeitura para este 
fim. É importante mencionar que os profissionais permanecem com os idosos em todos os 
momentos até o domicílio. 
 
5.2 Processo de Coleta de Informações 
 
 
 As informações foram coletadas nos dias 26 e 27 de maio de 2010, pelo período da 
manhã, com duração de duas horas nos dois dias. A tecnologia educacional desenvolvida foi 
aplicada com todos os idosos diabéticos que frequentam o Centro de Convivência, totalizando 
33 
 
sete idosos. As informações foram obtidas por meio da aplicação da tecnologia educacional. 
Para análise do estudo a aplicação da tecnologia foi gravada. 
Foi utilizado como instrumento para coleta de dados, questionários, a saber: 
Questionário no Jogo do Bingo Educativo, este questionário refere-se as perguntas feitas no 
jogo do bingo. Também foi aplicado o questionário da Cartilha Educativa, onde esta era 
dividida em três partes na aplicação, sendo que o mesmo questionário feito no jogo do bingo 
estava presente na cartilha. Para a coletadas informações, foi utilizada metodologia de 
observação direta, artefato físico, entrevistas, conforme orientação deYIN (2005). 
Para melhor compreensão da coleta de dados, na seqüência será descrito o 
desmembramento do estudo: O primeiro dia da aplicação da tecnologia educacional foi 
estabelecido relação interativa e espontânea entre o pesquisador e os sete idosos participantes 
da oficina. Esta etapa foi realizada no dia 26 de maio, durante duas horas, com a finalidade de 
ressaltar os objetivos da pesquisa e a importância dos participantes de manifestarem a 
concordância em participar do estudo, assinando o Termo de Consentimento Livre e 
Esclarecido. Nesse mesmo dia foi realizado a dinâmica de apresentação, e logo em seguida, 
aplicação do jogo do bingo educativo. Essa atividade foi gravada. 
 O segundo dia da aplicação da tecnologia educacional, realizado no dia 27 de maio, 
durante duas horas, no qual se utilizou a cartilha educativa que foi desenvolvida para 
prevenção secundária do diabetes mellitus tipo II junto a idosos. Essa cartilha também contou 
com questionário dividido em três partes. A apresentação e discussão da cartilha educativa 
também foram gravadas. O último momento foi com a dinâmica de encerramento com a 
terapia do abraço, todos estes momentos possibilitaram coleta de dados e serão descritos na 
sequencia. 
 
5.3 Tecnologia Educacional: Elaboração e Implementação 
 
 
 A tecnologia educacional foi composta por oficina educativa realizada com idosos que 
foi dividida em dois dias. O primeiro dia contou com: 1) dinâmica de apresentação: 
“escolhendo as figuras” e 2) tecnologia educacional intitulada “jogo do bingo educativo”. O 
segundo dia da oficina teve como tecnologia educacional a: 3) “cartilha educativa” e 4) 
dinâmica de encerramento: “terapia do abraço”. Na sequência está descrito detalhadamente 
cada item inserido na oficina realizada. 
 
34 
 
5.3.1 Dinâmica de apresentação 
 
 
 A dinâmica de apresentação de um grupo tem como um dos principais objetivos fazer 
com que o grupo se conheça, servindo também para desinibir os primeiros momentos e 
contatos dentro do grupo. As dinâmicas de grupo oferecem às pessoas respostas as 
necessidades lúdicas, com o objetivo de integrar o grupo e possibilitar um retorno dos dados 
necessários (SAID, 2001). Geralmente criativas e atrativas que possam desenvolver nas 
pessoas um lado descontraído e crítico. 
 A dinâmica proposta de apresentação foi reformulada, baseada no livro de dinâmicas 
pedagógicas na perspectiva da educação em saúde (SAID, 2001). A dinâmica de apresentação 
“escolhendo as figuras”, se constituiu com a exposição de diversas figuras relacionadas à 
saúde, como por exemplo, alimentação, atividades físicas, lazer, cultura entre outras. O 
objetivo foi facilitar a apresentação, permitindo o grupo conhecer gosto ou preferências 
pessoais. As figuras utilizadas nesta dinâmica foram retiradas de revistas, e as escolhidas 
pelos idosos estão no Anexo A. 
 Ao entrar na sala os idosos encontraram as cadeiras posicionadas em círculo e as 
gravuras espalhadas em uma mesa. Quando todos já estavam acomodados a pesquisadora 
explicou a atividade. Cada participante escolheu apenas uma figura, com a qual tinha se 
identificado mais. Depois que todos já tinham escolhido suas figuras, começou as 
apresentações. Cada participante se apresentou dizendo seu nome e porque escolheu a figura. 
 Essa dinâmica de apresentação fez com que cada participante conhecesse um pouco 
sobre cada um do grupo de uma forma diferente, através do gosto, seja por uma figura, 
relacionada principalmente a saúde. Neste estudo as figuras escolhidas pelos idosos se 
reportaram todas a alimentação. 
 Com essa dinâmica a pesquisadora conheceu um pouco mais sobre cada integrante da 
oficina, e, analisando as figuras escolhidas por eles (Anexo A), estas nos remetem as 
preferências dos idosos quanto aos seus hábitos ou gostos alimentares. Pelos relatos dos 
idosos, o motivo de terem escolhido determinada figura era pelo fato de gostarem daqueles 
alimentos, e a maioria deles associavam sua escolha ao diabetes, que muitas vezes eles tinham 
restrições a aqueles alimentos, mas mesmo assim consumiam. 
 Para pesquisadora foi muito importante essa atividade, pois de uma forma 
descontraída ela conheceu as preferências e algumas características da alimentação do grupo 
de um modo geral, além de ser mais uma ferramenta que guiaram quais eram os pontos 
35 
 
principais que a pesquisadora teria que intervir junto aos idosos para a prevenção secundária 
do diabetes mellitus. 
 
5.3.2 Jogo do bingo educativo 
 
 
 O jogo didático caracteriza-se como uma importante e viável alternativa para os 
processos de aprendizagem e na construção do conhecimento. Este jogo é um eixo que conduz 
a um conteúdo didático específico, resultando em um empréstimo da ação lúdica para a 
aquisição de informações (KISHIMOTO, 1999). 
 O objetivo do jogo do bingo educativo foi considerar o entendimento prévio do idoso, 
quanto o diabetes mellitus tipo II. O jogo criado neste estudo, e descrito a seguir, visou 
abordar temas relevantes relacionados à diabetes possibilitando uma maior interação dos 
pacientes com sua patologia, além de ser uma maneira lúdica que ajudou a pesquisadora 
conhecer o que os idosos diabéticos sabiam a respeito de como ocorre a doença no seu 
organismo, sinais, sintomas, como se cuidar e outros aspectos da diabetes. 
 Para pesquisadora é de suma importância conhecer o que os idosos sabem sobre a 
diabetes mellitus, pois esta abordagem possibilitou a aproximação da profissional com o ser 
idoso, bem como foi uma forma de conhecer o contexto de vida em que eles estavam 
inseridos. É fundamental que a educação em saúde considere a realidade dos pacientes, seu 
conhecimento prévio e suas dúvidas, a fim de transformar o sujeito passivo no seu tratamento 
em um indivíduo participativo (FERNANDES et al., 2003). 
 O propósito do jogo do bingo educativo foi estimular a participação do público alvo. 
Para o desenvolvimento dessa atividade, confiou-se na necessidade de interação, buscando 
compreender e apreender quais os conhecimentos que os idosos sabiam sobre a diabetes. As 
ações profissionais quando planejadas com envolvimento e respeito ao idoso, podem propiciar 
melhores resultados do cuidar. 
 Dessa forma, o jogo do bingo educativo foi elaborado para conhecer melhor o que o 
idoso diabético conhece sobre sua patologia. Para começar o jogo do bingo educativo foi 
distribuído as fichas para os participantes contendo perguntas a respeito do diabetes, ao lado 
de cada pergunta tinha um número o qual era sorteado, semelhante a uma cartela de bingo. O 
número de perguntas em cada ficha foi de acordo com o número de participantes do jogo. 
 O jogo iniciou quando todos tinham suas fichas. Em seguida foi sorteado um número e 
quem tinha o número da pergunta sorteada, falava BINGO, o jogador fazia a leitura da 
36 
 
pergunta e os que precisaram de ajuda para ler pediram auxílio. A pergunta era lida em voz 
alta para que todos os participantes escutassem. O jogador tinha que responder o que sabia 
sobre aquela pergunta, e os outros participantes do jogo podiam contribuir e falar o que acham 
ou sabiam sobre a pergunta sorteada. Esta estratégia possibilitou conhecer em parte os 
conhecimentos do idoso, bem como do grupo. 
 A pesquisadora criou dezenove perguntas para o jogo do bingo educativo. Baseou-se 
para a construção dessas perguntas no que é o diabetes mellitus; na importância da adesão do 
idoso ao tratamento, enfatizando principalmente o uso correto do medicamento 
(insulinoterapia); no tipo de alimentação e número de refeições que devem ser realizadas ao 
longo do dia; nos exercícios físicos; nos sinais e sintomas da hipoglicemia. 
 As perguntas foram elaboradas no sentido de descobrir o que os idosos sabiam sobre a 
sua doença, e assim aplicartecnologia educacional que contemplasse suas dúvidas a respeito 
do cuidado de si. Na figura 3 está a cartela do jogo do bingo com as dezenove perguntas que 
fizeram parte do jogo. Cabe ressaltar que em cada cartela de bingo conteve apenas algumas 
dessas perguntas, pois o número de perguntas que tinha em cada cartela foi dividido de acordo 
com o número de idosos que estavam participando da atividade. 
 
37 
 
 
 Figura 3 – Cartela do Jogo do Bingo Educativo 
 
 O jogo do bingo é uma tecnologia educacional que favoreceu a comunicação dos 
participantes do jogo, considerou o entendimento do participante sobre a diabetes mellitus e 
intensificou as diversas trocas de saberes, constituindo a base do aprendizado. Quando cada 
participante completou sua cartela, ganhou um brinde por ter participado do jogo. O brinde foi 
uma maneira de incentivar os idosos a participarem de atividades educativas, sendo que o 
38 
 
mesmo não era de alto valor financeiro, pois a intenção foi a compensação pela participação e 
motivação para envolvimento na atividade educativa. 
 Este jogo do bingo construído é utilizado como uma ação educativa, possivelmente 
necessitará de lapidações com as sucessivas aplicações. A vivência de utilização da dinâmica 
possibilitará identificar e realizar ajustes e adaptações às necessidades de cada situação. 
Torna-se, então, necessário planejar a ação educativa considerando-se contextos que não os 
exclusivamente clínicos, bem como conhecer o grupo com quem será trabalhado. Enfatiza-se 
que a dinâmica sempre deve estar adaptadas a realidade do grupo que esta participando, isto 
inclui desde a linguagem a ser utilizada até a desenvoltura do grupo. 
 Neste trabalho, como o foco é a tecnologia educacional, o jogo do bingo educativo em 
questão serviu para analisar e discutir a tecnologia educacional construída, isso se deu da 
seguinte forma: as perguntas respondidas no jogo do bingo foram posteriormente comparadas 
com as perguntas respondidas depois da aplicação da cartilha educativa, isto possibilitou 
analisar as diferenças das respostas após a aplicação da tecnologia educacional, e por 
consequência a eficácia da mesma. 
 
5.3.3 A construção da cartilha educativa 
 
 
 A proposta de desenvolvimento de uma cartilha educativa destinada a idosos com 
diabetes mellitus tipo II, teve por intuito servir de apoio para elucidar o que é a diabetes 
mellitus, como que ocorre a doença, quais os cuidados que os pacientes devem ter, facilitando 
na comunicação visual e no melhor entendimento sobre a doença no geral. Essa cartilha 
construída foi baseada no álbum seriado da dissertação de mestrado de HAMMERSCHMIDT 
(2007). 
 Dessa forma, decidiu-se por desenvolver essa tecnologia educacional ilustrada com 
figuras para sanar possíveis dúvidas, que pudessem ser manuseada com facilidade em 
qualquer contexto. Esta estratégia é acessível para prevenção secundária do diabetes mellitus 
tipo II, facilitando a comunicação visual e o acesso por parte dos sujeitos com pouca 
familiaridade com a linguagem escrita, ou com dificuldades de atenção e ou visão, situação 
comum nos idosos, devido ao processo de envelhecimento e patologia do diabetes. 
 A criação dessa tecnologia educacional foi fundamentada nas bases filosóficas 
propostas por Perrenoud (2000), permitindo que o profissional de saúde instigue o idoso para 
o desenvolvimento de competências. Acredita-se que através da cartilha educativa sugerida, 
39 
 
que envolve a participação e decisão ativa do idoso com diabetes, o cuidado de enfermagem 
nesse sentido, se caracteriza como cuidado empoderador, cujas premissas encontram-se na 
necessidade de desenvolvimento do processo de cuidar de modo a desenvolver ações 
integradas, efetivas, resolutivas, criativas, dialógicas e de empoderamento. 
 Para a estruturação da cartilha educativa baseou-se em três grandes temas para serem 
trabalhados. A elaboração das mensagens e definição de estratégias para apresentar os 
conteúdos no material é fundamental. Os temas foram: Fisiopatologia, definição da doença, 
sintomas, complicações crônicas, como proceder em casos de hipoglicemia, dificuldades em 
controlar a glicemia, medicamentos. Atividade Física, importância do exercício; importância 
da avaliação médica antes de iniciar uma atividade física; hipoglicemia e atividade física. 
Alimentação, orientação sobre alimentos “de pouco consumo e permitidos”; dificuldade em 
seguir as orientações sobre alimentação saudável; importância das fibras; importância da 
periodicidade das refeições. 
 A partir dessa estruturação, elaborou-se a cartilha educativa (Apêndice D), tendo por 
base a literatura técnico-científica. O material foi confeccionado em folha A2 (42cm de 
largura X 59,4cm de comprimento) em formato de configuração “paisagem”. Optou-se por 
pelo texto no formato pergunta/resposta, sendo sempre acompanhado por uma ilustração, pois 
estimula a memória visual. Esse formato aumenta a retenção do conteúdo pelo leitor 
(FREITAS; CABRAL, 2008). 
 Os textos foram escritos utilizando-se a fonte Arial em tamanho 60, para que ficassem 
bem visíveis as mensagens, e que pudessem ser visualizadas a alguma distância considerável. 
Preocupou-se em colocar mensagens breves, considerando que frases longas reduzem a 
velocidade do processo de leitura e geralmente os leitores esquecem os itens muito grandes 
(OLIVEIRA et al., 2007). Na cartilha produzida, utilizou-se desenhos de linhas simples, de 
forma a complementar e reforçar as informações escritas. Alguns autores destacam a 
importância da ilustração para atrair o leitor, despertar o interesse pela leitura e auxiliar na 
compreensão do texto (OLIVEIRA et al., 2007; MOREIRA; NÓBREGA; SILVA, 2003). 
 O material educativo foi apresentado por meio de uma roda de conversa, com 
exemplos cotidianos e explicações simples que estimularam a participação dos idosos. O 
profissional de saúde e/ou pesquisador permaneceu na posição de mediador, responsável pelo 
desenvolvimento do conteúdo temático, foi importante ter um assistente para auxiliar na 
gravação da apresentação da tecnologia educacional para posterior análise da tecnologia 
desenvolvida. 
40 
 
 Como a cartilha educativa é dividida em três grandes temas (Apêndice D), na primeira 
parte tem-se: o que é o diabetes; quem produz o hormônio insulina; quem controla; os tipos de 
diabetes; suas causas; sinais; sintomas e diagnóstico. A segunda parte refere-se: ao tratamento 
do diabetes; a alimentação de um modo geral e a insulina. Por fim a terceira parte da cartilha 
abordou: níveis de glicose; hipoglicemia; complicações do diabetes e dicas de cuidado com o 
diabetes. 
 Ao final de cada tema, tem-se um questionário composto pelas perguntas que guiaram 
para estruturação da cartilha. Esse questionário serviu para poder avaliar a tecnologia 
educacional desenvolvida. Dessa forma, as perguntas foram respondidas pelos idosos depois 
da apresentação de cada tema, possibilitando a avaliação parcial do que os idosos estavam 
assimilando o aprendizado realizado com a apresentação da tecnologia educacional para a 
prevenção secundária do diabetes mellitus tipo II. 
 A tecnologia educacional produzida serve para auxiliar nas ações de cuidado de 
enfermagem e no entendimento do paciente idoso a respeito do diabetes mellitus, visando 
atender as necessidades emergentes, desenvolver competências para o empoderamento, com 
meta de promover o desenvolvimento de competências do idoso diabético para o cuidado de 
si. 
 
5.3.4 Dinâmica de encerramento 
 
 
 Para finalização da oficina, optou-se por uma dinâmica de encerramento, que se torna 
bem sucedida através de um bom relacionamento entre os indivíduos do grupo. A dinâmica 
escolhida foi a “Terapia do Abraço”, essa dinâmica foi reformulada e extraída livro “Educar 
com o coração” (Puebla, 1997), com objetivo de cada participante do grupo ver a importância 
que

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