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0 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – UNESA CURSO SUPERIOR DE TECNÓLOGO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CSTSP ALESSANDRA SANTOS SIFFERT A ADMISSIBILIDADE DA IDENTIFICAÇÃO GENÉTICA PARA A IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL E SUA CADEIA DE CUSTÓDIA. Projeto de Pesquisa a ser apresentado à Banca do Exame do Curso Superior de Tecnólogo em Segurança Pública da Universidade Estácio de Sá – CSTSP/UNESA, como requisito parcial para aprovação na disciplina de Prática de Pesquisa em Segurança Pública. ORIENTADOR PROFESSOR GEORGE WILTON TOLEDO Rio de Janeiro Setembro de 2021. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................2 2. OBJETIVOS...................................................................................................................................................4 3. JUSTIFICATIVA..........................................................................................................................................4 4. REVISÃO TEÓRICA...................................................................................................................................4 5. METODOLOGIA........................................................................................................................................13 6. CRONOGRAMA.........................................................................................................................................13 7. REFERÊNCIAS..........................................................................................................................................15 2 1. INTRODUÇÃO O direito de não produzir provas contra si mesmo pode e deve ser usado em um processo de investigação penal, mas não pode servir como instrumento para novas práticas de delitos. Desta forma, o investigado não será obrigado a fornecer material enquanto estiver sendo processado. Essa obrigação acontece posteriormente, na situação em que tiver a condenação e para servir como instrumento de provas em eventuais processos. O exame de DNA, não poderá ser considerado isoladamente como prova cabal de culpa, apenas instrumento em que prove que o sujeito esteve presente na cena do crime, no local do crime, ou, que manteve relações sexuais com a vítima. Nas situações em que for complexo, o exame de DNA ganha relevo dentro do instituto da investigação do crime, traz uma maior segurança na identificação do acusado, pois é uma situação em que praticamente não existe o erro. Nesse caso, estabelece que a identificação por perfil genético estará submetida à autorização judicial e demonstração da necessidade da medida, quando já civilmente identificado o investigado (art. 3°, rv, c/c art. 5°, parágrafo único, Lei nº 12.037/09, com redação dada pela Lei n° 12.654/12). E pensamos também que o juiz, ao exame da necessidade da identificação para a busca de elementos informativos da prova, deverá atentar para a natureza do delito, além de sua gravidade. É que a autoria de alguns crimes vem reforçada exatamente na identificação de material genético, como ocorre, por exemplo, com os crimes de natureza sexual. De todo modo, que não se queira invalidar a providência com base em suposto direito a não autoincriminação. Por todas as razões lançadas nesse trabalho. Aliás, eis aqui cristalino exemplo da inadequação do argumento: a questão gira em tomo da violação ou não (a depender do exame a ser realizado e de sua necessidade efetiva) de direitos materiais, como a integridade física e/ou psíquica da pessoa submetida à intervenção dessa natureza. Então, desde que mantida a excepcionalidade da medida, controlada pela exigência de ordem judicial fundamentada (art. 3ª, rv, Lei nª 12.037/09, com redação dada pela Lei nª 12.654/12), não vemos inconstitucionalidade na exigência. Os meios de coleta deverão respeitar a proibição de ingerências abusivas e desnecessárias, conforme estipulado em Tratados Internacionais sobre a matéria. E como a finalidade é essencialmente probatória, subordinada aos resultados úteis da jurisdição criminal, foi prevista também a exclusão do perfil genético ao final do prazo prescricional do delito investigado (art. 7ª-A, Lei nº 12.037 /09, e/redação da Lei nº 12.654/12). E, acrescentaríamos: na hipótese de absolvição ou decisão extintiva da punibilidade já passada em julgado, a solução será a mesma, confortada por semelhança - analogia - do quanto contido em relação à identificação fotográfica estabelecida na mesma lei (art. 7ª - Lei nº 12.037/09), que, aliás, a prevê em maior extensão (rejeição da denúncia, arquivamento definitivo ( PACELLI,2014, p 398) A identificação criminal só é provocada quando existem suspeitas reais da validade bem como da veracidade dos documentos cíveis. A Lei nº 12654/2012, trouxe ao ordenamento jurídico o banco de perfis criminais no Brasil, concretizaram também as técnicas 3 genéticas, estimulando a possibilidade de identificação genética através de amostras de DNA, inseridos no processo penal. Em relação à prova a ser obtida a partir dos perfis genéticos, é certo que cautelas obrigatórias devem ser tomadas para a coleta do material e manutenção da cadeia de custódia dos perfis genéticos. A Cadeia de custódia (CoC), em contextos legais, refere-se à documentação ou relação cronológica, mostrando a apreensão, custódia, controle, transferência, análise e disposição física ou eletrônica de provas. O presente pré-projeto visa abordar a importância da cadeia de custódia para a prova pericial. A escolha do tema deve-se ao fato de que a cadeia de custódia não está prevista na lei processual penal Brasileira e poucas são as referências doutrinárias sobre o tema. No entanto, o material existente é muito significativo para que os operadores do direito entendam a importância desse conjunto de procedimentos que, obrigatoriamente, devem ser observados para a aquisição, manutenção e garantia de uso da prova dentro do processo penal. 4 2. OBJETIVOS O presente trabalho tem por objetivo compreender a cadeia de custódia para identificação genética nos casos criminais. 3. JUSTIFICATIVA A presente proposta de estudo justifica-se pelo fato de que a identificação genética criminal ajuda a aplicação atuarial no sistema penal viabilizando mais um elemento que deve ser considerado quando se cria os perfis de risco. 4. REVISÃO TEÓRICA A Lei n° 12654/2012, previu a coleta compulsória de material genético do investigado, através de autorização judicial e na circunstância de ser indispensável à investigação criminal, e dos condenados, de maneira automática e não dependendo de autorização, por ter praticado crime doloso cuja natureza é grave. E esse material será devidamente depositado na rede integrada de bancos de perfis genéticos e este ficará disponível para consulta da polícia civil e federal com o intuito de auxiliar na investigação de crimes. A lei n° 12.654/2012, veio alterar os dispositivos contidos na lei n° 12037 de primeiro de outubro de 2009,conhecida como lei de identificação criminal, assim como a lei n° 7210 de onze de julho de 1984, abordando a questão do direito não produzir prova contra si mesmo. O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei: percebe-se que a intenção do constituinte foi evitar a identificação criminal, sendo esta permitida apenas em casos excepcionais. Assim, a regra geral é a de que o civilmente identificado, aquele que porta carteira de identidade, carteira de identificação funcional ( SOUZA,2015, p 23|) Atenta-se que se deve usar a cautela, pois a simples compatibilidade dos perfis não pode ser visto como uma presunção de que aquela pessoa tenha cometido qualquercrime e 4 5 que este deva ser condenado, pois a cena do crime pode ter sido modificada. Após a lei n° 12654/2012, uma corrente defendeu que a coleta bem como a comparação do material genético para fins de efeito criminal como sendo apenas mais uma forma de identificação proporcionada pelo avanço científico ao lado da identificação criminal e civil. Ao contrário da lei anterior (Lei n° 10.054/00), que estabelecia um rol taxativo de delitos onde a identificação criminal seria obrigatória, ainda que o investigado se identificasse civilmente, a Lei n° 12.037/09 deixou de estabelecer a espécie de crime como critério para a determinação da identificação criminal. Presente uma das hipóteses do art. 3° da Lei no 12.03 7/09, e recusando-se o investigado a colaborar, é perfeitamente possível sua condução coercitiva, sem prejuízo de eventual responsabilidade criminal pelo delito de desobediência. Nesse sentido, aliás, dispõe o art. 260 do CPP que se o acusado não atender à intimação para o interrogatório, reconhecimento ou qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser realizado - é o caso da identificação criminal - a autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua presença. Ao nosso juízo, não se pode objetar que a identificação criminal importa em violação ao direito à não autoincriminação, previsto no art. 5°, LXIII, da Constituição Federal, e na Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Dec. 67 8/92, art. 8°, n° 2, "g"). Afinal, a mesma Constituição Federal que assegura o direito ao silêncio também prevê que o civilmente identificado não será submetido à identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei (art. 5°, LV III). ( BRASILEIRO,2015, p 120). A identificação criminal do civilmente identificado só é manifestadamente legal quando houver incertezas, sendo que as exceções foram estabelecidas pela lei n° 12037/09. Em virtude das modificações legislativas, a coleta de material genético poderá ser inclusa no caso da obtenção do perfil genético e utilizada para identificar sobre o qual recai a dúvida a respeito da identidade. Objetivando preservar a imagem da pessoa identificada criminalmente, a Lei n° 1 2 . 0 3 7 prevê que, no caso de não oferecimento da denúncia, ou sua rejeição, ou absolvição, é facultado ao indiciado ou ao réu, após o arquivamento definitivo do inquérito, ou trânsito em julgado da sentença, requerer a retirada da identificação fotográfica do inquérito ou processo, desde que apresente provas de sua identificação civil (art. 7°). Perceba-se que a lei previu apenas a retirada da identificação fotográfica. Logo, a identificação datiloscópica deve permanecer nos autos do inquérito ou processo criminal. Na mesma linha, segundo o art. 7°-A da Lei n° 12.037/09, com redação dada pela Lei no 12.654/12, a exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados ocorrerá no término do prazo estabelecido em lei para a prescrição do delito. (BRASILEIRO, 2015, p 123). No caso do suspeito ou indiciado estar suficientemente identificado quando utilizar a nova técnica, vez que a impressão digital é única e manter-se inalterada durante a vida, sendo que até mesmo o gêmeo tem impressões digitais. A nova identificação do perfil genético irá provocar muita controvérsia à luz do princípio que veda a autoincriminação. Evidentemente, se acaso a defesa solicitar esta forma de identificação, com o objetivo de, eventualmente, excluir sua responsabilidade, não haverá qualquer ilegalidade. Por isso, o cerne da questão diz respeito às hipóteses em que o acusado se negar a fornecer material biológico para a obtenção de seu perfil genético. Certamente, haverá quem diga que não se pode obrigar o investigado a contribuir com as investigações, e qualquer decisão judicial que lhe obrigue a fornecer material biológico para fins probatórios (Lei n° 6 12.037/09, art. 3°, IV) - e não de sua identidade - será afrontoso ao princípio constitucional que veda a autoincriminação. Afinal, não se pode impor ao investigado que contribua ativamente com as investigações, sobretudo mediante o fornecimento de material biológico que possa vir a incriminá-lo em ulterior exame de DNA. (BRASILEIRO,2015, p 126) A finalidade da coleta instituída pela lei n° 12654/2012, é estabelecer a prova de autoria e, em assim destoa o artigo 5°, LXVIII, da Constituição Federal, que estabelece o direito ao silêncio. A identificação genética do condenando não serve para qualquer investigação criminal que esteja em curso. Pode fornecer elementos para investigação futura assim como esclarecer eventual dúvida quando gerada pela identificação civil, ou mesmo datiloscópica, tendo como intuito alimentar banco de dados sigiloso que deve ser regulamentado pelo poder executivo. Não se ignora o fato de que, nos tempos modernos, outros métodos de identificação biométrica estão sendo aperfeiçoados, tais como a identificação por voz, a identificação através da íris, da retina, da face, entre outros. Nesse contexto, é de se indagar se, diante dos limites impostos pelo art. 5.0, LVIII, da CF (salvo nas hipóteses previstas em lei) e em face da contemplação restritiva do art. 5.0 da Lei 12.037/2009 (identificação criminal = identificação datiloscópica+ identificação fotográfica+ identificação do perfil genético), aquelas outras formas de identificação poderão ser realizadas sem que impliquem constrangimento ilegal ao indivíduo. Em que pese a existência de algumas opiniões considerando que devam ser permitidos estes outros meios de identificação criminal, compreendemos em sentido oposto. Isso porque o art. 5.0, LVIII, da CF é peremptório quando proíbe a identificação criminal do indivíduo civilmente identificado, salvo nas hipóteses previstas em lei. Ora, a lei, no caso, é a Lei 12.037/2009, que limita a identificação criminal à identificação datiloscópica, à fotográfica e, quando fundada na imprescindibilidade, à investigação policial, à coleta do perfil genético. Logo, a aceitação de outros métodos de identificação, segundo pensamos, exige modificação e ampliação da regra incorporada ao art. 5. 0 da Lei 12.037/2009, sob pena de implicar o procedimento em violação de garantia constitucionalmente assegurada ao indivíduo. Não é por menos que esse dispositivo, que contemplava a identificação criminal apenas sob a forma datiloscópica e fotográfica, foi alterado pela Lei 12.654/2012, recebendo o acréscimo de parágrafo único onde está prevista a possibilidade da identificação do perfil genético na hipótese que estabelece. Não fosse essa previsão, também esta última forma de identificação criminal estaria vedada. (AVENA,2014, p 178) O ponto chave de incerteza na lei reside no fato de entender ou não o fornecimento do material genético como uma maneira de identificação genética. Tomando para si a ideia de que ninguém é obrigado a se descobrir, ou seja, ninguém tem o dever de produzir prova contra si, em seu desfavor, os tribunais brasileiros têm recusado o fornecimento de qualquer outro material capaz de identificar um suspeito, seguindo os padrões gráficos e vocais que são solicitados na prova pericial. A defesa dos tribunais afirma que o princípio constitucional de não autoincriminação, segundo o qual ninguém está obrigado a colaborar na produção de provas em seu desfavor. Em que pese este princípio não estar expressamente 7 positivado em nosso ordenamento jurídico, ele emana de outros preceitos constitucionais, quais sejam, o princípio da presunção da inocência ou não culpabilidade, do devido processo legal, do contraditório, da ampla defesa e do direito ao silêncio ou do direito de permanecer calado ( LOPES,2014, p 230) Há defensores que afirmam que não se trata de obrigar a pessoaa produzir prova contra si mesma, pois o acusado não se obriga a fornecer material genético para ser confrontado no caso em está sendo processado. Esse fornecimento será obrigatório quando o sujeito for definitivamente condenado. Nessa situação ficará sempre identificável. Não podendo ser taxada de inconstitucional a lei que prevê a identificação criminal, por qualquer meio não degradante dos indivíduos condenado. Sem embargo desse entendimento, parece-nos que a validade dessa identificação do perfil genético estará condicionada à forma de coleta do material biológico. Como o acusado não é obrigado a praticar nenhum comportamento ativo capaz de incriminá- lo, nem tampouco a se submeter a provas invasivas sem o seu consentimento, de modo algum pode ser obrigado a fornecer material biológico para a obtenção de seu perfil genético. Todavia, se estivermos diante de amostras de sangue, urina, cabelo, ou de outros tecidos orgânicos, descartadas voluntária ou involuntariamente pelo investigado na cena do crime ou em outros locais, parece-nos que não há qualquer óbice a sua coleta, sem que se possa arguir eventual violação ao princípio do nemo tenetur se detegere. Aliás, ao tratarmos do princípio do nemo tenetur se detegere, vimos que, aos olhos dos Tribunais, referido princípio impede que o acusado seja compelido a produzir qualquer prova incriminadora invasiva. Por isso, em diversos julgados, o STF já se manifestou no sentido de que o acusado não é obrigado a fornecer material para realização de exame de DNA. Todavia, o mesmo Supremo também tem precedentes no sentido de que a produção dessa prova será válida se a coleta do material for feita de forma não invasiva (v.g., exame de DNA realizado a partir de fio de cabelo encontrado no chão). Idêntico raciocínio deve ser empregado quanto à identificação do perfil genético: desde que o acusado não seja compelido a praticar qualquer comportamento ativo que possa incriminá-lo, nem tampouco a se sujeitar à produção de prova invasiva, há de ser considerada válida a coleta de material biológico para a obtenção de seu perfil genético. (BRASILEIRO FILHO,2015, p 143) Particularmente importante em processos criminais, o conceito também é aplicado no contencioso civil e, por vezes, de forma mais ampla em testes de drogas dos atletas, a rastreabilidade de produtos alimentares para fornecer garantias de que os produtos de madeira são originários de florestas geridas de forma sustentável. Quando a evidência pode ser usada no tribunal para condenar pessoas de crimes, deve ser tratada de forma escrupulosamente cuidado para evitar adulteração ou contaminação. A ideia por trás gravar a cadeia de custódia é estabelecer que a alegada evidência é de fato relacionado com o suposto crime, em vez de ter, por exemplo, foi "plantada" de forma fraudulenta para fazer alguém aparecer culpado. O estabelecimento da cadeia de custódia é feita tanto de um processo cronológico e lógico, especialmente importante quando a evidência consiste em bem fungível. Na prática, 8 isso na maioria das vezes se aplica a drogas ilegais que foram apreendidos pelos agentes da lei. Em tais casos, o réu, por vezes, nega qualquer conhecimento da posse da substância controlada em questão. Assim, a cadeia de custódia e documentação testemunho é apresentado pela acusação para provar que a substância em evidência foi, de facto na posse do réu (GIANELLI, 2006). Uma pessoa identificável deve sempre ter a custódia física de uma parte de evidência. Na prática, isto significa que um agente da polícia ou detetive vai assumir o comando de uma peça de evidência, documentar a sua coleção, e entregá-lo a um funcionário da evidência para armazenamento em um local seguro. Essas operações, e cada transação sucesso entre a recolha das provas e sua aparição no tribunal, devem ser totalmente documentadas em ordem cronológica, a fim de suportar desafios legais à autenticidade das provas. A documentação deve incluir as condições em que as provas são recolhidas, a identidade de todos os manipuladores de provas, a duração das provas de custódia, as condições de segurança durante o manuseio ou armazenamento a evidência, e a maneira em que a evidência é transferida para custodiantes subsequentes cada vez que tal transferência ocorre (juntamente com as assinaturas de pessoas envolvidas em cada etapa) (GIANELLI, 2006). O movimento e localização de provas físicas a partir do momento que é obtido até o momento em que é apresentado no tribunal. Os juízes em ensaios de bancada e jurados em julgamentos são obrigados a decidir os casos na evidência de que lhes é apresentado em tribunal. Nem os juízes nem os jurados podem conduzir suas próprias investigações sobre os factos subjacentes de um determinado caso. Na verdade, estatais e as regras judiciais federais proíbem juízes e jurados sejam influenciados por, ou até mesmo levando-se em consideração, evidências de que extrajudicial é, provas de que não está devidamente admitido no registro de acordo com as regras de prova tornando suas decisões (GIANELLI, 2006). Da mesma forma, as partes a litígio civil e criminal dependem de juízes e júris para pesar imparcialmente as provas, e apenas a evidência, que está devidamente admitido no registro. Todos os dias, a litigante estaca suas reputações, meios de vida, contas bancárias, casas, bens pessoais e liberdade na premissa de que o resultado de seus processos judiciais será aquele que é atingido com justiça, de acordo com as provas. Acórdãos proferidos pelo tribunal e vereditos do júri que são baseados em contaminado, não confiável, ou evidência comprometida poderia comprometer a integridade de todo o sistema legal se tais resultados se tornaram comuns. Uma maneira pela qual a lei 9 tenta garantir a integridade das provas é exigindo uma prova da cadeia de custódia pelo partido que está a tentar introduzir uma determinada peça de evidência (SOUZA, 2015). A Prova de uma cadeia de custódia é necessária quando a evidência de que é pedida a ser introduzido no julgamento não é única ou em que a relevância das provas depende da sua análise, após a apreensão. A cadeia de custódia apropriada requer três tipos de testemunho: (1) testemunho de que um pedaço de evidência é o que pretende ser (por exemplo, amostra de sangue de um litigante); (2) testemunho de posse contínua por cada indivíduo que tinha a posse da evidência a partir do momento que são apreendidas até o momento em que é apresentado no tribunal; e (3) o depoimento de cada pessoa que teve a posse que a determinada peça de evidência permaneceu substancialmente as mesmas condições desde o momento uma pessoa tomou posse até o momento em que a pessoa liberada a evidência para a custódia de outro (por exemplo, testemunho de que as provas foram armazenados em um local seguro, onde ninguém, mas a pessoa detida tinha acesso a ele) (GIANELLI, 2006). Provando a cadeia de custódia é necessário "estabelecer uma base" para a prova em questão, mostrando a ausência de alteração, substituição ou mudança de condição. Especificamente, o testemunho base para provas tangíveis requer que exposições ser identificado como sendo substancialmente no mesmo estado em que estavam no momento a evidência foi apreendido, e que a exposição permaneceu nessa condição por meio de uma cadeia ininterrupta de custódia (SOUZA, 2015). A cadeia de custódia não precisa ser demonstrada para cada pedaço de evidência tangível de que é aceito no registro do tribunal de julgamento. A Evidência física de que é facilmente identificável pela testemunha pode não precisar de ser apoiadas por provas de cadeia de custódia. Por exemplo, nenhum fundamento de cadeia de custódia é necessária para itens que são impressos com um número de série ou inscritos cominiciais por um oficial que recolheu as provas. Da mesma forma, os itens que são intrinsecamente distintivos ou memoráveis (por exemplo, uma nota assalto escrito no pastel roxo) podem ser suficientemente originais e identificáveis para estabelecer a integridade das provas (GIANELLI, 2006). Se a fundação exigida foi colocado para estabelecer a cadeia de custódia para uma exposição é uma questão de discrição por parte do juiz de instrução. Possibilidades de erros de identificação e adulteração devem ser eliminadas, não absolutamente, mas como uma questão de probabilidade razoável. Onde há suficiente testemunho que a evidência é o que pretende ser, e que o depoimento é oferecido por cada pessoa responsável na cadeia de 10 custódia, as discrepâncias quanto à exatidão ou veracidade do testemunho a respeito da cadeia de custódia ir ao peso da evidência e não à sua admissibilidade, o que significa que as provas seriam admitidos no registro para o juiz ou júri para avaliar, à luz de qualquer testemunho conflitante que a cadeia de custódia de alguma forma tinha sido comprometida. Enquanto a parte que oferece a evidência tem o ônus de demonstrar a cadeia de custódia, a parte contra a qual é oferecida a evidência deve objeto oportuno para a prova quando é introduzido pela primeira vez no julgamento, ou o partido vai renunciar a quaisquer objecções quanto à sua integridade com base em uma cadeia de custódia comprometida (GIANELLI, 2006). De um modo geral a prova pode ser considerada o instrumento pelo qual o juiz se utiliza para definir a verdade dos fatos que efetivamente ensejam a lide, e sobre os quais concluirá sua atividade cognitiva. Para Couture (2010), considerada em seu sentido processual, a prova é, portanto, um meio de controle das proposições que os litigantes formulam em juízo. Já conforme Chiovenda (2008 p. 109): Provar significa formar a convicção do juiz sobre a existência ou não de fatos relevantes no processo. Por si mesma, a prova em geral da verdade dos fatos não pode ter limites; mas a prova no processo, ao revés da prova puramente lógica e científica, sobre a limitação na necessidade social de que o processo tenha um termo; transitado em julgado a sentença, a investigação dos fatos da causa preclude- se definitivamente e, a partir desse momento, o direito não cogita mais da correspondência dos fatos apurados pelo juiz à realidade das coisas, e a sentença permanece como afirmação da vontade do Estado, sem que influência nenhuma exerça sobre o seu valor o elemento lógico de que se extraiu. Se for analisado o que diz o próprio Código de Processo Civil Brasileiro, notar-se-á que coloca a prova como instrumento de obtenção da verdade dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa. Silva (2010) ressalta que, no ramo da ciência jurídica, nem sempre a prova de um fato demonstrará, necessariamente, a veracidade de sua existência. Deve-se, portanto, ver a prova como instrumento de formação de um raciocínio jurídico dotado de força em decorrência de seu proferimento por uma autoridade judiciária. E ainda, compreendê-la como a tentativa de demonstração objetiva dos fatos controvertidos com a intenção de facultar ao juiz a formação de uma hipótese razoável que possa ser adotada como suporte fático para a formulação de uma decisão (EICH, 2014). Dentre os princípios da teoria da prova, podem ser destacados: o princípio dispositivo, o princípio da oralidade e o princípio da prova livre. 11 Em relação ao princípio dispositivo, Miranda (2010) destaca que o juiz não pode levar em conta, na sua apreciação do feito, a qualquer momento, fatos que não foram alegados pelas partes, nem formar sua convicção com os meios que, propostos pelos litigantes, não se produziram com observância das regras legais. Já o art. 130 e art. 132, parágrafo único, destaca que ambos do Código de Processo Civil, foi atribuído ao juiz determinar as provas necessárias à instrução do processo e ao mandar repetir, caso entender necessário, as provas já produzidas. Quanto ao princípio da oralidade, o art. 336 do Código de Processo Civil, destaca que as provas devem ser produzidas em audiência. O que se busca e dar celeridade ao processo e produzir, quando necessário, as provas necessárias na audiência de instrução e julgamento. Heelmann (2010), em relação a esse mesmo princípio, esclarece que a justiça rápida e barata só pode ser conseguida pelos princípios da oralidade, concentração, imediatidade e autoridade judicial, pondo termo aos abusos e rodeios do processo escrito. O autor complementa destacando que o processo oral influi inclusive na moral processual, principalmente por causa da disparidade entre as despesas do processo rápido e o proveito eventual oriundo da morosidade processual. Sobre o princípio da prova livre o art. 332 do Código de Processo Civil, prevê que todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados no Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou defesa. Acompanhando o art. 332, seguem os incisos LVI (inadmissibilidade de provas obtidas por meios ilícitos), X a XII (inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra, da imagem, do domicílio, da correspondência, e das comunicações telegráficas e telefônicas). Nunes (2010), no entanto, salienta que “existindo legalidade e moralidade, o meio tido como hábil para o encaminhamento da verdade real e processual, não permitindo a utilização da ilicitude, pelo uso de meios moralmente ilegítimos, uma vez que essas situações seriam incompatíveis com a seriedade e segurança da justiça”. Considera-se objeto da prova os fatos que evidenciam o ocorrido, dentro do processo, ou seja, tudo que influenciará na sentença ou decisão final. Ressalta-se apenas, que fatos notórios, aqueles que são do conhecimento de todos, não devem ser considerados prova, da mesma forma, que os fatos que possuem presunção de legalidade, visto que são já são considerados pelo Juiz. Vicente Greco Filho (2012), destaca que tratando-se de direito federal, nunca. Assim, “apenas se tratar de direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário o juiz pode 12 determinar que a parte a que aproveita lhe faça a prova do teor e da vigência (Art. 337 CPC)” Nesse caso, percebe-se que a prova é fundamental da decisão processual e parte da medida decisória do Juiz. Dentro de um contexto Genético, a cadeia de custódia, tem como propósito evitar a adulteração e estabelecer o estatuto jurídico da prova. Em um teste de DNA de paternidade legal, isso significa que a devida identificação das partes testados, coleta adequada, transporte e manuseio dos espécimes, os quais devem ser documentadas por uma trilha de papel. Além disso, todos os envolvidos no processo de teste a partir do coletor de amostra até a analista de DNA deve ser um terceiro que não tem interesse no resultado do teste e documenta o seu envolvimento no processo de sinceridade (COUTURE, 2010) Geralmente para atender esses requisitos, os coletores e responsáveis pelo DNA Forense, empregam os seguintes procedimentos de cadeia de custódia: 1. Identificação das partes testadas a coleção, que inclui a verificação IDs e tirar fotos de partes testadas; 2. Obter o consentimento de um adulto testado partes e representantes legais de menores testado partes; 3. Recolha de amostras das partes testadas realizados por um profissional treinado que irá documentar seu envolvimento com sinceridade; 4. A rotulagem adequada e embalagem das amostras pelo coletor; 5. Espécimes por serviços de correio diretamente para o laboratório do transporte; 6. Recebimento de amostras pelo laboratório de DNA; 7. Transferir e teste de amostras de ADN dentro do laboratório; 8. Armazenamento de espécimes; 9. Relatórios de resultados com casos específicosdocumentos de cadeia de custódia. Ressalta-se, no entanto, que a tecnologia forense de testes de DNA tem sido aplicada para identificar suspeitos e das vítimas dos crimes violentos e descobrir identidades das vítimas de catástrofes naturais ou plotados. A tecnologia baseia-se no fato científico de que o DNA de cada indivíduo é único, exceto para gêmeos idênticos. Ao analisar e comparar amostras de referência e materiais biológicos, tais como sangue, tecidos e unhas deixadas na cena do crime, os cientistas forenses de DNA são capazes de ligar os suspeitos e vítimas de um crime específico (SOUZA, 2015). 13 5. METODOLOGIA Para o desenvolvimento deste trabalho cabe ressaltar que a metodologia do presente estudo se traduz numa pesquisa bibliográfica, de natureza qualitativa, realizada através de livros, artigos acadêmicos, periódicos e sites especializados quanto ao tema escolhido.. 6. CRONOGRAMA Devido a fato de ser servidor público na área da Segurança Pública, a viabilidade de acesso aos dados é possível com a solicitação de autorização diante do comando da instituição, o que já fora feito, e para atender os prazos estipulados pela coordenação do Curso de Pós-graduação em Segurança e Cidadania será seguido o cronograma abaixo. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES DO CURSO SUPERIOR DE TECNÓLOGO EM SEGURANÇA PÚBLICA PARA O PERÍODO DE JULHO DE 2020 A JULHO DE 2022. J A S O N D J F M A M J J A S O Obtenção de créditos de disciplinas .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. Levantamentos de dados, revisão bibliográfica, análise de material bibliográfico. .. .. .. .. .. Aplicação de questionários e entrevista. .. .. .. Análise e organização dos dados coletados e construção dos primeiros textos já objetivando estruturar a monografia. .. .. Redação da monografia .. .. .. 6 14 Preparação e análise dos gráficos adquiridos com base nos questionários. .. .. Trabalho de campo complementar. .. Editoração eletrônica, reprodução, encadernação e apresentação da monografia. .. 15 6. REFERÊNCIAS ARAUJO, Clemil José. Perícia Papiloscópica. In: Curso nacional técnicas de Papiloscopia. Programa de treinamento para profissional da área de segurança do cidadão. Brasília: MJ, SENASP ANP/DPF, 2014. AVENA, Norberto Claudio. Processo Penal Esquematizado. Rio de Janeiro: Forense, 2015. BENSUSAN, Nutri. Seria Melhor mandar ladrilhar. Rio de janeiro: Petrópolis, 2008. BRASIL. Lei n º 12.037, de 1º de outubro de 2009: Dispõe sobre a identificação criminal do civilmente identificado, regulamentando o art. 5º, inciso LVIII, da Constituição Federal. 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