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Direito do trabalho aplicado ao empregado do setor público

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DIREITO DO TRABALHO APLICADO AO EMPREGADO DO SETOR PÚBLICO
SALÁRIO
Salário. Conceito. Elementos que integram o salário. Elementos que não integram o salário. Incorporação de vantagens. Verbas declaradas ilegais ou inconstitucionais não incorporação. A questão da devolução das vantagens recebidas de boa-fé. 
Diz-se que a palavra “salário” advém da época em que o pagamento era feito em pacotes de sal, num tempo em que o papel-moeda ainda não havia se firmado. O salário ou vencimento é o piso a se receber. As parcelas que se agregam ao salário, como adicionais, por exemplo, são o complexo salarial.
As férias serão calculadas sobre esse complexo salarial e não apenas sobre o salário base.
Há também as parcelas de natureza indenizatória. A diferença é que as parcelas de natureza indenizatória não se somam ao salário base. 
Especificamente – Vencimento do Funcionário Público: 
Art. 39 CF - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes. 
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório observará: I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira; II - os requisitos para a investidura; III - as peculiaridades dos cargos.
Caput do art. 457 da CLT NÃO foi alterado pela Lei 13.467/2017
Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.
As gorjetas são características do trabalhado privado.
Não é só a contraprestação pelos serviços prestados, pois são incontáveis outros períodos de atividades, como o tempo em que se aguardam ordens, os momentos desprovidos de matéria-prima, em que as máquinas ficaram paradas, a espera da chegada de mais um cliente ou, também, o intervalo entre uma ligação telefônica e a próxima.
Para essas e outras situações análogas, o empregado seria privado de alguma forma de retribuição, pelo singelo argumento de que não teria havido serviços prestados propriamente ditos. Para essas e outras situações análogas, o empregado seria privado de alguma forma de retribuição, pelo singelo argumento de que não teria havido serviços prestados propriamente ditos.
Remuneração = salário base + parcelas de natureza salarial + parcelas de natureza indenizatória
Elementos que Integram o Salário
Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário (salário base) devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. 
§ 1º Integram o salário a importância fixa estipulada (salário base), as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) 
Portanto, integram o Salário Base: As Gratificações Legais e as Comissões. Lembrando que empregado público e funcionário público não recebe comissão, nem gorjeta.
Gratificações Legais = Adicionais As gratificações estão ligadas ao tempo em que permanece a situação que gerou a gratificação. 
Remuneração do funcionário público= salário base + gratificações
Reversão ao Cargo anterior? APLICA-SE AO EMPREGADO PÚBLICO E AO PRIVADO, NÃO AO FUNCIONÁRIO PÚBLICO
Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. 
Parágrafo único - Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança. 
§ 1o Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) 
§ 2o A alteração de que trata o § 1o deste artigo, com ou sem justo motivo, não assegura ao empregado o direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que não será incorporada, independentemente do tempo de exercício da respectiva função. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Esse parágrafo derruba a súmula 372 do TST
Conflito com Súmula 372, I do TST:
Súmula nº 372 do TST 
GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. SUPRESSÃO OU REDUÇÃO. LIMITES (conversão das Orientações Jurisprudenciais nos 45 e 303 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não poderá retirar-lhe a gratificação TENDO EM VISTA O PRINCÍPIO DA ESTABILIDADE FINANCEIRA. (ex-OJ nº 45 da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996)
O art. 468, § 2º da CLT Reformada, é contrária a jurisprudência consolidada pelo STF, que se firmou no sentido da Constitucionalidade do Instituto da Estabilidade Financeira, conforme entendimento firmado no julgamento do AI 675.287-AgR, Min. Rel. Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe de 10.02.2015:
Jurisprudência:
AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. ESTABILIDADE FINANCEIRA. DIREITO ADQUIRIDO AOS CRITÉRIOS DE REAJUSTE DA VANTAGEM PESSOAL INCORPORADA. INEXISTÊNCIA. PRECEDENTES. O Supremo Tribunal Federal, após reconhecida a repercussão geral da matéria no RE 563.965-RG, sob a relatoria da Ministra Carmen Lúcia, reafirmou a jurisprudência da Corte no sentido da constitucionalidade do instituto da estabilidade financeira. Ficou ressalvada a possibilidade de alteração dos critérios de reajustes da vantagem pessoal incorporada, tendo em conta a inexistência de direito adquirido a regime jurídico, desde que assegurada a irredutibilidade remuneratória. Entendimento aplicável ao caso dos autos. Precedentes. Agravo regimental a que se nega provimento. ” STF - AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO AI 675287 RJ (STF) 
No que toca ao servidor público, no caso empregado público, aplica-se a jurisprudência acima citada.
Elementos que NÃO Integram o Salário:
Alterações no § 2º do art. 457 da CLT: 
§ 2o As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
Antes de o legislador trazer essa previsão do parágrafo 2º. As verbas que não fossem habituais não integrariam o salário e as habituas integrariam. Agora o legislador trouxe a expressão “ainda que habituais” e, expressamente, prevê a NÃO INTEGRAÇÃO: 
• Ajuda de Custo; 
• Auxílio-Alimentação; 
• Diária para Viagem (retirou o excedam de 50%); 
• Prêmios e 
• Abonos
Especificamente – Ajuda de Custo do Funcionário Público: 
Trata-se de auxílio devido ao servidor que, no interesse da Administração, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio, em caráter permanente, de modo a compensar suas despesas de viagem, mudança e instalação. 
Não confundir adicional por transferência com a mudança em si. 
Decreto 4.004/2001:
Art. 1º Ao servidor público civil regido pela Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, que, no interesse da administração, for mandado servir em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente, conceder-se-á: I - ajuda de custo, para atender às despesas de viagem, mudança e instalação; II - transporte, preferencialmente por via aérea, inclusive para seus dependentes; III - transporte de mobiliário e bagagem, inclusive de seus dependentes. 
Isso é a ajuda de custo. Não integra o salário.
No caso do empregado público, cabe ao empregador também as despesas da mudança, mas elas não estão previstas de uma forma ostensivacomo a supracitada. Contudo, o entendimento é que deve o empregador pagar. Normalmente o empregador não paga, a não ser que seja um empregado muito diferenciado. Até porque quando tem transferência, ela não é de um funcionário comum.
O adicional de transferência é pago somente quando a transferência é provisória. Não há previsão do que é a transferência provisória. Ela é provisória enquanto durar a necessidade. 
Especificamente – Auxílio Alimentação do Funcionário Público:
Auxílio concedido em pecúnia a todos os servidores civis ativos da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional, independentemente da jornada de trabalho, desde que efetivamente em exercício nas atividades do cargo, ou nos afastamentos considerados de efetivo exercícios, na proporção dos dias trabalhados, salvo na hipótese de afastamento a serviço com percepção de diárias. 
De acordo com o art. 2º do Decreto nº 3.387, de 2001, o Auxílio Alimentação possui caráter indenizatório, e deve ser pago em pecúnia ao servidor. Para o empregado público, o auxílio alimentação pode ter natureza salarial.
Base Legal
Legislação principal: 
a) Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990; 
b) Lei nº 8.460, de 17 de setembro de 1992; 
c) Decreto nº 3.887, de 16 de agosto de 2001. 
Legislação Complementar: 
a) Ofício-Circular nº 3/SRH/MP, de 1º de fevereiro de 2002; 
b) Orientação Normativa nº 05/SRH/MP, de 9 de agosto de 2005; 
c) Nota Técnica Consolidada nº 01/2012/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP; 
d) Nota Informativa nº 402/2011/COGNOR/DENOP/SRH/MP, de 12 de maio de 2011. 
LEMBRANDO QUE: É vedado o pagamento do auxílio alimentação em dinheiro, conforme o artigo 457, parágrafo 2º da CLT. Se for pago em dinheiro, o valor passará a integrar o salário. O advogado dessa pessoa somente precisará solicitar a integração da parcela ao salário e ela gira em torno de 30% por causa dos reflexos.
Prêmios – O que são? 
Não é muito comum ocorrer premiação na iniciativa pública. Logo, é parcela de natureza indenizatória, pois não há habitual. Mas se passar a ser feito todo mês, deverá integrar o salário.
Art. 457, § 4o Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) 
Especificamente – Funcionário Público: Lei 8.112/90, Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art. 116 da Lei nº 1.711, de 1952, ou por outro diploma legal, fica transformada em licença-prêmio por assiduidade, na forma prevista nos arts. 87 a 90. (de 5 em 5 anos o funcionário público fica afastado de seu cargo e recebe como se estivesse trabalhando)
O prêmio da licença prêmio do funcionário público não tem nada a ver com o prêmio que é uma liberalidade concedida pelo empregador.
Abono 
Gratificação por Tempo de Serviço = Abono que agora NÃO integra o salário. 
Especificamente para o empregado público
Reforma – 13.467/17:
Art. 457, § 2o As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) 
Súmula nº 203 do TST
GRATIFICAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO. NATUREZA SALARIAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A gratificação por tempo de serviço integra o salário para todos os efeitos legais. 
Súmula nº 226 do TST BANCÁRIO. GRATIFICAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO. INTEGRAÇÃO NO CÁLCULO DAS HORAS EXTRAS (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A gratificação por tempo de serviço integra o cálculo das horas extras. 
Jurisprudência: 
MUNICÍPIO. GRATIFICAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO. CÁLCULO SOBRE O VENCIMENTO. INCLUSÃO, NO CONCEITO, DE ABONO SALARIAL PERMANENTEMENTE PAGO. O abono salarial permanentemente pago pelo Município a seus empregados insere-se no conceito de vencimento para fins de composição da base de cálculo da gratificação por tempo de serviço. Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região TRT-4 - Recurso Ordinário: RO 8006520105040802 RS 0000800-65.2010.5.04.0802 
O termo vencimento atende também ao empregado público. 
Especificamente – Abono de Permanência do Funcionário Público: 
Art. 40, § 19º CF - O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II. 
Especificamente – Servidor Público do Estado de São Paulo: 
Artigo 129 - Ao servidor público estadual é assegurado o percebimento do adicional por tempo de serviço, concedido no mínimo por quinquênio, e vedada a sua limitação, bem como a sexta-parte dos vencimentos integrais, concedida aos vinte anos de efetivo exercício, que se incorporarão aos vencimentos para todos os efeitos, observado o disposto no art. 115, XVI, desta Constituição.
Lembrando que servidor público é gênero e refere-se tanto a empregado público quanto a funcionário público.
Ruptura contratual por iniciativa do empregador público. Estabilidade X Garantia de emprego (Súmula 390, TST). Necessidade de motivação. (Orientação Jurisprudencial 247 da SBDI-1 do C. TST x Tema de repercussão geral 0131 do E. STF)
RUPTURA CONTRATUAL POR INICIATIVA DO EMPREGADOR PÚBLICO
 • Ruptura contratual por iniciativa do Empregador Público. 
• Estabilidade X Garantia de emprego (Súmula 390, TST).
 • Necessidade de motivação.
 • (OJ 247 da SbDI-1 do C. TST X Tema de Repercussão geral 0131 do E. STF) 
Regra Geral – Empregado Público: 
A Lei 9.962/2000 regula o Regime de Emprego Público (CLT): 
Art. 1º O pessoal admitido para EMPREGO PÚBLICO na Administração federal direta, autárquica e fundacional terá sua relação de trabalho regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e legislação trabalhista correlata, naquilo que a lei não dispuser em contrário. 
§ 1º Leis específicas disporão sobre a criação dos empregos de que trata esta Lei no âmbito da Administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo, bem como sobre a transformação dos atuais cargos em empregos. 
Art. 2º A contratação de pessoal para emprego público deverá ser precedida de concurso público de provas ou de provas e títulos, conforme a natureza e a complexidade do emprego. 
Art. 3º O contrato de trabalho por prazo indeterminado somente será rescindido por ato unilateral da Administração pública nas seguintes hipóteses: 
I – prática de falta grave, dentre as enumeradas no art. 482 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT; 
II – acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; 
III – necessidade de redução de quadro de pessoal, por excesso de despesa, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 169 da Constituição Federal. 
Art. 169 CF - A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar. 
Lei Complementar 101/2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal
l Seção II
Das Despesas com Pessoal
Subseção I
Definições e Limites
Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como despesa total com pessoal: o somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo enteàs entidades de previdência. 
IV – insuficiência de desempenho, apurada em procedimento no qual se assegurem pelo menos um recurso hierárquico dotado de efeito suspensivo, que será apreciado em trinta dias, e o prévio conhecimento dos padrões mínimos exigidos para continuidade da relação de emprego, obrigatoriamente estabelecidos de acordo com as peculiaridades das atividades exercidas. Parágrafo único. Excluem-se da obrigatoriedade dos procedimentos previstos no caput as contratações de pessoal decorrentes da autonomia de gestão de que trata o § 8º do art. 37 da Constituição Federal.
Especificamente Servidor Público Estatutário:
Primeiro: 
Qual a diferença entre Demissão e Exoneração de servidores públicos? 
A demissão tem fim punitivo enquanto a exoneração é um ato administrativo sem natureza de penalidade. 
A demissão ocorre quando um servidor público não respeita as regras do local de trabalho ou não cumpre com os deveres e proibições estabelecidos pela legislação, sendo uma punição expressa em lei (8.112/90).
A exoneração, pode ser um desligamento voluntário do servidor quando, por exemplo, não pretende continuar exercendo sua função e opta por sair (desligamento voluntário).
A exoneração, pode ser também uma dispensa, porém, não punitiva, quando o servidor deixa de cumprir alguns requisitos obrigatórios definidos em lei, como por exemplo não atender às condições do estágio probatório ao final do período de 3 anos ou quando, tendo tomado posse, não entrar em exercício no prazo estabelecido.
Nos dois casos, há a exoneração do servidor, ou seja, a desvinculação por interesse da administração pública.
Tanto o empregado público quanto o funcionário público podem ser demitidos ou exonerados.
Quando um Funcionário Público poderá ser DEMITIDO?
A demissão do funcionário público tem caráter punitivo, pois se equipara a justa causa do empregado público. A exoneração do funcionário público equivale a demissão do empregado público. A exoneração do funcionário público pode ser como uma espécie de demissão também, mas não de caráter punitivo, quando o funcionário não aproveitado após o estágio probatório. Essa dispensa tem o nome de exoneração. Ou quando o cidadão presta um concurso público, mas não toma posse, então ocorrerá a exoneração como uma forma de demissão, término do contrato.
As causas que justificam a demissão do servidor público federal estão previstas no art. 132 - Lei 8.112/90.
Legenda* em lilás são as hipóteses de demissão do funcionário público e em vermelho são as hipóteses de justa causa do empregado público.
Art. 132. A demissão (caráter punitivo) será aplicada nos seguintes casos: 
I – Crime contra a administração pública
Art. 482, a) ato de improbidade; (Empregado Público)
Não precisa esperar o resultado do processo na seara criminal, pois cuida da independência das instâncias (administrativa e criminal). 
A Administração não necessita aguardar o desfecho do procedimento criminal, uma vez que o fato criminoso como ilícito disciplinar autônomo autoriza a agir desde logo, aplicando a pena de demissão.
Jurisprudência: 
PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PECULATO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. NÃO INCIDÊNCIA. DELITO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PUBLICA. ART. 20 DA LEI N. 10.522/2002. INAPLICABILIDADE. 1. Segundo a jurisprudência desta Corte, não se aplica o princípio da insignificância aos crimes cometidos contra a administração pública, ainda que o valor seja irrisório, porquanto a norma penal busca tutelar não somente o patrimônio, mas também a moral administrativa. 2. Não se aplica ao crime de peculato o disposto no art. 20 da Lei n. 10.522/2002, com a alteração dada pelas Portarias n. 75 e n. 130/2012, por não se tratar de supressão de tributo. 3. De qualquer forma, mostra-se irrelevante a discussão acerca do valor indevidamente apropriado, ante a reprovabilidade da conduta perpetrada pelo agravante, que se utilizou do cargo de gerente e tesoureiro da agência dos Correios para se apropriar da quantia de R$ 5.680,78. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 487.715 - CE (2014/0060304-0)
II – abandono de cargo; e
Art. 482, i) abandono de emprego; (Empregado Público)
O abandono de cargo é a ausência intencional do servidor público ao serviço por mais de 30 dias consecutivos, demonstrando o animus de abandono que é o requisito essencial para a configuração do abandono de cargo, portanto, nos casos de greve, não há o animus do abandono, o que proíbe a Administração pública de demiti-lo (por esse motivo).
Jurisprudência:
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. APLICAÇÃO DE PENA DE DEMISSÃO A SERVIDORA, POR ABANDONO DO CARGO E INASSIDUIDADE HABITUAL. ACÓRDÃO DO TRIBUNAL DE ORIGEM QUE, À LUZ DAS PROVAS DOS AUTOS, CONCLUIU PELA AUSÊNCIA DO REQUISITO SUBJETIVO PARA A DECRETAÇÃO DE ABANDONO DO CARGO, COM ANULAÇÃO DO ATO DE SUA DEMISSÃO, E PELA PRESENÇA DOS ELEMENTOS ENSEJADORES DA INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 7/STJ. AGRAVO INTERNO IMPROVIDO. I. Agravo interno aviado contra decisão monocrática, por sua vez, julgara recurso interposto contra decisum publicado na vigência do CPC/2015. II. No caso, o acórdão do Tribunal de origem, à luz das provas dos autos, concluiu pela ausência do requisito subjetivo para a decretação de abandono do cargo, pela ora agravada, anulando o ato de sua demissão, e pela presença dos elementos ensejadores da indenização por dano moral. Incidência da Súmula 7/STJ. III. O acórdão recorrido, apreciando a Apelação da servidora, à luz das circunstâncias fáticas dos autos, concluiu que "a pena de demissão, principalmente aplicada de forma injusta, causou à recorrente sérios aborrecimentos e desconforto capazes de configurar o advento de dano moral, devendo a administração responder pelo danos ocasionados". Assim, para infirmar as conclusões do julgado seria necessário, inequivocamente, incursão na seara fático-probatória dos autos, inviável, na via eleita, a teor do enunciado sumular 7/STJ. IV. Agravo interno improvido AgInt no AREsp 1029387 / MS AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL 2016/0323141-1
III – inassiduidade habitual; 
Art. 482, e) desídia no desempenho das respectivas funções; (Empregado Público) (o empregado público sabe quais são suas funções, mas não cumpre. A desídia é maior do que a inassiduidade, pois a inassiduidade é referente apenas a frequência e a desídia é referente a função também. A desídia também não tem o prazo que inassiduidade tem)
Já a inassiduidade habitual é a falta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, intercaladamente, durante o período de doze meses.
IV – improbidade administrativa; 
Art. 482, c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço; (Empregado Público)
A lei 8.112/90 estabelece a possibilidade de demissão do servidor por improbidade administrativa, enquanto a lei 8.429/92 no Capítulo II – Dos Atos de Improbidade Administrativa prevê nos artigos, 9º, 10, 10-A e 11 as condutas que justificam a demissão:
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente: 
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público; 
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvelou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado; 
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;
 IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades; 
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei; 
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade; 
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza; 
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei; 
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.
Para o empregado público não tem uma previsão tão específica quanto para o funcionário público.
V – incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; (tem que trazer um reflexo para a repartição, se não trouxer, não enseja demissão)
Art. 482, b) incontinência de conduta ou mau procedimento; (Empregado Público)
De acordo com o Manual de Processo Administrativo Disciplinar da CGU, incontinência é a falta de moderação, de comedimento.
Incontinência Pública é a maneira desregrada de viver. Trata-se da pessoa depravada, de procedimentos vulgares, escandalosos, que chocam os valores morais e os costumes. 
Para a caracterização da infração funcional, o inciso exige que a incontinência seja pública, isto é, que seja praticada na presença de outras pessoas. 
Conduta Escandalosa, assim entendida como o desprezo às convenções ou a moral vigente, o inciso NÃO exige que seja pública. 
Conforme visto, os conceitos de “incontinência” e “conduta escandalosa” são semelhantes e estão relacionados a desvios comportamentais. 
Tanto a incontinência pública como a conduta escandalosa, para que produza efeitos disciplinares, devem ser praticadas no âmbito da repartição. Portanto, as condutas praticadas fora da repartição só serão alcançadas pela norma se estiverem relacionadas ao exercício das atribuições do servidor público.
VI – Insubordinação grave em serviço 
Art. 482, h) ato de indisciplina ou de insubordinação; (Empregado Público)
Essa hipótese visa preservar a relação hierárquica da organização administrativa. Insubordinação é sinônimo de rebeldia. 
Juridicamente, o termo “insubordinação” é utilizado para qualificar o comportamento do servidor que desrespeite uma ordem direta e pessoal, não manifestamente ilegal, de seu superior hierárquico. 
Jurisprudência: 
DIREITO ADMINISTRATIVO. AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. DESIGNAÇÃO DOS MEMBROS DA COMISSÃO PROCESSANTE POR AUTORIDADE INCOMPETENTE. NULIDADE RECONHECIDA. DESCLASSIFICAÇÃO DA INFRAÇÃO COMETIDA PELO SERVIDOR. FUNDAMENTO NÃO IMPUGNADO. SÚMULA 283/STF. REINTEGRAÇÃO. RESTABELECIMENTO DO STATUS QUO ANTE. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E IMPROVIDO. 1. O art. 53, § 3º, da Lei 4.878/65 determina que cabe ao Diretor-Geral do Departamento de Polícia Federal designar os membros das Comissões Permanentes de Disciplina. Hipótese em que os membros da Comissão Processante que dirigiram o processo administrativo disciplinar a que foi submetido o recorrido, Agente da Polícia Federal, foram designados por autoridade incompetente, pelo que não merece reparos a decisão que reconheceu sua nulidade. 2. A recorrente não infirmou os fundamentos do acórdão recorrido no tocante à desclassificação da infração cometida pelo recorrido de insubordinação grave em serviço (punível com demissão) para falta injustificada ao serviço e descumprimento de ordem superior (faltas puníveis com suspensão), pelo que é aplicável ao caso, por analogia, a Súmula 283/STF. 3. Nos termos do art. 28 da Lei 8.112/90, invalidado o ato de demissão de servidor e determinada sua reintegração ao cargo, deve ser restaurado o status quo ante, com o pagamento de todas as vantagens devidas desde a data do ato demissionário, pouco importando que ele tenha ajuizado a ação nos últimos dias do prazo prescricional. 4. Recurso especial conhecido e improvido. REsp 886293 / PR RECURSO ESPECIAL 2006/0142896-4
VII – Ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; 
Art. 482, j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; (Empregado Público)
A violência física só deve ser usada em situações excepcionais, bem definidas pelo legislador. 
Nesse sentido, exceto em legítima defesa, seja própria ou de terceiro (servidor ou não), a ofensa física gera a demissão do servidor público. 
Detalhe importante é que a legítima defesa deve ser moderada, sendo punível o excesso. 
Exemplo: chefe de um servidor público tenta agredir um servidor, este reage e domina totalmente o chefe-agressor. Contudo, mesmo com a situação sob controle, começa a agredir o chefe já dominado.
VIII – Aplicação irregular de dinheiros públicos;
Esse dispositivo, ao contrário do que parece, não visa a proteção do dinheiro público, mas, sim, garantir que o destino do dinheiro seja o correto, definido por lei. Nesse sentido:
Formulação-Dasp nº 56. Aplicação irregular de dinheiros. A aplicação irregular de dinheiro público não se configura, se houver furto, desvio ou apropriação indébita.
DASP - São enunciados elaborados pelo Departamento Administrativo do Serviço Público. 
Vale destacar que para se configurar o ilícito funcional, pouco importa o destino que se tenha dado ao recurso irregularmente aplicado. 
Exemplo: a verba era para construir um hospital, mas fora utilizada para construir uma escola. Está caracterizado a aplicação irregular.
IX – Revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; 
Art. 482, g) violação de segredo da empresa; (Empregado Público) 
A informação sigilosa é aquela que se refere à segurança do Estado e da Sociedade, assuntos que estão fora do alcance do cidadão, embora em princípio, lhe seja assegurado o mais amplo direito de acesso aos documentos públicos. 
Jurisprudência: 
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. DEMISSÃO. REVELAÇÃO DE SEGREDOS DOS QUAIS TINHA CONHECIMENTO EM RAZÃO DO CARGO QUE OCUPAVA. INFRAÇÕES AO ARTIGO 117,IX E 132, IX, DA LEI N. 8.112/90. INOBSERVÂNCIA DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. AUSÊNCIA DE NULIDADE. NULIDADE POR FALTA DE CORRELAÇÃO ENTRE ACUSAÇÃO E CONDENAÇÃO. IMPROCEDÊNCIA. CORREÇÃO DA TIPIFICAÇÃO, COM EXERCÍCIO DE AMPLA DEFESA OBSERVADA. PENALIDADE DE DEMISSÃO APLICADA NÃO APENAS POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, MAS POR FUNDAMENTOS INDEPENDENTES E NÃO ATACADOS. AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. 1. Trata-se de mandado de segurança, impetrado contra ato de Ministro de Estado que, em decorrência do constante de Processo Administrativo Disciplinar, determinou a demissão do impetrante do cargo que ocupava na Administração Pública Federal, por revelar segredos dos quais tinha conhecimento em razão do cargo que ocupava na Receita Federal, em detrimento da dignidade da função. 2. Alegação de inobservância do devido processo legal, por não haver sido feita requisição ao superior hierárquico do impetrante para que autorizasse seu afastamento do trabalho para participar de atos de instrução do PAD. Não há exigência legal para que fosse feita tal requisição. De qualquer sorte, havia sido feita comunicação ao superior hierárquico acerca da abertura do PAD e o impetrante havia sido cientificado dos direitos de acompanhar o processo e realizar sua defesa. Ausência de prejuízo. 3. Alegação de inobservância do devido processo legal, por haver sido indeferida no PAD a inquirição de uma das testemunhas arroladas pelo impetrante. Indeferimento fundamentado na impertinência da prova. Ausência de prejuízo. 4. Alegação de falta de correlação entre acusação e condenação. Caso em que a acusação da prática do ilícito consistente em revelar segredos que o impetrante tinha em razão do cargo foi desde o início feita. Posteriormente, na pendência do PAD, a adequação típica foi corrigida, permitindo-se ao impetrante manifestação, regularmente efetuada através de advogado constituído. Ausência de nulidade. 5. A alegação de que a autoridade administrativa não poderia punir o impetrante por improbidade administrativa não tem pertinência no presente caso, em que a pena de demissão poderia se sustentar independentemente de estar caracterizada a improbidade administrativa (art. 132, IV, da Lei 8.112/90), uma vez que o impetrante incidiu em "revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo" (art. 132, IX, da Lei 8.112/90) e transgrediu a proibição constante do art. 117, IX, da Lei 8.112 ("valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública"), de modo que a demissão era aplicável também por força do disposto no art. 132, XIII da Lei 8.112 ("transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117"). 6. Mandado de segurança denegado. MS 18155 / DF MANDADO DE SEGURANÇA 2012/0026762-5
X – Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; Lesão aos Cofres Públicos: É a perda de dinheiro público (o que deixa claro o caráter monetário/financeiro do ilícito), abrangendo, também, atos associados à apropriação indébita, ao furto e ao desvio do dinheiro público. 
Formulação-Dasp nº 55. Lesão aos cofres públicos. A lesão aos cofres públicos pressupõe efetivo dano ao Erário. Dilapidação ao Patrimônio Nacional: E o desperdício, a má conservação e o extravio do patrimônio público permanente, que não o dinheiro público. 
Parecer-Dasp. Dilapidação do patrimônio nacional e lesão aos cofres públicos. Distinção: A lesão aos cofres públicos não se confunde com a dilapidação do patrimônio nacional. Aquela se refere a dinheiro ou valores transacionáveis; esta se relaciona com bens ou utilidades permanentes. 
Formulação-Dasp nº 28. Demissão. O funcionário que dissipa bens públicos, não representados por dinheiro, comete dilapidação do patrimônio nacional. 
XI – Corrupção; 
A previsão é genérica. 
Considera-se que o dispositivo abarca não só o comportamento do servidor corrompido, mas também o daquele servidor que no exercício de suas atribuições tenta corromper outros servidores. 
A apuração administrativa por ato de corrupção de servidor independe do prévio ajuizamento de ação penal pública, e suas conclusões, não estão condicionadas ao julgamento proferido em âmbito penal. 
Formulação-Dasp nº 71. Corrupção passiva. A administração pode demitir funcionário por corrupção passiva com base, apenas, no inquérito administrativo.
XII – Acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; 
Lei 9.962/2000 (Empregado Público) 
Art. 3º O contrato de trabalho por prazo indeterminado somente será rescindido por ato unilateral da Administração pública nas seguintes hipóteses: 
I – prática de falta grave, dentre as enumeradas no art. 482 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT; 
II – acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; 
III – necessidade de redução de quadro de pessoal, por excesso de despesa, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 169 da Constituição Federal; 
A Constituição Federal prevê: 
Art. 37, XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI.
 a) a de dois cargos de professor; 
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. 
Hipóteses fora desses parâmetros são ilegais, e o servidor pode ser demitido. 
XIII – Transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117. 
São eles: 
Art. 117. Ao servidor é proibido: 
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública; 
X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; 
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; 
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; 
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; 
XV - proceder de forma desidiosa; 
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares; 
Referidas condutas importam em demissão do servidor público.

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