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Anna Clara Venturim Teixeira Medicina XIX ❖ Anticoagulantes, antiplaquetários e trombolíticos ➢ INTRODUÇÃO o Sangramentos ou trombose em excesso podem indicar alteração da hemostasia. o HEMOSTASIA: Parada espontânea do sangramento proveniente de um vaso sanguíneo lesado. o O comprometimento da hemostasia (dificuldade em fazer com que o sangue parar de escorrer) gera SANGRAMENTO ESPONTÂNEO. o A estimulação excessiva da hemostasia gera TROMBOS. o Quando há uma lesão no vaso, tem um sangramento. 1. A primeira coisa que vai acontecer é as plaquetas começarem a se aderir ao colágeno exposto do endotélio lesado (aderência plaquetária). Depois uma plaqueta irá se aderir à outra (agregação plaquetária). 2. Há a formação do fator tecidual que vai iniciar a ativação da cascata de coagulação. Forma a rede de fibrina (fica entre as plaquetas). 3. Forma o coágulo de fibrina – nesse momento tem hemostasia (parou de sangrar o vaso). 4. Depois de ter o restabelecimento de todo o endotélio lesado, não é necessário interromper a passagem do sangue. Ocorre a retração do coágulo as plaquetas tem miofilamentos, tem capacidade de fazer uma contração. E ao contrair, elas contraem todo o coágulo. Logo, esse coágulo não ficará mais aderido na parede do endotélio. Por ter essa retração, o coágulo começa a percorrer todo o vaso e conta com o sistema fibrinolítico para fazer a degradação do coágulo para ter o restabelecimento do fluxo sanguíneo normal. o Alguns pacientes são propensos a ter hipercoagulabilidade formar coágulos de forma patológica (infarto, embolia pulmonar). Uma das causas disso acontecer são os distúrbios hereditários: deficiência de anticoagulantes naturais como antitrombina III, proteína C e S para evitar a formação de trombos. o Para tratar pode fazer: ✓ PREVENÇÃO PRIMÁRIA: tentativa de evitar a formação dos coágulos (heparina ou varfarina); ✓ PREVENÇÃO SECUNDÁRIA: o paciente já teve um acidente cardiovascular e procura-se evitar um novo evento. o A deficiência de fatores de coagulação plasmáticos pode provocar sangramentos → atividade de fator é inferior a 5- 10% do normal. o HEMOFILIA A (tipo CLÁSSICA): deficiência de fator VIII. o HEMOFILIA B: deficiência de fator IX. o Hemostasia Normal: tem fatores pró-coagulantes (fatores da cascata de coagulação e plaquetas) que levam ao processo de coagulação. Para que o processo de coagulação não seja excessivo, há os inibidores da coagulação (Antitrombina III, proteína C e S). Em geral, há um equilíbrio entre os fatores coagulantes e anticoagulantes. Da mesma fora, existe aqueles fatores que são fibrinolíticos (plasminogênio e ativador tecidual de plasminogênio) que levam ao processo de fibrinólise degradação da rede de fibrina após a formação do coágulo. Há os inibidores (PAI-1 e 2-antiplasmina). Em geral, há um equilíbrio entre os fatores fibrinolíticos e os inibidores. o Hemostasia alterada: quando tem um desequilíbrio desse processo, por exemplo: com aumento da quantidade de plaquetas ou aumento da quantidade dos fatores de coagulação ou uma redução dos fatores que inibem leva um excesso de coagulação (hipercoagulação) levando a formação de trombos. Hipofibrinólise: menor quebra das redes de fibrina. O trombo formado não está sendo degradado pode ser por estar tendo uma redução do plasminogênio ou excesso dos inibidores. ➢ IMPORTÂNCIA DO ENDOTÉLIO VASCULAR o A principal função da parede vascular íntegra é impedir a coagulação sanguínea. Anna Clara Venturim Teixeira Medicina XIX o Diversas substâncias são liberadas pelo endotélio para esta finalidade. o Ex: α1-antiprotease, 2-macroglobulina e antitrombina III. o Proteína solúvel: fibrinogênio. o Proteína insolúvel: fibrina. ➢ SISTEMA FIBRINOLÍTICO o Impede a propagação do coágulo além do local da lesão vascular e está envolvido na dissolução do coágulo. o O ativador do plasminogênio tecidual será liberado quando há uma obstrução do fluxo e ele ativa o plasminogênio (proteína inativa). Transforma-se na proteína ativa – plasmina. A plasmina faz a digestão proteolítica da fibrina – degradação da rede de fibrina/ consegue dissolver o coágulo. ➢ DESORDENS DA COAGULAÇÃO ➢ DROGAS ANTICOAGULANTES o Heparina e heparinas de baixo peso molecular. o Farmacocinética: • Heparina – IV em infusão contínua, IV em infusão intermitente a cada 4-6 h ou via subcutânea a cada 8-12h. Precisa medir o tempo de tromboplastina parcial ativado ficando o valor entre 2 a 3. • Heparina de baixo peso molecular – via subcutânea 1 ou 2 vezes ao dia. • Fondaparinux – via subcutânea 1 vez ao dia. Não pode ser administrado em pacientes com insuficiência renal por trazer uma sobrecarga da função renal. o Efeitos indesejáveis: • Principal risco: Hemorragia ou Trombocitopenia (monitorização – maior na heparina de alto peso molecular). o Protamina - antagonista específico de heparina. Ligação imediata - formação de um complexo inativo (deixa de ter a ligação da antitrombina III). 1mg para cada 100 unidades de Heparina IV. Liga-se somente em moléculas grandes de heparina. o Outros usos da heparina: • Tratamento inicial da trombose venosa e embolia pulmonar; • Tratamento inicial de pacientes com angina instável ou infarto agudo do miocárdio; • Prevenção de trombose de veia profunda pós- operatória; • Anticoagulação durante a gravidez. ➢ ANTICOAGULANTES INJETÁVEIS o HEPARINA: • Administração via parenteral; • Ativa proteína anticoagulante fisiologicamente presente no organismo (Antitrombina III); • Efeito imediato (logo na primeira aplicação consegue ver o efeito anticoagulante); • Algumas vezes é necessário o acompanhamento por meio de testes laboratoriais (TPPK – Tempo de Tromboplastina Parcial Ativado). o 3 tipos: Heparina de alto peso molecular, Heparina de baixo peso molecular e Fondaparinux (baixíssimo peso molecular). o Mecanismo de ação: ativa a antitrombina III (substância anticoagulante) e degrada os fatores da coagulação. Acelera a reação de degradação de fatores da coagulação, realizada pela antitrombina III na superfície das células endoteliais. A. Heparina de alto peso molecular/ Heparina não fracionada/ Heparina: envolve a antitrombina III e alguns fatores da coagulação (fator X ativado). Consegue unir a antitrombina III com o fator X. E essa antitrombina III degrada o fator X e a molécula da heparina sofre com a ação da antitrombina e se liga em outra antitrombina III para fazer a adesão da antitrombina III com outro fator de coagulação. Em geral, a antitrombina III consegue degradar o fator X ativado e a trombina. Efeito anticoagulante muito potente e às vezes excessivo por isso a necessidade de acompanhar o paciente. B. Heparina de baixo peso molecular: faz a ligação da antitrombina III com o fator X ativado pelo fato da molécula ser menor com eficiência (100% dos casos). Cerca de 50% da trombina tem ação da heparina de baixo peso molecular. Anna Clara Venturim Teixeira Medicina XIX C. Fondaparinux: só consegue ativar a antitrombina III para que ela degrade o fator X ativado. Não ativa a trombina. ➢ HEPARINA DE BAIXO PESO MOLECULAR E FONDAPARINUX o Não são alvos da ligação do fator plaquetário 4 (não limita sua efetividade nas proximidades do trombo); o Não interferem na agregação plaquetária; o Necessidade de administração menos frequente; o Não é necessário acompanhamento pormeio de testes laboratoriais, devido o efeito previsível entre o efeito anticoagulante e a dose. ➢ USO DA HEPARINA DE BAIXO PESO MOLECULAR o Dose é ajustada de acordo com o peso do paciente (x unidades / Kg). ➢ ANTICOAGULANTES ORAIS o Ex: Varfarina, Dicumarol. o Mecanismo de ação: reduz a formação de alguns fatores da coagulação. Antagonistas da vitamina K (impedir a ação da vitamina K e reduz a formação dos fatores de coagulação de forma ativa). o Biodisponibilidade de 100%. Mais de 99% dos anticoagulantes orais ficam ligados a proteínas plasmáticas. o Efeitos adversos: sangramento. o Efeitos adversos raros: distúrbio TGI, aumento de transaminases, leucopenia. o Não usar na gravidez (efeito teratogênico), mas pode ser utilizada durante amamentação. o Interferem na γ-carboxilação dos resíduos do glutamato dos fatores (II, VII, IX e X). A varfarina impede a ação da vitamina K redutase, consequentemente, não consegue ativar a vitamina e os fatores da coagulação. Os fatores II, VII, IX e X não ficam na sua forma ativa e impede a cascata de coagulação de acontecer. o GRUPOS ESPECIAIS que precisam ser avaliados se podem fazer o uso da varfarina: ✓ Portadores de disfunção hepática → produção deficiente de fatores de coagulação. Tem efeito exagerado da varafina, formação de hemorragias; ✓ Idosos → ↑ disponibilidade da droga pela redução da concentração de albumina sérica. A forma livre fica maior que 1%; ✓ Gestação→ atravessar a placenta. o INTERAÇÕES ALIMENTARES: Alimentos de origem vegetal contém grande quantidade de vitamina K acaba reduzindo a ação da varfarina (ex: couve, espinafre, brócolis, abacate, etc.). Óleos de soja, canola, azeite também contém vitamina K. o INTERAÇÕES FARMACOLÓGICAS: Barbitúricos e rifampicina – indutores enzimáticos; Antibióticos que alteram a flora intestinal (↓vitamina K); Não exercem efeito significativo – etanol, benzodiazepínicos, paracetamol, opióides Interações. o Vitamina K – antagonista competitivo. o Utilizações clínicas: Para impedir a progressão ou recidiva de trombose venosa profunda aguda ou da embolia pulmonar; Prevenção de tromboembolia venosa em pacientes submetidos à cirurgia ortopédica ou ginecológica; Isquemia coronariana recorrente em pacientes com infarto agudo do miocárdio; Embolização sistêmica em pacientes com próteses de valvas cardíacas. o O acompanhamento desses pacientes utiliza o “Tempo de Protrombina” (TP). Os testes dos pacientes são comparados com os de indivíduos normais e monta-se uma razão de tempos: Não pode ser 1. Para o INR ser adequado deve ficar entre 2 e 3. o RIVAROXABANA: Inibidor direto do fator Xa. Meia-vida de 7-11h. Indicado para profilaxia de trombos após cirurgia de joelho e quadril. o ETEXILATO DE DABIGATRANA: Pró-fármaco (dabigatrana). Inibidor do fator IIa. Meia-vida de 12 às 14h. Prevenção de tromboembolia venosa após cirurgia de joelho e quadril. Não tem demonstrado serem inferiores à varfarina no tratamento da tromboembolia venosa. o VANTAGENS: Boa eficácia, resposta previsível, ampla janela terapêutica, baixa incidência de efeitos adversos, sem necessidade de monitoramento da anticoagulação, baixas interações alimentares ou medicamentosas. ➢ ANTIPLAQUETÁRIOS o Propriedades: 1) Inibir a adesividade e agregação; 2) Inibir reação de liberação ou secreção de plaquetas (inibe a liberação de tromboxano A2); 3) Redução dos agregados plaquetários circulantes; 4) Inibir formação de trombo induzido predominantemente pelas plaquetas. o ASPIRINA (ácido acetil salicílico – AAS): é um tipo de AINES (Antiflamatório não esteroidal). o Mecanismo de ação: Inibe COX-1 e COX-2 (efeito mais seletivo, com grande eficácia e com dose menor) → Ligação Anna Clara Venturim Teixeira Medicina XIX irreversível. Impede a agregação plaquetária por não formar o tomboxano. Traz menos efeitos colaterais. o Usos clínicos: prevenção primária e secundária de DCV e doença cerebrovascular, trombose, cardiopatia, próteses artificiais, angina, outros. o Efeitos adversos: sangramento gastrointestinal e reações alérgicas (indutor de hipersensibilidade). o Contraindicações absolutas: hipersensibilidade e hemorragia digestiva alta. o Contraindicações relativas: gastrite ou úlcera duodenal prévia. o Precauções no uso: • AAS: está associado ao risco de hemorragia pós- operatória. • Em cirurgias eletivas recomenda-se que o AAS seja suspenso 7-10 dias antes da realização do procedimento por fazer um efeito irreversível da COX. Precisa fazer uma avaliação pré-operatória (exames e questionários). Contagem de plaquetas (valores normais 150.000 a 400.000/mm3). o Ticlopidina e Clopidogrel: Antagonista do receptor da ADP (ligação irreversível – inibe o receptor de ADP presente na membrana da plaqueta. E ao bloquear esse receptor irá inibir a expressão do complexo GP2B3A que funcionaria como receptor de fibrinogênio, logo não vai ter ligação com o fibrinogênio). o A ticlopidna é um fármaco menos potente que o clopidrogel, mas tem efeitos colaterais mais intensos. o Usado em substituto ao AAS e associado a este em pacientes com colocação de stent. o Ticlopidina (250 mg 2x/dia) e Clopidogrel (75 mg 1x/dia) - Início de ação lento mas duradouro. o TICLOPIDNA E CLOPIDOGREL: Inibe a agregação plaquetária induzida pelo ADP e Inibe uma via diferente daquela inibida pela aspirina. ➢ TICLOPIDNA E CLOPIDOGREL o Efeitos Adversos Ticlopidina: • Náuseas, vômitos e diarreia; • Neutropenia grave (2,4%); • Agranulocitose fatal com trombocitopenia – contagem hematológica frequente no início da terapia. o Efeitos Adversos Clopidogrel: Raros casos de trombocitopenia e leucopenia. o Usos terapêuticos: impede a ocorrência de eventos vasculares cerebrais na prevenção secundária do AVE, após angioplastia e colocação de stent coronariano, IM, angina instável. ➢ PASUGREL o Mais novo membro; o Inibe irreversivelmente os receptores de ADP; o Início de ação mais rápido e produz inibição maior e mais previsível da agregação plaquetária induzida pelo ADP; o Menor incidência de morte cardiovascular, IM e AVE do que com clopidogrel; o Taxas altas de sangramento fatal. ➢ ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES DE GPIIB/IIIA o ABCIXIMAB. o Ac monoclonal humanizado. o Uso em pacientes submetidos à angioplastia percutânea para trombose coronariana. o Diminui o risco de reestenose. o Administração por via parenteral (IV). o Pode causar sangramento. o Degradar o complexo GPIIb/IIIa. ➢ TROMBOLÍTICOS o Ativador tecidual do plasminogênio (t-PA) – ativador endógeno do plasminogênio ligado à fibrina (limita a fribrinólise aos trombos). o Alteplase, Reteplase e Tenecteplase. o Estreptoquinase – proteína sintetizada por estreptococos betahemolíticos Mecanismo de ação: ativam a plasmina que degrada o coágulo formado na coronária ou outros vasos. Administrados por via parenteral Efeitos adversos: sangramento, hipotensão, acidente vascular encefálico hemorrágico (0,3%). o Usos clínicos: êmbolos pulmonares múltiplos, trombose venosa profunda central, infarto agudo do miocárdio - AVE isquêmico agudo dentro de 3h após o início (tPA). ➢ AGENTE ANTI FIBRINOLÍTICO o ÁCIDO TRANEXÂNICO e ÁCIDO AMINOCAPRÓICO: o Bloqueia interação da plasmina com a fibrina; o Utilização: reduzir sangramento após cirurgia de próstata ou após extração dentária em hemofílicos. o Ácido tranexâmico para sangramento menstrual intenso. o Administração VO ou IV. o a o a o Ativador tecidual de plasminogênio dentro dos trombolíticos: não ativa plasminogênio no plasma. ❖ Drogas utilizadas na Hiperlipidemia ➢ INTRODUÇÃO o Diferentes tipos de Lipídeos:▪ Ácidos graxos - Cadeias saturadas, mono ou poli- insaturadas. Anna Clara Venturim Teixeira Medicina XIX ▪ Triglicerídeos - Forma de armazenamento. ▪ Fosfolipídios - Constituintes estruturais de membrana. o Colesterol: ▪ Precursor de hormônios esteroides, ácidos biliares, vitamina D, constituinte de membrana. ➢ HIPERLIPIDEMIA o Os lipídios são transportados no sangue ligados a proteínas → chamada de lipoproteínas. o Região central: hidrofóbica. Composta por triglicerídeo e ésteres de colesterol. o Núcleo circundado por uma única camada de colesterol não esterificado e por fosfolípide. o Ligado ao fosfolipídio tem a apoproteína. Ela consegue se ligar aos receptores para conseguir captar as lipoproteínas do sangue para dentro da célula. o Há dois tipos de apoproteínas: 1. Apoproteína A: tem uma molécula do HDL 2. Apoproteína B (100): presente no LDL . o As lipoproteínas que contém apolipoproteínas (apo) B são os veículos para o colesterol entrar na parede arterial. São: ✓ VLDL – densidade muito baixa; ✓ LDL – densidade baixa; ✓ IDL – densidade intermediária; ✓ Lp (a) – lipopotreína (a) – partícula do LDL modificado que é heterogênica e protrombótico. o HDL: densidade alta. • Parece antagonizar a aterogênese: Mobiliza o colesterol das células extra-hepáticas e o transporta até o fígado para processamento. • Apresenta ação antioxidante e podem proteger da oxidação os lipídeos LDL (contém a enzima paraoxonase). ➢ ATEROSCLEROSE o Causa primária de coronariopatia. o O tratamento visa reduzir os níveis de colesterol plasmático para que ele não se deposite dentre dos vasos e acabe obstruindo-o. ➢ FATORES DE RISCO PARA DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA (DAC) ➢ TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO o Esse tratamento tem sempre que estar presente para pacientes que tem qualquer alteração de colesterol, LDL, HDL e triglicerídeo. Não adianta tomar um medicamento e não realizar isso. o Terapia Nutricional – melhora da alimentação: ✓ Trazer uma redução do peso corporal; ✓ Diminuição da gordura total da dieta, colesterol, ácidos graxos saturados e ácidos graxos trans. o Exercício Físico; o Abandono do Tabagismo. ➢ TRATAMENTO FARMACOLÓGICO o ESTATINAS (Lovastatina, Sinvastatina, Pravastatina, Atorvastatina, Rosuvastatina, Fluvastatina, Pitavastatina). o Mecanismo de ação: inibidores competitivos da enzima HMG-CoA redutase. Consequentemente, acaba impedindo a formação do colesterol no fígado. • Se o colesterol não for formado no fígado, há uma estimulação para formar mais receptores de LDL e lança-los na superfície dos hepatócitos. • Quanto mais receptores de LDL forem formados, maior será a captação do LDL da circulação para dentro da célula – para ser captado e processado para dentro do hepatócito. • Com isso, reduz a progressão da aterosclerose e diminui o risco de doenças coronarianas. Reduz os níveis de LDL. • Além disso, à medida que o colesterol não consegue ser fabricado no fígado, o VLDL também não consegue ser fabricado. Reduzindo os níveis de triglicerídeos. o Efeitos: redução dos níveis de colesterol LDL e triglicerídeos (atorvastatina, sinvastatina e rosuvastatina). Efeito de aumento do HDL (não é muito específico). o Muito boa para reduzir o colesterol e o LDL. o Efeitos adversos: Dor muscular e disfunção hepática (1-2%), miosite – inflamação do músculo (1%) e rabdomiólise. Anna Clara Venturim Teixeira Medicina XIX o Interações Farmacológicas: Itraconazol, ciclosporina e eritromicina (inibem cit P450 3A4 - ↑ níveis de estatinas) e barbitúricos (estimulam cit P450 3A4 - ↓ níveis de estatinas). o Função endotelial: Estatinas aumentam a produção de NO (vasodilatador). o Estabilidade da placa: Estatinas inibem a secreção de metaloproteinases de matriz in vitro por macrófagos. o Inflamação: Estatinas apresentam efeito anti-inflamatório e reduz proteína C reativa. o Oxidação das lipoproteínas: Estatinas reduzem a suscetibilidade das lipoproteínas à oxidação. Impede que se transforme em células espumosas. o Coagulação: Estatinas reduzem a agregação plaquetária e diminuem depósitos de trombos plaquetários, além de apresentarem efeitos variáveis nos níveis de fibrinogênio. o Biodisponibilidade: 5 a 30% (baixa por sofrer muito metabolismo de primeira passagem). Sinvastatina e Lovastatina são pró-fármacos. o Meia-vida: 1-4h (curta), exceto atorvastatina e rosuvastatina (20h) e sinvastatina (12h). o Eliminação: Maior parte pelas fezes. o Gravidez: Não utilizar Estatinas. o Administração: Estatinas devem ser administradas à noite (exceto atorvastatina e rosuvastatina). ▪ Melhor momento de administrar os fármacos de meia-vida mais curta é à noite por reduzir o ciclo matinal de síntese de colesterol (que normalmente acontecem entre 00h e 2h da manhã). o Estatinas em crianças: Atorvastatina, sinvastatina e lovastatina a partir de 11 anos e pravastatina a partir de 8 anos o RESINAS (Colestiramina e Colestipol) o São macromoléculas administradas por via oral. Tem capacidade de ligação com os ácidos e sais biliares devido às resinas terem uma carga positiva atraindo os ácidos biliares (que tem carga negativa) sendo eliminados junto com ela nas fezes. • Com isso, evita o ciclo dos ácidos biliares. Normalmente tem o fígado fabricando a partir do colesterol os sais biliares. Lançam no intestino delgado, faz a emulsificação da bile e depois é recaptado para dentro do fígado. • Quando utiliza a resina, o ácido biliar fica agarrado dentro do intestino delgado e será eliminado. O que vai forçar o fígado a pegar mais molécula de colesterol na circulação (aumenta os receptores de LDL) formando mais sais biliares. Sendo eliminados nas fezes. o São fármacos de segunda linha por ser seguros. Porém, é preferido utilizar a estatina pelo fato de quando os ácidos biliares forem eliminados, acaba que com o uso da resina aumenta a atividade e a quantidade de HMG-CoA redutase, consequentemente, aumenta a quantidade de colesterol no fígado. o A estimulação dos ácidos biliares acaba aumentando a síntese de triglicerídeos. o Efeitos: diminuição dos níveis de colesterol LDL. Pode aumentar triglicerídeo. o Efeitos adversos: Constipação (seguras). o Interações Farmacológicas: Podem se ligar a fármacos como digoxina, fenobarbital, diuréticos tiazídicos, varfarina e estatinas e vitaminas lipossolúveis impedindo sua absorção (tomar 1 h antes ou 3 h depois da resina). o Apresentação e Posologia: pó que deve ser misturado com água para formar pasta ou comprimidos ou cápsulas. Normalmente toma antes do desjejum (junto com alimento) e antes do jantar. o ÁCIDO NICOTÍNICO (Niacina) o Vitamina hidrossolúvel – vitamina B3. o É o mais potente para aumentar o HDL. o Mecanismo de ação: o receptor de Niacina que fica no tecido adiposo e quando a Niacina ativa esse receptor diminui a atividade da lipase sensível ao hormônio. Essa enzima faria a degradação do triglicerídeo dentro do tecido adiposo para lançar os ácidos graxos na circulação. • Por essa enzima estar reduzida, diminui a quantidade de ácidos graxos livres. Se não tem ácidos graxos livres não consegue formar os triglicerídeos no fígado e o VLDL (que é precursor do LDL). • O aumento do HDL é por diminuir a depuração da apoproteína AI. o Efeitos: Inibe a lipólise dos triglicerídeos pela lipase sensível ao hormônio reduzindo transporte de ácidos graxos para o fígado e a síntese hepática de triglicerídeos promovendo diminuição da produção de VLDL que é um precursor da síntese de LDL. Reduz o catabolismodo HDL. Reduz os Anna Clara Venturim Teixeira Medicina XIX níveis de fibrinogênio e aumenta do ativador do plasminogênio tecidual (reduzir a formação de trombos). o ↓ Triglicerídeos, VLDL e LDL e ↑HDL. Não é de maneira efetiva em fazer com que cada um deles ficarem na normalidade. É a melhor para aumentar o HDL. o Posologia: Devem ser administradas 2 a 3 vezes ao dia. o Efeitos adversos: Rubor cutâneo (induz prostaglandina- vasodilatação) e dispepsia (tomar no fim da refeição), disfunção hepática, hiperglicemia e hiperuricemia. o Interações Farmacológicas: potencializa a hipotensão ortostática causada por anti-hipertensivos, diminui a efetividade de hipoglicemiantes. o Não utilizar durante a gravidez. o Pode ocorrer miopatia em pacientes em uso concomitante com estatinas. o FIBRATOS (Genfibrozila, Fenofibrato e Clofibrato). o Alvo farmacológico o receptor ativado por proliferador de peroxissoma. Quando tiver ativação do fibrato, induz alterações na tradução e transcrição aumentando a síntese de Lipoproteínas Lipases. • Essa lipoproteína consegue pegar o triglicerídeo e degradá-lo para se transformar em ácido graxo. O ácido graxo será captado para dentro da célula adiposa. • O VLDL também será captado e liberando apoproteínas AI e AII gerando LDL. o Efeitos: redução de Triglicerídeos e VLDL , ↑ HDL. o Muito bom para reduzir triglicerídeos e aumentar HDL. Não funciona em LDL. o Efeitos adversos: Desconforto gastrointestinal, disfunção erétil e miosite. o Interações Farmacológicas: potencializa a ação de anticoagulante tipo varfarina (determinar nível plasmático de protrombina). Risco na associação com estatinas (miosite e rabdomiólise). o Administração: Tomar junto com as refeições. o Ação antitrombótica e anti-inflamatória: inibe expressão de interleucinas e COX2, além do fibrinogênio. o Ativa plasminogênio no plasma. ❖ Farmacologia da Asma e DPOC ➢ ASMA o Doença inflamatória na qual há obstrução recorrente e reversível das vias aéreas em resposta a estímulos irritantes que são fracos demais para afetar os nãoasmáticos. Esse indivíduo tem uma hiper-reatividade brônquica e por isso acaba respondendo de maneira exagerada a um estímulo irritante que para outras pessoas não faria nenhuma alteração. o Clinicamente caracterizada por: ✓ Episódios recorrentes de tosse; ✓ Dispneia (principalmente na expiração); ✓ Sensação de constrição no tórax; ✓ Sibilos. o Os sintomas só aparecem após exposição à alérgenos ou certos poluentes, em consequência de exercícios físicos ou após infecção viral das vias respiratórias (Asma leve). o Ataques frequentes de dispneia e sibilos à noite (Asma grave). o Aumento da sensibilidade da traqueia e brônquios a diversos estímulos e estreitamento das vias aéreas. o Características que estarão alteradas no indivíduo: ✓ Excesso de contração do músculo liso das vias aéreas. ✓ Espessamento da mucosa (pode acontecer por edema, infiltração celular e tampões de muco). o Por essas alterações, há dois tipos de tratamento: 1. Agentes de alívio em curto prazo (tratar imediatamente o momento da crise asmática); 2. Agentes de controle em longo prazo (para evitar novas crises aconteçam). o Asma é mediada por IgE ligados a mastócitos na mucosa das vias aéreas. E com isso tem liberação de mediadores: ▪ Reação inicial (broncoconstrição): liberação de Histamina, Triptase, Leucotrienos e Prostaglandinas que atuam na musculatura lisa fazendo contração desse músculo e aumentam a permeabilidade do capilar. ▪ Reação tardia (broncoconstrição persistente, infiltração celular e hipersecreção de muco): Interleucinas 4, 5, 9 e 13 que ativam eosinófilos e estimulam a produção de IgE pelos linfócitos B. o Mecanismo de espessamento da mucosa na asma: O macrófago ativado libera o fator ativador de plaquetas que atua no eosinófilo. Esse eosinófilo libera mais fator ativador de plaquetas e libera a proteína básica principal que vai ao epitélio das vias aéreas e danifica. Respondendo com edema, vasodilatação, contração do musculo liso. Essa vasodilatação vai contribuir para o espessamento da mucosa. o A Hiper-reatividade Brônquica (aumento da sensibilidade que vai acontecer nos brônquios) é quantificada ao medir- se a queda no volume expiratório forçado em um segundo Anna Clara Venturim Teixeira Medicina XIX provocada pela inalação de concentrações crescentes de histamina ou metacolina (aerossol). • O indivíduo normal, no primeiro segundo, consegue eliminar a maior parte do volume expiratório. • No indivíduo que tem asma, devido à obstrução da passagem de ar, tem uma dificuldade em expirar esse ar rapidamente, então, o volume expiratório forçado irá cair bastante. o FISIOPATOLOGIA: A. Indivíduo saudável. B. Indivíduo asmático: espessamento da mucosa devido ao edema e deposição de colágeno (fibrose) levando a um espessamento da membrana basal. Aumento no número e tamanho das células musculares lisas. C. Indivíduo com crise de asma: broncoconstrição – contração dos músculos lisos. o TRATAMENTO: ➢ DPOC o Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica se caracteriza por limitação do fluxo aéreo que não é totalmente reversível. A obstrução do fluxo aéreo é geralmente progressiva e está associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões à inalação de partículas ou gases tóxicos. o Clinicamente caracterizada por: ✓ Episódios recorrentes de tosse produtiva; ✓ Dispneia; ✓ Sibilos. o Fatores de risco para DPOC: Tabagismo, poeira ocupacional, irritantes químicos, fumaça de lenha, infecções respiratórias graves na infância. Pode ocorrer hipertensão pulmonar e insuficiência respiratória. o Ocorre fibrose das pequenas vias aéreas resultando em obstrução de alvéolos e inflamação crônica caracterizando- se por aumento do número de macrófagos, neutrófilos e linfócitos T. o TRATAMENTO: ➢ TRATAMENTO FARMACOLÓGICO o Os medicamentos podem ser administrados por: Via Oral; Por injeção (IV ou IM); Por inalação: Beta-adrenérgicos (maior eficácia e rapidez de ação), Corticosteroides (melhor relação eficácia/efeitos adversos). o Tipos de Dispositivos: ✓ Nebulizadores: ▪ Nebulizadores de gás: movido por um fluxo de gás comprimido (ar ou oxigênio). ▪ Nebulizadores ultrassônicos: usa um cristal isoelétrico de ligação rápida. ▪ Pode ser inspirado durante a respiração cíclica. ▪ Pode liberar doses muito mais elevadas de fármaco do que o inalador dosimetrado pressurizado. ▪ Úteis para bebês e crianças. ✓ Inaladores Pressurizados com doses medidas (nebulímetros pressurizados, sprays ou bombinhas): ▪ Nebulímetros Pressurizados: Mais utilizado, droga armazenada em seu reservatório em alta pressão, técnica exige coordenação. Esse tipo de dispositivo faz com que uma grande concentração entre nos pulmões e o restante fica retido na boca e ao ser engolido chega ao trato gastrintestinal será absorvido no intestino e chegará ao fígado tendo o metabolismo de primeira passagem. O que sobrar desse metabolismo vai para a circulação sistêmica promovendo efeitos colaterais. ▪ Espassadores: Elimina a necessidade de coordenar o disparo com a inalação do aerossol, remoção seletiva de partículas não respiráveis, reduzem a velocidade dos sprays e a deposição na orofaringe, diminui o gosto amargo de algumas preparações. ✓ Inaladores de pó seco (aerolizer, turbohaler, acuhaler ou diskus e pulvival): ▪ Atuam pela respiração sem a necessidade de sincronismo inalação-disparo, na presença de umidade pode ocorrer aglomeração do pó,Anna Clara Venturim Teixeira Medicina XIX eficácia reduzida se o paciente expira no dispositivo antes de inspirar. ➢ BRONCODILATADORES o Agonistas β2 – adrenérgicos (primeira escolha, + eficazes e traz menos efeitos colaterais); o Metilxantinas; o Agentes anticolinérgicos. ➢ AGENTES SIMPATOMIMÉTICOS o Quando tiver agonistas β2 – adrenérgicos ele irá ativar os receptores e, consequentemente, ativa a adenilato ciclase que quebra o ATP para virar AMP cíclico. O AMP cíclico ativa a proteína quinase A. Então, com o aumento da proteína quinase A ela irá trazer alguns efeitos: Os canais de K+ regulados por cálcio. Isso vai aumentar a ativação desse canal. Ele se abre e o K+ começa a sair e deixa o músculo liso hiperpolarizado. Mais difícil de desencadear um processo de contração. Redução da atividade da via da fosfolipase C com liberação do trifosfato de inositol que levaria ao aumento da mobilização do cálcio intracelular. Fosforilação de alguns transportadores, por exemplo, o Sódio e Cálcio. Esse transportador carrega sódio para dentro da célula e cálcio para fora. Está tirando cálcio, se não tem cálcio no músculo liso não há contração. Fosforilação das bombas de cálcio. Gasta energia diretamente da quebra da molécula de ATP retirando cálcio. Redução da quinase da cadeia leve da miosina não fosforila a cabeça da miosina e não tem interação com a actina. Não há contração. o Apesar de não haver evidências de inervação simpática direta no músculo liso das vias aéreas, existem muitas evidências da presença de receptores adrenérgicos. o Previne a liberação de mediadores a partir de mastócitos. o Previne o vazamento microvascular (edema da mucosa brônquica) após exposição à histamina e leucotrieno D4. o Aumenta a secreção de muco e transporte no epitélio das vias respiratórias (↑ depuração mucociliar). o Reduz a liberação de acetilcolina (ação em β2 pré- sinápticos, atua como alto receptor). o Tratamento crônico com Agonistas β-Adrenérgicos: Alguns estudos demonstraram apenas uma pequena alteração na resposta broncodilatadora (redução no número dos receptores 2 adrenérgicos), enquanto outros estudos constataram uma perda na capacidade de inibir a resposta subsequente com exercício ou estimulação antigênica. o Agonistas β2 –Seletivos: curta duração. • Mais amplamente utilizados para a asma. • Potentes broncodilatadores. • Máximo de efeito após 30 min e persiste por 3-4 horas. • Albuterol ou Salbutamol (maior eficácia como agente de alívio na asma) – IN, NE, VO; Fenoterol – IN, NE; Levalbuterol – NE; Terbutalina – IN, NE, SC; Metaproterenol – IN, NE; Pirbuterol – IN; Bitolterol – NE. • Formoterol: indicado para profilaxia das crises asmáticas. • Efeitos Adversos: tremor da musculatura esquelética, taquicardia e hipopotassemia (absorção sistêmica do fármaco). o Salmeterol e Formoterol: longa duração. • Ação prolongada (12 horas ou mais) → Alta lipossolubilidade (consegue fazer depósito). • Uso profilático (não utilizado na crise asmática). Início de ação lento (demora fazer efeito). • Interage com corticosteroide inalado melhorando controle da asma. • Não é recomendado como única forma de terapia. ➢ METILXANTINAS o Inibidor da Fosfodiesterase (enzima que faz a degradação do AMP cíclico) não seletivo e antagonista da adenosina. Aumenta os níveis de AMP cíclico, aumenta a proteína quinase A. Tem os mesmos efeitos dos agentes simpatomiméticos. Porém, tem baixa eficácia e muito mais efeitos colaterais do que os 2 adrenérgicos. o TEOFILINA: • Metabolizada pela CYP1A2. • Aumento da depuração em crianças (1 a 16 anos) e fumantes além do uso de fenitoína, fenobarbital e rifampicina isso leva a indução da CYP1A2 (precisa de doses mais altas). • Diminuição da depuração com eritromicina, ciprofloxacino, alopurinol, cimetidina, fluvoxamina, zafirlucaste, doença hepática → inibição da CYP1A2 IN: inalador dosimetrado; NE: nebulizador; VO: via oral. Anna Clara Venturim Teixeira Medicina XIX (tem chances de ter intoxicação por isso utiliza em doses mais baixas). • Efeitos Adversos: Cefaleias, desconforto abdominal, náuseas e vômitos (inibição da fosfodiesterase 4), aumento da secreção de ácido gástrico (inibição da fosfodiesterase) e diurese (inibição de receptores de adenosina A1), distúrbios comportamentais e dificuldades de aprendizado em crianças, arritmias cardíacas (inibição da fosfodiesterase 3 e antagonismo de receptores de adenosina A1 – altas doses) e convulsões (antagonismo de receptores de adenosina A1 – altas doses). • Capacidade de aumentar a contração do músculo esquelético, revertendo a fadiga do diafragma. ➢ ANTAGONISTA COLINÉRGICO ANTIMUSCARÍNICO o Outro tipo de broncodilatador. Exemplo: Ipratrópio. o Bloqueiam os receptores da Acetilcolina do tipo muscarínico na superfície dos brônquios e, consequentemente, vai impedir que essa broncoconstrição e o aumento das secreções aconteçam. o M3-Gq-PLC-IP3-Cálcio: os receptores muscarínicos do tipo 3 é metabotrópico aclopado a proteína Gq. Traz um aumento da atividade da fosfolipase C formando o trifosfato de inositol aumentando a quantidade de cálcio. Por isso, leva uma broncoconstrição. Para tratar basta bloquear os receptores muscarínicos. o Efeitos Adversos: ao suspender os anticolinérgicos pode ocorrer um pequeno aumento rebote na responsividade das vias aéreas (bom ir suspendendo aos poucos), preocupação que possa produzir muco mais viscoso, pode trazer um sabor amargo desagradável (brometo de ipratrópio inalado), glaucoma, secura de boca e retenção urinária (idosos). ➢ CORTICOSTEROIDES o Substância lipossolúvel. o Não relaxam diretamente os músculos lisos das vias aéreas, mas: ✓ Reduzem a reatividade brônquica; ✓ Aumentam o calibre das vias aéreas; ✓ Diminuem a frequência da exacerbação da asma; ✓ Potencializam os efeitos dos agonistas dos receptores beta; ✓ Inibem a inflamação linfocítica e eosinofílica das vias aéreas asmáticas. o Os corticosteroides orais e parenterais são reservados para pacientes urgentes (tem muito efeitos adversos). A terapia de controle é mantida com corticosteroides na forma de aerossol (via inalatória). o Fluticasona, Budesonida, Mometasona = menor probabilidade de ter efeitos colaterais, menor biodisponibilidade por via oral, sofrem maior metabolismo de primeira passagem para ter menos fração livre chegando ao sangue e trazendo uma redução nos efeitos colaterais. o Os corticosteroides inalados não são curativos. As manifestações da asma reaparecem dentro de poucas semanas após a interrupção da terapia. o Efeitos Adversos dos Corticosteroides: • Inalatórios: rouquidão, candidíase orofaríngea, risco de osteoporose e catarata com uso prolongado; diminui a velocidade de crescimento em crianças (doses altas – menos efeitos sistêmico com fluticasona e mometasona). • Usuários crônicos: retenção hídrica, osteoporose, hiperglicemia, imunossupressão. ➢ ANTILEUCOTRIENOS o Os leucotrienos induzem a broncoconstrição, aumento de secreção mucosa, exsudação plasmática e recrutamento de eosinófilos. o Tentar evitar os efeitos do leucotrienos. Reduzir a broncoconstrição induzida por exercício, alérgeno, ar frio. o Não são medicamentos de primeira escolha. Usados quando não consegue controlar o paciente utilizando corticoide por via inalatória. o Inibem a enzima 5-lipo-oxigenase (enzima que faz o ácido araquidônico se transformar em leucotrieno) ou usar um antagonista do receptor de leucotrieno (principal Montelucaste). o Efeitos anti-inflamatóriosfracos → considerados como Anti- broncoconstritores (mais fracos que β-agonistas) o Vantagem: eficácia por VO, administrado 1x/dia (melhora adesão) e pode tratar a rinite concomitantemente. o Efeitos Adversos: ✓ Casos raros de disfunção hepática (monitorar enzimas hepáticas). ✓ Síndrome de Churg-Strauss (vasculite que pode afetar o coração, nervos periféricos e rins associada ao aumento de eosinófilos na asma).
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