Buscar

etapa_3_-_o_sistema_educaciona

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

O SISTEMA 
EDUCACIONAL 
BRASILEIRO
ETAPA 3
Autor
Cleide Donizete Moreira Nunes
Reitor da UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitora do EAD
Prof.ª Francieli Stano Torres
Edição Gráfica e Revisão
UNIASSELVI
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
1 INTRODUÇÃO 
Nesta etapa, você conhecerá o funcionamento do Sistema Educacional 
Brasileiro nos recortes da Base, uma oportunidade para compreender as 
mudanças que precisam acontecer nos interiores dos muros escolares a 
partir desse documento. 
 
Com a promulgação da BNCC no ano de 2017 para os níveis da Educação 
Infantil e Fundamental e, em 2018, para o Ensino Médio, o cenário escolar 
ganha outros olhares que modificam a forma de pensar a escola, o aluno e o 
professor. Nessa perspectiva, este estudo pretende compreender como pode 
ser o funcionamento do sistema educacional brasileiro a partir da BNCC.
 
Para isso, faz-se necessário recorrer a alguns conceitos que orientarão 
esta partilha de conhecimento, destacando-se os termos: educação, currículo, 
professor e didática, todos visando à produção do conhecimento acerca da 
BNCC e seus efeitos na esfera da educação brasileira. 
 
Nesta proposição sobre o que é educação, várias questões devem ser 
consideradas, uma vez que este termo abrange esferas e etapas. Assim, se a 
intenção é refletir sobre a educação contemporânea, que tem seus princípios 
nas acepções que a BNCC orienta, torna-se necessário buscar o que os 
olhares deste documento norteador traduzem como educação. 
 
Para isso, o primeiro ponto a observar na Base é a inovação e, ao 
mesmo tempo, a inclusão, revelando novos sentidos que determinam o 
rumo da educação brasileira, uma vez que considera que “a sociedade 
contemporânea impõe um olhar inovador e inclusivo a questões centrais do 
processo educativo: o que aprender, para que aprender, como ensinar, como 
promover redes de aprendizagem colaborativa e como avaliar o aprendizado” 
(BRASIL, 2017, p. 14). 
O SISTEMA
EDUCACIONAL 
BRASILEIRO
ETAPA 3
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
Essa observação referencia uma educação integral que não se fecha 
numa linha de trabalho, mas que considera o estudante. Isso significa, 
conforme a Base retrata, olhar o estudante como sujeito de aprendizagem, 
considerando sua pluralidade e totalidade, enxergando-o num todo e 
oportunizando o seu desenvolvimento pleno a partir de suas particularidades 
e diversidades (BRASIL, 2017). 
 
Portanto, falar de educação atual é pensar num formato que atenda 
a todos num prisma que convide o estudante a buscar o conhecimento 
e instigue o professor a refletir sobre o que está por trás das questões “o 
que aprender, para que aprender, como ensinar, como promover redes de 
aprendizagem colaborativa e como avaliar o aprendizado” (BRASIL, 2017, p. 
14). Assim, no momento em que a sociedade reconhece que a educação deve 
caminhar para implantar a inovação e a inclusão, ela passa a compreender 
que outras e novas práticas também devem ser acentuadas, fortalecendo a 
intenção de elevar a qualidade da educação.
 
Nessa vertente, este texto recorrerá ao sentido de educação como 
primeiro passo para compreender o sistema educacional brasileiro, fazendo 
menções sobre a educação brasileira a partir da BNCC e ressaltando o 
que é educação a partir desse documento e de teóricos que analisam essa 
temática. Ademais, serão reportados a Base Nacional Comum Curricular e o 
Currículo, fazendo referência ao conceito de currículo que se insere nesse 
documento e sob demais olhares. Na sequência, será retratada a postura do 
professor no trabalho com a BNCC, verificando suas possíveis dificuldades e 
necessidades como entremeio do aluno e do conhecimento. Finalizaremos 
a discussão com o trabalho do currículo em sala de aula. 
Assim, este estudo mostrará que, para a elaboração do plano de aula 
que será aplicado ao aluno, atendendo ao currículo, o professor fundamenta-
se, em primeiro lugar, na BNCC, nesta sequência, no currículo e no Projeto 
Político-Pedagógico, chegando as suas práticas pedagógicas organizadas 
com as competências, habilidades, estratégias, recursos e avaliação, que 
compõem o plano de aula. 
 
Essas considerações acerca do sistema educacional brasileiro serão 
sustentadas em Libâneo (2012), Saviani (2016), na BNCC (BRASIL, 2017) e 
na escuta do professor, permitindo que você conheça o caminho entre 
conhecimento/aluno e aluno/conhecimento.
2 A EDUCAÇÃO BRASILEIRA A PARTIR DA BASE NACIONAL 
COMUM CURRICULAR
Para dialogar sobre a educação brasileira contemporânea, é oportuno a 
compreensão das palavras inovação e inclusão que, de certa forma, traduzem 
a concepção da BNCC, formulada a partir de vários outros documentos 
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
norteadores na educação e na sociedade, que já foram compartilhados no 
estudo acerca dos marcos da formulação da BNCC. 
 
Esses dois termos que abrem o texto da BNCC ampliam o conceito de 
educação, visto que neles estão a essência do ensino e da aprendizagem. 
Por isso, será apresentado o conceito de ‘inovação’. Segundo o Dicionário 
Houaiss (2008, p. 424), inovação é: “1 concepção, proposição e/ou realização 
de algo novo, manutenção; 2 coisa nova; novidade”, algo que sugere uma 
mudança para além do que está sendo realizado. Veja a Figura 1, que está 
representando a educação atual. 
FIGURA 1 – INOVAÇÃO NA EDUCAÇÃO
FONTE: <https://blog.lyceum.com.br/inovacao-na-educacao/>. Acesso em: 13 abr. 2021.
Portanto, quando a BNCC referencia seu documento com o termo 
inovação, está pretendendo trazer para a educação a modificação, a criação, 
um leque de opções. Assim, o estudo sob os prismas da BNCC requer mover-
se para alcançar os objetivos que são propostos para o ensino-aprendizagem 
do aluno. Nesse novo caminho, devem-se considerar os recursos, as 
metodologias e as estratégias, aplicando-os dentro de uma funcionalidade. 
 
Nesse mesmo sentido, conheceremos o significado do termo inclusão, 
a partir do verbo ‘incluir’. Conforme propõe o Dicionário Houaiss (2008, p. 
414): “1 fazer que seja parte de (grupo, lista, todo etc.); inserir (se); 2 conter 
em si; compreender, abranger; 3 trazer em si; implicar, envolver inclusão”. 
Isso reforça o que a BNCC intenciona para a educação contemporânea, 
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
uma educação que convida à união, visto que não existe a possibilidade de 
construir conhecimento se não estiver estruturado nesses dois valores. A 
Figura 2 apresenta uma prática pedagógica que parte da inclusão ao atender 
a todos e da inovação ao considerar equipamentos tecnológicos e a própria 
organização da sala. 
FIGURA 2 – INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO
FONTE: <https://novaescola.org.br/conteudo/18275/inclusao-na-educacao-quais-os-desafios-para-realmente-
atender-pessoas-com-deficiencia>. Acesso em: 14 abr. 2021.
Veja que a inclusão potencializa forças, permite a aprendizagem por 
meio de todos e não exclusivamente por meio do professor, visto que ao 
pensar em inclusão, abre-se espaço para incluir o aluno, mas também incluir 
outros profissionais que transitam no espaço escolar. Assim, o conhecimento 
não está tão somente dentro da sala de aula, ele ocupa todos os ambientes 
em que o aluno pode estar. Segundo Barbosa (2004, p. 31), “a educação é 
um processo permanente e inerente ao viver, ou seja, na medida em que 
vivemos em diferentes situações, estamos nos educando”.
 
Alicerçado nessas duas palavras, ‘inovação e inclusão’, que encadeiam 
este estudo, a educação tem uma identidade, uma estrutura. “A educação 
deve afirmar valores e estimular ações que contribuam para a transformação 
da sociedade, tornando-a mais humana, socialmente justa e, também, voltada 
para a preservação da natureza, mostrando-se também alinhada à Agenda 
2030 da Organização das Nações Unidas (ONU)” (BRASIL, 2017, p. 8). Por 
isso, é preciso construir práticas que levem o estudante a se desenvolver por 
meiode valores que elevam uma sociedade.
 
Dentro desta perspectiva de educação, “no novo cenário mundial, 
reconhecer-se em seu contexto histórico e cultural, comunicar-se, ser 
criativo, analítico-crítico, participativo, aberto ao novo, colaborativo, resiliente, 
produtivo e responsável requer muito mais do que o acúmulo de informações” 
(BRASIL, 2017, p. 14). 
 
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
No entanto, com essa visão ampla e ainda com a necessidade de buscar 
por algo a mais, a educação com certeza terá novos desafios, tanto para 
o gestor como para o professor e aluno, haja vista que com a educação 
integrada que a Base propõe, articulada com as novas tecnologias, serão 
muitas as mudanças e necessidades de estruturas e formações. De acordo 
com a BNCC, o novo cenário mundial: 
Requer o desenvolvimento de competências para aprender a aprender, saber 
lidar com a informação cada vez mais disponível, atuar com discernimento e 
responsabilidade nos contextos das culturas digitais, aplicar conhecimentos 
para resolver problemas, ter autonomia para tomar decisões, ser proativo para 
identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e aprender 
com as diferenças e as diversidades (BRASIL, 2017, p. 14).
De certa forma, o que a BNCC traz já é algo que se insere no Projeto 
Político-Pedagógico da escola, a diferença é que, a partir dela, a escola 
sabe o mínimo que deve ser desenvolvido no aluno. Esse documento ainda 
propõe a cultura digital, que em virtude da pandemia e do ensino remoto nas 
escolas ganhou muito destaque nas práticas de ensino-aprendizagem e os 
profissionais sabem da importância de utilizar as TIC no ensino. Contudo, o 
que ainda dificulta o uso dessa ferramenta é a falta de acesso dos alunos e 
de estrutura em algumas escolas na formação cognitiva, digital e social do 
estudante.
 
A educação ocupa sentidos de ação, conforme ressalta Libâneo (2012, 
p. 13), ela é na sua natureza constitutiva “uma prática, entendida como a 
realização de uma atividade humana que tem um sentido, uma finalidade e, 
enquanto tal, medeia a relação entre o sujeito da atividade e os objetos da 
realidade, dando uma configuração humana a essa realidade”. Ela envolve 
saber onde se pretende chegar e o que se pretende alcançar, daí pensar que 
para a educação acontecer ela precisa ter uma intenção, um planejamento, 
não pode ser algo solto, de improviso, vago.
 
Segundo Libâneo (2012, p. 13), a educação abarca “o conjunto das 
ações, processos, influências e estruturas que intervêm no desenvolvimento 
humano de indivíduos e grupos na sua relação ativa com o meio natural 
e social, num determinado contexto de relações entre grupos e classes 
sociais”. Dessa forma, a educação acontece na relação entre aprender e 
fazer, ou seja, ela resulta em uma ação, uma atitude. A educação acontece 
no processo de evolução, quando o estudante consegue modificar algo que 
antes não conseguiria. Isso reporta ao pensamento que a BNCC traz como 
competência, isto é, o estudante tem a competência de, somente quando é 
capaz, fazer algo que antes não conseguiria. 
 
Libâneo (2012, p. 20) ainda ressalta que a “educação (ou as práticas 
educativas) é o ponto de partida e o ponto de chegada da investigação 
educacional”. Isso acontece porque no espaço educacional o que move 
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
o aluno a uma direção, assim como atingir um objetivo, é a educação, o 
aprender. Libâneo (2012, p. 13) também assevera que a educação enquanto 
prática “é a atuação sobre a formação e o desenvolvimento do ser humano, 
em contextos sócio-históricos e em condições materiais e sociais concretas”. 
Isso contribui para o raciocínio de que a educação existe em prol de 
um acontecimento, de uma modificação, de algo que não existia e com 
ela passa a existir. Portanto, trazer a educação como recorte neste estudo 
organizado a partir da BNCC é compreender que este documento, em suas 
diretrizes, propõe a educação como fonte libertadora, que visa competência 
e habilidades em relação a uma proposta que desencadeia outras novas 
propostas. Nesse sentido, é oportuno conhecer as entrelinhas que compõem 
este estudo. Na sequência, discutiremos acerca do currículo. 
3 A BNCC E O CURRÍCULO
A educação enquanto um sistema que objetiva o desenvolvimento do 
estudante precisa estar ancorada em princípios organizados e formulados 
pelas políticas públicas que, por meio de análises e discussões, identificam o 
conhecimento mínimo que deve ser desenvolvido pelas instituições escolares, 
garantindo a educação de qualidade para todos, conforme a Constituição 
Federal (1988) traz em seu artigo 206, inciso VII - “garantia de padrão de 
qualidade”.
 
Para que a qualidade na educação seja alcançada, torna-se urgente 
conhecer o que está se buscando, ou seja, a qualidade em quê? Quando se 
pode dizer que o estudante tem qualidade no que ele faz? Em que basear a 
parametrização? Essas indagações servem de impulso para esta discussão, que 
procura trazer a qualidade na educação e isso não é novo, essa proposição 
vem sendo considerada desde o ano de 1988, quando a CF trouxe em seu 
artigo 210 que “serão fixados conteúdos mínimos para o Ensino Fundamental, 
de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores 
culturais e artísticos, nacionais e regionais” (BRASIL, 1988).
 
Faz mais de trinta anos que o desejo pela educação de qualidade está 
sendo idealizado, pois para que haja qualidade na educação é essencial saber 
que a qualidade está no conhecimento dos conteúdos apresentados no 
Projeto Político-Pedagógico que a escola elabora. Para que esse conteúdo 
chegue à sala de aula, existe um processo anterior que antecipa quais são 
os conteúdos para cada turma, nível e componente curricular que a escola 
deverá desenvolver, independentemente de onde a escola está situada. 
Oliveira (2013, p. 12) assevera sobre a finalidade de a escola “transmitir 
conhecimento ao outro, não apenas os úteis, mas, igualmente, os necessários 
ao processo formativo, qual sejam, tornar a pessoa capaz de deter o 
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
conhecimento científico produzido pela sociedade e saber conviver com o 
outro, segundo princípios de civilidade e de ética”.
Isso propõe algo além do que a escola definiu como meta a ser ensinada, 
pois embora haja o mínimo, ou seja, a Base, espera-se que haja aproveitamento 
das oportunidades que surgem, é o que se chama de currículo oculto, isto 
denota que no espaço escolar desenvolvem-se os conteúdos definidos e os 
demais que se fizerem presentes. 
Diante disso, Young (2007, p. 1297) ressalta que “as escolas devem 
cumprir um papel importante em promover a igualdade social, elas precisam 
considerar seriamente a base de conhecimento do currículo, mesmo quando 
isso parecer ir contra as demandas dos alunos (e às vezes de seus pais)”. 
Portanto, dominar o currículo é manter a igualdade social, pois quando 
este trabalho acontece a criança sai do anonimato e mesmo do lugar em que 
está inscrita, de forma ativa, poderá fazer história, sendo capaz de caminhar. 
O papel da escola é buscar condições para desenvolver o currículo. Conforme 
ressalta Young (2007, p. 1297), “para crianças de lares desfavorecidos, a 
participação ativa na escola pode ser a única oportunidade de adquirirem 
conhecimento poderoso e serem capazes de caminhar, ao menos 
intelectualmente, para além de suas circunstâncias locais e particulares”.
 
Nesse sentido, a escola pode fazer esta transformação, não é preciso 
que o aluno vá à escola e continue na mesma condição, com as mesmas 
experiências, por isso a importância dos conteúdos, denominados de currículo. 
Oliveira (2013, p. 10) afirma que, “em entrevista realizada para a Revista Pensar 
a Prática, Libâneo referenda a importância da escola como espaço essencial 
de produção do conhecimento na sociedade contemporânea”.
 
Essa concepção já é histórica, pois estána memória discursiva e 
ideológica da sociedade que o lugar da aprendizagem é a escola. Oliveira 
(2013, p. 10) ressalta também que Libâneo menciona quatro objetivos para 
que a escola se consolide:
Eu venho propondo quatro objetivos para a escola de hoje. [...] eles formam 
uma unidade [...]. O primeiro deles é o de preparar os alunos [...] para a vida 
numa sociedade técnico-científica-informacional. [...] Para isso, é preciso 
investir na formação geral, isto é, no domínio de instrumentos básicos da 
cultura e da ciência e das competências tecnológicas e habilidades técnicas 
requeridas pelos novos processos sociais e cognitivos. Na prática, refiro-me a 
conteúdos [...] que propiciem uma visão de conjunto das coisas, capacidade 
de tomar decisões, de fazer análises [...]. Em segundo lugar, proponho 
o objetivo de proporcionar meios de desenvolvimento de capacidades 
cognitivas e operativas, ou seja, ajudar os alunos nas competências do pensar 
autônomo, crítico e criativo. Este é o ponto central do ensino atual, que 
deve ser considerado em estreita relação com os conteúdos, pois é pela via 
dos conteúdos que os alunos desenvolvem a capacidade de aprender [...]. 
O terceiro objetivo é a formação para a cidadania crítica e participativa. As 
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
escolas precisam criar espaços de participação dos alunos dentro e fora da 
sala de aula em que exercitem a cidadania crítica. [...] O quarto objetivo é 
a formação ética. É urgente que os diretores, coordenadores e professores 
entendam que a educação moral é uma necessidade premente da escola 
atual. Não estou pregando o moralismo [...]. Estou falando de uma prática de 
gestão, de um projeto pedagógico [...] que programe o ensino do pensar sobre 
valores. [...] Em resumo, eu proponho investir na capacitação efetiva para 
empregos reais e na formação do sujeito político socialmente responsável.
Ao observar esses objetivos apresentados por Libâneo (1998b, p. 4-5 
apud OLIVEIRA, 2013), percebem-se práticas que mostram uma escola viva 
se preparando rumo à tecnologia, à ciência e à informação, ou seja, para a 
universalização, pois em uma escola do século XXI é urgente a implantação 
de práticas que vislumbram a pesquisa, o uso dos equipamentos tecnológicos 
e a informação como fontes de subsistência para o novo aprendizado. 
Além de aprender os conteúdos, a escola atual deve preparar o aluno 
quanto às habilidades e competências que permeiam esses conteúdos, pois 
na educação não basta saber que ‘Eva viu a uva’, mas conforme sinaliza Freire 
(2006, p. 65), “compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto 
social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho”. 
Os apontamentos que Libâneo (1998b) e Freire (2006) apresentam, 
articulam-se com as perspectivas que a BNCC tem sobre a educação e 
ainda o que ela indica como orientação para a elaboração do currículo, haja 
vista que nas habilidades e competências esses conceitos estão amarrados 
e uníssonos para que o aluno tenha condição de se desenvolver para uma 
sociedade do século XXI.
3.1 O CURRÍCULO 
Diante dessa proposição de investir no desenvolvimento do estudante, 
a BNCC traz como orientação para a elaboração do currículo as habilidades 
e competências mínimas com as características que já foram mencionadas 
na LDB/96, em seu artigo 26, discriminando que a Educação Básica deve 
ter “uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema 
de ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, 
exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da 
economia e dos educandos” (BRASIL, 1996). Isso valida a BNCC a atender 
essa necessidade, sendo uma referência dos objetos de aprendizagem, pois 
de acordo com a BNCC, a LDB antecipa dois conceitos que devem mover a 
questão curricular brasileira, sendo:
O primeiro, já antecipado pela Constituição, estabelece a relação entre o que 
é básico-comum e o que é diverso em matéria curricular: as competências 
e diretrizes são comuns, os currículos são diversos. O segundo se refere ao 
foco do currículo. Ao dizer que os conteúdos curriculares estão a serviço 
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
do desenvolvimento de competências, a LDB orienta a definição das 
aprendizagens essenciais e não apenas dos conteúdos mínimos a serem 
ensinados. Essas são duas noções fundantes da BNCC (BRASIL, 2017, p. 11).
De acordo com a BNCC, o currículo da educação básica deve se 
fundamentar nos princípios éticos, políticos e estéticos, trazendo os direitos 
de aprendizagem e desenvolvimento, sinalizando o “compromisso com a 
formação e o desenvolvimento humano global, em suas dimensões intelectual, 
física, efetiva, social, ética, moral e simbólica” (BRASIL, 2017, p. 16). 
Nesse formato, percebe-se um currículo amplo, que atende a todos, por 
isso a BNCC é referência, porque ela traz uma intenção que já foi antecipada 
de alargar as extremidades, aproximar as vertentes, tornar a educação 
acessível a todos e, ainda, retrata as propostas temáticas apresentadas 
pelas leis, resoluções, decretos, pareceres, por meio das competências e 
habilidades, a fim de tornar o currículo mais amplo.
Cabe aos sistemas e redes de ensino, assim como às escolas, em suas 
respectivas esferas de autonomia e competência, incorporar aos currículos 
e às propostas pedagógicas a abordagem de temas contemporâneos que 
afetam a vida humana em escala local, regional e global, preferencialmente 
de forma transversal e integradora (BRASIL, 2017, p. 19).
A Base ainda propõe vários tópicos que devem ser considerados pelas 
instituições como alicerce de uma educação de qualidade na elaboração 
das propostas curriculares de forma contextualizada, garantindo a formação 
integral do indivíduo. 
Como a BNCC é um documento norteador para o Brasil, permitindo 
atender à diversidade e à especificidade de cada região, será a base diferencial 
que os municípios e estados poderão incluir em seus currículos com os 
conteúdos específicos de sua região, uma vez que ela cumpre seu papel 
unificando os conteúdos básicos que correspondem ao currículo mínimo 
obrigatório. De acordo com Abreu (2021, s.p.), “ao mesmo tempo, pretende 
que os ensinamentos tradicionais e regionais continuem sendo passados aos 
alunos, correspondendo à parte diversificada do currículo escolar”.
 
O currículo é a forma mais precisa de ver a escola em funcionamento, 
aliás, tudo que acontece na escola fundamenta-se no currículo, que tem na 
razão de sua existência o desenvolvimento do estudante. Saviani (2016, p. 
54) afirma que o “currículo é tudo o que a escola faz, assim não faria sentido 
falar em atividades extracurriculares”. Ele ainda assevera acerca dos saberes 
que todo educador deve dominar, sendo:
4.1. O saber atitudinal. Esta categoria compreende o domínio dos comportamentos 
e vivências consideradas adequadas ao trabalho educativo. Abrange atitudes e 
posturas inerentes ao papel atribuído ao educador, tais como disciplina, pontualidade, 
coerência, clareza, justiça e equidade, diálogo, respeito às pessoas dos educandos, 
atenção as suas dificuldades etc. Tratam-se de competências que se prendem à 
identidade e conformam a personalidade do educador, mas que são objeto de 
formação tanto por processos espontâneos como deliberados e sistemáticos. 4.2. 
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
O saber crítico-contextual. Trata-se do saber relativo à compreensão das condições 
sócio-históricas que determinam a tarefa educativa. Entende-se que os educandos 
devam ser preparados para integrar a vida da sociedade em que estão inseridos de 
modo a desempenhar nela determinados papéis de forma ativa e, o quanto possível, 
inovadora. Espera-se, assim, que o educador saiba compreender o movimento 
da sociedade, identificando suas características básicas e as tendências de sua 
transformação de modo a detectar as necessidades presentes e futurasa serem 
atendidas pelo processo educativo sob sua responsabilidade. A formação do educador 
envolverá, pois, a exigência de compreensão do contexto a partir do qual e para 
o qual se desenvolve o trabalho educativo, traduzida aqui na categoria do saber 
crítico-contextual. 4.3. Os saberes específicos. Nesse âmbito, incluem-se os saberes 
correspondentes às disciplinas em que se recorta o conhecimento socialmente 
produzido e que integram os currículos escolares. Trata-se dos conhecimentos 
oriundos das ciências da natureza, das ciências humanas, das artes ou das técnicas, 
obviamente considerados, como se assinalou, não em si mesmos, mas enquanto 
elementos educativos, isto é, que precisam ser assimilados pelos educandos em 
situações específicas. Sob esse ponto de vista não é lícito ao educador ignorar esses 
saberes, os quais devem, em consequência, integrar o processo de sua formação. 
4.4. O saber pedagógico. Aqui se incluem os conhecimentos produzidos pelas 
ciências da educação e sintetizados nas teorias educacionais, visando articular 
os fundamentos da educação com as orientações que se imprimem ao trabalho 
educativo. Em verdade esse tipo de saber fornece a base de construção da perspectiva 
especificamente educativa a partir da qual se define a identidade do educador 
como um profissional distinto dos demais profissionais, estejam eles ligados ou 
não ao campo educacional. 4.5. O saber didático-curricular. Sob essa categoria 
compreendem-se os conhecimentos relativos às formas de organização e realização 
da atividade educativa no âmbito da relação educador-educando. É, em sentido mais 
específico, o domínio do saber fazer. Implica não apenas os procedimentos técnico-
metodológicos, mas a dinâmica do trabalho pedagógico enquanto uma estrutura 
articulada de agentes, conteúdos, instrumentos e procedimentos que se movimentam 
no espaço e tempo pedagógicos, visando atingir objetivos intencionalmente 
formulados (SAVIANI, 2016, p. 54).
Diante dessa concepção que Saviani (2016) defende acerca do currículo, 
percebe-se o que é apresentado na BNCC por meio das habilidades e 
competências como fonte de conhecimento aos alunos da Educação Infantil, 
Ensino Fundamental e Ensino Médio, propondo para a Base ser um norte e 
não um currículo, conforme a Figura 3 representa.
FIGURA 3 – BNCC NA PRÁTICA
FONTE: <https://bit.ly/3yBi6xd>. Acesso em: 15 abr. 2021.
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
3.2 A POSTURA DO PROFESSOR NO TRABALHO COM A BNCC
Ao trazer o professor nessa discussão sobre a Base, faz-se necessário 
refletir o papel deste profissional como mediador que fará toda a proposta 
acontecer e, ainda, somente por ele e com ele a teoria ganha forma, a 
concretude do conhecimento. 
 
Conforme as informações sobre a BNCC, cabe pensar o papel do 
professor na articulação entre a proposta e o acontecimento, verificando 
como a mediação funcionará nas escolas, bem como o que será urgente para 
que a prática docente tenha efeito combinatório, ou seja, essas observações 
conduzirão esse espaço de formação.
 
Assim, ao adentrar na literatura da BNCC é notória a sua concepção 
acerca da formação do professor frente a esta nova proposta que traz o ensino 
de forma dialogada e traz a tecnologia como meio para a aprendizagem 
significativa. A BNCC deixa evidente que ela por si só não transformará a 
desigualdade no ensino, “mas é essencial para que a mudança tenha início 
porque, além dos currículos, influenciará a formação inicial e continuada dos 
educadores, a produção de materiais didáticos, as matrizes de avaliações e 
os exames nacionais” (BRASIL, 2017, p. 5), uma vez que esses fatores serão 
considerados à luz do texto homologado na BNCC.
 
Na disposição que a BNCC traz suas proposições, verif ica-se o 
reconhecimento de que a aprendizagem se materializa se todos estiverem 
comungando do mesmo ideal, buscando pela concretização do currículo vivo, 
que deve ser organizado a partir das orientações estabelecidas nela, firmando 
um compromisso de todos os envolvidos frente a várias ações que são pensadas 
para serem realizadas pelas famílias, comunidades e pelas escolas. 
 
Veja que as ações que a BNCC propõe sugerem o movimento do professor 
e gestor na organização do currículo e assinalam a importância de pontos 
muito relevantes, como a avaliação, o estímulo ao aluno, os conteúdos e a 
formação dos professores e por isso serão apresentadas na sua individualidade, 
sendo a primeira: “contextualizar os conteúdos dos componentes curriculares, 
identificando estratégias para apresentá-los, representá-los, exemplificá-los, 
conectá-los e torná-los significativos, com base na realidade do lugar e do 
tempo nos quais as aprendizagens estão situadas” (BRASIL, 2017, p. 16). Esta 
ação é extensiva ao professor, é ele quem tem habilidade e responsabilidade 
para desenvolvê-la, trazendo para reflexão essa proposta. 
 
Nessa segunda ação, vale vislumbrar que ao se referir às estratégias, 
mais uma vez, assinala a conduta do docente em:
 
Decidir sobre formas de organização interdisciplinar dos componentes curriculares 
e fortalecer a competência pedagógica das equipes escolares para adotar estratégias 
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
mais dinâmicas, interativas e colaborativas em relação à gestão do ensino e da 
aprendizagem (BRASIL, 2017, p. 16). 
 
Nesse quesito, a BNCC evidencia o trabalho interdisciplinar e isso tem 
sido uma necessidade no meio escolar, pois quando as disciplinas se inter-
relacionam, o estudante tem possibilidade de aprender de forma circular.
 
Como terceira ação, a dica é centrar-se nas diferenças que existem nas 
turmas no sentido de atender a todas, sem deixar nenhum aluno de fora.
Selecionar e aplicar metodologias e estratégias didático-pedagógicas diversificadas, 
recorrendo a ritmos diferenciados e a conteúdos complementares, se necessário, 
para trabalhar com as necessidades de diferentes grupos de alunos, suas famílias 
e cultura de origem, suas comunidades, seus grupos de socialização etc. (BRASIL, 
2017, p. 17).
Portanto, novamente, a BNCC já evidencia como deverá ser o trabalho do 
professor, a partir de estratégias e metodologias que elevam a aprendizagem. 
Na quarta ação proposta na BNCC, fica como orientação para o estímulo ao 
aluno “conceber e pôr em prática situações e procedimentos para motivar e 
engajar os alunos nas aprendizagens” (BRASIL, 2017, p. 17). Percebe-se com 
isso que para a Base, a aprendizagem acontece se o aluno estiver engajado, 
sentindo-se pertencente ao grupo, essa afirmação é recorrente na escola e os 
professores já compreendem que o conhecimento passa pela esfera afetiva. 
 
Indo para a quinta ação, observa-se como deve acontecer a avaliação, 
de acordo com a BNCC, ao “construir e aplicar procedimentos de avaliação 
formativa de processo ou de resultado que levem em conta os contextos e 
as condições de aprendizagem, tomando tais registros como referência para 
melhorar o desempenho da escola, dos professores e dos alunos” (BRASIL, 
2017, p. 17). 
Nesse tópico, a BNCC propõe um novo olhar para a avaliação e sugere 
considerar os contextos e as possibilidades de aprendizagem. Ela vislumbra 
acerca do aluno, de seu desempenho, da escola e do professor, visto que este 
profissional também é motivo de observação no processo ensino-aprendizagem. 
Assim, ao elaborar e, principalmente, ao atribuir valor na avaliação do estudante, 
precisa ter a consciência de que algo antecede e, ainda, o que será feito após 
a avaliação e qual será o efeito do resultado atribuído.
 
Na sequência, a ação seis traz uma lista a se considerar no contexto 
escolar: “selecionar, produzir, apl icar e aval iar recursos didát icos e 
tecnológicos para apoiar o processo de ensinar e aprender” (BRASIL, 2017, p. 
17). Isso mostra quais são as ações que o professor deve ter e, de certa forma, 
resume a avaliação da prática pedagógica, momento em que todas essas 
ações caminham juntas, buscandoas próximas metas para o desenvolvimento 
do aluno. 
 
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
A sétima ação propõe a formação dos professores: “criar e disponibilizar 
materiais de orientação para os professores, bem como manter processos 
permanentes de formação docente que possibilitem contínuo aperfeiçoamento 
dos processos de ensino e aprendizagem” (BRASIL, 2017, p. 17). Portanto, a 
Base reconhece que é necessária a formação continuada do profissional para 
a demanda de ações que a ele confere. 
 
Na oitava ação, ressalta-se a necessidade de o corpo pedagógico 
receber formações contínuas, uma vez que a educação acontece por meio 
de todos, ou seja, professores, diretores e supervisores: “manter processos 
contínuos de aprendizagem sobre gestão pedagógica e curricular para os 
demais educadores, no âmbito das escolas e sistemas de ensino” (BRASIL, 
2017, p. 17). 
Percebe-se com esses procedimentos didáticos propostos na BNCC 
que as práticas do professor e as formações pedagógicas e curriculares 
devem caminhar juntas. Elas não podem acontecer isoladas e fragmentadas, 
o trabalho perpassa como fio condutor por todos os conteúdos, sejam 
escolares ou sociais.
 
De todos os apontamentos apresentados, é notório que a formação 
do professor é algo desejado pela Base e, ainda, verifica-se que o trabalho 
docente, de acordo com o que a Base propõe, exigirá novas condutas 
pedagógicas, até porque como a BNCC preza pela educação integral, em que 
todos os mecanismos de aprendizagem devem ser explorados, a tecnologia 
deve acontecer nas práticas e como recurso diferenciado. Diante disso, o 
professor precisa se formar para atender às responsabilidades que a ele foram 
conferidas nesse documento norteador. 
 
Por isso, a BNCC está articulada com a Política Nacional de Formação 
de Professores, conforme o próprio documento declara, sinalizando que, 
dentre as prioridades para o desenvolvimento do aluno, está a formação do 
professor, visto que “parte do trabalho do educador é refletir, selecionar, 
organizar, planejar, mediar e monitorar o conjunto das práticas e interações, 
garantindo a pluralidade de situações que promovam o desenvolvimento 
pleno das crianças” (BRASIL, 2017, p. 39).
 
Para tal demanda, verifica-se muita ação e estudo do professor para 
atender às novas expectativas da BNCC para o ensino-aprendizagem, inclusive 
a respeito da tecnologia, conforme a Figura 4 retrata.
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
FIGURA 4 – A IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA PARA A PRÁTICA DOCENTE
FONTE: <https://bit.ly/2SMPf9H>. Acesso em: 14 abr. 2021.
3.3 COMO TRABALHAR O CURRÍCULO EM SALA DE AULA 
ALINHADO À BNCC
Diante de tudo que está sendo apresentado, com o ensino voltado para 
as orientações que a BNCC propõe, o uso da tecnologia será inevitável, haja 
vista que ao discorrer sobre as habilidades pensadas para serem desenvolvidas 
com o aluno, há uma gama de palavras novas no documento. O trabalho com 
os gêneros textuais digitais ganha espaço e, por isso, o professor precisa se 
requalificar para essas e outras reformulações que serão necessárias dentro 
de cada componente curricular.
 
A BNCC traz um novo jeito de trabalhar o currículo e isso deve acontecer 
partindo dos questionamentos e das possibilidades que cada componente 
indicará, sustentando a pesquisa, a busca, o diálogo entre as áreas, as 
habilidades e as competências. 
 
O professor prec isa conhecer novas formas de poss ib i l i ta r a 
aprendizagem, novas estratégias e recursos numa metodologia que se volta 
à educação tecnológica digital. Um trabalho com as metodologias ativas 
que articulam novas ferramentas educacionais, endossando o currículo 
articulado à Base, sempre pensando nos temas e objetivos de aprendizagem 
regionais, municipais, estaduais e nacionais. Ainda caberá considerar as 
questões socioemocionais, trazendo projetos, como o Protagonismo Juvenil 
e outros que surgirem e que provoquem a reflexão do ensino relacionado às 
tecnologias digitais, conforme mostra a Figura 5. 
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
FIGURA 5 – FORMAÇÃO NACIONAL E INTERNACIONAL NA ÁREA DE TECNOLOGIAS DIGITAIS E METODOLOGIAS ATIVAS
FONTE: <https://www.b-lab.us/bncc/>. Acesso em: 15 abr. 2021.
 
Face ao exposto, a Figura 5 traduz o ensino a partir da Base, em que 
o professor deverá ter na pauta de seu trabalho o uso das tecnologias e 
metodologias ativas e ainda alguns questionamentos para verificar até que 
ponto está conduzindo o ensino, de modo a propiciar a reflexão. De acordo 
com Coelho e Giorgi (2019, p. 56), “o professor precisa seguir uma ordem”, 
conforme apresenta a Figura 6.
FIGURA 6 – ROTINA DE PLANEJAMENTO
FONTE: <http://www.uniesp.edu.br>. Acesso em: 15 abr. 2021. 
http://www.uniesp.edu.br/sites/_biblioteca/revistas/20200713161835.pdf
http://www.uniesp.edu.br/sites/_biblioteca/revistas/20200713161835.pdf
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
Nessa ordem, percebe-se o processo que envolve a educação 
representada na prática do professor, este que deve sempre se questionar 
a respeito do que pretende, como pretende e ainda verificar se sua prática 
funcionou e planejar sempre o próximo passo. Esses movimentos revelam 
a rotina escolar no processo educativo, demarcando que na conduta do 
professor deve existir análise e reflexão pedagógica, denominada por Libâneo 
(2012) como investigação. Nesse sentido, Libâneo (2012, p. 22) sugere 
elementos que valem ser considerados com relação à investigação, sendo:
A intencionalidade: decorrendo disso a importância de se definir objetivos da educação, 
formulando expectativas sobre o tipo de ser humano a ser formado e dimensões da 
educação a serem atendidas (físicas, afetivas, intelectuais, sociais, morais, estéticas). 
Conteúdos: uma seleção de elementos da cultura referentes ao que é necessário 
aprender, obviamente coerentes com os objetivos. Uma ação ou intervenção 
educativa: direta ou indireta, realizada por algum agente educativo sobre um sujeito, 
para promover, orientar, possibilitar a aprendizagem dos conteúdos e modos de 
agir. A aprendizagem do aluno: um processo de aprender que leve a resultados, isto 
é, ao atendimento de objetivos propostos. O ensino: meio pelo qual se favorece a 
aprendizagem, formas de organização e gestão da escola e da sala de aula.
 
Veja que, na investigação, os olhos se voltam para a intenção, os 
conteúdos, a intervenção, a aprendizagem do aluno, o ensino e a forma de 
organização e gestão da escola e da sala de aula, ou seja, um olhar circular 
em tudo sob a orientação dos agentes escolares, professores, interventores, 
supervisores, enfim, os profissionais da educação. 
 
Essa prática diária do professor em sala advém de uma legislação maior, 
da BNCC, do Currículo, do PPP, até chegar no Plano de aula. Ressalta-se, 
então, que as habilidades e competências traduzidas na BNCC devem estar 
representadas nas atividades de sala que o professor planeja a partir de toda 
a legislação em congruência.
 
Caro aluno, diante de todas as acepções apontadas ao longo desse 
tema, os questionamentos apresentados propulsionam a reflexão da prática 
pedagógica, abordando o seu funcionamento na esfera educacional, 
resgatando a possibilidade de uma aprendizagem significativa ao aluno sob 
o prisma das habilidades e competências.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
 
Diante das acepções apresentadas ao longo desse estudo, cabe ressaltar 
que a educação atual requer novas posturas e práticas pedagógicas que visam 
ao melhor resultado de aprendizagem ao aluno do século XXI.
 
Isso faz referência à Base Nacional Comum Curricular, uma vez que ela 
retrata justamente o ensino para todos aliado à qualidade, de forma integral 
e voltada às tecnologias a partir das habilidades e competências. O novo 
cenário mundial: 
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
Requer o desenvolvimento de competências para aprender a aprender,saber 
lidar com a informação cada vez mais disponível, atuar com discernimento e 
responsabilidade nos contextos das culturas digitais, aplicar conhecimentos 
para resolver problemas, ter autonomia para tomar decisões, ser proativo para 
identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e aprender 
com as diferenças e as diversidades (BRASIL, 2017, p. 14).
 
Portanto, a escola que oportuniza a aprendizagem em consonância 
com as experiências múltiplas vem sendo idealizada desde 1988, quando 
a CF trouxe em seu artigo 210 que “serão fixados conteúdos mínimos para 
o Ensino Fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e 
respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais” (BRASIL, 1988). 
Assim, a educação oferecerá meios para o aluno se desenvolver a partir do 
lugar em que ele está inscrito. 
 
Caro aluno, percebe-se com esses procedimentos didáticos e legislações 
anteriores que as práticas devem caminhar juntas. Elas não podem acontecer 
isoladas e fragmentadas, pois o trabalho pedagógico perpassa como fio 
condutor por todos os conteúdos, sejam escolares ou sociais. Além disso, 
nota-se a necessidade da formação do professor no sentido de ele estar 
preparado para atender às demandas pedagógicas nesse novo cenário escolar 
e isso deve acontecer desde a graduação. 
 
Assim, face ao exposto, o sistema educacional brasileiro será formado 
por orientações que partem da BNCC, propiciando a reflexão, a autonomia 
e a aprendizagem do aluno de forma processual e significativa.
REFERÊNCIAS
ABREU, N. BNCC: tudo que você precisa saber sobre a Base Nacional Co-
mum Curricular. 2021. Disponível em: https://www.somospar.com.br/bnc-
c-base-nacional-comum-curricular/. Acesso em: 15 abr. 2021.
BARBOSA, M. S. S. O papel da escola: obstáculos e desafios para uma edu-
cação transformadora. Dissertação de Mestrado. Porto Alegre: Universida-
de Federal do Rio Grande do Sul – Faced, 2004.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 2017. 
Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base. Acesso em: 
28 mar. 2021.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do 
Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.
htm. Acesso em: 15 mar. 2021.
CURSO LIVRE – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): O QUE É?
COELHO, L. S. L.; GIORGI, C. A. G. D. BNCC e as políticas que norteiam o 
perfil do professor reflexivo nas escolas públicas. Revista Multidisciplinar 
da Faculdade de Presidente Prudente. Revista Saber Acadêmico, Presi-
dente Prudente, n. 27, p. 53-59, jan./jun. 2019. 
FREIRE, P. A educação na cidade. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2006.
HOUAISS, A. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: 
Objetiva, 2008.
LIBÂNEO, J. C. Identidade da Pedagogia e identidade do pedagogo. In: AN-
TONELLI, T. S. et al. Formação da e do pedagogo: pressupostos e perspec-
tivas. Marília: Oficina Universitária; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012.
LIBÂNEO, J. C. Pedagogia e pedagogos, para quê? São Paulo: Cortez, 
1998a.
LIBÂNEO, J. C. Perspectivas de uma pedagogia emancipadora face às 
transformações do mundo contemporâneo. Revista Pensar a Prática, Goi-
ás, v. 1, p. 1-22, jan./jun. 1998b.
OLIVEIRA, A. P. Autonomia no trabalho dos docentes na formação inicial 
de professores. 2013. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/educacao/
article/view/19142/12933. Acesso em: 15 abr. 2021.
OLIVEIRA, T. Escola, conhecimento e formação de pessoas: considerações 
históricas. Políticas Educativas, Porto Alegre, v. 6, n. 2, p. 145-160, 2013. 
ONU. Organização das Nações Unidas. Transformando nosso mundo: a 
Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável. c2021. Disponível em: 
https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/. Acesso em: 12 abr. 2021.
SAVIANI, D. Educação escolar, currículo e sociedade: o problema da 
Base Nacional Comum Curricular. Movimento Revista de Educação, n. 4, 
2016. Disponível em: https://periodicos.uff.br/revistamovimento/article/
view/32575. Acesso em: 28 maio 2021.
 
YOUNG, M. Para que servem as escolas? Educ. Soc., Campinas, v. 28, n. 
101, p. 1287-1302, set./dez. 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/j/
es/a/GshnGtmcY9NPBfsPR5HbfjG/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 15 
abr. 2021.

Continue navegando