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GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM Juliano Pontes 8062827 TIPOS DE PARTO E OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA HORA DO PARTO Curitiba-PR 2021 Atividade referente à disciplina Enfermagem em Ginecologia, Obstetrícia e Saúde da Mulher, sob orientação da professora Danielle Monteiro Vilela Dias. Descrição da atividade Realize a tarefa a seguir com base nos conteúdos estudados e responda as seguintes questões: 1) Quais são os tipos de parto? R: Parto Natural: Nesse parto o bebê nasce por via vaginal, mas se diferencia do parto normal pois é realizado sem intervenções como a analgesia e sem a utilização de oxitocina artificial para estimular as contrações. Também não são realizados procedimentos como a episiotomia. Nesse método, o serviço tem como foco as mulheres, respeitando suas necessidades e escolhas, portanto é humanizado. Dessa forma, a mãe pode escolher o lugar em que deseja dar à luz, por exemplo, em casa ou no hospital. Parto Normal: Conhecido como parto vaginal, pois a saída do bebê ocorre pela vagina. De início é espontâneo e o bebê apresenta posição cefálica, ou seja, a cabeça do bebê se volta para a pélvis, preparando-se para o nascimento. Em alguns casos podem surgir dificuldades na saída do bebê e então uma episiotomia pode ser realizada. Essa é uma incisão cirúrgica feita no períneo, a região do músculo localizada entre a vagina e o ânus. Os benefícios do parto normal são numerosos. Para o bebê pode significar a garantia de um pulmão maduro, contato com a mãe nos primeiros momentos de vida, oportunidade de mamar no peito logo em seguida, menos chances de desenvolver doenças respiratórias, entre outros benefícios. Para a mãe significa menos risco de hemorragia, recuperação mais rápida e contato com o bebê logo após o parto. Parto na água: É aquele no qual o nascimento do bebê ocorre com a mãe dentro da água em uma banheira ou uma piscina. A barriga deve estar completamente coberta pela água e o pai, inclusive, pode entrar na banheira ou na piscina para apoiar sua companheira nesse momento tão íntimo e importante. Durante o parto, a mãe fica em uma piscina ou banheiro com água morna. O mais comum é que a mãe entre na água após uma dilatação cervical maior que 5 cm e quando já estiver sentindo contrações frequentes e intensas. Mais de 2 contrações a cada 10 minutos. Parto de Cócoras: É realizado da mesma forma que o natural, muda apenas a posição da mãe que, ao invés da posição ginecológica comum, fica de cócoras. Geralmente, esse tipo de parto é bem rápido, já que conta também com a força da https://soumamae.com.br/bebe-sente-parto/ gravidade devido à posição vertical da mãe e costuma ser mais confortável para as mulheres. Parto com Fórceps: Esse tipo de parto é realizado quando um parto normal apresenta algumas dificuldades no momento da saída do bebê. O fórceps é um instrumento que possui dois ramos articulados e conectados que se curvam nas extremidades para segurar a cabeça do bebê. É necessária a realização de episiotomia no períneo para a introdução do fórceps e o posicionamento da cabeça do bebê. Com o fórceps no lugar certo, o profissional puxa enquanto a mulher se vê obrigada a empurrar o bebê durante uma contração. Parto leboyer: Também chamado de parto sem violência, é um tipo de parto no qual o objetivo é não estressar o bebê, transformando sua primeira experiência fora do útero em uma experiência menos traumática, por assim dizer. A ideia é que o nascimento ocorra em um ambiente tranquilo e o mais parecido o possível com o útero da mãe. Para isso, nesse tipo de parto há pouca luz e ambiente é aquecido a fim de eliminar o impacto da diferença entre o mundo intrauterino e extrauterino. Parto Cesária: É realizado através do abdômen, com uma incisão na barriga da mãe, por meio da qual são cortadas várias camadas de tecido até chegar ao feto dentro do útero e retirá-lo pela abertura realizada. Depois que o bebê é retirado, é realizada a eliminação da placenta. Parto Assistido em casa: Cada vez mais as mães escolhem esse método para dar à luz. Não é algo que provoca tanto medo, afinal as mães se sentem mais seguras e livres em casa. Esse é um parto com dor, mas as mulheres se preparam para enfrentar esse sofrimento e o assumem como parte do processo. Também há alguns recursos para diminuir a dor como a banheira de água quente, as massagens e outras coisas. Esse método se caracteriza pela longa duração, podendo durar 12 ou 16 horas. A parteira tem como missão acompanhar a grávida em todos os momentos, segurar suas mãos, ajudar a encontrar a posição mais confortável, fazer massagens, entre outras coisas. Parto Humanizado: Esse tipo de parto é uma atitude, não um método. A mulher é a protagonista do nascimento do seu filho, nesse momento suas escolhas são respeitadas e discutidas com os profissionais, usando como base a medicina que segue evidências científicas. Em poucas palavras, o parto humanizado se refere https://soumamae.com.br/um-plano-parto/ acima de tudo a um parto que é tratado como um processo fisiológico normal que apenas na minoria dos casos exige intervenções. 2) Quais são os cuidados de enfermagem na assistência ao parto? R: Assistência de enfermagem no primeiro estágio o Período de dilatação é dividido em duas fases: latente e ativa. A latência caracteriza-se como um período em que as contrações estão se tornando mais coordenadas, fortes e eficientes, o colo torna- se mais amolecido, flexível e elástico. Dois terços do tempo total do período de dilatação correspondem a esta fase. A fase ativa começa quando a dilatação cervical atinge 2 a 4cm, sendo definida como a de dilatação cervical rápida. Para que ocorra a dilatação é necessário o apagamento, a descida do feto e contrações uterinas eficientes. Estas contrações encurtam o corpo uterino, tracionando longitudinalmente o segmento inferior, que se expande. A frequência da contratilidade uterina aumenta à medida que evolui o trabalho de parto, sendo maior em sua fase ativa. 2 No primeiro estágio do parto são necessárias algumas intervenções de enfermagem específicas relacionadas a esta fase do parto: • Estabelecer uma relação com a parturiente seus familiares. • Informar a parturiente e seus familiares a progressão do trabalho de parto. • Fornecer líquidos leves conforme prescrição médica. • Explicar todos os procedimentos durante o trabalho de parto. • Monitorar os sinais vitais maternos: o Temperatura a cada 6 horas, exceto no caso de hipertermia ou no rompimento das membranas, que exigem a verificação a cada 2 horas e sempre que necessário. O Verificação de pulso e respiração de acordo com a rotina do setor. O Pressão Arterial a cada 6 horas, exceto no caso de hipertensão ou hipotensão, ou quando a parturiente receber medicamento que interfira na estabilidade hemodinâmica. Nestes casos o intervalo de verificação será definido pela equipe do setor. • Monitorar os batimentos cardiofetais. • Oferecer os métodos não farmacológicos de alívio da dor de acordo com a aceitação da parturiente: deambulação, massagens, movimentos facilitadores do trabalho de parto, banho de aspersão, bola suíça, respiração consciente, aromaterapia, escalda pés - Ver Protocolo de Métodos não Farmacológicos do Alívio da Dor no Trabalho de Parto • Estimular a parturiente a uma atitude ativa com movimentação e exercícios livres durante o trabalho de parto, parto e nascimento, favorecendo as posições verticais e uso de métodos não invasivos para alívio da dor. • Estimular as técnicas de conforto. • Ajudar a parturiente a mudar de posição. • Orientar a paciente a caminhar, agachar, ficar semi-sentada, manter-se em decúbito lateral, auxiliar no banho de aspersão. • Rever e ensinar técnicas de respiração adequadas. • Administrar medicações prescritas, caso necessário.• Observar sinais e sintomas após a administração das medicações. • Auxiliar na analgesia, quando indicado. • Incentivar o esvaziamento da bexiga. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO SEGUNDO ESTÁGIO O segundo estágio (período expulsivo) inicia-se com a dilatação máxima e termina com a expulsão do feto. Nessa fase ocorrem os puxos maternos. Nesta fase são necessárias as seguintes intervenções de enfermagem: • Informar a parturiente e seus familiares sobre a progressão do trabalho de parto. • Preparar a mesa de parto usando técnica asséptica. • Preparar a Unidade de Calor Radiante (UCR) e os materiais para receber o RN. • Auxiliar o profissional a se paramentar. • Auxiliar a parturiente no posicionamento adequado. • Higienizar a área perineal. • Monitorar os sinais vitais maternos. • Auxiliar a puxar suas pernas para trás, de modo que seus joelhos fiquem fletidos. • Fornecer incentivo positivo e frequente. • Incentivar a respiração eficaz. • Levantar grades laterais. • Registrar o procedimento no livro de parto transpélvico do setor. • Incentivar o aleitamento materno na primeira hora de vida. A Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamento precoce, pois está associado à menor mortalidade neonatal, ao maior período de amamentação, à melhor interação mãe-bebê e ao menor risco de hemorragia materna. • Identificar o recém-nascido com pulseira e/ou tornozeleira, registrando o nome da mãe, prontuário data, hora do nascimento e sexo. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO TERCEIRO ESTÁGIO Na 3ª fase do processo de parturição ocorre a separação e a expulsão da placenta. Este estágio constitui-se em período de grande risco materno e exige do profissional manter a vigilância dos sinais clínicos, em função da possível ocorrência de hemorragias no pós-parto, uma das grandes causas de mortalidade materna. A incidência de casos de hemorragia pós-parto e de retenção placentária ou de restos placentários aumenta na presença de fatores predisponentes. Mesmo em gestações de baixo risco e partos normais durante o 1º e 2º estágios coexiste a possibilidade de ocorrer hemorragia severa e/ou retenção placentária. Assim, a forma a assistência prestada durante o 3º estágio poderá influenciar diretamente sobre a incidência dos casos de hemorragia e na perda sanguínea decorrida desse evento. Para isto, algumas medidas devem ser tomadas: • Observar sangramento. A perda de mais de 500 ml de sangue pode representar risco de choque hipovolêmico. • Realizar a coleta do sangue do cordão para obter amostra de sangue a fim de realizar análise bioquímica e hematológica. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO QUARTO ESTÁGIO DO PARTO. • A hemorragia pós-parto (HPP) é a causa mais comum de mortalidade materna quando computadas as mortes em todo o mundo, sendo responsável por 25% dessa taxa e contribuindo para a mortalidade e para a elevação dos custos no atendimento perinatal. • A observação deve ser redobrada nesta fase, por tratar-se do período em que, com mais frequência, ocorrem hemorragias pós-parto, principalmente por atonia ou hipotonia uterina. É também momento adequado para promoção de ações que possibilitem o vínculo mãe/bebê, evitando-se a separação desnecessária. 3) Qual o papel do enfermeiro na humanização da assistência obstétrica? R: É fundamental e insubstituível a importância dos Enfermeiros Obstetras (EO’s) no cenário do parto humanizado. Pois os mesmos adotam uma postura empática e equânime, de maneira integral e individualizada, a partir do reconhecimento do processo natural do “parir e nascer”. O cuidado dos EO’s demanda de dinamismo, para que os saberes da mulher sejam incorporados ao conhecimento científico e sua autonomia seja preservada. O que reflete na redução da ansiedade da parturiente, proporcionando-lhes mais coragem, conforto e segurança. Os EO’s reconhecem a relevância da prestação de uma assistência adequada e de qualidade. Por isso sempre estão acolhendo a mulher, proporcionando bem-estar, reconhecendo fatores que geram estresse, como a dor, criando um ambiente de cuidado e conforto, tanto para parturiente, como para a família. Desta forma, a enfermagem focada na saúde da mulher vem cada vez mais construindo uma história diferenciada. Mostrando o seu conhecimento científico, capacidade, habilidade e influência, aliado à autoconfiança e experiência no processo de parir. Preservando sempre as condições físicas, emocionais e os valores da parturiente. cabe ao enfermeiro obstetra, Especialista em Enfermagem obstétrica, a assistência à Saúde da Mulher, assistência de Enfermagem à gestante, parturiente e puérpera; acompanhamento da evolução e do trabalho de parto e execução e assistência obstétrica em situação de emergência; compete ainda: identificação das distorcias obstétricas e tomada de todas as providências necessárias, até a chegada do médico, devendo intervir, de conformidade com sua capacitação técnico científica, adotando os procedimentos que entender imprescindíveis, para garantir a segurança do binômio mãe/filho” (SANTOS et al, 2002, p. 14). Referência Bibliográfica Delascio D, Guariento A. Obstetrícia normal Briquet. 3ª ed. São Paulo (SP): Sarvier; 1981. GOMES, M. L.. Enfermagem obstétrica: diretrizes assistenciais. Centro de Estudos da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ. 2010. 168p. Rattner D, Hotimsk SN, Venâncio SI, Miranda MM, organizadoras. Workshop humanizando o nascimento e parto. São Paulo (SP): Instituto de Saúde; 1997. Reis SP, Meincke SMK, Bielemann VLM, Carraro TE, Lopes CV. Percepção das puérperas quanto ao cuidado prestado pela equipe de saúde durante o trabalho de parto. Cienc, Cuid e Saúde. 2013 Rodrigues, DP, Silva RM, Fernandes AFC. Ação interativa enfermeiro-cliente na assistência obstétrica. R Enferm UERJ.2006;14(2):232-8. SANTOS, Cecília Cardoso et al. Dispositivos legais relacionados à saúde da mulher e do recém-nascido: manual. São Paulo: ABENFO; 2002.
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