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1 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 2 REVISÃO NEUROANATÔMICA ................................................................. 5 2.1 Sistema Nervoso Central (SNC) ........................................................... 9 2.2 Sistema Nervoso Periférico (SNP) ..................................................... 10 2.3 Sistema Nervoso Somático (SNS) e Sistema Nervoso Visceral ......... 11 2.4 Sistema Nervoso Autônomo ............................................................... 12 3 NEUROPLASTICIDADE - ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA ................... 14 3.1 Reabilitação ........................................................................................ 15 4 AVALIAÇÃO NEUROFUNCIONAL E ASSISTÊNCIA FISIOTERAPÊUTICA DOMICILIAR NO PACIENTE ADULTO COM DISFUNÇÃO NO SISTEMA NERVOSO... ............................................................................................................. 17 4.1 Assistência fisioterapêutica domiciliar no paciente adulto com disfunção no sistema nervoso ................................................................................................ 30 4.2 Sessão de fisioterapia home care ...................................................... 33 5 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DO PACIENTE ADULTO HEMIPLÉGICO (PARÉTICO) PÓS-AVE ................................................................... 35 5.1 Treino de marcha ............................................................................... 36 6 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DO PACIENTE ADULTO PÓS TRAUMATISMO CRÂNIOENCEFÁLICO (TCE) ........................................................ 38 7 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DO PACIENTE COM ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA (ELA). ............................................................................. 39 8 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DO PACIENTE LESADO MEDULAR ADULTO... ................................................................................................................. 41 8.1 Protocolo proposto: ............................................................................ 42 9 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DE PACIENTES COM DOENÇAS DOS NÚCLEOS DA BASE ........................................................................................ 44 9.1 Doença de Parkinson ......................................................................... 44 3 9.2 Coréia de Huntington.......................................................................... 45 10 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DO PACIENTE PORTADOR DE DOENÇA DO NEURÔNIO MOTOR .......................................................................... 47 10.1 Esclerose Lateral Amiotrófica- ELA ................................................. 47 10.2 Paralisia Bulbar ............................................................................... 48 10.3 Tratamento fisioterapêutico do paciente com alterações no sistema nervoso decorrentes da SIDA. ............................................................................... 49 10.4 Tratamento fisioterapêutico do paciente com neuropatia periférica (paralisia facial periférica (PFP) ............................................................................. 52 10.5 Tratamento fisioterapêutico para paciente com neuropatia diabética......... ....................................................................................................... 54 10.6 Tratamento fisioterapêutico do paciente com neuropatia alcóolica . 56 11 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NOS PACIENTES COM DISFUNÇÕES NO SISTEMA VESTÍBULO-CEREBELAR ........................................ 57 11.1 Reabilitação Vestibular ................................................................... 58 12 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DOS PACIENTES COM QUADROS DEMENCIAIS E NA DEMÊNCIA DE ALZHEIMER ................................ 61 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 63 4 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 5 2 REVISÃO NEUROANATÔMICA Fonte: todoestudo.com.br A neuroanatomia nasceu das disciplinas das ciências interdisciplinares biológicas e humanas indo além do diagnóstico e dando espaço a intervenções terapêuticas que são comuns no campo da psicologia. Sua importância para esta área e profissão perpassam seus domínios enquanto ciência e vai além, indo a caráter transdisciplinar, mostrando que sem o conhecimento da neuroanatomia os discentes não conseguiriam compreender as demais disciplinas relacionadas (TONI; et al, 2005, apud DE LIMA, 2018). GOMES (2013), relata em seus estudos que o Sistema Nervoso Central (SNC) apresenta a maior diversidade celular dos sistemas orgânicos do corpo humano, além de estar associado a atividades extremamente complexas que envolvem a relação do indivíduo com o meio ambiente, a vida afetiva e a atividade intelectual. Para efeito de comparação, enquanto órgãos tão vitais como coração e fígado possuem três a cinco tipos celulares diferentes, o encéfalo possui mais de uma centena. Aliado à sua complexidade morfológica e funcional, o SNC é sede de diversas doenças incapacitantes, como as doenças neurodegenerativas de Alzheimer e Parkinson; tumores e desordens neurológicas como esquizofrenia, autismo, dentre outras. Essas enfermidades, além de afetarem diretamente a qualidade de vida desses indivíduos, implicam altos custos financeiros para a saúde pública e perdas econômicas para o país. Entender o funcionamento do sistema nervoso é fundamental para a elaboração 6 de estratégias e de políticas públicas e eficazes de medicina regenerativa, terapêutica e preventiva. O núcleo basal de Meynert é constituído por agregados neuronais colinérgicos que se dispõem desde a região septal-banda diagonal da porção frontobasal mais rostral até a porção mais caudal do globo pálido. (MACLEAN, 1997, apud RIBAS, 2007). O Sistema Nervoso controla todas as atividades físicas, conscientes e inconscientes, sendo formado por bilhões de células nervosas (neurônio) que captam informações vindas do interior e do exterior do corpo. O sistema nervoso (SN), com base em critérios anatômicos, se divide em: Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema Nervoso Periférico (SNP). (FILHO, 2015). A Mobilização do Sistema Nervoso pode ser utilizada como método diagnóstico, utilizando-se de manobras irritativas no tecido nervoso e método terapêutico, com a finalidade de reduzir a tensão neural adversa (TNA) e assim contribuir para uma melhor resolução do quadro sintomático. O objetivo desta técnica é melhorar a neurodinâmica e restabelecer o fluxo axoplasmático, restabelecendo a homeostasia dos tecidos nervosos. (BUTLER, 2003, apud JUNIOR, 2007). SistemaNervoso: No sistema nervoso diferenciam-se duas linhagens celulares: os neurônios e as células da glia ou da neuroglia (tecido de sustentação dos neurônios que tem várias funções: Neurônios Neuroglias ou glias. (FILHO, 2015). Estrutura básica de um neurônio: Corpo celular, pericário ou soma - representa o centro trófico da célula, capaz de receber estímulos. (JUNQUEIRA, 2008). Axônio: essa projeção da célula, longa e semelhante a um cabo, transporta a mensagem eletroquímica (impulso nervoso ou potencial de ação) pela extensão da célula; dependendo do tipo do neurônio, os axônios podem ser cobertos por uma fina camada de substância lipídica, conhecida como bainha de mielina, como um fio elétrico com isolamento. A mielina é feita de gordura e ajuda a acelerar a transmissão de um impulso nervoso através de um axônio longo. Os neurônios com mielina costumam ser encontrados nos nervos periféricos (neurônios sensoriais e motores), ao passo que os neurônios sem mielina são encontrados no cérebro e na medula espinhal. (JUNQUEIRA 2008). 7 Dendritos ou terminações nervosas: essas projeções pequenas e semelhantes a galhos realizam as conexões com outras células e permitem que o neurônio se comunique com outras células ou perceba o ambiente a seu redor. Os dendritos podem se localizar em uma ou nas duas terminações da célula. (JUNQUEIRA 2008). Nódulo de Ranvier - é o espaçamento isento de bainha de mielina no axônio. Tal espaçamento permite a chamada condução saltatória e consequentemente um impulso nervoso mais rápido. (JUNQUEIRA 2008). De acordo com sua função os neurônios se dividem em: Aferente: recebe as informações da pele ou outros órgãos sensoriais e leva para o SNC. Eferente: traz informações do SNC para os músculos e glândulas. Interneurônios: recebem as informações dos neurônios aferentes e se comunicam entre si com os neurônios motores. De acordo com sua estrutura, os neurônios são estruturados e podem se dividir em: Unipolar: apresenta um único processo(axônio). São raros, exceto no embrião. Bipolar: apresentam dois processos (um axônio e um dendrito). Encontrado na retina e no epitélio olfatório. Multipolar: formado por axônio e vários dendritos (a maioria, encontrado no SNC). Pseudounipolar: Apresenta um único processo que se divide em dois. Uma parte vai para a periferia e a outra para o SNC. (JUNQUEIRA 2008). Neuroglias ou glias: As neuroglias são células não neuronais que fazem parte do sistema nervoso e tem um papel importante para o funcionamento do sistema nervoso. Elas são suportes para os neurônios e a sua ausência prejudica na transferência de impulsos entre os neurônios. Embora menores em tamanho que os neurônios a sua proporção populacional é bem maior. (JUNQUEIRA 2008). Substância branca: A substância branca possui grande parte de suas fibras mielinizadas, o que dá o aspecto branco ao interior do cérebro e a parte externa da medula. (JUNQUEIRA 2008). Recém-nascidos prematuros extremos apresentam risco maior de hemorragia cerebral, lesões da substância branca e desenvolvimento cerebral insuficiente. Os danos ao sistema nervoso central (SNC) aumentam 8 a probabilidade de deficiências neurológicas e de desenvolvimento nesse grupo de pacientes. (WOOD, 2000, apud FURTADO, 2010). Substância cinzenta: A substância cinzenta não possui mielina, se localizando na parte mais externa do córtex e interior da medula. (JUNQUEIRA 2008). Fibras nervosas: As fibras nervosas podem ser mielínicas ou amielínicas. A presença da mielina nas fibras nervosas influência bastante na condução dos impulsos nervosos. Fibras com mielina permitem a condução saltatória graças aos nódulos de Ranvier e como consequência uma velocidade maior na passagem da condução. (JUNQUEIRA 2008). Nervos: No Sistema Nervoso Periférico, as fibras nervosas agrupam-se em feixes, dando origem aos nervos. Devido à cor da mielina, os nervos são esbranquiçados, exceto os raros nervos finos formados por fibras amielínicas. Os nervos fazem a união do SNC com os órgãos periféricos. Se a união se faz no encéfalo, os nervos são chamados de cranianos, se ocorre na medula são chamados de espinhais. (JUNQUEIRA 2008). Nervos Sensitivos: formados por fibras aferentes. Levam as informações dos órgãos e tecidos para o SNC. Nervos Motores ou Eferentes: Formados por fibras motoras. Trazem a resposta do SNC. Nervos Mistos: Formados por fibras motoras e fibras aferentes. Os doze pares de Nervos Cranianos: 1º Nervo olfatório- I Sensorial 2º Nervo óptico- II Sensorial 3º Nervo oculomotor- III Motor 4º Nervo troclear- IV Motor 5º Nervo trigêmeo- V Misto 6º Nervo abducente- VI Motor 7º Nervo facial- XII Misto 8º Nervo Vestíbulococlear -VIII Sensorial 9º Nervo Glossofaríngeo- IX Sensorial 0º Nervo vago- X Misto 11º Nervo (espinhal) acessório-XI Motor 12º Nervo hipoglosso- XII Motor Gânglios: São dilatações constituídas principalmente de corpos de neurônios. 9 Terminações Nervosas: Na extremidade das fibras que constituem os nervos situam-se as terminações nervosas, que do ponto de vista funcional são de dois tipos: sensitivas (ou aferentes) e motoras (eferentes). (JUNQUEIRA 2008). Conexões neuronais são continuamente feitas e desfeitas, de acordo com os inputs aferentes assimilados pelo sistema nervoso central (SNC). Por isso, mudanças plásticas na função e organização cerebral podem ocorrer devido a alterações no comportamento que produzam significativo input aferente ao SNC. (CRUZ et al. 2012, apud DA SILVA, 2014). 2.1 Sistema Nervoso Central (SNC) A definição diagnóstica dos tumores do SNC, varia de acordo com o local estudado, de forma que em alguns estudos os dados são baseados em laudos histopatológicos, enquanto outros abrangem tumores diagnosticados também através de exames de imagem (POUCHIEU et al., 2016, apud SANTOS, 2019). O SNC é formado pelo encéfalo e medula espinhal (estruturas localizadas no esqueleto axial, dentro do crânio e do canal medular). Esta porção é especializada na recepção e interpretação de estímulos, de comando e desencadeadora de respostas. (FILHO, 2015). Encéfalo: O encéfalo é formado pelo cérebro, cerebelo e tronco encefálico. (ANGELOTTO, 2012). Cérebro: O cérebro é a porção mais maciça e o principal órgão do Sistema Nervoso. É responsável por comandar ações motoras, estímulos sensoriais e atividades neurológicas como a memória, a aprendizagem, o pensamento e a fala. Formado por duas metades, os hemisférios direito e esquerdo, são separados por uma fissura longitudinal. Os dois hemisférios compreendem o telencéfalo, que trabalham em conjunto, porém, existem algumas funções específicas para cada um dos hemisférios. (ANGELOTTO, 2012) Cerebelo: O cerebelo ou metencéfalo representa 10% do volume do encéfalo. Ele está relacionado com a manutenção do equilíbrio corporal, controle do tônus muscular e aprendizagem motora. Assim, como ocorre no cérebro, o cerebelo possui dois hemisférios separados por uma faixa estreita, o vérmis. (ANGELOTTO, 2012). Tronco Encefálico: O tronco encefálico é constituído pelo mesencéfalo, ponte e bulbo. O mesencéfalo é a menor parte do tronco encefálico, localiza-se entre a ponte https://www.todamateria.com.br/encefalo/ https://www.todamateria.com.br/cerebro/ https://www.todamateria.com.br/cerebelo/ 10 e o cérebro. A ponte localiza-se entre o mesencéfalo e o bulbo. No bulbo, a parte inferior liga-se a medula espinhal e a superior com a ponte. (ANGELOTTO, 2012) Medula Espinhal: A medula espinhal é a parte mais alongada do sistema nervoso central. É caracterizada por um cordão cilíndrico, composto de células nervosas, localizado no canal interno das vértebras da coluna vertebral. Possui como função o estabelecimento da comunicação entre o corpo e o sistema nervoso. Também coordena os reflexos, nas ocasiões em que o corpo necessitade uma resposta rápida. Nela se originam os 31 pares de nervos espinhais. Eles conectam a medula espinhal as células sensoriais e diversos músculos pelo corpo. (ANGELOTTO, 2012). Meninges: Membranas conjuntivas que envolvem e protegem o SN Central encéfalo e medula espinhal dentro das caixas ósseas (crânio e canal vertebral); Dura-máter: (mais externa e forma um saco fechado); Espinhal: (1 folheto). Encefálica: (2 folhetos); Aracnoide: (média) em forma de teia de aranha; Pia-máter: (mais interna e delicada responsável pela forma do SNC), a pia- máter se adere ao tecido nervoso acompanhando seus giros e sucos; Espaços: as meninges formam espaços entre elas. Epidural: (entre dura-máter e o osso – contém veias e gordura); Sub-dural :(entre a dura-máter e aracnoide - virtual); Subaracnóideo: contém o líquido cefalorraquidiano (líquor), sendo o mais importante, pois são neste espaço que são realizadas punções para exame do líquor e injeção de anestésicos (anestesia peridural ou raque). (FILHO, 2015). 2.2 Sistema Nervoso Periférico (SNP) O sistema nervoso periférico (SNP) contém 31 pares de nervos espinhais e 12 pares de nervos cranianos, numerados de I a XII. No entanto, os nervos cranianos I e II, que têm função visual e olfatória, fazem parte do SNC. (MCARDLE et al., 2007). O SNP é composto pelo sistema nervoso somático (SNS) e pelo sistema nervoso autônomo (SNA) ou neurovegetativo. O SNS é formado por fibras nervosas somáticas (também chamadas de neurônios motores) que inervam o sistema musculoesquelético para produzir os movimentos voluntários. Possui receptores https://www.todamateria.com.br/medula-espinhal/ https://www.todamateria.com.br/coluna-vertebral/ 11 sensitivos responsáveis pela propriocepção12, pela visão, pela audição, pela gustação, pelo olfato, pelo equilíbrio, pela dor, pela temperatura e pelo toque (TORTORA, et al., 2006). Os nervos são divididos em: Nervos Espinhais: compostos por 31 pares, que fazem conexão com a medula espinhal. Estes nervos são responsáveis por inervar o tronco, os membros e algumas regiões específicas da cabeça. Nervos Cranianos: compostos por 12 pares, são os que fazem conexão com o encéfalo. São estes nervos que inervam as estruturas da cabeça e do pescoço. Os nervos apresentam os seguintes tipos: Nervos Aferentes (Sensitivos): enviam sinais da periferia do corpo para o SNC. Este tipo de nervo é capaz de captar estímulos como o calor e a luz, por exemplo. Nervos Eferentes (Motores): enviam sinais do sistema nervoso central para os músculos ou glândulas; Nervos Mistos: formados por fibras sensoriais e fibras motoras, por exemplo, os nervos raquidianos; Gânglios: Os gânglios nervosos são aglomerados de neurônios situados fora do sistema nervoso central, espalhados pelo corpo. É comum eles formarem uma estrutura esférica. (FILHO, 2015). Uma das grandes preocupações com pacientes vitimados por Paralisia Facial Periférica (PFP) transcorre sobre a eficácia dos programas de reabilitação. Muitos médicos permanecem cautelosos na orientação de como proceder após a medicalização, pois a lesão periférica do VII nervo craniano pode gerar graves repercussões na mímica facial e, consequentemente, na qualidade de vida dos pacientes. (DÍAZ-ARISTIZABAL, 2017, apud ORSINI, 2017). 2.3 Sistema Nervoso Somático (SNS) e Sistema Nervoso Visceral O SNS é aquele que relaciona o organismo com o meio ambiente. Apresenta um componente aferente que conduz aos centros nervosos impulsos originados em receptores periféricos informando-os o que se passa no meio ambiente, e um componente eferente que leva aos músculos estriados esqueléticos o comando dos centros nervosos, resultando em movimentos voluntários. O SNS age através dos músculos esqueléticos, regulando ações voluntárias e reflexas. Através de seus receptores, este sistema captura as mudanças que ocorrem. As fibras motoras localizadas no SNS apresentam algumas características que as diferenciam das 12 autônomas: Não apresentam gânglios em seu trajeto; os corpos neurais estão localizados dentro do SNC, possuem velocidade de condução maior. (FILHO, 2015). As informações sensoriais como tato, pressão, temperatura e dor são captadas por receptores denominados somatossensoriais, que estão localizados na pele. Estes receptores relacionam-se a neurônios cujos corpos situam- se nos gânglios dorsais. Essas fibras aferentes primárias possuem diferentes diâmetros, e transmitem diferentes sensações através da medula espinhal, ao córtex: somatossensorial: fibras finas transmitem dor e temperatura e fibras grossas, tato. (GUYTON, 2011, apud ZAVARIZE, 2014). O SNV é aquele que se relaciona com a inervação e controle das estruturas viscerais, importante na integração das diversas vísceras no sentido da manutenção da constância do meio interno. Assim como no somático, tem um componente aferente que conduz os impulsos nervosos originados em receptores das vísceras (visceroceptores) as áreas específicas do SN. O componente eferente leva os impulsos originados em certos centros nervosos até as vísceras, terminando em glândulas, músculo liso e cardíaco. O componente eferente do SNV é denominado Sistema Nervoso Autônomo e pode ser subdividido em simpático e parassimpático, de acordo com vários critérios que veremos mais adiante. (FILHO, 2015). 2.4 Sistema Nervoso Autônomo Fonte: planetabiologia.com 13 O sistema nervoso autônomo, simpático e parassimpático, tem como função regular grande parte das funções viscerais do corpo, como resposta a alterações externas, através da sua associação aos músculos lisos, ao 7músculo cardíaco e às glândulas. (GUYTON, 2002, apud FRANCO, 2013). O SNA, subdividido em entérico (SNAe), simpático (SNAs) e parassimpático (SNAp), inerva todo o corpo humano. Sua influência adaptativa age sobre os sistemas fisiológicos em função da demanda energética e de atividade de acordo com a situação em que o indivíduo está. As alterações fisiológicas mais percebidas pelo próprio indivíduo em situações de perigo e desequilíbrio são as frequências cardíaca, respiratória e sudorese. Essa maior percepção pode explicar a grande quantidade de trabalhos científicos com elaboração de hipóteses a respeito das variações cardiorrespiratórias e de condutância da pele e a influência do SNA. (LOUREIRO, 2018). Sistema Nervoso Simpático: A ação simpática está relacionada à mobilização de energia, permitindo ao organismo reagir a situações de estresse; por meio da liberação de adrenalina dos seus botões terminais, promove-se o aumento da frequência cardíaca, da pressão arterial e da glicose circulante. (GUYTON; HALL, 2006). Sistema Nervoso Parassimpático: a ação parassimpática está relacionada a atividades relaxantes, como a vasodilatação e a redução da frequência cardíaca, por meio da liberação do seu neurotransmissor, a acetilcolina. (GUYTON; HALL, 2006) Sistema Nervoso Entérico: também conhecido como o "segundo cérebro", esse sistema é o menos conhecido dos três e se encarrega de gerar respostas emocionais a partir da secreção de neurotransmissores como a serotonina, a dopamina e os opioides endógenos. Graças a esse sistema entendemos melhor o que são neurotransmissores e como eles se relacionam com as emoções. (GABELA, 1979). Os sinais eferentes do sistema nervoso autónomo são transmitidos para os vários órgãos através de duas subdivisões importantes: o sistema nervoso autónomo simpático (SNAS) e o sistema nervoso autónomo parassimpático (SNAP) ZHONG, 2004, apud FRANCO, 2013). 14 3 NEUROPLASTICIDADE - ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA Fonte: neuroconecta.com.br Segundo OLIVEIRA (2001), plasticidade neural refere-se à capacidade que o SNC possui em modificar algumas das suas propriedades morfológicas e funcionais em resposta às alterações do ambiente. Na presença de lesões, o SNC utiliza-se desta capacidade natentativa de recuperar funções perdidas e/ou, principalmente, fortalecer funções similares relacionadas às originais. Para PIEK (2004), a plasticidade neural pode ser considerada a habilidade do cérebro em recuperar uma função através de proliferação neural, migração e interações sinápticas, já a plasticidade funcional o grau de recuperação possível de uma função por meio de estratégias de comportamento alteradas. A reabilitação do cérebro lesado pode promover reconexão de circuitos neuronais lesados. Quando há pequenas perdas de conectividade a tendência é que ocorra uma recuperação autônoma, enquanto que, grandes perdas poderão acarretar em perda permanente da função. Algumas lesões são potencialmente recuperáveis, mas para tanto, necessitam de tratamentos precisos, mantendo níveis adequados de estímulos facilitadores e inibidores. As mudanças organizacionais dependem das áreas lesadas e íntegras pré-existentes e da localização da lesão e são encontradas em ambos os hemisférios cerebrais. (OLIVEIRA, 2001). O SNC possui uma rede neural complexa, com células altamente especializadas, que fazem milhares de conexões a todo momento e determinam a 15 sensibilidade e as ações motoras, traduzindo-as em comportamento. Na presença de lesões, há um desarranjo nesta rede neural e o SNC inicia seus processos de reorganização e regeneração. (OLIVEIRA, 2001). Talvez este fenômeno constitua um mecanismo de reparo endógeno pelo qual o cérebro tente minimizar as perdas neurais. O conceito de reabilitação no AVE atualmente é baseado nas evidências da neuroplasticidade, considerada responsável pela recuperação dos movimentos. Os métodos terapêuticos que induzem alterações neuroplásticas, levam a uma melhor recuperação motora e funcional do que os métodos tradicionais. O avanço de nossa compreensão sobre as mudanças neuroplásticas associado ao comprometimento motor pós-AVE e os mecanismos inatos de reparação é fundamental para este esforço. (YOU, 2005). A neuroplasticidade faz parte de um processo dinâmico, no qual o input aferente, quando adequadamente direcionado, proporciona vantagens terapêuticas. A Fisioterapia, por sua vez, utiliza-se de estratégias que se baseiam na biomecânica e em estímulos sensoriais tornando-se imprescindível após o AVE, tendo como objetivo principal a promoção de uma reorganização cerebral, além de estimular a plasticidade neuronal, tendo em vista que, após uma lesão no SNC, ocorre uma reorganização cortical promovida pelo próprio organismo, que necessita de tratamento (YEN et al., 2008. apud DA SILVA, 2014). 3.1 Reabilitação Embora existam limitações, as células saudáveis vizinhas à lesão podem assumir parte da função dos neurônios danificados. Dessa forma, o indivíduo que sofreu algum tipo de lesão cerebral tem a possibilidade de ter um aumento de sua qualidade de vida devido essa autorreparação do SNC. No entanto, a recuperação de uma função através da plasticidade depende de fatores como: idade, local da lesão e a função correspondente, e a qualidade do primeiro atendimento prestado ao paciente após a ocorrência da lesão. (LENT, 2004). Nos casos em que há danos no SNC, um programa de reabilitação pode ser conduzido para melhorar ou amenizar o quadro patológico. Diversos profissionais podem trabalhar para a reabilitação do paciente através da plasticidade neural: psicólogo, fisioterapeuta, médico, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo. Na maior parte dos casos, é necessária a intervenção de uma equipe multiprofissional. Após a avaliação detalhada, um plano de tratamento deverá ser elaborado, com o treinamento de estratégias que estimulem os neurônios saudáveis a suprir as funções 16 correspondentes ao local da lesão. Cada caso é individual e a evolução do paciente depende de diversos fatores já citados. No entanto, existe uma série de recursos cada vez mais aprimorados para possibilitar ao paciente maior autonomia e qualidade de vida. (LENT, 2004). A plasticidade neural é maior durante a infância, e declina gradativamente, sem se extinguir na vida adulta, e ocorre tanto no hemisfério intacto como no lesionado. Há várias formas de plasticidade, regenerativa, axônica, sináptica, dendrítica, somática e habituação que é uma de suas formas mais simples. (LENT, 2004, apud BORELLA, 2008). A prática de atividade motora e a aprendizagem de habilidades podem alterar sinapses ou reduzir eventos moleculares na área lesionada ou nas áreas mais remotas do córtex, incluindo as não diretamente prejudicadas. De acordo com CAURAUGH (2005), o planejamento e execução de movimentos bilaterais podem facilitar a plasticidade neural, e isso pode ocorrer por três mecanismos: desinibição do córtex que permite maior uso das vias poupadas no hemisfério danificado; aumento do recrutamento de vias ipsilaterais para suplementar as vias cruzadas danificadas do hemisfério contralateral e aumento da regulação dos comandos descendentes. O treino de tarefas ou habilidades funcionais sensibiliza árvores dendríticas que estão repletas de canais sinápticos excitáveis operando em diferentes escalas de tempo, permitindo uma sofisticada plasticidade neural. (CAURAUGH, 2005). O hemisfério contralesional parece se beneficiar também com o enriquecimento motor por habilidades específicas ou movimentos voluntários. O prejuízo da função motora, geralmente contralateral, em algum tempo, provoca o uso compensatório do lado intacto. (CAURAUGH, 2005). Após lesão encefálica, tanto a intensidade do tratamento, como o intervalo de tempo entre a lesão e o início da reabilitação influenciam a recuperação da função nervosa. É necessária precaução para iniciar os tratamentos, pois o uso excessivo antecipado (um a sete dias depois da lesão) no membro prejudicado causa exacerbação da lesão e piora dos resultados comportamentais. Estudos elaborados por KOZLOWSKJ, et al (1996) comprovam essa teoria. Eles observaram que animais submetidos a uso forçado precoce do membro apresentaram colocação errônea do mesmo, respostas diminuídas à estimulação sensorial e uso defeituoso da pata para suporte postural. Ainda mais, o córtex desses animais, apresentou grande aumento da lesão e ausência de crescimento dendrítico e de brotamento. 17 4 AVALIAÇÃO NEUROFUNCIONAL E ASSISTÊNCIA FISIOTERAPÊUTICA DOMICILIAR NO PACIENTE ADULTO COM DISFUNÇÃO NO SISTEMA NERVOSO. Fonte: medicalfisiatra.com A avaliação neurofuncional tem como objetivo determinar a etiologia provável dos problemas neurológicos, de modo que possam ser prestados os cuidados apropriados. Nela é necessário levantar o histórico do paciente, identificando os sinais e sintomas, o padrão e a progressão da patologia, que fornecem indicações importantes quanto a causa da disfunção do sistema nervoso. Após o histórico do paciente é feito o exame clínico, onde testes específicos são realizados para avaliar a função dos sistemas sensorial, autônomo e motor. Quando indicados, outros testes podem ser realizados para avaliar funções específicas do sistema nervoso. Sintetizando as informações do histórico e do exame clínico do paciente, o fisioterapeuta chega a um diagnóstico. (MARQUES, 2005). A avaliação do fisioterapeuta compreende os métodos e técnicas de prévio diagnóstico e avaliação do paciente tendo por finalidade detectar o real estado do paciente, para só então prescrever os métodos e técnicas que possa desenvolver, traçando objetivos a serem alcançados mediante as condições clinicas do paciente. (UMPHRED, 2004, apud GAVIM, 2013). A padronização dos termos em uma ficha de avaliação neurológica garante um melhor diagnóstico e tratamento do paciente além de facilitar o acompanhamento por meio de estudos epidemiológico das patologias. Entretanto, não existe uma ficha 18 padronizada para avaliação fisioterapêutica neurológica. O cuidado do fisioterapeuta pode trazer uma contribuiçãosignificativa para esse paciente. Porém, a forma como esses profissionais vão conduzir seu atendimento e tomar decisões importantes depende de uma série de fatores, dentre eles, o acesso à informação necessária e adequada. ROTEIRO DE AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA NO ADULTO Nome: Data de Nascimento: ____/____/____ Idade: _____________ Diagnóstico clínico Data da Aplicação: SINAIS VITAIS: PA: FR: FC: Sat. O2: Anamnese queixa principal: História da moléstia pregressa: Pessoal Familiar História da moléstia atual: Principais sinais e sintomas: Inspeção:( ) Coluna vertebral ( )deformidades, ( )desvios, ( )gibosidades, ( ) contraturas paravertebrais. ( ) Temperatura ( ) Estado de nutrição ( ) Respiração ( ) Face ( expressão emocional, fácies típicas) ( ) Trofismo (volume, atrofia, hipotrofia, hipertrofia, pseudo-hipertrofia PADRÕES POSTURAIS: (Neste item, descrever a postura que o indivíduo adota nas diferentes posições e como permanecem os membros superiores e inferiores, o tronco, o pescoço e a cabeça. Ex: inclinação lateral de cabeça presente para o lado direito, marcar com “X” as alternativas “sim” e “D”). PALPAÇÃO: (O avaliador deve palpar os músculos apresentados na tabela abaixo observando a tensão muscular.) (1) Flacidez - Diminuída; (2) Normal; (3) Rigidez - Aumentada. 19 Avaliar um paciente impossibilitado em suas funções requer um roteiro de análise que permita ao fisioterapeuta um aprofundamento de conhecimentos a respeito de seu paciente, fornecendo-lhe dados para uma boa avaliação. (UMPHRED,2004, apud GAVIM, 2013). Posição adotada na avaliação: Sentada ( ) Em pé ( ) Deitada: prono ( ) / supino ( ) Músculos Direito Esquerdo Deltoide Bíceps Tríceps Peitoral Abdominais Oblíquos Quadríceps Tríceps Sural Isquiotibiais Gastrocnêmio Observações: _______________________________________________________ Tônus muscular (O avaliador deve testar o tônus muscular nos diferentes grupos apresentados e classificá-lo de acordo com o quadro abaixo): Escala de Ashworth Modificada: (0) Nenhum aumento no tônus muscular; (1) Leve aumento do tônus muscular, manifestado por uma tensão momentânea ou por resistência mínima, no final ADM, quando a região é movida em flexão ou extensão; (1+) Leve aumento do tônus muscular, manifestado por tensão abrupta, seguida de resistência mínima em menos da metade da ADM restante; (2) Aumento mais marcante do tônus muscular, durante a maior parte da ADM, mas a região é movida facilmente; (3) considerável aumento do tônus muscular, o movimento passivo é difícil; (4) parte afetada rígida em padrão postural. Escala de Ashworth Modificada DIREITA ESQUERDA 20 Grupos Musculares Flexores de Ombro Extensores de Ombro Flexores de Cotovelo Extensores de Cotovelo Flexores de Punho Extensores de Punho Flexores de Quadril Adutores de Quadril Flexores de Joelho Dorsiflexores de Tornozelo Plantiflexores de Tornozelo Mobilidade: Força muscular: (0) Ausência de contração; (1) Há uma leve contração, porém, incapaz de produzir movimento; (2) Há movimento somente na ausência da gravidade; (3) Consegue realizar movimento vencendo a gravidade; (4) Consegue realizar movimento vencendo a gravidade e também uma resistência externa; (5) Consegue realizar movimento superando uma resistência maior que o músculo bom. Articulações Grupos Musculares Grau de Força D E 21 Ombro Flexão Extensão Abdução Adução Rotação Interna Rotação Externa Cotovelo Flexão Extensão Pronação Supinação Punho Flexão Extensão Desvio Ulnar Desvio Radial Tronco Flexão Extensão Rotação Quadril Flexão Extensão Adução Abdução Rotação Interna Rotação Externa Joelho Flexão Extensão Tornozelo Dorsiflexão Plantiflexão Reflexos: (Para testar os reflexos deve-se utilizar o martelo de percussão para determinar sua amplitude.) Legenda: (A) - Aumentado: hiperreflexia (D) - Diminuído: hiperreflexia (SR) -Sem reflexo, ausente: arreflexia (N) - Normal- normorreflexia A avaliação fisioterapêutica busca limitar as complicações secundárias, enquanto se maximiza toda e qualquer habilidade remanescente, uma avaliação minuciosa busca diminuir as consequências da lesão como melhora da ADM, tônus, espasticidade. (PARTRIDGE, 2006, apud GAVIM, 2013). 22 Reflexos Profundos: Reflexos Classificação D E Estilorradial Bicipital Tricipital Patelar Aquileu Reflexos Superficiais: Reflexos Classificação D E Babinski Cutâneo Abdominal Outros reflexos e sinais: Reflexos Classificação D E Sinais de automatismo medular Impulso extensor Tríplice flexão Sincinesias Clônus (Descrever o local de sua ocorrência e como ele tem início.) Local que ocorre D E Sensibilidade: Diminuída - hipoestesia (D) Sem reflexo, ausente - anestesia (A) Aumentada - hiperestesia (A+) Não testada (NT) EXTEROCEPTIVA – SUPERFICIAL D E Tátil MS: Braço MS: Braço 23 Pode ser utilizado um algodão. Antebraço Mão MI: Coxa Perna Pé Tronco: Anterior Posterior Antebraço Mão MI: Coxa Perna Pé Tronco: Anterior Posterior Térmica Pesquisa-se capacidade do paciente diferenciar temperaturas. Utiliza-se tubos de ensaio, um contendo água gelada e outro água quente. MS: Braço Antebraço Mão MI: Coxa Perna Pé Tronco: Anterior Posterior MS: Braço Antebraço Mão MI: Coxa Perna Pé Tronco: Anterior Posterior Dolorosa Pesquisa-se utilizando uma agulha de tricô ou palito de dente. MS: Braço Antebraço Mão MI: Coxa Perna Pé Tronco: Anterior Posterior MS: Braço Antebraço Mão MI: Coxa Perna Pé Tronco: Anterior Posterior Discriminação tátil É pesquisada através de estímulo simultâneo de dois pontos vizinhos (5 cm entre um ponto e outro). Deverá ser utilizada em áreas homólogas do corpo comparando-as nos hemicorpos. MS: Braço Antebraço Mão MI: Coxa Perna Pé Tronco: Anterior Posterior MS: Braço Antebraço Mão MI: Coxa Perna Pé Tronco: Anterior Posterior Na fisioterapia acredita-se que "somente através de uma avaliação completa e sistemática é possível se estabelecer um diagnóstico correto". (MAGEE, 2002, apud WEINTRAUB, 2011). PROPRIOCEPTIVA – PROFUNDA D E Cinético – postural Coloca-se passivamente um determinado segmento de membro numa dada posição e orienta-se o 24 paciente a reprodução da atitude com o segmento homólogo. Paciente de olhos fechados. POSTURAS PARA MMSS: Abdução de ombro com flexão de cotovelo; Flexão de ombro com extensão de punho POSTURAS PARA MMII: Flexão de joelho com flexão de quadril; Dorsiflexão com inversão. Barestésica Pressão É pesquisada exercendo-se pressão progressiva, com a polpa de um dedo ou um objeto rombo, sobre a pele em pontos diferentes do corpo, devendo o paciente acusar em que ponto se exerceu maior pressão. MS: Braço Antebraço Mão MI: Coxa Perna Pé Tronco: Anterior Posterior MS: Braço Antebraço Mão MI: Coxa Perna Pé Tronco: Anterior Posterior Estereognósica Paciente com olhos fechados, coloca-se em cada uma das mãos objetos comuns (devem ser evitados objetos que o paciente possa reconhecer através da audição ou olfato). Manobras deficitárias: Positivo (+) Negativo (-) MANOBRAS D E Manobrasdos braços estendidos Paciente na posição sentada, deve manter seus membros superiores na posição de juramento, com os dedos afastados em do outro. Teste positivo se dentro de um minuto o membro parético apresenta oscilações e tende a abaixar-se lenta e progressivamente. Manobra de Mingazzini Paciente em decúbito dorsal flete as pernas em ângulo reto sobre as coxas e estas sobre a bacia. Teste positivo se surgir oscilações e/ou queda progressiva do segmento. Manobra de Barré Paciente em decúbito ventral, com as pernas fletidas formando um ângulo reto com as coxas. Teste positivo se surgir oscilações e/ou queda imediata ou progressiva de uma ou de ambas as pernas. Prova da queda do joelho 25 Paciente em decúbito dorsal, pernas fletidas sobre as coxas, calcanhares apoiados no tablado, pés em flexão sobre as pernas. Teste positivo se notar progressiva extensão deste segmento e os joelhos tendem a baixar-se até a posição horizontal, em 2 ou 3 minutos. Prova da queda do membro inferior em abdução Decúbito dorsal, as pernas são fletidas sobre as coxas, mantendo- se o apoio plantar bilateral sobre o leito, de tal forma que os membros inferiores formem com o tronco um ângulo reto. Teste positivo se surgir que do membro de abdução de maneira progressiva ou imediata. Prova da mão escavada Paciente em decúbito dorsal, antebraços fletidos em 90 graus sobre os braços, mãos dispostas verticalmente, no mesmo plano que os antebraços e com a face palmar voltada para dentro. Teste positivo se a mão cair bruscamente. Prova do afastamento dos dedos O paciente deverá manter as mãos abertas e separar os dedos uns dos outros, tanto quanto possível. Teste positivo se há tendência à flexão e a região palmar apresenta-se escavada. A avaliação dos principais sinais e sintomas da esclerose múltipla torna-se importante, pois quando bem realizada permite uma intervenção mais precoce possível, para minimizar alterações sensóriomotoras resultantes de surtos recidivantes, e que podem ser mensuradas de forma tanto objetiva quanto subjetiva. (DESOUZA, 2000, apud RODRIGUES, 2008). Coordenação: Sinal de Romberg (Paciente em posição ereta, pés unidos e olhos fechados. Teste positivo se houver oscilações corpóreas ou queda): Prova de índex – nariz (Ordena-se ao paciente que estenda o membro superior, e em seguida, procure tocar a ponta do nariz com a ponta do indicador. Inicialmente com olhos abertos e posteriormente com olhos fechados. Teste positivo se paciente não conseguir atingir o alvo ou faz de modo imperfeito): Prova do calcanhar – joelho: (Paciente em decúbito dorsal e com ambos os membros inferiors estendidos, deve tocar o seu joelho com a ponta do calcanhar do lado oposto. A prova deve ser repetida diversas vezes, com os olhos abertos e fechados.): Prova de Stewart – Holmes: (Pede-se ao paciente que deve estar sentado para executar uma flexão do antebraço contra resistência oposta pelo examinador que bruscamente a relaxa. Teste positivo se o antebraço não frear o movimento): Prova da oposição do polegar c/dedos: 26 Prova dos movimentos alternados: (Ordena-se ao paciente que estenda os antebraços e mãos e efetue, com a maior velocidade possível, movimentos sucessivos de pronação e supinação. Teste positivo se o movimento de um dos lados for lento e mal executado.) Mudança de decúbito: 1- Verificar se o paciente passa para uma posição sozinho 2- Permanece nessa posição sem necessitar de ajuda 3- Tempo que consegue permanecer em pé ou sentado MUDANÇA CLASSIFICAÇÃO Sentado para em pé Em pé para sentado Sentado para deitado Decúbito dorsal para ventral Decúbito ventral para dorsal Marcha: Tipo de marcha Apresenta dificuldades: Quais: Ficha de avaliação adaptada por: TOLOSA, 1969 e SANVITO, 1996. Equilíbrio: Escala de BERG Equilíbrio é a capacidade física que permite controlar qualquer posição do corpo sobre uma base de apoio, sendo parada ou em movimento, esse equilíbrio é alcançado por uma combinação de ações musculares que tem o propósito de sustentar uma posição corporal e interage com a força da gravidade. (GOBBI, 2005, apud SOZZO, 2017). A aplicação da Escala de Equilíbrio de Berg é de extrema importância para demonstrar o déficit de equilíbrio de cada indivíduo, principalmente em pacientes que sofreram AVC e apresentam um comprometimento motor. Sendo assim, o tratamento fisioterapêutico visa atender as necessidades de cada paciente, minimizando o risco de quedas. Posição sentada para posição em pé. Instruções: Por favor, levante-se. Tente não usar suas mãos para se apoiar. 04 () capaz de levantar-se sem utilizar as mãos e estabilizar-se independentemente. 27 03 () capaz de levantar-se independentemente e estabilizar-se independentemente. 02 () capaz de levantar-se utilizando as mãos após diversas tentativas. 0 1() necessita de ajuda mínima para levantar-se ou estabilizar-se. 0 () necessita de ajuda moderada ou máxima para levantar-se. Permanecer em pé sem apoio. Instruções: Por favor, fique em pé por 2 minutos sem se apoiar 04 () capaz de permanecer em pé com segurança por 2 minutos. 03 () capaz de permanecer em pé por 2 minutos com supervisão 02 () capaz de permanecer em pé por 30 segundos sem apoio. 01 () necessita de várias tentativas para permanecer em pé por 30 segundos sem apoio. 0 () incapaz de permanecer em pé por 30 segundos sem apoio Observação: Se o paciente for capaz de permanecer em pé por 2 minutos sem apoio, dê o número total de pontos para o item 3. Continue com o item 4. Permanecer sentado sem apoio nas costas, mas com os pés apoiados no chão ou num banquinho. Instruções: Por favor, fique sentado sem apoiar as costas, com os braços cruzados, por 2 minutos 04 () capaz de permanecer sentado com segurança e com firmeza por 2 minutos. 03 () capaz de permanecer sentado por 2 minutos com supervisão. 02 () capaz de permanecer sentado por 30 segundos. 01 () capaz de permanecer sentado por 10 segundos. 0 () incapaz de permanecer sentado sem apoio por 10 segundos. Posição em pé para posição sentada. Instruções: Por favor, sente-se 04 () senta-se com segurança, com uso mínimo das mãos. 03 () controla a descida utilizando as mãos. 02 () utiliza a parte posterior das pernas contra a cadeira para controlar a descida. 01 () senta-se independentemente, mas tem descida sem controle. 0 () necessita de ajuda para sentar-se. Transferências. Instruções: Arrume as cadeiras perpendicularmente ou uma de frente para a outra, para uma transferência em pivô. Peça ao paciente que se transfira de uma cadeira com apoio de braço para uma cadeira sem apoio de braço, e vice-versa. Você poderá utilizar duas cadeiras ou uma cama e uma cadeira. 28 04 () capaz de transferir-se com segurança com uso mínimo das mãos. 03 () capaz de transferir-se com segurança com o uso das mãos. 02 () capaz de transferir-se seguindo orientações verbais e/ou supervisão. 01 () necessita de uma pessoa para ajudar. 0 () necessita de duas pessoas para ajudar ou supervisionar a tarefa com segurança. Permanecer em pé sem apoio com os olhos fechados. Instruções: Por favor, fique em pé e feche os olhos por 10 segundos. 04 () capaz de permanecer em pé por 10 segundos com segurança. 03 () capaz de permanecer em pé por 10 segundos com supervisão. 02 () capaz de permanecer em pé por 3 segundos. 01 () incapaz de permanecer com os olhos fechados durante 3 segundos, mas mantém-se em pé. 0 () necessita de ajuda para não cair. Permanecer em pé sem apoio com os pés juntos. Instruções: Junte seus pés e fique em pé sem se apoiar. 04 () capaz de posicionar os pés juntos, independentemente, e permanecer por 1 minuto com segurança. 03 () capaz de posicionar os pés juntos, independentemente, e permanecer por 1 minutocom supervisão. 02 () capaz de posicionar os pés juntos, independentemente, e permanecer por 30 segundos. 01 () necessita de ajuda para posicionar-se, mas é capaz de permanecer com os pés juntos durante 15 segundos. 0 () necessita de ajuda para posicionar-se e é incapaz de permanecer nessa posição por 15 segundos. Alcançar à frente com o braço estendido, permanecendo em pé. Instruções: Levante o braço a 90º. Estique os dedos e tente alcançar à frente o mais longe possível. O examinador posiciona a régua no fim da ponta dos dedos quando o braço estiver a 90º. Ao serem esticados para frente, os dedos não devem tocar a régua. A medida a ser registrada é a distância que os dedos conseguem alcançar quando o paciente se inclina para frente o máximo que consegue. Quando possível peça ao paciente que use ambos os braços, para evitar rotação do tronco. 04 () pode avançar à frente mais que 25cm com segurança. 03 () pode avançar à frente mais que 12,5cm com segurança. 02 () pode avançar à frente mais que 5cm com segurança. 01 () pode avançar à frente, mas necessita de supervisão. 0 () perde o equilíbrio na tentativa, ou necessita de apoio externo. 29 Pegar um objeto do chão a partir de uma posição em pé. Instruções: Pegue o sapato/chinelo que está na frente dos seus pés. 04 () capaz de pegar o chinelo com facilidade e segurança. 03 () capaz de pegar o chinelo, mas necessita de supervisão. 02 () incapaz de pegá-lo, mas se estica, até ficar a 2-5cm do chinelo, e mantém o equilíbrio independentemente. 01 () 1 incapaz de pegá-lo, necessitando de supervisão enquanto está tentando. 0 () incapaz de tentar, ou necessita de ajuda para não perder o equilíbrio ou cair. Virar-se e olhar para trás por cima dos ombros direito e esquerdo enquanto permanece em pé. Instruções: Vire-se para olhar diretamente atrás de você por cima do ombro esquerdo, sem tirar os pés do chão. Faça o mesmo por cima do ombro direito. O examinador poderá pegar um objeto e posicioná-lo diretamente atrás do paciente para estimular o movimento. 04 () olha para trás de ambos os lados com boa distribuição do peso. 03 () olha para trás somente de um lado; o lado contrário demonstra menor distribuição do peso. 02 () vira somente para os lados, mas mantém o equilíbrio. 01 () necessita de supervisão para virar. 0 () necessita de ajuda para não perder o equilíbrio ou cair. Girar 360º Instruções: Gire completamente em torno de si mesmo. Pausa. Gire completamente em torno de si mesmo para o lado contrário. 04 () capaz de girar 360º com segurança em 4 segundos ou menos. 03 () capaz de girar 360º com segurança somente para um lado em 4 segundos ou menos. 02 () capaz de girar 360º com segurança, mas lentamente. 01 () necessita de supervisão próxima ou orientações verbais. 0 () necessita de ajuda enquanto gira. Posicionar os pés alternadamente no degrau ou banquinho enquanto permanece em pé sem apoio. Instruções: Toque cada pé alternadamente no degrau/banquinho. Continue até que cada pé tenha tocado o degrau/banquinho 4 vezes 04 () 4 capaz de permanecer em pé independentemente e com segurança, completando 8 movimentos em 20 segundos. 03 () capaz de permanecer em pé independentemente e completar 8 movimentos em mais de 20 segundos. 02 () capaz de completar 4 movimentos sem ajuda. 01 () capaz de completar mais de 2 movimentos com o mínimo de ajuda. 0 () incapaz de tentar ou necessita de ajuda para não cair. 30 Permanecer em pé sem apoio com um pé à frente. Instruções: Demonstre para o paciente. Coloque um pé diretamente à frente do outro na mesma linha; se você achar que não irá conseguir, coloque o pé um pouco mais à frente do outro pé e levemente para o lado. 04 () capaz de colocar um pé imediatamente à frente do outro, independentemente, e permanecer por 30 segundos. 03 () capaz de colocar um pé um pouco mais à frente do outro e levemente para o lado, independentemente, e permanecer por 30 segundos. 02 () capaz de dar um pequeno passo, independentemente, e permanecer por 30 segundos. 01 () necessita de ajuda para dar o passo, porém permanece por 15 segundos. 0 () perde o equilíbrio ao tentar dar um passo ou ficar em pé. Permanecer em pé sobre uma perna. Instruções: Fique em pé sobre uma perna o máximo que você puder sem se segurar. 04 () capaz de levantar uma perna, independentemente, e permanecer por mais de 10 segundos. 03 () capaz de levantar uma perna, independentemente, e permanecer por 5-10 segundos. 02 () capaz de levantar uma perna, independentemente, e permanecer por 3 ou4 segundos. 01 () tenta levantar uma perna, mas é incapaz de permanecer por 3 segundos, embora permaneça em pé independentemente. 0 () incapaz de tentar, ou necessita de ajuda para não cair. Total: (Fonte: Escala de BERG, 1992). 4.1 Assistência fisioterapêutica domiciliar no paciente adulto com disfunção no sistema nervoso 31 Fonte: fazfacil.com.br O sistema nervoso central é responsável por receber e processar informações, as lesões neurológicas desencadeiam fatores que acometem as funções motoras e cognitivas levando a limitações impostas por sua deficiência. (DELISA, 2002, apud GAVIM, 2013). Segundo BEZERRA (2015), a visita domiciliar é uma tecnologia que viabiliza a criação de espaços de intersubjetividade, onde ocorrem falas, escutas e interpretações. Trata-se de momentos de cumplicidade nos quais pode haver responsabilização acerca dos problemas que serão enfrentados. Essa tecnologia permite, entre outras possibilidades, o trabalho com comunicação, observação, diálogo e relato oral e escrito. A fisioterapia domiciliar é uma prática que vem crescendo muito em diversos países, como o Brasil. São diversos os motivos que levam o paciente ou sua família a optar pelo serviço de fisioterapia domiciliar, em vez do atendimento convencional em uma clínica de fisioterapia, sendo esses motivos desde uma incapacidade físico- funcional, como uma restrição ao leito, até a comodidade e praticidade desse tipo de atendimento. (DA SILVA, 2011). Algumas particularidades do tratamento fisioterapêutico em Home care: O paciente não terá que se locomover até a clínica, tendo muitas vezes que enfrentar trânsito e congestionamento, e poderá escolher o melhor horário para o atendimento no conforto de sua residência, com a sua família, local onde se sente mais seguro e à vontade, fatores que influenciam positivamente no tratamento. Há ainda casos em que o paciente se encontra restrito ao leito, condição que exige da família maiores demandas de trabalho para o seu deslocamento ao atendimento fisioterapêutico em uma clínica. Ou ainda em outros casos de reabilitação de pacientes com restrições motoras, que necessitam de intervenções diárias para estar aptos ao retorno às atividades da vida diária (AVDs). A ação dos cuidados fisioterapêuticos mostra-se como ferramenta de excelência. (AS SILVA, 2011). A prestação deste serviço é regulada pela resolução normativa 428 de 07/11/2017 da ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar, que estabelece que caso a operadora de saúde ofereça a internação domiciliar em substituição à internação hospitalar, com ou sem previsão contratual deverá obedecer às exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA e ao previsto nas alíneas "c", https://www.migalhas.com.br/depeso/272374/home-care-significado-vantagens-e-previsao-legal 32 "d", "e" e "g" do inciso II do artigo 12 da lei 9.656/98 (Lei dos Planos de Saúde). Submete-se, ainda, às normas da resolução 1668/03 do Conselho Federal de Medicina, que determina quais as especialidades dos profissionais que devem compor as equipes multidisciplinares de assistência a pacientes internados em regime domiciliar, além dos tipos de serviços que as empresas de home care devem dispor para prestar uma boa assistência ao paciente. (ANS, 2017).O tratamento em sistema home care deve ser considerado como uma continuação da internação hospitalar iniciada, mudando-se, apenas, o local de tratamento do paciente. A Atenção Domiciliar foi instituída pela Portaria nº 2.029 de 24 de agosto de 2011, foi substituída pela Portaria nº 2.527 de 27 de outubro de 2011, sofreu alterações e acréscimos pela Portaria nº 1.533 de julho de 2012 e pela Portaria nº 963 de maio de 2013 do Ministério da Saúde e foi redefinida pela Portaria nº 825 de 25 de abril de 2016. (BRASIL, 2016, apud BRASIL, 2017). Antes de dar início ao atendimento, para que sejam designadas às necessidades e possíveis adaptações domiciliares, é necessário fazer uma avaliação fisioterapêutica que inclui: Exame Físico Geral: analisa o nível de consciência, estado afetivo, distúrbios de cognição e linguagem; Inspeção: avaliar a necessidade de sonda, presença de curativos, edemas, coloração da pele, trofismo muscular, se existem deformidades ósseas e articulares, entre outras alterações; Avaliação Respiratória: avaliar o tipo de tórax, ritmo respiratório, ventilação, padrão respiratório, expansibilidade, ausculta e se faz uso de ventilação mecânica Palpação: engloba o tônus muscular, amplitude de movimento, força muscular, reflexos patológicos, testes de coordenação e mobilidade no leito; Após a avaliação o fisioterapeuta deve ser realizado uma conversar com os familiares, pois se forem necessárias alterações no domicílio, elas devem ser realizadas para um melhor aproveitamento da terapia. (TORTORA, 2007). Entre os cuidados domiciliares repassados à família incluem: Orientações de Saúde em Geral; Treinamento quanto ao Uso das Órteses/Próteses; Orientação sobre a Importância da Continuidade do Tratamento e a sua Realização Diária. https://www.migalhas.com.br/depeso/272374/home-care-significado-vantagens-e-previsao-legal https://www.migalhas.com.br/depeso/272374/home-care-significado-vantagens-e-previsao-legal https://blogfisioterapia.com.br/avaliacao-postural-estatica/ https://blogfisioterapia.com.br/avaliacao-postural-estatica/ 33 4.2 Sessão de fisioterapia home care Após a avaliação minuciosa, o próximo passo é traçar uma conduta individualizada e personalizada para o paciente em questão. Durante a avaliação o fisioterapeuta deve avaliar também o local em que as sessões serão realizadas, a fim de criar adaptações que permitam a realização do atendimento. A quantidade e frequência de visitas domiciliares do fisioterapeuta irão variar de acordo com o prognóstico do paciente. (AMARAL, 2001). Acessórios podem ser levados pelo terapeuta ou comprados pelos familiares para auxiliar na reabilitação. A sessão deverá ser montada de acordo com os objetivos propostos para aquele dia de atendimento (treino respiratório, treino de marcha, fortalecimento de Membros superiores, entre outros). (AMARAL, 2001). MATERIAIS RECOMENDADOS: Ficha de monitorização; Luvas de procedimento; Kit de aspiração traqueal; AMBU; Incentivador respiratório; Halter; Faixa elástica; TENS. (AMARAL, 2001). Na passada imediatamente anterior ao obstáculo acontece o planejamento da margem de segurança do pé com o obstáculo, garantindo acurada informação sobre suas propriedades (MOHAGHEGHI et al., 2004, apud GOBBI, 2006) Alguns acessórios são necessários para um atendimento domiciliar seguro, como por exemplo o esfigmomanômetro para aferir a pressão arterial do paciente antes e depois de seu atendimento, para verificar se não existem alterações significativas ou alterações geradas durante a realização dos exercícios, bem como o estetoscópio, usado para ausculta cardíaca, com o objetivo de verificar presença de arritmias ou alterações cardíacas e para realizar ausculta pulmonar, que irá identificar problemas respiratórios e presença de secreções, auxiliando na prescrição da conduta daquele dia. Halteres, tornozeleiras e therabands podem ser utilizados para facilitar a realização de exercícios resistidos, porém não são obrigatórios. É possível realizar esses mesmos exercícios utilizando a resistência do terapeuta ou adaptando pesos utilizando garrafas de água, sacos de alimentos, cabo de vassouras, entre outros. (BENASSI et al., 2012). Para realização de fisioterapia respiratória para fortalecimento de músculos da mecânica respiratória podem ser utilizados os incentivadores, mas caso o paciente não possua e não tenha condições financeiras de adquirir, podem ser realizadas https://blogfisioterapia.com.br/reabilitacao-de-pacientes-com-avc/ 34 adaptações utilizando bexigas, canudos. Caso seja necessária a realização de aspiração, são necessários os equipamentos para esse fim (aspirador, sondas, soro fisiológico, luvas estéreis e de procedimento, gaze, máscara e óculos de proteção). Outros objetivos também deverão ser traçados, como por exemplo a prevenção de contraturas e deformidades. Para tal, o fisioterapeuta deve realizar mobilizações contínuas com exercícios de alongamento e fortalecimento (ativo ou passivo, caso o paciente não possua força muscular necessária) para evitar o declínio funcional. Prevenir complicações originadas pelo imobilismo, através do posicionamento adequado no leito e mobilização precoce, para prevenir as deformidades e perdas funcionais e até mesmo a indicação de órteses, que podem ser prescritas para auxiliar no correto posicionamento no leito. É importante que o fisioterapeuta conheça seu paciente e suas condições para realizar as adequações que o paciente necessita, e, busca do maior conforto e seguridade para a prevenção e promoção da saúde. Além de que, o fisioterapeuta pode educar e capacitar os membros da família para o cuidado com o paciente doendo no domicilio, pois a atuação fisioterapêutica vai além da atenção apenas ao paciente, envolve também a família e os cuidadores. (FELÍCIO, et al, 2005). Observações: BEZERRA (2015), relata em seus estudos que a relevância da visita domiciliar se evidencia pelo fato de dispor de condições propícias a mudanças, confrontando o modelo hegemônico, centrado na doença, no qual predomina uma postura profissional de pouca interação com a comunidade. Em relação à diferenciação do atendimento na unidade e no domicílio, percebe-se a preferência dos usuários pela assistência domiciliar, por possibilitar uma maior vinculação com os profissionais da saúde. É preciso ter cuidados redobrados em relação às infecções. A higiene durante os atendimentos de fisioterapia home care deve ser tratada de forma séria, evitando o risco de infecções que possam causar doenças no paciente que, por estar doente, pode apresentar um sistema imunológico deficiente. Antes de todo atendimento é necessário lavar as mãos e utilizar álcool gel. Luvas e máscaras devem ser utilizadas durante toda a terapia, principalmente nos pacientes em ventilação mecânica. 35 5 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DO PACIENTE ADULTO HEMIPLÉGICO (PARÉTICO) PÓS-AVE Fonte: icor.com.br Segundo COSTA (2011), o acidente vascular cerebral (AVC) representa a terceira causa de morte em vários países do mundo e principal causa de incapacidade física. A forma de paralisia cerebral que atinge um dos lados do corpo, a hemiplegia pode ser causada por diferentes tipos de lesão cerebral. O quadro também pode ocorrer por conta de um acidente vascular cerebral (AVC). A fisioterapia consiste na principal forma de tratamento da hemiplegia, especialmente na recuperação da qualidade de vida e da autonomia do paciente. A hemiplegia se manifesta pela sensibilidade na região afetada, dificuldade na pronúncia das palavras devido ao descontrole muscular, dores nas articulações e rigidez dos membros. O aspecto facial também é bastante peculiar: a boca desalinhada no lado afetado e a dificuldade em fechar um dos olhos são as características mais perceptíveis. (COSTA, 2011). Quando a doença afeta o lado esquerdo do cérebro, por exemplo,além dos sintomas verificados no lado direito do corpo, o paciente pode ter dificuldades em reconhecer símbolos numéricos e prejuízos à memória. O indivíduo acometido de hemiplegia raramente consegue reverter por completo os danos causados pela doença. Mas a fisioterapia neurofuncional é extremamente eficiente no controle das sequelas. O início do tratamento logo após a manifestação da doença e a manutenção 36 contínua podem acelerar a recuperação e potencializar os resultados. A fisioterapia também pode auxiliar na recuperação da autonomia do paciente no que se refere às suas atividades diárias, além da redução de inflamações nas articulações, que acabam gerando dor e desconforto. (SANTILII, 2009). O encurtamento de pernas e braços, típico da doença e resultante da espasticidade severa, costuma comprometer a independência do enfermo. A melhoria da locomoção, com maior mobilidade tanto dos membros superiores quanto dos inferiores, neste caso, está entre os objetivos principais do tratamento. Por fim, a fisioterapia também pode ser eficaz para a melhoria do aspecto facial assimétrico que a hemiplegia ocasiona, bem como para a redução dos reflexos involuntários resultantes da doença. (SANTILII, 2009). Pacientes com hemiparesia exibem redução na velocidade da marcha e no tamanho do passo, bem como na diminuição do equilíbrio, além de fazer uso de padrões primitivos para andar, de elevado consumo de energia e inabilidade em transferir o peso para o membro acometido. (TORRIANI, 2005, apud TORRIANI, 2008). 5.1 Treino de marcha Em todas as doenças neurológicas um programa de tratamento que incorpore principalmente o treino de atividades funcionais, é sempre essencial para uma maior independência dos pacientes, acredita-se que um dos elementos que permitem a evolução clínica desses pacientes é que o treino dessas atividades interfira de forma benéfica na neuroplasticidade estimulando-a. (KANDEL, 2003, apud BORELLA, 2008). A recuperação da marcha é uma tarefa difícil e dispendiosa, os pacientes muitas vezes são incapazes de produzir a força muscular necessária para manter a postura e caminhar. Para estes casos, é necessário prover um suporte para proteger estes sujeitos de quedas. Por meio dos sistemas convencionais de ajuda para auxílio na marcha como barras paralelas, muletas e bengalas, a quantidade de peso aliviada não é constante e nem facilmente quantificável. Outro fato é que estes dispositivos dependem da força, controle de tronco e coordenação dos pacientes. Além disso, o consumo energético do paciente com a utilização destes auxílios para a marcha é maior. Assim, com estes dispositivos, muitas vezes, não se consegue gerar as condições para um treino de marcha seguro e eficaz (GAZZANI, 2000). Restaurar a deambulação requer variadas técnicas e geralmente exige assistência considerável do terapeuta para segurar o peso do paciente e aumentar 37 seu equilíbrio. No treino de marcha convencional, muitas vezes, o resultado não satisfaz o paciente, com padrões assimétricos de movimento e, principalmente, com dificuldade de percorrer maiores distâncias. Para aperfeiçoar este processo, deu-se início à prática de reabilitação na esteira e, mais tarde, o treino de marcha na esteira com suporte de peso corporal. (COELHO, 2004). O método Bobath pode ser uma alternativa para a restauração do padrão funcional da marcha com ênfase na simetria. Para isso, são utilizados movimentos reflexos inibitórios em sedestação e ortostatismo prévios ao treino de marcha (HESSE, 1993, apud COSTA, 2014). Treino de marcha com suporte parcial de peso O terapeuta deve corrigir o que diagnosticou como deficitário durante o tratamento, que deve ser realizado na velocidade mais alta possível, desde que confortável. A quantidade de suporte deve ser diminuída até ser eliminada. Apesar de ser viável para o treino de marcha, o suporte de peso corporal ainda carece de estudos que venham a responder às questões que ainda estão abertas. (HAUPENTHAL, 2008). A marcha é um processo intrínseco resultante da integridade de diferentes tipos de reflexos e influenciado por um conjunto de mecanismos corporais. (MACHADO, 2002, apud TORRIANI, 2008). 38 6 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DO PACIENTE ADULTO PÓS TRAUMATISMO CRÂNIOENCEFÁLICO (TCE) As lesões ocasionadas no TCE podem levar a déficit físicos como plegia que pode envolver os membros, alteração do tônus, ataxia, distúrbios sensoriais, controle postural deficiente. Também causam distúrbios da fala; déficit cognitivos que levam a alterações da atenção e concentração, dificuldades com aprendizagem, reconhecimento de objetos e desordem na relação espacial; além de déficit de comportamento como labilidade emocional, agressividade, impulsividade, desorientação, agitação, irritabilidade, baixo limiar de frustação e desinibição sexual. (ALMEIDA, 2012). Na conduta fisioterapêutica inicial enfatiza a promoção de boa função respiratória e a prevenção de contraturas, e o tratamento das consequências da espasticidade e as anormalidades de movimentos e de tônus muscular. A fisioterapia respiratória visa evitar a produção de secreções, possível infecção e insuficiência respiratória, e ampliar a oxigenação do cérebro. Nesta fase, o paciente deve ser manipulado adequadamente, evitando-se a superextimulação, e o posicionamento na cama. (ALMEIDA, 2012). TAUB (2007), relata que a reabilitação engloba quatro categorias de função; física, mental, afetiva e social. A função física refere-se às habilidades sensóriomotoras necessárias ao desempenho das atividades de vida diária e instrumentais, que são habilidades avançadas e consideradas vitais para independência do indivíduo na comunidade. A função mental está relacionada à capacidade intelectual e cognitiva do indivíduo; já a função afetiva diz respeito às habilidades afetivas e estratégias de lidar com os problemas e dificuldades, por fim, a função social se refere à capacidade de interagir com outras pessoas de forma bem sucedida, ao desempenho dos papéis e obrigações sociais. Assim, os serviços de reabilitação organizados com equipes multiprofissionais são necessários para guiar o planejamento do tratamento e promover a abordagem de todos esses aspectos. Exercícios propostos: Alongamentos: aumentam os ganhos funcionais; Estimulação sensorial; Estimulação da musculatura dos membros inferiores (propriocepção). 39 A curto prazo é necessário fortalecimento da musculatura paravertebral, músculos responsáveis pela respiração, musculatura dos membros superiores. Posteriormente, deve ser fortalecido os músculos dos membros inferiores. A excitabilidade do hemisfério afetado pelo AVE fica reduzida devido a lesão em si e ao desuso, bem como há evidência de desequilíbrio na interação entre os hemisférios (LINDENBERG et al., 2010, apud DA SILVA, 2014). 7 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DO PACIENTE COM ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA (ELA). Segundo BANDEIRA (2010), ELA é uma doença neurodegenerativa que acomete tanto o neurônio motor superior quanto o inferior, caracterizada pela deterioração progressiva das células do núcleo motor dos nervos cranianos do tronco encefálico, do corno anterior da medula e das vias corticoespinhais e corticobulbares. ZANOTELI (2004), afirma ainda que nessa doença, não há comprometimento primário das funções sensitivas, vesico-esfincterianas e sexuais como também das funções corticais superiores como inteligência e memória. Na EM há a desmielinização da matéria branca que envolve e protege os hemisférios cerebrais, tronco cerebral, cerebelo, medula espinhal e nervos ópticos. Isso leva a um déficit da condutividade nervosa do cérebro, causando a limitação da capacidade dos neurônios de levarem e receberem informações. (ZANOTELI, 2004) A doença se caracteriza pela fraqueza muscular, atrofia, fasciculações, hipotoniae cãibras musculares características do neurônio motor inferior. Também ocorrem reflexos tendinosos hiperativos, sinal de Babinski, clônus e espasticidade, características do neurônio motor superior, além de disfagia, disartria, sialorreia e insuficiência respiratória. (BANDEIRA, 2010). O tratamento destes pacientes exige uma atenção multidisciplinar com múltiplas orientações a fim de contribuir na melhora da qualidade de vida. O tratamento fisioterápico é essencial para o portador de ELA, e a abordagem permeará durante toda a evolução da doença. A conduta é baseada na prevenção e no quadro clínico atual do paciente. E, apesar do tratamento ser específico e individualizado, é possível estabelecer diretrizes gerais para a reabilitação. (BANDEIRA, 2010). O fisioterapeuta busca avaliar e prescrever exercícios para a manutenção da amplitude de movimento, otimizar a função muscular ainda existente e para prevenir https://blogfisioterapia.com.br/tendinopatia-de-supraespinhal/ 40 as complicações decorrentes do desuso e da lesão, para a manutenção do tônus muscular, e prevenção de possíveis quadros álgicos e edemas. (ZANOTELI, 2004), São propostas duas a três sessões semanais com duração aproximada de 45 minutos realizadas por um profissional, em conjunto com um programa de exercícios diários realizados pelos cuidadores. São indicados exercícios de moderada para baixa resistência onde a prescrição é feita de acordo com o quadro apresentado pelo paciente determinando intensidade, duração e repetições apropriada para cada situação, buscando evitar quadros de fadiga e dor, mobilização passiva das articulações, técnicas neuromusculares proprioceptivas de facilitação e de relaxamento muscular, exercícios de equilíbrio postural e dinâmico, alongamentos e massagem. (MIDDLETON, 2000). Devido ao quadro de rápida evolução e consequente perda de funcionabilidade, o terapeuta tem que dispor de recursos auxiliares para a reabilitação e melhora das atividades de vida diária. (MIDDLETON, 2000). A prescrição de órteses e equipamentos como tornozeleira antieqüino, talas, andadores, bengalas e muletas podem ser indicadas como estratégias para otimizar a deambulação. É indicado colar cervical macio para a fase inicial de fraqueza muscular de pescoço e, posteriormente, o semirrígido para os casos de “drop head”. Também a utilização de talas e goteiras para prevenção da instalação de possíveis retrações ou deformidades em membros superiores ou inferiores, assim como de colchões e almofadas adequadas para prevenção de úlceras de decúbito e finalmente em conjunto com a equipe da Terapia Ocupacional a indicação de cadeira de roda adaptada prescrita em uma fase anterior à perda de marcha, como um recurso de conservação de energia. Descrições recentes de conexões cerebelares com diferentes áreas corticais vieram demonstrar a participação do cerebelo também em atividades comportamentais. Assim como os gânglios da base, enquanto as alças que conectam o cerebelo ao córtex motor se relacionam com atividades motoras, as alças que o conectam com o córtex pré-frontal se relacionam com funções cognitivas e comportamentais. (MIDDLETON, 2000, apud RIBAS, 2007). Também é papel do fisioterapeuta monitorar as habilidades funcionais dos pacientes, determinar modos eficientes e efetivos para que os mesmos possam realizar suas atividades de vida diárias. Além disso é necessário explicar a mecânica corporal com o intuito de facilitar as trocas posturais, ensinar as técnicas de transferências para o paciente e cuidadores, avaliar o domicílio e solicitar mudanças 41 no ambiente com intuito de proporcionar ao paciente maior liberdade de movimentos seguros. Independente do momento que se encontra o tratamento abrir um diálogo sincero e objetivo com o paciente e familiares, aliar-se a eles para poder proporcionar o melhor atendimento, ensinar e esclarecer dúvidas são atos que, além de trazer benefícios reais ao tratamento, aumentam a confiança e o respeito da família pelo fisioterapeuta, pois demonstram não só o profissionalismo mas também humanidade e solidariedade para com eles. (MIDDLETON, 2000). 8 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DO PACIENTE LESADO MEDULAR ADULTO Fonte: irecereporter. com.br A fisioterapia dos pacientes acometidos por uma lesão raquimedular vem, nos últimos anos, acompanhando mudanças de paradigmas relacionados ao processo de reabilitação. Essas mudanças são função das melhores evidências científicas para o entendimento e condução das intervenções terapêuticas. Entende-se que a fisioterapia não se restringe apenas a uma intervenção isolada, mas que é parte de um processo que envolve: um conjunto de ações de uma equipe multiprofissional; o comprometimento do paciente em seu programa terapêutico; o envolvimento e a dinâmica familiar; a existência de adaptações e da acessibilidade. (PIASSAROLI, 2012). 42 Primeiramente é necessária uma avaliação detalhada, porém objetiva para traçar o melhor plano de tratamento para o paciente. O protocolo de tratamento deve seguir o nível do diagnóstico clínico. O profissional deve entender a importância de conhecer as capacidades motoras reais, referentes a cada nível de lesão, as quais são consideradas elementos do desempenho motor. (PIASSAROLI, 2012). Os principais objetivos do programa terapêutico, na fase de reabilitação, são: Aumentar a força muscular; Incrementar a resistência ao esforço físico, mantendo e/ou aumentando a amplitude de movimento; Reduzir a espasticidade e estimular vias sensoriais; Melhorar a percepção do novo centro de gravidade; Promover a estabilidade postural e facilitar o equilíbrio dinâmico e estático; Prevenir deformidades e complicações secundárias; Conquistar maior autonomia. (PIASSAROLI, 2012). A deficiência física é uma disfunção motora, caracterizada por complicações que levam a uma limitação da coordenação e motricidade fina/ampla, levando a um mau funcionamento ou paralisia dos membros superiores e inferiores. Deste modo, o indivíduo irá ter dificuldades na realização no que se diz respeito à mobilidade. Este tipo de deficiência pode estar associado em várias etiologias entre as principais estão: fatores genéticos, fatores virais ou bacterianos, neonatais, lesões neurológicas, neuromusculares e amputações. (PEDRETTI, 2005, apud FILIPINI, 2015). 8.1 Protocolo proposto: Para estabilização e fortalecimento de tronco e membros superiores: Para que a estabilidade da coluna seja alcançada, o fortalecimento máximo da musculatura residual deve ser gradualmente iniciado. O trabalho enfocando o fortalecimento da cabeça, dos MMSS e tronco é fundamental, pois constitui a base para a mobilidade no leito, para as transferências e propulsão de cadeira de rodas. Para isso pode ser utilizado primeiramente o peso do próprio membro. Posteriormente bola e até mesmo halteres. O treino dos exercícios deve ser realizado de forma progressiva em grau de dificuldade, variando-se as posições, os planos de superfície e as habilidades solicitadas. Exercícios de transferência de peso para membros superiores e treino de equilíbrio, sentado e sentado para de pé. A tolerância da posição ortostática nem sempre é suportada durante os estágios iniciais da reabilitação. Isto se deve, na maioria das vezes, ao quadro de hipotensão postural, comum nos pacientes com lesões cervicais e torácicas acima de 43 T6, por isso é necessário cautela e atenção aos sinais e sintomas que o paciente possa vir a sentir. Antes de trabalhar o treino de marcha em si, é necessário realizar exercícios de fortalecimento de membros inferiores, bem como transferências laterais para que o paciente adquira percepção quando for realizar a marcha propriamente dita. Segundo HESSE (1993), antes e durante o treino de marcha podem ser utilizadas manobras para inibição do tônus facilitando assim a realização
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