trabalho semestral8

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ADRIANO DE FREITAS MANHÃES
O fascismo
UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ (UNOPAR)
 LICENCIATURA EM HISTÓRIA
ITU/SP
2021
ADRIANO DE FREITAS MANHÃES
O fascismo
Trabalho semestral apresentado à UNOPAR, como requisito parcial da disciplina de História
ITU/SP
2021
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	3
1 O fascismo	4
2 A banalidade do mal	6
3 COMO MORREM AS DEMOCRACIAS?	8
CONSIDERAÇÕES FINAIS	10
INTRODUÇÃO
Nesse trabalho estudaremos o conceito de fascismo ou nazifascismo.
Com a polarização exagerada entre os espectros políticos de esquerda e direita, muito se é usado palavras como fascismo, fascista, socialista, comunista. Em geral é usado de forma errada por políticos populistas e militantes radicais, mais ainda no caso de dentar ofender o adversário usando palavras como essas para dizer que aquele ou outro político é autoritário. 
É importante sabermos exatamente o que é socialismo, democracia e fascismo para não cometermos esses erros. Nas páginas seguintes estudaremos a diferença entre esses regimes políticos e se as democracias estáveis realmente correm risco de falecimento!
Fascismo foi um fenõmeno ligado a países como Itália e Alemanha e veremos como os estudiosos destacam nessa nossa reflexão o quanto é errado relaciona-lo a ditaduras da América latina, Ásia e Africa. Embora essas ditaduras não sejam do aspecto socialista também estão distante do Fascismo que estudamos.
Também estudaremos um erro muito comum que é relacionar o fascismo como uma especie de socialismo ou algo ligado a esquerda. Por mais que possa apresentar uma ligação ou outra com as já conhecidas ditaduras de esquerda, alguns aspectos o distancia e acabam colocando no oposto do socialismo marxista!
O fascismo
O fascismo também conhecido como nazi-fascismo é estudado por historiadores, sociólogos, psicólogos e cientistas políticos desde que esses regimes começaram ascender na Europa. Esse fenômeno histórico ocorreu no mundo europeu entre 1922 e 1945, o período entre guerras, e se caracteriza como um regime totalitário que se opunha tanto as democracias liberais como as ditaduras socialistas. Mas antes de seguirmos o nosso estudo, devemos separar as diferenças entre o Fascismo italiano e o Nazismo alemão.
Assim como o Fascismo, o Nazismo defendia o controle total do Estado pelo partido, o ultranacionalismo, o militarismo e a crença da superioridade racial porém de modo muito mais extremista e cruel! O nazismo apesar de conter ideas fascistas era muito mais um movimento do que um sistema politico. Esse movimento seria um fascismo que acumulava tais pecularidades como: carácter nacionalista,imperialista e bélico.
Apesar de o fascismo estar muito ligado a Itália e Benito Mussolini, não era tão grande essa ligação como era no caso do nazismo de Adolf Hitler. Há como se pensar em um Fascismo longe da Itália e sem Mussolini, porém o mesmo não se pode dizer sobre o caso do nazismo de Adolf Hitler e a alemanha. Não se podia e nem se pode pensar no nazismo sem sua ligação com a Alemanha e com outro líder que não seja o próprio Hitler.
Há um certo consenso entre os pesquisadores que esse era um movimento situado na Alemanha e Itália, o que descarta outros modelos de regimes totalitários da América Latina, Africa e Ásia. Esses modelos eram erroneamente chamados de fascistas por seus opositores.
Uma das principais características do Estado Fascista era a associação com a sociedade de massas. Essas massas estavam descontentes com a democracia e sofrendo com uma séria depressão econômica, fato esse que foi muito utilizado através da propaganda fascista para aumentar seus adeptos. 
Ditaduras e movimentos extremistas porém em lados opostos da mesma moeda. Por estar no lado político oposto do socialismo que era uma política e movimento de extrema esquerda, tanto o Fascismo como o Nazismo, são colocados na posição de extrema direita. Pelo fato de Benito Mussolini ter sido membro do partido socialista e Adolf Hitler se referir a sua ideologia e ao seu partido como um Nacional Socialismo, há certa confusão de qual posição ideológica os fascistas ocupam.Apesar de serem contra o capitalismo também se opoem as idéias marxistas.O socialismo no nome do partido de Hitler significa mais como algo social, sociedade e não a definição marxista e Benito Mussolini ao ser expulso do partido socialista queria criar um grupo de oposição ao partido socialista, acabando na criação do partido fascista italiano.
Há 3 interpretações clássicas sobre o Fascismo: uma doença moral da Europa vista pelos liberais, produto lógico e inevitável segundo os radicais e antiproletária segundo os marxistas.
Uma abordagem que unia psicologia,sociologia e antropologia definia o fascismo como uma psicologia de massas frustadas com as consequências econõmicas da primeira guerra mundial e nutrindo muito ódio pela situação que viviam.
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Mesmo com interpretações e visões diferentes sobre o Nazifascismo, o fato é que os estudiosos do assunto tem um consenso em comum: esse fenõmeno político está relacionado somente a ditaduras alemã e italiana, sendo incorreto relacionar o termo a outras ditaduras mesmo que as mesmas possam até possuir alguma semelhança ou outra
A banalidade do mal
Para começarmos a análise, vamos retornar a um episódio especifico que foi o julgamento do oficial nazista Adolf Eichmann.Ele foi analisado de forma profunda pela escritora judia Hannah Arendt e resultou no seu livro mais polêmico conhecido como ``Jerusalém´´´.Por causa de seu livro a autora perdeu prestígio perante a comunidade intelectual de Israel, da Europa e até Estados Unidos. Foi o livro mais polêmico escrito em língua inglesa da decada de 1960.
A autora Hannah tentou se afastar dessa repercusão respondendo somente críticas de amigos próximos e de intelectuais a quais respeitava, como foi o caso do historiador judeu Gershom Scholem que em uma carta aberta afirmava que Hannah não tinha amor pelo povo judeu. Hannah Arendt respondeu que não negava sua identidade judaica mas não a via como algo essencial em sua vida!
Em sua análise a autora considera Adolf como um novo tipo de criminoso, um inimigo do gênero humano e que participava de um novo tipo de crime: assassinatos em massa num sistema totalitário.
Esse novo tipo de criminoso só pode ser entendido a partir de uma nova profissão que era o burocrata: sua função não era a de responsabilidade e sim de execução. Essa retórica era sempre sustentada pelo réu que dizia que apenas cumpria ordens. 
Adolf dizia que não era o monstro a qual era acusado de ser e que apenas cumpria ordens.Isso foi usado de forma constante pelo seu advogado que alega que seu cliente era somente obediente e essa característica foi abusado pelos líderes nazistas.Era apenas um homem virtuoso que havia sido abusado por maus líderes!
Eichmann sempre agia perante as leis e não entendia o fato de ser considerado um criminoso pois considerava ser um bom cidadão, mesmo vivendo em um Estado assassino!
O réu era muito apegado as regras de bom comportamento e sentia vergonha de alguns pequenos deslizes,mesmo que eles tivessem salvado vidas. Se sentia altamente envergonhado em admitir-las!
Hannah Arendt se convenceu de que aquele homem sendo julgado não era de fato um monstro.E isso era o que mais assustava: o fato de um homem bem comum ter feito tais coisas tão horríveis.O conceito de banalidade do mal vinha do fato de um homem comum, sociedade ou Estado achar tão comuns atos horrendos cometidos durante o Nazismo. Executar e torturar era algo tão banal que os próprios executores não sentiam pena, rancor, ódio, raiva, pelas suas vitimas.
Adolf era um homem superficial e mediocre sendo incapaz de se por no lugar de outra pessoa, não era um monstro o que não mudava o fato de ser culpado pelos assassinatos.
Ao focar sua análise sobre a sociedade alemã, a escritora encontrou pontos interessantes sobre o nazismo.A maioria da população acreditava em Hitler por mais bem educada e moral que fosse.Outro ponto é de que na alemanha havia sim uma oposição a Adolf Hitler, mas a mesma discordava somente a respeito da politica fascista sobre economia e outras coisas. Havia antisemitas também na oposição e que não descordavam do tratamento de Hitler com os judeus.
Além disso havia muitas divisões entre os judeus europeus sobre os Estados Nacionais. Havia um conselho de judeus dominados por ortodoxos e sionistas que se achavam no direito de selecionar quais judeus sobreviveriam causando assim grave prejuízo aos judeus assimilados. Os próprios judeus eram encarregados pelos oficiais do Terceiro Reich de organizar as listas de deportação e a dos campos de concentração.
Os judeus na alemanha tinham então 2 inimigos: as autoridades nazistas e as autoridades judaicas!
3 COMO MORREM AS DEMOCRACIAS?
Os autores americanos Steven Levitsky E Daniel Ziblatt fizeram uma pesquisa tendo como alvo os norteamericanos, avaliando a democracia estaduniense e se a mesma corre algum risco de ter o seu fim. Tiveram como principal aspecto da pesquisa a eleição de Donald Trump e o acirramento entre republicanos e democratas.
O texto escrito por Steven e Daniel descrevem a história americana e eventos que fortaleceram ou enfraqueceram a democracia americana. Segundo eles um dos fatos que ameaçam a democracia é o autoritarismo e deve ser combatido pelos próprios partidos políticos que são os guardiões da democracia.
Os partidos políticos devem estar atentos e barrar candidaturas de candidatos com viéis autoritário.Segundo os autores existem 4 características que sinalizam um certo autoritarismo:
1-rejeitar com palavras ou ações as regras do jogo democrático
2-negar a legitimidade dos oponentes
3-tolerar ou encorajar a violência
4-indicar uma disposição para reduzir liberdades civis ou da mídia
Donald Trump, segundo os autores, atendeu a todos os 4 critérios descritos acima.
No inicio da história americana federalistas e republicanos não se aceitavam como rivais legítimos tendo como principal conflito a questão escravocrata.Os agricultores brancos do sul e seus aliados democratas associavam o abolicionismo como algo apocalíptico, enquanto os outros acusavam os anti-abolicionistas como traídores da nação. A partir desses fatos ocorreu a guerra civil que promoveu um rompimento da democracia americana.
A reconstrução democrática foi um processo longo novamente por causa da questão abolicionista. Por causa da quinta emenda os afro-americanos se tornaram um eleitorado de peso e em virtude disso, todos os 11 estados reformaram suas constituições e leis eleitorais para impedir que pudessem votar. Como não se podia envolver nenhum tema de exclusão racial, colocaram instrumentos neutros como: taxas, requisição de propriedades, testes de alfabetismo e formulários complexos para impedir que esse público tivesse acesso ao voto.
O que aconteceu no caso de dificultar ao máximo o acesso de afro-americanos ao voto foi que os politicos usaram lagunas dentro da legislação americana para cometer um ato antidemocrático.Se as leis possuem lagunas e interpretações,o que protege a democracia?
A democracia não pode resultar somente de normas escritas e sim de entendimentos comuns na própria convivência entre os diferentes.A tolerância mútua em respeitar que os rivais são legitimos na disputa de poder e que sem eles não existiria uma verdadeira democracia é a base para que o autoritarismo não vença.
Nos setores da esquerda também ocorrem vários extremismos e desrespeito com a democracia,não é raro ver algum esquerdista chamando os membros do outro aspecto político de fascista.
 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como estudamos anteriormente, estudiosos diversos definem o Fascismo como algo ligado ao continente europeu, mais especificamente a países como Alemanha e Itália. Outras ditaduras que existem ou existiram na América Latina, Africa e Ásia não são de fato regimes fascistas mesmo contendo uma semelhança ou outra ou serem opostos as ditaduras socialistas. 
Após não restar mais duvidas, vamos responder a principal pergunta: ainda existem governos fascistas nos dias de hoje? A resposta é que não existem regimes Nazifascistas no mundo atual, existem sim até hoje ditaduras socialistas, embora em um número cada vez menor em volta do globo terrestre. Ditaduras com visões militares, religiosas ou nacionalistas não tem relação direta com movimentos fascistas mesmo sendo ditaduras que estão em um lado oposto a já conhecidas socialistas.
Nos tempos atuais há muitos casos de mlitantes e politicos principalmente de extrema esquerda/socialistas acusando o lado oposto de fascista. Mas como vimos anteriormente, são apenas atos ignorantes de um grupo dizendo combater os alienados e autoritários agindo de uma forma ainda mais ignorante e autoritária.O autoritarismo é muito ligado de forma errada ao Fascismo, pois todos os fascistas eram autoritários porém nem todos os autoritários são de fato fascistas.
O autoritarismo e extremismos estão presentes em vários grupos sociais, religiões, orgãos não governamentais e até em algumas escolas. Ou seja, seria uma estupidez relacionar todos esses atores como sendo fascistas.
Após refletirmos que ainda existem ditaduras no mundo atual e vários exemplos de autoritarismo dentro de democracias, nos perguntamos :a democracia realmente está em perigo?Eu diria que sim em democracias mais recentes ou fracas mas não em democracias já maduras e fortes.
Democracias maduras tem várias ferramentas para impedir a implantação de uma ditadura e um povo em sua gigantesca maioria, que não tem simpatia ou teve contato com regimes ditadoriais.Mais uma vez é importante ressaltar que existem sim pensamentos e grupos antidemocráticos nessas já fortalecidas democracias. 
Devemos sempre ficar atentos e devendermos todas as liberdades que só são conquistadas e mantidas em um regime democratico!!!
REFERÊNCIAS
 
Fascismo,Nazismo e Socialismo para você nunca errar
Jornal Estado de Minas Belo Horizonte/MG Brasil 2019
Disponível em: https://www.em.com.br
Andrade, Marcelo
A banalidade do mal e as possiblidades da educação moral 
Revista Brasileira de Educação Rio de Janeiro/RJ Brasil 2010
Levitsky, Steven; Ziblatt, Daniel 
A lei como arma na vida e morte das democracias
Revista Sociedade e Estado Rio de Janeiro/RJ Brasil 2019