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Vitória Ramos – P7 2021.1 UROLOGIA – AULA 05 TUMORES UROTELIAIS • Neoplasias que acometem o urotélio • Estadiamento e grau tumoral são importantes fatores prognósticos • Tumores uroteliais do trato urinário superior – renal, pelve renal, ureter • Tumores uroteliais do trato urinário inferior • 90% dos tumores uroteliais • 90% dos tumores de bexiga são uroteliais, 10% são todo o resto • Região do Vale do Nilo – única região cujo carcinoma basocelular é mais comum • Nona neoplasia mais comum e segunda neoplasia urológica mais comum • 3,2% dos casos de câncer em homens e 1,4% em mulheres • Décima terceira causa de morte, sendo mais comum em homens • Maior incidência em caucasianos, mas quando ocorre em negros a sobrevida acaba sendo menor • Diagnóstico – 75% restritos à bexiga e 25% já são metastáticos • Risco de invasividade tumoral é proporcional à idade • O homem branco tem 3x mais chance desse tumor do que a mulher branca e do que o homem negro • Mortalidade por idade semelhante entre os estágios da doença • Pico de incidência – 80 anos, mas pode ocorrer em qualquer idade FATORES DE RISCO ✓ Envelhecimento ✓ Tabagismo (principal fator modificável) – metabolização da nicotina faz com que alfa e betanaftilamina sejam eliminadas na urina, que é o que torna o fator de risco. Proporcional à carga tabágica ✓ Ocupacionais: indústria de tintas, borracha e petróleo ✓ Quimioterapia com ciclofosfamida ✓ Trauma físico contínuo ao urotélio CLASSIFICAÇÃO Tumores benignos são RAROS • Mataplasia epitelial – pode ser glandular ou escamosa – acha-se pela sondagem • Leucoplasia (1:10.000) – inflamação crônica e infecção – geralmente se faz apenas a observação, mas pode ser necessário tto • Papiloma Invertido – inflamação (cistites) crônica – hematúria e sintomas irritativos – faz-se rtu* *ressecção transuretral • Papiloma urotelial – não progride e não recidiva – rtu • Adenoma nefrogênico – nome devido a aparência histológica – vascularizado, então costuma causar hematúria– rtu • Cistite cística e glandular • Leiomioma – lesão extra epitelial, a mucosa da bexiga fica normal. LESÕES PRÉ-MALIGNAS Hiperplasia – Atipia – Displasia – Neoplasia LESÕES MALIGNAS Vitória Ramos – P7 2021.1 90% são uroteliais; 5% Carcioma Espinocelular; Adenocarcinoma são 2% Dividem-se em: Tumores Invasivos x Não-invasivos ✓ Tumores Não-Invasivos: Cresce para dentro da bexiga, apenas na região epitelial, na lâmina própria... ✓ Tumores Invasivos: Crescem mas vão tomando conta de músculo e outras regiões mais próximas à camada externa Crescimento plano, papilar (semelhante a um pólipo) e séssil (normalmente são invasivos) Alterações genéticas determinam potencial de invasão e metástase Neoplasia urotelial de baixo potencial maligno/carcinoma urotelial de baixo grau/carcinoma urotelial de alto grau Recorrência – pode ser prévia (<3meses) ✓ Multicentricidade, tamanho (>3cm), se já recidivou DIAGNÓSTICO ✓ Hematúria indolor (80%) – rompimento de vasos com o crescimento do tumor ✓ Irritabilidade vesical, poliaciúria ✓ Dor em flanco – parece litíase; ocorre quando o tumor cresce obstruindo algum óstio ureteral ✓ Massa pélvica palpável – tumor de pior prognóstico ✓ Edema de MMII, Caquexia, Astenia, Dor óssea – Síndrome Paraneoplásica ✓ Incidentalomas estão crescendo graças a USG. Ultrassonografia • Não é o padrão-ouro mas é o primeiro a ser solicitado na vigência de hematúria • O mais utilizado para estudo de tumores vesicais • Boa acurácia em tumores maiores de 5mm/ área papilar ou superfície vesical espessada focalmente • Hidronefrose • Limitação: não consegue definir profundidade de invasão • Não deve ser usada para seguimento pós-rtu Cistoscopia • Diagnóstico se a imagem de USG deixou dúvida – estabelece diagnóstico definitivo • Utilizado também para o seguimento pós-rtu • Permite visualização direta • Limitação: hematúria grosseria e divertículos – dificulta visualização • Contra-indicações → Bacteriúria, cistites, uretrites, prostatites, estenose ou lesão uretral, HPB obstrutiva (relativa) • Cistoscopia de luz azul / cistoscopia com faixa estreita de luz – métodos que aumentam ainda mais a acurácia Urografia • Bexiga de pequena capacidade/falha de enchimento Tomografia • Exame de imagem inicial em investigação de micro-hematúria (AUA) • Acurácia 98,3% na detecção de causas de hematúria • Pode identificar tumores na fase nefrográfica e na excretora Citologia Urinária • Suspeita de Carcinoma in situ (plano) – Não é detectado por USG e nem Cistoscopia • Urina de lavado vesical • Maior sensibilidade em tumores de alto grau Vitória Ramos – P7 2021.1 • Evita-se a primeira urina da manhã • Se Citologia positiva + ausência de lesões identificáveis por imagem → biópsia aleatória de bexiga ESTADIAMENTO Ta → Carcinoma papilífero não invasivo; Crescem no epitélio. Tis → In situ, tumor plano. T1 →Invade o tecido conjuntivo sub-epitelial; Cresce somente até a lâmina própria. T2 → Tumor que invade o músculo. INVASIVO T2a – Musculatura superficial, camada interna T2b- Musculatura profunda, camada externa T3 → Tumor invade o tecido perivesical ou peritoneal. T4 → Tumor invade outros órgãos, próstata, útero ou vagina. Estadiamento definido através de RTU ✓ Tumores T1 devem ser submetidos a re-RTU após a ressecção em 60 dias. Pois contatou-se um risco de pior prognóstico se não se faz isso. ✓ T3 e T4 estadiados nos produtos de Cistectomia. ✓ Então quem Estadia os tumores invasivos é a Cistectomia; Para medir prognóstico: A presença de doença linfonodal, o segundo mais importante é o tamanho da metástase linfonodal e o terceiro é se a lesão é de baixo ou alto grau. TRATAMENTO • Grupo heterogêneo – podem ser de Alto ou baixo grau • 70% são papilíferos (Ta); 20% até a lâmina própria (T1); 10% Tis, in situ. • Estratificação de risco – muitos modelos, pouca padronização • Tem-se a divisão em: ✓ Baixo risco – Ta, baixo grau, <3 cm. ✓ Risco intermediário – Ta, baixo grau, >3 cm. ✓ Alto risco – Ta de alto grau, porque por definição já é de alto risco. RTU • É padrão ouro para diagnóstico, estadiamento superficial e tratamento de tumores não-invasivos • Deve ser completa e para isso deve ter a presença do Detrusor – isso garante menor recorrência na primeira cistoscopia de controle. • Ressecção em bloco ou gradual • Cateter ureteral opcional Suspeita de Carcinoma In Situ (citologia positiva sem tumor visível) → Biópsia aleatória Se o tumor for no trígono da próstata → Biópsia prostática Vitória Ramos – P7 2021.1 Quimioterapia Perioperatória (Mitromicina C) • Droga que não tem no Brasil; • Recorrência 39% menor em Ta de baixo grau único; realizar no mesmo dia da RTU • Contra-indicada se suspeita de perfuração MANEJO ESPECÍFICO • Único e < 3 cm → Baixo risco, baixa recidiva e recorrência → RTU + Qt intravesical perioperatória • Múltiplo ou > 3 cm → Risco intermediário, alto risco de recorrência → RTU + Imunoterapia (BCG) BCG para casos de recorrência, se não resolver, nova ressecção. Citoscopias com biópsia nestas lesões → Substituição à RTU Seguimento com 3 meses e se tudo bem, repete com 1 ano. Varia com os guideliness. Investigação do trato superior não indicada. Neoplasias de alto risco, com tendência ao enraizamento RTU + re-RTU em 6 semanas (alta taxa de tumores residuais – 70%) Imunoterapia (BCG) de indução e manutenção é recomendada – diminui a recorrência dos tumores Alta sensibilidade de citologia Citologia positiva sem evidência de lesões – bx aleatória, bx prostática e investigação de trato superior Seguimento – trimestral por dois anos, semestral até cinco anos e anual após. • É de alto grau por definição • T1 concomitante e 50% e T2-4 em 60% • Precursor de tumores invasivos – concomitância com outros tumores sugere piorprognóstico TTO – Imunoterapia com BCG 70% resposta completa na indução 40-60% respondem no segundo ciclo Cistectomia em refratariedade – depois de 2-3 ciclos com bcg sem resposta. Alto risco e Alto grau Prognóstico depende do tamanho da lesão, multicentricidade, grau de invasão da lâmina própria, se tem Cis concomitante e a resposta a tto prévio. Variante micropapilar -> Prognóstico ruim → cistectomia RTU + re-RTU em seis semanas Imunoterapia com BCG – alta recorrência Cistectomia precoce -> Jovens, tumores múltiplos, Cis, envolvimento prostático, difícil acesso, re-RTU com lesão residual Vitória Ramos – P7 2021.1 Seguimento – trimestral por dois anos, semestral até cinco anos e anual após. FALHA DE TRATAMENTO • Tumores de Alto risco – recorrência 50% em um ano e 90% em cinco anos; • Tumores recorrentes após ciclo de 06 semanas de BCG – Falha da BCG ✓ Refrateriedade, resistência, recidiva ou intolerância • Tumores refratários são heterogêneos e o tto deve ser individualizado • Diferentes falhas possuem prognósticos diferentes – Tumores invasivos 25% dos casos são músculo-invasivos Cistoprostatectomia radical (tira a bexiga e a próstata) / exenteração pélvica anterior (retira útero e bexiga) ✓ Melhor sobrevida e recorrência local ✓ Baixa morbimortalidade perioperatória ✓ Resultados melhores que outras terapias ✓ Estadiamento preciso de tumores t2-4 ✓ Boa qualidade de vida • O ideal é retirar a lesão completamente na cistectomia e fazer uma linfadenectomia retroperitoneal adequada retirando pelo menos 10 linfonodos. • Se a lesão não é retirada completamente e ficam margens positivas, isso aumenta 10x a chance de recidiva. Já a retirada dos 10 linfonodos diminui a chance de recorrência pélvica e duplica a sobrevida em 5 anos • A cistectomia deve ser realizada em até 4 meses após a ressecção. E, o atraso na indicação da cistectomia pode gerar piora de sobrevida. – É curativa mas também pode ser paliativa (cistectomia higiênica). Avaliação pré-op deve sempre ser feita, pois é um procedimento de alto risco. Protocolo de Preservação Vesical • Quimioterapia; 50% das doenças invasivas desenvolverão metástases • Micrometástases não diagnosticadas em métodos de imagem • Neoadjuvante ou adjuvante • Baixo controle em doença com linfonodos positivos • Podem até ser tratados com RTU, cistectomia higiênica (retirar linfonodos); Porém, o tto padrão é o uso de cisplatina (alta toxicidade – então muitos pacientes não toleram). • Novas perspectivas vem sendo esperadas, com drogas menos tóxicas. • A cirurgia pode ser usada se for restrita a linfonodos e na bexiga. • Metástases viscerais e karnofsky <80 são associados a pior prognóstico Pode fazer: ✓ Novo Ciclo de BCG ✓ Cistectomia ✓ BCG + Interferon alfa 2 beta ✓ Quimioterapia ✓ Complexo de parede celular micobacterial ✓ Terapia assistida por dispositivo ✓ Radioterapia
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