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Estruturalmente, o sistema respiratório é constituído de duas partes − PARTE SUPERIOR do sistema respiratório, que inclui o nariz, a cavidade nasal, a faringe e estruturas associadas − PARTE INFERIOR do sistema respiratório, que inclui a laringe, a traqueia, os brônquios e os pulmões. Funcionalmente, o sistema respiratório também é constituído de duas partes − PARTE CONDUTORA - a sua função consiste em filtrar, aquecer e umedecer o ar e conduzi- lo para dentro dos pulmões ▪ Nariz ▪ Cavidade nasal ▪ Faringe (nasofaringe, orofaringe e laringofaringe) ▪ Laringe ▪ Traqueia ▪ Brônquios ▪ Bronquíolos ▪ Bronquíolos terminais − PARTE RESPIRATÓRIA - consiste em tubos e tecidos nos pulmões, onde ocorrem as trocas gasosas (constituem os principais locais de troca gasosa entre o ar e o sangue) ▪ Bronquíolos respiratórios ▪ Ductos alveolares ▪ Sacos alveolares ▪ Alvéolos FUNÇÕES • Entrada e saída de ar • Filtração do ar • Trocas gasosas • Sentido do olfato • Produção dos sons (fala) • Eliminação de água e calor Cavidade Nasal • Trata-se de um grande espaço na face anterior do crânio, situado inferiormente aos ossos nasais e superiormente à cavidade oral, formando a maior parte do nariz. • O ar que passa sobre a área respiratória é filtrado (vibrissas, que se encontram no vestíbulo do nariz), aquecido (devido a sua rica vascularização) e umedecido antes de atravessar o restante das vias respiratórias superiores até os pulmões. • A entrada da cavidade nasal é anterior, através das narinas. Abre-se posteriormente na parte nasal da faringe através dos cóanos. É revestida por túnica mucosa, com exceção do vestíbulo nasal, que é revestido por pele • A área olfatória (porção superior) contém o órgão periférico do olfato; a aspiração leva ar até essa área. o Bulbo olfatório: atravessa o etmoide, a lâmina cribiforme e os receptores • Anosmia = perda do olfato o Na COVID existe uma alteração decorrente do vírus diretamente ligada ao receptor • Hiponosmia = diminuição da perda do olfato SEIOS PARANASAIS • Os seios paranasais são extensões, cheias de ar, da parte respiratória da cavidade nasal para os seguintes ossos do crânio: frontal, etmoide, esfenoide e maxila. • São nomeados de acordo com os ossos nos quais estão localizados. • Os seios continuam a invadir o osso adjacente, e extensões acentuadas são comuns nos crânios de idosos • FUNÇÕES o Ajudar a filtrar o ar que respiramos o Aquecer e umidificar o ar que chegará aos pulmões. o Caixa de ressonância à voz. o Aliviar o peso do crânio. o Fornece a estrutura óssea para o rosto e os olhos SEIOS FRONTAIS • Seios pareados, situados anteriormente no osso frontal e drenando no interior do hiato semilunar do meato médio • Os seios frontais direito e esquerdo estão entre as lâminas externa e interna do frontal, posteriormente aos arcos superciliares e à raiz do nariz • Em geral, os seios frontais não são detectáveis em crianças até os 7 anos. • Cada seio drena através de um ducto frontonasal para o infundíbulo etmoidal, que se abre no hiato semilunar do meato nasal médio. • são inervados por ramos dos nervos supraorbitais (NC V1). • Os seios frontais direito e esquerdo raramente têm tamanhos iguais e, em geral, o septo entre eles não está totalmente situado no plano mediano CÉLULAS ETMOIDAIS • São pequenas invaginações da túnica mucosa dos meatos nasais médio e superior para o etmoide entre a cavidade nasal e a órbita • não são visíveis em radiografias simples antes de 2 anos de idade, mas são reconhecíveis nas imagens de TC. • As células etmoidais anteriores drenam direta ou indiretamente para o meato nasal médio através do infundíbulo etmoidal. • As células etmoidais médias abrem-se diretamente no meato médio e às vezes são denominadas “células bolhosas” porque formam a bolha etmoidal, uma saliência na margem superior do hiato semilunar • As células etmoidais posteriores abrem-se diretamente no meato superior. • São supridas pelos ramos etmoidais anterior e posterior dos nervos nasociliares (NC V1) SEIOS ESFENOIDAIS • Os seios esfenoidais estão localizados no corpo do esfenoide, mas podem estender-se até as asas deste osso • Estão divididos de modo desigual e são separados por um septo ósseo. Por causa dessa substancial pneumatização (formação de células aéreas), o corpo do esfenoide é frágil. • Apenas lâminas finas de osso separam os seios de várias estruturas importantes: os nervos ópticos e o quiasma óptico, a hipófise, as artérias carótidas internas e os seios cavernosos. • São derivados de uma célula etmoidal posterior que começa a invadir o esfenoide por volta dos 2 anos de idade. SEIOS MAXILARES • Os seios maxilares são os maiores seios paranasais. • Ocupam os corpos das maxilas e se comunicam com o meato nasal médio • O ápice do seio maxilar estende-se em direção ao zigomático e muitas vezes chega até ele • A base do seio maxilar forma a parte inferior da parede lateral da cavidade nasal • O teto do seio maxilar é formado pelo assoalho da órbita • O assoalho do seio maxilar é formado pela parte alveolar da maxila. Muitas vezes as raízes dos dentes maxilares, sobretudo dos dois primeiros molares, produzem elevações cônicas no assoalho do seio. • Cada seio maxilar drena através de uma ou mais aberturas, o óstio maxilar, para o meato nasal médio da cavidade nasal por meio do hiato semilunar. Sinusite Sinusite é a inflamação da mucosa “sinus” de um ou mais seios paranasais. Como os seios paranasais são contínuos com as cavidades nasais através de óstios que se abrem neles, a infecção pode disseminar-se das cavidades nasais, causando inflamação e edema da mucosa dos seios paranasais (sinusite) e dor local. A inflamação de vários seios (pansinusite), e o edema da mucosa pode obstruir uma ou mais aberturas dos seios para as cavidades nasais Pode ser causada por infecção microbiana (vírus, bactéria ou fungo), reações alérgicas, pólipos nasais ou desvio acentuado do septo nasal. Caso haja inflamação ou obstrução à drenagem do muco para a cavidade nasal, a pressão do líquido aumenta nos seios paranasais e pode surgir cefaleia sinusal. Outros sintomas são congestão nasal, incapacidade de sentir odores (anosmia), febre e tosse. Infecção das células etmoidais (sinusite etmoidal) − Em caso de obstrução à drenagem nasal, as infecções das células etmoidais podem se propagar através da frágil parede medial da órbita. − As infecções graves que têm essa origem podem causar cegueira, pois algumas células etmoidais posteriores situam-se próximo do canal óptico, que dá passagem ao nervo óptico e à artéria oftálmica. − A disseminação de infecção dessas células também poderia afetar a bainha de dura-máter do nervo óptico, causando neurite óptica. Infecção dos seios maxilares (sinusite maxilar) − Os seios maxilares são os mais frequentemente infectados, provavelmente porque seus óstios costumam ser pequenos e estão situados em posição alta nas paredes superomediais − A congestão da mucosa do seio costuma causar obstrução dos óstios maxilares. − Por causa da localização alta dos óstios, quando a cabeça está ereta a drenagem dos seios só é possível quando eles estão cheios. − Como os óstios dos seios direito e esquerdo situam-se nas regiões mediais, quando a pessoa está em decúbito lateral só há drenagem do seio superior. − Um resfriado ou alergia de ambos os seios pode resultar em noites rolando de um lado para outro na tentativa de drenar os seios maxilares. − Um seio maxilar pode ser canulado e drenado introduzindo-se uma cânula pelas narinas e através do óstio maxilar até o seio. Laringe • É um órgão cartilaginoso, sendo a parte mais superior do trato respiratório (sistema respiratório),e a caixa vocal do corpo humano. • Ela envolve e protege as cordas vocais, bem como a entrada para a traqueia, prevenindo que partículas de alimentos ou fluidos entrem nos pulmões. • Órgão da fonação e esfíncter que protege o trato respiratório inferior • Aproximadamente 8 cm de comprimento • Conecta a parte oral da faringe à traqueia • Situa-se anteriormente aos músculos pré-vertebrais, fáscia e corpos vertebrais de C4-C6 ESQUELETO DA LARINGE Três cartilagens pareadas e três não pareadas • CARTILAGEM EPIGLÓTICA (EPIGLOTE) o Cartilagem elástica foliar o Posteriormente à raiz da língua e ao osso hioide, anteriormente à entrada da laringe o A extremidade larga superior é livre o Extremidade inferior inserida, na linha média, no ângulo das lâminas tireóideas por meio do ligamento tireoepiglótico o As membranas quadrangulares seguem, de cada lado, entre as partes laterais da cartilagem epiglótica e as cartilagens aritenóideas o Margem livre superior da membrana quadrangular + cobrindo a mucosa = prega ariepiglótica o Durante a deglutição se posiciona sobrejacente à entrada da laringe • CARTILAGEM TIREÓIDEA o Composta por duas lâminas planas o Os dois terços inferiores das lâminas fundem-se na linha média para formar a proeminência da laringe (“pomo de Adão) o O terço superior das lâminas possui um entalhe que leva à formação da incisura tireóidea superior o A margem posterossuperior de cada lâmina projeta-se superiormente, formando os cornos superiores o A margem posteroinferior de cada lâmina projeta-se inferiormente, formando os cornos inferiores o Os cornos superiores e margens superiores das lâminas se inserem no osso hioide por meio da membrana tireo-hióidea • CARTILAGEM CRICÓIDEA o Em formato de anel de sinete, posicionando o sinete (a lâmina) em direção posterior o Contorno forte, espesso, completo de cartilagem o Fixada superiormente na cartilagem tireóidea pelo ligamento cricotireóideo mediano o Fixada no primeiro anel da traqueia pelo ligamento cricotraqueal • CARTILAGENS ARITENÓIDEAS (par) o Três lados, com um formato piramidal o Articulam-se com as partes superiores laterais da lâmina cricóidea o Possui três processos − Ápice: a cartilagem corniculada assenta-se no topo, inserindo-se na prega ariepiglótica − Processo vocal: inserção posterior para o ligamento vocal − Processo muscular: inserção para os músculos cricoaritenóideos posterior e lateral • CARTILAGENS CORNICULADAS E CUNEIFORMES o Nódulos nas pregas ariepiglóticas posteriores o Cuneiformes não fixadas a outras cartilagens o Corniculadas fixadas nos ápices das cartilagens aritenóideas Nasofaringe Orofaringe Epiglote Laringe Esôfago Traqueia Cartilagem tireóidea Reflexo da Tosse O reflexo da tosse é iniciado pela irritação dos receptores presentes na faringe, traqueia, carina, pontos de ramificação das grandes vias aéreas e porção distal das pequenas vias aéreas. Esses receptores são ativados por estímulos químicos (ácido, calor e compostos semelhantes à capsaicina) e mecânicos Os impulsos oriundos desses receptores atingem o centro da tosse na medula através do nervo vago. O reflexo da tosse é composto por vias aferentes, centrais e eferentes. − A via eferente é composta por fibras nervosas sensoriais vagais, que estão localizadas no epitélio ciliado das vias aéreas superiores e ramos cardíacos e esofágicos a partir do diafragma. Essas aferências chegam difusamente à medula. Desse local, o estímulo segue para o centro da tosse, localizado na porção superior do tronco cerebral e na ponte. − O centro da tosse é controlado por centros corticais superiores e gera eferências que estimulam a musculatura respiratória por meio do nervo vago, nervos frênicos e motores espinhais, para desencadear o reflexo da tosse As substâncias presentes na fumaça do cigarro inibem o movimento dos cílios. Se os cílios forem paralisados, somente a tosse consegue remover acúmulos de muco e poeira das vias respiratórias. É por esse motivo que os fumantes tossem tanto e estão mais propensos a ter infecções respiratórias. Aspiração de corpos estranhos Um corpo estranho, pode ser aspirado acidentalmente através do ádito da laringe para o vestíbulo da laringe, onde fica aprisionado acima das pregas vestibulares. Quando um objeto estranho entra no vestíbulo da laringe, há espasmo dos músculos laríngeos e tensão das pregas vocais. A rima da glote se fecha e a entrada de ar na traqueia é bloqueada. A consequente obstrução pode fechar totalmente a laringe (obstrução laríngea) e sufocar a pessoa, impedindo-a de falar porque a laringe está bloqueada. Quando um objeto atravessa o ádito da laringe e toca o epitélio vestibular, há tosse violenta. Devem-se implementar medidas de emergência para desobstruir a via respiratória. O procedimento usado Manobra de Heimlich − Como os pulmões ainda contêm ar, a compressão súbita do abdome eleva o diafragma e comprime os pulmões, expelindo o ar da traqueia para a laringe. − Em primeiro lugar, o punho cerrado, com a base da palma voltada para dentro, é colocado sobre o abdome da vítima, entre o umbigo e o processo xifoide do esterno. A outra mão segura o punho e o empurra com força para dentro e para cima, forçando o deslocamento superior do diafragma Fraturas do esqueleto da laringe As fraturas da laringe podem ser decorrentes de golpes sofridos durante a prática de esportes, como kickboxing e hóquei, ou da compressão pelo cinto de segurança em um acidente automobilístico As fraturas da laringe produzem hemorragia e edema da tela submucosa, obstrução respiratória, rouquidão e, às vezes, incapacidade temporária de falar. Lesão dos nervos laríngeos Nas lesões progressivas do nervo laríngeo recorrente, há perda da abdução dos ligamentos vocais antes da adução; por outro lado, durante a recuperação, a adução retorna antes da abdução. A rouquidão é o sinal comum de distúrbios graves da laringe, como o carcinoma das pregas vocais. A paralisia do nervo laríngeo superior causa anestesia da mucosa laríngea superior. Logo, há inatividade do mecanismo protetor destinado a evitar a entrada de corpos estranhos na laringe, e corpos estranhos podem entrar na laringe com facilidade. A lesão do ramo externo do nervo laríngeo superior ocasiona voz monocórdica, porque o músculo cricotireóideo paralisado suprido por ele não consegue variar o comprimento e a tensão da prega vocal. Essa lesão pode não ser notada nas pessoas que não costumam variar muito o tom da fala, mas é crucial para cantores ou pessoas que falam em público. Traqueia • É um tubo fibrocartilagíneo, sustentado por cartilagens (anéis) traqueais incompletas, que ocupa uma posição mediana no pescoço, já a sua parte posterior é composta por uma parede membranácea • A traqueia, que se estende da laringe até o tórax, termina inferiormente dividindo-se em brônquios principais direito e esquerdo. • A traqueia se bifurca no nível do plano transverso do tórax (ou ângulo do esterno) em brônquios principais, um para cada pulmão, que seguem em sentido inferolateral e entram nos hilos dos pulmões • Transporta o ar que entra e sai dos pulmões, e seu epitélio impulsiona o muco com resíduos em direção à faringe para expulsão pela boca. • A traqueia estende-se a partir da extremidade inferior da laringe no nível da vértebra C 6. Termina no nível do ângulo esternal ou do disco entre as vértebras T V, onde se divide nos brônquios principais direito e esquerdo • O epitélio da traqueia contem cílios, produção de muco pelas células caliciformes (com o intuito de lubrificar a sua parede) • A sua bifurcação forma os brônquios C6 T5 Traqueostomia A incisão transversal da pele do pescoço e da parede anterior da traqueia, traqueostomia, estabelece uma via respiratóriaem pacientes com obstrução das vias respiratórias superiores ou insuficiência respiratória Os músculos infra-hióideos são retraídos lateralmente, e o istmo da glândula tireoide é dividido ou retraído superiormente. É feita uma abertura na traqueia, entre o primeiro e o segundo anéis traqueais ou através do segundo, terceiro e quarto anéis. Em seguida, um tubo de traqueostomia é introduzido na traqueia e fixado. Para evitar complicações durante a traqueostomia, são importantes as seguintes relações anatômicas: − As veias tireóideas inferiores originam-se de um plexo venoso na glândula tireoide e descem anteriormente à traqueia − Uma pequena artéria tireóidea ima é encontrada em cerca de 10% das pessoas; ascende a partir do tronco braquiocefálico ou do arco da aorta até o istmo da glândula tireoide − Pode-se encontrar a veia braquiocefálica esquerda, o arco venoso jugular e a pleura, sobretudo em lactentes e crianças − O timo cobre a parte inferior da traqueia em lactentes e crianças − A traqueia é pequena, móvel e mole em lactentes, o que facilita a secção da parede posterior e a lesão do esôfago. Cricotireotomia Entre o anel da cricoide e a tireoide Em casos de emergência extrema (p. ex., obstrução importante das vias respiratórias, traumatismo facial ou cervical substancial ou angioedema) insere-se uma agulha calibrosa através do ligamento cricotireóideo mediano (coniotomia) para possibilitar a entrada rápida de ar. Mais tarde, pode ser realizada uma cricotireotomia cirúrgica (laringotomia inferior) que consiste em incisão da pele e do ligamento cricotireóideo mediano e inserção de um pequeno tubo de traqueostomia na traqueia. A cricotireotomia é um procedimento mais oportuno que a traqueostomia e, em geral, não é necessário manipulação da parte cervical da coluna vertebra Brônquios Principais • A traqueia bifurca-se em dois principais troncos bronquiais, direito e esquerdo, no nível do disco intervertebral T4T/5 (também o ângulo esternal de Louis) • A carina é uma crista do tipo quilha situada na bifurcação da traqueia nos brônquios principais • O brônquio principal direito é mais largo, mais curto e mais vertical do que o brônquio principal esquerdo porque entra diretamente no hilo do pulmão • O brônquio principal esquerdo segue inferolateralmente, inferiormente ao arco da aorta e anteriormente ao esôfago e à parte torácica da aorta, para chegar ao hilo do pulmão. • Nos pulmões, os brônquios ramificam-se de modo constante e dão origem à árvore traqueobronquial. Observe que os ramos da árvore traqueobronquial são componentes da raiz de cada pulmão (formada pelos ramos da artéria e das veias pulmonares, além dos brônquios). • Cada brônquio principal (“primário”) divide-se em brônquios lobares secundários, dois à esquerda e três à direita, e cada um deles supre um lobo do pulmão. Cada brônquio lobar divide-se em vários brônquios segmentares terciários, que suprem os segmentos broncopulmonares • O brônquio principal direito divide-se em brônquios lobares superior e inferior antes de alcançar a substância do pulmão direito • As divisões sucessivas dos brônquios principais formam a árvore brônquica Broncoscopia Inspeção do trato respiratório; Remoção de corpos estranhos Alterações morfológicas na carina Um broncoscópio é um endoscópio para inspeção do interior da árvore traqueobronquial. À medida que o broncoscópio desce pela traqueia para entrar no brônquio principal, é observada uma crista semelhante a uma quilha, a carina, entre os orifícios dos brônquios principais direito e esquerdo. Uma projeção cartilaginosa do último anel traqueal, a carina normalmente está situada no plano sagital e tem margem bem definida. Se os linfonodos traqueobronquiais situados no ângulo entre os brônquios principais estiverem aumentados devido às metástases de um carcinoma broncogênico, por exemplo, a carina apresenta-se distorcida, alargada posteriormente e imóvel. − Alterações morfológicas na carina são sinais diagnósticos importantes para broncoscopistas, auxiliando no diagnóstico diferencial de doença respiratória. A túnica mucosa que cobre a carina é uma das áreas mais sensíveis da árvore traqueobronquial e está associada ao reflexo da tosse. Por exemplo, uma pessoa que aspira um amendoim, engasga e tosse. Quando o amendoim ultrapassa a carina, a tosse geralmente cessa. Se a vítima for invertida para expelir o corpo estranho usando a gravidade (drenagem postural dos pulmões), as secreções pulmonares que passam pela carina também causam tosse, ajudando a expulsão. Pulmões e Pleuras TOPOGRAFIA DOS PULMÕES • Cúpula = Ápice • Recessos Costomediastinais • Recesso Costodiafragmático–inicia-se nas proximidades da 6°cartilagem, dirigindo-se inferiormente a 10°costela. • Ápice do Pulmão –alcança a primeira costela. Está 3cm acima da extremidade interna da clavícula. • Borda Anterior –relaciona-se com as articulações esternoclavicularese condroesternais (2°e 4°). Desta última articulação segue uma linha irregular, deslocando-se inferiormente até a borda superior da 6°cartilagem. • Bordo inferior – relaciona-se com o 5° e 6° espaço intercostal próximo a linha mamilar, posteriormente corre à 10° costela até a 11° ao aproximar-se da coluna. • Fissuras interlobares o Fissura oblíqua do pulmão D e E dirige-se obliquamente de trás para diante até a união da 6° costela com sua cartilagem. o Fissura horizontal do pulmão direito destaca-se do 4° espaço intercostal e termina ao nível da 4° costela no ponto de união com sua cartilagem. PLEURA • Pleura Visceral (pleura pulmonar) o Está aposta ao pulmão e aderida a todas as suas superfícies, inclusive as fissuras horizontal e oblíqua o Ela torna a superfície do pulmão lisa e escorregadia, permitindo o livre movimento sobre a pleura parietal. o É contínua com a pleura parietal no hilo do pulmão, onde estruturas que formam a raiz do pulmão (p. ex., o brônquio e os vasos pulmonares) entram e saem. • Pleura Parietal o Reveste as cavidades pulmonares, aderindo, assim, à parede torácica, ao mediastino e ao diafragma. o É mais espessa do que a pleura visceral, e durante cirurgias e dissecções de cadáver, pode ser separada das superfícies que reveste. Pleurite Inflamação da pleura, pleurite (pleurisia) o Durante a inspiração e a expiração, o deslizamento das pleuras úmidas, normalmente lisas, não produz som detectável durante a ausculta pulmonar o O som é semelhante ao produzido quando se esfrega uma mecha de cabelos entre os dedos. A inflamação das superfícies da pleura também pode causar aderência das pleuras parietal e visceral (aderência pleural). A pleurite aguda é caracterizada por dor aguda, perfurante, sobretudo aos esforços, como subir escadas, quando a frequência e a profundidade da respiração aumentam, mesmo que pouco. Colapso Pulmonar Se a distensão não for mantida, a elasticidade inerente causa o colapso do órgão − Atelectasia secundária é o colapso de um pulmão previamente insuflado − atelectasia primária: é a ausência de insuflação do pulmão ao nascimento. Se houver uma ferida penetrante na parede torácica ou na superfície pulmonar, o ar é sugado para a cavidade pleural em decorrência da pressão negativa A tensão superficial que causa aderência da pleura visceral à pleura parietal (do pulmão à parede torácica) é rompida e há colapso do pulmão, com expulsão da maior parte do ar por causa da elasticidade inerente (retração elástica). Quando há colapso de um pulmão, a cavidade pleural (normalmente um espaço potencial) torna-se um espaço real. Quando sofre colapso, o pulmão ocupa menor volume na cavidade pulmonar, que não aumenta de tamanho (na verdade, pode diminuir) durante a inspiração. Essa redução do tamanho pode ser vista na radiografia do lado afetado por elevação dodiafragma acima dos níveis habituais, estreitamento do espaço intercostal (aproximação das costelas) e deslocamento do mediastino (desvio do mediastino; mais evidente pela observação da traqueia cheia de ar no seu interior) em direção ao lado afetado. Além disso, o pulmão colapsado geralmente parece mais denso (mais branco) circundado por ar mais radiotransparente (mais escuro). Lesões da cúpula da pleura e do ápice do pulmão Em razão da inclinação para baixo do 1º par de costelas e da abertura superior do tórax que elas formam, a cúpula da pleura e o ápice do pulmão projetam-se através dessa abertura para o pescoço, posteriormente às inserções inferiores dos músculos esternocleidomastóideos. Consequentemente, os pulmões e os sacos pleurais podem ser lesados nas feridas da base do pescoço que provocam pneumotórax, a presença de ar na cavidade pleural. A cúpula da pleura atinge um nível relativamente mais alto em lactentes e crianças pequenas porque seus pescoços são mais curtos. Sendo assim, é especialmente vulnerável à lesão nos primeiros anos de vida. Derrame Pleural Pneumotórax - entrada de ar na cavidade pleural Hidrotórax - acúmulo substancial de líquido na cavidade pleural Hemotórax – acumulo de sangue na cavidade pleural Hemopneumotórax - Se houver acúmulo de ar e líquido Empiema pleural - é uma coleção de pus no interior da cavidade pleural, entre os pulmões e a parede do tórax Quilotórax - acúmulo de linfa no espaço pleural. Drenagem Grandes volumes de ar, sangue, líquido seroso, pus ou qualquer associação dessas substâncias na cavidade pleural costumam ser removidas por inserção de um tubo torácico. A drenagem de Monaldi é realizada entre o 2° e 3° espaço intercostal A drenagem de Bulau é feita uma incisão curta no 5º ou 6º espaço intercostal na linha axilar média (situada aproximadamente no nível da papila mamária). o O tubo pode ser direcionado superiormente (em direção à cúpula da pleura) para retirada de ar ou inferiormente (em direção ao recesso costodiafragmático) para drenagem de líquido. o A extremidade extracorpórea do tubo é conectada a um sistema de drenagem subaquático, em geral com sucção controlada, para evitar que o ar seja sugado de volta para a cavidade pleural. Efeitos do Tabagismo A nicotina promove a contração dos bronquíolos terminais. O CO e sua ligação à hemoglobina, reduzindo a capacidade de transporte de O₂. Irritantes da fumaçãoprovocam aumento de secreção de muco e destruição do epitélio ciliar. Com o tempo ocorre destruição das fibras eláticasdos pulmões. Drenagem de Monaldi Drenagem de Bülau Pneumonia As pneumonias bacterianas agudas são classificadas com base em seu padrão anatômico de distribuição. Pneumonia lobar refere-se à condensação de uma parte ou de um lobo pulmonar inteiro. Broncopneumonia significa uma área de condensação envolvendo mais de um lobo do pulmão. Paralisia do Diafragma A paralisia diafragmática ocorre quando há comprometimento do nervo frênico por lesão traumática, doença sistêmica ou doença neurológica, levando a perda do controle dos hemidiafragmas. A sintomatologia depende do comprometimento do hemidiafragma (um ou ambos), do início da paralisia e da presença de doença pulmonar subjacente. A paralisia do diafragma pode ser detectada radiologicamente por observação de seu movimento paradoxal. Em vez de descer, como faria normalmente durante a inspiração por causa da contração do diafragma, a cúpula paralisada ascende porque é empurrada para cima pelas vísceras abdominais que estão sendo comprimidas pela cúpula contralateral ativa. A paralisia diafragmática unilateral é comumente causada por comprometimento do nervo frênico ipsilateral. Atualmente, a causa mais comum de paralisia diafragmática unilateral é a cirurgia cardíaca aberta. Outra causa importante é, como a observada no nosso paciente, o comprometimento do nervo frênico por invasão tumoral.
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