Buscar

AMEAÇA SUPERSTICIOSA

Prévia do material em texto

FACULDADE DE TECNOLOGIA DE ALAGOAS – FAT
CURSO DE DIREITO – 4º PERÍODO NOTURNO
DIEGO DA SILVA RODRIGUES
AMEAÇA SUPERSTICIOSA
Inegavelmente a tipificação do crime de Ameaça, explanada no artigo 147 do Código Penal Brasileiro, possui um escopo infinitamente amplo e específico na identificação da conduta ilegal. Vejamos: 
“Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:”
No entanto, adentrando num tema mais profundo deste ilícito penal, mergulhamos nas particularidades da Ameaça Supersticiosa. Modalidade da conduta que se fundamenta na fragilidade da crença em simpatias, macumbas, magias, etc. Logo, o crime se caracteriza após ação do agente no emprego de conduta tipificada no art. 147, porém não necessariamente, como de praxe, de constranger a vítima com promessa de ceifar a vida ou de seus parentes.
Desta forma, constatamos o exposto na lição do ilustre prof. Rogério Greco (Código Penal Comentado. 11ª Ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2017, p-e. 684), ipsis verbis:
“entendemos que a ameaça que se vale de meios supersticiosos é capaz de ofender ao bem juridicamente protegido pelo art. 147 do Código Penal, razão pela qual o agente deverá ser responsabilizado penalmente pelo delito em questão”
Analisando a jurisprudência, destacamos o julgado REsp 1299021, pela Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça – STJ. Na ação, a ameaça supersticiosa de constrangimento através de emprego de força espiritual visando objetivo econômico fora afastada, assim caracterizando crime de extorsão, previsto no art. 158. 
Cabe ressaltar a aplicação do critério do Homem Médio, pela defesa, visando desconsiderar a observância do dano alegado, enfatizando ela, que generalizando os comportamentos na sociedade civil, há de se prever a média de comportamental de seus indivíduos, assim como crenças.
Após desenvolta explanação, torna-se possível mensurar e defender a condição subjetiva da vítima, desconsiderando o critério acima, é evidente que o direito, em regra, não aprecia o caso sempre pautado em analogias, ou seja, cada caso é único.
Maceió- Al, 21 de Maio de 2019.

Continue navegando