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1 DISCIPLINA – DIDÁTICA 1: AS PEDAGÓGICAS DO TRABALHO ESCOLAR – DTE 075) 2º PERÍODO DO CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA DEETE/CEAD/UFOP Profa. Márcia Ambrósio Rodrigues Rezende O PLANEJAMENTO EM AÇÃO: OS DESAFIOS DA INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA Lúcia Helena Alvarez Leite Fig. 60 - Oficina de Informática. 4ª Semana Presencial do Veredas da FENORD. Teófilo Otoni, jul/ 2003. Introdução Seção 1: O Professor e sua Responsabilidade na Direção do Processo de Ensino e Aprendizagem Objetivo específico: identificar o papel do professor no planejamento em ação do processo de ensino e aprendizagem. Fig. 61 _ Reunião de Tutores com a Coordenação do pólo 19. Atividade Presencial do 2º Módulo. Montes Claros, 2003. -Foto: Unimontes 2 Para iniciar esta seção, você vai ler o depoimento de uma professora que, como você, está refletindo sobre o seu papel de educadora. Depoimento da professora Sara Meu nome é Sara e sou professora desde 1999, quando terminei o curso de Magistério em minha cidade. Sempre quis dar aulas, pois, desde pequena, me fascinava a idéia de ensinar crianças a ler e escrever. Inicialmente, meu trabalho tinha como referência as discussões feitas no curso de Magistério. Procurava desenvolver as atividades de acordo com um planejamento mensal que fazia, apoiando-me nos objetivos definidos para aquele bimestre. Tinha a preocupação de cumprir o planejamento, que preparava com muito cuidado. Sempre fui muito organizada e acreditava que, se planejasse com seriedade minhas aulas, teria sucesso no meu trabalho de professora. Depois de três anos de experiência, começo a ter uma série de dúvidas sobre a minha ação docente. A primeira dúvida surgiu quando percebi que o que planejava, com tanto cuidado, nem sempre dava certo. Enquanto eu aplicava o planejamento, ia vendo que os alunos não entendiam ou não se interessavam. Sentia que devia mudar o rumo do trabalho, mas, ao mesmo tempo, não tinha coragem de romper com todo o planejamento feito. Sempre ficava a dúvida: cumprir o planejamento ou abandoná-lo e seguir as questões colocadas pela turma? Se seguia o planejamento, percebia que os alunos pouco aprendiam o que eu tentava ensinar; se deixava o planejamento, via que muitos conteúdos não eram dados e o programa não era cumprido. Confesso que ainda estou com muitas dúvidas e gostaria de encontrar um grupo para dialogar sobre elas: · Devo basear minha ação no planejamento feito ou nas questões que os alunos colocam? · Se seguimos as questões dos alunos, para que serve o planejamento? Em que medida devemos seguir o planejamento feito? Com que flexibilidade? · Se cumprimos o planejamento, como introduzir as questões que aparecem em classe e que não foram planejadas? Devemos ignorá-las? Deixar para mais tarde? · Como conciliar o planejamento feito inicialmente com a prática docente? Se você comparar suas respostas com as de outros professores, certamente poderá observar que há semelhanças e diferenças na forma de solucionar estes impasses. Isto porque não há uma única forma de enfrentar este desafio e as decisões revelam uma determinada forma de pensar e conceber a educação escolar e a prática pedagógica. Na verdade, o depoimento de Sara revela uma tensão, sempre presente na prática de qualquer professor, entre o que se planeja e o que se vive, entre as intenções educativas e a intervenção pedagógica. Tensão que só poderá ser superada se avançarmos na visão de planejamento, deixando de vê-lo como um processo fechado e estático, para concebê-lo como processo aberto, orientador de nossas escolhas e decisões. Sem uma clareza do que queremos, de nossos objetivos, caímos em uma prática espontaneísta, em que a improvisação acaba sendo a característica central. Assim, não há como prescindir do planejamento das ações, o que não significa seguir um planejamento fechado, sem possibilidade de mudanças ou alterações de percurso. Délia Lerner (1995), ao discutir esse tema, apresenta uma distinção entre as características de um planejamento fechado e de um aberto. Para a autora, em um sistema fechado de 3 planejamento, "o professor assume um papel passivo como veículo do programa. Seu papel consiste em transmitir com efetividade ao aluno os conteúdos previstos nas diferentes disciplinas" (Lerner,1995:52). Por outro lado, num planejamento aberto, longe de ser um simples intermediário, o professor cumpre um papel central: deve selecionar problemas e criar situações de aprendizagem que respondam à situação de grupo, às hipóteses e estratégias postas em ação pelas crianças, deve avaliar o processo do grupo e reavaliar constantemente suas próprias decisões, reorganizando o plano escolar, à medida que se avaliam as necessidades (Lerner,1995:52). Assim, como bem afirma a autora, a ênfase das discussões não deve ser colocada em termos de dúvida entre cumprir ou não o planejamento, mas nas concepções que se têm sobre o que é planejar e nas práticas de utilização do planejamento elaborado. Assim, mais que negar a importância do planejamento, o que se faz necessário é utilizá-lo como instrumento valioso para qualquer intervenção pedagógica, como meio e nunca como um fim em si mesmo. Neste sentido, o papel do professor na direção do processo de ensino e aprendizagem é fundamental. Madalena Freire (1997:56), ao discutir sobre essa questão, afirma que "o planejamento alicerça a ação criadora", pois permite que haja um controle do que está ocorrendo em sala de aula. Nesta perspectiva, o planejamento não anula a criatividade nem a dinâmica do trabalho, pelo contrário, permite que esta criatividade vá em direção aos objetivos desejados. Refletindo sobre o planejamento, Freire se pergunta: "Planejar é cumprir atividades em datas marcadas? Como não viver burocraticamente o cumprimento das atividades nas datas planejadas? Como vivê-las significativamente?" Como resposta, a autora afirma que "as atividades de um planejamento burocratizam-se quando o educador dicotomiza o conteúdo da matéria do conteúdo do sujeito e da dinâmica do grupo ocasionando, assim, a perda do significado".(Freire,1995:55). Como afirma a autora, o problema não está na falta de planejamento e sim na sua burocratização. Para evitar essa burocratização, vem a necessidade de o professor conhecer não só o objeto tratado em sala de aula, mas também seus alunos, os sujeitos da aprendizagem. Daí a importância do planejamento em ação, pois é na interação dos sujeitos com o conhecimento que há possibilidade de ocorrer a aprendizagem. Por isso também, é importante o papel do professor como mediador e coordenador desse processo, criando situações de aprendizagem, ou seja, situações em que essa interação possa ocorrer. Seção 2: A Prática Pedagógica Globalizadora como Possibilidade de um Trabalho Integrado em Sala de Aula Objetivo específico: caracterizar o enfoque globalizado do conhecimento como eixo integrador da prática pedagógica. Ao preparar e desenvolver suas aulas, com certeza, você já deparou com a seguinte questão: como partir de situações concretas e, ao mesmo tempo, ensinar os diversos conteúdos? Essa pergunta tem sido enfrentada por muitos educadores que buscam romper com um modelo de organização curricular baseada na fragmentação do conhecimento em disciplinas escolares isoladas, distribuídas em tempos também estanques. Nesta organização, os materiais didáticos são elaborados por disciplina e os professores desenvolvem sua prática tendo como referência os conteúdos disciplinares tomados de forma isolada no ambiente escolar. Esses conteúdos acabam por se transformar em "matérias escolares", sem relação com a realidade dos alunos, com a única função de estabelecer uma listagem de assuntos que possa ser usada como base para a definição de critérios de aprovação em uma determinada série da educação escolar. 4 Esse modelo dominantede organização escolar foi criticado por muitos educadores ao longo desse século. Educadores como Dewey, Freinet, Decroly, Kilpatrick, entre outros, já questionavam, no início do século XX, essa forma de organização curricular e propunham uma "escola nova", centrada nas necessidades e interesses dos alunos. Mais recentemente, educadores como Paulo Freire, Bruner e Stenhouse ressaltaram a importância de a educação escolar estar vinculada diretamente ao contexto social e político atual, questionando seu caráter de "neutralidade pedagógica" para comprometer-se com um processo de mudança social. Esses e muitos outros educadores têm em comum uma concepção globalizadora da prática pedagógica, ainda que as concepções sobre como se dá esta globalização sejam bastante diversas. Romper com a perspectiva compartimentada dos conteúdos escolares foi objetivo de todos eles. Se, desde o início do século XX, este modelo de organização curricular já estava sofrendo críticas, as rápidas e profundas mudanças ocorridas na sociedade acabaram por exigir da escola um repensar de sua prática, para que possa responder às necessidades do mundo contemporâneo. Mas que necessidades são essas? Que mudanças estão ocorrendo na sociedade moderna que têm exigido um repensar da escola? Uma das grandes mudanças diz respeito ao acesso à informação, que decorre, principalmente, do aperfeiçoamento dos meios de comunicação. Hoje, de qualquer lugar do país, é possível conectar-se com o mundo e receber notícias do que está acontecendo, por exemplo, na Ásia ou na Europa. Os computadores têm feito com que as pessoas de países distantes possam se comunicar sem precisar esperar pelo correio. Uma edição de domingo de um jornal de uma grande cidade, por exemplo, traz quase a mesma quantidade de informação a que um adulto da Idade Média tinha acesso em toda sua vida. O mundo moderno é o mundo da informação, da informatização, da globalização. Isso levanta discussões sobre o papel da escola nesse mundo da informação. Se, até pouco, a escola era a grande agência de informação, hoje ela não consegue competir com meios de comunicação. Isso, porém, não significa que ela não tenha mais importância. No mundo atual, mais que transmitir informações, a escola tem a função de possibilitar que seus alunos possam posicionar-se criticamente diante de toda a informação recebida, saibam compreendê-la, selecioná-la, criticá-la. De agência transmissora de informação, a escola tornou-se um espaço de formação crítica em relação ao conjunto de informações a que todas as pessoas estão expostas. No entanto, é importante destacar que as informações não chegam da mesma maneira a todos que as recebem. A classe social, o espaço geográfico, a cultura de origem dos grupos sociais interferem na forma de compreender, de se relacionar e se posicionar diante das informações. Neste sentido, uma das principais demandas colocadas para a escola é a de acolher e lidar com a diversidade presente na sociedade. Um outro aspecto em relação ao papel da escola na sociedade contemporânea diz respeito à natureza da informação a ser trabalhada. Hoje, os temas contemporâneos ultrapassam os clássicos conteúdos acadêmicos, basicamente restritos a conteúdos conceituais disciplinares, não podendo mais ser enquadrados em disciplinas estanques. A questão colocada, hoje, para a escola é a da formação dos estudantes, no sentido de que eles aprendam a conviver em um mundo em profunda transformação, conseguindo perceber as causas dessas mudanças e se posicionando diante delas. 5 Para cumprir sua nova função, a escola necessita mudar sua cultura, abandonando a lógica de compartimentação do conhecimento e assumindo uma perspectiva globalizada do conhecimento, como eixo norteador de sua prática, em que o conhecimento das disciplinas não tem um fim em si mesmo, sendo instrumento para compreender a complexidade dos problemas enfrentados pelo mundo contemporâneo. Assumir uma ou outra perspectiva traz mudanças significativas na forma de conceber o conhecimento escolar, o papel dos professores e dos alunos, a organização dos tempos, dos espaços e dos conteúdos escolares. O quadro seguinte pode ajudar a perceber as mudanças possíveis. O quadro apresenta duas concepções distintas de educação escolar, mas sabemos que, ao analisar uma realidade concreta, esses dois modelos se mesclam em uma prática pedagógica única, em que os professores se guiam ora por uma concepção, ora pela outra. Fonte: Alvarez Leite,1996:30 6 Trabalhar em sala de aula, na perspectiva globalizada, não significa uniformidade de práticas. Há várias formas de organizar os conteúdos escolares, buscando evitar sua fragmentação em disciplinas estanques. Acompanhe, a seguir, dois exemplos de planejamentos feitos com o objetivo de trabalhar uma temática, numa perspectiva globalizada. Planejamento nº 1 Turma: alunos de 8 anos (2ª série) de uma escola estadual da região sul de Minas Gerais Tempo: 1 semana Tema: Milho Se tiver oportunidade, discuta sua resposta com alguns colegas, comparando suas descrições com as deles e verificando a influência destas duas perspectivas na experiência docente de cada um. Objetivos: - Reconhecer a importância do milho para nossa saúde. - Identificar e caracterizar as propriedades da subtração. - Reconhecer um adjetivo em um texto, identificando sua função. - Reconhecer as diferenças entre uma paisagem urbana e rural. - Fazer trabalhos artísticos com colagem. Atividade Inicial Preparar pipoca com os alunos. Enquanto isso, discutir sobre a pipoca e chegar ao milho. Levar uma espiga e abri-la na frente dos alunos. Levar também uma lata de milho e abri-la. Conversar sobre a importância do milho e seu valor alimentar. (Caso seja difícil fazer a pipoca, substituí-la por milho cozido). Conteúdos a serem trabalhados Ciências Naturais: propriedades do milho/sua importância para a saúde. Entregar um texto, falando das propriedades alimentícias do milho. Pedir para os alunos, em grupos, retirarem as informações do texto e elaborarem um cartaz sobre o tema. Apresentar os cartazes para a turma. Ler o texto do livro didático de Ciências sobre "Saúde e Alimentação". Resolver os exercícios propostos. Estudos Sociais: paisagem urbana e paisagem rural. Abrir o livro na unidade: Paisagem urbana e rural. Ler e resolver as atividades propostas. Fazer um desenho mostrando a diferença entre uma paisagem urbana e uma paisagem rural. Localizar, no desenho, onde poderá haver plantações de milho. 7 Português: substantivos e adjetivos. Explicar, por meio de exemplos, a função dos adjetivos. Realizar atividades buscando identificar as características dos alunos, para reforçar a idéia de adjetivo. Fazer o mesmo com a palavra "milho", pedindo que cada aluno dê uma característica do milho. Voltar ao texto lido sobre "Saúde e Alimentação" e sublinhar os adjetivos que aparecem no texto. Matemática: propriedades da subtração. Apresentar as propriedades da subtração. Realizar contas, utilizando caroços de milho, para verificar as propriedades estudadas. Realizar os exercícios propostos no livro didático. Arte-Educação: colagem. Com caroços de milho, arroz e feijão (e outros materiais necessários), fazer uma colagem sobre o desenho que cada aluno fez, mostrando a diferença entre paisagens urbana e rural. Fechamento da Unidade Fazer uma exposição das colagens no corredor próximo da sala. Preparar outras receitas com os alunos, utilizando como base o milho, para depois servir na merenda (canjica, mingau,…). Avaliação Trabalho em grupo sobre o tema: A importância do campo para a vida das pessoas da cidade. Provas individuais sobre os conteúdos trabalhados na unidade. Planejamento nº 2 Turma: alunos de 8 anos (2ª série) de uma escola estadual do norte de Minas Gerais Tempo: 1 semana Tema: Escola Objetivos: - Identificarsemelhanças e diferenças entre escolas brasileiras. - Estabelecer comparações entre realidades sociais e geográficas diversas. - Ler e compreender reportagens, retirando delas as informações necessárias para o estudo. - Utilizar o conceito de escala na leitura de mapas. - Formular perguntas sobre um tema específico. - Realizar entrevistas e analisar os dados coletados. - Tabular dados simples, organizando-os em tabelas. 8 - Redigir relatórios e textos simples de estrutura expositiva. Fig. 64 _ Alunos da Professora-cursista Lélia Franco . Exposição de fontes históricas coletadas pelos alunos em entrevistas com parentes, Projeto "O Ontem e o Hoje da Região de Três Barras". E.M. D. Pedro II, Prata, jun/ 2003. - Foto: UFU Atividade Inicial Apresentar, para os alunos, gravuras de várias tipos de escola (rural, municipal de cidade grande, indígena, particular…). Procurar fotos que mostrem as diferenças entre estas escolas. Conversar com os alunos sobre as semelhanças e diferenças entre estas escolas. Desenvolver a conversa a partir de perguntas como estas: - Olhando estas fotos de escolas, podemos ver que há muitas diferenças e também muitas semelhanças entre elas. Vocês podem me falar que diferenças são estas? - Apesar de diferentes, todas as escolas têm coisas em comum? Vocês sabem me dizer o quê? - Quem vocês acham que estuda nestas escolas? Por quê? - Se todas as fotos são de escolas, por que há tanta diferença entre elas? - Qual destas escolas se parece mais com a nossa? Por quê? - Por que vocês acham que há tantas escolas diferentes no Brasil? Enquanto acontece a conversa, ir anotando as opiniões dos alunos em um cartaz. No final, propor um estudo sobre as escolas, para responder as perguntas que foram formuladas no debate. Definir com os alunos, as questões que queremos responder, o horário que vai ser usado para o trabalho, as formas de registro a serem usadas para as respostas. Possíveis desdobramentos do trabalho - Fazer um estudo de realidades escolares diferentes, através de reportagens selecionadas em revistas como, por exemplo, na revista Nova Escola. Buscar reportagens que relatem o cotidiano das escolas, onde estão localizadas, como os alunos vão na escola, como são as aulas, que atividades realizam, que problemas enfrentam etc. Ir construindo, com os alunos, um quadro comparativo entre as escolas estudadas. - Localizar no mapa as escolas estudadas, situando a região brasileira em que estão, comparando distâncias, tendo como referência sua cidade. Aproveitar para conversar um pouco sobre mapas, escalas, distâncias reais e representações cartográficas. 9 - Organizar uma pesquisa de campo com os pais e os avós, sobre o tema "Como era sua escola?" e, com os alunos, elaborar um roteiro de perguntas a serem feitas, escolher os instrumentos de registro (gravador, caderno de campo etc...), definir o universo a ser pesquisado. Realizar as entrevistas, tabular os dados coletados e, com os alunos, elaborar um relatório síntese. - Organizar uma pasta individual de memória do trabalho, arquivando textos lidos e os principais registros. Utilizar essa pasta como instrumento de avaliação e de auto-avaliação do aluno. Possíveis atividades para avaliação e fechamento da unidade - Apresentação dos resultados do estudo para outras turmas (tanto para crianças menores como maiores). - Elaboração de uma exposição sobre "Diferenças e Semelhanças entre as escolas no Brasil". - Roda final de avaliação do trabalho: auxiliar os alunos na identificação e enumeração das aprendizagens construídas, e das habilidades desenvolvidas, bem como das dúvidas que ainda ficaram depois do término da unidade. Jurjo Torres Santomé (1998), ao discutir os conceitos de globalização e interdisciplinaridade, apresenta alguns de níveis de colaboração e integração entre disciplinas: · multidisciplinaridade: o nível inferior de integração. Ocorre quando, para solucionar um problema, busca-se informação e ajuda em várias disciplinas, sem que tal interação contribua para modificá-las ou enriquecê-las. Esta costuma ser a primeira fase da constituição de equipes de trabalho interdisciplinar, porém não implica que necessariamente seja preciso passar a níveis de maior cooperação; · interdisciplinaridade: segundo nível de associação entre disciplinas, em que a cooperação entre várias disciplinas provoca intercâmbios reais; isto é, existe uma reciprocidade nos intercâmbios e, conseqüentemente, enriquecimentos mútuos; · transdisciplinaridade: é a etapa superior de integração. Trata-se da construção de um sistema total, sem fronteiras sólidas entre as disciplinas, ou seja, de "uma teoria geral de sistemas ou de estruturas, que inclua estruturas operacionais, estruturas de regulamentação e sistemas probabilísticos, e que una estas diversas possibilidades por meio de transformações reguladas e definidas". (Piaget, citado por Santomé,1998:70). Antoni Zabala (1998) também estabelece os mesmos três graus de relações entre os conteúdos das disciplinas. Os dois autores nos revelam que o professor, quando desenvolve suas aulas, pode trabalhar com níveis distintos de integração entre as disciplinas: multidisciplinaridade, quando a temática é apenas o ponto de partida para o ensino de diversas disciplinas; interdisciplinaridade, quando há um intercâmbio entre as disciplinas com enriquecimento mútuo e transdisciplinaridade, quando existe uma integração global que transcende as fronteiras de cada disciplina, criando uma unidade interpretativa da realidade, sem parcelamentos. Rompendo com uma concepção de organização compartimentada dos conteúdos escolares, é possível superar alguns dos problemas enfrentados pelos professores quando estão trabalhando com turmas heterogêneas ou com salas multi-seriadas. Pensando na perspectiva globalizada, é possível que um professor de sala multi-seriada, por exemplo, deixe de fazer planos distintos de trabalho, um para cada série, e busque organizar suas aulas a partir de um eixo comum, que vai sendo vivido de forma distinta pelos vários grupos de alunos. Foi o que fez este professor de sala multi-seriada do Mato Grosso. 10 A experiência do professor Francisco e seus alunos Francisco dava classes em uma escola rural do município de Ribeirão/Cascalheira (MT). Tinha uma turma multi-seriada, com alunos das quatro primeiras séries do Ensino Fundamental. Muito preocupado com a qualidade do seu trabalho, Francisco sempre fazia seus planos de aula, um para cada série, mas, na hora da aula, sentia que algo não funcionava bem. Os alunos estavam sempre dispersos, mais preocupados com o que seus colegas de outras séries faziam do que com suas próprias atividades. Participando de encontros de formação, Francisco começou a perceber como seu trabalho era fragmentado, como, apesar de contar com um grupo tão diverso de alunos, não sabia tirar proveito desta diversidade. Decidiu, então, repensar sua prática, buscando adotar uma perspectiva mais globalizada no seu trabalho pedagógico. A primeira providência foi a de repensar seu planejamento, buscando uma interação entre as atividades dos vários grupos de alunos. Para isto, construiu com seus alunos um Projeto de Pesquisa, envolvendo todas as séries, com o seguinte tema: A diferença entre ninhos de passarinho de árvores do cerrado e árvores da mata. Vivendo numa região de transição entre o cerrado e a mata, Francisco pode desenvolver um rico projeto de pesquisa, utilizando os conhecimentos dos alunos que, independentemente de seus conhecimentos escolares, possuíam um grande conhecimento sobre o tema. Para isto, ele organizou formas distintas de agrupamentos: por proximidade de moradia, por conhecimento acadêmico, por interesse, por conhecimento sobre o tema. A cada dia, os grupos ganhavam uma nova configuração, de acordo com as demandas do trabalho. Em momentos de produção de texto,por exemplo, Francisco organizava duplas, com alunos em níveis diferentes de escrita. Em outros momentos, o agrupamento se dava por interesse ou outro tipo de habilidade (desenho, conhecimento da região). Francisco continuou realizando algumas atividades diferenciadas para cada série, mas o eixo de sua ação foi esse projeto de trabalho. Ao longo de alguns meses, pode perceber como a turma estava mais unida, mais participativa e principalmente mais aberta para aprender uns com os outros e com os materiais didáticos utilizados por todos na sala de aula. Assim como o professor Francisco, muitos professores de escola rural vão descobrindo formas mais integradas de trabalhar com suas salas multi-seriadas, buscando transformar o grupo em uma comunidade escolar que sabe aproveitar a diversidade para aprender mais e de forma mais significativa. Na Seção 3, vamos ver como construir propostas didáticas que favoreçam a aprendizagem significativa por parte dos alunos. Seção 3: Criar Situações de Aprendizagens Significativas: o Desafio Docente Objetivo específico: construir e analisar atividades de ensino que possibilitem a aprendizagem significativa por parte dos alunos. Vamos começar esta seção, analisando duas experiências de sala de aula, em que professores de um mesmo ciclo, estudando o mesmo tema, fizeram escolhas diferentes na hora de conduzir o trabalho. Marisa e Paulo estão dando aula para alunos de 9 anos, que estão cursando o início do segundo ciclo, numa escola municipal de uma cidade do Vale do Aço, em Minas Gerais. Estão trabalhando com o tema: "Poluição do Ar". O trabalho da professora Marisa com seus alunos 11 Marisa iniciou sua aula apresentando para seus alunos uma série de manchetes de jornais atuais sobre a poluição do ar. Após a leitura das manchetes e uma rápida contextualização de cada notícia, dividiu a turma em pequenos grupos, pedindo que cada um fizesse a leitura de uma das notícias. Cada grupo leu e apresentou suas idéias para os demais, estabelecendo-se, assim, um processo de debate. Este debate permitiu a Marisa notar que, apesar de conhecerem o problema da poluição do ar, a maioria não foi capaz de aprofundar nas causas desta poluição. Decide, então, organizar as perguntas feitas pelos alunos e para isto pediu que eles voltassem a seus pequenos grupos e formulassem questões que levassem a maior esclarecimento do problema da poluição do ar. As perguntas foram apresentadas e, depois de selecionadas, reproduzidas em um cartaz. Com as perguntas formuladas, foi a hora de organizar, com os alunos, a forma de respondê- las. Após uma animada conversa, decidiram que uma pesquisa bibliográfica e uma entrevista com um especialista eram as atividades mais apropriadas para o estudo. Também organizaram, na agenda semanal, os horários em que esta pesquisa seria realizada. Durante todo o mês, no horário semanal determinado, os alunos, em grupos, desenvolveram a pesquisa bibliográfica. Cada grupo selecionou um bloco de perguntas e, depois da pesquisa, houve um seminário para socialização das idéias. Depois do seminário, organizaram as perguntas para serem feitas ao especialista convidado, um engenheiro ambiental, parente de uma das alunas. A entrevista foi feita no local de trabalho do engenheiro que, além de responder as perguntas, mostrou um vídeo sobre a situação do ar em várias cidades brasileiras e do mundo. Também deu ao grupo uma série de materiais educativos para serem distribuídos na escola, o que acabou despertando nos alunos o desejo de desencadearem, na escola e no bairro, uma campanha educativa sobre as causas e conseqüências da poluição do ar, além das maneiras de evitá-la. A campanha foi feita com sucesso. No fim do trabalho, cada aluno montou uma pasta individual contendo as perguntas iniciais, o resultado do trabalho de pesquisa bibliográfica, a entrevista com o engenheiro e um texto final, individual, sobre seu processo de aprendizagem com o trabalho desenvolvido. O trabalho do professor Paulo com seus alunos Paulo começou o desenvolvimento desta unidade temática com uma exposição sobre vários acontecimentos atuais relacionados à poluição do ar. Mediante o apoio de fotos e notícias, ele foi comentando a atual situação mundial e brasileira no que se refere à poluição do ar. Após a apresentação, fez uma lista com as idéias mais importantes, comuns a todos os acontecimentos, e os enumerou no quadro, procurando relacioná-los com os conhecimentos prévios que imaginava que os alunos tivessem, por terem sido trabalhados anteriormente. Daí, elaborou e expôs algumas questões sobre o assunto, explicando que, para resolvê-las, seria preciso recorrer a conhecimentos científicos e sociais já estabelecidos. Nas outras aulas, Paulo foi se detendo em cada aspecto da poluição do ar listado no primeiro encontro, apresentando o assunto e discutindo com os alunos. Para isto, recorreu a vários materiais como revistas especializadas, vídeos e, também, ao livro didático adotado. Os alunos participaram lançando perguntas sobre o tema e fazendo anotações no caderno. Com base nas anotações, cada aluno redigiu um texto individual sobre causas e conseqüências da poluição do ar. Os textos foram entregues e, depois de corrigidos por Paulo, foram devolvidos aos alunos com observações e sugestões de enriquecimento do tema. Cada 12 aluno revisou e reelaborou seu texto, lendo, depois, a nova versão para os colegas, de modo que houvesse a apreciação de todo o grupo. Para avaliar o trabalho realizado, Paulo formulou perguntas para serem respondidas pelos alunos, sem consulta às anotações. Pelos relatos, podemos perceber que, apesar de os dois professores estarem desenvolvendo o mesmo tema com grupos de alunos da mesma etapa de ensino, as escolhas e as intervenções realizadas foram bastante diferentes. O uso do tempo, as dinâmicas utilizadas, o papel do professor e do aluno e a seqüência do trabalho ganharam caminhos distintos, em uma e outra prática. Então, algumas perguntas podem ser feitas: Por que existem formas tão diferentes de conduzir uma classe? Qual das duas formas é mais eficaz? Por quê? Essas perguntas nos levam a uma questão central vivida por todos os professores ao desenvolver suas aulas: como justificar nossas escolhas, como fundamentá-las, como analisá-las? Se não enfrentarmos tais questões e não soubermos respondê-las, corremos dois riscos: ou somos levados pelos "modismos pedagógicos", e passamos a reproduzir atividades porque são consideradas mais "modernas", mais "avançadas"; ou nos aferramos a uma "tradição escolar descontextualizada" e reproduzimos atividades porque "sempre foram feitas assim", porque "foi assim que aprendemos". Saber justificar uma proposta didática também foi a preocupação de Antoni Zabala (1996), que, seguindo os critérios propostos por Raths, enumera 12 princípios para guiar o professor no planejamento de atividades de ensino. Para este autor, em contextos que apresentem condições equivalentes, uma atividade didática é preferível à outra se: a) permite que o aluno tome decisões razoáveis sobre como desenvolvê-la e veja as conseqüências de sua escolha; b) atribui ao aluno papel ativo em sua realização; c) exige do aluno uma pesquisa de idéias, processos intelectuais, acontecimentos ou fenômenos de ordem pessoal ou social e o estimula a se envolver nela; d) obriga o aluno a interagir com sua realidade; e) pode ser realizada por alunos de diversos níveis de capacidade e interesses diferentes; f) obriga o aluno a examinar, em um novo contexto, uma idéia, um conceito, lei etc., que já conhece; g) obriga o aluno a examinar idéias ou acontecimentos normalmente aceitos sem questionamento pela sociedade; h) coloca o aluno e o educador em uma posição de êxito, fracasso ou crítica; i) obriga o aluno a reconsiderar e rever seus esforços iniciais; j) obriga a aplicar e dominar regras significativas,normas ou disciplinas; k) oferece ao aluno a possibilidade de planejá-la com outros, participar do seu desenvolvimento e comparar os resultados obtidos; 13 l) for relevante para os propósitos e interesses explícitos dos alunos. (Zabala, 1996:157) Zabala apresenta um conjunto de princípios que pode nos auxiliar na análise de nossas atividades didáticas. Vamos utilizar tais critérios para realizar a próxima atividade. Durante um longo tempo, a escola trabalhou com um conceito de aprendizagem muito semelhante à idéia de memorização. Aprender significava memorizar informações e saber repeti-las. Muitos autores, como Piaget e Vygotsky, mediante os resultados de suas pesquisas, foram desconstruindo este conceito, argumentando que, para que haja aprendizagem, é preciso que o aluno seja ativo, que tenha interesse e disponibilidade para aprender, que coloque em jogo todo o seu conhecimento prévio, toda sua experiência cultural. Fig. 65 _ Oficina Sólidos Geométricos com alunos da Professora-cursista Rosália de Fátima Matos. E. E. Deputado Chaves Ribeiro, Taiobeiras, mar/ 2003 - Foto: UFJF Dar sentido para a aprendizagem na escola e fazer com que os alunos atribuam significado às suas aprendizagens é um desafio colocado para todos os professores. Para isso, é preciso transformar a sala de aula em um espaço aberto de "negociação de significados", onde os conteúdos das diversas disciplinas servem de instrumentos para que os alunos possam reconstruir seus esquemas prévios de compreensão da realidade, de modo a ampliar as possibilidades de intervirem no respectivo contexto vivencial. Neste sentido, a função dos professores é a de criar um "contexto de compreensão compartilhada" em sala de aula, procurando, com suas ações, favorecer o sentido e o significado do processo de ensino e aprendizagem. Para isto, o professor não pode impor sua visão sobre o assunto ensinado como a única correta, nem os conhecimentos disciplinares como verdades absolutas. Criar um espaço de compreensão compartilhada na sala de aula requer um compromisso de participação por parte de alunos e professores, pois somente sentindo-se sujeitos do processo de aprendizagem, os alunos poderão responsabilizar-se por ele. No trabalho cotidiano das aulas, podemos observar que, além dos conteúdos conceituais, os alunos também aprendem muito sobre atitudes, valores (cooperação, solidariedade, participação, responsabilidade, submissão, respeito, atenção…), habilidades e destrezas (planejar, debater, criticar, observar, trabalhar em grupo, pesquisar, anotar…). Como podemos ver, o papel do professor determina, em muito, que tipo de aprendizagem está sendo construída pelos alunos. Enquanto os alunos da professora Marisa estavam aprendendo a trabalhar em grupo, a formular perguntas ou a realizar um debate, seus colegas, alunos do professor Paulo, não aprendiam essas habilidades. Com pouco espaço para debater com seus pares ou para defender suas opiniões, esses alunos têm pouca oportunidade para desenvolver sua autonomia e senso crítico. 14 Se o objetivo do ensino é fazer com que os alunos possam construir aprendizagens com sentido e significado, é preciso, como afirma Zabala, que o professor seja alguém que ajuda a detectar um conflito inicial entre o que se sabe e o que se deve saber, que contribui para que o aluno se sinta capaz e com vontade de resolvê-lo, que coloca o novo conteúdo de forma que apareça como desafio interessante, cuja resolução terá alguma utilidade, que intervém de forma ajustada aos progressos e dificuldades manifestados pelo aluno, apoiando-o, tendo em vista sua realização autônoma. É um processo que contribui não só para que o aluno aprenda determinados conteúdos, mas para que aprenda a aprender e para que aprenda que pode aprender; sua repercussão, então, não se limita àquilo que o aluno sabe, mas também ao que sabe fazer e a como vê a si mesmo. (Zabala, 1996:165) Nesta perspectiva, o autor propõe alguns critérios para elaboração das atividades integrantes de uma unidade didática que se proponha a promover aprendizagens significativas: 1) Que nos permitam conhecer os conhecimentos prévios dos alunos em relação aos novos conteúdos de aprendizagem. 2) Que os conteúdos sejam colocados de tal modo que sejam significativos e funcionais para os alunos e alunas. 3) Que possamos inferir que são adequados para o nível de desenvolvimento dos alunos. 4) Que apareçam como um desafio acessível para o aluno, isto é, que levem em conta suas competências atuais e as façam avançar com a ajuda necessária; que permitam criar zonas de desenvolvimento proximal e nelas intervir. 5) Que provoquem um conflito cognoscitivo e promovam a atividade mental do aluno necessária ao estabelecimento de relações entre os novos conteúdos e os conhecimentos prévios. 6) Que fomentem uma atitude favorável, isto é, que sejam motivadoras em relação à aprendizagem de novos conteúdos. 7) Que estimulem a auto-estima e o autoconceito em relação às aprendizagens propostas, isto é, com elas o aluno possa experimentar que aprendeu em algum grau, que seu esforço valeu a pena. 8) Que ajudem a fazer com que o aluno vá adquirindo destrezas relacionadas com aprender a aprender e que lhe permitam ser cada vez mais autônomo em suas aprendizagens. (Zabala,1996:165) Um aspecto importante a ser considerado pelo professor, ao elaborar uma atividade, é o contexto onde ela será desenvolvida. Nesse sentido, é preciso considerar a realidade concreta em que as aulas acontecem. Isso significa um conhecimento profundo da escola, sua história, sua estrutura e funcionamento. Mas significa, principalmente, conhecer os alunos com quem se trabalha, seu universo cultural, a realidade de sua família, de seu entorno. Como vimos no plano sobre o tema Escola, apresentado na Seção 2, o ponto de partida do planejamento foi a diversidade de realidades escolares. Assim como não existe uma única escola, também não existe um único tipo de aluno ou de criança. A infância não é um conceito abstrato. Ser criança indígena é bastante distinto de ser criança de zona rural, que, por sua vez, é bastante diferente de ser uma criança de favela ou de classe alta de uma grande cidade. Por isso, não é possível pensar na elaboração de atividades sem considerar quem são os alunos que vão participar delas. 15 Mas o que significa partir da realidade dos alunos? Muitos educadores têm entendido essa proposta como se só pudessem trabalhar com conteúdos diretamente relacionados às vivências das crianças. Se pensarmos desse jeito, porém, estaremos negando a nossos alunos a possibilidade de ampliar seu universo cultural, de conhecer novos mundos, novas realidades, novas experiências, função primordial da experiência escolar. Assim, ao planejar seu trabalho, o professor necessita conhecer não só o conteúdo a ser estudado, mas também a realidade de seus alunos. Como nos lembra Madalena Freire "dinâmica, conteúdo da matéria, e conteúdo do sujeito não estão dissociados. Um não existe sem o outro. Como não existe sujeito sem objeto de conhecimento a ser estudado, nem objeto de conhecimento sem sujeito que conhece. A ação, interação entre sujeito e objeto de conhecimento, é permanente". (Freire, 1997:55) Bibliografia ALVAREZ LEITE, L. H. Pedagogia de Projetos, intervenção no presente. Belo Horizonte: Presença Pedagógica, n o 08, Belo Horizonte: Editora Dimensão, março/abril, 1996. FREIRE, M. (org.). Avaliação e planejamento, a prática educativa em questão. Instrumentos metodológicos II. São Paulo: Espaço Pedagógico, 1997. LERNER, D. Z. & PALACIOS, A. A aprendizagem da língua escrita na escola: reflexões sobre a proposta pedagógica construtivista. Porto Alegre: Artmed,1995. SANTOMÉ, J. T. Globalização e Interdisciplinaridade. O currículo integrado. Porto Alegre: Artmed, 1998. ZABALA, A. Os enfoques didáticos. In: COLL, C. O construtivismoem sala de aula. São Paulo: Ática, 1996. _____. A prática educativa _ Como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998 Indicação Bibliográfica DIMENSTEIN, G. & ALVES, R. Experiências:fomos maus alunos. São Paulo: Papirus, 2003, pp. 92-98. Roteiro de Atividades Reflexão 1 Neste texto, Gilberto Dimenstein e Rubem Alves relatam algumas experiências que eles consideram bons exemplos de prática docente. Comente algumas das experiências apresentadas, destacando seus aspectos significativos. Reflexão 2 Gilberto Dimenstein relata uma experiência que desenvolveu como professor, em uma escola de São Paulo e, a partir dela, defende que um processo educativo bem sucedido deve conter quatro elementos: · o conhecimento deverá ter significado para os envolvidos; · o processo de construção ou de re-construção do conhecimento deve se converter em um projeto com começo, meio e fim; 16 · este projeto deve poder ser publicizado; · o aluno deve se sentir responsável pela disseminação desse conhecimento. Como você se posiciona a respeito dessa proposta de Dimenstein? Justifique sua posição com exemplos de sua prática pedagógica. Reflexão 3 Gilberto Dimenstein propõe que "a escola quebre seus muros" (p. 97). O que ele quis dizer com isto? Reflexão 4 Gilberto Dimenstein e Rubem Alves fazem uma crítica às condições de trabalho do professor. Que crítica é esta? Reflexão 5 Apesar de terem sido maus alunos na escola, Rubem Alves se tornou educador e escritor renomado, assim como Gilberto Dimenstein se tornou jornalista e escritor consagrado. O que esses exemplos podem contribuir para uma reflexão sobre a função social da escola em nossa sociedade? Fonte Texto que faz parte do Projeto Veredas Módulo 6 V. 3 - Unidade 3
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