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Mariana Costa Teixeira Definida como a infecção que pode acometer desde o seio nasal até os alvéolos. Marcadores Clínicos 1. Estridor: marca obstrução de grande via aérea (topografia da laringe) 2. Taquipneia (sinal de maior sensibilidade para identificar acometimento e via aérea INFERIOR). Em caso de não haver taquipneia: significa que não há acometimento de VAI. Não havendo estridor: não há obstrução da região periglótica. Logo, o paciente muito provavelmente está apresentando um quadro de infecção de via aérea superior. • Resfriado comum Manifestações catarrais. Comum em crianças < 5 anos. Agente: - Rinovírus Clínica: - Obstrução nasal - Coriza - Roncos: indicando secreção livre (evidenciada pela tosse – ausculta modifica) nas grandes vias aéreas. - Tosse predominantemente noturna (gotejamento nasal) - Hiperemia de mucosas - Febre (pode ou não estar presente) baixa OBS: a febre na gripe é súbita e comumente mais alta do que a causada pelo resfriado comum (além das outras manifestações respiratórias). Diagnóstico - Clínico! Tratamento Não possui tratamento específico. - Soro fisiológico nasal (lavagem) - Antipiréticos - Analgésicos (paracetamol, dipirona, ibuprofeno em dose baixa). NÃO prescrever AAS – Sd. De Reye: encefalopatia com degeneração hepática (influenza ou varicela zoster). NÃO USAR EM PEDIATRIA - Mucolítico; - Antitussígeno; - Descongestionantes. O quadro costuma durar 7 dias. Mas eventualmente pode prolongar-se devido a complicações, são elas: OMA, sinusite. Complicações bacterianas do resfriado comum: - Otite Média Aguda Complicação bacteriana mais frequente (mais comum em < 2 anos por fatores anatômicos: tuba auditiva mais curta, horizontalizada). Disfunção da tuba auditiva, acúmulo de secreção na orelha média. Por contiguidade, bactérias da orofaringe chegam à região e a colonizam. Secreção torna-se purulenta. Clínica - História de sintomas clínicos do resfriado comum - Otalgia/irritabilidade - Otorreia: secreção purulenta escorrendo pelo conduto auditivo externo. Atenção: a otorreia pode tanto ser um achado da otite média quanto da otite EXTERNA (infecção do conduto auditivo externo – inflamação importante) OBS: principal agente da otite externa: pseudomonas. Diagnóstico - Otoscopia: hiperemia de membrana timpânica com abscesso + opacidade + ABAULAMENTO DA MEMBRANA TIMPÂNICA Etiologia - Streptococcus pneumoniae: mais frequente - Haemophilus influenzae: mais frequente - Moraxella catarrhalis Tratamento - Analgésico + antipirético - ATB ou observação inicial (reavaliar em 48h). Avaliar indicação do ATB 1. Idade < 6 meses: OBRIGATÓRIO ATB 6 meses a 2 anos: - ATB: em casos de OMA BILATERAL - ATB: otorreia ou doença grave > 2 anos: - ATB: otorreia ou doença grave. IMPORTANTE Doença Grave: - Febre > ou igual a 39°C - Dor moderada-grave - Quadro de OMA com duração > 48 horas. ANTIBIÓTICO 1. Amoxicilina por 10 dias em menores de 2 anos (pneumococo e alguns hemófilos) Se otite + conjuntivite (“eye” mófilo – hemófilo)* 1. Amoxicilina + clavulanato Complicações da OMA - Mastoidite Aguda: inflamação da mucosa que preenche o mastoide e acometendo periósteo da região. Evidenciado por sinais flogísticos da região retro- auricular Edema causando: Desaparecimento do sulco retroauricular + deslocamento do pavilhão auricular. Conduta da Mastoidite Aguda: 1. Internação + TC 2. ATB parenteral - Rinussinusite Bacteriana Aguda Conceito: infecção bacteriana dos seios paranasais. Crianças com < 5 anos de vida não possui os seios paranasais bem formados. Logo, a sinusite ocorre principalmente nos seios etmoidais (presentes desde o nascimento) e maxilares. Clínica - História de “resfriado arrastado” Duração > 10 dias. - Coriza mucopurulenta/secreção espessa amarelo- esverdeada - Obstrução - Tosse intensa Tanto a noite quanto durante o dia - NÃO HÁ CEFALEIA Quadro Grave Criança que durante 3-4 dias ou mais apresenta febre alta + tosse intensa + secreção purulenta: suspeitar de sinusite bacteriana aguda. Quadro que Piora/Doença Bifásica - Sintomas de um resfriado - Período de melhora Por volta do 6º dia: volta a piorar Sugere complicação bacteriana. Diagnóstico - Clínico! Etiologia Mesmas da OMA: - Streptococcus pneumoniae: mais frequente - Haemophilus influenzae: mais frequente - Moraxella catarrhalis Tratamento - Amoxicilina: tomar até 7 dias após melhora clínica Diagnóstico Diferencial * Corpo Estranho Nasal Pensar na presença de corpo estranho quando rinorreia fétida e UNILATERAL. Complicação - Celulite Orbitária (Pós-septal) Hiperemia e edema palpebral + dor à movimentação ocular. Conduta: 1. Internação 2. ATB parenteral 3. Exame de imagem OBS: Celulite Periorbitária (pré-septal) os achados são apenas hiperemia e edema da pálpebra. • Faringite Bacteriana Aguda Queixa principal: - Bacteriana: dor de garganta. Importante: A maioria das faringites agudas são de causas virais e cursam com resolução espontânea. Etiologia Bacteriana - Estreptococo do grupo A (SGA) – pyogenes Se não reconhecida/tratada: febre reumática. Clínica da Faringite Estreptocócica - Faixa etária: 5 – 15 anos. < 5 anos: menos frequente. Quadro já inicia com: - Febre alta - Dor de garganta - Petéquias no palato (não é patognomônico – mas quando presentes são o item de maior valor preditivo para faringite estreptocócica). - Exsudato amigdaliano (NÃO É OBRIGATÓRIO). Não é patognomônico. IMPORTANTE: É possível ter faringite estreptocócica sem exsudato; é possível que a faringite viral tenha exsudato. - Adenopatia cervical - Dor abdominal - Vômito - NÃO POSSUI TOSSE E CORIZA No hemograma pode ser visto leucocitose com neutrofilia. Diagnóstico Diferencial * Mononucleose infecciosa (febre + dor de garganta + faringite exsudativa): vírus: Epstein-Barr (doença exantemática; doença respiratória; linfadenopatia) Nesse caso, o paciente apresenta linfadenopatia generalizada, esplenomegalia (ruptura esplênica), linfocitose com atipia evidenciada no hemograma; exantema após amoxicilina. Tratamento: sintomático – nenhum tto específico. * Adenovírus: FEBRE FARINGOCONJUNTIVAL Febre + dor de garganta com faringite exsudativa + olhos vermelhos (conjuntivite). Tratamento: sintomático * Herpangina Febre ALTA + dor de garganta + úlceras orais (região posterior do palato) Vírus: Coxsackie A Tratamento: sintomático. * Síndrome PFAPA: NÃO INFECCIOSO Diagnóstico diferencial com faringite estreptocócica de repetição. Faixa etária: > 2 anos Criança apresenta quadros cíclicos (4-6 semanas) de febre periódica + faringite + aftas + adenite. Quadro não melhora com ATB/culturas negativas. Tratamento do episódio agudo: CORTICOIDE. Diagnóstico da Faringite Estreptocócica - Teste Rápido da secreção (específico): não tem falso positivo, mas, pode ocorrer FALSO NEGATIVO. - Cultura de orofaringe (+ sensível). Como conduzir: 1º) Realizar Teste Rápido SE POSITIVO: tratamento para estreptococo. SE NEGATIVO: pode se tratar de um falso negativo: 2º) Cultura após TR negativo Se CULTURA NEGATIVA: descartar faringite estreptocócica Se CULTURA POSITIVA: tratar. Tratamento Visa erradicar SGA da orofaringe e realizar profilaxia da febre reumática. - Penicilina Benzatina IM - Amoxicilina VO (10 dias) Complicações Supurativas - Abscesso Periamigadaliano/Tonsilar Adolescente/adulto jovem; Disfagia e sialorreia; Trismo/desvio da úvula. Conduta: ATB (clindamicina) + drenagem. Complicação Não Supurativa- Febre reumática.
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