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Infecções de Vias Aéreas Superiores - Pediatria

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NASOFARINGITE AGUDA 
(RESFRIADO COMUM) 
É um quadro autolimitado de etiologia viral. A 
principal forma de transmissão é o contato com mãos 
e objetos com secreções infectadas, embora também 
possa ocorrer a transmissão respiratória por meio de 
gotículas e aerossóis. 
Agentes: rinovírus (principal – 30 a 50% casos), 
coronavírus, influenza, parainfluenza, vírus sincicial 
respiratório (VSR) e o adenovírus. 
Quadro Clínico: Após 2-5 dias de incubação, iniciam 
os sintomas nasais como espirros, congestão nasal e 
coriza, que inicialmente é hialina e depois se torna 
purulenta (amarelo-esverdeada). Pode apresentar 
tosse seca, que tende a ficar produtiva; Febre, 
cefaleia, dor de garganta e mialgia, que desaparecem 
em 24-48h. O quadro se resolve em até 10 dias. A 
tosse pode persistir por até 15 dias. 
Tratamento: Sintomático – antitérmico, inalação e 
lavagem nasal com SF. 
*Não usar anti-histamínicos e descongestionantes em 
crianças. 
*Intoxicação por Nafazolina: Uso inadvertido de 
descongestionantes nasais por crianças <5 anos. 
Causa bradicardia, hipotermia e sonolência. É uma 
intoxicação autolimitada. 
SINUSITE BACTERIANA 
Processo inflamatório que acomete a mucosa que 
reveste as cavidades dos seios paranasais. Pode ser 
denominada rinossinusite se houver acometimento 
associado da mucosa nasal. 
A principal etiologia é viral e somente 5-10% evoluem 
com a complicação bacteriana. 
A sinusite bacteriana é mais comum em crianças de 4-
7 anos que frequentam creche, durante sazonalidade 
dos vírus respiratórios (outono/inverno), com 
antecedente pessoal de tabagismo passivo, rinite 
alérgica e fatores anatômicos como hipertrofia de 
adenoide, desvio de septo e pólipo nasal. 
Bactérias envolvidas: 
 Streptococcus pneumoniae; 
 Moraxella catarrhalis; 
 Haemophilu influenzae não tipável; 
 Staphylococcus aureus; 
 Anaeróbios; 
 Aspergillus – imunocomprometidos que 
apresentam infecções fúngicas. 
Quadro clínico: 
 Sintomas persistentes: Coriza nasal e/ou 
tosse diurna que pode piorar à noite por >10 
dias sem melhora. 
 Piora da evolução: Após melhora inicial, 
ocorre piora ou novo início da coriza nasal e 
tosse diurna ou febre. Geralmente a piora 
acontece no 6º ou 7º dia de doença. 
 Sintomas Graves: Febre ≥39ºC, com coriza 
nasal purulenta por > 3 dias consecutivos. 
Exame Físico: 
 Sinal da Vela/Gotejamento Pós-Nasal: 
Gotejamento de secreção amarelo-
esverdeada da nasofaringe em direção à 
orofaringe à oroscopia. 
 Palpação da região dos seios da face (maxilar 
e frontal) pode resultar em dor e desconforto 
nos casos de sinusite bacteriana. 
 
Exames Complementares: 
 Não fazer de rotina; 
 RX seios da face: inútil; 
 TC ou RNM seios da face: Realizar somente 
com suspeita de complicações ou infecção 
persistente ou recorrente; 
Tratamento: 
 Observação por 3 dias – Se não melhorar, ou 
piorar, iniciar ATB. 
 ATB imediato para paciente com piora de 
sintomas ou início de sintomas graves, fatores 
de risco para resistência bacteriana, etc. 
 Crianças que fizeram uso de ATB nas últimas 4 
semanas, na presença de outra infecção 
bacteriana concomitante, na suspeita de 
complicações supurativas ou e crianças com 
doenças crônicas (asma, fibrose cística e 
imunodeficiência) – iniciar ATB imediato. 
 O tratamento deve durar 10 dias ou 7 dias 
após melhora dos sintomas. 
 Pacientes com piora do quadro ou falha na 
melhora após 72 horas do início do ATB, 
considerar possibilidade de resistência 
bacteriana. 
 Fatores de risco para falha terapêutica: Idade 
< 2 anos, frequentar a creche, uso de ATB há < 
30 dias, vacinação antipneumocócica ou anti-
hemófilos incompleta e hospitalização 
recente. 
 Considerar a cobertura para S. aureus em 
pacientes com doença grave, com extensão 
orbital ou intracraniana da infecção em 
infecção e em pacientes hospitalizados com 
sinusite nosocomial associado à intubação 
prolongada. 
 Pode-se associar com corticoide nasal, que 
melhora os sintomas nasais reduzindo a 
inflamação ao redor do óstio sinusal, 
facilitando a drenagem; Lavagem nasal com 
soro fisiológico; 
Medicamento Posologia Indicações 
 
 
Amoxicilina 
 
 
50 mg/kg/dia 
12/12 horas 
Crianças ≥ 2 anos, 
com quadro leve a 
moderado que 
não frequentam 
creche e/ou sem 
uso de ATB nos 
últimos 30 dias 
 Em regiões em que 
a resistência do 
Amoxicilina 90 mg/kg/dia 
12/12 horas 
pneumococo seja 
superior a 10% 
 
Amoxicilina-
Clavulanato 
 
50 mg/kg/dia 
12/12 horas 
Áreas e situações 
de risco de 
infecções por 
hemófilos ou 
moraxella 
 
 
Amoxicilina-
Clavulanato 
 
 
90 mg/kg/dia 
12/12 horas 
Crianças < 2 anos 
com doença 
moderada a grave, 
que vão à creche 
ou foram tratadas 
recentemente com 
ATB 
 
Cefuroxima 
 
30 mg/kg/dia 
12/12 horas 
Crianças com 
alergia à 
amoxicilina, mas 
sem anafilaxia ou 
alergia a 
cefalosporinas 
 
Claritromicina 
15 mg/kg/dia 
12/12 horas 
Crianças com 
anafilaxia à 
amoxicilina 
 
Complicações: 
Complicações orbitárias Complicações 
intracranianas 
Celulite periorbitária Empiema subdural 
Celulite intraorbitária Empiema epidural 
Abscesso orbitário Abscesso cerebral 
Abscesso subperiosteal Trombose venosa 
Trombose de seio 
cavernoso 
Meningite 
 
É a complicação orbitária mais comum, que ocorre 
principalmente em menores de 5 anos com sinusite 
etmoidal. Caracteriza-se por edema e eritema 
periorbitário súbito. 
Conduta: 
 Casos leves: Ambulatorial – amoxicilina + 
clavulanato; 
 Casos moderados/graves: Hospitalar – 
Solicitar TC de crânio com contraste; 
Cefuroxima ou ceftriaxone; 
 
É a infecção mais grave que acomete a órbita. É 
caracterizada pela presença de borramento da visão, 
redução da acuidade visual, diplopia, oftalmoplegia, 
alteração dos refluxos pupilares, proptose ou edema 
conjuntival (quemose). 
A conduta é internar, solicitar avaliação do 
oftalmologista e do otorrino, TC de crânio com 
contraste e internação com ATB EV (ceftriaxona, 
cefuroxima ou amoxicilina-clavulanato). 
 
 
São mais comuns em adolescentes homens 
previamente hígidos e com sinusite de seio frontal. Há 
presença de cefaleia grave, fotofobia, convulsões ou 
outros achados neurológicos. Está frequentemente 
associado à S. aureus e deve-se associar vancomicina 
ao ceftriaxona. Deve-se solicitar TC de crânio com 
contraste ou RNM. 
OTITE MÉDIA AGUDA 
Caracterizada pelo início rápido de sinais e sintomas 
de inflamação na orelha média: otalgia, irritabilidade, 
insônia, anorexia, febre e otorreia. É uma das doenças 
mais comuns em pré-escolares (6-12 meses de idade), 
tendo maior incidência no outono/inverno. 
É comum por maior exposição viral, imaturidade 
imunológica e anatomia da tuba auditiva. 
Geralmente é precedida por resfriado comum, com 
edema das cavidades nasais e da nasofaringe, 
causando obstrução da tuba auditiva e, 
consequentemente, acúmulo de secreções em VAS, 
com replicação bacteriana. 
Principais agentes: 
 Streptococcus pneumoniae; 
 Moraxella catarrhalis; 
 Haemophilus influenzae não tipável; 
Quadro Clínico: Otalgia, irritabilidade, inapetência, 
vômitos, diarreia e febre. 
Diagnóstico: Otoscopia – Abaulamento e opacidade 
da membrana timpânica, hiperemia e perda de 
mobilidade. 
 
Conduta: Observar por 3 dias ou antibiótico 
imediatamente. 
 
Opções de ATB: Amoxicilina, amoxicilina + 
clavulanato, axetilcefuroxima e ceftriaxone IM 3 dias. 
Sempre prescrever analgesia com ibuprofeno ou 
acetaminofeno. 
 
 > 3 episódios OMA últimos 6 meses; 
 > 4 episódios OMA último ano, sendo 1 em 6 
meses; 
 Tomar mamadeira deitado; 
Fatores de risco associados à OMA recorrente: 
 Sexo masculino; 
 Frequentar creches; 
 Ter irmãos; 
 Tabagismo passivo; 
 Sintomas com duração > 10 dias à chegada ao 
OS; 
 Aleitamento materno por < 3 meses; 
 Uso de chupeta; 
 Tomar mamadeira deitado; 
A maior complicaçãoé a Mastoidite Aguda: dor, 
edema retroauricular e protrusão do pavilhão 
auricular. Submeter o paciente à TC de crânio, em que 
identifica erosão óssea com destruição das células 
mastoideas. 
 
Conduta: ATB EV, internação e limpeza cirúrgica 
(timpanostomia, mastoidectomia ou aspiração do 
abscesso subperiosteal). 
FARINGITE E TONSILITE AGUDAS 
É a inflamação da mucosa faríngea, comumente 
associada à inflamação das tonsilas (tonsilite). Mais 
comuns em escolares e adolescentes (entre 5 a 11 
anos) e incomuns em crianças < 3 anos. 
A maioria das faringites agudas é viral e 
autolimitadas. 
Etiologia viral: 
 Rinovírus; 
 Coronavírus; 
 Vírus sincicial respiratório; 
 Parainfluenza; 
 Coxsackievírus; 
Etiologia bacteriana: 
 Streptococcus pyogenes; 
 H. influenzae b; 
 Mycoplasma pneumoniae; 
 Corynebacterium diphteriae; 
 Neisseria gonorroehea – principalmente em 
adolescentes sexualmente ativos; 
Quadro clínico: 
 Inespecífico: Febre, dor de garganta e 
exsudato faríngeo; 
 Sugestivo de vírus: Tosse, rinorreia e/ou 
conjuntivite, rouquidão, diarreia e vesículas 
em orofaringe; 
 Sugestivo de bactéria: Vômitos, petéquias em 
palato, exsudato faríngeo e tonsilar, 
exantema escarlatiniforme e linfonodos 
cervicais dolorosos; 
 
 
 Pode evoluir com a síndrome de Herpangina, que há 
aparecimento de vesículas de 1 a 2 mm de diâmetro, 
localizadas em palato mole, úvula e pilares 
amigdalianos. Geralmente se rompem e dão origem à 
úlceras rasas. Pode causar febre, dor de garganta e 
dor abdominal. 
 
Síndrome Mão-Pé-Boca: Lesões papulovesiculares em 
orofaringe, lábio e língua, além das palmas das mãos e 
pés. 
 
Febre faringoconjuntival: Febre alta, mialgia, cefaleia, 
dor de garganta, exsudato em amídalas e conjuntivite 
folicular. 
Mononucleose: Febre persistente, amigdalite 
exsudativa, linfadenopatia generalizada, 
esplenomegalia e exantema após uso de amoxicilina. 
Diagnóstico etiológico da Faringite Estreptocócica: 
 Teste rápido: Strep test 
 Cultura de orofaringe (padrão ouro); 
 
Tratamento: 
 Antibiótico: Penicilina benzatina IM dose 
única ou amoxicilina VO por 10 dias. Alergia: 
clindamicina ou claritromicina. 
 Sintomático: ibuprofeno (anti-inflamatório) e 
hexomedine spray (anestésico tópico). 
 Abscesso Peritonsilar 
É mais comum em adolescentes e etiologia 
polimicrobiana. O quadro clínico é caracterizado por 
disfagia e odinofagia, trismo, alteração de voz e 
sialorreia. 
Exame físico: Abaulamento tonsilar, desvio de úvula 
contralateral, massa dolorosa palpável no pescoço e 
linfadenopatia cervical. 
 
Diagnóstico: Clínico. Pode-se lançar mão de TC 
cervical apenas para diagnóstico diferencial. 
Conduta: 
 Drenagem sem sedação e alta com ATB; 
 Internação – Drenagem e ATB EV: Ceftriaxone 
+ Clindamicina. Alta: Amoxicilina-clavulanato 
ou clindamicina VO 
Abscesso Retrofaríngeo 
Mais comum em meninos < 5 anos, tem etiologia 
polimicrobiana. 
Quadro clínico: Mau estado geral, massa cervical, dor 
no pescoço, disfonia e estridor, trismo e meningismo. 
Complicações: Obstrução de via aérea superior e 
mediastinite. 
Conduta: Internação – TC cervical com contraste, ATB 
EV: ceftriaxone + clindamicina e drenagem cirúrgica. 
Adenoamigdalectomia – Indicações: 
 Deve ser realizada quando houver infecções graves e 
recorrentes de garganta. 
 > 7 episódios graves em 1 ano; 
 > 5 episódios graves/ano por 2 anos 
consecutivos; 
 > 3 episódios graves por 3 anos consecutivos; 
Pode ser realizada também quando houver Síndrome 
da Apneia Obstrutiva do Sono. 
Adenoidectomia isolada – Indicações: 
 OMA recorrente; 
 Otite média crônica com efusão com falha de 
tratamento com timpanostomia; 
 Sinusite crônica refratária; 
SÍNDROME PFAPA 
PF Periodic fever – Febre periódica 
A Aphtous stomatitis – estomatite aftosa 
P Pharyngitis – faringite 
A Cervica adenitis – adenite cervical 
 
É uma síndrome autoinflamatória, com início antes 
dos 5 anos, com resolução espontânea até 10-12 anos 
e etiologia desconhecida. 
Quadro Clínico: Episódios súbitos de febre elevada 
por 3-7 dias, úlceras aftosas, faringite e linfadenopatia 
cervical. Aparece na ausência de infecção de via aérea 
superior. 
Tem resolução espontânea. Recorrência após 2-12 
semanas. 
É um diagnóstico de exclusão – afastar IVAS, 
crescimento e desenvolvimento normais e intercrítico 
assintomático. 
Tratamento: Prednisona VO 3-5 dias e tonsilectomia. 
SÍNDROME DO CRUPE 
 Via aérea supraglótica: Não possui 
sustentação cartilaginosa e, portanto, tem 
obstrução potencialmente fatal. A obstrução 
pode ocasionar estridor inspiratório, 
salivação, dificuldade de deglutição e voz 
abafada. 
 Via aérea glótica: Tem sustentação 
cartilaginosa e, portanto, não tem fácil 
obstrução. Síndrome do Crupe – grupo de 
doenças que levam à obstrução glótica e 
subglótica – ocasiona estridor inspiratório, 
tosse ladrante, rouquidão e desconforto 
respiratório. 
 Via aérea intratorácia: Estridor expiratório e 
tem comprometimento de bronquíolos – 
tempo expiratório prolongado e sibilos. 
CRUPE VIRAL 
É mais comum em crianças de 1-6 anos, com pico de 
incidência aos 18 meses, acometendo mais meninos. 
Os casos são distribuídos entre outono/inverno. 
Principais agentes etiológicos: 
 Parainfluenza 1, 2 e 3; 
 Influenza A e B; 
 Vírus sincicial respiratório; 
 Rinovírus; 
 Coronavírus; 
 Adenovírus; 
Quadro Clínico: Pródromo viral de tosse, coriza e 
febre por 24-72 horas. Evolui com início súbito de 
tosse ladrante, rouquidão e estridor inspiratório que 
piora à noite e com agitação e choro. 
Diagnóstico: Clínico. Pode-se solicitar RX cervical – 
Sinal da Torre de Igreja (ponta de lápis), que é o 
estreitamento subglótico. Somente solicitar para 
exclusão de diagnósticos diferenciais. 
 
Fatores de risco para casos mais graves: 
 Início súbito dos sintomas; 
 Evolução rápida < 12 horas; 
 Episódios anteriores de crupe; 
 Anormalidade anatômica da via aérea; 
 Doenças neuromusculares; 
 
Leve < 6 | Moderada 7-8 | Grave > 8 
 
 
Tratamento: 
 Crupe Leve: Dexametasona IM dose única ou 
prednisona VO 3-5 dias. Alta com orientação 
dos sinais de alerta. 
 Crupe Moderada: Dexametasona M, inalação 
de adrenalina (reduz a obstrução, estridor e 
risco de insuficiência respiratória), O2 se 
necessário e observação por 4 horas. 
 Crupe Grave: Inalação adrenalina, 
dexametasona IM, O2 se necessário, 
intubação eletiva e admissão em UTI. 
Diagnósticos Diferenciais: 
 Crupe membranosa; 
 Supraglotite; 
 Aspiração de corpo estranho; 
 Abscesso peritonsilar; 
 Abscesso retrofaríngeo; 
CRUPE ESPASMÓDICA 
Também chamada de laringite estridulosa, acomete 
mais meninos entre 1-3 anos, com história pessoal ou 
familiar de atopia. Não apresenta Pródromo, apenas 
início súbito de estridor, tosse metálica e desconforto 
respiratório que ocorre, principalmente, à noite, dura 
alguns minutos e tem resolução espontânea. Tem 
recorrência 2-3 noites. Geralmente, na entrada do OS, 
o paciente já está assintomático. Não precisa de 
medicação, apenas inalação de SF. 
TRAQUEÍTE BACTERIANA 
É uma infecção bacteriana direta da mucosa traqueal 
com produção de exsudato mucopurulento e 
formação de membranas aderentes na traqueia. É 
uma das principais causas de obstrução das vias 
aéreas superiores potencialmente fatal. 
Acomete principalmente meninos e menores de 6 
anos. 
Agentes etiológicos: 
 S. aureus (principal agente); 
 S. pneumoniae; 
 H. influenzae; 
 M. catarrhalis; 
 Anaeróbios; 
Quadro Clínico: Pródromo viral – coriza, tosse e febre 
24-72 horas; Após isso, ocorre aparecimento súbito de 
tosse ladrante, rouquidão, estridor inspiratório e 
desconforto respiratório. Evolui com queda do estado 
geral, febre alta, toxemia e não tem resposta ao 
tratamento do grupo viral. 
Diagnóstico: Clínico. 
 Laringoscopia:exsudato purulento e fétido, 
de fácil remoção e que pode ser encaminhado 
para cultura para identificação etiológica. 
 RX Cervical: Pode apresentar sinais de 
afunilamento da coluna aérea e 
esfumaçamento da parede da traqueia. Não é 
necessário para diagnóstico. 
Tratamento: O paciente deve ser admitido na UTI e 
entubado precocemente. Associar ATB de amplo 
espectro – cefuroxima ou ceftriaxone EV. 
SUPRAGLOTITE 
Caracterizada por uma infecção bacteriana grave da 
epiglote e das estruturas supraglóticas, antigamente 
chamada de epiglotite. Costuma acometer crianças de 
2-7 anos de idade. 
Agentes etiológicos: 
 Staphylococcus aureus; 
 Streptococcus pyogenes; 
 Haemophilus influenzae tipo B; 
Quadro Clínico: Início súbito de disfagia, febre alta até 
40ºC, engasgo e salivação. Tem evolução rápida para 
toxemia e insuficiência respiratória. Pode cursar com 
estridor inspiratório, mas não ocorre tosse ladrante 
ou rouquidão, pois não há comprometimento de 
laringe. Geralmente a criança se apresenta na posição 
do tripé, com o corpo inclinado para frente e apoiado 
nos braços, hiperextensão do pescoço, protrusão do 
queixo e língua pra fora. 
 
 
Diagnóstico: Clínico. 
 Laringoscopia – Epiglote em cereja (epiglote 
edemaciada e hiperemiada); 
 RX Cervical – Epiglote em dedo de luva ou 
sinal do polegar; 
 
 
Tratamento: Admissão em UTI, intubação precoce, 
ATB (cefuroxima ou ceftriaxone EV e considerar 
oxacilina para S. aureus). 
*Não utilizar corticoide ou inalação com adrenalina.

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