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Universidade Veiga de Almeida Sociolinguistica

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2
Universidade Veiga de Almeida
Professora: Cláudia Giesel
Alunos: Camila Silva de Almeida e Lucas Guida Pacheco de Souza
Matéria: Sociolinguística Turno: Manhã
 RESUMO I
BORTONI – RICARDO, Stella M. A Sociolinguística: uma nova maneira de ler o mundo. In: BORTONI – RICARDO, Stella M. Manual de Sociolinguística. São Paulo. Contexto. 2014. P. 11 – 21. 
	A sociolinguística se constituiu como uma ciência autônoma e interdisciplinar nos anos 60. Porém, antes desse período, outros teóricos (Bakhin – Meillet) desenvolveram ideias no campo da linguagem considerando o contexto cultural e a comunicação interpessoal. Os fundamentos sociolinguísticos estão atrelados a dois conceitos da linguística estruturalista do século XX: o relativismo cultural e a heterogeneidade linguística. 
	O relativismo cultural, que se originou das pesquisas da antropologia cultural de Franz Boas, postula que nenhuma manifestação de cultura prestigiada é superior a outra embora haja diferenças entre elas. A princípio, esta afirmação foi aplicada para comparação entre línguas, no entanto, a constatação da existência de uma variedade linguística em qualquer língua natural e o repertório do falante, promoveu a ampliação no campo das questões relativistas. 
	Dessa forma, a sociolinguística passou a descrever as variedades e o fenômenos inerentes a linguagem humana. Através dos estudos de competência comunicativa de Dell Hymes, surgiu, então, uma nova interpretação da produção linguística, ou seja, os indivíduos são capazes de produzir infinitas sentenças, de acordo com o sistema da língua, além, da capacidade de adaptação do discurso ao interlocutor. Assim, emergiu os questionamentos relativos ao papel da sociedade na linguagem. 
	Com o advento das pesquisas feitas por William Labov foram analisados métodos relativistas que permitissem, através da variedade linguística, diminuir o fracasso do desempenho escolar dos grupos sociais minoritários. As dificuldades encontradas no aprendizado na leitura, era devido as diferenças de linguagem empregada entre docente e estudantes. 
	Letramento é uma tradução feliz do inglês que se propôs no Brasil para a palavra “literacy”, que ainda não aparece no New Illustrated Webster's Dictionary na edição de 1992. O mesmo dicionário, contudo, à página 571, define assim a palavra “literate”. adj. 1. able to read and write. 2. Having a knowledge of letters or literature: educated n. – 1. Anyone able to read and write [...][<litteratus <littera – letter).
	Um dos propósitos centrais da educação é ajudar os alunos a ler e escrever. Para muitas crianças [...] aprender a se tornar letrado é uma luta, à medida que elas e seus professores buscam a chave que vai destravar os mistérios de aprender a ler e a escrever. Neste livro exploramos modos de como ajudar as crianças a desenvolverem suas habilidades de alfabetização [literacy], pensando e aprendendo.
	O foco dos estudos de letramento eram as mudanças sociopolíticas e demográficas que se seguiram ao uso extensivo da escrita. Daí o interesse progrediu para a análise do desenvolvimento da tecnologia da escrita em grupos nacionais ou sociais, em sociedades não industrializadas. É oportuno lembrar que foi depois da invenção da imprensa por Gutenberg (1398-1468] que os países europeus passaram a fazer uso disseminado da leitura e da escrita, antes circunscritas aos mosteiros. Na década de 1980, particularmente importante foi a constatação de que muitos dos processos cognitivos considerados como consequência da escrita decorrem de fato de práticas escolares. É o treinamento escolar, e não a escrita per se, que molda certos modos de processar o pensamento lógico. Uma relevante reanálise que veio influenciar os novos estudos de letramento foi avançada por Brian Street (1984), que identificou duas maneiras de se conceber o letramento: atribuindo-lhe um caráter autônomo ou analisando-o de uma perspectiva ideológica.
	No chamado modelo autônomo de letramento, segundo a dicotomia proposta por Street, atribui-se imanentemente à escrita, e por consequência também à leitura, o apanágio de habilitar o indivíduo a realizar operações cognitivas complexas, independentemente de seus antecedentes ou de seu contexto. Um corolário desse entendimento é uma perversa distinção entre indivíduos que sabem ler e escrever, e, portanto, estão aptos a desenvolver raciocínios complexos, e individuos incapazes de tais raciocínios, dotados de uma mente pré-lógica. Percebe-se aí a replicação de noções preconceituosas e discriminatórias, que pontuam a história do pensamento humano.
Ideias para aplicação em sala de aula:
	Perguntar aos alunos se eles já perceberam maneiras diferentes de se comunicar entre as pessoas da família, do bairro ou de clubes e festas que já tenham frequentado. 
	Perguntar se algum familiar (pai, mãe, tio, etc.) nasceu em outro estado brasileiro, se eles notaram diferenças na maneira de falar. 
	Se ao viajar para outro município ou estado brasileiro, já tiveram dificuldades de comunicação com o interlocutor. Pedir exemplos. 
	Apresentar textos das diferentes regiões brasileiras para que posam observar o vocabulário e expressões desses locais. 
	Ler textos do folclore, da literatura de cordel ou letras de música e após a leitura (junto com o professor(a) estudar o vocabulário, e verificar as diferenças existentes. Saber se tiveram dificuldade em entender certas palavras. 
	Mostrar textos utilizados no dia a dia para os alunos identificarem qual o contexto ou situação existente no trecho lido.
	Estude as atividades do contrato.
	Analisar todos os fatores ou ideias.
	Utilizar estudos de caso ou representações visuais de unidades de aprendizagem para aplicar aos conceitos e aplicar a mesma rotação.
	Métodos colaborativos para produção de conteúdo.
	Diferentes formatos de avaliação.
	Ensinar em condições reais.
	Capacitar os alunos a compreender a diferença entre a linguagem falada e a escrita de uma forma interessante.
RESUMO 2
BORTONI – RICARDO, Stella M. A Herança da Linguística Estruturalista: O tratamento da variação linguística. In: BORTONI – RICARDO, Stella M. Manual de Sociolinguística. São Paulo. Contexto. 2014. p. 67 – 83. 
	Um dos temas dos estudos sociolinguísticos é a variação sistemática: dois enunciados se equivalem quando dizem a mesma coisa de forma alternada, mas só ocorre na função referencial (informativa) da linguagem. Denomina-se variantes, as formas que transmitem o mesmo sentido com recursos linguísticos diferentes, caracterizando as regras variáveis. Exemplos: “nós fomo”, “nós fomos”, “nós foi” e “nós fumo” são quatro variantes da mesma forma verbal do português brasileiro. 
	Para analisar uma regra, é necessário identificar aquelas que indicam estratificação social etnicidade, e/ou marcadores de variação estilística, além disso, é preciso examinar cada uma das variantes. Uma das mais comuns utilizadas em comunidades urbanas e tecnológicas é a variedade padrão associada aos grupos de maior prestígio e variedade de caráter popular. O uso da variedade padrão se constitui por que ela é legitimada e institucionalizada como um método de comunicação e está relacionada aos detentores do poder. 
	Ligado a esse assunto, há também, uma relação de diglossia (quando um indivíduo ou uma comunidade utiliza duas ou mais línguas com objetivos ou em contextos diferentes), conceito estabelecido por Ferguson, onde as variedades comunicativas exercem determinada função como língua religiosa, burocracia estatal, letras de música, mídia jornalística, etc. 
	Sendo assim, a língua padrão tem sido associada ao contexto, em países mais avançados, cujo repertório linguístico não varia muito entre os indivíduos, ou seja, todos os cidadãos tem acesso a escolaridade. As classes que possuem prestígio têm acesso a ela (língua padrão), enquanto que as classes de menor poder aquisitivo deseja atingi-la. 
	Dentre as variedades fonológicas mais estudadas no português do Brasil, está a elevação das vogais médias /e/ e /o/ em posiçãopretônica. No caso da vogal /e/ sua ocorrência é favorecida pela presença da vogal homorgânica /i/ (vogal ou consoante com o mesmo ponto de articulação) na sílaba seguinte, uma consoante velar (/c/, /g/, /r/) anterior e uma consoante palatal (/nh/, /lh/) seguinte. Com relação a pretônica /o/ ambas as vogais altas /i/ e /u/ favorecem a regra. 
Ideias para aplicação em sala de aula:
	Exibir um vídeo que apresente cenas do cotidiano onde se possa identificar palavras com pronúncia e acentuação diferentes. Perguntar aos alunos se eles conhecem pessoas que falam da mesma forma que aparece no vídeo. 
	Fazer uma relação, junto com o professor, das palavras que são pronunciadas de maneira diferente, e perguntar se eles conhecem o significado de cada uma delas. 
	Apresentar textos (poesia, letra de música, história em quadrinho) que tenham variantes de uma mesma palavra do português brasileiro. 
	Pedir aos alunos que, em grupo, façam uma pesquisa sobre a variedade linguística das regiões brasileiras, destacando as palavras mais usadas, as formas de comunicação e os termos com pronuncia diferenciada. Após a pesquisa, conversar com os alunos sobre os muitos falares existentes no Brasil e mostrar que cada diferença tem as suas particularidades provenientes da cultura e das características e história de cada região.
Quando Portugal iniciou a colonização do Brasil, em 1549, com a construção da cidade de Salvador, o processo de padronização do português já estava em curso e foi trazido para o nosso país pela burocracia estatal e pelo clero da Igreja Católica. Passou a ser cultivado principalmente na capital, primeiro Salvador e depois Rio de Janeiro. Nesta última, teve um forte incentivo com a vinda da Corte portuguesa para o Brasil, em 1808.
Quando a língua padrão é associada a classe social, torna-se símbolo de status. As classes sociais que detêm prestígio e poder têm amplo acesso a ela; as classes inferiores na pirâmide social aspiram ao domínio dessa norma padronizada, que vão aprender na escola.
Há que se considerar também que em toda a história de nosso país, a maioria dos habitantes não descendia de europeus. Somente em meados do século XIX, os brasileiros que tinham o português como língua materna chegaram a aproximadamente metade da população. Ademais, a difusão da língua portuguesa e seu processo de padronização no Brasil dão-se paralelamente ao processo de urbanização.
No processo de urbanização no Brasil – e no processo paralelo e corrente de padronização da língua - podem-se distinguir dois períodos. O primeiro não foi acompanhado por industrialização e teve início com as mudanças que ocorreram no Rio de Janeiro no começo do século XIX.
Ideias para aplicação em sala de aula:
Apresentar o português de uma forma interessante.
Promover clube de leitura.
Fazer uma feira literária.
Realizar projetos literários.
Mostre o português em um contexto cultural.
RESUMO 3
COELHO, Izete L. et al. O Estudo da Linguagem no Contexto Social. In COELHO, Izete L. Para Conhecer Sociolinguística. São Paulo. Contexto. 2015. p. 11 - 54
	A sociolinguística estuda a relação entre a língua e a sociedade. Um dos seus métodos e teoria de pesquisa é a variacionista. Para uma análise consistente, deve-se considerar que a língua não é uma estrutura pronta, acabada, mas possuí um caráter variável e mutável. Os falantes, também, influenciam na maneira como avaliam a língua que usam e como ela é usada pelos outros.
	Dentro desse assunto, noções devem ser examinadas: variedade, diz respeito à fala característica de determinado grupo; variação é o processo pelo qual duas formas podem ocorrer no mesmo contexto com o mesmo valor e significado; variável é o lugar na gramática em que se localiza variação; variantes são as formas individuais que se alternam pela expressão da variável. 
	Em relação a variedade padrão, é assim considerada por estar associada à camadas mais altas da pirâmide social. Em geral, é a língua utilizada pelos falantes mais escolarizados e que possuem maior remuneração. Enquanto que a variante não padrão, mesmo sendo a mais usada por uma comunidade, é estigmatizada, seu uso é visto de forma negativa, como também, aqueles que a empregam.
	Ao analisar as variações, verifica-se que ocorre em todos os níveis da gramática e que os falantes pertencentes a grupos diferentes apresentam variedades diversas. Porém, a variação linguística não acontece por acaso, existem normas que a regem, e por isso, há compreensão entre as pessoas, mesmo que sua fala seja variável. 
	Outro fator preponderante, são os condicionadores, ou seja, os fatores que regulam as escolhas entre uma ou outra variante. É o controle rigoroso desses fatores que permite avaliar em que tipo de ambiente, tanto linguístico quanto extralinguístico, uma variante tem maior probabilidade que ser escolhida em relação à outra. 
	Estes fatores estão divididos em dois grandes grupos: linguísticos ou internos e os extralinguísticos ou externos. O primeiro são os de nível lexical - as palavras que compõem uma língua; fonológico - relacionado a pronúncia; morfológico - alteração no morfema; morfofonológico - mudança no fonema e morfema ao mesmo tempo; sintático - ordem dos constituintes de uma sentença; morfossintático - abrange a classe de palavras e a relação dos termos em uma frase; discursivo - refere-se as palavras que encadeiam trechos discursivos (conjunções, advérbios, etc).
 Ideias para aplicação em sala de aula
	Apresentar vídeos de diferentes regiões do país com o objetivo de observar a variedade da pronúncia. Ler textos de músicas populares ou antigas que apresentem palavras com variações na escrita.
	Conversar com os alunos sobre as muitas formas de comunicação que existem. Explicar que cada uma atende a um determinado grupo (faixa etária, grau de escolaridade, classe econômica e região geográfica).
	Explicar a necessidade do aprendizado da norma padrão e porque a escola adota essa modalidade. Exemplificar em quais situações a norma culta deve ser aplicada. Orientar os estudantes no sentido de que eles percebam a importância de todas as modalidades de linguagem. Embora sejam diferentes, mesmo assim, todos conseguem se comunicar.
Ao testar a atuação condicionadora do traço semântico animacidade sobre a forma de realização do objeto, os resultados obtidos evidenciam que o traço [+animado] do referente está associado à realização do objeto na forma de pronome lexical, como em (10), com uma taxa de 92%; ou na forma de clítico, como em (9), com um percentual de 78%. Por outro lado, o traço [-animado] do objeto favorece a sua realização como categoria vazia (13), com 76%, ou como SN (11) e (12), com um percentual de 70%. Logo, o uso do clítico e do pronome lexical é condicionado pelo traço [+animado] do objeto, enquanto o uso da categoria vazia e do SN é condicionado pelo traço [-animado] do objeto.
A seguir, expandimos a área de abrangência dos condicionadores para o nível textual discursivo. Analisando a ordenação de orações adverbiais temporais introduzidas por "quando’', em amostra do Varsul, Edair Görski (2000) testou a atuação de um condicionador discursivo: o tipo de escopo da oração.
É esperado que forças de um nível linguístico operem sobre fenômenos do mesmo nível, ou seja, nesse caso, que condicionadores fonético fonológicos influenciem o uso de uma ou de outra variante fonológica.
Vamos conhecer que tipos de variação podem resultar da influência de condicionadores extralinguísticos. Comecemos com a variação que de corre da localização geográfica dos falantes.
É a variação regional, também conhecida por variação geográfica, ou ainda variação diatópica, a responsável por podermos identificar, às vezes com bastante precisão, a origem de uma pessoa pelo modo como ela fala. Através da língua, é possível saber que um falante é gaúcho, mineiro ou baiano, por exemplo. Mas o que exatamente nos permite fazer essa distinção?
Vale observar que essa classificação por tipos não implica que eles ocorram separadamente nem que sejamindependentes da dimensão interna da variação. Normalmente, o que ocorre é uma combinação dos fatores que condicionam a forma como falamos. Na dimensão externa da variação, vamos estudar também os condicionadores extralinguísticos.
Ideias para aplicação em sala de aula
Promover a análise da linguagem por meio de perguntas.
 Reforçar que a prática consciente da língua está intimamente ligada à adequação de contextos. E esta vai depender de quem diz o quê, a quem, como, quando, onde, porquê e visando quais efeitos.
Explicar que toda língua muda e varia; respeitar as variedades linguísticas; valorizar e reconhecer na língua que fala, sua própria identidade.
Refletir sobre as consequências de não economizar água ou não ponderar sobre os candidatos antes de votar, a prática inconsciente da língua também pode ser negativa.
RESUMO 4
BORTONI - RICARDO, Stella M. O Impacto da Sociolinguística na educação. In. BORTONI - RICARDO, Stella M. Manual de Sociolinguística. São Paulo. Contexto. 2014 p. 157 - 167
	A sociolinguística é uma ciência que tem como objetivo analisar o desempenho escolar de crianças oriundas de grupos sociais ou étnicos de menor poder econômico e cultura, principalmente, oral. Seu desenvolvimento é baseado em dois princípios: o relativismo cultural e a heterogeneidade linguística inerente e sistemática.
	Em relação à educação, essa ciência aplica os resultados de suas pesquisas nas soluções dos problemas educacionais e em propostas de trabalho pedagógico mais efetivo. Para atingir essa finalidade, emprega os estudos (sociolinguísticos) quantitativos e qualitativos, acrescentando os subsídios de áreas afins, como a pragmática, a linguística do texto, a linguística aplicada e a analise do discurso. 
	Além dos problemas educacionais já existentes, outros obstáculos se desenvolveram devido à falta de entendimento correto dos textos técnicos da área de sociolinguística. O principal, os professores que não deveriam corrigir os erros gramaticais dos alunos, porque para os linguístas as variantes que diferem da língua padrão não estão erradas, são diversidades mais produtivas na modalidade oral da língua e em estilos não monitorados. Para a escola, corrigi-las seria uma forma de criar em insegurança linguísticas nos alunos.
	No entanto, essa ponderação generalizada na escola brasileira, não considera que os enunciados devem se adequar ao contexto, em que é produzido, levando em conta o local, o tema da conversa e as expectativas do interlocutor. E o fato de haver diferenças intrínsecas entre a modalidade oral e escrita no que concerne a formalidade.
	Outro conceito a ser analisado é o da aceitabilidade (Goodenough) que associa cultura aos modelos que as pessoas têm em mente para perceber e interpretar o que os cerca. a gramática usada nas escolas é socialmente valorizada e está estabelecida na mente dos brasileiros, condicionando suas interpretações. Portanto, aos professores cabe prestar atenção à produção linguística de seus alunos, no sentido de fazer os ajustes necessários, de forma respeitosa, nas avaliações escritas ou orais para que eles (alunos) não estejam sujeitos à críticas e estigma social.
	No que concerne à aplicação dos estudos sociolinguísticos na educação, Bortoni-Ricardo elabora alguns princípios que devem ser empregados. A escola deve influenciar nos estilos mais monitorados e não nos coloquiais; as regras variáveis menos valorizadas devem ser as mais trabalhadas enfatizando as que são mais evidentes; o estudo das variações no Brasil, conduzido com sensibilidade e respeito, pode ser muito positivo; os estilos monitorados da língua devem ser reservados à realização de eventos de letramento em sala de aula. A oralidade pode ser efetuada em situações mais casuais. 
	Ainda sobre esse assunto, a descrição da variação da sociolinguística educacional não deve se dissociar da análise etnográfica de sala de aula, pois desse modo, é permitido avaliar o significado que a variação assume para os estudantes e a postura do professor diante das regras não padrão da língua. É necessário, também, haver uma consciência crítica por parte dos professores sobre a variação linguística e seu reflexo nas desigualdades sociais.
	Outro ponto observado é o analfabetismo que atinge cerca de 30% dos brasileiros com mais de 65 anos, segundo o censo de 2011 de IBGE. A taxa de alfabetização no Brasil é uma das mais baixas do mundo, mesmo considerando apenas os países do Hemisfério Sul. O Relatório de Desenvolvimento Humano de 2001 das Nações Unidas constatou que 55% dos países do mundo apresentam melhor desempenho na alfabetização que o Brasil.
	 Ideias para aplicação em sala de aula
	Trabalhar com os alunos as diferentes opções de expressão, ressaltando que devem ser adequadas ao contexto em que se realizam. Explicar a questão da formalidade e informalidade nos textos orais e escritos. Desenvolver a oralidade, através de exercícios, para os alunos elaborarem exposições orais sobre atividades do cotidiano, noticias de jornais, filmes e etc, em sala de aula.
	Mostar as diferenças entre a linguagem oral e escrita. Como na oralidade há mais facilidade de comunicação entre os falantes, devidos aos fatores gestuais ou visuais. Na escrita há necessidade de maior precisão lexical, coesão e coerência, além dos interlocutores não estarem partilhando do mesmo contexto.
	Trabalhar com textos de diferentes gêneros (e-mails , whatsApp, bilhetes, etc) e estabelecer as diferenças entre eles, quanto ao uso da formalidade ou informalidade, dependendo a quem é dirigida a mensagem.
	Orientar os alunos na localização das informações explícitas em textos contínuos (narração, exposição, descrição, argumentação, instrução, hipertexto, etc) e não contínuos (gráficos e quadros, tabelas, mapas, peças de publicidade, etc), reconhecer o assunto e a finalidade do texto, identificar texto de circulação social e realizar inferências de pouca complexidade.
Apresentações dos alunos sobre o ensino de português em sala de aula.
Mostrar aos alunos as gravações verbais, que podem ser escritas pelos próprios alunos ou por outras pessoas. 
Realizar pesquisas sobre variação de linguagem.
Compartilhar a seleção de obras literárias, lendo, ouvindo, comentando e os efeitos da leitura de obras com os colegas.
Verificar outros materiais de leitura que o ajudarão a escrever este artigo.
 Rever seu próprio trabalho ao escrever o texto, refaça várias versões para escrever o texto cuidadosamente e tome uma decisão sobre sua apresentação final.
Escrever um texto para explicar o que aprendeu e prepare um relatório oral.
Ler individualmente ou em grupos para entender os clássicos e determinar recursos de linguagem, procedimentos e estratégias de inferência para associá-los ao seu gênero.
Pesquisar informações e escolha uma estratégia de leitura com base em um propósito específico.
Usar estratégias específicas para cada gênero e complemente o texto com informações de outras obras escritas.
Organizar debates sobre temas de interesse geral e participe deles registrando dados de várias fontes.
RESUMO 5
ZWIRTES, Polyana. A Base Nacional Comum Curricular - uma análise à luz da sociolinguística educacional. 2020. 115 f. Dissertação (mestrado em Ensino). - Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Foz do Iguaçu, 2020. p. 61-75
	O código linguístico tem caráter social cultural e histórico, existe como instrumento de comunicação e interação entre os sujeitos falantes. Não há como separá-la de seus usuários. As pesquisas sociolinguísticas se aplicam na efetivação de um estudo detalhado da relação entre língua e sociedade; objetiva observar, descrever, analisar a língua falada no meio social e situações de uso. 
	Dentro do contexto escolar os estudos do estruturalismo (Saussure) são encontrados, na teoria e na prática do ensino de Língua Portuguesa. Atividades como a análise sintática das frases, as vezes retiradas de textos, mas descontextualizados, estão presentes em livros didáticos, em atividades dadas por professores e em planejamentoescolar, mas sem considerar a funcionalidade da língua e o significado que ela permite em diferentes produções.
	Em relação à linguagem, Geraldi (2000) divide em três concepções: a primeira, linguagem como expressão do pensamento entende que a língua é externalização do pensamento, o expressar-se no interior da mente e, por consequência; aquele que não se expressa bem não pensa bem. A segunda: linguagem como instrumento de comunicação, compreende a língua como código, determinado por padrões e regras, que transmite uma mensagem de um emissor para um receptor. A terceira: linguagem como forma de interação, caracteriza-se por compreender a língua enquanto coletiva e de natureza social, os falantes são sujeitos e os objetos estudados deixam de ser frases e passam a ser texto, gênero e discurso.
	No que concerne a linguística textual, suas pesquisas passou por três fases: inicialmente se prestou ao estudo da relações interfasais e transfesais; no segundo momento a gramática textual se dedicou a apresentar o falante como um ser dotado de uma competência linguística que o permite elaborar e reconhecer textos com coerência; por fim, destinou-se aos fatores de produção, recepção e interpretação de textos. A língua é compreendida a partir do seu uso, em textos escritos e orais, e de seu sistema de organização e estruturação.
	Quanto ao ensino da língua nas escolas as três concepções citadas estão presentes nos currículos e práticas de sala de aula. No entanto, o texto é utilizado como coleta de frases ou palavras para classificações e estruturações sintáticas. A leitura ou decodificação de palavras e de trechos para análises gramatico-normativa. E o uso do "texto como pretexto" para o ensino de gramática.
	A variação linguística, e os diferentes falares não estão incluídos no aprendizado, em alguns casos é limitada à apresentação da variação geográfica. As questões relevantes relacionadas à variação social que culminam em -preconceito linguístico, violência simbólica e discriminação de falantes são deixados de fora.
	O início das pesquisas sociolinguísticos ocorreu no simpósio "Directions for Historical Linguístics" na Universidade do Texas, em 1966. A língua passou a ser tratada como fenômeno social e não mais observada como um sistema de códigos e signos homogêneos, a língua real é vista e descrita dentro de suas heterogeneidades ordenada, são os fenômenos de mudança da língua que devem ser estudados e descritos. A variação linguística passa a ser explicada a partir dos estudos empíricos, de ciência.
	A partir do momento que a compreensão de que a língua está em constante transformação, e que as variações são naturais e inerentes à língua, por se tratar de um objeto vivo e resultado de interações e vivências de sujeitos reais, o ensino de língua deve repensar suas práticas e crenças, deve então focalizar nos diferentes sujeitos presentes na sala de aula nos seus diferentes falares.
	A teoria sociolinguística não trata como mudança da língua toda e qualquer variação, mas fenômenos naturais que acontecem de maneira organizada, lógica e estruturada. As mudanças que ocorrem na língua envolvem três estágios: a origem das variações linguísticas são geradas por diferentes motivos ou fatores, sejam eles sociais, étnicos, etários, geográficos, na fala/escrita de sujeitos reais; a propagação de mudanças linguísticas alastram-se e difundem-se entre os falantes desse mesmo grupo de origem; a regularidade da mudança linguística - término - obtém uma frequência significativa de ocorrências e permitem uma regularidade da mudança.
	 Ideias para aplicação em sala de aula
	Desenvolver a oralidade através de debates com assuntos atuais escolhidos pelos professores e alunos. Incentiva-los a produzir textos orais antes dos escritos.
	Preparar a produção de textos com leituras e discussões orais. Estimular a intertextualidade , variando os gêneros textuais que serão produzidos.
 O processo de conscientização crítica dos professores e alunos quanto  às implicações sociais e as desigualdades que as variações refletem. Fazer com que os envolvidos no processo percebam de onde as variedades vêm, quais cargas valorativas implicam e, consequentemente, repensem e reflitam sobre o agir  docente.
Trabalho de conscientização de professores e alunos são possíveis, e os resultados se mostram positivos, como a pesquisa realizada por Laperuta-Martins  (2014) com a confirmação da hipótese de que o preconceito linguístico,  estreitamente ligado ao preconceito social, pode ser atenuado com a realização de  um trabalho de conscientização sobre a Teoria Sociolinguística.
É preciso que tanto professores quanto alunos tratem a língua como objeto de pesquisa e que dela verifiquem as diversas mobilidades de comunicação existentes,  apropriem-se de práticas positivas e que identifiquem possíveis falhas de  comunicação.
Apresentadas as principais considerações da Sociolinguística Educacional  para o ensino de Língua Portuguesa enquanto língua materna, é possível nos  dedicarmos à análise do Componente Curricular de Língua Portuguesa da Base  Nacional Comum Curricular.
Mas antes, cabe uma observação feita por Rajagopalan (2019, p. 28):  reconhecendo as diferenças culturais e linguísticas brasileiras, tamanho território e  diversidade, propõe-se um currículo comum, a fim de assegurar conteúdos mínimos  em todo território nacional. No entanto, ao questionar-se em qual pressuposto se sustenta toda essa colocação subentende-se que há duas suposições pré 
estabelecidas: a) de que existe um conjunto de “aprendizagens essenciais” e b) de  que asseguradas essas “aprendizagens essenciais”, se alcança a igualdade  educacional.
Como se o Estado que propõe o “novo” currículo, não fosse o mesmo estado  que mantém as instituições de ensino, as condições de trabalho dos professores, as  condições de acesso a bens materiais e culturais de cidadãos brasileiros! O mesmo estado que lança uma proposta curricular impossível de ser atendida, devido às  condições sociais e econômicas de nossos estudantes, exime-se da  responsabilidade de fazê-lo. 
Por se tratar de um documento extenso, com mais de 500 páginas, que  abraça cinco diferentes áreas do conhecimento e nove disciplinas, em todas as  fases e etapas da Educação Básica, cabe delimitar os textos e páginas que  compreendem o objeto de pesquisa.
Ideias para aplicação na sala de aula
A nova hipótese de trazer a base para a sala de aula é um desafio. Primeiro, é preciso entender os principais pontos da mudança.
Desenvolver a expressão oral através de debates sobre temas atuais escolhidos por professores e alunos. Incentive-os a escrever oralmente antes de escrever.

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